Tumgik
maeatravesdoespelho · 3 years
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Então? Bora falar de carreira?
Me formei psicóloga em 2011. Em março de 2012 eu estava colando grau! Olhando pra traz eu nunca esperei que minha vida fosse ser como foi....
Aos 22 sai da faculdade cheia de energia e vibrei ao voltar pra casa com R$4.40 no bolso após meu primeiro atendimento particular, eu sabia que a carreira não seria fácil, mas nunca esperei que fosse ser tão difícil. Dois anos depois desisti de atender para ganhar aqueles mesmos R$4.40. Fui recepcionista, voltei para o consultório e novamente não dava pra pagar nem um sanduíche depois que eu tirava alimentação, passagem e CRP. Aí fui ser boleira, artesã, auxiliar de professor e aí chegou meu pacotinho de renovação.
Larguei a escola por medo de deixar meu filho muito pequeno em uma creche, sei que isso é luxo para algumas mães, mas foi um luxo ao qual eu tive acesso sim.
E meses depois vem a pandemia...
Algumas reinvenções mais tarde eu estava estudando para tentar novamente um espaço na minha profissão, essa que tanto gosto e, modéstia a parte, onde sei que sou boa.
Até aquele momento eu não sabia que havia uma resolução do CFP de 2018 que liberou o atendimento via internet de forma permanente. Esse ano, enfim, eu descobri essa oportunidade!
Com um empurrão eu tomei coragem, arrumei um cantinho da casa para os atendimentos e hoje tenho minha primeira paciente! Só pago o INSS com o valor q ela me paga, mas me renova as energias e me motiva a mostrar pro meu filho que a mãe dele pode muito mais...
A gente sabe que o exemplo ensina mais que qualquer palavra ou sermão! E daqui uns anos quero poder mostrar a ele que "cair e levantar" faz parte da vida, que mudar os planos não é o mesmo que desistir.
Meu filho é minha motivação maior hoje, e espero que ele possa ver isso um dia... Que tudo que faço é por ele, seja para servir de exemplo, seja para ganhar dinheiro e investir no futuro dele....
Voltar não foi fácil, afinal foram 5 anos sem atender! E me encontrar está sendo um processo, reencontrar o ponto certo entre ajudar a manter o discurso e não guiar a sessão, entre me manter assertiva sem tentar adivinhar os sentimentos do outro.
Vou seguindo e hoje com uma visão absolutamente diferente... pensando no meu futuro, planejando os próximos passos, sonhando mas tentando manter pelo menos um pé no chão.
A psicologia clínica é um empreendimento e entender isso ajudou a olhar pra frente sem achar impossível lidar com o que passou, a sensação de fracasso já foi muito maior...
Hoje eu tento ver que foi preciso que meu filho chegasse pra eu ver o quão importante é ser resiliente e que mudar os planos para adapta-los a minha realidade não é desistir, mas permitir que algo se torne real.
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maeatravesdoespelho · 3 years
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Eita, a pessoa vem a cada um ano aqui é? Mesmo precisando de um espaço para falar o que vem a mente (sim, eu sou psicóloga de base psicanalitica) eu venho tão pouco por aqui...
Por não ter um "público" a parte boa é q virou quase um espaço analítico...kkkkkk
Mas bora pras atualizações?
O muleque agora tem 2 anos e 2 meses! Olho pra ele e me pergunto "cara, será q é meu mesmo? Tão surreal eu ter um filho desse tamanho!"
Ele anda levado e voluntarioso, dizem ser o tal do "terrible two", eu chamo de Matheus terrível mesmo! Mas é amargoso de mais... Beijoqueiro, afável. Se antes do nascimento dele eu sentia falta desse afeto físico, hoje ele chega no "mamãe, mamãe...." E me enche de beijos e carinhos e eu fico com o coração cheio. Morro de medo de estar errando em algo todos os dias mas esses momentos me dizem que talvez eu esteja criando ele muito bem.
Mas o assunto mais sério é o desmame.
