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Gostaria de dizer que a aproximação com os outros semideuses que caíram junto com Aurora, tinha se dado de forma orgânica e natural, mas seria mentira. Algo que passava na cabeça de Kerim, durante aquelas três semanas que o grupo passou no submundo, era o quão pouco ele conhecia dos outros - com exceção de Katrina, com quem tinha saído em missão e Melis que treinava com ele algumas vezes. Arthur, por exemplo, era alguém que sempre observou de longe, consciente de sua história, mas não diretamente dele, ouvia mais da boca dos outros, do que do rapaz. O comentário tecido a ele, no entanto, foi puramente honesto. O sorriso gentil continuava a emoldurar os lábios do mais velho quando ouviu a replica de outrem, não vendo a necessidade de reafirmar o que dissera, apenas o ouviu, dando continuidade a conversa. "Não conseguimos acompanhar tudo.", graças ao pai dele, ou não, "Mas até onde consegui ver, todos foram de extrema importância para que conseguissem permanecer vivos.", era um mérito coletivo e Kerim tinha saído parabenizando um por um, mesmo aqueles com os quais tinha conflitos. "Não é qualquer pessoa que consegue manter o controle em situações como a que enfrentaram.", ele mesmo, nem tinha caído e deu um jeito de fazer algo estúpido o suficiente para passasse algumas semanas de molho.
CLOSED STARTER - ❛ i guess it runs in the family, huh ? ❜
CAMILE LECOMTE - tinha sido uma heroína de verdade. seus feitos ainda eram contados por alguns dos semideuses mais velhos, que como a mulher, tinham filhos ali e era a lei do mundo que rumores se espalhavam. eventualmente, ligariam aquela menina de olhos brilhantes que liderou uma geração diferente para muitas batalhas, ao filho de ares que tinha sucedido em voltar do inferno. não inteiro. não, uma parte de si ficou para trás no reino de hades, e ele talvez jamais fosse recuperar aquela faceta de sua psique , uma vez controlada. mas todos matamos partes de nós mesmos para sobreviver, não é ? para arthur, não seria a primeira vez. muitas partes de si morreram no lugar que chamava de lar, a casa onde cresceu e para onde ansiava voltar. se apenas para mais uma vez ouvir o pai dizer : ' you're my hero , kid ' , e como uma criança se sentir maior que o mundo. ❛ é, acho que corre. ❜ ele replicou com um sorriso hesitante, guardando a adaga e indo até os cantos da arena para encontrar kerim. ❛ somos dois atletas também. ❜ ofereceu, com um dar de ombro. ❛ mas não posso tomar todo o crédito 'pra criação da minha mãe. sua namorada foi uma grande ajuda também, não estaríamos vivos sem ela. ❜
@kerimboz
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"Na verdade, não espero nada.", era uma informação que poderia ter guardado para si, a observação que fizera de Katrina durante as transmissões do show de horrores ofertado pelo próprio pai. Não precisava fazer nada sobre isso, apenas seguir a vida, observando-a de longe para ter certeza que era merecedora de um olhar diferente dele - não que ela tivesse pedido por isso - ou não. Mas ao vê-la ali, sozinha e aparentemente reflexiva, ele não conseguiu evitar a aproximação. "Não sei, foi uma suposição. Se você não tentou, tudo bem, faz mais o seu gênero mesmo.", preocupar-se em livrar a própria pele, se ele bem lembrava. O olhar desviou para o lago por alguns segundos, o mesmo tempo que ela levou para provocar-lhe de volta e ele assentiu as questões levantadas. "Claro que pensei, só me surpreendeu um pouco você conseguir trabalhar em equipe e deixar todos os outros vivos no processo, sabe? Sem utilizar do seu poder como rota de fuga.", também não sabia como tinha sido os dias no submundo, o trauma da queda, misturados com a perda de um colega poderia ter bloqueado os poderes deles. "Ou talvez tenha, mas não saiu como o esperado.", observou, agora desviando o olhar para as asas na costas dela, dando a entender que era a isso que se referia.
gostaria de ter a possibilidade de ignorar kerim; mas ele parecia muito convicto de que desejava conversar ou falar algo, que katrina apenas aguardou. e como se prevendo que tudo fosse acabar em uma discussão sobre os erros cometidos por ela, a frase de outrem apenas firmou o que imaginava. ela não sabia o que ele desejava com aquilo, se deveria soar como um elogio mas ela desdenhou, os ombros balançando e como consequência, fazendo as asas abertas se moverem também. estava distante da compreensão, mas tudo lhe soava como uma grande provocação, outrem apenas reafirmando o que achava dela. ، e você espera o quê? que eu agradeça? o questionou enquanto o fitava. ela queria o provocar, perguntar se o agradecimento era em nome de aurora e como ele estava feliz por tê-la de volta, mas não seria justo com quem havia lutado com ela para sobreviver, havia enxergado na outra uma força que compartilhava. ، tentei? ela estava em busca de algo? redenção não parecia ser a palavra correta, não enquanto não a buscava; talvez a personalidade heroica de outrem o levasse aquele caminho. ، já pensou que eu poderia só está sobrevivendo? sem desejar redenção, perdão ou atenção?
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flashback — antes da ilha de Circe;
A preocupação se diluía aos poucos aos pequenos sinais de humor no tom e na expressão alheia. Junho sempre foi uma figura leve e feliz aos olhos de Kerim, como uma manhã de primavera, trazendo conforto e alegria depois de densas tempestades. Chegava a ser atípico que o mais novo se envolvesse em qualquer desavença que fosse, pior, que o machucassem como tinham feito, logo ele, que parecia incapaz de fazer mal para uma mosca que fosse. O riso soprado escapou por entre os lábios do mais velho, enquanto a cabeça balançava em negação. "Ah! É mesmo? Poderíamos ter testado nos nossos amigos lá fora.", apontou com a cabeça na direção da porta, o tom seguindo o bom humor do outro, como um espelho que o refletia. O olhar acompanhou o movimento da bolsa de gelo sendo tomada da mão, levada por Junho ao próprio nariz e o fechar dos olhos, de forma quase apreensiva, estudando cada um dos movimentos, para que diante o menor sinal de dor - como foi o fechar dos olhos - ele desse meia-volta e quebrasse alguns ossos por aí. Estava prestes a fazê-lo quando as últimas palavras o atingiram com a nostalgia do tratamento trocado entre eles, regado em carinho e cuidado, que era tudo que aquela relação sempre significou para Kerim, tinha imenso carinho por Junho e sempre cuidaria dele, independente da circunstância. "Pelo menos iria ficar bom mais rápido, mas tudo bem, como preferir.", replicou ameno, com os nervos mais calmos do que segundos atrás. O sorriso cínico vacilava no canto dos lábios de Kerim, ouvindo atentamente as palavras do mais novo, como se fosse uma mera hipótese, uma ideia lançada ao vento que não pretendia se concretizar. "Sim, tens razão, sou um adulto, dono de minhas vontades e consciente de meus atos.", retrucou entre risos, o olhar mais doce recaindo sobre a figura de Junho, "Está tudo bem, não precisa se desculpar, foram tempos caóticos os que passamos nos últimos meses. Mas também senti sua falta.".
flashback: antes da ilha de circe.
