❝ Yσυ sєєм τσ нαvє мє cσทƒυsє∂ ωiτн sσмє ωαrм-вℓσσ∂є∂ ∂αмsєℓ iท ∂isτrєss... ❞
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Youngblood | An Amour Sucré OneShot (NSFW)
Casal: Nathaniel e Eponine (MC criada por mim)
Tema: Romance e Drama.
Avisos: Essa história aborda temas como uso de narcóticos, linguagem de baixo calão e possuí conteúdo sexual pesado. Leia por sua própria conta e risco.
Classificação indicativa: +18
Observações: Para entender mais sobre a história é recomendado conferir a letra de todas as músicas da trilha sonora. Elas sempre vão mostrar um pouco mais sobre o passado e, talvez, dar uma dica sobre futuras histórias.
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Mesmo do lado de fora do apartamento Eponine podia sentir a música pulsando por todo o seu corpo, acompanhando as batidas aceleradas de seu coração que gritava em alerta.
Isso é loucura. Ela repetia para si mesma, tentando ignorar um rapaz seminu que vomitava em um vaso de planta próximo do elevador antigo. Eu deveria voltar para o dormitório. Tenho aula amanhã cedo.
Mas é claro que ela não deu ouvidos para sua consciência. Em algum momento entre o final de sua infância e o início de sua adolescência ela havia perdido toda a confiança que tinha por essa voz.
— Você está incrível. - Chani disse, parecendo notar a expressão incerta no rosto sardento da nova amiga. — Não se preocupe, eu já vim em festas assim um milhão de vezes. A galera é bem bacana.
— Uhum. - A ruiva respondeu, forçando um sorriso confiante. — Obrigada por me convidar, eu precisava disso.
— Você vai ver, todo mundo aqui precisa dar uma escapada de vez em quando.
— Escapada? Da faculdade?
— Não, bobinha. - Um sorriso sombrio se abriu entre os lábios pintados de preto da garota. — Da vida.
A porta se abriu de repente, revelando um estúdio enevoado, com luzes neon iluminando o ambiente naturalmente escuro e muitas, MUITAS pessoas.
Chani seguiu adiante, passando entre os corpos em movimento com maestria louvável. Ficou claro para Eponine que a amiga não estava mentindo quando disse que era familiarizada com aquela situação, ela parecia... Bem, estranhamente, ela parecia estar em seu habitat natural.
Para todos os lados que olhava a ruiva encontrava situações completamente diferentes. Uma mesa de strip-poker, um grupo jogando minecraft enquanto repassava um bong cheio de adesivos de folha de cannabis, beer pong, karaokê... E o cara seminu que estava vomitando no corredor agora estava pendurado de ponta cabeça no mezanino cantando Chandelier à plenos pulmões.
— Minha nossa...
— Bem vinda ao meu paraíso. - Chani respondeu, gargalhando ao entregar um copo vermelho cheio de cerveja à amiga. — Abrace o caos, sério. Vai te fazer bem. Só toma cuidado, você sabe, com o básico. Não aceite bebida de caras esquisitos, não aceite participar de rituais satânicos e, por favor, não transe sem camisinha.
— Você parece ter uma lista de proibições bem específicas para alguém que está me encorajando à abraçar o caos.
A loira balançou os ombros, dando um longo gole em sua bebida antes de se pronunciar. — Você ficaria surpresa com as coisas que já presenciei nessas festas.
[...]
A música alta já estava começando à lhe causar dor de cabeça.
Nathaniel finalmente levantou da poltrona onde passou a maior parte da festa só esperando que amanhecesse logo, mas aquela noite parecia durar uma eternidade. Ele deixou a garrafa vazia de cerveja sobre a mesinha de centro lotada de outras garrafas, latinhas e copos vazios, sem falar é claro dos pinos e bitucas, e caminhou pelo estúdio, sem um rumo específico. Felizmente o lugar estava bem mais tranquilo àquela hora, a maioria das pessoas estavam no deck aproveitando a piscina, mas ele sabia que ainda era cedo para ir embora. Precisava se certificar de que nada aconteceria.
