Tumgik
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3. Deus Grego Sexy
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- Me dá seu snap pra gente poder se falar durante a quarentena. – Jace exigiu, rindo eu entreguei a ele meu celular para que ele se adicionasse ao meu snap. – Ei, olha só. Sexy Chris mandou mensagem.  Ele disse para ligar quando você terminasse de passar pela segurança, só para você não acabar indo pra casa com tarado. – Ele me disse, devolvendo meu telefone.
- Acho que deveria ligar para ele agora então. –Virei para Jace e fui surpreendida com um abraço. – Obrigada por ser meu amigo de aeroporto.
Consegui sentir o corpo dele vibrar enquanto ele dava risada.
- Eu vou ser seu melhor amigo durante a quarentena. Agora vai ligar para o Chris gostosão e usar as camisinhas que sua mãe te deu.
Me afastando eu dei uma piscadinha enquanto ia embora.
- Tchau!! – Ele disse acenou e seguiu seu caminho. Ele não tinha nenhuma bagagem a não ser pela mochila que carregava nas costas.
Eu apertei o botão e ligar e apenas depois de dois toques Chris atendeu.
- Oi Katherine.
Puta que pariu, mãe de cristo. A voz dele. A voz dele era profunda, profunda e aveludada.
Eu fiquei tensa. Ignorado a borboletinha no meu estomago, eu respondi:
- Oi Chris. Acabei de passar pela segurança. Estou perto da escada rolante agora.
- Ótimo. Estou no final da escada. – A voz dele me deixava nas nuvens. Como é possível que alguém seja fofo e sexy ao mesmo tempo?
- Ahh, você tá fazendo aquele negocio de segurar uma placa com meu nome para que eu pareça importante? – Eu zoei, recebendo uma risada abafada dele. O nome e a voz dele me pareciam tão familiar. Talvez meus pais já tenham mencionado ele antes.
- Eu deveria. Mas ao invés disso eu estou usando um suéter vermelho, boné e óculos de sol. E só para caso seus pais não tenham falado eu tenho barba. – Ele disse suspirando.
Ele tem barba. Será que vou ligar se ele for feio? Provavelmente não.
Eu dei risada subindo na escada rolante, tomando cuidado para não cair da escada.
Olhando para baixo eu percebi que tinha cinco caras esperando no final da escada. Dois deles estavam usando um suéter vermelho.
- Esta me dizendo que você é o vovô sarado? – Eu brinquei
Chris deu risada e eu imediatamente consegui ver quem ele era. Ele estava encostado em um dos pilares com a mão em seu peitoral. Mesmo com a metade da cara coberta pelo boné, eu consegui perceber que ele era gostoso.
O peitoral dele esticando o suéter. O seu bíceps querendo rasgar o tecido. Seu cabelo coberto pelo boné dos New England Patriots (time de futebol americano).
- Não, aquele cara só tá bombado. Eu sou o que esta agarrando os peitos.
Os olhos dele vagaram por mim enquanto a escada rolante me trazia para baixo.
- Tá legal, já te vi. Eu sou a que está com a jaqueta branca. – Eu disse.
Chris se levantou enquanto eu me aproximava.
-E eu vejo você. – Ele falou com seus lábios abrindo em um sorriso.
Quanto mais ele se aproximava, mais eu percebia o quanto ele era gostoso.
Desliguei o telefone e andei até ele, rindo de seus óculos escuros.
- Belos óculos. – Falei sorrindo.
Ele riu irando os óculos. Meus olhos verdes encontraram seus olhos azuis e foi ai que eu percebi que era só uma questão de tempo até eu fazer papel de trouxa e me jogar em seus braços.
- Katherine?  Oi, é um prazer te conhecer. – Ele estendeu sua mão e eu apertei. A mão dele era forte.
- Você também. A não ser que você seja um cara tarado que sequestrou o verdadeiro Chris. – Eu disse, andando com ele até a esteira de bagagem.
Ele sorriu, com a mão ainda na minha.
- Se alguém fosse me sequestrar, eu aposto que seria o grupo de homens que ficou te encarando enquanto você descia.
