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good-time-fmg · 7 years ago
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Terra Vazia
    Há muito tempo, em uma Terra Vazia, havia uma guerreira. Ela carregava uma espada longa na mão direita, enquanto na esquerda apenas uma sacola. Esse objeto era pesado como a noite e ali dentro havia um feitiço esquecido.
    Ela tinha seus cabelos cacheados, com uma pele escura e uma armadura de ferro prestes a ser consumida pelo tempo. Além disso havia uma capa, com uma chama branca pintada em todo tecido preto. A única coisa que ainda resplandecia naquele mar de pobreza, eram seus olhos com um brilho voraz e faminto.
    Ela caminhou na terra sem luar, por incontáveis eras. O mundo parecia ter sido jogado ao Nada. Não importava pra onde sua visão ia, havia desolação e morte esperando pelo seu olhar. Corpos em decomposição ocupavam um pouco do terreno, próximos de árvores pequenas e que já partiam desse mundo para a Escuridão.
    A Rainha Negra caminhava com sua sacola e sua espada quando ouviu o som distante de um riacho. Ela sabia que estava perto, assim o nervosismo subiu por sua perna. Nenhum dos Esquecidos havia chegado tão longe. Só faltava um último empecilho antes da Cidadela de Platina; o pior dos pesadelos aguardava a monarca.
    Reunindo coragem, ela seguiu até o local de onde vinha o som. Viu um pequeno fio de água surgir no meio daquela terra inóspita. Ali, perto da mesma linha havia uma figura sentada. Cerrou o punho ao redor do cabo da espada, para que se sentisse melhor diante da situação.
    Ela caminhou até ficar a uns 5 metros de distância da criatura. Seu corpo e crânio eram cobertos por um sobretudo negro, com um capuz cinza escuro. As mãos e pés que saiam da roupa, eram cadavéricas. Quando a Rainha Negra enxergou a feição de seu adversário, ela ficou pasma. As lendas eram verdadeiras e ela estava diante do Ceifador. Seu crânio possuía rubis ao invés de olhos.
    Ele se levantou com dificuldade, abriu a mandíbula emitindo um som macabro parecido com essa fala:
- Quem vem diante do Ceifador?
- A Rainha Negra, para reclamar lugar entre os Escolhidos. Então, terei meu nome riscado do Livro Negro.
- Sabe o preço a pagar, Esquecida?
- Sei.
- Que assim seja.
    O Ceifador estendeu o braço esquerdo para o lado, então uma sombra surgiu e transformou-se em uma foice. A rainha sabia o que tudo aquilo significava. Ele não seria seu rival mais importante por simplesmente estar perto da linha de chegada. Aquela criatura magra estivera viva na Primeira Guerra Santa e ajudou os Filhos do Caos, contra os velhos deuses. Além de ceifar a vida de muitos dos Novos Deuses, na Segunda Guerra Santa. Ele guarnecia a Cidadela de qualquer invasor Esquecido, porque era o melhor no que fazia. Era único em seu ofício.
    Ele pegou sua arma e rapidamente pulou na direção da guerreira. A Rainha se esquivou do corte e tentou estocar seu corpo, falhando, o que permitiu que ele tentasse um golpe.
     Acertou-a na perna esquerda, logo a visão dela ficou turva e sua perna foi completamente penetrada pela arma. Ficou de joelhos e escapou daquela lâmina fria, com cheiro de morte. Olhou para o ferimento e percebeu que ele já estava necrosando. Se recompôs e tentou cortar seu inimigo.
    Assim, um embate épico começou. Ela, algumas vezes, conseguia acertá-lo. Ele, muitas vezes, conseguia cortar sua rival. Ele mostrou-se um inimigo formidável, ao escapar de um golpe que seria fulminante. Ela havia se esquivado dele, para tentar estocar seu crânio. Quando ele com a mão, parou a lâmina da guerreira.