— ... tudo sobre controle. Não vai te viciar se você souber usar.
Ele ouviu a voz de um de seus colegas vindo do corredor que dava para os quartos, reconheceu imediatamente o discurso programado que estava na ponta da sua língua. Nos anos 70 você só precisava vender, mas em 2019 os jovens estão menos preocupados com o barato, eles querem estar sobre controle, independente da situação. Nathaniel não podia os culpar, depois de tudo pelo que passou quando era mais novo ter controle de sua vida foi definitivamente sua maior prioridade.
— Eu realmente preciso de algo pra me manter focada amanhã. Toda essa pressão da faculdade vai acabar me matando, se a Melody não me matar antes por causa do professor Zaidi...
Os olhos dourado do ex-representante de sala se arregalaram, imediatamente reconhecendo a voz feminina e melodiosa que parecia estar sempre presente nos seus piores pesadelos.
Ele estava evitando-a desde a noite em que a salvou do ataque, apesar de negar isso para si mesmo. Em partes porque se sentia responsável, mas também porque não conseguia suportar o quanto aquela voz ainda lhe tirava do sério. Como podia?
Depois de tantos anos, como ela ainda podia lhe causar tanto estrago?
Seus pés se moveram antes mesmo que pudesse processar a situação. A porta do cômodo estava aberta, um dos caras da gangue estava sentado em um sofá, e ela estava ao lado dele, se inclinando sobre a mesinha de centro com uma nota euro enrolada próxima ao nariz e seus longos cachos ruivos cobrindo os olhos de duas cores.
— Eponine!
Tanto sua ex-namorada quanto o traficante viraram na direção do loiro, ambos surpresos, mas não tão surpresos quanto Nathaniel.
— Nath? Eu não sabia que você...
— Oquê você tá fazendo?! Que porra é essa?!
Eponine abriu a boca, tentando formular uma resposta. Seu novo amigo foi mais rápido, no entanto, deslizando uma mão pela coxa sardenta dela e lhe dirigindo um breve sorriso reconfortante.
— Ei cara, relaxa! Eu e a ruiva só estamos curtindo. Eu ofereci pra ela um pouco do nosso pó mágico como presente de boas vindas, ela disse que nunca tinha vindo em uma festa nossa, dá pra acreditar?! Uma princesa dessas merece convite vitalício para todas as festas da cidade!
— Evan saí de perto dela.
A voz de Nathaniel não passou de um resmungo, mas alto e claro o suficiente para ser entendido pelo outro rapaz.
— Essa festa é sua, Nath? Tá tudo tãããoooo legal!
A garota estava claramente bêbada, o que só deixou o loiro ainda mais fora de si.
Ele atravessou o cômodo com passos rápidos, agarrando o pulso da eslava e a tirando de perto das mãos sujas de seu colega de trabalho e da longa carreira de cocaína alinhada sobre a superfície de vidro da mesinha de centro.
— Nós estamos indo embora, agora!
— Cara, para de ser careta. A gente tava curtindo!
— O Evan disse que eu pareço a Scarlett Johansson, ele é tão fofo!
Eponine agarrou a cintura do ex-namorado, enterrando a cabeça em seu peito e sorrindo enquanto suspirava em contentamento. Nathaniel teria ficado extremamente desconfortável com aquilo se Evan não tivesse se levantado para tentar recuperar sua potencial cliente.
— Espera!
— Dá mais um passo e nós vamos ter que resolver isso da forma difícil, Evan.
O loiro sacou um canivete do bolso da calça, liberando a lâmina e a mantendo abaixada, longe das vistas de Eponine. Sua mão livre envolvia o ombro da ruiva, mas ele não ousou dirigir o olhar em direção à ela, estava no seu limite e tudo de que não precisava era mais incentivo para usar aquela lâmina no traficante à sua frente.