Eu precisei desmamar ele porque estava ganhando bastante peso por conta da minha ansiedade, como eu tenho uma genética que não me ajuda (histórico de obesidade mórbida na família) eu busquei ajuda médica e como é de se imaginar remédio não combina com amamentar.
Passamos por um processo de meses, e que processo! Primeiro o desmame do dia a dia, depois o desmame do cochilo da tarde e o mais difícil, o que antecedia o sono noturno!
A pediatra sempre dizia que era questão de uma semana no máximo! MENTIRA
Foram semanas de choro, não só dele como meu. Eu pedia desculpas a todo momento por não poder oferecer o que ele tanto queria, explicava q era porque a mamãe estava "dodói" que precisava tomar um remédio que não faria bem a ele, que não era maldade da mamãe mas era necessário para que a mamãe fosse mais saudável para cuidar dele.
Ok, eu sei q provavelmente ele não entendia a metade desse texto, mas eu entendia... E reforçava em mim o porquê da minha decisão. Eu não queria desmamar e pra falar a verdade, se ele pedir hoje ainda me dói. O momento mais precioso pra mim durante todo esse tempo foram as mamadas e tudo que trocamos nesse processo.
Hoje ele não mama mais, pede só as vezes e quando quer eu deixo ele por a boca e tentar sugar (em geral nem suga, só põe a boca mesmo), daí ele olha pra mim e diz: "Abô eche! E agoia?
Se eu pudesse voltava no tempo para amamentar de novo.... Hoje eu acho que eu sinto mais falta que ele, mas sempre repito que é e foi pela minha saúde. Mas não é fácil abrir mão.
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maeatravesdoespelho · 4 years
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Oxi, mais de um ano passou, e aí? O que aconteceu nesse tempo?
Então, senta que lá vêm história! (Entendedores entenderão kkkk)
Bem, vamos as atualizações:
Meu filhote fez um ano! Nossa passou rápido, viu? Mas nesse meio tempo parece que nada mudou muito... Ainda dormimos juntos. Tentamos no chão da sala por alguns meses, depois fomos para a minha cama e aí depois de alguns surtos meus devido as noites mal dormidas viemos para o chão no quarto dele!
No tempo que dormimos na minha cama houveram duas quedas que provaram meu coração e meus nervos, é uma experiência horrível! Como a pediatra pediu pra ensiná-lo a dormir sem o peito e o mais sozinho possível viemos para o quarto dele onde ele teria todo espaço pra explorar a cama sem cair, e cá estamos há 2 meses.
Nesses dois meses ele não dormiu sozinho de verdade nem por 1h! Parece q ele sente se estou no quarto ou não, se eu saio ele acorda e fica irritado o resto do dia, o peito consegui tirar por quase 1 mês, mas só na hora da soneca, depois desse tempo voltamos a estaca zero pois no momento em que ele iria cair no sono chorava constantemente e não dormia por horas e já estava virando outro pesadelo! Continuamos no quarto dele porque mas foi mais porque meu sono melhorou tipo 10% , o que para alguns pode ser quase nada, mas para alguém que dorme mal há mais de 1 ano isso é muito. De bônus as crises noturnas diminuíram de 1 ou 2 por semana para 1 a 2 por quinzena.
Sobre as crises, ele acordava a noite e resolvia que não ia dormir mais, e assim eu levava de 3 a 5 horas para voltar a dormir. Hoje as crises existem mais estão mais brandas, mas as noites estão longes de serem ideais...
É sofrido de mais e se alguma mãe chegar aqui com o mesmo problema não é por mal, não quero desanimar ninguém mas a parada aqui é no sincerão mesmo!
Agora q já abordamos a noite bora pro dia?
Então, lutei bastante contra mas agora estou no automático, a casa faço o que dá, quando dá e como dá, no dia q pari esse menino pari na verdade um chiclete, ele não larga nem 5 minutos, no q depender dele passa o dia vendo tv e mamando (sim, eu sei que crianças não devem ficar na frente de telas, mas ninguém aqui disse que fazia tudo 100% do aconselhado!)