Os olhos de Junho acompanhavam cada movimento de Kerim, ainda com medo de vê-lo se envolvendo em uma briga por algo tão bobo, mesmo que desejasse muito ver aqueles caras recebendo o que mereciam, não queria voltar para aquele lugar, não combinava com o filho de Deméter. Lembrou-se de como o seu emocional estava interferindo em seus poderes, talvez fosse algo para se assemelhar a sua mãe, quer dizer, tem a lenda das estações do ano né? Em que os momentos em que tudo se destrói, vindo o vento e o frio, fazendo as plantas secarem e o verde sumir, era exatamente o momento em que Deméter estava longe de sua filha. Será que se algo acontecesse com ele, seria assim também? Teríamos novos fenômenos da natureza e mudanças drásticas do clima em uma enorme crise climática só porque Deméter estava triste pelo filho? Esse pensamento acabou lhe arrancando um riso distante, voltando a encarar o amigo no momento em que ouviu o questionamento sobre o gelo e sobre ter certeza se não queria deixa-los impunes. "Eu acho que tenho um bom soco de direita" Brincou, ainda que o humor não estivesse dos melhores, encostou o gelo no nariz e fechou os olhos. "É um exagero usar ambrosia só por causa disso, meu amor" Disse naturalmente, segurando a mão do amigo para que ele entendesse que estava tudo bem. "Mas... quando sair daqui... eu não vou poder fazer nada se você decidir ir atrás deles e dar alguns socos por aí... sabe... você é um homem adulto, eu não posso dizer o que você tem ou não tem que fazer, não é?" Soltou por alto, em um tom doce que chegava a ser engraçado, nem parecia que estava induzindo o amigo a simplesmente bater em pessoas por aí, só porque estava com muita raiva. "Estava com saudades de você, Kerim. Desculpa por ter me afastado"
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Em algum momento daquela alimentação compulsória, os olhos de Kerim ficariam eternamente grudados as pálpebras superiores, de tanto revirarem automaticamente quando avistavam mais uma porção de comida vir na direção dos lábios. Já estava consciente que não adiantava protestar, então só resmungava enquanto comia. "Você é muito convencida, sabia?", mas não estava equivocada, seria muito triste uma vida em que Pietra simplesmente não existisse, ou só não atormentasse os dias dele tagarelando sem parar, ou arrumando desculpas para evitar os treinos, ou fazendo apostas mirabolantes que ela certamente perderia. É, seria uma vida muito triste. "Claro que sim, te daria muita terra de boa qualidade para você cavar e fazer coisas que minhocas fazem. Na verdade, o que minhocas comem?", questionou com curiosidade genuína, jamais tinha pensado na vida de uma minhoca, também nunca tivera a necessidade ou curiosidade antes. Imerso em suas reflexões internas, apenas despertou ao sentir os tapas deixados em sua perna, voltando o olhar para Pietra a sua frente. "Ei! Eu não estou tentando enganar ninguém, estou até sendo bastante permissivo com você me dando aviõezinhos. Mas já estou um pouco cheio, então podemos deixar o restante? Por favor.", pediu, os lábios encenando um biquinho e o olhar se convertendo a um completamente doce e pidão - tinha aprendido com a melhor, afinal.
Por mais que soubesse que o homem não melhoraria de uma hora para outra, vê-lo sorrir daquela forma aquecia o coraçãozinho de Pietra, que aproveitou a deixa para poder dar a ele mais uma garfada da comida. Era estranho saber que agora ele tinha uma outra pessoa, principalmente pela forma que tinha descoberto, mas era bom pensar que o homem tinha com quem contar. "Sua vida seria miserável, sabemos bem disso" os tempos fora do acampamento eram exatamente isso, miseráveis! Sempre que via algo que lembrava o homem fazia questão de mandar, mas ainda assim, não era a mesma coisa "Sabemos que eu seria uma minhoca muito legal, super aceito que me alimente e leve para passear, faria o mesmo com você" a metáfora era uma das que mais gostava, conseguiria amar alguém mesmo se ela fosse inútil para ti? Com dois tapinhas no joelho do rapaz Pietra endireitou o corpo para poder ficar sentada de frente para ele "Mas não vai me distrair senhor minhoco! Sei que vai dormir aqui de qualquer jeito, mas cê tem que comer. Tchop tchop Kerim. Mostra que é um menino grande e não preciso dar na boca"
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Maldito fosse Hefesto e a criação que ele deu para Kerim, como se ele precisasse sempre ser o herói e salvar todos, ou simplesmente não era útil e não merecia viver. Era isso que se reproduzia agora e por aquelas três semanas na cabeça de Kerim, o quanto ele não estava servindo para nada, que era incapaz de salvar aquela que mais queria ver segura, que mais queria ter ao seu lado. Em seu inconsciente, ecoava a voz de Hefesto lhe dizendo que era sua maior decepção, sua pior invenção, juntamente com as lembranças dos treinos exaustivos passados ao lado da divindade. Tudo isso o atingiu com força no momento em que se viu sem Aurora, a cada soco deixado no solo e que de nada adiantava, o chão nem ameaça tremer. O resultado foi exatamente um Kerim danificado, atormentado por sua maior insegurança. Diante de Aurora agora, ele não deixava de ser um espelho do garoto inseguro que foi no passado, buscando pelo perdão da pessoa que mais lhe importava, uma validação que fosse, de que não tinha feito nada errado. O afago entre os cabelos, os dígitos arrastando-se na sua cabeça, funcionou como o conforto que pretendia ser, aliviando parte dos pensamentos negativos que criavam ecos na cabeça de Kerim. Tentava lutar contra o marejar dos olhos, interromper as lágrimas que persistiam em rolar pela face, quando a ouviu de volta e tempo pareceu simplesmente parar. O pequeno sorriso apontando no canto dos lábios. Não observaria, nem diria nada que pudesse estragar o momento, mas seu coração pareceu errar uma batida ao ouvi-la chama-lo daquela maneira, finalmente. Kerim já tinha pensado sobre aquilo diversas vezes, em como se sentia sobre Aurora, qual nome dar para aquele sentimento. Se fosse honesto, diria que já a amava fazia tanto tempo, que não deveria ter se surpreendido daquela maneira. Por outro lado, não podia ignorar que jamais pensou que Aurora fosse classificá-lo daquela forma, queria e desejava muito, mas não pensou, justo ela que sempre foi tão reservada.
