mattivray
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the ╱ 𝗿𝗮𝘆 ࿔
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❪ do you even like the sun? it drives you wild ❫matilda "𝗺𝗮𝘁𝘁𝗶𝗲" ray rosenthal, twenty-four, apollo's child.
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mattivray · 1 year ago
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         ٫ 🌕 𓂃 faltava pouco agora para se iniciar o toque de recolher. matilda havia buscado um refúgio na caverna dos deuses; era um dos poucos lugares no acampamento em que havia um pouco de paz. sem a agonia de um aglomerado de jovens hiperativos erguendo mármores e martelando tábuas. sem entra e sai na enfermaria, que parecia mais agitada do que nunca. sem vozes, saídas do abismo que era a fenda; um queda livre que não parecia ter fim, que matilda não havia sido corajosa o suficiente para encarar de perto para além de uma única vez.
                  não era como se as vozes dissessem algo fácil de identificar, mas de alguma forma, matilda sentia como se chamasse seu nome. como se sussurrasse letra por letra, ainda que não se formasse sequer uma palavra. apenas a lembrança a deixava arrepiada. ela não gostava de imaginar o que quer que houvesse no fim daquele abismo. as más línguas diziam que talvez fosse uma queda direta ao tártaro, como uma vez ocorrera com annabeth chase e percy jackson. ela não havia decidido ainda se acreditava naquilo, mas estava o tempo todo pensando sobre, como naquele exato momento. então, a distração de seus pensamentos a fez perceber tarde demais que havia alguém ali. no sobressalto de flagrar a sombra detrás de si ela deixou cair das mãos o sketchbook e caneta que usava para desenhar aquilo que rondava sua mente.
                  “ se a intenção era testar meus nervos, acho que se saiu bem ” ela resmungou, girando a cabeça para finalmente encontrar quem estava ali.
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#                 ──────               Da boca de Aurora, poucas palavras saíam durante a festa, sendo que a maioria delas consistiam apenas nas letras de algumas das músicas que embalavam os semideuses animados que dançavam na pista. Sem o ímpeto de socializar com nenhum deles, distraía-se com os detalhes que o olhar identificava, sem realmente assimilar o que observavam. As luzes multicoloridas a atraíam, servindo como o cenário ideal para seus devaneios conscientes, estimulados pelos diversos goles de vinho consumidos. Não considerava seu estado embriagado, apenas letárgico na medida exata.
Foi devido a distração que não percebeu a aproximação de Matilda e não pôde impedir que seus corpos se chocassem, um reencontro que não a deixava abalada, mas sempre seria o motivo de desconforto. As coisas entre elas haviam terminado como planejado, ainda que os planos da Elysius fossem imaturos e não considerassem os impactos emocionais causados em seu roteiro. Reconhecia a culpa que sentia por abandoná-la de forma tão abrupta, mas tinha confiança de que essa era a melhor forma de privá-la de infortúnio ainda maior, fomentado pelo envolvimento mais profundo que se construiria com o tempo. Seus métodos certamente eram questionáveis, mas suas intenções eram boas e altruístas, uma surpresa para a maioria das pessoas com quem convivia.
Com a frieza herdada de Quione, escondia qualquer nuance de arrependimento, lidando com indiferença ao esbarro acidental, sem demonstrar desdém em relação ao estado de Matilda. A semideusa parecia alterada, mas aquele podia ser o efeito de sua presença, assim como o excesso de álcool. Sem depender de uma distinção, sugeriu um pouco de descanso a outra, recebendo imaturidade em resposta. Restava a Aurora apenas rir com a birra alheia. ── Tem certeza? Me parece incomodada com algo? ── O sorriso singelo amenizava o impacto da provocação, tornando-a uma simples brincadeira banal. ── Sabe que não está me afetando ao fazer birra, não sabe? A única que pode sair prejudicada com isso é você. ── Deu de ombros. A psicologia reversa mostrava-se útil em situações como aquela. ── Eu não vou insistir. Mas, se quiser evitar cair ou vomitar no meio da pista, eu me sentaria se fosse você. ── A casualidade do conselho era o segredo para a persuasão. ── Posso até buscar algo pra comer ou se hidratar.
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mattivray · 1 year ago
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         ٫ 🌖 𓂃 era a vez de matilda ficar responsável por abastecer os trabalhadores na reconstrução das áreas do acampamento. ela havia passado por pontos estratégicos, onde grupos de semideuses se aglomeravam martelando coisas, erguendo pilares, tentando refazer magicamente pisos fissurados. emocionalmente ela estava exausta, mas isso ela conseguia mascarar melhor do que o esgotamento físico. era meio evidente na expressão pálida dela que havia algo de errado. talvez o fato de nos últimos dias, desde que voltou para o chalé de apolo, ela não conseguia dormir direito; ou a necessidade de pular refeições em nome de se manter ocupada na enfermaria, na força tarefa para arrumar de volta o acampamento.
enfim, ela estava um caco― e ouvir a menção descuidada ao meio irmão falecido não ajudou em nada no temperamento momentâneo dela. ela encarou a filha de hermes com uma insensível depreciação, como se a loira houvesse cometido a maior das atrocidades. o kit com água, algumas frutas e uma frasco com uma poção tônica ficou retido no aperto firme da mão; o mesmo aperto que ela deu numa das alças da mochila, ao chegar perto de onde estava, pendurada na árvore.