    Após tomar distância, ela havia decidido que havia chegado o momento crucial. A Rainha já possuía muitas de suas veias escurecidas. Então, fincou a espada no chão e abriu a sacola. O Ceifador esperou sem esboçar nenhuma reação. A mulher começou a ler o pergaminho em voz alta. Depois do que pareceu ser uma década, finalmente parou. Retirou a espada do chão com duas mãos e sua lâmina brilhou em uma cor nunca antes vista. Algo que jamais seria visto de novo.
    O seu algoz encostou na ponta da lâmina de sua foice e esta se tornou preta como a noite. Os dois se olharam, pois sabiam que aquela contenda seria decidida naquele instante. O tempo pareceu congelar e os Novos Deuses olharam para aquele lugar, uma última vez. O Universo parecia prender a respiração diante do fim de tal jornada.
    Os dois pularam, para que surgisse um clarão e logo depois um estrondo, quando um alvo foi atingido. A Rainha Negra se ergueu sem olhar pra trás. Deixou sua espada, que estava toda queimada e destruída, cair e caminhou em direção ao riacho, passando pela água com grande dificuldade. Ao chegar do outro lado, sentiu cheiro de flores. Seus olhos encheram-se de lágrimas e continuou caminhando. Pensou em toda a jornada e em sua família.
    Sentiu a grama nos seus pés e avistou montanhas à sua frente. Também percebeu as árvores vivas, ao seu redor. Quando olhou com mais afinco, viu um brilho enorme no horizonte. A Cidadela, ela pensou em prantos. Correu, enquanto sentia o veneno subir por seu corpo ferido. Caiu no chão, ouvindo o badalar de um sino. Naquele instante, ela soube que tudo ficaria bem.
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O conto foi feito por mim, caso queira publicá-lo em algum lugar, favor dar os créditos. Grato, a gerência.
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good-time-fmg · 7 years ago
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Uma Visita
     A história que vai ser contada é sobre um engenheiro de software que estava de férias. Seu trabalho era estressante demais, porém ele gostava do que fazia. Estruturar projetos e, de vez em quando, programar era parte de sua rotina bastante cansativa, mas gratificante. Uma rotina que fazia ele se sentir no controle de seus problemas, ou era isso que gostava de pensar. Os problemas por mais complexos que fossem, eram  muito mais simples que seus problemas reais.
    Em seu carro, ele estava com uma lista de músicas tocando, enquanto seu celular carregava. A chuva caía suavemente sobre o veículo, enquanto ele tentava prestar atenção na estrada, mas seus pensamentos sempre voltavam pra meses atrás. Fazia um tempo que ele não visitava aquela casa, ainda mais sozinho. Um ano atrás ele fora com todo o grupo, então seis meses depois foi apenas com sua ex namorada. Ela gostava dali, demonstrou isso desde a vez em que ela conhecera os pais dele. Havia uma certa paz naquela casa. Um determinado tipo de energia que não deixava o mundo exterior contaminar o retiro.
    Quando começou a ficar ansioso, ele diminuiu a velocidade e foi atrás do maço. Sinais de problemas chegando, porque quando ele começava, não conseguia mais parar. Colocou o cigarro nos lábios e xingou quando não encontrou o isqueiro no porta luvas.
    Ficou dirigindo por mais meia hora, até que viu uma Casa do Alemão. Tirou o objeto da boca e colocou-o no bolso. Fez a baliza com uma enorme dificuldade e lembrou de seu pai gritando com ele no estacionamento de casa. A memória o fez sorrir um pouco.  Procurou o acendedor por todo o carro, até que o encontrar no bolso da calça. Resmungou um pouco e finalmente acendeu o cigarro. Deixou que o gosto mentolado entrasse na sua boca, fazendo com que meses e anos passados retornassem à sua mente.
    Começou a pensar em sua mãe e no quanto ela sentia falta daquela garota. Volta e meia eles discustiam, tudo porque ela era incapaz de entender que aquela relação havia chegado no fim. Não havia mais o que fazer, mesmo meses depois, parecia que a amizade tinha tornado-se mais um coleguismo. Algo que eles jamais entenderiam, mas que fazia todo o sentido.