— Foi mal cara, não sabia que ela era sua. Tá tranquilo.
— Foi oque eu pensei.
O caminho até a saída do apartamento foi como um borrão na mente de Nathaniel.
Ele navegou entre a zona do lugar sem olhar para trás, sua respiração rápida saindo quase como rosnados. Felizmente Eponine se manteu em silêncio durante todo o trajeto, sem se opor ou resistir contra o aperto dele.
— Eu tô encrencada?
A voz dela soou baixinho, quase abafada pelo ronco do motor do carro enquanto ele manobrava para fora do estacionamento. Nathaniel resolveu ignorar, apertando os punhos ao redor do volante e se concentrando na rua.
— Eu senti sua falta...
— Mas que porra, Eponine!
Ele quase se arrependeu de sua explosão ao ver a ruiva se encolher em seu assento, tinha tanta coisa acontecendo e ela ainda encontrava tempo para piorar a situação ainda mais. Nathaniel não podia se dar ao luxo de pensar no que eles sentiam, não naquele momento.
— De todas as festas do mundo você teve que vir nessa?! Porque?!
— E-eu não tava tentando te encontrar, eu só... A Chani me convidou...
— Sério? Sua amiga te convidou pra cheirar? Que ótimas amizades você anda fazendo! A quanto tempo você tá usando?!
— Eu não uso nada!
— Não mente pra mim! - Sua mão direita se ergueu do câmbio do carro, agarrando o queixo da ruiva, obrigando-a a olhar em seus olhos. — Sua pupila tá dilatada, não mente pra mim!
— O seu amigo disse...
— Evan não é meu amigo. Ele é a porra de um traficante, e você deveria ter ficado bem longe dele!
Silêncio. Ele fez uma curva fechada, os pneus cantando sobre o asfalto, quando retornou a atenção para a ruiva os soluços dela preencheram o silêncio. Aquilo cortou seu coração, talvez mais do que quando a viu partir anos atrás, mas o estrago já estava feito.
[...]
| POV • Eponine |
Uma pontada em meu crânio me despertou, até onde eu sabia podia estar no meio de uma lobotomia, não conseguia me recordar de nada.
A primeira coisa que vi quando abri meus olhos foi uma bola de pelos branca. Um gato. Ronronando tão alto que fazia minha cabeça doer, apesar de eu suspeitar que àquela altura até minha respiração estava fazendo minha cabeça doer. Eu estava em um apartamento bem arrumado, tinha um copo de água na mesinha de cabeceira que eu esvaziei em um único longo gole, e estava de noite lá fora.
Além disso, Nathaniel estava deitado na cama ao meu lado, aparentemente dormindo. Eu tentei me recordar em que momento durante a festa eu o encontrei, e, o mais importante: Como diabos eu vim parar em sua cama?
O gato (A gata, eu lembrei, seu nome é Branca e eu havia ajudado Nathaniel à adotar ela) miou em protesto quando eu me sentei, mas voltou a ronronar quando cocei sua cabeça. Pensei em acordar o loiro e perguntar sobre o que estava acontecendo, mas quando me voltei para ele seus olhos dourados me encaravam fixamente.
— Belo lugar. - Comentei, desviando o olhar imediatamente. — A Branca tá enorme...
— Eponine.
Eu respirei fundo, mal suportando ouvir meu nome saíndo da boca dele. Havia sido exatamente meu nome a última coisa que ouvi de seus lábios anos atrás, eu sabia naquela ocasião o que ele queria, mas não deixei que ele terminasse, entrei no carro com meus pais e fui embora.
Jamais iria me perdoar por não ter ouvido ele.
— Quanto tempo eu dormi?
Murmurei, ajeitando a meia rastão em minhas pernas enquanto via o loiro se sentar pela minha visão periférica. Ele estava sem camisa e, pelos deuses, seu abdômen literalmente me deixou com água na boca.
