Tumgik
You are going to laugh until your stomach hurts again. You're going to be in awe of a sunset. Watch your favorite show while you eat your favorite food. Find money on the street. Discover a great band you haven't heard of before. You will find your way back.
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“When you do things from your soul, you feel a river moving in you, a joy.”
— Rumi
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too sad for the internet. too quiet for the bar. too uninspired for a blank canvas. too restless for the couch. too confused for the trails. too timid for a phone call.
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"I never wish to be easily defined. I'd rather float over other people's minds as something strictly fluid and non-perceivable; more like a transparent, paradoxically iridescent creature rather than an actual person."
-Franz Kafka
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Leila Chatti, “Tea”
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Review: ‘’Fahrenheit 451′’, Ray Bradbury 
Publicado no auge da Guerra Fria, em 1953, este romance distópico aborda a sociedade fatalmente influenciada pela tecnologia e que repudia qualquer tipo de literatura e leitura. Fazendo um breve resumo, retrata a história de um bombeiro (que, no caso, não apaga incêndios - ao invés, incendeia casas, bibliotecas e livros), e que, ao longo do seu trabalho, vai tendo dúvidas acerca do paradigma implementado na sociedade: uma espécie de nostalgia pela praça de Bebelplatz e pelo nazismo fustigado. À medida que o tempo passa, Montag (bombeiro) vai levando livros para casa para os poder ler de forma secreta. No seu percurso vai conhecendo pessoas que o ajudam a ganahr a coragem para sair dos bombeiros e retomar o uso de livros na sociedade que tanto é proibido, levando então a que ele tivesse de fugir da sua vida atual e desertar para os selvagens que o fizeram. O seu patrão descobre que ele guardara livros e obriga-o a queimar a própria casa. Montag fica sem nada e, então, agarra-se a esse significado anarquico matando o seu patrã e fugindo. Ao longo da sua fuga vão-se relatando metaforicamente todos os sentimentos, odores, sensações que foi sentindo e recordando. É acolhido pelos professores e literários que fugiram como ele e posteriormente começa a Guerra. Eles tentam decorar e recordar os livros que leram podendo, após isso, ensinar novamente as pessoas, escrever novamente os livros queimados e regressar à sociedade conhecedora. 
Esta obra, através das suas abordagens satiriza diversas problemáticas atuais e passadas comparando a sociedade a uma Fénix - tal como esta ave, a sociedade mata-se aos poucos mas regressas das cinzas e volta a matar-se. O recuros correto seria aprender com os erros ao invés de os repetir de forma tão ávida. Uma sociedade soberana, ditadora e inacessível. Uma sociedade que repugna o conhecimento por ele dar poder e criatividade aos demais. Uma sociedade que tem medo que a população abra os olhos e, desta feita, obriga tudo e todos a seguirem os caminhos previamente definidos. Sem liberdade, sem felicidade, como robots... Até que alguém tenha coragem de fugir aos parâmetros definidos e ouse fazer o correto e funcional. Não há direito a opiniões, apenas a censura. Este livro tem diversas interpretações que, no fundo, retratam o mesmo. Contudo, Bradbury definiu que este livro era direcionado para o uso da tecnologia que suprime a leitura: a ironia da contemporalidade do cerne da questão em que toda a gente tem uma prateleira para a televisão mas não tem uma para livros. Não retrata, porém, uma critica ao governo presente (seja de direita, esquerda ou central), mas sim a tirania perigosa a que estamos sujeitos.
Quanto ao título da obra ‘’Fahrenheit 451′’, este são os graus a que o papel se queima: 233ºC. 
Sofia Magalhães, 02/07/2020
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Bukowski. Henry Charles Bukowski. Para muitos, um velho nojento - inclusive na própria opinião dele. Para outros, um velho misógino. Um homem que abusava das mulheres, do álcool e das apostas. O pior é que não deixa de ser verdade. Era também um velho sem escrúpulos, incómodo e demasiado honesto, cingindo-se a uma autobiografia extremamente explícita e que, em nada, respeitava a privacidade das pessoas. 