- Ah sim... – Eu dei risada, esperando minha mala do lado da esteira.
- Caso você não saiba, eu tenho um cachorro. Você não tem nenhuma alergia ou problema com cachorro, tem?
- O que? Claro que não! Eu amo cachorros. Qual é a raça dele? – Eu disse, negando com a cabeça.
Um monte de malas passaram enquanto esperávamos pela minha.
Chris colocou a mão em seus bolsos, olhando ao seu redor. Era como se ele estivesse esperando para ser atacado por alienígenas.
- Ele é um boxer de raça mista. O nome dele é Dodger. – Chris respondeu.
- Você o nomeou em homenagem ao Los Angeles Dodgers? (Time de beisebol) – Eu perguntei.
Vi a minha mala chegando, então me inclinei um pouco esperando até ela chegar mais perto, porém Chris fez a mesma coisa e a pegou primeiro.
- Você não tem que carregar minha mala se não quiser. – Eu disse sorrindo.
Chris fez sinal para andarmos. Ele gentilmente colocou sua mão nas minhas costas, cuidadosamente olhando ao nosso redor.
- Não, eu quero. Afinal, você é minha convidada. – Ele falou.
- Mas que cavalheiro. – Falei rolando os olhos.
- Eu tento. – Chris me olhou com um sorriso radiante. – E para responder sua pergunta, sim, eu nomeei ele em homenagem ao LA Dodgers. Você assiste beisebol?
Só agora que eu senti como se varias pessoas estivessem olhando para nós. Não só as que passavam por nós, mas também as que estavam na loja de presentes, nos restaurantes. Elas apontavam seus telefones para nós.
É assim que era em Boston?
- Sim, mas só porque softbol tem só uns seis times profissionais. Acho eu beisebol é coisa mais próxima que tem. – Afirmei com a cabeça, me aproximando um pouco mais de Chris.
Ele deu risada. Eu só vou falar uma coisa...: as mãos dele são grandes pra caralho. Não anormalmente grandes, mas tipo são sexy. Em vez da teoria dos pés, o tamanho do pau de um cara, é supostamente o comprimento do polegar ao indicador.
- Você joga softbol? – Ele perguntou.
- Joguei por um tempo. Não jogo desde que entrei para o ensino médio. Depois disso eu só acompanho. – Expliquei. Demorou um tempo para que eu percebesse que softbol não era um espore ‘descolado’ na Carolina do Norte. Mas correr e pular era.
- Se você quiser, podemos jogar qualquer dia desses. Isto é, se você não se importar de perder para um cara que é obcecado por beisebol. – Chris falou puxando seu boné mais para baixo.
Eu dei um tapinha em seu ombro. Por que caralhos eu dei um ‘tapinha’ em seu ombro.
- É fofo o fato de você achar que pode me vencer. – Eu disse.
Ele deu uma risada suave, me direcionando para o lado de fora do aeroporto onde encontramos um monte de câmeras apontando seus flashes para nós.
- Merda. – Chris sussurrou, a mão dele agarrou minha cintura, me puxando para mais perto dele.
Confusa, eu fiquei do seu lado, tomando cuidado para não ser atingida pelos paparazzi que se moviam ao nosso redor.
Será que eles estavam esperando a chegada de alguém e confundiram a pessoa com o Chris?
Chris apertou ainda mais minha cintura quando eles começaram a se aproximar de nós.
Nós fizemos nosso caminho entre a massa de corpos e os flashes das câmeras.
- Chris, quem é essa com você? – Um dos repórteres perguntou. “Chris?”
- Ela é sua namorada?
- O Capitão América esta oficialmente fora do mercado?
Foi aí eu percebi. Não acredito que levei tanto tempo para perceber. Meu deus, eu sou pior que a Karen de Meninas Malvadas.
Chris Evans é a porra do Capitão América.
É por isso que seu nome era ao familiar. E também é o porquê as pessoas estavam tirando fotos de nós no aeroporto. O porquê ele estava olhando ao nosso redor, ele estava preocupado com paparazzi.
Do jeito que eles estão nos amassando, acho eu os Estados Unidos não liga para a pandemia.