    Fechou todo o casaco, pois na Serra costumava fazer bastante frio e, ao fim do fumo, jogou o cigarro fora. Entrou na loja só para comprar um energético, em seguida retornou para o carro. Voltou para a estrada e viu que a neblina estava sendo dissipada. Depois de um tempo, então, viu que as estrelas voltavam a iluminar sua noite.
    As horas passaram e muitas músicas tocaram. Cada uma com seu significado e sua relevância. Para diversas músicas, não tinha a menor paciência. Logo, seu dedo ia para o botão que fazia pular a faixa que estava sendo reproduzida.
    Quando chegou em Juiz de Fora, logo foi para seu apartamento. Um lugar vazio que a família usava nos feriados religiosos. Se seus familiares soubessem o que havia acontecido naquela casa, talvez as relações não seriam tão boas quanto pareciam. Mas no fundo, ele não se importava.
    Parou o carro na vaga do apartamento e pegou sua mochila. Era uma sexta à noite e ele teria a casa até a madrugada de segunda, apenas para si. Isso apertou seu coração, já que quem o confortava quando estava com medo do escuro era ela. Colocou a mochila nas costas, trancou o Gol e entrou para o prédio.
    Dentro do apartamento, sentiu um cheiro que trazia um conforto tão grande ao seu coração que, talvez, em nenhum outro lugar encontraria aquele sentimento. Tirando sua casa, ali era o único lugar em que ele realmente sentia-se confortável.
    Saiu da cozinha, caminhou pelo corredor e entrou na última porta à esquerda. Finalmente estava no quarto principal. Deixou suas coisas sobre a cama, ligou a televisão, procurou um programa interessante e aumentou o volume. Entrou no banheiro para finalmente tomar um banho. Havia saído de seu trabalho, sem parar em casa. A água quente era relaxante naquela baixa temperatura, do sul de Minas.
    Quando saiu, enrolou-se na toalha e foi voltou para o quarto. Foi em direção ao armário querendo suas roupas de moletom. Vestiu-se e voltou ao passado, porém dessa vez foi para a sua infância. Aquele lugar tinha todos as marcas que preencheram seus primeiros anos solidão, amor e alegria. Às vezes, todos juntos.
    Por fim, enfrentou tudo que não queria enfrentar. Havia 8 meses que ela havia partido, mas não fora totalmente. Ela ainda estava nas festas que ele ia e nas mesmas rodas de amigos. Ela estava presente até mesmo em seu prédio comercial. Tudo aquilo era insuportável, ele mal sabia como conseguira suportar tudo. Ou como ela estava suportando tudo.
    Olhou para a cama e seus olhos encheram de lágrimas, porque uma vez ela estivera ali. Com uma blusa verde, calcinha rosa e rindo enquanto ele fazia cócegas nela. Era uma lembrança que talvez fosse falsa, mas ele a guardaria mesmo assim. Não importava pra ele, pois foi a última vez em que estiveram nessa casa. Foi a última vez em que tiveram momentos seus e isso havia dado paz antes de toda a tempestade.
    Dali a dois dias, eles teriam feito alguns anos juntos. Ele sentia muita falta dela, todavia não sabia como ela se sentia. Parecia estar caminhando em frente, ou talvez fosse apenas uma máscara. Uma máscara que ele não gostava, porque sentia-se pra trás, mesmo que desejasse tudo de bom para ela. Achava que ela deveria se encontrar e então conquistar o mundo com suas idéias, que ela jamais deveria abaixar a cabeça pra ninguém, além de acreditar em seu potencial.
    Lembrou de como chorou de amor, algumas vezes por tristeza e outras por felicidade. O sorriso dela veio parar na sua cabeça, mas ele pensou que talvez não fosse mais assim. O tempo havia levado pequenos detalhes que não estavam mais presentes em seu cotidiano.