"Eu poderia ter feito algo, Aurora.", não sabia exatamente o que teria feito se estivesse ao lado dela quando caiu, provavelmente teria se lançado junto, ou sido arrastado no processo de tentar trazê-la de volta. Era difícil dizer, mas ele continuava se sentindo culpado e, por isso, continuava acreditando que teria algo que pudesse ter feito, que mudaria tudo que aconteceu nas últimas três semanas. "Poderia ter achado meu caminho até o submundo quando soube que era lá que estava. Ou ter melhorado nas oferendas, ou qualquer outra coisa.", estaria até disposto a falar com os filhos da magia, mesmo que estivesse com raiva de todos eles, mas falaria, talvez soubessem de algo para ajudar, mas então tinha aquele detalhe: os braços inúteis. Tinha que ser tão impulsivo, Kerim? Continuaria se xingando internamente, talvez pelo resto da vida. A frustração maior, era consigo mesmo. Ele conseguia perceber o esforço de Aurora para fazê-lo sentir-se bem, mas acabava conseguindo o contrário. Era tão injusto que estivesse exigindo alguma força da parte dela depois de tanto tempo lutando para sobreviver num lugar inóspito para eles, que Kerim começava a se enxergar como alguém egoísta demais. Num respirar profundo, tentou com mais afinco conter as lágrimas, engolindo o choro. "E que bom que voltou e que ainda lembra de mim.", pois tinha cogitado dela ter batido a cabeça na queda e ter perdido a memória. A mente de Kerim o sabotou tanto naquelas três semanas, que ele tinha cogitado muitos cenários extremos, mas, felizmente, nenhum deles acontecia agora. Agora, passado alguns minutos na companhia de Aurora, com a certeza de que ela realmente estava ali e não era mais uma ilusão que sua mente projetava, ele começava a sentir que podia relaxar finalmente. Os ombros cedendo um pouco diante do alívio da tensão que sentia sobre eles, os olhos fechando brevemente enquanto respirava fundo e se permitia sentir a presença alheia, o hálito refrescante contra o rosto, devido a proximidade, o perfume familiar e o toque suave da mão que descia do rosto, pescoço, até o ombro. Percebera tarde demais onde tudo aquilo iria levar, os olhos abrindo de imediato para encontrar os dela aparentemente confusos. Por um segundo, até ele havia esquecido daquilo. Tomou folego, antes que suspirasse de forma pesada. "Eu fiz isso comigo.", preferiu começar com isso, "Quando tudo acabou e eu não consegui te encontrar em lugar nenhum, nem na enfermaria e nem aqui. Eu...", pausou brevemente para que escolhesse a palavra mais adequada, diria que perdeu o controle? Que entrou em desespero? "voltei até a fenda e tentei reabrir ela com as mãos.", ela saberia de um jeito ou de outro, era melhor que soubesse por ele. "A ideia de que estava presa lá, ou que eu poderia ter perdido você, me fez perder um pouco do controle.".
# ────── Mais do que nunca, a semideusa sentia a necessidade de chorar. Depois de desabar com o falecimento de Brooklyn, soltando lágrimas que pareciam ter se represado nos olhos durante anos, imaginava que já não lhe restava mais cristais para lhe ferirem o rosto. O pensamento equivocado, apenas mostrava o quanto havia menosprezado seus sentimentos pelo ferreiro antes, o quão impactante seria tê-lo em seus braços novamente. Três dias distante dele se arrastaram por uma eternidade, um castigo mais cruel do que ser submetida a passar toda sua vida no reino de Hades, o suficiente para fazê-la perceber que jamais aceitaria permanecer separada de Kerim novamente. Embora o choro formasse um nó quase sufocante na garganta, ao ouvir o suspiro pesado se desprender dos lábios alheios, ela soube que precisava se manter forte, manter-se como o pilar inflexível que sustentaria aquele que desabava sob seu abraço. Os dígitos se afundaram nos fios escuros dos cabelos do rapaz, deixando ali um afago reconfortante, um empenho silencioso de se fazer presente e o consolar, enquanto os lábios deixavam um beijo carregado de carinho em seu pescoço. A emoção que se alastrava pelo peito não se assemelhava a nada que já houvesse sentido antes, e para esse sentimento existia apenas uma tradução, uma palavra que estava perto de admitir para o objeto que o possuía. O desejo de permanecer naquela posição pelo restante de seus dias foi adiado, assim que o sentiu se afastar, permitindo que os olhos azuis reencontrassem o par que derramavam torrentes de saudades por ela. Delicadamente, sua mão se arrastou até o rosto para emoldurá-lo, o polegar então limpando os rastros deixados sobre a pele de Kerim, enquanto uma expressão de mais pura afeição estampava seu semblante.
Com a lembrança da promessa firmada pouco tempo antes de sua partida, um suspiro pesaroso se projetou de sua boca. Sabia que não estava sendo responsabilizada pela quebra desta, apenas era uma forma de expressar o lamento que acometia a ambos. ── Eu sei, meu amor. Me perdoa. ── Os lábios ensaiaram a promessa de que aquilo jamais se repetiria novamente, mas por prudência se calaram, pois reconhecia que o controle sobre os acontecimentos em sua vida já não estavam mais em suas mãos. Seu coração estava em pedaços por vê-lo naquele estado, exemplificando o tipo de sofrimento que evitava ao se afastar de todos. Desejava que os papéis estivessem invertidos, pois não suportava ser a responsável por fazê-lo se sentir daquela maneira. Com o ferimento que ostentava no braço captando a atenção do rapaz, novas lágrimas jorravam dos olhos tristes que a estudavam. Confusa com o motivo pelo qual Kerim se culpava pelo ocorrido, ela o observou pedir desculpas, balançando a cabeça em reprovação, incapaz de aceitar a maneira injusta como ele se cobrava por algo que estava além de seu controle. Com suavidade, sua mão voltou a repousar sobre o rosto dele, desta vez erguendo-o para que seus olhares se encontrassem, assumindo uma postura assertiva. ── Ken, nada disso foi culpa sua. ── Disse, sua voz mesclando ternura e firmeza. Reconhecia bem aquele sentimento, pois também havia se martirizado por ter sido culpada pela morte de seu pai, incapaz de salvá-lo, mesmo que jamais tivesse a chance de fazê-lo. ── Não havia nada que pudesse fazer para me resgatar de lá. ── Nem mesmo queria. Imaginá-lo se arriscando daquela forma, apenas para salvá-la era uma ideia que a deixava nauseada. Era tarde demais para que os sentimentos entre eles fossem contidos, mas lhe repugnava submetê-lo aquela posição. Maldito era o amor. ── Foi até melhor que continuasse aqui, vivo, pois me deu uma razão para voltar. ── Delicadamente, um sorriso se moldava em seus lábios, assim revelando a honestidade da declaração. Enquanto seus olhares permaneciam tão próximos, tudo que enxergava neles era tristeza e remorso, o que despertava em Aurora a necessidade de reverter a situação e fazê-lo sorrir novamente, o mais rápido que pudesse. Um beijo foi o suficiente para acalentar o coração atormentado da semideusa, que agora tinha a impressão de que tudo voltava para seu devido lugar. Até que deslizou o toque de sua mão até o braço dele, encontrando ali algo que pareciam ataduras protegendo sua pele. Confusa, ela se afastou, só então se dando conta de que ambos os braços de Kerim encontravam-se enfaixados, fazendo-a arregalar os olhos com consternação. ── O que foi que aconteceu? Quem fez isso com você? ── Subitamente em estado de alerta, mostrava-se pronta para se vingar contra o responsável pelos ferimentos.