Capitão América estava com a mão na minha cintura.
Johnny Storm (Quarteto Fantástico, 2005) estava carregando minha mala.
Eu ia morar com o Chris Evans.
Mas por que meus pais não me falaram isso, porra? Com toda bosta desnecessária eu eles me falam sobre fungos, eles não podiam ter tirado três segundos do tempo deles para me falar que eu estava indo morar com o Capitão América?
- Chris, quantos anos tem sua namorada?
- Vocês vão passar a quarentena juntos?
Chris passou pela multidão me mantendo sempre ao seu lado, enquanto os flashes me cegavam.
Obrigada Jace por me maquiar.
Levou um pouco de tempo, mas finalmente chegamos no seu Jeep Grand Cherokee.
Ele entregou a minha bagagem para um dos caras que trabalhava no aeroporto e o cara colocou a no porta-malas.  
Chris abriu a porta do carro para mim. Ele não estava brincando quando disse que era um cavalheiro.
Eu evitei olhar para as câmeras à minha direita enquanto entrava no carro.
Chris deu a volta pela frente do carro para chegar ao lado do motorista. Repórteres e fãs o seguiram, mas dando espaço suficiente para eu ele pudesse abrir a porta sem precisar empurrá-los .
Ele me lançou um sorriso de desculpas antes de começar a dirigir.
Mesmo com a multidão já longe, continuamos em silencio. Até que eu perguntasse:
- Então, você vai colocar o cinto de segurança ou...?
Ele riu.
- Isso é tudo o que você vai perguntar ou você não se importa com quem eu sou? – Ele falou, alcançando o cinto.
- Bom, suas habilidades de atuação poderiam melhorar um pouquinho, mas você tem a voz de um anjo. – Eu dei de ombros, tentando fingir que não ligava. Eu sempre tive a impressão de que as celebridades odiavam quando os fãs enlouqueciam por eles estarem por perto. Mas é verdade é que por dentro eu estava gritando.
Foi então que eu aprendi que nunca fazia Chris Evans rir quando estava dirigindo. O carro derrapou quando Chris gargalhou. Ele com certeza ri muito, mas eu não estou reclamando.
- Entendi. Você é bem engraçada. – Ele sorriu
Eu apertei minhas coxas uma na outra, como se isso fosse ajudar em alguma coisa.
- Eu não sou engraçada. Eu só sou má, tipo a Regina George, mas as pessoas acham que eu só estou zoando. - Falei.
Por que estava tão quente aqui?
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2. Ficar com alguém.
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- Chamada para o embarque do vôo 257 para Boston, Massachusetts.
Carregando minha bagagem de mão, eu fui para a fila que estava se formando.
Quando eu fiquei P. da vida por conta da mudança, a oferta de paz do papai foi uma passagem de primeira classe. Como um anjo, eu aceitei e continuei  fazendo birra, porém em silêncio.
*Katherine
embarcando agr. Não se preocupe, agr é mto tarde para desistir
*Chris
Deveria me sentir ofendido por vc estar pensando em correr de mim?
*Katherine
ñ. Mas vou ficar desapontada se vc não for o deus grego q minha mãe descreveu
*Chris
Hahaha. Eu diria que sou o oposto, mas não quero te desapontar.
*Katherine
então, seu nome é só chris? Sem sobrenome?
*Katherine
tipo beyonce ou tipo a madonna?
*Chris
Eu deveria mudar meu nome para só Chris. Mas não hahah, infelizmente eu tenho um sobre nome sim. É Evans
*Katherine
chris evans? me parece vagamente familiar
- Com licença senhorita – O comissário de bordo me cumprimentou. – Sua passagem e passaporte, por favor?
Entreguei a ele e esperei até que verificasse que estava tudo ok. Ele me entregou de volta o passaporte e a passagem, apontando para que eu embarcasse na ponte para pessoas da primeira classe.
*Chris
Chris e Evans são nomes muito comuns não são? Você pode culpar meus pais por isso
Alguém atrás de mim tossiu, tentando chamar minha atenção. Eu virei e dei de cara com um cara muito, muito, mas muito gostoso. Ele sorriu para mim.