                  “ talvez seu próximo passo deva ser considerar parar de roubar coisas dos outros ” resmungou irritadiça. ela reconhecia a mochila de aidan, isso a fez ficar mais incomodada com a situação. ao menos a ladra alegava não ter violado o interior da mochila.
                  “ isso pertence ao chalé de apolo. a casa dele. ” a visão turvou com as lágrimas súbitas, mas ela piscou rápido e travou a vontade incontrolável de chorar. “ pretende devolver ou . . . ? ”
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“Agora eu me sinto horrível por ter roubado isso daquele filho de Apolo que morreu...” Olivia falou antes de colocar a mochila do falecido Aidan pendurada em um pequeno galho da árvore mais próxima, aproveitando a sombra enquanto descansava durante o trabalho de reconstruir seu chalé. A mochila estava pesada e cheia de coisas dentro; no dia do roubo, o garoto se encontrou no lugar errado e na hora errada, já que o alvo verdadeiro de Olivia era outro filho de Apolo. Ela apenas confundiu as mochilas quando os dois chegaram juntos no anfiteatro. Aidan era um bom rapaz, ela ia devolver!! “O que eu faço com isso agora? Queimo tudo? Sei lá, né? Eu nem cheguei a ver o que tem dentro.”
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mattivray · 1 year ago
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ previously with zane angeline
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         ٫ ໋ 𓂃 as mãos pequenas de matilda espalmam a grama onde o corpo repousava, alisando a textura fofa como um acalento singelo as palmas agredidas com calos, devido o trabalho pesado que exercera nos últimos dias. ela, junto a outros semideuses, haviam sido colocados como parte da equipe de reconstrução e limpeza de áreas afetadas no acampamento, após o desastre da festa. somado a isso, ela ainda estava alternando em turnos na enfermaria. basicamente, os únicos momentos em que se via a filha de apolo quieta era durante as refeições, após o toque de recolher e nas primeiras horas da manhã, como aquela, onde ela caminhava até a colina meio-sangue e deitava, para olhar o céu.
         nos dias anteriores, aquelas visitas a colina haviam sido solitárias, mas, naquela manhã, para sua surpresa, ela flagrou uma presença chegando. zane angeline. sem sombra de dúvidas, não era a primeira pessoa que pulava na mente dela em esperar encontrar ali, naquela hora, mas ela sorriu brevemente, como quem libera um cumprimento sem palavras e observou enquanto ele deitava ao seu lado. o déjà vu a atingiu como uma onda surpresa, após um mergulho calmo. ela soprou um riso sútil, olhando para o lado; para zane.
                  “ é preciso aproveitar esses momentos ” ela parafraseou, exibindo um sorriso cansado. duvidava que zane fosse lembrar, julgando o quão bêbado ele esteve naquela noite, durante o encontro deles. mas, ela não conseguiu ignorar os paralelos e a previsão que ele havia feito tão inocentemente.
                  “ por que acordado tão cedo? teve um pesadelo ou puseram formigas na sua cama? ”
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ previously with pietra venancio
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         ٫ ໋ 𓂃 bendito aquele que tivesse o dom da telecinesia. matilda sentia que ao fim de toda aquela força tarefa para a reconstrução do acampamento ela estaria com músculos mais desenvolvidos e um trauma bem estabelecido de tentar desviar das tentações que chegassem em seu caminho, como festas clandestinas. ela nunca havia carregado tanto peso na vida ― e nunca parecia ter fim. estava exatamente carregando alguns pedaços inutilizados de troncos para fora do caminho quando sentiu uma farpa atravessar a mão. ela rosnou, irritada, largando tudo no chão em um baque abafado pelo solo.
                  “ MAS QUE― ” ela percebeu um olhar em si, flagrando o momento da explosão. reconheceu pietra venancio, caminhando pelo mesmo caminho que pretendia fazer e refreou o xingamento, sacudindo a mão no ar.
                  “ eu tô bem, ” resmungou, olhando para a ardência na palma da mão, tentando ver como retiraria aquilo dali.