— O dia todo. Achei melhor te trazer pra cá pra poder monitorar você. Não sei o quanto você usou, mas não ficaria tranquilo sabendo que você poderia ter uma O.D. no dormitório da faculdade.
— Ah, droga! A prova! O Sr. Zaidi vai me matar! - Fechei meus punhos com força, gemendo de dor quando meu próprio tom de voz provocou uma pontada em minha cabeça. — Espera, O.D?!
Franzi o cenho, deslizando uma das mãos por minha testa. Não demorou muito para que minha cabeça ligasse os pontos, imediatamente reconhecendo o significado das palavras do loiro. E logo tudo ficou mais claro, as lembranças da noite passada ressurgindo e se conectando até que eu estivesse completamente em choque.
— Overdose. - Ele confirmou, provavelmente reconhecendo o olhar apavorado em minha face. — Eponine, o que quer que esteja acontecendo com você pra te levar até isso... Só... não vale a pena, ok? Isso não é vida pra você. Você deveria ficar longe dessa merda. Você precisa ficar longe disso.
— Nathaniel, você me conhece! Eu nunca faria uma merda dessas!
— Eu conhecia você, Eponine. Mas já fazem muitos anos. Nenhum de nós é o mesmo.
O peso de suas palavras me acertou, me fazendo fechar os olhos com força, desejando do fundo do meu âmago voltar atrás e só recusar o maldito convite da Chani. Se eu tivesse passado a noite no dormitório estudando nada disso teria acontecido, e eu não estaria tendo aquela conversa com ele.
— É claro que você não me conhece mais! Eu tentei me reaproximar e você simplesmente fugiu, me evitando como se eu fosse uma doença!
A gata se assustou com minha explosão, se levantando e correndo para longe. Nathaniel a observou por um instante, e então voltou a me encarar. Seu rosto parecia tão calmo que subitamente senti uma enorme vontade de lhe dar um soco, a cicatriz em seus lábios chamou minha atenção, e eu me perdi em meio ao meu próprio surto, tentando encontrar uma explicação ou qualquer outro argumento que pudesse me salvar do silêncio desconfortável que fazia minha garganta se fechar e meus olhos arderem.
— Eu já disse. Isso não é vida pra você.
— Isso não responde porra nenhuma!
Gritei, me virando bruscamente em direção ao loiro, com os punhos cerrados e as longas e afiadas unhas afundadas na palma de minhas mãos.
Minha respiração estava acelerada, bem como meus batimentos. O mundo ao meu redor ainda parecia mais lento do que minha mente conseguia processar, provavelmente um efeito colateral da droga, mas meu ex-namorado permanecia imóvel como uma maldita estátua grega. A porra da estátua de um deus grego tão lindo que eu só conseguia pensar em chorar diante da sua imagem.
— Eu não te devo satisfação alguma. - Ele respondeu por fim, erguendo uma das sobrancelhas douradas brevemente, a cicatriz em seus lábios fazendo parecer com que ele estivesse achando tudo aquilo muito engraçado. — Se você quer se meter em encrenca o problema é seu. Mas não conte comigo pra te resgatar sempre que acabar em apuros, eu não sou seu guarda-costas.
— Não, você só é o desgraçado com quem eu perdi a minha virgindade, não é mesmo?! Eu não significo nada além da menina que você fodeu no colégio!
— Eu te amava e você sabe disso, pare de tentar me culpar por algo que eu não fiz! Você era tudo o que eu tinha e mesmo assim resolveu ir embora mesmo sabendo que eu te amava! Você me deixou porque tinha medo!
— CALA A BOCA!
Mesmo com meus reflexos atrasados pela bad trip, de alguma forma meu corpo reagiu imediatamente as palavras do rapaz. Eu me lancei contra ele, uma de minhas mãos mirando seu peito enquanto a outra tentava acertar um soco em sua face estupidamente linda.