- Oi. Me desculpe, mas eu tinha que falar que adorei sua jaqueta. É da PacSun? – Ele me perguntou.
- Sim. Consegui comprar na promoção por apenas 50 pratas. – Eu respondi.
- Eu perdi aquela promoção. – Ele resmungou fazendo biquinho.
-  Sou o Jace, muito prazer. – Disse estendendo sua mão. – E só para descontrair, o quão gostoso você acha que é aquele cara ali atrás? – Jace aponta para o cara atrás da gente, ele encarava a tela do celular com fones na orelha.
- Ele é gostoso, mas não tão gostoso quanto Henry Cavill. – Eu respondi dando de ombros. – Eu sou a Katherine, muito prazer – Falei apertando sua mão. – Desculpe, eu não quero ser rude mas você é... ahmm...
- Gay ? – Ele terminou a pergunta com um sorriso nos lábios. – Na verdade sou bi, mas acho eu sou mais gay do que bi, se é que faz algum sentido.
- Sim, você é mais afim de garotos do que garotas. – Eu disse enquanto entravamos no avião.
Entregamos nossas passagens para a comissária de bordo.
- Exatamente! – Ele falou enroscando seu braço no meu  - Aonde você está sentada? Precisa de ajuda para colocar sua bagagem no compartimento?
Eu não pude evitar um sorriso vendo esse homem hiperativo do meu lado.
- Estou no assento 3E e tá tudo bem, eu vou ficar com a minha bolsa. Onde você está sentado?
- Ahm, 1F. – Ele respondeu olhando sua passagem. – Você está indo para Boston mesmo ou é só um pit stop?
Jace me acompanhou até meu assento, a cabine estava se enchendo de pessoas. Eu me sentei no meu lugar.
- Boston mesmo. Eu estou indo morar com um cara até essa de corona vírus passar.
Tinha só umas dez pessoas na primeira classe e ninguém havia sentado do meu lado. Acho que o pessoal já começou o negocio de distancia social.
Quando Jace se tocou disso, ele deu de ombros e se sentou ao meu lado.
- Que cara? Um cara gato? – Jace perguntou.
Eu dei risada.
- Ai Cristo. Eu espero! Minha mãe me deu camisinhas e eu deveria agradece – lá não dando a ela um neto.
*Katherine
acabei de embarcar no avião. Não tem mta gnt então não se preocupe, não vou pegar corona
*Chris
Que bom. Me mande mensagem se precisar de qualquer coisa.
*Katherine
pergunta estranha. vc tem camisinhas na sua casa?
Mas por que caralhos eu enviei isso?!
Jace deu risada enquanto lia a mensagem
- Por acaso você esta tentando foder esse tal de Chris?
Eu dei um tapa no seu braço, enquanto esperava ansiosamente por uma resposta para minha mensagem.
Esperando uma resposta dele era como esperar o seu crush te responder depois de ter enviado uma mensagem dizendo que gosta dele.
- Eu não fodo com caras que tem namoradas. – Falei.
- Ele tem namorada? – Jace perguntou enrugando as sobrancelhas.
- E quem é que sabe? De acordo com a minha mãe, ele é um deus grego. Qual é o deus grego que não tem uma namorada? – Eu perguntei, dando de ombros e colocando meu telefone de lado.
- Espera. Vocês vão estar sozinhos ou...?
- Era para sermos nós dois, mas acho que a família deve virá visitar uma vez ou outra. – Eu murmurei, bebericando minha água.
- Uau, conhecendo a família dele huh... – Jace cutucou minhas costelas dando um sorriso provocativo. – Eu não sabia que estavam namorando. Se você tiver sorte, pode ser que ele seja um dos Chris-es famosos.
Aí quem dera.
- Se for para ser um Chris, eu escolho Chris Pine. Eu deixaria ele fazer o que quisesse comigo. – Eu disse. – Ele e Tom Brady, é claro. Mas e você? O que vai fazer em Boston?
- Ah, eu estou voltando da faculdade. É melhor ficar de quarentena com a família do que com um bando de cara da fraternidade. – Ele respondeu. – Mas meu pai, como eles são gostosos. Acho que nem todo mundo pode ficar de quarentena com um deus grego.