    Ele não queria voltar pro presente, estava bom demais lembrar ou fantasiar, que tudo aquilo iria acabar. Esse vazio iria finalmente cessar e os filmes de romance não seriam mais dolorosos. Porém, se obrigou a voltar para a realidade. Realidade que o tornava menor, mais covarde e mais solitário. Mas também fazia se sentir vivo, autônomo e observador. Talvez, um pouco mais egoísta, entretanto ele tinha muito tempo para lidar com isso. Todo o tempo do mundo.
    Ele tinha até meia noite para chorar, depois disso iria assistir algum filme de ação. Foi parar no TeleCine e estava passando Call Me By Your Name. Abriu um sorriso, olhou para o relógio. O filme estava no início e ele ainda tinha algumas horas pra chorar.
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O conto foi feito por mim, caso queira publicá-lo em algum lugar, favor dar os créditos. Grato, a gerência.
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good-time-fmg · 7 years ago
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Sábado à Noite
    Quando eu acordei, eram 18h. Os raios de sol já estavam bem fracos, tanto que nem passavam por debaixo das cortinas. A TV estava ligada, eu devia ter acordado e ligado em algum momento. A rua estava completamente vazia, nem as crianças estavam brincando.
    Levantei pelo lado direito, caminhei até o rack e desliguei a TV. Então fui em direção ao rádio e o liguei. Deitei na cama de novo, procurando pelo celular. Ele tinha que estar em algum lugar ali. Passou um bom tempo até que eu o achasse. Peguei a toalha, fui até a porta e entrei no banheiro. Era algo curioso, porque as três portas importantes ficavam próximas uma das outras. Era um trio: quarto, banheiro e cozinha.
    Sentei na privada e comecei a mexer no celular. A música que estava tocando era bem lenta e me deixava bem calmo, o que era estranho pra alguém como eu. Então me peguei pensando em toda a minha casa e seus objetos antigos. Meu deus, quem usava rádio em pleno século vinte e um. Ainda mais escutar CDs de bandas de rock. Bem, de qualquer forma, o rádio era o presente de uma tia e eu gostava dele.
    Voltei a mexer no celular, dessa vez fui ver se alguém tinha me convidado para beber. Nada. Mais um final de semana que o jovem promissor ia beber sozinho. Até que não era um enorme problema, pelo menos eu achava. Mesmo assim fiquei puto, e pensei o porque dos meus amigos só me ligarem quando precisassem de mim. Eram uns vadios e quando eu mais precisava ninguém estava lá. Percebi que as coisas estavam boas desse jeito. Não fazia questão de estar com eles por perto.
    Entrei no chuveiro e nem me dei ao trabalho de fechar a cortina, estava um calor infernal e só dessa vez eu queria esfriar um pouco a cabeça. A água estava com uma temperatura bem agradável. Ouvi umas crianças começarem a correr e gritar, pelo condomínio. Parei para pensar no quanto sentia falta daquilo. Correr sem nem saber o porque. Porém, o que eu fazia não era nada diferente. Eu, pelo menos, não fingia. Nunca quis fazer faculdade, era algo que me dava nos nervos. A escola já era uma estupidez enorme, em que pessoas infelizes tentavam ensinar coisas inúteis. Nenhum desgraçado me explicou como era difícil arranjar um emprego, pagar minhas contas e qualquer coisa do gênero. Só me ensinaram a passar pra alguma universidade qualquer, mas pra alguém que não ia fazer faculdade isso não tinha serventia nenhuma. Desliguei a água e então comecei a cantar junto com o rádio. A música da vez era It Must Have Been Love.
    Mal me sequei e fui pra cozinha. No corredor dava pra ver a sala de estar, os CDs estavam todos espalhados no chão. Aquela desgraçada tinha me pegado de jeito. Destruiu os meus bens mais preciosos, e ainda tinha me xingado de tudo quanto era nome. Isso era algo que me incomodava nas pessoas que tinham minha idade, o fato de descontarem a raiva em objetos inanimados. Os objetos não sentiam nada, eu que devia ser o alvo dessa maluquice. Não as minhas coisas, elas tinham algum valor.