É claro que eu fui impedida sem nenhum esforço, ele só segurou meus braços e me observou, completamente inabalado, mas bem lá no fundo, refletido em seus olhos dourados, estavam espelhados todas as emoções descontroladas dentro de mim. A dor, a raiva, e, acima de tudo, o sentimento de estar perdido no escuro. Uma solidão e sentimento de vazio tão profundos que me fizeram soluçar.
Até que o ódio retornou, mais forte e selvagem, explodindo em meu interior e me fazendo rosnar enquanto lutava para socar seu peitoral definido.
— É mentira! - Eu retruquei, minha voz encontrando problemas para se manter estável em meio aos soluços. — É mentira! Cala a boca! Eu te odeio!
O vento zumbiu em meus ouvidos e meus cachos ruivos se espalhando pelo lençol branco quando, de repente, me vi prensada debaixo de Nathaniel. Sua respiração estava pesada, suas mãos prendiam meus pulsos com força contra o colchão, um de cada lado da minha cabeça, e seu corpo estava suspenso sobre mim, suas pernas entre as minhas, o calor emanando de sua pele desnuda me deixando alerta sobre a proximidade de nossos corpos.
Eu tentei engolir o choro, exercendo um esforço sobrehumano para prender os soluços em minha garganta. Meu peito doía tanto que a dor em minha cabeça agora não passava de uma lembrança distante.
Ele não estava mentindo, eu sabia, e isso só tornava tudo pior.
Meu choro pareceu despertar o loiro de seu transe, eu senti o aperto em meus pulsos diminuir. Sua expressão furiosa foi suavizando, até que só restasse o olhar de pena, definitivamente o combustível que eu não precisava para me sentir ainda pior.
Estava pronta para gritar novamente, me debater, lhe atacar, qualquer coisa que pudesse fazer eu me sentir menos impotente. Mas então, em um ato completamente impulsivo, ele diminuiu a distância entre nossas faces, tomando meus lábios em um beijo urgente que arrancou o fôlego de meus pulmões imediatamente.
Ninguém jamais havia me beijado daquela forma. Havia tanto desespero, tanta fúria, tanta dor... E então, em meio àquele turbilhão intenso, estava o sentimento que eu havia tentado reprimir por anos desde minha mudança. De repente era como se eu precisasse daquele beijo assim como ele, como se a ausência daquela carícia fosse literalmente nos levar à morte.
Minha razão tentou lutar contra aquele sentimento, gritando para que eu empurrasse ele para longe e voltasse a gritar sobre como tudo o que ele fez foi me machucar. Mas meu corpo já não tinha forças para lutar, seu cheiro havia invadido meus sentidos, suas mãos deslizavam por minha pele despertando arrepios por todo o trajeto e antes que eu pudesse me dar conta do enorme erro que estávamos cometendo, eu me entreguei ao momento.
— Você não me odeia. - Ele resmungou por fim, sua voz rouca soando inflamada, perigosamente ameaçadora. — Diz pra mim!
— Eu te odeio. - Reafirmei, meus olhos fixos nos dele. De alguma forma, finalmente provocar alguma reação nele era prazeroso, mesmo que o machucasse, ao menos eu sabia que ele ainda sentia alguma coisa. — Eu te odeio tanto que meu peito dói quando penso em você. Te odeio tanto que tenho vontade de chorar quando te vejo. E o seu cheiro, ele parece que está impregnado em tudo, como se eu não pudesse viver um segundo da minha vida sem sentir essa dor que...
Seus lábios voltaram a me calar, me fazendo ofegar e arquear o corpo, minhas mãos agarrando seus fios loiros, apertando-os entre os dedos com tanta força que pude ouvir Nathaniel rosnar em meio ao beijo. Aquilo, é claro, só me incentivou ainda mais.