- Eu nem acho que esse tal de Chris seja realmente gostoso. – Falei.
O avião já estava decolando quando começamos a discutir minhas chances desse tal de Chris ser realmente gostoso. Os primeiros 25% vieram do fato dos quatro Chris-es serem gatos (Chris Prat; Chris Pine; Chris Hemsworth e Chris Evans ♥). Os 10 % vieram pelo fato de “Chris” ser um nome sexy. E os últimos 20% vieram de experiência própria. Eu tinha 55% de chance de esse tal de Chris ser realmente gostoso.
- Você que se eu usar meus seios eu consigo fazer com que o comissário de bordo me traga uma taça de champagne? – Eu sussurrei, tirando minha jaqueta. Eu fui sortuda de estar usando uma regata vermelha que estava tão esticada que se eu me abaixasse meus peitos cairiam para fora.
Jace olhou para meus seios e assentiu com a cabeça.
- Sim, Você é gostosa. Faz isso. – Ele apertou o botão para chamar ajuda.
Assim que o comissário de bordo chegou, ele falou:
- Olá, como posso ajudar?
Ele parecia ter a minha idade, como isso é possível?
Me arrumando no meu assento, meus peitos pularam um pouco, fazendo com que os olhos do comissário se fixassem neles.
- Você poderia me trazer um pouco de champagne? Por favor? – Eu perguntei.
- Sim. Claro. Deixe que eu pego para você. – Ele respondeu piscando.
O comissário se afastou de nós lentamente, balançando sua cabeça.
Jace riu me dando um jóia.
- Maneiro. Seus pais te presentearam bem hein. Você ficaria muito gata se fosse loira, mas até que eu gosto desse look de morena com cabelo cacheado. – Ele falou.
- Eu tentei ser loira no ensino fundamental. Não vou mentir, mas deixe-me citar Selena Gomez: If I were you I’d do me. (“Se eu fosse você também me desejaria.” [não é a tradução literal, mas é a tradução da música Fetish]). – Eu sorri enquanto o comissário de bordo voltava com uma taça de vinho tinto. – Obrigada. – Eu disse pegando a taça.
Ele assentiu com a cabeça antes de nos deixar novamente.  Jace deu uma risadinha.
Meu telefone vibrou.
*Chris
Eu guardei algumas antes da quarentena começar, por que? Planejando ficar com alguém?
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1. Pandemia vira troca de mensagem com galã gostosão.
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Eu estou começando achar que alguém a em cima me odeia.
- Você precisa de ajuda para fazer as malas, Kat? – Mamãe murmurou pela porta. Ignorando ela, eu continuei jogando as roupas na mala. – Katherine, querida, me desculpe mas é para o bem do seu pai.
Eu suspirei.
- Eu sei e não estou brava por isso. Eu estou brava porquê você está me mandando embora para morar com um estranho enquanto essa porra está acontecendo.
- Olha a boca suja. – Minha mãe abriu a porta com um olhar suave em seu rosto cansado. – E não estamos te enviando para morar com um estranho, ele é um ótimo amigo e esta sendo legal em te receber.
Desde a cirurgia do meu pai, ele tem ficado fraco e seu sistema imunológico é uma droga. Então, quando eles anunciaram que jovens poderiam carregar o corona vírus sem mostrar sintomas, a família inteira concordou que seria melhor se eu ficasse longe até que as coisas sossegassem.
Aparentemente, eu tive uma visão diferente nesse acordo. Eu pensei que fosse ficar sozinha na casa do lago. Mas nãããoo. Katherine não é confiável depois de ter dado uma imensa festa quando os pais dela foram para Cleveland por um final de semana.
Não, ao invés disso eu estava sendo mandada para Boston para viver com um ótimo “amigo” dos meus pais. Se ele é um amigo tão ótimo, então por que essa era a primeira vez que alguém falava dele? Até onde eu sei, ele pode ser um velho tarado.