Mas o velho tinha talento. O velho falava de sexo, álcool, mulheres, quotidiano, solidão, suícidio, sátiras . O velho fala sabiamente de tudo, retrata explicitamente tudo. Cru, coloquial, nobre, traidor, bebâdo - mas tão bom escritor. E admiro-o. O raio do homem, em ‘’Mulheres’’ tem um único fio condutor em quatrocentas páginas de livro, uma monotonia bestial, mas 
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Kafka dissera que Viena era horrível, moribunda, triste. Deus tivera a mínima piedade dele e, apesar de ter sido na Áustria o seu último suspiro, poupou-o de Viena - espero que ele prefira Kierling. Kafka, contudo, dissera muita coisa. Tudo acertado, a meu ver, com toda uma mentalidade extremamente futurista e visionária de acordo à época. E assim se torna um dos maiores influenciadores da literatura mundial. O melhor, sem sequer ter o mínimo desejo para tal - bem pelo contrário. O que me entristece é que, apesar de toda a alma que depositara no papel, sempre se deixou influenciar pela tristeza que o apoderara a todo o instante. Pela tristeza, pelo pai e pelas mulheres, convenhamos. Não terá sido isto a fonte do seu desamparo? E tenho pena, tenho pena que ele nunca tenha observado nada com o véu da ignorância entranhado. Tenho pena que não tenha vivido o mínimo segundo feliz e sem preocupações. Depois, anos de tuberculose. Anos com mulheres desesperadas por afeto e vida a dois. Kafka não queria. Era inerente aos seu olhar que não queria. Kafka devia ter vivido mais. Kafka merecia a sua cura e merecia percorrer cidades que realmente o preenchessem. Merecia estar bem com os pais. Merecia conhecer Praga sem pensar na miséria que por lá passou. Merecia viver, de facto, sem o individulismo e isolamente que apresentava tão fortemente nas suas obras. Merecia acabar ‘’ O Castelo’’ de forma calma e serena. Merecia não se sentir uma criatura incapacitada. Merecia uma sociedade merecedora da sua qualidade. Merecia sorrir por tanta vez ter feito sorrir os seus leitores. Kafka merecia, e teve-o, pena que apenas post mortem. Kafka ia gostar de Viena. Kafka ia gostar de viver.
Sofia Magalhães
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Abalou-me tamanha felicidade - e tive medo. E tinha toda a razão para ter medo. E todas as teorias subjacentes ao medo que criei, demonstraram-se comprovadas. Como se eu já não soubesse que depois de uma onda de felicidade pura incide uma tempestade de desgraça e miséria. E assim foi, como não podia deixar de ser. Ao menos que a tempestade se armasse em sismo e se repartisse em abalos permonitórios. Mas não, o corpo ágil não obstante frágil, tem de arcar com tudo de uma vez só, como se tal fosse o seu ofício. Mas, não é? Que mais levamos desta vida para além de uns segundos de felicidade e umas horas de medo e mazela? Honestamente e piamente, apenas uns segundos de amor, se sortudos. Mas bem que não queria acreditar que a felicidade aprendera a gostar de mim. Era sorte a mais. Nem a tristeza deixaria tal coisa, já tem raízes demasiado profundas, crescemos juntas, na realidade. Mas bem que me tentaram mentalizar que eu estava a libertar os sorrisos que merecia ter. E eu bem que os chamei de tolos, que a vida não era assim tão justa. E eles bem me disseram que eu ia ter a vida que merecia viver. E eu bem lhes disse que apesar de toda a boa fé que eles depositaram em tamanha alma profilática a receber alegria, tal nunca se concretizara. Eles bem que viram que eu possuira a razão. Eles bem que desistiram.
Mas escrevo, escrevo e peço aos céus que se lembrem de mim. Peço que a minha alma não se deixe vencer, peço por fé e confiança que um dia talvez vá ter tamanha e justa felicidade de quem todos falam mas ninguém sabe ao certo o que é. Maldita sombra de soturnidade que a todos acompanha e a todos assusta e habitua. Maldita esmeralda de esperaça que a todos dá a mínima vontade de viver quando o viver implica angústia e uma procura incansável pelo mais pequeno grão que possa gerar um sorriso. Maldito riso que tão belo ecoas pelo vazio mas que ninguém te deixa melodiar. Bendita alma que nunca desaba depois de abismos de sismos. Bendita felicidade, bendita e agonizante, mas quem te manda ser assim? Qual o preço para te conquistar, afinal? 