Minha prioridade é ele em 100% do meu dia, mas cheguei a conclusão que preciso ser mais produtiva, não consigo trabalhar e nem fazer nada que tenha prazos e isso está me matando já que eu sempre fiz artesanatos variados sob encomenda para ter alguma renda mesmo quando estava desempregada, então hoje eu estou fazendo algumas costuras mas sem muita cobrança e tentando ainda pensar em algo mais fixo, ou, pelo menos, menos incerto.
Tá sendo uma delícia ver esse pequeno gigante crescer, passamos pelas primeiras roladas, sentou quando fez 6 meses, as primeiras tentativas de engatinhar, avançamos para o andar com 10 meses e hoje ele já corre tudo, tudo mesmo!
Mas bora falar a verdade? Gerar uma vida e cuidar dela a cada dia é incrível mas muito difícil a gente não ver a vida passando e desejar nossa carreira, um corpo no qual a gente se sinta bem, dinheiro pra fazer o que a gente quer... Pode parecer fútil, mas dos itens aí de cima o único q depende só de mim é o corpo.
Após a gravidez minha barriga ficou muito flácida, fiz uma barriga enoooorme, mil coisas aconteceram após o nascimento dele e com a ansiedade todo peso perdido após o parto voltou com alguns a mais e agora estou na luta pra pelo menos voltar a me reconhecer, devido a pandemia, na minha cidade ainda está proibido a entrada de menores de 5 anos nos estabelecimentos, isso e mais a falta de grana não me permitem ir a academia, então vamos malhando em casa mesmo!
Dieta? Aí são outros 500! Te falei que sou ansiosa né? Então, sabe o de desço tô tudo? Nela mesma, na comida... Então, volta lá pro parágrafo sobre o sono e me diz, a coisa não tá exatamente fácil né? Não vou tentar me comprometer com algo q sei que não vou dar conta, se eu perder peso só com os exercícios, mesmo que devagar eu sei q vou ficar feliz de mais, aí se der partimos pra dieta... Além do mais por aqui quem cozinha é o marido, mas ele faz o que quer e o que come, então nada de feijão, salada nem nada que seja saudável!
Ah, antes de ir, a comida do bebê quem cuida sou eu e a dele é balanceada e toda pensada pra ser o mais saudável QUE EU PUDER FAZER!
Até a próxima e espero que não seja daqui 1 ano!
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maeatravesdoespelho · 4 years
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Oiê, voltei!
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maeatravesdoespelho · 5 years
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36 dias de uma linda história de amor... Só que não!
Eu, não me julgue! Ninguém disse que não havia amor! Só não há uma linda história...
Como eu entrei em trabalho de parto espontâneo e ele foi beeeem longo, ngm pode dizee que eu não estava com níveis altos se oxitocina (o tal hormônio do amor), então quando me mostraram meu filho, vendo a cortina da cirurgia abaixar e aparecer aquela criaturinha gordinha e enorme pro padrões de recém nascido meu coração se encheu com um sentimento muito forte, mas só ao sentir o cheiro dele que ficou claro a real força daquele amor...
Daquele momento em diante o movimento de levar o nariz ao topo daquela cabecinha se repetiu inúmeras vezes, mesmo dentro das primeiras 24 horas eu já havia percebido que isso seria um hábito, algo instintivo que eu levaria pro resto da minha vida.
Sentir o cheiro da minha cria é algo que me gera um sentimento de prazer, de ansiedade, de amor...
Mas depois dessa chegada triunfal vieram as frustrações..... não entender seu choro,as horas acordada na madrugada por falta de sono do bebê,a necessidade da introdução da fórmula mesmo que somente por 3 doses, o seio rachado, a incapacidade de lidar com cansaço quando já estou no meu limite e ele brigando com sono, a introdução da chupeta para não comprometer a amamentação (são tantas horas no peito que ele esfola os bicos mesmo com a pegada correta), a minha dificuldade em conseguir fazer ele dormir no carrinho ou berço, o dormir com ele ao meu lado mesmo quando meu pesadelo é a cama compartilhada.. são tantas já, isso sem contar os mesmos, inseguranças, neuras.. tudo que acompanha o pacote...