Veja bem, eu sempre tive problemas de raiva. No ensino médio era o estereótipo da garota problema, a junkie que praticava bullying com os valentões. Mas Nathaniel sempre parecia saber o que fazer para contornar todos aqueles sentimentos ruins dentro de mim. No começo, é claro, ele só ficava horrorizado e desaprovava minha personalidade inquieta e imprevisível, mas em algum momento ele acabou assumindo para si a responsabilidade de me manter longe dos pontos de conflito, e desde então eu nunca jamais havia dirigido minha raiva para ele.
Até aquele momento.
Eu sofri muito com nossa separação, e pra minha mente adolescente aquilo foi o fim do mundo. Depois de termos terminado de vez ele nunca mais se deu ao trabalho de me procurar, nunca sequer mandou uma mensagem. Tudo o que eu queria agora era me vingar de toda a dor que aquela adolescente estúpida guardou dentro de si, todo o rancor, todas as noites em que fui dormir chorando... Eu só queria que ele sentisse a dor que eu havia sentido por tanto tempo.
Minhas unhas afundaram em suas costas estupidamente musculosas, trazendo-o para mais perto enquanto mordia seu lábio inferior e o puxava, deliciando-me com cada grunhido de raiva e, provavelmente, dor.
Para a minha surpresa, quem quer que fosse o novo Nathaniel, ele não parecia querer controlar minha raiva. Ele queria alimentar ela ainda mais.
— O que mais você odeia em mim? - Sua voz não passava de um sussurro, mas era tão firme e autoritária que só consegui arfar em resposta. — Responde!
Uma de suas mãos agarrou meu pescoço, seu dedão pressionando o centro da minha garganta, deslizando rumo ao queixo. Não era um aperto doloroso, mas definitivamente era pessessivo. Tão possessivo quando a forma como eu havia agarrado seus cabelos.
— Eu odeio o quanto você não parece se importar com mais nada! Odeio o fato de que você parece não sentir nada nunca! - Sua boca envolveu o lado livre do meu pescoço, mordendo o local e depositando um chupão tão forte que fez meus dedos dos pés se retorcerem. — E-e-eu odeio... Eu odeio não conseguir mais te afetar!
— Você quer que eu sinta ódio de você?
O loiro retrucou ao pé do meu ouvido, praticamente rosnando. Eu tentei balançar a cabeça, concordando, porque estava difícil falar qualquer coisa naquele momento sem gemer.
— Qualquer coisa. - Choraminguei por fim, deslizando uma de minhas mãos por sua face. — Eu quero que sinta qualquer coisa por mim, porque preciso saber se você ainda sente algo, seja o que for...
Novamente ele me calou com um beijo, dessa vez menos furioso e mais... intenso, como se ele estivesse se deixando realmente saborear cada toque de nossas línguas.
Sua mão livre alcançou o zíper do cropped de couro que eu usava, abaixando-o e libertando meus seios, que àquela altura estavam mais do que agradecidos por poderem respirar ar fresco.
Nathaniel não perdeu tempo e logo estava massageando um dos seios, seus dedos beliscando o bico rosado, arrancando de mim um gemido abafado pelo beijo.
— Hmm, isso é novo...
Segui seu olhar, observando tensa enquanto ele deslizava o dedão pelo piercing em meus mamilos. A sensação era tão intensa que eu não pude evitar de me contorcer brevemente, agarrando mais uma vez os cabelos do loiro afim de me manter sobre controle, o que aquela altura era um tanto quanto inútil.
Com certo choque eu vi o ex-representante de classe abrir um enorme sorriso travesso, e o resquício de sensatez dentro de mim gritou diante do perigo eminente, mas antes que eu pudesse bolar qualquer resposta malcriada sua língua deslizou por um dos meus mamilos já tão sensíveis, me fazendo fechar os olhos e, de uma vez por todas, desistir completamente de contra-atacar.
Sua boca envolvia minha pele, chupando meu seio de forma faminta. Eu sabia que estava perdida, em um estado tão deplorável que só conseguia gemer e puxar seus cabelos quando, vez ou outra, seus dentes resolviam mordiscar o bico, puxando-o brevemente antes de voltar a sugar.