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mattivray · 1 year ago
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         ٫ ໋ 𓂃 matilda estava em choque, num sentido de que sua mente não parava e ela não sustentava nenhuma linha concisa de raciocínio para além do alerta. os ferimentos em aidan, que jazia na enfermaria, eram muito específicos. conversas atravessadas pelos corredores julgavam ser um cão infernal. mas nada daquilo fazia sentido para matilda. desde hades, até petrus gravesend e uma suposta invasão de cães infernais no acampamento. era como se o CHB estivesse envolto de uma redoma invisível, como num globo de neve, e quem quer que estivesse brincando com ele estava sacudindo de cabeça pra baixo, então, tudo estava revirado.
         ela estava a caminho de respostas, então, achou que deveria ir até uma das potenciais fontes. petrus. mas, antes que pudesse sequer organizar as ideias de onde encontrá-lo ou o que perguntar, outra prole de hades a encontrou. através dos olhos familiares de mina era como se ela pudesse contemplar a crise que provavelmente corria dentro da mente. ela estava determinada em caçar o cão infernal e matilda sentiu que deveria pedi-la para respirar e se acalmar, mas, como? ela própria tremia, afetada pela descarga de nervos atribuída a visão de um irmão morto e o pandemônio instaurado.
                  “ estou contigo. ” o coração acelerado, o corpo quente e o impulso sobressaindo o eco fragilizado da razão. ela tinha coisas mais sábias e preservativas para dizer, mas, o que saiu de sua boca foi qual é o plano?
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────    ❝ . . . this is a 𝒐𝒑𝒆𝒏 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓     .      ⸍
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━     ˊ    *    ⧼  Ao avistar MUSE à distância, Will não hesitou em aumentar o ritmo de seus passos, determinada a alcançá-lo o mais rápido possível. Ela sabia que a ajuda do filho de MÃE/PAI DIVINO era crucial para o plano que havia elaborado em sua mente. Com cada passo mais rápido, sua mente fervilhava de pensamentos, imaginando os detalhes da estratégia que planejara. O coração batia forte em seu peito, impulsionando-a em direção ao seu objetivo com uma mistura de ansiedade e determinação. A filha de Hades estava determinada a fazer o que fosse preciso para garantir o sucesso de seu plano, e MUSE era uma peça fundamental nesse quebra-cabeça. "Eu vou atrás dele. Você vem comigo ou não?" Will perguntou, sua voz carregada de determinação enquanto fixava o cão infernal que vagava pelo terreno do acampamento em sua mente. A urgência da situação refletia-se em seus olhos, mas também havia uma pitada de desafio, como se estivesse pronta para enfrentar qualquer obstáculo que encontrasse no caminho. Sua postura era firme, pronta para agir, e ela esperava que sue amigue compartilhasse sua disposição para enfrentar a ameaça iminente.
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mattivray · 1 year ago
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         ٫ ໋ 𓂃 sil��ncio. era apenas o mais duro silêncio. matilda não queria ter saído dos turnos excessivos na enfermaria e tarefas do acampamento para acompanhar a cerimônia dedicada a aidan moore; não queria que sua última lembrança dele fosse aquela. a de despedida. mas pior do que encarar o meio-irmão e a mortalha era a última imagem que tinha dele. o belo rosto dilacerado. vermelho carmesim na pele. imóvel, como um boneco de pano descuidado após uma brincadeira bruta.
         ela saiu da enfermaria porque gabriel ertois havia ido até ela; porque ele sabia que mais cedo ou mais tarde ela se arrependeria de não ter se despedido dignamente. e ele permaneceu por perto, mesmo no estado de silêncio absoluto da filha de apolo ― e entre eles, o silêncio era como um terreno nunca explorado. não pergunte, ela sussurrou, uma vez quando ele tentou checar se ela se sentia fisicamente bem. então ele também sucumbiu ao silêncio; e assim permaneceram por horas, até mesmo depois da cerimônia, de volta ao chalé de íris, não o de apolo, porque mattie não queria voltar lá. não ainda.
         ela dormiu, no colo de gabriel. e quando acordou, foi na tentativa de fugir de um sonho ruim. o sobressalto a fez sentar na cama. sentia os olhos pesados e o nariz ardido, por causa do choro das horas anteriores. o peito subindo e descendo, com a respiração pesada.
                  “ desculpa se te assustei ” disse, esfregando o rosto com as mãos.
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                                       ❛  don't ask.  ❜
gabriel fechou a boca, a mandíbula tensa, mas compreensivo. não, não era o momento de encher mattie de perguntas; era o irmão dela naquela mortalha. conhecia aidan para além da enfermaria, era acostumado com sua presença na fogueira e, acima de tudo, era ciente da adoração que os demais filhos de apolo nutriam por ele. se estava sendo difícil para si, sequer conseguia imaginar o que se passava na cabeça dela. ── não vou. ── assegurou, trazendo conforto na forma de um abraço. podiam não ser mais namorados, mas o carinho que gabriel sentia por ela jamais morreria; doía em seu peito vê-la naquele estado. mais alto que ela, depositou um beijo no topo de sua cabeça, os olhos ardidos em sentimentos entalados e complexos. ── vou ficar aqui, em silêncio, até que me peça pra ir embora. tudo bem assim?
