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[Sessão Crítica] Mortal Kombat
O tão esperado momento chegou! sim, o novo “MORTAL KOMBAT” já está entre nós há alguns dias e dividiu opiniões dos fãs e críticos mundo a fora. A minha resenha é exatamente sobre essa divisão que também me atingiu.
O filme traz um elenco promissor e desconhecido que no meu caso achei válido por não conhecer o trabalho de alguns deles. Achei que a caracterização de cada um deles ficou bem produzida e o desenvolvimento do protagonista pelo menos não deixou a desejar.
Os coadjuvantes que não deixam de serem importantes para tudo no filme tiveram a inserção até que satisfatória como foi o caso da Sonya Blade (Jessica McNamee) e do Jax (Mehcad Brooks).
Outra grande observação é sobre o respeito que tiveram enquanto as respectivas etnias dos personagens. Temos uma variedade grande e coerente ao que já víamos nos games e sabíamos das histórias/origem de cada um deles. Então foi um complemento que encaixou bem (atores com suas etnias e seus personagens interpretados).
Algo que eu me preocupava muito era com os efeitos especiais, mesmo vendo que no trailer a qualidade era boa. A aplicação dos poderes e cenários enquanto CGI me agradou, só pelo fato de não ter ficado algo nível “Os Mutantes” da Record Tv, deixa o filme pontual nesse requisito rs.
A passagem rápida de alguns personagens, principalmente os vilões sem explicar de onde vieram e coisas do tipo, pode sim ser um ponto a ser criticado já que é válido essa apresentação mínima que seja para os fãs que esperavam vê-los no longa. Assim como o roteiro que segue em ritmo frenético com poucas pausas para respirar ou deixar o filme frio, fazendo com que as vezes a sensação de roteiro raso venha a aparecer no resultado final.
Ainda enquanto roteiro, a velocidade dos 3 principais atos que o constrói não chega a atrapalhar o desenrolar da história, mas deixa um gostinho de quero mais, no sentido de que se tivéssemos mais alguns minutos de filme, o que falou neste primeiro longa, poderia ser cumprido. Mas isso são expectativas que nós espectadores criamos então, lidemos com isso haha...
Um dos maiores alvos de elogios foi a adaptação do personagem Goro ( Angus Sampson), que ficou sensacional do começo ao fim, por mais que os feitos dele na história do “MORTAL KOMBAT” vão além do que foi mostrado nesta primeira parte da franquia. Quem sabe o “Montaro” vem aí para agradar nossos olhos na sequência né?
Vale lembrar também que a trilha sonora e as lutas trazem sim o cheirinho de infância/nostalgia que é o que esperávamos desde o anúncio da nova adaptação. A minha maior crítica de tudo foi a ausência de personagens importantes como a ‘Sindel’ e ‘Kitana’ já que tivemos a Milena (Sisi Stringer - clone da Kitana) neste primeiro filme. Não encontrei lógica em traze-la sem explicar sua origem como clone. Vamos aguardar o que está nos planos da Warner enquanto a linha do tempo, linhagem genética dos personagens.
Mas não só elas fizeram falta como também os cyborgs que aparecem no clássico dos anos 90, sendo assim outra grande expectativa para os próximos filmes.
De forma resumida, “MORTAL KOMBAT” vale a pena ser conferido sim! Apesar dos pesares temos um longa que cumpre seu papel de nostalgia e entretenimento enquanto filme. Fãs e não fãs se decepcionaram ou se satisfazem assistindo ao longa de acordo com as expectativas que foram criadas como havia dito anteriormente.
Espero que nos próximos filmes tenhamos um roteiro melhor, personagens mais elaborados e apresentados e que nossa linha do tempo/genética deles não sofra alterações drásticas a ponto de não reconhecermos nossos favoritos.
Mais novidades sobre a sequência ou sobre o mundo do cinema local e internacional, vocês encontrarão no nosso instagram e página do facebook.
Até mais!
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[Sessão Crítica] LIGA DA JUSTIÇA ‘Snyder Cut’
por Paullo Fernando
Após o desastroso corte de ‘2017′, temos o tão esperado corte do mestre ‘Zack Snyder’ que de fato salvou o filme e animou uma legião de fãs mundo a fora. A nova versão é sucesso de críticas e de público, já se tornando o filme mais vendido da plataforma em poucos dias. Minha resenha será direta, fazendo algumas comparações de ambas as versões.
Vamos começar falando de algo que para minha surpresa não foi criticado por ninguém, a duração do filme. São 4 horas de duração que para muitos virou de 2 a 4 partes para conseguirem terminar tudo. Eu vi gente demorando 1 semana pra assistir, teve gente com 2 dias de sessão e cada um a sua maneira pra conferir do começo ao fim.
Uma das coisas que mais me agradaram no filme além claro da melhoria de efeitos visuais de forma geral, foi o novo ‘Lobo da Espete’, um dos vilões do filme. No primeiro corte tivemos algo tão patético que não digno nem de ser chamado de vilão, enquanto um longa que reuniria os maiores heróis da ‘DC’.
O CGI que eu vi no cinema nem se compara com o que conferi nesse segundo corte. A impressão que dava na primeira versão é que fizeram o filme as pressas, desenvolvendo até os personagens de forma rápida e sem valorizar minimamente a história individual de cada um para inseri-los assim, no grupo de heróis.
Outra grande mudança que foi esperada e bem comentada desde que vazaram a notícia, foi o uniforme preto do ‘Superman’. Além de combinar com o tom obscuro que ‘Snyder’ trouxe nesse corte, o uniforme fez jus ao retorno desesperador do herói para salvar a terra com seus amigos.
Por mim a briguinha desnecessária que ele tem com os demais da Liga podia ser cortada pois é totalmente fútil e forçada. Aquele velho elemento do cinema clássico onde a mulher acalma o homem e blablabla... (usado também no Huck da Marvel).
‘Snyder’ não só recria o universo trazendo efeitos de ponta, como também traz uma atuação melhor principalmente nas cenas de ação que me fizeram rir no primeiro corte. As cenas das amazonas em ação nos primeiros momentos de invasão do ‘Lobo da Estepe’ são marcantes e difíceis de serem superadas, principalmente se compararmos com como elas eram lá na primeira versão.
Na verdade o que temos aqui é a valorização do que foi mau feito. Temos o empenho dos atores de refazer algo não só pela grana, mas da pra sentir que fizeram por respeito e amor aos fãs dos heróis que eles interpretam. Se você acompanhou as notícias de todo o processo de produção desse novo corte, irá me entender.
Vale destacar o carisma do ‘Flash’ que leva uma pitada de “luz” para o lado obscuro que ‘Snyder’ pincelou aqui.
Resumidamente, as 4 horas de filme compensam sim, é algo que passa até rápido dependendo da sua disposição em assistir tudo. Eu não conseguiria dividir em várias partes ou em duas para terminar, acho que a experiência diminui (minha opinião). Tudo isso claro que graças ao novo roteiro que flui maravilhosamente e não deixa brechas para que o tédio adentre na sessão.
#justiceleague#ligadajustiça#zach snyder's justice league#zack snyder#dccomics#dc#goiania#cinema#critica
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[Sessão Crítica] #Alive
por Paullo Fernando
Um dos grandes destaques da plataforma ‘Netflix’ nesta quarentena é sim um filme de zumbi. Tema super evitado devido a lembrar o estado atual do mundo, onde a pandemia predomina desde dezembro do ano passado quando tudo começou na China.
O filme é sul-coreano e já traz um hype enorme pegando carona no grande sucesso que foi “INVASÃO ZUMBI (2016). A grande surpresa para todos e até mesmo deve ter sido aos responsáveis pela produção e para a própria plataforma, foi esse sucesso e comentários sobre o filme mundo a fora.
O filme mostra ser agitado e interessante de seu cartaz até seu trailer. Ambos mostram zumbis violentos e sobreviventes envolvidos a era tecnológica como equipamentos de sobrevivência, inserindo o contexto então a uma geração mais atual. Tudo acontece dentro de um apartamento e em sua vista (a rua), onde lá de cima o personagem principal, On Joon (Yoo Ah‑In) se insere no apocalipse zumbi, tentando entender o que está acontecendo e o que terá que fazer nos próximos dias sozinho em um prédio infestado de mortos-vivos.