— Nath...
— Você queria que eu sentisse algo?! - Resmungou, me fazendo abrir os olhos com certa frustração. Uma de suas mãos ainda envolvia meu pescoço e a outra soltou meu seio, agarrando um de meus pulsos e guiando minha mão até sua ereção. Estava tão duro que eu literalmente senti minha boca salivar. — Você conseguiu! - Ele rosnou, me fazendo arfar mais uma vez e, instintivamente, apertar o volume em sua cueca. — Eu tô louco pra te foder, Eponine. Não consigo parar de pensar em você desde aquela maldita noite. Não importa o quanto eu tente te esquecer e fugir de você, você é como a porra de uma sereia! Eu sei que isso vai acabar me matando, mas eu simplesmente preciso de você, mesmo sabendo que você vai fazer eu me afogar na porra do mar.
— Meu deus, você é TÃO nerd!
Minha gargalhada ecoou pelo cômodo, e eu simplesmente não conseguia parar de rir, mesmo quando seus olhos dourados me encaram cheios de selvageria e a mão em meu pescoço voltou a pressionar minha garganta. Para piorar eu podia ver um sorriso lutando para escapar pelo canto dos lábios do loiro, e de repente eu sabia que era verdade.
Tudo aquilo, inclusive a parte onde ele queria me foder.
— Eu te odeio. - Repeti, a risada morrendo subitamente diante de minha realização. Meus dedos massagearam mais uma vez seu membro, arrancando um suspiro exasperado dele, e então eu sorri, finalmente satisfeita. — E quero que você me foda como se me odiasse também.
Suas mãos agarraram meu corpo, me girando com uma facilidade extraordinária e me colocando de bruços contra o colchão. Com o pouco de espaço que restava para me mover eu empinei minha bunda, esfregando-a contra a ereção de Nathaniel e o fazendo rosnar em resposta até que, em um ato que me pegou completamente de surpresa, sua mão desceu contra um dos meus glúteos, depositando um tapa que me fez afundar o rosto nos travesseiros afim de abafar um gemido alto.
— Isso!
Incentivei, me amaldiçoando logo depois por deixar ele saber que eu estava gostando. Não que fizesse muita diferença, já que mesmo quando éramos namorados eu sempre implorava que ele fosse mais rude, então ele sabia que eu ia gostar. A diferença era que agora, aparentemente, ele também estava gostando de fazer aquilo comigo.
— Você gostou, não é? - Ele provocou, parecendo ler minha mente. — Admita!
— Eu te odeio!
O observei por cima do ombro, arfando, o sorriso felino que brilhava entre seus lábios rosados deixando claro que ele já sabia exatamente o que faria comigo.
Nossos olhos se encontraram e, de repente, o barulho de tecido sendo rasgado sobrepôs o de minha respiração acelerada quando Nathaniel afastou minha saia e rasgou, sem piedade, a calcinha preta de renda que eu usava.
— Ei, era uma calcinha da agent provocateur!
— Foda-se.
Eu não tive muito tempo para protestar sobre a lingerie cara que eu havia comprado em Londres no verão passado.
Sabe quando as pessoas usam a expressão "Ver estrelas" para quando sentem uma sensação extremamente forte que a faz perder todos os sentidos por alguns segundos? Bem, elas não estão exagerando.
O barato da droga não era nada comparado ao que eu senti quando Nathaniel finalmente me penetrou.
Ele estocou com força, me fazendo agarrar os lençóis e gritar seu nome tão alto que provavelmente até a Ambre do outro lado da cidade saberia o que estávamos fazendo naquele apartamento, mas eu não me importei, porque eu estava literalmente à beira de um precipício, perigosamente próxima de gozar com uma única maldita estocada daquele deus grego filho da puta sobre mim.
— Vamos, diz que me odeia!