#𝟎𝟒. threads ﹂ you put me on and said i was your favorite.#𝟎𝟖. kerory ﹂ maybe i just wanna be yours.#@stcnecoldd
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Mentiria se dissesse que não estava feliz agora que as coisas pareciam voltar a se alinhar. O retorno dos colegas que tinha caído na fenda, a cicatrização quase completa dos braços machucados e a volta aos treinos, com moderação, claro. A rotina era algo que tornava os dias mais fáceis de engolir, ocupar a mente para não pensar na guerra inevitável que se aproximava deles e todos os outros cenários catastróficos ou de incertezas. Por um instante, enquanto caminhava na direção da arena, a mochila com as adagas e bandagens sobre o ombro, ele parou para admirar a interação dos os outros campistas. Tinha passado tanto tempo na enfermaria, sob o efeito de tantas poções, completamente dormente, que não percebera que a vida continuava de alguma forma, que eles ainda tinha motivos para lutar e manter aquele lugar de pé. Não sabia ao certo quanto tempo passou em reflexão, até que suas divagações fossem interrompidas pelo brotar da tela que tomava seu campo de visão. O olhar estreito recaia sobre o desenho fresco, analisando-o por poucos segundos, antes de desviar para aquele que o segurava. "Suponho que sim.", replicou um tanto incerto do que deveria entender sobre aquilo. "É um costume seu pintar pessoas desprevenidas por aí?", não queria soar grosseiro, era uma curiosidade real, mas não conseguiu evitar o tom seco que as palavras saíram de seus lábios.
☁︎ Open Starter
Iria chover. Bem, não era nenhuma certeza, mas do jeito que os céus pareciam meio raivosos e fechados, parecia algo iminente. O vento bagunçava as árvores e levavam suas folhas em uma agitação confusa. No acampamento, a vida parecia tomar seu próprio rumo onde os mais novos pareciam envolvidos em um jogo energético, os pégasos estavam sendo cuidados e o som de vozes mescladas se confundiam com os barulhos da natureza. Era um daqueles dias perfeitos para ser um observador, e em suma, era isso que fazia. Estava concentrado em um canto mais isolado observando MUSE, e talvez não estivesse sendo tão discreto, mas há muito deixara de se importar.
Naquela manhã quando bateu os olhos nelu e depois para a tela em branco que carregava, sentiu no fundo de seu âmago que aquele quadro queria ser MUSE. E agora, lá estava, terminando de pintar o cenário que havia se desenrolado para ostentar as características únicas daquela pessoa. Havia toda uma narrativa épica que se tornara o epicentro da obra, que tinha elu como protagonista. Ficou observando ali por um bom tempo, com o cavalete armado sustentando o quadro, um godê cheio de tinta e os conjuntos de pincéis apoiados numa estrutura abaixo do cavalete junto com uma gama de outras coisas. O pincel se movia sozinho e não estava mais sob seu controle, retratando o belo e o destrutivo, buscando captar as nuances não somente físicas mas em essência de quem lhe inspirava.
Com um rangido levantou-se do banco de carvalho, suspirando longamente e estalando as costas ao se espreguiçar. Descalço, aproximou-se enfim daquelu modelo vivo, portando a obra para entregar-lhe. Foi o que fez, empurrando a tela com a tinta que ainda precisaria de algum tempo para secar. "Essa aqui parecia pedir para te emoldurar. Algumas coisas apenas são, não é?" murmurou com olhar sereno, olhando para a obra por alguns instantes, em silêncio. "Às vezes, é possível capturar bons momentos, mesmo nos dias mais nublados." A voz sonhadora ecoou, e se aquilo era relacionado à pintura ou não, era um mistério.
Ou caso prefira, comenta uma frase daqui, daqui ou daqui + um local, para um starter fechado. (0/5)
Ou comenta o nome de um drink para um starter no luau (0/5)
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with: @kretina
where: píer do lago
prompt: ❛Honorable? You joke, surely.❜
engolir o orgulho era uma tarefa extremamente difícil para Kerim, somar isso com um desafeto que nutria por Katrina, tornava tudo ainda mais complicado, mas não podia ignorar o que ele tinha visto na transmissão, o quanto ela tinha se esforçado para tentar tirar os outros do submundo e o quanto isso parecia diferente da pessoa que ele se lembrava, aquela com a qual compartilhava um passado doloroso. O que deveria ser um comentário positivo, acabou sendo interpretado como piada, ou era isso que parecia quando a ouviu replicar. "Também é uma surpresa para mim estar aqui e dizendo isso para você. Mas foi uma atitude honrosa, Katrina, que eu certamente não esperava de você, considerando tudo", silenciou-se, não precisava retomar os detalhes para que ela entendesse ao que estava se referindo. Suspirou, a mão se arrastando no rosto como forma de mantê-lo consciente do que estava tentando fazer ali. "Acredite ou não, a escolha é sua. É só o que eu penso, Katrina, você pode ter tentado se redimir, ou foi por algum resquício de bondade que tenha aí dentro. Mas não anula que tentou.".
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𝕊𝕋𝔸ℝ𝕋𝔼ℝ ℂ𝔸𝕃𝕃 - UP TO 04 (cada char)
vou estar chamando de call dos pendurados, pois fiz o levantamento de pendencias hoje e tô quase zerada de coisas (então vamos arrumar dividas). também vou chamar de call das atualizações, para que os partners de jogos antigos possam manifestar mais facilmente o interesse por novos, e para que os players novos com quem ainda não tive a chance de plotar brotem aqui também.
escolha: um dos meus chars (kerim, luis ou maya) + prompt: opção 1; opção 2; opção 3 + local (opcional - estarei sorteando para quem não escolher)
#𝟎𝟓. extras ﹂ marked me like a bloodstain.#ooc: deixando esse aqui. volto depois.#respondi os do blog. considerei os abertos com um numero ok de replys. mas se alguém que postou aberto. desejar que responda. é só sinaliza
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"Aah! E eu que sou o mentiroso patológico?", replicou entre risos, talvez os mais honestos que dera nas últimas semanas. Era fato que Pietra sempre conseguiu destravar um lado de Kerim, que ele não mostrava com frequência para outras pessoas, e isso aconteceu de forma tão orgânica, que tinha dificuldade de especificar como, ou quando, apenas se vira agradecido por tê-la em sua vida. "Eu não confiaria muito nisso. Até onde sei, Aurora tem uma memória e tanto.", lembrava-se de cada detalhe que ele havia lhe compartilhado, mesmo os mais irrelevantes. Não sabia ele se por conta do sentimento que nutriam, ou se ela apenas tinha boa memória, mas confiava que era um pouco dos dois. Deitou a cabeça sobre a dela, numa correspondência do ato dela repostasse no ombro, mesmo dolorido, não reclamaria de ter Pietra ali, seu afeto em muito ajudava na recuperação de Kerim. "Não vou deixar ela congelar você, pequena, como poderia ficar sem sua voz irritante no meu ouvido?", implicância talvez fosse a linguagem de amor deles, visto que era o que predominava nos diálogos. Um riso curto lhe escapou, não por ser uma pergunta inválida, por ela ter que fazê-la, já não era obvio? "Amaria você mesmo se fosse uma minhoca, é isso que quer ouvir?"