O filme caminha até bem nesse período em que o personagem vai se adaptando, enfrentando as dificuldades já esperadas que são escassez de comida e água e claro, a solidão. Mas a chegada da outra protagonista Kim Yoo (Park Shin-hye) torna tudo mais interessante e agitado mesmo que por pouco tempo.
Obviamente a chegada dos demais personagens fazem o mesmo efeito no filme, mas o drama se torna o grande dono da trama desde então já que a última morte mostra uma outra visão de sobrevivência que ao meu ver foi inserida de maneira rasa, mas deixou essa sensação para o desfecho.
O filme em si não alcança o auge que esperávamos vindo de “INVASÃO ZUMBI”, a fórmula de zumbis super funcionou, os personagens principais carregam todo o roteiro nas costas. Um desfecho pobre e clichê nos deixa com uma pitada de decepção, o que não torna o filme ruim ou que cheguemos a não indica-lo para os amigos.
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[Sessão Crítica] Mistério de Mim
por Denner Sardanha
O documentário, O Mistério de Mim, foi escrito e dirigido pelo diretor Éder dos Santos. Lançado em 2018 com duração aproximada de 14 minutos, o filme apresenta relatos em depoimentos de conhecidos, amigos e familiares de José Carlos, um homem que segundo a população da cidade de Silvânia, em Goiás, desapareceu após um terremoto ocorrido há mais de 10 anos.
O documentário foi o vencedor de Melhor Filme da X MAU - Mostra Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás, participou da “12ª Mostra - Amor, a morte e as paixões” e de outros festivais. O filme tem como trilha original a música “O Mistério de Mim”, composta por David Young e interpretada por Valter Mustafé.
A narrativa fílmica tem a estrutura feita em blocos de entrevistas feitas por amigos e familiares, imagens de cobertura da cidade de Silvânia e imagens de arquivos. O documentário brinca entre a ficção e a não-ficção através dos depoimentos dos personagens ao ponto de duvidarmos se realmente aconteceu um terremoto na cidade. Os argumentos do prefeito, da mãe e da delegada da Polícia Civil e da professora que se emociona ao falar de José Carlos apresentam fatos críveis do desaparecimento de José Carlos, é importante ressaltar nesse ponto que uma das coisas que chamam a atenção é a temática de desaparecimento de pessoas e quão importante é o serviço do Disque- Denúncia que ajuda no processo de investigação desses tipos de casos. Outro ponto que vale destacar é a filha do socorrista, Jordana, que quebra os argumentos mostrados anteriormente trazendo a dúvida sobre se ocorreu ou não um terremoto. O ponto cômico da narrativa permeia sobre a história das galinhas não botarem ovos após o desaparecimento de José Carlos, onde Eduardo, coordenador de eventos, desiste de participar da entrevista e os extremos ao qual a filha do socorrista quebra os ovos na frente da câmera questionando se as galinhas não botam ovo e a mãe e a ex namorada que argumentam que após o terremoto e o sumiço de José Carlos as galinhas ficaram tristes e não botam mais ovos.
A respeito da parte técnica do filme temos a fotografia que trabalha muito bem com os enquadramentos das entrevistas utilizando o padrão de leitura no ocidente da esquerda para a direita, sendo assim os personagens estão à direita do quadro, aos olhos do espectador é mais confortável visualmente. Porém, existe uma quebra nesse padrão com a filha do socorrista que está à esquerda do quadro e assim podemos imaginar pelo fato de seu argumento ser ao contrário dos outros personagens. É trabalhado também imagens de arquivos com fotografias de José Carlos, o que dá mais relevância para dar credibilidade ao desaparecimento gerando comoção e expectativa no espectador. Unindo-se a isso temos a montagem pela qual a narração em off dos personagens sobre as imagens de arquivos e de cobertura que são apresentadas para argumentar determinado fato da história ou para complementar o argumento da história. Já a direção de arte teve o cuidado de trabalhar em vários ambientes da cidade, para trazer mais conforto e segurança para os depoimentos de cada personagem. Em relação ao som, observa-se que os seus elementos são característicos da cidade do interior, nos primeiros planos que ambientaliza a cidade temos acordes tocados em instrumento de cordas e barulhos de pintinhos no terreiro que remetem a cidade interiorana e a emoção nos depoimentos dos personagens.
De certa forma, o que se destaca em tudo isso, é a dúvida se José Carlos desapareceu mesmo em um terremoto na cidade de Silvânia. Ficou interessado na história? Assista também, tenho certeza que você vai dar boas gargalhadas.
Assita ao curta completo aqui:
youtube
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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[Dica Mandrake] ARTE E HEAVY METAL
por Victor Faina
Um livro que se originou do trabalho de conclusão de mestrado de Igor C. Rodrigues, retratando a cena de rock e heavy metal do triangulo mineiro, sob o olhar acadêmico da Arte. Esse livro é um documento, simplesmente por contar o que aconteceu e não deixar a história passar em branco, também é mostrado para o leitor como o underground consegue produzir tantas obras que normalmente passam despercebido ou até mesmo ignoradas pelo grande publico. O único porém, é ler esse livro em 2020 em meio a pandemia e com shows parados pelo país, a vontade de ir em um show é grande e muito bem transmitida pelo autor. Esperemos essa pandemia acabar, afinal o rock/heavy metal é formado pelo corpo vivo e lá presente em shows formidáveis!
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[Sessão Crítica] Suspiria
por Bruno César Leal
Suspiria (2018) é dirigido por Luca Guadagnino e inspirado no filme de mesmo nome de Dario Argento de 1977. É considerado um ‘remake’, mas na realidade, é uma produção bastante independente da sua antecessora, usando apenas de pequenas pontos convergentes para formar uma narrativa completamente nova: apenas os nomes de algumas personagens são iguais, mas o clã de bruxas e suas práticas macabras são abordados de formas completamente diferentes. Suspiria (2018) conta a história de Susie (Dakota Johnson) que possui o sonho de tornar-se uma dançarina e viaja para Berlim, onde consegue ser admitida na companhia de dança dos seus sonhos. A intrigante mitologia de Suspiria apresenta um mundo perigoso e suspenso em mistérios, retratando figuras extremamente poderosas, com sede de sangue e motivadas pelo prazer da dança.
Na mitologia do filme existem três mães: suspiriorum, tenebrarum, lacrimarum e é partir de uma delas, a mater suspiriorum, que a história se constrói. Os diversos elementos cinematográficos se convergem e se acrescentam. A fotografia de Sayombhu Mukdeeprom (colaborador recorrente de Guadagnino) propõe angulações e perspectivas que captam as personagens em diversas circunstâncias: close-ups e ângulos abertos constroem-se em grande harmonia e são usados em momentos certos, numa montagem eficaz e que cria um suspense, por seus cortes secos em cenas de diálogos, e outros cortes fluídos em cenas com maiores movimentações. Existem outros aspectos que também são valorizados e potencializados pela fotografia: as cenas de dança (grandes ápices dos filmes) como a cena em que Susie dança e ao mesmo tempo, tortura Olga e a cena de dança do ‘Volk’, que demonstram grande complexidade em suas construções narrativas e uma maestria em suas execuções, demonstrada em sua captação, conseguindo absorver nuances de atuações e uma gama de movimentos corporais.
E quando digo que os elementos se potencializam, gostaria de citar também a direção de arte/design de produção, pela construção do cenário de uma Berlim de 1977 e fazendo um uso inteligente das cores, primeiramente em suas ambientações, com tons marrons e pastosos, e quando existe a intenção de evidenciar algo, uma cor mais intensa e mais saturada surge, como o figurino das personagens. Um dos casos é o de Susie Bannion que no início veste cores mais frias e menos chamativas, mas no ato final do filme e em determinados momentos, veste um vermelho sangue, digno de uma grande e chocante revelação. E de forma geral, todos os figurinos captam bem este aspecto temporal dos anos de 1970.