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mattivray · 1 year ago
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                                       📃 TALK YOUR TALK ˖ ⸺   ꒰     ASK BOX   !     ꒱
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mattivray · 1 year ago
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OLIVIA RODRIGO at The Hollywood Reporter's Songwriters Roundtable
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mattivray · 1 year ago
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                   💀 ✶ ― 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊𝐄𝐒𝐓 𝐇𝐎𝐔𝐑 : 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖 ( PARTE 002 ) .
         𝖙𝖗𝖎𝖌𝖌𝖊𝖗 𝖜𝖆𝖗𝖓𝖎𝖓𝖌. a leitura a seguir acompanha os acontecimentos da festa clandestina, tendo como base a narração elaborada através da parte um do pov, referente ao plot drop de número dois; neste caso, será mencionado sangue e morte. menciona-se também o personagem will solace ( npc ) e fica em aberto a participação de quem desejar nas lacunas interativas ao longo do pov.
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         time to wake up, songbird — we gotta go. era típico de matilda cochilar sempre que se sentia confortável demais em um espaço. ela simplesmente apagava, sem perceber; e aquilo era pouco comum levando em consideração que normalmente ela demorava muito para dormir. os pensamentos sempre a deixavam desperta na cama até altas horas da noite, até estar tarde o suficiente para ela se obrigar a convencer o corpo de que precisava descansar ou na manhã seguinte estaria um trapo.          bom, esse tipo de problema nunca acontecia quando ele estava por perto, com as mãos pacientes fazendo círculos no couro cabeludo da menina. os resmungos do que parecia uma canção, " i'm sexy and i know it ", em um tom de ninar. a grama fofa e o ar limpo da colina. era o lugar preferido deles, nas escapadas após o fim dos treinos do dia, quando queriam apenas relaxar. era como um solo sagrado, estabelecido desde que matilda chegou assustada ao acampamento e ele a encontrou se isolando de todos, deitada na grama, como se esperasse uma carona que nunca passava por ali. ele se preocupou em passar sempre desde a primeira vez que a achou ali. então dali em diante, era sempre eles, o céu, o verde infinito, o ar fresco, uma canção controversa de ninar ― e toda vez que mattie abria os olhos, ela via como uma infinidade de cordas trançadas caindo em sua direção; balançando com o vento, quase escondendo o sorriso deliciosamente convencido que convidava os outros a sorrirem junto.
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         ٫ ໋ 𓂃 𝖚𝖒𝖆 alma por outra alma, era o que ecoava no consciente da filha de apolo, na medida em que ela despertava para a realidade. ela havia se enganado com o silêncio e a escuridão, agarrando-se a esperança de que quando abrisse os olhos tudo teria desaparecido, mas, antes mesmo disso, ouvira vozes agitadas, ordens jogadas no ar e passadas pesadas para todos os lados. matilda ainda estava se reconectando com a vida real. ela via tudo, mas não construía uma linha de raciocínio; estava calada, olhando para todos os lados e, julgando pelo seu estado atordoado, a figura que lhe sustentava de pé resmungava insistentemente que ela deveria ir à enfermaria ― ela havia batido a cabeça e havia um corte no alto da testa.
         quis dizer que estava bem, mas, não estava. se sentia pesada e confusa. e como uma boneca de pano, era arrastada em passos apressados, segurada pela cintura e braço direito, atravessando o caminho revirado de galhos caídos, árvores tombadas e chão irregular. achou que aquela visão era preocupante, mas pior que ela estava o centro do acampamento. os olhos castanhos se arregalam para a visão de uma promissora ruína. pessoas demais transitavam as pressas, um turbilhão de conversas paralelas e o ar de pânico generalizado. matilda notou que nas idas e vindas dos campistas que lhe atravessavam o caminho, o número de semideuses mais novos feridos só crescia e a noção disso lhe deu um choque súbito de atenção. ela travou os pés, parando abruptamente a caminhada supervisionada. precisava assumir o controle. precisava ir para a enfermaria, mas não por si. pelos outros feridos. a cabeça dela doía, estava nauseada, mas, tudo aquilo caiu em seu desinteresse enquanto acompanhava mais vítimas seguindo o caminho para o socorro.
         “ vou ficar b― ” cedo demais? ela não teve a chance de finalizar o que pretendia, quando notou que havia um aglomeração maior de curandeiros carregando alguém, já muito adiantados no caminho para a enfermaria. ela teve um mal pressentimento. fosse pela urgência em que passaram, por jurar ter notado algo de muito esquisito no semblante do chefe da enfermaria, will solace, quando ele ordenou que os deixassem ir. e não durou muito mais que alguns minutos quando o grupo desapareceu para dentro da enfermaria até um grito irromper a área externa do acampamento.