Mas quando sinto que tô entrando de mais na paranóia ou que a frustração parece que não vai acabar volto a colocar o nariz naquela cabecinha e sentir aquele sentimento do primeiro instante, não muda a sensação mas me lembra do amor e me dá esperança que tudo vai valer a pena!
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maeatravesdoespelho · 5 years
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Já se deu conta que agora você é mãe?
Assim que sai da sala de parto com meu filho nos braços vi o quanto a vida tinha virado de ponta cabeça, no mesmo dia me fizeram uma pergunta que senti que foi quase filosófica naquele meu momento e que não conseguiria expressar tudo o que estava sentindo na resposta que poderia dar, então já na primeira noite pensei em um espaço pra mostrar meus pensamentos, mesmo que não fosse para quem me perguntou, e aqui está ele.
A pergunta foi: você se deu conta que agora você é mãe? Naquele momento eu não tinha me dado conta da dimensão mas ao ver as mudanças no meu corpo comecei a me dar conta de que mais coisas já haviam mudado e eu nem tinha percebido.
Ao me levantar no dia seguinte e enfim me olhar no espelho eu havia pensado que veria uma versão barrigudinha da "antiga eu", mas essa não era a realidade... Fiz uma bela de uma barriga, ficou bem grande pois meu filho nasceu com pouco mais de 4kg e quase 50cm, um meninão pra uma mulher de 1,60!
A flacidez, o volume, as muitas estrias novas... Tudo me assustou! Me olhei no espelho e não vi aquela gordinha que me olhava de volta, ela não era o meu ideal de beleza, mas ver essa nova versão não gerou um impacto positivo. Eu sabia que iria ser diferente e não pra melhor, mas ver tanta flacidez me deixou realmente chocada (sim, não tem palavra melhor do que chocada pra descrever a sensação). O detalhe é que eu nunca fui daquelas mulheres vaidosas, imagino o impacto que tem esse processo pra essas mulheres...
A chegada em casa não melhorou essa sensação, com o retorno veio também a lembrança de que eu era sim mãe, mas antes de ser mãe eu já era esposa, e se antes eu não me sentia sexy (principalmente durante o último trimestre de gestação), agora eu me sentia um bagaço... Uma estranha em um corpo estranho! E é essa a sensação que tenho ainda hoje, quase 1 mês depois do nascimento do meu filho. A sensualidade definitivamente não é parte de mim ou dos meus pensamentos durante o dia, mesmo com os esforços do meu marido em me fazer me sentir desejada, ou é só a seca dele falando alto mesmo, ainda me sinto estranhamente inadequada e nada sensual, sem contar que o desejo anda negativo de tão nulo.
Outra coisa que faz parte do novo visual desde o dia do parto são as olheiras... profundas, escuras e enormes.
Meu parto durou mais de 40h, sendo 32h fora do hospital, mais 5h dentro do hospital sem muita evolução, outras 4h de indução até chegar no trabalho de parto ativo e mais 3h fazendo força pra depois disso tudo encarar a cesárea... Ufa!
Por conta disso tudo já pari com olheiras bem avantajadas, mas meu filho é uma criaturinha da noite, e não melhorou a minha situação.
Falando no parto: se me perguntarem se eu me arrependo de ter tentado tanto o parto normal, quer saber qual seria a resposta? Não, não me arrependo, em nenhum momento senti que eu estava sofrendo... É bem verdade que as contrações do final, entre 8 e 10cm, são muito fortes e também é verdade que a peridural não é nada fácil, mas depois da anestesia eu estava até feliz!
São tantas lembranças desse momento...
Quem sabe um dia escrevo aqui sobre toda história do meu parto?
Mas a maior lembrança de todas é o impacto gigante que senti ao ver o rosto daquela pessoinha que até então eu nem estava ansiosa em conhecer, mas que naquele momento, ao sentir seu calor, não sei descrever a sensação que senti... talvez só AMOR já descreva bem, mas certamente não descreve tudo!
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maeatravesdoespelho · 5 years
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"A maternidade tem um efeito muito humanizador. Tudo fica reduzido ao essencial."
- Meryl Streep
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