Podiam falar de tudo sobre Pietra, mas não que ela não conseguia pensar em mil e uma formas de fugir de enfrentar algum problema, o que no caso estava sendo uma coisa para lá de boa "Não me faça contar para ela que tu é um mentiroso patológico que não aceita perder para alguém mais baixa que tu" seria uma mentira deslavada dela? Obvio! Mas não iria deixar que ele saísse por cima. Podia ser contranatural ter alguma relação assim, tão próxima, com uma pessoa que nem mesmo laços de sangue tinha consigo, mas incrivelmente Kerim tinha despertado e aceito o lado little sis de Pietra. E ela amava aquilo. Tanto que cuidar dele não estava sendo nem um pouco custoso para ela naquele momento "Eu falei hipoteticamente! Qual é! Deixa que ela fale o que rolou porque vai que ela não se lembra assim tão bem. Ou não me odeia tanto... Pelo amor dos deuses Kerin, não deixa ela me congelar" choramingou toda da dramática deitando a testa no ombro dele, mas não deu dois segundos para ela virar o rostinho, sem desencostar a testa, para conseguir o olhar "Ainda vai me amar quando eu virar picolé de Pietra?"
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Depois de três semanas em devaneios, era no mínimo natural que Kerim não soubesse mais distinguir o que era real, do que era só uma projeção do seu inconsciente. E se fosse ser honesto, ele conseguia projetá-la quase que perfeitamente. Como poderia ser diferente? Já tinha decorado cada pequeno traço e contorno do seu rosto, a forma como os olhos pareciam mudar o tom, quando fixavam-se nele, até mesmo as ruguinhas que apareciam no nariz, quando ela acabava sorrindo demais. Sabia sua forma de andar e até mesmo a forma que ficava parada. Não que ela fosse previsível, só que ele tinha passado tanto tempo admirando-a, observando em silêncio, que acabou decorando uma coisa ou outra. A única coisa que não conseguira, no entanto, foi fazê-la falar. Em todas as vezes que devaneou a presença de Aurora, ela mantinha um silêncio implacável, tão gélido quanto o ar dentro do chalé trinta e um. Não tinha percebido o quanto sentia falta da voz de Aurora, ou que sua risada era o seu som favorito, até que fosse privado de ouvi-la. Perceberia depois de um tempo que, talvez, essa era a forma do seu inconsciente ajudá-lo a distinguir a realidade, da ilusão. Quando a encontrasse outra vez e ouvisse sua voz, seria real. Ainda imóvel, sentiu-se envolver pelo braço, eliminando qualquer distancia que ousasse existir entre eles. E tudo que tinha reprimido e segurado até então, se rompeu no instante em que a ouviu. A represa que sustentava a avalanche em seus olhos, arrebentou com força, as lágrimas rolando como cascatas dos olhos. Um suspiro desesperado rompeu os lábios, enquanto Kerim tentava esconder o rosto na curvatura do pescoço alheio, entre os fios dourados, espelhando o movimento dela. Tinha muito o que dizer, tanto que gostaria de perguntar e saber, mas naquele instante de choque inicial, acabou abraçando o silêncio, não como uma preferência, mas uma necessidade.
A busca por estabilidade e um pouco de ar, o fez se afastar minimamente, buscando, igualmente, pelo contato visual. As íris escuras ainda embaçadas pelas lágrimas, fixavam-se nas azuis de Aurora. "Pedi para que não saísse de perto de mim, Aurora.", murmurou com a voz ainda embargada. Não era uma reclamação, estaria longe de fazer isso num momento tão sensível para os dois, era mais como uma lamentação, por não ter conseguido impedir o que aconteceu com ela, por ter sentir-se inútil de alguma forma. O olhar desceu, observando-a por completo, analisando cada parte do corpo que conseguia, apenas para ter certeza que estava inteira. Ao fixarem-se no braço machucado, no entanto, ele não conseguiu conter uma nova onda de remorso que se expressava no rolar de mais lágrimas. "Eu tentei tanto, tanto, tirar você de lá. Me perdoe por não ter conseguido, por ter sido tão... inútil.", teria até barganhado ficar no lugar dela, era sua maior oferta, mas os deuses seguiram o ignorando. Nas condições que estava, também não o deixaram desacompanhado para que conseguisse fugir dali, achar um caminho ele mesmo até o submundo. Era péssimo, mas tinha que admitir, havia ficado sentado, quando deveria ter se esforçado mais para trazê-la de volta. Aproximou o rosto dela outra vez, encostando a testa na sua, mas o olhar permanecia baixo, triste e envergonhado por não ter feito nada. "Também senti tanto a sua falta, minha vida.", replicou, por fim, virando um pouco o rosto para selar os lábios rapidamente aos dela, num tom singelo que não se estendeu por mais que segundos, pois uma parte dele ainda temia ser rejeitado por não ter feito mais.
# ────── As horas passadas sob os cuidados dos curandeiros foram tão torturantes quanto aquelas desperdiçadas no submundo, embora nunca tivesse se sentido tão aliviada por rever os outros campistas. Não seria irresponsável de dispensar o tratamento que seus ferimentos careciam, por isso mantinha-se paciente sobre a maca, enquanto seus pensamentos insistiam em permanecer focados naquele que esperava reencontrar ao retornar. A cada instante seu olhar se voltava para a porta da enfermaria, com a esperança de encontrar Kerim a atravessando para recepcioná-la, mas cada segundo passado sem a presença dele apenas contribuía para sua frustração. Onde ele estava? Realmente não se importava? Não demorou para que sua paciência, já desgastada pela saudade, atingisse seu limite. Em vez de se entregar aos interrogatórios, Aurora, ágil e determinada, encontrou uma maneira de driblar a supervisão cuidadosa dos curandeiros, escapando de onde era mantida para vagar pelas áreas comuns do acampamento à procura do ferreiro. Com o braço ferido seguramente firmado pela tipoia, ela propositalmente ignorava os olhares curiosos que eram lançados em sua direção, assim como as pessoas que a abordavam com palavras de boas-vindas ou felicitações sobre sua sobrevivência. Deixaria aquilo para depois, pois seu objetivo era outro. Chegava a bufar com decepção a cada busca frustrada, também preocupada com o paradeiro do rapaz. Não achava possível que tentasse a evitar com tanto afinco e notícias ruins a teriam encontrado no momento de sua chegada. Finalmente resignada, aceitando a derrota depois de tanto tempo empregado no rastreio, decidiu marchar até o chalé de Quione, também ansiosa para se reencontrar com sua cama. A mente estava desperta, mas o corpo ansiava por repouso, uma necessidade que assumiu o segundo plano quando seus olhos avistaram uma figura acomodada na varanda do casebre, aparentemente adormecida.
Seu coração pareceu saltar, perdendo o ritmo por um breve instante, quando finalmente encontrou o filho de Hefesto ali, como se estivesse à sua espera, alheio a tudo ao redor. De repente, sua respiração tornou-se pesada, um reflexo involuntário do maremoto de emoções que tomava conta de seu âmago. Havia antecipado tanto aquele momento, ansiando pelo reencontro e pela alegria de viver novas histórias ao lado dele. No entanto, ao vê-lo diante de si, sentia-se inexplicavelmente paralisada, dominada por uma sensação inédita e sufocante que mal conseguia compreender. Sua presença pareceu despertá-lo e inconscientemente seus pés começaram a guiá-la em direção dele, enquanto uma onda de emoção a envolvia, e seus olhos, prestes a marejar, refletiam a intensidade dos sentimentos que a invadiam. Conforme a distância entre os dois se tornava mais limitada, Aurora perdia por completo o controle sobre o ritmo de seu coração, assim como o sorriso de alívio que se moldava nos lábios. Agora defronte a ele, esquadrinhando seu rosto para memorizar cada detalhe do semblante que a acompanhara em pensamento, não sabia como interpretar a confusão que expressava, mas tampouco teve tempo para pensar a respeito daquilo. Com um impulso, o envolveu com o braço ainda saudável, apertando-o contra si em um abraço carregado de ternura e saudade. ── Eu senti tanto a sua falta. ── A voz embargada quase não se projetava e seu rosto se afundou na curvatura do pescoço alheio. Em silêncio, desejava, com todo o seu ser, poder atravessá-lo de alguma forma, como se, fundindo-se em um só, jamais tivessem de enfrentar a dor da separação novamente.