         foi como se um raio caísse do céu para o alto da cabeça da filha de apolo. ela sentiu o corpo congelar, numa onda anestésica abrupta, então disparou correndo em direção a enfermaria. curiosos formavam barreiras no caminho, tentando descobrir qual era a nova fonte de tamanha agonia; ela os empurrava e penetrava qualquer pequeno espaço entre corpos, só para tropeçar de passo em passo até o santuário de cura e conseguir atravessar a porta.
lá dentro foi como se o mundo exterior tivesse ficado isolado, por trás de uma barreira de som. ela encontrou os rostos familiares dos meio irmãos, divididos entre a seriedade e um tormento incomum. num dos corredores, se ouvia um choro abafado. os leitos ocupados atraiam os curandeiros inquietos para os semideuses que precisavam de assistência, mas havia uma reunião maior de pessoas em um deles. will saiu daquela direção e encontrou matilda no caminho. os olhos azuis dele pareciam um pouco mais escuro; a tensão em sua mandíbula deixava o semblante dele longe da típica serenidade. era como se prendesse o grito que a pouco alguém havia libertado.
         não vá, ele sussurrou para ela quando lhe tomou os cotovelos com as mãos e encarou direto nos olhos. aquilo a assustou um pouco mais. mas também, alimentou o impulso de desviar do loiro corpulento e cruzar os passos que lhe afastavam daquilo que um grupo de campistas encaravam desacreditados. primeiro ela viu o corpo na cama. a cor carmesim já havia coberto qualquer ponto de tecido e pele visível, como uma camuflagem grotesca. o corpo era magro e visivelmente sem vida e, dado ao estrago no rosto, a primeira reação de matilda foi desviar o olhar assim que esbarrou os olhos nos rasgos sobre o que outrora foi uma face. ela quase não pôde dizer quem era. quase deu meia volta e saiu, agoniada em ver tamanha brutalidade, quando um arrepio lhe subiu a nuca e o coração apertou.
olhando de volta, ela notou que a cabeça tombada no travesseiro carregava um aglomerado de dreads castanhos, sujos de sangue, mas que não disfarçavam a familiaridade. eram como cordas; uma infinidade de cordas trançadas, espalhadas no travesseiro. e olhando bem agora, a pele por trás do sangue tinha aquele tom que lembrava caramelo quando exposta ao sol. e os dedos das mãos grandes eram finos e longos; e em um dos braços tinha o que por anos representava um filtro dos sonhos tatuado, mas agora, lhe faltavam os traços perfeitos.
         “ aid . . . ” a voz travou na garganta. pontos escuros começaram a tomar a visão de rosenthal. o golpe insensível da realidade lhe tirou o ar, então o equilíbrio. sentiu as pernas vacilarem, mas não foi ao chão, porque alguém a sustentou pela cintura. os olhos congelados na imagem do meio-irmão morto. aidan moore. um perfeito curandeiro. um ótimo artista. uma influência. um porto seguro. uma grande interrogação.
por que aquilo havia acontecido com ele? e ali, no acampamento. onde estavam os deuses agora que tudo estava desmoronando, literalmente? por que tanta desgraça estava acontecendo com eles? era um castigo?
         uma alma,
         por outra alma.
                  e que bela alma haviam recolhido.
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         tão querido como fora em vida, a despedida do filho de apolo foi carinhosamente arquitetada, ainda que todo o acampamento estivesse longe de ser o ambiente mais agradável para se ter um descanso final. matilda não havia conseguido falar nada, desde o momento que o encontrou na enfermaria. não achava que seria capaz de dizer adeus para um bom amigo, para um ótimo irmão. eles estavam de voltado a estágio inicial, onde a garotinha de pouca idade, tirada da normalidade de uma vida mortal encontra um pouco do que devia ser confortabilidade em alguém a quem podia chamar de irmão, ainda que tivesse sido criada como filha única.
no início ela não falava muito, no acampamento. depois de reclamada ao chalé sete, aidan fora uma das pessoas que tentaram penetrar aquela gaiola dourada na qual ela havia se trancado. ele disse as vezes é difícil falar ― talvez você devesse escrever.
         então ela escreveu para ele.
         e endereçou a carta para o fogo, logo após o fim da cerimônia dedicada ao repousar daquele sol.
nos campos dourados onde o sol repousa, ecoa a melodia, a tristeza que carrega, pois aidan moore agora repousa, nas asas divinas que o destino entrega. aidan, filho da luz, agora além dos céus, teus passos, como raios de sol, brilharão eternos, tu és a essência da música que aquece os corações, em cada acorde, tua presença é sentida. sentirei sua falta como uma roda em uma fogueira sente a falta de um violão e uma boa canção, para sempre escutarei sua voz, passarinho.                   com amor, songbird.
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mattivray · 1 year ago
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         💀 ✶ ― 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊𝐄𝐒𝐓 𝐇𝐎𝐔𝐑 : 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖 ( PARTE 001 ) .