Madame Blanc (Tilda Swinton) possui uma postura inegavelmente dominante e quase opressora e Tilda consegue interpretá-la eximiamente, com diálogos dispostos em uma imensa naturalidade e com uma expressão corporal firme, ereta e inabalável. Um dos detalhes curiosos é que Tilda Swinton é uma das produtoras do longa, além de grande amiga de Luca e interpreta três personagens (Madame Blanc, Dr. Josef Klemperer e Mother Helena Markos). Ela é irreconhecível em cada uma das suas encarnações, o que vale à uma enorme dedicação do trabalho da equipe de maquiagem, criando fraturas expostas, corpos decadentes pelo tempo e criaturas tenebrosas (como a figura da morte, em uma das cenas finais).
Thom Yorke (integrante da banda Radiohead) é o compositor da trilha sonora e apresenta uma trilha que consegue captar bem a necessidade das cenas. Nas cenas de dança, por exemplo, as músicas são mais vibrantes e intensas, acompanhando e propondo a movimentação das personagens e em cenas de suspense, ele propõe uma trilha mais sóbria, mas igualmente sombria, fazendo uso de violinos e sons reverberantes. A trilha foi composta previamente a gravação do filme e foi a partir dela, que as coreografias foram concebidas.
Existem pontos que me desagradam no filme, alguns em termos de roteiro: como a presença do Dr. Josef Klemperer (Tilda Swinton), que por vezes flutua na narrativa, como se procurasse o seu lugar ideal e nunca o encontra, primeiramente, ele aparece como um psicólogo, depois como um investigador, em seguida um intruso e para no fim, tornar-se um homem que sofre pela perda do seu grande amor. Existem momentos que a presença de Klemperer são necessárias para o desenvolver efetivo da narrativa, mas por vezes, tal presença se expande e poderia ser facilmente substituída pela presença de qualquer personagem já pertencente e mais relevante ao longa, sem que soasse como algo que foi ali encaixado. O arco de redenção do personagem é interessante, mas não coincide com a proposta geral de apresentar um clã de bruxas vivendo às sombras de uma Berlim em tempos de crise em 1977.
Luca apresenta um trabalho de um grande diretor, quando consegue propor uma complexidade técnica: a execução da fotografia, as intensas coreografias, ambientação e figurinos impecáveis, bem como o uso da trilha sonora e a realização da montagem, que na minha opinião, são os pontos altos do filme. Além de conseguir dirigir grandes atrizes, como Tilda Swinton e atrizes mais jovens, como Mia Goth e Chloë Grace Moretz, sendo capaz de motivar atuações convincentes. No entanto, o outro dos meus problemas perdura em relação sua protagonista: Dakota Johnson, que na minha opinião não consegue captar a intensidade e nuances necessitadas em algumas cenas de Susie, como na cena final e em cenas de diálogo com Madame Blanc, onde ela é completamente ofuscada pela presença de Tilda Swinton. No entanto, a atriz faz um bom trabalho em criar uma figura que no início e em algumas cenas, são necessárias grandes doses de apatia.
Suspiria, aqui no Brasil denominado de “A Dança do Medo” é uma narrativa que trata-se de várias versões da maternidade e da figura da “mãe”, além de questões que envolvem abuso de poder, excessos da natureza humana e perigos iminentes da mente. Suspiria é uma obra ideal para aqueles que adoram suspense e terror em reencarnações diferenciadas do(s) gênero(s), aqui fazendo o uso da imagética do clã de bruxas, da dança e extremos body horror.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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[Sessão Crítica] Donnie Darko
por Richard Kelly
Esse filme eu assisti depois de muita insistência da minha esposa, já havia visto alguns trechos (famoso “pegar o filme pela metade”) e sempre achava tudo meio sem lógica, sem sentido, principalmente aquele coelho que na minha cabeça era um ‘alienígena’ ou ‘ser demoníaco’ colocado ali só para assustar/estranhar o público. Uma noite, chegando de madrugada da rua, comentei com minha mulher sobre um sonho engraçado que tive, uma espécie de ‘deja vu’ de algo que posteriormente ao sonho vivemos na realidade aquela noite, ela então brincou que eu estava viajando no tempo da ‘realidade’ dentro do sonho, assim como “Donnie Darko”, ela viu que fiquei excitado e curioso com essa ideia, ai ela sugeriu quase que como uma ordem: chegando em casa você precisa ver “Donnie Darko”!
Assistimos a uma excelente versão dublada que está disponível integralmente e gratuitamente no ‘youtube’, confesso que ter chegado tarde da noite e ver um filme completo muda a experiência de uma forma pessoal, mas os filmes são isso para mim, feitos para qualquer hora, qualquer lugar, qualquer momento... e dependendo do lugar e/ou do momento toda a interpretação pode ser paralela e diferente ao que seria se assistíssemos em uma outra hora, outro momento, outro lugar... sei que algumas pessoas não tem esse tipo de sensibilidade, mas na minha opinião acredito que a maioria tem.
Sobre aspectos técnicos não vou discorrer muito, é um filme bem feito, de certa forma econômico quando levamos em conta características como arte/cenário/figurino, não há nada muito ‘grandioso’, ele se passa em uma década diferente do ano de produção, mas são apenas 20 anos de diferença, não havendo assim grandes dificuldades de situar o filme em uma época. Possui uma certa ‘ação’ como fogo, tiro..., mas nada ‘esplendoroso’ também, falo isso usando os atuais filmes de heróis e ficção cientifica como base de comparação. Talvez a cena mais ‘complexa’ de ter sido gravada com relação a efeitos especiais tenha sido a do final do filme em que uma turbina de avião cai inteira em uma casa.
A trilha sonora é primorosa: uma seleção de musicas dos anos 80 (época em que se passa o filme), e com essa ferramenta simples eles nos situam com intensidade na época sugerida, os planos também são de um cuidado especial, o plano sequencia em que o ator principal, depois de fumar um ‘baseado’ sai de um ônibus escolar com seus colegas e entra na escola é também precioso, uma fruição de movimento de câmera de emocionar os adeptos a esse tipo de plano, a sincronia com que o plano vai flutuando e revelando os arquétipos da escola é algo que dá vontade de voltar umas 5 vezes e ver de novo, a música tocando e todos vivenciando o ambiente escolar deixando a escola e todo o ‘cenário’ tão vivo, que arrepio nesse momento em que lembro e escrevo sobre.
Eu acredito que no que concerne a aspectos técnicos o que mais tenha sido complexo e dispendioso tenha sido elencar os atores que participam, a Drew Barrymore é produtora executiva do filme, nesse caso ela deve ter abdicado do cachê ou abatido de qualquer outra forma, já que ela lucra com o filme; só que ela não é a única estrela dessa constelação, temos o protagonista Jake Gyllenhaal que já era um ator considerado na época, temos Jena Mallone, Mary McDonnel, Patrick Swayze, Noah Wyle, e o melhor ator de sua geração em Hollywood na minha opinião: Seth Rogen que fazia uma de suas primeiras aparições no cinema.