Sofia Magalhães 
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É domingo de manhã. Vá, batem as 12 baladas mas eu só acordei agora. O almoço espera-me, sempre tão pontual aos domingos. Sempre a mesma tradição, sempre o mesmo mimo para me agradarem - como se a minha avó ainda precisasse de me agradar. Peço pelo pão fresco. Porra, é domingo, não há nenhuma buzinadela de padeiro, só sinais para a missa. Ah, as missas, antes não falhava a nenhuma. Antes ia ler a homilia. Antes estava no coro. Depois, perdi-me. Mas era domingo, era almoço de família, obrigatoriamente. Depois de almoço é hora de tomar a medicação. Antes não havia medicação. Não havia avaliações constantes de diabetes ou tensão arterial. Não havia limpeza de óculos para conseguir ler o jornal. A avó cozinha, a mãe lava. Antes não havia divisão de trabalho. Antes a minha avó não tinha sido operada, vez após vez. Antes a minha mãe almoçava no trabalho. Entretanto, dá-se lenha à combustão no recuperador. Mas antes era uma simples lareira. Antes havia um gato para segurar a lenha. Antes tinha a mania de queimar a caruma nas brasas e diziam-me que quem brinca com o fogo, faz xixi na cama. Cada um se mete na sua cadeira a ver a televisão. Um assalto aqui, uma violação aculá, cheias aqui e além. Antes ninguém sabia o que era o efeito de estufa. Antes as notícias predominavam em assuntos mais felizes. Hora do lanche. Se a minha avó lanchar, já não janta, diz ela. Antes comia mais que eu. Malditas operações. Antes não haviam dietas alimentares. A persiana está sempre aberta, aliás, eu até gosto de deixar uma parcela de janela aberta - gosto da corrente de ar fresco que me chega ao olfacto. Antes não ligava a isso. Antes nunca me tinha sentido sufocada, antes não valorizava o ar fresco. Nota-se que o sol está a baixar, nota-se que está a escurecer - ainda mais do que já estava. ‘’Os dias agora passam tão depressa, olha para isto, já é noite, no verão ainda é dia por todo o mundo’’; ‘’Acende a luz, olha-me para esta escuridão!’’; ‘’Mete na 1, está a dar o gordo’’; ao menos, saõ rotineiras estas frases, seja em que circunstância for. 
Antes 
Antes eu não ligava a isto. Depois, vim estudar para longe. E não há horários certos para o almoço, não há sequer a passagem do padeiro, muito menos o almoço já feito à espera que eu acorde. Não me certifico da toma da medicação, nem avalio diabetes nenhuns à minha família, apenas a estranhos. Não me aqueço naquela combustão incansável. No máximo, acendo uma vela ou o aquecedor. Não deixo a janela aberta, chove muito e a vista não me interessa. Não vejo televisão, não a tenho sequer. Não estou a par de quem ganha a grande montra nem consigo adivinhar o valor dela. Depois, vivo sozinha. Estudo mais do que durmo. Tenho mais saudades do que esperava. Realmente, a família é tudo o que temos e será sempre o nosso pedaço de paraíso quando tudo à volta se volta para o negro.
Sofia Magalhães
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Foram inúmeras as vezes que tentei ligar o computador e pressionar as teclas com todas as minhas forças de desabafo. Não resultou, não tinha coragem. Tentei usar a caneta e o papel. Não conseguiaer fazer sequer um risco. Eu, simplesmente, não tinha forças e sei que assim que começasse a escrever, as lágrimas desatariam a cair. E eu não consigo aguentar mais o peso delas. Lembro-me, em tempos bastante lonquínquos, do quão bem me fazia escrever, escrever bem até. Mas muita coisa aconteceu e, de facto, não havia forças para tudo - já para me aguentar foi díficil. Eu queria tanto voltar ao que era, queria tanto ter a energia e a vontade, a força, o motivo para compor os textos habituais que fazia. Mas perdi-lhe o jeito, Perdi o motivo. E, claramente, perdi toda e qualquer força que restava no meu corpo. Tentei abrir de novo os cadernos cheios de textos que tinha em casa. Reli os rascunhos que o meu corção outrora escreveu. Eu era saudável, eu era feliz, eu era viva. Não tenho um único motivo para continuar. Aprendi a gostar da companhia da solidão, sem desilusões, sem expectativas, sem abismos. Apenas eu. Não me lembro da última vez que me ri de forma histérica como antes era tão habitual, era a imagem de marca, era o riso estridente que ecoava por toda a divisão e que provocava sorrisos. É do que tenho mais