         𝖙𝖗𝖎𝖌𝖌𝖊𝖗 𝖜𝖆𝖗𝖓𝖎𝖓𝖌. a leitura a seguir acompanha os acontecimentos da festa clandestina, tendo como base a narração elaborada através do plot drop de número dois; neste caso, será mencionado sangue. menciona-se também a personagem ravena ( @blackbvrd ).
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         ٫ ໋ 𓂃 𝖆 coisa mais esquisita sobre bebida, que normalmente deixava matilda rosenthal ponderando sobre era que no fim das contas você acaba tonto, nauseado ou apagado no chão ― e todas as opções levavam a vexame. ela não era a mais resistente ao álcool, pelo fato de não ter o hábito de beber. quando percebeu que, em um dado momento da festa, já sentia o corpo leve demais como se ela própria fosse um balão inflado em formato humano e houvessem cordas invisíveis guiando seus movimentos vacilantes, somado a tontura toda vez que abaixava a cabeça, achou que era hora de aposentar o copo vermelho e tentar voltar a si.
         de minuto em minuto, de música em música, ela foi recuperando a sobriedade, mas, estava longe de ser algo positivo. a leve tontura persistia, apesar de não sentir mais como se o solo fosse um grande vinil preso a uma vitrola. ela sentia um gosto amargo na boca e sede. muita sede. e lembra a leveza anterior ? de peso pena, ela foi para um peso morto. os pés doíam e a cabeça também ameaçava doer. distraída, contabilizando com ravena quantos copos de vinho se dispôs a beber, em nome de definir um limite para nunca mais se sentir como se estivesse prestes a ficar doente, ela demorou a notar que o ambiente foi oscilando para algo menos festivo.
         o som parou. todos pareceram olhar para o mesmo lugar, mas matilda só percebeu que havia algo de errado quando encontrou o olhar da filha de circe congelado naquela direção, com um certo assombro pairando. a cabeça virou rápido demais, o que trouxe uma vertigem imediata. mesmo assim, definitivamente, não era uma sensação pior do que encontrar a silhueta altiva de quíron. o olhar cortando todo o perímetro como se pudesse enxergar até as almas clandestinas que estivessem nas sombras das árvores. ninguém escaparia. ninguém deixaria de ouvir aquela voz rígida, que sem parecer fazer esforços, ressoou como a de um general corrigindo uma tropa incompetente.
matilda foi incapaz de olhá-lo de volta. sentiu que poderia colocar para fora todo o vinho que bebeu, caso enfrentasse o julgamento no olhar do centauro. para alguém tão confortável em seguir regras e não sair da linha, se enxergar numa situação como aquela era uma experiência nova ― e particularmente nada agradável. sim, a festa havia sido boa, mas, valia a pena agora ?
                  cedo demais para ressaca moral, rosenthal.
ela sentiu as mãos de ravena apertar seus ombros caídos e forçá-la a andar. foram juntas cuidar de coletar copos espalhados pelo chão. eu nunca mais participo de uma merda dessas, comentou, já mal humorada, sentindo a garganta doer com o nó formado. ela já não escutava mais os comentários de ravena ou os cochichos embriagados de alguns semideuses ao redor, tropeçando nos próprios pés enquanto tentavam desmontar a decoração. a única coisa que lhe tirou o foco do trabalho com a limpeza foi a pergunta jogada ao ar, seguida de um silêncio esquisito.
         o que quem estava fazendo ali ?
         os olhos subiram, seguindo mais uma vez a direção de onde os outros olhavam. num lapso de pensamento, imaginou que poderia ser o sr. d., mas não lhe custou muito para lembrar que não seria. então ele entrou em foco. ela reconheceu sem dificuldades o rosto inexpressivo d'o corredor ― foi como decidiu apelida-lo entre as visitas programadas na enfermaria, já que não sabia o nome dele. ele estava da mesma maneira que ela lembrava desde a última checagem. olhar distante, rosto pálido, camisa laranja do acampamento e nenhuma palavra ameaçando sair dos lábios cerrados. mas, além do fato dele ter saído da enfermaria sozinho, o que já era suficientemente estranho, alguém constatou algo que logo todo mundo passou a olhar com mais atenção.
         sangue.
         “ é ele . . . é ele o garoto que te falei, ” ela resmungou para ravena. durante a conversa de atualização sobre o acampamento, matilda havia mencionado a chegada do desconhecido e a comoção causada, mas, longe dela imaginar que ele protagonizaria outra. no impulso, contrária a todos ao redor, ela não recuou o passo. os pés tentaram guiá-la na direção do garoto que se mostrava preocupantemente sujo de sangue. era sangue dele? ele havia se machucado? ela não teve tempo de sequer chegar perto o suficiente, quando flagrou a boca do estranho se abrir e dali sair um grito forte.
         a comoção foi imediata. matilda ouviu os suspiros de assombro e percebeu os afastamentos. ela própria sentiu o corpo todo gelar e o coração acelerar, mas não recuou. os pulsos se batem, quando os braços se atravessam num "x", fazendo os fechos dos braceletes dourados se tocarem e acionar a transfiguração destes para duas adagas de lâminas longas moldadas por bronze celestial. a meio-sangue não tirou os olhos do garoto — e por isso viu quando a postura mudou, quando os lábios passaram a bater como nunca haviam feito desde a chegada súbita ao acampamento; quando os olhos dele se mostraram brancos, enquanto uma voz que não o pertencia lhe tirava do véu do anonimato para introduzi-lo a uma audiência atônita.
         petrus gravesend.
         marcado no alto da cabeça pelo símbolo esquelético de brilho macabro.
         hades. uma criança proibida. um filho dos três grandes.