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where: chalé de Quione
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Os dias pareciam se arrastar desde a partida dos escolhidos. O que era torturante por um lado e confortável do outro, pois Kerim sempre pensava que eles finalmente estariam voltando, que a qualquer momento estaria com Aurora novamente. Mas era torturante quando os dias se encerravam e não tinha qualquer sinal de retorno. Parte dele começava a perder as esperanças, talvez se não estivesse naquele estado deplorável, poderia ter sido ele o escolhido para descer. Ou talvez, os deuses fossem realmente sádicos e mesmo saudável, Kerim seria obrigado a ficar naquele ciclo de angustia e impaciência. Passou os últimos sete dias, assim como passou as últimas duas semanas, vagando entre a enfermaria e o chalé de Quione, perdendo as forças ao que a madrugada ficava mais densa e sua energia era drenada para que o corpo se recuperasse. Sempre adormecia na varanda, noite após noite, e aquela não seria tão diferente. Havia passado na enfermaria para trocar os curativos dos braços, as mãos agora estavam livres, os ossos devidamente recuperados, chegava a ser um alívio sentir o movimento dos dedos outra vez. Mas as bandagens seguiam dos punhos até os ombros, pois os músculos ainda estavam em processo de recuperação. Após isso, pulou o jantar, o apetite parecia inexistente ao anoitecer, e seguiu para o chalé de Quione, sentando-se no último degrau de acesso a varanda, com um largo cobertor sobre seus ombros. O frio parecia mais aceitável na presença de Aurora. As pálpebras começavam a pesar algum ponto da noite, mas ele seguia forçando-as abertas. Por tantas noites idealizou o momento em que ela chegaria, a silhueta familiar desfocada ao longe, ganhando forma a cada passo que ficava mais perto. Ele tinha perdido as contas de quantas vezes o inconsciente o tinha enganado assim. Respirou fundo, piscando mais algumas vezes até que, outra vez, a mente começou a enganá-lo. Começou com algo distante, a curvatura do corpo cansado, andando em sua direção. O braço machucado preso a frente do corpo, enquanto o outro pendia cansado ao seu lado. Kerim não relutou, já estava acostumado a delirar com ela. Quando chegou perto o suficiente, no entanto, algo parecia diferente das outras vezes. Os olhos estreitaram-se ao que ele levantou-se, deixando o cobertor escorregar por entre os olhos e cair juntos aos pés. "Aurora? É realmente você?"
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Até nisso eles tinham que ser polos complementares. Enquanto Isabella se mantinha firme como uma rocha, Kerim era todo sentimentos, a única lágrima no rosto dela, não era nem comparativo para o caminho que marcava o dele, tantas que tivera que usar as mãos para secá-las. O sorriso fraco aparecendo nos lábios assim que ouviu a afirmação alheia. "Fico feliz em saber.", pois teve um tempo, que ele pensou que fosse completamente dispensável e substituível para ela, e isso desencadeou todo aquele desencontro ao longo dos anos, que resultara no desabafo de agora. Queria que as coisas fossem diferentes, se esforçaria para que fossem, por isso, quando o tópico voltou-se para Ava, ele apenas assentiu igualmente as palavras dela. Conseguia ver em sua expressão a dor, a saudade e arrependimento em relação a filha, mas também via a ponta de compreensão, de que realmente era melhor que a menina estivesse longe de todo aquele caos. "Você não falhou, Izzy, pode não ter sido a melhor mãe do mundo, ou mais presente, mas você ainda é a mãe dela e tem tanto direito de fazer parte da vida dela, quanto o Keith. Principalmente se ela também quiser.", talvez aquele não fosse um ponto confortável a se tocar, pois abria margem ao pensamento: E se Ava não quisesse Isabella em sua vida? A rejeição seria muito pior do que a falta de certeza. Mas, se fosse o caso, pelo menos Izzy poderia seguir, no lugar de manter-se estagnada sobre a relação com a filha. "Eu não sei, sempre que tive noticias de Hefesto, foi para fazer alguma coisa para ele, ou algum outro deus. O silêncio dele não me mata, estar aqui sim.". Odiava ter retornado contra sua vontade, odiava ainda mais se ver em cárcere naquele lugar. Diante os relatos de outrem sobre seus sonhos, Kerim se manteve em silêncio, absorvendo cada palavra, atento e cuidadoso para não interrompê-la, mesmo que algumas questões chegassem a ponta da língua, ele segurava. Agora começava a se arrepender do que dissera antes, a possibilidade da garota querer ou não contato com ela. Droga Kerim! "Entendo. É realmente uma visão desconfortável, imagino.", não tinha muita propriedade no assunto. "Um pouco, ironicamente, eu tinha uma filha na minha visão. Estávamos com meus tios, no chalé deles na praia e tudo corria bem, até que a coloquei na cama para dormir e quando saí do quarto, o chalé estava em chamas. Não consegui alcançá-la, nenhum deles. Assisti todos morrerem.", e aquilo ainda pesava em seu peito, a família que sempre quis ter, a filha que sempre quis ter, tudo isso evaporando diante dos seus olhos. "Torço, por nós dois, para que não aconteçam, Izzy. Pois não sei se conseguiria continuar se perdesse tudo.", e acreditava no mesmo sobre ela e Ava.