saudades. É sem dúvido do que mais sinto falta. Preciso novamente de uma felicidade. De motivos. Mas são impossíveis neste momento. Até dúvidas tenho se consigo chegar ao próximo dia. Aliás, se vale a pena chegar. Pensei que o meu corpo e a minha mente não tinham limites. Que conseguia aguentar todo o tipo de pesa que me pusessem em cima, que me magoasse. Todo o tipo de mentiras, de traiçóes, de desilusões. Mas superstimei o meu corpo, superstimei exponencialmente a minha mente. E, neste momento, estou longe de estar bem, de estar saúdavel, de estar feliz. E dúvido muito que algum dia chegue ao auge em que estive no passado, em que tinha tudo o que podia sonhar. Mas é o que dizem, é o que o mitos de Ícaro comprova: aproximei-me muito do Sol, acabei por queimar as asas, e a porcaria da queda foi fatal. Hoje é a primeira vez que consigo escrever depois de tanto mês e para mim, isso vale muito. Tenho saudades de mim e da pessoa que eu era que atraía todo o tipo de coisas boas, que estava rodeada pelas melhores pessoas e que passava pelos melhores momentos. E a minha maior tristeza é saber que nunca mais vou ter capacidade de chegar aos calcanhares da pessoa que fui. Nunca na vida conseguirei rir-me da forma tão sincera e espontânea com que antes me ria. A queda foi de facto fatal e eu desisti de me tentar levantar. Pelo menos enquanto não estou curada. Mas sei que tão cedo não terei coragem de sair da negação em que estou e enfrentar os problemas com que estou. Quero apenas fugir e sei que o vou conseguir fazer. E isso é a única forma mais próxima que tenho de salvação. Mas não sei como o fazer. Não sei sequer se ainda aguento. Tenho saudades de mim. 
Sofia Magalhães, 04/09/2019
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Todos fazemos erros. O mais usual, é conhecermos alguém que nos derrota. Nada a ter vergonha acerca disso, afinal de contas, não adivinhamos quem está por detrás da cara risonha e sonsa. O maior erro é o que vem depois: errarmos por essa pessoa. O erro está em vivermos uma vida que nos vamos arrepender de ter vivido, uma vida infeliz, amedrontada e unicamente existencial - com um pouco de lágrimas pelo meio. O erro, é estarmos numa certa noite, sozinhas, na cama, a chorar e a perguntar-nos onde é que errámos, o que fizemos de mal. O mais engraçado é que quem nos fez mal, está feliz e de consciência tranquila. É assim que eles são. Basta estarem bem, basta estarem melhor com outra pessoa, a fazer outras coisas, a deixaram-te no fundo do poço, que ficam de consciência tranquila. Maturidade? Nula. Personalidade? Igualmente. Sadismo? Imenso, recheado com alegria de verem que são superiores, que eles ultrapassaram e tu ficaste mal. A masculinidade assustadora que lhes corre nas veias. O medo não existe, só traição, violência e maus-tratos. Chamam-te de puta, expulsam-te da casa deles, e tu ilesa, cheia de medo, sem saber como reagir. Com o coração cheio de amor para lhe dares. Acho que foi o desespero mais acentuado que já senti. Batia a 1h da manhã, stressada com o exame do dia seguinte, com medo de quem estava ao meu lado na cama - e com toda a razão. Mal-tratada, deixada, magoada. Descobri com isso que o maior defeito  humano é ser mentiroso. A partir daí, vem tudo em bola de neve que desce num declive acentuadíssimo. E nada me entristece mais do que saber que podia ter sido feliz e realizada, com o suposto homem da minha vida, mas que eles me trocou pelas mentiras e a vida dupla em cidades diferentes. Se tem explicação? Nunca saberei. Mas nada nos marca mais do que isto. E eu que o diga. 
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Tanto corpo, tanta alma, tantas hipóteses e possibilidades de fugir de mim, encontrar a alma gémea, uma nova casa, um novo templo para ser feliz. Quis tanto que alguém fosse a minha casa que me esqueci que posso decorar e incentivar a minha a ser melhor, que, na realidade, eu posso ser a minha própria casa e tratar-me como trataria os outros. Tratar-me como eu mereço e tanto desvalorizei. Tanto tempo à procura de um abrigo quando eu própria era a tempestade e a ruína. Tanto tempo à procurar de um porto seguro quando eu era o caos que impossibilitava a sequer hipótese de segurança. Tanto tempo à procura de ti quando era de mim que eu precisava - segura, feliz e curada. 