Indo agora aos aspectos conceituais (não vou descrever muito a história do filme pois devido à complexidade, qualquer leitura de uma crítica desse filme deve ser feita depois de ver o filme por completo), reconheci no filme uma grande obra prima cinematográfica; havia muito tempo, ou talvez pela primeira vez na minha vida reconheci a mistura de ‘vida’ e ‘sonho’ em um filme, ele sintetizou para mim como o ‘tempo’ e o ‘espaço’ podem ser relativizados de forma tão poética. É um filme de loop sim, não sei se foi o primeiro desse ‘gênero’, mas com certeza de todos que já vi até agora para mim esse é o mais intenso/verdadeiro/puro. Quando o filme iniciou eu já sabia que era um filme assim, tanto que até brinquei com minha esposa: “(...) é um filme de loop né!?”, e ela disse: “(...) é sim, mas é diferente de todos loops que você já viu até hoje.” E ela tinha razão, não é só um loop egoísta que no final resolve tudo e pronto: “final feliz”, é um loop altruísta... ah, mas algumas pessoas poderão dizer: “(...) esse não é o primeiro filme de sacrifício que existe, nem o último...” eu concordo, mas eu nunca havia presenciado um sacrifício em um filme tão: “real”, tão verdadeiro, eu senti que era eu ali, e que também era qualquer um, não da maneira: “(...) estou jogando videogame e sinto que sou eu ali.”, e sim de uma maneira poética, inexplicável, como se o filme quebrasse uma barreira das dimensões, abrisse um portal, e dentro dele tudo é estático, tudo é eterno, um segundo e todos os segundos do universo se fundem... por isso digo aos que eram como eu: não veja o filme “pelas metade”, é preciso ir do começo e chegar ao final, é como um orgasmo, o final é o ápice, e todas as respostas viram perguntas e todas as perguntas viram respostas, pode parecer subjetivo, mas depois de ver o filme completo a maioria dos espectadores, acredito eu, irão ter mais perguntas do que respostas sobre o verdadeiro objetivo desse filme tão esquizofrênico, isso pode parecer cansativo ou desanimador, mas quando é colocado em forma de poema como foi o caso de “Donnie Darko”, as perguntas e respostas que irão surgir em sua mente irão dançar uma bela dança ritmada, sincronizada, harmonizada e isso vai te da prazer e te dar mais vontade de pensar nisso tudo que é o universo e a vida.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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[Pipoca Play] The Elder Scrolls V: Skyrim
por DANNILO SANTIAGO
The Elder Scrolls V: Skyrim (Bethesda Softworks, 2011) é um jogo eletrônico de RPG, ou seja, Role-Playing Game, um gênero onde o usuário/jogador assume um papel de um personagem, personaliza itens, aparência e habilidades e percorre a narrativa através de um conjunto de missões. Com uma temática de fantasia medieval e se passando em um território gelado e barbárico, o game foi lançado para computadores, Playstation 3, Xbox 360, Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e até dispositivos de realidade virtual.
O enredo trata de uma guerra civil pelo trono da província fictícia de Skyrim e de uma antiga profecia que ditava o retorno dos dragões e então o fim do mundo. O personagem do jogador é um “Dragonborn” (Draconato, um nascido com alma de dragão) que tem o destino ligado a profecia e ao poderoso dragão Alduin, o devorador de mundos. Uma trama comum dentro do gênero, a profecia do escolhido e a ameaça que destruirá o mundo, que se repete até mesmo em títulos anteriores da própria franquia Elder Scrolls.
Skyrim é também um jogo de mundo aberto, ou seja, onde o mapa (O território virtual que o usuário pode percorrer) é extenso e quase não há barreiras invisíveis ( que limita as ações do jogador), sem linearidade e que dá um certa sensação de liberdade. A ambientação é variada, de florestas a montanhas, cavernas, masmorras, planícies, pântanos, tumbas, castelos, vilarejos e cidades medievais, que constroem a identidade visual e narrativa do game. O jogo pode ser dividido em dois tipos de interação, as de exploração, que consistem no personagem do usuário vagando pelo mapa em busca de interações com outros personagens, missões, objetivos, itens… E as de combate, quando o personagem jogável ataca algo ou tem que se defender quando atacado, que varia de acordo com o inimigo (que variam de bandidos, monstros, feras selvagens e mágicas) e as habilidades disponíveis para o usuário. Essas interações vão se alternando o tempo todo durante a experiência de jogo.
Quando se trata de RPGs, o que mais me chama a atenção, no geral, não é o combate e nem os gráficos, mas a narrativa. A habilidade de interpretar, dentro da história e universo do game, o personagem que você quiser, desde um nobre guerreiro a um poderoso mago ou até mesmo um vil ladrão e Skyrim permite essa liberdade e flexibilidade, fazendo com que todos os estilos de jogo sejam válidos. quando se entra em um diálogo com algum personagem, o usuário escolhe as respostas (A partir de um conjunto de opções disponíveis) do seu personagem, permitindo que crie uma personalidade para o seu “draconato”. Ele pode ser diplomático, racional, benevolente, cruel, agressivo, sarcástico, estóico… Dependendo apenas da escolha que queira fazer.
Há diversas atividades para se exercer como caça, plantio e colheita, pesca, alquimia, metalurgia, leitura de livros, cortar lenha, culinária, mineração, encantamento, construir casas, cuidar de animais, se casar, ter filhos e a lista continua. Nenhuma das atividades citadas são essenciais para o desenvolvimento da campanha principal, não há urgência ou obrigatoriedade para se fazer nada, todas opcionais que dão ao usuário/jogador o poder de escolha no que fazer com seu tempo dentro do jogo. Você pode ignorar completamente a narrativa do dragões e do fim do mundo para viver tranquilamente como um lenhador ou caçador, dentro da primeira vila que encontrar, interpretando o personagem quiser dentro do mundo fictício e digital de Elder Scrolls.
A coisa mais interessante que se pode notar ao falar deste game é que diante da flexibilidade e liberdade oferecida, existe uma chance muito pequena de dois usuários/jogadores terem a mesma experiência de jogo. Mesmo que se tentassem, seguindo os mesmos caminhos e dinâmicas, não há Goiânia, 2020 como garantir que o jogo reaja exatamente da mesma forma. Cada um cria sua própria história, de um conjunto interações variadas, então mesmo que a narrativa principal não seja fantástica, a partir das outras pequenas histórias que o jogador vivencia, ele cria uma narrativa própria a partir de conjuntos que formam um todo, uma história que pode chamar de sua.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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[Sessão Crítica] Don’t F**k With Cats - Uma Caçada Online
(Contém alguns spoilers)
Fazia anos que eu não me chocava com um documentário, na verdade assisti sim, produções que mexeram com minha curiosidade, minha imaginação e me deixaram refletindo depois de tudo que consumi na frente da telinha/telona. Mas enquanto série documental, “DON’T F**K WITH CATS” está no topo da minha lista até agora como minissérie favorita. E vamos explicar por que todo esse hype pra vocês e até indica-lá.
Pra vocês terem noção da intensidade da série eu só fui perceber que tudo era de fato REAL, ou seja, que tudo aconteceu de verdade, no final da série ou melhor, quando pesquisei sobre ela. Calma, eu não sou desatento, simplesmente eu fiquei tão perplexo que pra mim tudo era encenação, tudo era roteirizado. Na verdade,eu sei que houve por trás um roteiro e toda a técnica audiovisual para deixar tudo mais chamativo, mais instigante e intenso, mas eu pensava que não era “baseado em fatos reais”, mas sim, É TUDO VERDADE!
Mas sem mais delongas, a série gira em torno desse FDP aí da foto acima. ‘Luka Magnotta’, o serial killer de gatinhos, cachorros e humanos. É isso mesmo, segura esse spoiler, pois ele não para nos bichanos. Para nossa indignação ele permanece em sua evolução criminal dentro da história com o mundo inteiro dando holofotes e combustível para todos os acontecimentos, mas vamos desde o princípio.
Tudo começa com os depoimentos de vários membros do grupo que testemunhou todo o processo dos crimes do psicopata. Mas a que mais me chamou atenção foi a Deanna Thompson aka Baudi Moovan, pois era este seu user nas redes que ela usou para a investigação dos crimes. A narração de seu envolvimento com tudo é a mais tocante, profunda e na minha opinião a que protagoniza todos os que foram espectadores dos crimes, além de tudo, ela recebe um vídeo sendo vigiada pelo Luka né? Ou seja, sua intensidade com o caso realmente foi além da dos demais stalkers.
Os depoimentos se estendem desde os stalkers, passando pelos profissionais que investigaram Luka, pessoas que tiveram contato com ele e até de sua mãe que também é uma chave mestra no terceiro ato do documentário para mexer com nossas cabeças e toda montagem da trama.
Luka começa sua jornada antes de cometer os crimes, ele planeja friamente cada passo, desde como todos irão ver sua vida antecedendo os acontecimentos, até depois de tudo explodir mundialmente, pois essa sempre foi sua intenção. Seu primeiro passo se dá com a divulgação de um vídeo que viola a regra n°1 da internet que é “não mexa com gatinhos”. Como já devem ter percebido, ele mata um felino neste vídeo em questão, o divulga nas redes sociais (youtube), comove algumas pessoas que recebem os vídeos de modo privado e daí em diante o trabalho fica todo encarregado desse público viralizar o material para dezenas de centenas e milhares de pessoas.