FLASHBACK [ pós visão do traidor ]
A filha de Deméter sentiu o abraço apertado de Kerim e retribuiu de forma hesitante, uma pontada de nostalgia invadindo seu peito. Era raro para ela permitir esse tipo de proximidade física com alguém, mas Kerim sempre foi sua exceção. O agradecimento dele a tocou tão forte que uma lágrima rapidamente escorreu, embora ela estivesse sorrindo. Quando ele a soltou, Izzy manteve o sorriso leve. ━ Nunca desistiria de você. ━ Era ela quem estava grata por ele não ter desistido, por ter ido atrás, tentando trazer o clima bom entre os dois de volta. Suas palavras eram sinceras, carregadas de um arrependimento velado por todas as coisas que deixara para trás, principalmente Ava. Ao ouvir o comentário sobre Keith querer manter a filha longe daquele mundo, ela assentiu em concordância. ━ Ele está certo em protegê-la. Eu... eu falhei com ela de tantas formas, e sei que Keith tem o direito de me manter distante. ━ O tom da caçadora era mais sombrio e entristecido, refletindo a gravidade da situação com sua filha. Pensar em Ava, em como ela havia deixado a menina para trás, a consumia de uma maneira que ela evitava a todo custo. O suspiro de Kerim sobre os deuses trouxe Isabella de volta à realidade. ━ Eles sempre foram assim, mas dessa vez... é diferente. O silêncio deles está nos matando aos poucos, e ninguém sabe o que vem depois. ━ Ela não gostava de admitir, mas estava começando a duvidar se algum dia eles veriam uma solução para tudo aquilo; e isso a apavorava. Quando ele perguntou sobre os pesadelos, Izzy hesitou por um momento. Era difícil colocar em palavras o que vinha a atormentando noite após noite. ━ A visão do traidor me mostrou Ava nunca me perdoando, e me odiando ao me conhecer. Eu a vi em diferentes fases da vida, crescendo sem mim, sem permitir que eu fizesse parte. ━ Começou a resumir, parando por uns segundos para suspirar. De olhos fechados, como se não quisesse lembrar daquilo, ela prosseguiu. ━ Desde então, tenho pesadelos com essas cenas. Foi tudo tão real. ━ Abriu os olhos e o encarou. ━ A sua visão também foi assim? ━ Ela ouviu dizer que a intenção era mesmo atormentar os campistas, mas não sabia dizer se todos haviam ficado tocados como ela, por dias e noites seguidos. ━ Eu nunca tive visões proféticas, nem nada, como alguns semideuses, mas tudo parece tão de verdade. Quase como uma lembrança. Tenho medo de que isso vá mesmo acontecer. Eu só não aguento mais ser atormentada por essas cenas, esses pesadelos.
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flashback — antes do retorno dos caídos;
Claro que tinha aquela regra de que eram os vivos que deveriam evitar o submundo, muito previsível que Hades, assim com a maioria dos deuses, se isentasse das responsabilidades. Os olhos de Kerim reviraram, ele simplesmente não conseguia acreditar que estava no meio de uma discussão sobre aquilo, principalmente com alguém que considerava tanto, que tinha tanta estima e afeto envolvidos. Era lamentável realmente, que Kitty fosse igual a maioria dos filhos que protegiam cegamente seus pais, estando certos ou não. Mas Kerim não poderia julgá-la quanto a isso, por muito tempo ele teve a mesma postura em relação a Hefesto. "É, você tem razão. Talvez esteja na hora então dos semideuses tirarem as bundas dos chalés e levarem alguma revolução ao Olimpo. Ou seremos peões para sempre. Eu não sei você, Kiraz, pois me parece muito confortável na sua posição de peça descartável nesse tabuleiro. Mas eu não estou.", e fazia algum tempo que não estava, só não colocava para fora com tanta frequência, principalmente com ela. "Talvez precise chegar sua visão, pois diz que não fiz nada, então o que é isso?", moveu os braços com dificuldade, projetando-os para frente dentro das tipoias, ainda enfaixados das mãos aos ombros. "Posso não ter sido inteligente na minha escolha, mas eu tentei fazer alguma coisa. O que você tentou fazer? O que você fez além de continuar no conforto do seu chalé, lamentando por nós, pobres semideuses insignificantes que temos alguém preso lá?", não estava preocupado em ser justo, apenas replicava o mesmo ataque que recebia - mas tinha sido ele quem começara com aquilo. "Eu não sei o que eu quero que Hades faça, talvez mostre alguma coisa de diferente, já que ele sempre faz questão de se separar dos outros. Mas ele é apenas mais do mesmo.", mais uma decepção, queria dizer. Se Kerim pudesse escolher qualquer outro deus como pai, ou mãe, ele teria escolhido Hades, verbalizou isso por diversas vezes ao longo da vida. Mas agora? Não tinha tanta certeza sobre isso. Ele percebeu o estremecer da caverna, as paredes e do chão, consciente que era um reflexo da irritação de Kitty, apenas ignorou. Ela poderia derrubar o lugar, mas jamais faria enquanto ela mesma estivesse ali dentro. "Aponto dedos, pois fiz tudo que eu consegui pensar, Kiraz. Tentei reabrir aquela merda, tentei oferendas, tentei barganha. Pelos deuses, eu trocaria a minha vida pela dela, mesmo sabendo que quando chegasse aqui, ela jamais me perdoaria por isso. Sou egoísta sim, cabeça dura também, mas não sou um encostado que fica pelos cantos se lamentando, não é meu perfil. Se é apenas isso que você vê, então realmente, repito minhas palavras anteriores, você não é quem eu pensei que fosse.".
"No geral, normalmente, os vivos que precisam se preocupar em não pararem no submundo. Sei que essa é uma situação atípica, essa fenda apenas se abriu..." Parou de novo, embora irritada, porque se lembrava bem de como tinha se sentido culpada quando aquilo tinha acontecido. Seus poderes eram relacionados a terra. A própria Kitty adorava abrir fendas e buracos pequenos, embora não fizesse mais com frequência. Temia, de que alguma forma, tivesse causado aquilo. "Nenhum deus tira a bunda de seu trono por causa de semideuses." Estava brava, as mãos se fechando em punhos e se apertando. "Não acho que seja irrelevante a forma como você se sente, mas não é especial por isso. Está todo mundo frustrado. Bravo. Você não é o único com pessoas queridas lá em baixo. Mas o que você quer que Hades faça? Claro, ele vai se curvar a vontade de Kerim Boz, porque ele tá puto. Acorda, todo mundo está." Kitty sentiu as paredes da caverna tremularem, algo quase imperceptível, mas que sua ligação com o solo e as rochas possibilitavam sentir. "Eu estou brava também. Também estou brava com os deuses. Mas porque não faz alguma coisa ao invés de procurar o culpado mais óbvio e despejando sua raiva por aí? Ou é tudo o que sua cabeça racional consegue fazer?" Questionou, abrindo as mãos novamente, sem querer que a caverna caísse em suas cabeças. "Não pode apontar dedos quando não está fazendo nada, apenas esperando que os deuses façam algo. Porque eles não fazem, eles não vão fazer." Estava desiludida, tanto com os deuses quanto com sua amizade com Kerim. Compreendia que ele estava bravo, mas não conseguia engolir sua frustração para acolher e acalentar o amigo em sua dor. "Quer só apontar dedos e culpados porque você está fazendo nada, porque você não pode fazer nada. Essa sua raiva está parecendo apenas frustração consigo mesmo." Era apenas o que podia conjecturar, afinal não conseguia reconhecer os olhos e a ira do amigo.
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O pequeno sorriso apareceu nos lábios de Kerim ao que ouvia as palavras dela, assentindo de imediato. "Não é como se não falasse de você, sabe? Vivo dizendo que é invasiva, irritante e que não consegue me vencer nos treinos.", replicou num tom implicante. Não era tudo verdade, não falava daquela forma ou naquele tom, mas tinha certeza que já mencionara Pietra para Aurora, pelo menos uma vez que fosse. "Mas pode deixar, falarei de como você foi a única a conseguir me tirar daquele buraco. Você e Love.", pois não esqueceria também daquela que o convenceu a ir para a enfermaria, depois que Pietra baixou sua guarda. Observou a reaproximação de uma segunda garfada, os olhos revirando em protesto antes que abrisse a boca a contragosto. Se ele soubesse que ela falaria aquilo em sequência, teria evitado a bocada, pois o riso quase o fez jogar tudo para fora, mas conseguir reter na boca. "Você realmente fez isso? Uau! Bom, ela pode não ter congelado, mas não sei se esqueceu. Céus, vou ter trabalho para limpar sua imagem, não vou?"