         “ pet— ” a voz de matilda foi calada com o estrondo. de repente, foi como se o mundo estivesse rugindo. o chão treme e, mesmo percebendo a fissura no solo crescer e crescer, ela ficou paralisada, sem compreender o que estava acontecendo. estava presa, olhando para petrus. como aquilo era possível dentro do acampamento? aquele lugar costumava ser o lugar mais seguro de todos, então, como aquilo era possível?
         a atribulação se generalizou em questão de segundos. o chão se abriu e a filha de apolo notou que podia cair naquela rachadura crescente, mas, tudo o que ela fazia era olhar para petrus; para os galhos de árvore que desmoronaram junto com os troncos tombando. ela ouvia os gritos vindo de todos os lugares, mas na medida que o chão abria, abafava todos eles. o corpo vacilou e ela imaginou que seria engolida para baixo, até sentir um baque brusco lhe interceptar pela cintura e ela ser engolida para a escuridão.
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mattivray · 1 year ago
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ 𝔞𝔱  the  counselors'  party  —  mesa de vinhos; ⠀ ⠀ ⠀ ⠀                𝔴𝔦𝔱𝔥 dylan kross ( @mariokross ).
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         ٫ ໋ 𓂃 o par de olhos de corça de matilda adquirem um toque quase choroso, enquanto as sobrancelhas fazem um arco dramático e o beicinho completa a expressão teatralmente adorável, como o de um filhotinho reclamando atenção e vontades ao seu humano. ela estava tentando convencer dylan kross de acompanhá-la numa espécie de karaokê improvisado desde que cruzaram os caminhos e começaram a conversar — fazia algum tempo que não interagiam, mas ela lembrava muito bem das brincadeiras feitas pelo filho de hermes; em algumas foi apenas espectadora, certas vezes, participante. em uma delas até foi cúmplice, mas aquilo fazia tempo demais.
         “ você não está bêbado o suficiente para um karaokê ? isso está beirando a covardia, c'mon ! ”
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ 𝔞𝔱  the  counselors'  party  —  mesa de vinho; ⠀ ⠀ ⠀ ⠀                𝔴𝔦𝔱𝔥  willhelmina parrish  ( @willeminas ).
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         ٫ ໋ 𓂃 𝖔 brinde da banda após a apresentação rendeu muitos abraços e declarações embriagadas de amores e gratidão. eventualmente o grupo foi se dispersando, mas, willhelmina e matilda permaneceram juntas, tagarelando over and over again sobre como era maravilhoso tocarem juntas. mattie estava tropeçando nas palavras para liberar mais um dentre a dezena de elogios sobre a filha de hades, quando foi surpreendida pela confissão súbita dela.
         a sonolência não era de um todo esquisita. mas a ovelha como travesseiro ? aquilo era definitivamente excêntrico e fez a rosenthal rir, então, imitar o som característico do animal, como se desse liberdade para a meio-sangue usá-la de travesseiro. uma garrafa de vinho é furtada, antes que dessem alguns passos para uma área onde havia um pedaço caído de tronco para servir de encosto. lá, ela se sentou e chamou mina para se deitar com a cabeça em suas pernas esticadas.
         “ não sou uma ovelha mas ao menos posso fazer cafuné. ”
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ 𝔞𝔱  the  counselors'  party  —  espaço livre na cachoeira; ⠀ ⠀ ⠀ ⠀                𝔴𝔦𝔱𝔥  gwak blue  ( @blueying ).
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         ٫ ໋ 𓂃 𝖙𝖚𝖉𝖔 bem, jogos de desafios pareciam algo do ensino médio, mas sempre, sempre, funcionam com bebida. matilda e meia dúzia de semideusas estavam reunidas num círculo, sentadas no chão com uma garrafa vazia girando no meio. o jogo era básico — a dupla sorteada tinha que se fazer um desafio mútuo, aquela que não cumprisse era obrigada a se desfazer de uma peça de roupa ou cumprir uma prenda que ninguém da roda ainda teve coragem de sequer chegar a descobrir qual era.
a garrafa girou, girou e parou apontando entre matilda e uma filha de dionísio que parecia estranhamente sóbria, mesmo sendo a que mais bebia dentre elas. o desafio lançado para matilda foi: você vai se levantar, vai dar quinze passos às cegas e a primeira pessoa com quem você encontrar, você terá que beijar. aquilo a deixou mortificada por dentro, mas, ela não quis parecer covarde, então, empinou o nariz e devolveu o desafio.