    De frente pra pia, peguei meu maço de cigarros. Peguei o que mais me chamou a atenção, e o acendi. Senti o gosto mentolado com um toque de fumaça encher minha boca. A universitária gostava de me ver fumando, ela era uma boa garota. Na verdade, era mais velha que eu, mas era uma garota mesmo assim. Agia que nem uma. Eu esperava que desse certo, mas foi o processo de sempre: Ela me acha misterioso, depois me acha insuportável, então começa a se aproximar e quando vê já está entregue. Os finais sempre são os mesmos também, eu começo a me afastar e fica cada vez mais difícil ver minha vida com aquela pessoa. Um dia eu acordo e simplesmente sei, que as coisas realmente nunca dariam certo. Fumei mais dois cigarros e fui em direção ao quarto.
    Estava tocando uma música eletrônica, em um ritmo bem calmo. Acendi mais um cigarro e o terminei em dois minutos. Liguei o ventilador de teto, levantei e liguei a TV. Estava passando um programa sobre leões. Eu não lembro de merda nenhuma, se você me perguntar. Só era interessante como as leoas corriam e capturavam as presas. Era um mundo bem interessante.
    Troquei de canal e deixei em um canal que estava passando Poderoso Chefão, era e continua sendo um bom filme. Acabou que peguei no sono e acordei na cena em que os homens do Michael estavam matando os líderes das outras famílias.
    Eu levantei, esperei o filme acabar e fui tomar outro banho. A água estava melhor do que antes, e eu estava com muito calor. Foi uma sensação muito boa. Até que bateu saudades dela. Não dela mesmo, mas da companhia. Era sábado de noite e eu não queria ficar sozinho.
    Saí da parte residencial do bairro, e fui até a praça. Lá tinha bons bares. Eu entrei em um que era bem escuro, que tocava rock e tinham mesas de sinuca espalhadas. Fui até o balcão e esperei alguém vir me atender. Pedi uma Heineken e duas fichas. Fiquei observando todos aqueles jovens rebeldes, que tinham o futuro garantido sendo filhos de engenheiros, médicos, desembargadores e subprofissões do tipo.
    Quando encontrei duas meninas, elas deviam ter entre 19 a 21 anos, caminhei em direção à mesa e pedi pra jogar uma partida. O namorado de uma delas apareceu abruptamente e pediu pra que eu fosse embora. Eu expliquei que estava sozinho e queria jogar com alguém. Bem, uma delas se interessou por mim. Tinha um cabelo bem preto, com olhos castanhos e uma pele um pouco bronzeada. Usava uma blusa do Pink Floyd e um short jeans curto.
    Nós dois jogamos contra o casal, e enquanto isso íamos prestando mais atenção em nós mesmos do que nos outros. Conversamos sobre tudo, inclusive sobre Pink Floyd. Eu amo aquela banda e meu deus, ela também amava. Quando começou a tocar Wish You Were Here, nós fizemos um dueto.
    Saímos pra rua e ficamos discutindo sobre qualquer coisa. Até olhamos pro céu, não dava pra ver muitas estrelas. Isso me entristecia, as estrelas eram as únicas certezas de calma em noites como essa. Em noites que mesmo acompanhado, eu me sentia sozinho. Acho que nunca tinha conseguido me livrar desse sentimento, mesmo sabendo que eu nada tinha de especial. Eu sempre fui o coadjuvante na história de outras pessoas e nada ia me fazer mudar de ideia. Quando reparei, nós estávamos nos beijando.
    Depois dessa memória tudo fica turvo, só lembro de um cheiro forte de catuaba, uma praia, uma camisa de Pink Floyd no chão do meu banheiro, um forte cheiro de Malboro e sexo no banho frio. Não tinha coisa melhor que aquilo.
    Quando acordei, estava sozinho. Não lembro de quando ela foi embora, mas foi. Me senti muito vazio, já eram 16h. Levantei, procurei o celular e liguei o rádio. Peguei uma toalha e fui tomar um banho.
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