Os vídeos são reais, porém não se preocupem pois não é mostrado no documentário. A censura deles, inclusive, me deu conforto e fôlego para prosseguir assistindo já que sou adepto a não ver esse tipo de conteúdo na internet, e claro, por amar os gatinhos, né gente?
Luka então dando seu passo inicial, ganha não só um público para assisti-lo, mas ele mexeu com as pessoas certas, essas que decuparam o vídeo frame a frame atrás de pistas que podiam levar ao criminoso. Essa parte dos stalkers revelando seus dons investigativos é muito fascinante e ao mesmo tempo medonho, pois com simples detalhes em baixíssima qualidade inclusive, eles descobriam localização, quem era ou poderia ser o assassino, onde ele foi, o que costumava ser ou fazer... TUDO! Eram basicamente profissionais no que faziam, só faltavam formalizar isso.
Luka então começa a ser desvendado aos poucos, porém nossos olhos se negam a ver que a figura mostrada realmente é de um serial killer com tal capacidade, com a crueldade e frieza apresentada nos vídeos. Mega narcisista, fã de cinema, aspirante a modelo e ator (coisas das quais ele fracassou arduamente), vítima de bullings na infância e todas as características que são reveladas pelos stalkers e sua mãe em seus depoimentos. A polícia como em filmes, sempre atrasada na linha do tempo criminal. A internet como estava à frente, protagoniza muito mais, deixando para a parte policial apenas as emoções de deixar real tudo que acontecia, já que a mídia tornou tudo mundialmente conhecido que envolvia Luka. Sendo assim, os policiais, investigadores e afins tiveram que tomar partido e fazer o que fizeram para apurar os fatos, provas e prendê-lo no final das contas.
É óbvio que ele é pego, gente, mas isso não é a peça chave de tudo. Luka é tão calculista que ele parece prever tudo isso. Todas as situações já haviam passado em sua mente, desde o primeiro vídeo e até antes dele ser divulgado. A parte dele que envolve o cinema e a música é algo tão perfeito e macabro que gera indignação de como uma pessoa tão culta consegue pensar em crimes como estes. Suas ações envolvem filmes e músicas que encontramos nos três atos do documentário. “Instinto Selvagem (1992)”; “Psicopata Americano (2000)”; “Prenda-me Se For Capaz (2002)” entre outros filmes e músicas presentes, ou seja, Luka envolvia e usava a cultura pop para tudo que envolvia seus crimes, desde como praticar e até como fugir de toda situação.
O documentário tem uma fotografia tão perfeita que ajuda a pensarmos “será que tudo isso é real?” As cenas inseridas das filmagens reais, as cenas dos depoimentos, a montagem de tudo junto a trilha sonora nos leva ao clímax das tensões que, só assistindo pra vocês entenderem.
O uso intenso da internet como praticamente uma personagem importante é um ponto que me intrigou bastante e deixou tudo tão atual, tão real e verossímil até pra minha vida mesmo. Coisas do tipo, cara isso é super capaz de ser feito, porque eu não pensei nisso? porque eu não pesquisei sobre coo fazer isso antes? A gente se sente meio burro perto dos stalkers que ajudam a desvendar todos os mistérios da série documental.
“DON’T F**K WITH CATS” é uma produção que nos prende do começo ao fim, nos intriga, nos traz reflexões diversas e nos fascina de uma maneira não tão agradável claro. Eu assisto buscando entender como tudo foi feito e se encantando pela qualidade, além do conteúdo que está sendo solto aos olhos. Se você é um daqueles viciados em séries criminais, pode dar play e confiar na dica, pois no mínimo vai se intrigar com todos os pontos sendo ligados desde os primeiros cinco minutos de série. Não é atoa que ela foi indicada a alguns prêmios de destaque dentre as produções do mesmo gênero.
(foto de Luka e sua mãe REAIS)
O desfecho é algo que nos deixa perplexo e indignados até com nossas reações e reviravoltas, principalmente depois de ouvir/ler a mensagem final da Deanna, onde posteriormente sobem os créditos e a gente corre pras redes sociais pra gritar aos quatro ventos, o quão é foda o que acabamos de presenciar kkk...
A série me foi indicada através do meu instagram pessoal, deixo aqui então essa indicação pra vocês, soltei poucos spoilers, tem muito mais para ser investigado com os seus olhos curiosos podem ter certeza que irão se perder e se encontrar no meio dessa loucura perversa que alimenta nosso ódio e curiosidade a todo minuto que passamos assistindo esse caso macabro. Boa sessão a todos!
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[Sessão Crítica] Frame Fatal
por Thiago Rabelo
Frame Fatal (2018), dirigido e roteirizado por Thiago Rabelo conta a história do (não-tão-bem-sucedido) detetive Toni Balestro (João Paulo Lopes) conforme ele tenta sobreviver de um ofício numa época em que, segundo ele, não é muito valorizado. O personagem inclusive, afirma que nasceu no “tempo errado”, e por isso, ele é envolto numa atmosfera de suspense e o curta usa da sua influência noir, para recorrer estabelecer uma história baseada no gênero, com a condenação do personagem e a sua eminente tragédia.
A influência noir de Frame Fatal é evidente desde os seus primeiros minutos: o preto e branco em sua fotografia, que é um dos aspectos mais reconhecidos neste gênero cinematográfico. Além disso, o curta-metragem usa bem as figuras arquetípicas recorrentes ao noir para desenvolver a sua própria narrativa. Existe a figura do detetive, retratado aqui, como um forasteiro, um homem fora de seu tempo, perdido e a procura da sua redenção. Em seguida, existe o surgimento da figura feminina: Laura, a femme fatale interpretada por Adryele Muriel, e como retratadas nos longas de 1939 a 1950, as femme fatales são o símbolo da perdição do personagem principal.
As nuances do roteiro podem ser percebidas nos mínimos detalhes, quando os atores são bem dirigidos ao percebermos eles que conseguem ter clareza das dinâmicas entre seus personagens no uso dos diálogos, nas pausas e no uso dos olhares, e por isso, compreendê-los de forma individual. O intérprete de Toni, consegue captar bem a essência do personagem: desajeitado, deslocado e desperançoso com a própria existência; uma boa referência às produções noir originais, que retratavam bastante este clima de infelicidade, dado seu contexto histórico de produção (o pós-guerra), além de ser um dos motivos pelos quais valeram o uso do preto/branco, simbolizando o bem e o mau e o choque destes aspectos. O curta contêm um ar cômico, já iniciando-se com um vídeo de qualidade bastante duvidosa que divulga o trabalho de Toni, que consegue sustentar estes aspectos cômicos (pelos trejeitos e pelas falas) ao longo da narrativa. A intérprete de Laura, consegue retratar bem a figura feminina da femme fatale, trazendo para si uma personalidade dominadora e plena nas suas movimentações e nos olhares e a maneira como se porta diante o parceiro de cena, algo que lhe é inerente, e que falta em Toni: eles são opostos, o que produz um contraste interessante em suas interações.
A arte do filme consegue conter elementos comuns ao gênero noir (o casaco sobretudo, o chapéu), o uso da fumaça em diversos momentos do curta, mas ainda assim, sendo capaz de situar a história em dias mais atuais (os celulares, o computador, o uso do e-mail e a referência às mídias sociais) sem fazer com isto cause confusão no telespectador. Também é feito um uso bastante interessante da luz, principalmente na cena do assassinato (com um feixe de luz muito branco, evidenciando personagens e perspectivas). O uso da trilha-sonora é muito satisfatório levando em consideração que a mesma foi desenvolvida para a produção de forma inteiramente independente, e consegue evidenciar muito uma identidade determinando suas paisagens sonoras.
Um ponto que, na minha opinião, pode ser identificado como negativo é o quão longo os créditos iniciais no começo duram, e apesar de entender a importância do nome da divulgação dos membros da equipe, os mesmos nomes são divulgados novamente em créditos finais, por isso, pergunto-me qual a necessidade de evidenciar isto em dois momentos do curta. Creio que a cena inicial, sem a existência dos créditos, apenas com a trilha-sonora seria de bom tamanho, além de evidenciar ainda mais o cenário e uma ambientação de grande importância para a existência do personagem principal.