A negra estreitou os olhos quando ele disse que não precisava as apresentar, não precisava dizer nada, sabia que não. Ele era importante demais para ela e, por mais que soubesse que o relacionamento deles nunca tivera sido nada perto de romantico, era importante que a pessoa que estava com ele também entendesse e se sentisse confortável com aquilo. "Tudo bem Bossy, mas quando ela voltar, porque ela vai, o senhor vai ter que falar de mim" o sorriso de Pietra era daqueles que passavam o calor da certeza de que iria ficar tudo bem. Talvez por isso as crianças que atendia no hospital gostassem tanto dela... Novamente ela levou o garfo aos lábios dele esperando que ele abrisse antes de pegar um bocadinho para si também "Olha, assim... Talvez, só talvez tá? Eu tenha chamado ela de Elsa e pedido para ela fazer um castelo de neve. Não sei se isso me ajuda, mas se ela não me congelou acho que já deve ter esquecido né?"
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FLASHBACK — ILHA;
Kerim não sabia em qual ponto da vida havia se acostumado com a insônia, ou se realmente tinha se acostumado, pois se fosse ser honesto, existiam dias mais pesados do que outros, por isso ele conseguia concordar perfeitamente com a colocação de outrem. "É. Por sorte, quando os dias são mais intensos nas forjas, acabo gastando energia suficiente para apagar durante a noite. No entanto, já tentei induzir isso a acontecer e o efeito foi contrário, só fiquei mais cansado.", assim fica difícil, sempre que parecia próximo a descobrir alguma solução, o próprio organismo dava um jeito de se sabotar. O riso divertido escapou dos lábios do Boz, um pouco mais alto do que gostaria, por isso, Kerim teve que cobrir os lábios com uma das mãos. "É difícil saber o que pode ofender nossa anfitriã, sinto que os olhos dela estão até aqui dentro.", mesmo longe de suas filhas e sua presença, Kerim tinha a sensação que continuava vigiado, que qualquer movimento ou até pensamento equivocado, poderiam decretar sua transformação na criaturinha, ou coisa pior. "imaginei que sim.", completou ainda no tom divertido, "mas tem que ter algum motivo para sua insônia, não? Além da atmosfera e ameaça de virar um porquinho. Consegue identificar o que está te deixando tenso?", talvez se chegassem próximos da raiz do problema, Kerim pudesse ajudá-lo com algumas soluções. Ou talvez, apenas conversar sobre, distrair-se um pouco, já seria o suficiente. De qualquer modo, o Boz estava lá pelo tempo que Sasha quisesse sua companhia, não dormiria tão cedo mesmo.
⭑🕯️ʿ como prezava pelos momentos de descanso e pelas noites tranquilas para dormir, só conseguia imaginar o quão ruim seria ter que lidar com madrugadas em claro. quando dormia era o momento em que sua mente ficava calma, se não tivesse isso... o quão desastroso seria? “ ━━━ já me sinto esgotado na maioria dos dias, imagine sem dormir?" murmurou baixo, encolhendo um pouco os ombros. sasha se compadecia um pouco pela situação alheia porque lidar com os pesadelos já era ruim o suficiente, mas ficar acordado com os pensamentos? realmente parecia pior. estava um pouco suado da tensão do sonho, mas o ar frio que circulava no quarto já fazia um bom trabalho em lhe refrescar; não precisaria sair do ambiente para andar e relaxar, nem sabia se deveria, considerando que estava cheio de inseguranças quanto a estadia na ilha. “ ━━━ talvez aqui não seja o melhor lugar pra relaxar, considerando que a ameaça de sermos transformados em porquinhos-da-india pode ser bem real." fez uma careta enquanto se remedia na cama para encostar-se contra a cabeceira e encarar melhor kerim. a companhia era boa para espantar a névoa nervosa que ficava quando acordava daqueles sonhos. “ ━━━ tem razão. prezo muito meu sono pra que eu seja levado a sério quando digo que queria ter insônia. acho que minha mente não seria tão forte pra lidar com isso." confessou, sorrindo sem graça.
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#𝟎𝟐. visual ﹂ chasin’ shadows in the grocery line.#ooc: a procedencia essas respostas foi muito duvidosa por motivos de: bêbada de gin! mas é isso. foi uma semana meio merda. mas...#pelo menos o bonitão tá salvo! desculpa aí quem eu assustei. errei e fui moleca#ainda tô devendo minha alma no chat! mas tá vindo aí! não desistam de mim. por favor <3
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flashback — antes da ilha de Circe;
O pequeno riso se fez presente, rompendo o silêncio do Boz. O outro sabia bem como ele era, não se conheciam de hoje e era confortável a Kerim que ele ainda se lembrasse, mesmo que a situação deles não fosse a mesma, ainda detinha muito apreço por Junho. "Sei que sim.", comentou com um riso divertido perdendo-se no ar, o próprio Kerim adoraria dar uma boa lição aqueles garotos, quem eles pensavam que eram? No entanto, o mais importante estava a sua frente, os olhos prendendo-se a figura de outrem enquanto ele conferia o estado do nariz, os olhos acompanharam o apontar ao objeto. "Certo". foi o máximo que emitiu antes de direcionar-se ao frigobar para pegar o gelo que precisava, voltando tão rápido e tão focado, deixando claro que a prioridade era ele, nada além. "Aqui. Tem certeza que só isso vai ajudar? Nenhuma porção ou pouco de ambrosia?", talvez não fosse o caso do último, visto que nada tinha sido quebrado realmente, mas que mal faria? Juno se recuperaria mais rápido e isso era tudo que importava ao Boz. Observou o correr das lágrimas e como um impulso, a mão foi até o rosto de outrem, secando-as conforme conseguia fazer. "Tem certeza? Ainda odeio a ideia de deixá-los impune por isso, querido, não é justo.".
flashback: antes da ilha de circe.
A frase não lhe causou o efeito de sempre, Junho sendo um pacificador, sempre evitou grandes conflitos, mas ouvir que ele poderia quebrar aqueles caras era quase prazeroso, e seria ainda mais se visse isso acontecer, mas ambos estavam envolvidos por sentimentos intensos demais e odiava pensar que o amigo poderia se meter em uma enrascada por causa dele. "Eu sei, adoraria ver isso" Sussurrou, mas logo concordou com ele, ainda que não se importasse tanto assim consigo mesmo, ele achou que era melhor simplesmente não sujar a mão com qualquer pessoa. Kerim tinha esse poder sobre ele, a forma como fazia o seu coração se aquecer e desejar ficar mais tempo próximo dele, não de forma romântica, mas a maneira amorosa que Juno tinha com todas as pessoas queridas. Agora, na enfermaria, após conferir o estado de sua própria ferida, e então apontou para um frigobar que havia ali perto. "Pega um pouco de gelo, vai ajudar a estancar o sangue" Agora o homem não se importava que o seu sangue sujava a própria roupa, as lágrimas apenas deslizaram pelo seu rosto, suspirando porque agora ele sentia a dor e aquilo parecia afetar outra ferida do aprendiz de curandeiro, a sua mente. "Depois eu tomo alguma coisa pra melhorar"
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