Fizeste um trabalho incrivelmente mau comigo. Conseguiste esmiuçar-me os cacos que restavam sem sequer te cortares nos vértices que os meus pedaços tinham. E isso... isso sim, diz tudo sobre ti. Alguém feito de ferro, sem coração, sem amor, sem dor. Nunca conseguirei perceber como o fizeste, como te tornaste assim ou se já nasceste assim sequer. E isso assusta-me. Não por mim, mas por ti. Por seres alguém tão inquebrável, sem sentimentos ou sensibilidade. Assusta-me o teu futuro sem luz, em que serás tu, por ti só, contra o mundo. Tenho pena, sinceramente, tenho muita pena de ti por não conseguires sentir nada. Nem sabes o que perdes. Não imaginas o quão agradável é amar. E eu que o diga. E agora, felizmente, por amor próprio, por amor à minha própria casa. 
Sofia Magalhães 
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A mesa da cozinha
Não me lembro de dias, muito menos das horas - possivelmente devido À ansiedade com que estava, que despertava o meu corpo, todo ele. Fora isso, lembro-me de todos os pormenores daquele dia. Lembro-me de me ires buscar a casa (poucas vezes tinha andado contigo de carro ainda). Lembro-me exatamente da primeira imagem ocular que tive da tua casa, da primeira vez que lá entrei. Dos sítios para onde olhei ao subir as escadas. Tudo em mim estava um turbilhão, eu não conseguia controlar o meu pensar naquele momento, era tanta informação tanto medo, tanta incógnita - tu sabes tão bem como sou com isso. Mas a memória mais vívida que tenho é o entrar no corredor e olhar para o meu lado direito: a porta estava semi-aberta, pude ter o deslumbre da cozinha, nomeadamente, da mesa da cozinha. Daí para a frente, o medo, a timidez e a ansiedade, dominaram-me por completo - tal como tu o fizeste. Não consigo escrever com pormenor esses momentos. Quanto à mesa da cozinha, por alguma razão, ficou-me presa na memória como se tivesse vivido isto há umas horas. Naqueles dois segundos que demorei a passar pelo corredor, pude ver anos a passarem na cozinha ao meu lado: as refeições com os teus pais, os momentos que passaste lá, o teu passado naquela mesa, naquela divisão. Mas, o meu erro, foi ter pensado no passado - erro que me é bastante comum, desculpa - ao invés de pensar no futuro. E nunca, por um segundo sequer, consegui imaginar o nosso futuro lá, as nossas formas naquela cozinha. Nunca pensei que seria eu, naquela cozinha, contigo, a fazermos o jantar, a fazermos as bolachas para o Natal ou as entradas para o teu aniversário. Nunca pensei que estaria ali, a ter uma vida de casada contigo, uns meses depois. Pensei em anos no passado, mas esqueci a possibilidade do futuro. Estive naquela cozinha inúmeras vezes, sempre com humores diferentes, mas sempre com amores iguais. Sabia lá eu que iria ser assim. Além do mais, foram apenas uns segundos de uma vida que se passaram. 
Sofia Magalhães 
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Não somos perfeitos, mas somos felizes. E que orgulho eu tenho de poder dizer isso. E que orgulho o de não poder contar a quantidade de gargalhadas que partilhámos - o infinito das estrelas teria medo da concorrência. Mas o melhor de tudo, de todos os meses, de todos os segundos, foram as quedas, sem dúvida. Aliás, minto!, foi a superação e cura das feridas que surgiram delas. De certa maneira, cada lágrima que nos percorreu o rosto que tanta vez ficara enrugado pelo sorriso. De certa maneira, cada passo que demos em sentido contrário, cada vez mais longínquo um do outro. Cada minuto sem ti. Porquê? Unicamente pela valorização, esforço e amor que a relação tem, ao ponto de ascender ao maior abismo das nossas almas. E a força que tivemos, meu Deus, como foi poderosa, como demonstrou tão bem ser realmente nossa. E o mais bonito, é a bonança que veio depois da tempestade. O carinho e felicidade que nos encheu cada poro nestes últimos dias, o sentimento de confiança a voltar ao sítio, o amor a ficar onde pertence. E depois, os pormenores: o abraço de horas quando adormecemos, o beijo na testa repleto de proteção, o toque, tão especial, tão único, tão teu, que eu reconheceria em qualquer parte do mundo; os teus dedos, que tanta vez percorrem o meu corpo, sem mapa, sem bússola - conhecem tão bem o que é teu; o sorriso tão querido que fazes quando eu digo alguma besteira, quando estou assustada, quando tenho medo, seguido da frase: ‘’Oh amor, não sejas tontinha’’ - mas sou, sou completamente tontinha por ti e pelo que és; depois, a tua mão na minha coxa quando conduzes; a tua aliança no dedo, que nunca conheceu outro lugar sequer; a tua mania de me agarrares para me encheres de beijos cheios de saliva e barba; mas o melhor: a luta insaciável que combates todos os dias para que eu esteja o melhor possível, o mais quente possível, o mais satisfeita possível: o mais feliz possível. Nem que para isso, tenhas de fazer o impossível - até porque sei bem que o consegues fazer, sei que consegues fazer tudo. És sem dúvida alguma o amor da minha vida, encontrado quando eu era tão jovem. És sem dúvida o meu trevo de quatro folhas, o meu sol, o meu melhor amigo, o meu companheiro, o pai dos meus filhos (que tenham os teus olhos e o teu coração), o homem a quem vou dizer ‘’Sim’’, histérica e cheia de lágrimas, num altar. És o melhor homem que algum dia tive o prazer de conhecer, de amar, de ter. És a pessoa mais importante da minha vida, por quem daria a minha vida mas, paradoxalmente, por quem vou viver sempre. E sei, com toda a certeza do mundo, que só vou ter a concorrência da Margarida quando se tratar de ti. Principalmente porque sei que não deixarias mais ninguém chegar ao pé de ti. Tal como sei que teremos sempre uma (M)margarida na nossa casa. Tal como sei que vamos ser felizes, porque fomos destinados a cruzar-mos os nossos caminhos e fazer com que eles se tornassem uma reta coincidente. Ou até mesmo como sei que vou estar lá para ti, de braços abertos quando tiveres um dia mau, quando receberes as piores notícias do mundo ou quando não tiveres força para te segurares. Sei que vou estar lá, de coração pronto, a receber-te, tal como estou sempre. Acho que a única desvantagem nisto, vai ser o facto de te estar sempre a roubar pijamas, mas não tenho culpa, meu amor, os teus são muito mais fofos. 
Que o som do teu riso se perpetue, num eco tão harmonioso como quando dizes que me amas. Que os teus olhos brilhem tanto como o brilho das nossas alianças. Que o teu coração esteja tão completo, como estará a minha alma ao saber que tomei o melhor rumo da minha vida. Que o nosso amor seja sempre a nossa maior arma contra o mundo - ganharemos sempre. 
Amo-te, de coração. E agradeço-te, de alma. És o amor da minha vida, serás sempre o número 1 - e sempre sem qualquer outro número atrás de ti. És o único. 
Sofia Magalhães (19/02/2019)
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Cheating has become so normalized in society that people act like loyalty is something to be proud of when it should be standard
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É a frustração. É o medo. É o cristal. Cristal que caiu. Cristal impossível de colar. É o sentimento de angústia pela incapacidade de ser suficiente, de fazer suficiente, de dar suficiente, mesmo quando dás o teu máximo. É a quebra na conexão - tenha ela os centímetros que tiver de raio - há cortes para tudo. É o sentimento de ser apunhalada nas costas pela pessoa por quem darias um apunhalada para salvar. É sofrer injustamente por alguém que nos causou tal sofrimento, seja por que razão for. É sentir a faísca a morrer, o amor a morrer, a vida a morrer. É ver a vela a ser apagada em câmara lenta desde o momento em que se acende. Pelo motivo que se acende, pelo motivo que se apaga - pelos bons momentos, pelos maus. É ver, reparar, observar, o teu mundo a desabar sem porquês nem para quês, sem resposta, sem justificação possível, sem pedido de desculpa suficiente. Porque os erros acontecem, mas com certa magnitude e repetição, e esses, esses são fáceis de perdoar e esquecer. Agora os de grande magnitude que nos cortam o mundo ao meio, que deixam as pessoas a dar os testemunhos mais horripilantes já antes testemunhados, esses, não são perdoados, muito menos esquecidos. E a quebra que fizeram no mundo, nem com o tempo se cura. É uma marca irreversível que levamos para a vida, para qualquer situação, para qualquer medo, para qualquer passo. É estar impedido de avançar pelos erros dos outros, é ir morrendo, com a maior vontade de viver. É matar sem saber que se vai morrer. É perder, sempre, quando se tem tudo nas mãos.
Errar não tem volta a dar, perdoar não tem nota obrigatória. Sofrer, sem culpa, é morrer.
Sofia Magalhães
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