Ao final do curta, os aspectos que evidenciam o noir, desaparecem: o preto e o branco dão lugar para um cenário bastante saturado de cores, o personagem abandona seu casaco longo e seu chapéu, distancia-se do seu escritório e esconde-se num local totalmente diferente do qual ele estava acostumado a frequentar; ele não está mais no seu habitat. E isto simboliza o despertar de Toni para uma realidade ainda mais dolorida. Realidade da qual ele está fadado à culpa, a injustiça e acima de tudo, à um triste fim, afinal, ele é um homem fora do seu tempo, um eterno condenado de si mesmo.
Frame Fatal referencia-se ao noir desde seus momentos iniciais e consegue manter-se firme nesta proposta, usando de aspectos já conhecidos para evidenciar a si com tais elementos e práticas comuns à este gênero (não frequentes nas produções contemporâneas), e na mesma medida, prestar homenagem ao gênero do qual ele se inspira.
O filmes está disponível no perfil VIMEO da IN4 filmes:
vimeo
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
#frame fatal#cinema brasileiro#cinema nacional#cinema goiano#cultura#arte#cinema#goiania#noar#curta metragem critica
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[Sessão Crítica] Maria Grampinho
por Dannilo Santiago
A cidade histórica de Goiás - GO sempre foi um berço de cultura no estado, cativando gerações ao longo das décadas. Personagens como fazem parte do imaginário coletivo e ajudaram a criar a identidade artística, social e cultural da antiga capital goiana e cativaram os mais diversos artistas a criarem a partir daí suas obras.
O curta-metragem de Flávio Gomes, Maria Grampinho (2020) conta através de entrevistas de moradores da cidade, pequenas histórias sobre a personagem título, uma mulher que morou no porão da casa de Cora Coralina na segunda metade do século XX e que ganhou notoriedade entre os moradores por sua presença silenciosa e constante. Após sua morte ela se tornou personagens de contos, causos, poemas, artesanato e outros curta-metragens da cidade.
O filme se trata de um documentário animado, um recurso raro, onde a personagem principal ganha vida a partir de stop-motion de um boneco, usando os famosos grampos na cabeça que lhe deram o apelido de “grampinho” e uma trouxa de panos. Os entrevistados foram gravados normalmente e a partir disso foi feita animação digital vetorial, como se a partir das imagens captadas fossem feitos desenhos por cima dos frames. As entrevistas animadas iam intercalando com as imagens do boneco de Maria Grampinho pela cidade de Goiás, onde cada um contava um pouco das experiências pessoais e como a cidade lidava com ela.
Através os relatos dos entrevistados é possível construir a imagem que a cidade de Goiás tinha de Maria, de uma mulher silenciosa e até mesmo misteriosa, que possuía uma rotina rigorosa que despertava a curiosidade nas pessoas ao redor. Mesmo que essas pessoas tenham tido, de fato, contato com ela, vale ressaltar que ela faleceu a 35 anos e observando a presença dela dentro do imaginário coletivo da cidade, dos contos, das poesias e dos artesanatos, pode-se supor que ao longo dos anos esses relatos foram influenciados por essa imagem que a cidade atribui a personagem, e que também essas experiências pessoais influenciaram no imaginário popular, observando uma construção narrativa de quem foi de fato, Maria Grampinho e o seu legado cultural para a cidade de Goiás.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
#maria grampinho#cinema nacional#curta metragem#cinema goiano#cinema brasileiro#animação#massinhas#cultura#arte#goiania
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Vermelha, filme goiano premiado em Tiradentes, tem lançamento online

O filme, gravado na casa da família do diretor, no Setor Sudoeste, em Goiânia, tem narrativa não-linear, com brigas, fantasmas e uma raiz que é desenterrada e enterrada novamente.
O longa-metragem Vermelha, gravado em Goiás e lançado em 2019, será disponibilizado no youtube a partir do dia 27 de junho. O lançamento online acontece em uma exibição ao vivo, no dia 27, às 20h, pelo canal da UEG TV. Em seguida,o diretor, Getúlio Ribeiro, parte da equipe e atores, participam de uma conversa com o público conduzida pelo nosso crítico João Paulo Tito. O filme fica disponível durante 15 dias no canal da produtora Dafuq Filmes. O intuito é muito simples: fazer com que o máximo de pessoas assistam ao filme.
No ano passado, Vermelha foi considerado o grande premiado pelo júri da crítica da Mostra Aurora, a principal do Festival de Tiradentes. Essa foi a primeira vez que uma produção goiana levou o título. Desde então, foi exibido em nove festivais e passou por estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal, além de três exibições em Goiás.

A estreia via canal da Universidade Estadual de Goiás (UEG) tem um significado importante, porque os membros da Dafuq Filmes, Getúlio, Larry Machado e Tothi dos Santos, se conheceram durante a graduação na instituição. E foi nesse mesmo contexto que surgiu o coletivo. "Como foi o lugar onde começamos, exibir pela primeira vez na UEG TV é simbólico", completa o diretor, que chega ao primeiro longa, depois de ter produzido seis curta-metragens. Casa aberta a releituras Sobre a trajetória percorrida até agora, Getúlio comenta que tem sido cheia de boas surpresas. "Começou no Festival de Tiradentes. O filme tinha sido selecionado e o corte final ainda tava em aberto. Gravamos uma última cena e fechamos pouco antes [da estreia]. Em seguida veio o prêmio, que foi uma surpresa boa. A partir de lá foram publicados muitos textos sobre o filme, o que foi legal. É curioso ver essa intimidade da casa aberta em várias releituras."

Ter a casa aberta para releituras é, literalmente, abrir o portão e as portas da casa de Getúlio e permitir a entrada de todo mundo que assiste ao filme. A família mora no Setor Sudoeste, em Goiânia, e o lugar é cenário da trama, que traz um dia de trabalho cotidiano. Os atores são todos amigos e a própria família do diretor. O pai, Gaúcho, reforma o telhado da casa com o antigo amigo, Beto. Diva, a mãe, e Débora, a irmã do diretor, também contracenam na produção. Vermelha recebe o nome da cachorra da família e traz uma narrativa não-linear com cenas de fantasmas, o início de uma briga física entre cobradores e uma raiz que é desenterrada e enterrada novamente.
Críticas O jornal Folha de S. Paulo afirmou que Vermelha “é um dos produtos cinematográficos mais originais que o cinema brasileiro (mundial?) já viu em anos”. No site Papo de Cinema, Robledo Milani afirma que a identificação dos personagens como pessoas comuns é um dos maiores méritos do longa-metragem. Outros títulos da produtora goiana Dafuq Filmes já estão disponíveis no canal do youtube: O que aprendi com meu pai, Jonatas e Enquanto a Família Dorme, também dirigidos por Getúlio Ribeiro; A Câmera de João, de Tothi dos Santos; e Assim Nascem as Amoras, de Larry Machado.
Marque na agenda:
Sessão comentada do longa “Vermelha”. Com a presença do diretor Getúlio Ribeiro e membros da equipe técnica do filme. Mediação: João Paulo Tito
Data: 27/06 Horário: 20h Transmissão: www.tv.ueg.br ou www.youtube.com/uegtv
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Punho de Ferro - A Busca por Collen
Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel, A - Clássicos n° 35 XXXV: Punho de Ferro - A Busca por Collen Wing
Você deve ter ouvido falar da dupla Chris Claremont e John Byrne que fez muito sucesso nos X-men, e é aqui que esta dupla começa a trabalhar juntos em Punho de Ferro.
Só por este fato já atrai os fãs dessa dupla, outro fator atraente é ser uma obra dos anos 70, uma fase muito criativa da Marvel e aqui temos as primeiras histórias do Punho de Ferro, se é fã do personagem não deixe de conferir esse material.
Aqui o nosso herói esta em busca de sua amiga Collen Wing (eu sei o título entrega) e com isso já se pode perceber o tanto que é rico o universo de coadjuvantes do Punho de Ferro, afinal a coadjuvante está no título junto com o protagonista, e ainda, se já ouviu falar da personagem Misty Knight, uma policial de braço robótico, é aqui que é contado como ela conseguiu sua prótese robótica.