         “ você terá que encontrar um dos filhos de ares que estão de guarda, então convencê-lo de . . . lhe entregar a cueca dele. ” toda a rodinha explodiu em risinhos e euforia. as duas desafiadas se levantam, acompanhadas de outras duas participantes do jogo, para garantir que cumpririam os desafios. mattie pegou o caminho contrário ao da filha de dionísio. a ideia de caminhar de olhos fechados parecia completamente idiota, mas, lá estava ela, dando seus doze passos largos até colidir cegamente em alguém. ela tombou para trás caindo sentada no chão, rindo. os olhos abriram e a evidência de um rosto surpreendentemente bonito a pegou de surpresa.
         “ definitivamente eu devo me odiar muito . . . ” ela sussurrou, antes de ser erguida e, sem pensar muito, jogar os braços sobre os ombros do rapaz, puxando-o para perto. os rostos colados. ela abriu um sorriso nervoso, como quem se desculpa, antes de convidá-lo para um beijo — o primeiro toque sendo receoso. lábios cor de rosa prendem o inferior dele, num estalo suave.
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ 𝔞𝔱  the  counselors'  party  —  próximo  a  pista  de  dança; ⠀ ⠀ ⠀ ⠀                𝔴𝔦𝔱𝔥  aurora  elysius  ( @stcnecoldd ).
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         ٫ ໋ 𓂃 𝖆 apresentação da ungodly hour havia disparado uma adrenalina na filha de apolo que se sustentava mesmo após fora do palco improvisado. era muito natural que em dias de lua minguante ela se tornasse a criatura mais introspectiva de todas; naquele caso, ainda era o quarto minguante e ela estava flertando entre a timidez excessiva e os efeitos desinibidores do álcool. havia dançado tanto com um grupo de meio-irmãos que os pés doíam e era um tanto notável perceber que a postura dela não estava a mais ereta possível. curvada, para evitar o peso do corpo nos pés cansados — e também se sentia um tanto tonta, algo que não soube disfarçar quando tentou sair da pista de dança e se chocou no ombro de alguém que ela custou pedir desculpas pelo susto ao encontrar a fisionomia com os olhos.
         o par de orbes verdes encarava a filha de apolo. por um instante, foi como olhar de volta para um rastro pequeno de uma aurora boreal, em contraste ao rosto pálido e tão fino que parecia cortante. ela não conseguiu sustentar por muito tempo o olhar da filha de quione. se preocupou em firmar o equilíbrio, então a voz tintilou novamente em seus ouvidos e a missão ficou um pouco mais difícil. a última vez que havia trocado mais de duas palavras não fazia muito, mas, definitivamente não era a melhor das lembranças. no dia da invasão ao acampamento; e antes disso, havia muito mais espaço de tempo desde um encontro. quase como se o verão em que resolveram ceder a curiosidade de unir o calor do sol a frieza do gelo fosse em uma vida passada.
         aurora sugeriu que matilda deveria sentar.          e sim, ela queria sentar, mas, resistiu a vontade.
         por um reflexo imaturo de birra, alimentada pela ferocidade dos efeitos da bebida, ela cruzou os braços, franziu a expressão e se obrigou endireitar a postura, como se quisesse provar um ponto.
         “ eu estou bem. ”
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mattivray · 1 year ago
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⠀ ⠀  ⋆ ⠀ ✶ ⠀ ⠀ 𝔞𝔱  the  counselors'  party  —  cachoeira; ⠀ ⠀ ⠀ ⠀                𝔴𝔦𝔱𝔥  pietra  venancio  ( @pips-plants ).
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         ٫ ໋ 𓂃 “ 𝖕𝖎𝖊𝖙𝖗𝖆 ! ” mattie avistou a semideusa de costas e tentou chamar a atenção. lhe ocorreu só naquele momento que ela ainda não havia parabenizado a instrutora de primeiros socorros em sua conquista pelo título de conselheira do chalé 21. a figura diminuta da filha de hécate estava recostada num grande tronco de árvore, no caminho da cachoeira. matilda chegou perto, exibindo um sorriso amistoso que logo foi desaparecendo na medida que conseguiu enxergar com mais clareza a expressão pálida no rosto da venancio.
i seriously don’t feel too good, ela anunciou. dois passos de recuo, enquanto olhava ao redor, buscando alguma coisa que pudesse ajudar. tudo o que enxergou foi água corrente no horizonte.
         “ tudo bem— heh, o que você acha da gente molhar o rosto um pouco ? te refrescar, colocar você sentadinha, que tal ? ” ela ofereceu o braço para pietra, olhando com aquela apreensão evidente de quem tentava resistir ao nojinho intrusivo de ser vomitada no processo.
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