Agora era ele quem estava rindo, isso é, em meio aos grunhidos de prazer que soltava à cada nova estocada. Sua mão livre agarrou meus cabelos, enrolando-os ao redor de seu pulso e me puxando conta ele ao apressar o ritmo.
Vejam bem, crianças: Vocês provavelmente já devem ter visto um pornô, certo? Levando em conta que... Bem, a internet existe.
De qualquer forma caso não tenham visto, vocês ainda assim devem saber como as mulheres sempre são supostamente escandalosas em um pornô, sobre como elas parecem estar sempre próximas de um colapso mental, gritando à plenos pulmões, certo?
Bem, deixe-me te esclarecer uma coisa: Quando a transa é tão boa que você realmente acha que vai ter um infarto enquanto goza, você fica absolutamente sem palavras.
Não sem palavras no sentido de lisongeada, como "Ah... Será que eu chamo ele de cachorrão? Isso seria sexy? Ele vai se sentir viril se eu disse isso?" não, longe disso na verdade (bem longe, eca). Você só simplesmente NÃO CONSEGUE falar. Não importa o quanto você queira gemer de forma sexy um "Oh yes, oh god" como a Mia Khalifa te ensinou, você simplesmente não tem forças nenhuma para emitir nada que não seja o doce som do desespero. Isso é, o som do seu corpo entrando em pane porque parece simplesmente impossível sentir tanta quantidade de prazer de uma só vez.
Provavelmente é seu cérebro tentando decidir se é um orgasmo ou um ataque cardíaco também, mas eu sou só uma junkie e você deveria consultar um cardiologista antes de entrar de cabeça nessa coisa de trepar com raiva.
Então lá estava eu, transando com meu ex-namorado depois de sobreviver à uma possível overdose de cocaína porque, por algum motivo, a Eponine bêbada achou que precisava encher o cu de drogas para sobreviver à faculdade sem assassinar a Melody ou transar com o professor Zaidi na frente de toda a sala de aula em um surto digno de Um Dia de Fúria.
Que forma patética de ingressar a vida adulta, ein? Só seria mais patético se, ao invés disso, eu tivesse recusado o convite da Chani e tivesse passado a noite escrevendo fanfics eróticas sobre personagens de um date sim.
Sim eu estava meio obcecada por The Arcana.
— Eu estou mandando você falar Eponine!
Sua mão livre espalmou novamente minha bunda, e eu encontrei forças, de alguma forma, para gemer alto seu nome, por mais que estivesse realmente tentada a chamar ele de princesa como o Castiel costumava fazer. Afinal, porque não? Aposte alto ou vá para casa, não é mesmo?
— Eu te odeio!
Rosnei entredentes, o que soou mais como "Eu febndwnjfjeb ODEIO". Nathaniel gargalhou novamente e puxou meus cabelos, me obrigando a inclinar a cabeça para trás enquanto seus quadris se chocavam contra os meus com brutalidade, preenchendo o quarto com o doce som molhado das estocadas.
— Mais alto!
— Vai se foder!
— Eu disse mais alto!
Outro tapa. Meu corpo estremeceu e minha intimidade pulsou contra o pau dele, fazendo-o gemer e depositar outro delicioso tapa.
— Eponine!
Dessa vez foi ele quem gritou, sua voz tão imponente que meu corpo respondeu imediatamente contra a minha vontade, explodindo em um orgasmo que, mais uma vez, me fez perder completamente os sentidos.
— Eu te odeio!
Minhas unhas afundaram nos lençóis, rasgando o tecido ao passo em que eu colapsava contra o colchão, tremendo e ofegando desesperada em busca de ar enquanto o loiro mantinha as estocadas, quase como se quisesse me castigar, o que eu sinceramente não duvidava.
— Eu te amo, porra.
Ele sussurrou contra meu ouvido quando, com uma última e decisiva estocada, Nathaniel atingiu seu próprio orgasmo.
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