Mantenho a opinião que o personagem é bom quando ele possui bons coadjuvantes e o Punho de Ferro confirma esta minha teoria, e não só coadjuvantes como bons antagonistas. Como um gibi de super-herói tem muita porradaria, e no do Punho de Ferro não podia faltar, uma porrada no estilo kung fu e caratê (que era auge nos anos 70) que por incrível que pareça se difere muito de outras de heróis e não só pelos gritinhos de “Iaaaa”, e sim pela narração que o Claremont faz detalhadamente nos golpes do herói (pode parecer cansativo, mas não chega a ser) e a arte do Byrne está bem legal, talvez uma das melhores da Marvel nos anos 70.
Editora: Salvat Preço: R$ 42,90 160 paginas
https://www.facebook.com/mandrakecomicshop/
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[Sessão Crítica] Ela Só Quer Ser Maria.
por Lara Faria
O curta goiano “Ela só quer ser maria”, foi lançado no início de 2019, sendo dirigido e roteirizado por Victor Vinicius, cineasta goiano que foi aluno do curso de cinema e audiovisual da universidade estadual de goiás. O filme é protagonizado por: Alê Alves Kevin, Luis Fernando Gomes e José Guilherme, com suas atuações excepcionais.
O drama narra a história de Maria, que em uma festa encontra um rapaz dos seus sonhos, e a partir desse encontro ela passa a construir uma realidade em que suas vontades e sua identidade são colocadas à prova.
O filme nos trás um questionamento pertinente à contemporaneidade, tratando sobre a construção de relações românticas e como elas afetam, não só o sentimental de uma pessoa mas também toda sua vida. O diretor faz uma colocação em que a felicidade estaria relacionada a uma única pessoa, mesmo a personagem principal tendo toda uma história de dor e superação, sua felicidade estaria ligada a uma pessoa que apenas passou em sua vida, mas deixou marcas consideráveis. O curta-metragem aborda essas relações consideradas tóxicas, que nos tempos atuais estão ganhando espaço nas discussões, relações essas que marcam uma pessoa de formas significativas.
Acho todas as pessoa já vivenciaram histórias parecidas em sua vida, com isso é fácil se identificar com o curta. Todos já tivemos em nossas vidas pessoas passageiras que foram responsáveis por alegrias momentâneas e da mesma forma derrubam todas estruturas que demoramos anos para construir, que bagunçam toda nossa estabilidade e vão embora sem nem saber o que causaram. Pessoas que nos fazem duvidar da nossa autonomia, afloram todos os nossos medos e colocam em questão a identidade que foi dificilmente estabelecida.
O filme começa com Maria ( Alê Alves Kevin), em uma festa com um rapaz que até então parece ser seu amigo, Kevin (Luis Fernando Gomes). Nesta festa ela estabelece algum tipo de ligação com B (José Guilherme), e logo ele está presente em outros momentos de seus sonhos, mesmo com seu amigo avisando sobre certos cuidados. O filme nos leva para dentro dos sonhos de maria, nós ambientes que parecem ser seus preferidos, em que ela se sentia mais confortável, e assim vemos várias facetas da personagem para além da relação dela com o B, ficando mais claro a relação dela com o amante, com o amigo e consigo mesma. A trama envolve um conflito direto com o seu amante, mas paralelamente também vemos o conflito pessoal dela para com aquela situação.
Os atores, muito bem selecionados por sinal, entregam uma atuação dramática carregada de sentimentos e verdade, aqui a questão da representatividade é levada a risca. É perceptível a preocupação da direção com certos aspectos em relação a imagem do corpo trans, explorando de uma forma artística e conceitual, com planos simples mas eficazes e com a predominância da iluminação natural. A fotografia é elaborada em cima de paisagens limpas e bonitas, focada nos personagens e em suas movimentações dentro das cenas, também realça as cores de cada personagem que foram previamentes pensadas pela direção de arte.
Na arte do filme, em relação a ambientação, as locações por si só já eram muito bonitas e acredito que houve pouca interferência. Já em relação aos personagens, é notável características das personalidades pelo figurino, isso dá para o espectador ótimas informações que não foram ditas durante o filme. Por mais que as cores não são tão chamativas, cada uma têm um significado evidente dentro da narrativa.
Em relação ao som geral do filme, fica eminente sua importância. Para a ambientação do filme não basta só à fotografia é à arte estarem de acordo, o sons também é mundo importante. Aqui, a paisagem sonora foi construída para que a ambientação desse a impressão de um sonho, uma realidade paralela, é junto com a fotografia esse objetivo foi concluído. A edição também têm um papel importante na construção do filme, a edição não-linear obriga o espectador ter um olhar crítico e cauteloso sobres os fatos apresentados, gerando assim uma possibilidade de interpretações subjetivas de cada aspecto do filme.
Enfim, o curta metragem “Ela só quer ser maria” contraria o “normal”, e trabalha a representatividade de pessoas trans em situações para além das que envolvam sua identidade de gênero. Um romance carregado de drama e bem desenvolvido, nos leva à uma realidade diferente mas cativante.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
#curta metragem#curtametragem#cinema goiano#cinema nacional#cinema brasileiro#ela só quer ser maria#lgbtq#goiania#critica
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“Lovelace”, de Rob Epstein e Jeffrey Friedman (2013).
por Lara Faria
O filme estado unidense Lovelace, foi dirigido por Rob Epstein e Jeffrey Friedman e lançado no ano de 2013. O drama documental narra a história da jovem Linda (Amanda Seyfried), que se envolve com Chuck Traynor (Peter Sarsgaard), um rapaz que se tornou seu marido e à apresentou ao o mundo da pornografia.
O longa é um drama baseado na biografia de Linda lovelace, protagonista do filme pornô que foi um marco na história do cinema, “Deep throat” (Gerard Damiano, 1972) arrecadou por volta de 600 milhões de dólares na época. Todo este sucesso do filme fez com que linda se tornasse um ícone dos filmes adultos, se tornando igualmente famosa. A narrativa do filme começa com Linda ainda adolescente na casa de seus pais, logo ela se envolve amorosamente com Chuck e seus pais por serem conservadores, desaprovam o relacionamento. É com o casamento dos dois que a vida da jovem se transforma, é ela descobre todo uma nova perspectiva envolta dá sua sexulidade. Linda é introduzida na pornografia pelo seu marido e a princípio ela parece estar satisfeita com a sua decisão, pois o dinheiro que ela recebeu foi mais do que o suficiente pra tirar seu marido das dívidas. Porém nem tudo é um sonho, logo às verdadeiras facetas deste mundo começam à aparecer e nós deparamos com uma dura realidade.
O filme denúncia a realidade por trás das câmeras pornográficas dos anos 70, marcado pelo ambiente extremamente machista e autoritário. É difícil aceitar como Linda foi parar neste ambiente mas é fácil entender o que aconteceu, é como aconteceu. Este filme é apenas um dos vários documentários que buscam fazer à mesma denúncia. O mercado pornográfico cresce, e com ele as desigualdades de gênero e perpetuação de hábitos extremamente machistas e heteronormativos.
À direção do filme fez escolhas bem peculiares, temos planos longos e com muita movimentação de câmera, mas tudo se justifica com a ambientação voltada para os anos 70. Também temos cenas com bastantes diálogos e interações entre os personagens, aqui às atuações foram imprescindíveis. É interessante que alguns personagens secundários e alguns elementos aparecem na narrativa de relance no início, e só no final têm seu verdadeiro significado revelado.
O arco dramático do roteiro foi muito bem elaborado, é perceptível o início e a conclusão dos 3 atos. Cada ponta da história foi devidamente explicada e fechada, mesmo a montagem sendo não-linear nada se perdeu nesta transição, só fez com que ocorresse a famosa quebra de expectativa do espectador.
Na direção de arte, não há defeitos, tudo desde figurino até as locações nos passam o ar dos anos 70. A ambientação foi construída em cima de cores fortes e de acessórios famosos da época. A fotografia desempenhou um papel importante nesta ambientação, o mapa de luz neste filme foi feito com cuidado pois há um grande número de cenas externas, e sabemos como é difícil ter o controle nesses casos. Houve uma preocupação à mais aqui, pois um elemento importante foi à metalinguagem. As gravações dos filmes pornos na época foram fielmente retratadas mas com certos cuidados à mais, a representação do corpo feminino aqui foi executada com certo zelo e atenção, como deveria ser feito em qualquer situação.
A trilha e a paisagem sonora contribuem para a ambientação do filme, como também acarreta certo drama para a história. Pois sendo uma história documental, é necessário alguns elementos causar mais dramaticidade à narrativa.
Por fim, a trajetória de Linda é contada de forma cautelosa e sensível, ela se tornou um símbolo do feminismo e de resistência. O filme foi desenvolvido em cima de sua biografia e toma cuidado sendo fiel aos acontecimentos sem difamar a imagem de nenhuma das pessoas que foram retratadas.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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“Choveu Há Pouco Na Montanha Deserta”, de Rei Souza
Representar os fluxos da vida cotidiana é, em geral, uma natural preocupação particular dos filmes fora do mainstream. Livre das amarras das narrativas condicionadas pela perspectiva do público, muitos cineastas independentes buscam no cotidiano, encontrar acepção no mundano, no “natural”. Essa diligência, muitas das vezes, leva a uma gama de possibilidades, tanto nas escolhas estéticas, quanto na abordagem social
Um belo exemplo é, “Choveu Há Pouco Na Montanha Deserta”, primeiro curta-metragem ficcional dirigido por Rei Souza.
Rei mantém o foco central e quase exclusivo em um estudo tocante e paciente do ritmo da vida cotidiana de um jovem ex-detento (Matheus Henrique) e sua busca por inserção na sociedade, enquanto tentamos descobrir o motivo de seu retorno à cidade.
Esse não é um filme político, mas pode ser também (se você quiser). Este é um filme sobre liberdade, saudade, sonhos e impermanência. A jornada do herói é transitória em caminhos rotos e escolhas precárias. Já na primeira cena, o amigo pergunta ao jovem, “por que você voltou?” - corte seco escuro - e surge o melancólico título em branco sobre o fundo negro, que destoa do spleen baudelairiano e nos introduz a um filme cheio de expressão emocional e afeto.
É fácil se perder na admirável composição dos planos em que Rei tece lentamente sua narrativa. Mas, logo que os personagens passam a compor a trama, seus dramas incorporam harmoniosamente cada quadro, como na cena na roça em que o tio comenta sobre a diferença entre plantar quiabo e berinjela no tempo da seca, enquanto o jovem lhe presta uma atenção automática, olhando para o outro lado com desesperança. Aqui e em outros planos, Rei prolonga o momento, deixando os ritmos e a conversação ditarem a valência emocional. Uma cena lenta e aguda.
A conversa com um antigo amigo, em uma simples lanchonete tomando café, é entremeada com flashbacks mostrando trechos de sua vida na roça depois que saiu da prisão e sua ida à cidade visitar a casa vazia da avó falecida, “ainda tava lá e no mesmo dia minha vó morreu", ele conta ao amigo. E, em dois momentos surgem elisões notáveis, às vezes dissonantes, de paisagens oníricas que evocam as lembranças da memória: as plantas da casa da avó, nuvens vistas através de lentes desfocadas, o som altifalante do carro na rua, a velha pipa rasgada na parede. Transitoriedade da alma.
Na metade do filme, na casa da falecida avó do protagonista, Rei executa uma direção e montagem tocante, numa cena em que o jovem se recorda quando era um menino e vivia ali. De dentro da casa, ele abre a janela e há um corte para o lado de fora, mostrando ele, quando criança em cima de uma bicicleta: uma lembrança que compõe o presente como se unisse o tempo revelando microdramas escondidos na tecitura da vida.
Uma direção segura, singela e honesta, não se tornando refém da bela plástica visual. A cada composição, uma estruturação exímia de seu discurso. As palavras de Rei soam forte e exuberante, mas é preciso saber ouvir. Não é um filme fácil. Se existe um manifesto, ele está implícito, a ser descoberto. Rei fala de muitas maneiras.
Perto do fim, a incansável busca por aceitação e a negação contínua dos que, a cada dia excluem o que não lhe é semelhante, o que destoa de sua miragem. Tampouco incomoda o olhar dos passantes encarando o dispositivo, enquanto Rei nos mantém atento ao que lhe interessa: à procura de um emprego, o herói negro surge para retomar a luta de seus predecessores, “sem família, nem nome, tangendo o vento”¹.
E veio a chuva.
_________
Conheça outros trabalhos do diretor: Malaco Filmes, produtora de Rei Souza.
¹ Monólogo de Coirana, proferido em uma das primeiras cenas de “O Dragão da maldade contra o santo guerreiro”, (1969) de Glauber Rocha.
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Projeto Flórida: Uma Estória de Contrastes
por Milena Ribeiro
“Projeto Flórida” (The Florida Project, 2017) dirigido por Sean Baker explora o universo de Moonee (Brooklynn Prince), uma garota de 6 anos que vive com a mãe, Halley (Bria Vinaite), em um motel próximo à Disney. Já nesta breve sinopse, os contrastes do filme se manifestam. A família vive em um motel, que não deveria servir de moradia, próximo à Disney, expressão máxima do sonho americano, um sonho de consumo. Esta justaposição entre o idílico e o real cru atravessa o filme, lutando por espaço dentro de cada plano.
O motel Magic Castle (Castelo Mágico) é todo roxo. A pintura acabou de ser refeita. Nos quartos, os colchões estão cheios de percevejos. Os hóspedes – que são de fato moradores – penam a pagar a pernoite e são expulsos com alguma frequência. No parquinho das crianças, um pedófilo ronda. A máquina de gelo está quebrada. A precariedade da vida daqueles que moram neste lugar não combina com o prédio nem com as redondezas, cheias de turistas.
Turistas brasileiros fazem uma breve aparição no filme. A classe média brasileira é escancarada na tela em uma cena. Um casal em lua de mel reservou um quarto em um hotel na Disney. Claramente, algo deu errado, pois seu quarto era no Magic Castle, que a brasileira chama de favela. Em meio a essa confusão, Moonee vê a mulher brasileira no hall do motel e avisa a seu amigo Scooty que ela está prestes a chorar. A garota complementa que sempre sabe quando adultos vão chorar.
Nada do que foi descrito nos últimos dois parágrafos nos é mostrado diretamente. O filme é das crianças, mais especificamente de Moonee, e ela não presta muita atenção nos conflitos dos adultos. É em segundo plano que Hallee espanca a mãe de Scootty, enquanto o garoto, de costas para a câmera em primeiro plano, observa. É fora de quadro que Hallee se prostitui. Enquanto ela transa com o cliente, Moonee toma banho. A câmera, fixa no tripé, não vê nada além da garota. Ouvimos apenas um rap vindo do quarto e leves gemidos.
Ver “Project Flórida” é ver como uma criança. A câmera baixa corta os adultos, dos quais vemos apenas as pernas, e escancara o céu. O olhar é lúdico e às vezes se arresta em coisas que não aparentam ter muita importância, como tomar sorvete ou passar geleia no pão. As crianças não param quietas, a câmera precisa procurá-las.
A vivacidade intensa das crianças contrasta com o vazio dos ambientes pelos quais elas circulam. Tirando elas, não há ninguém nas ruas. No início do filme, acompanhamos, em uma série de planos iranianos, as crianças atravessarem diversas paisagens da cidade. Algum outro editor cortaria assim que as personagens saem de quadro. Sean Baker nos deixa sozinhos por mais um segundo com o vazio de uma cidade colorida em que ninguém circula, exceto as crianças.
Há coisas que só existem quando justapostas a outras. Um buraco, por exemplo, não existe sem alguma outra coisa. Um buraco em uma folha ou um buraco na parede ou um buraco no chão. O buraco não existe por si só. As peripécias das crianças de The Florida Project não seriam tão impactantes sem os conflitos reais dos adultos, sem as paisagens vazias. Não é que aquilo que elas fazem seja desinteressante, é que sua exuberância ganha força no contraste, na capacidade de, como Moonee diz, “cair e continuar a crescer”, alheias à dureza que as rodeia.
Esse texto foi produzido a partir da disciplina Crítica e Curadoria do curso de Cinema e Audiovisual da UEG, sob a orientação da professora Geórgia Cynara.
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