- Por que ele tem que viver em Boston? Por que ele não podia morar em um lugar tipo a Florida? – Eu perguntei, pegando alguns biquínis. Ela levou a sobrancelha em questionamento e eu dei de ombros. Só porque estamos em quarentena não significa que eu tenha que ficar pálida no verão.
- Porque ele esta tentando ficar perto da família dele. Mas na maior parte do tempo será só vocês dois, então terá mais gente para conversar, mas você também vai poder ter seu tempo sozinha. – Mamãe disse passando a mão em meus cabelos cacheados.
Mas que fodastico!
- Maravilha. – Eu murmurei sarcasticamente, jogando mais roupas dentro da mala. – Quanto tempo até meu vôo?
- Daqui umas seis horas, - Ela disse olhando em seu celular. – o que significa que você tem tempo para verificar se colocou na mala tudo que precisa. Ah, e eu dei seu telefone para o Chris, assim você vai saber para onde ir e para quem pedir direções quando chegar. Ele disse que irá te mandar mensagem por volta do meio-dia, uma hora antes do seu vôo.
- Ai que maravilha mãe, vocês contrataram uma babá. Me sinto muito melhor agora. –Eu falei zombando da situação.
Mamãe me olhou com o olhar de quem não sabia o que fazer comigo, mas ao mesmo tempo queria me destrinchar.
- Por favor Kat, seja legal com Chris. – Ela implorou. Me sentindo derrotada, eu concordei com má vontade.
Ela puxou uma caixa de presente de trás das costas.
- Eu te comprei um presente de despedida.
Aquilo me amoleceu. Ela sabia como me agradar.
- Mãe, não precisava. – Peguei a caixa da mão dela. Eu levaria horas para abrir a droga do presente. Como sempre estava enrolado com fita. Fita de embalagem de correio. Dessas que você se mata para poder tirar.
Quando consegui abrir a caixa eu quase caí para trás.
Duas caixas de camisinha. Tamanho grande.
Por acaso ela pensa que eu sou ninfomaníaca?
- Mãe, sério, não precisava. – Eu disse fazendo careta.
Ela riu me puxando para um abraço de urso.
-Por acaso eu pareço velha o suficiente para ser avó? Nem se atreva a responder! Estou apenas dizendo que é melhor prevenir do que chorar por nove meses.
Gemendo internamente (de nojo), eu sorri para minha mãe, me desfazendo do abraço.
- Então você ta dizendo que quer que eu transe com esse tal de Chris?
Mamãe ofegou, sua expressão assustada logo se tornou um sorriso.
- Se você for transar com qualquer pessoa, pelo menos que seja com o Chris. Deixa eu te contar uma coisa meu bem, ele é como se fosse um deus grego.
- Ai mãe, que nojo.
- Não, não. Você também acharia. – Ela fala encarando a pilha de roupas que eu amontoei.
- Ta legal, eu vou ter que fazer as suas malas. Vá lá embaixo comer alguma coisa. Um pouco de caloria não vai te matar.
Desistindo eu fui até a cozinha, passei pelo meu pai que estava lendo um jornal em sua cadeira. Uma coisa eu que amava sobre ele é que ele não se importava o quão velho parecia fazendo coisas de gente velha. Ele não era velho, mal tinha 50 anos e mesmo assim estava virando as paginas do jornal com o dedo lambido.
- Oi meu bem. Já arrumou as malas? – Papai perguntou me olhando.
Eu peguei a caixa de Sucrilhos da mesa.
- Não, a mamãe se cansou da minha bagunça e esta arrumando para mim. A propósito, foi sua a ideia de me dar camisinhas como presente de despedida?
Papai tossiu dando risada.
- Eu não acredito que ela realmente fez isso. Não, na verdade eu ia te comprar um carro, mas aí lembrei que você é uma péssima motorista e é melhor para o mundo se você não dirigir.
- Ei! O que quer dizer com isso? - Um pouco de Sucrilhos voou da minha boca – Eu já tirei minha carteira de motorista. Sou ótima no volante.
- Mais ou menos né? Sem querer ofender querida, mas você é imprudente e dirige muito rápido, isso e faz parecer irresponsável. – Ele disse torcendo os lábios.
- Eu sou chefe das lideres de torcida! Quer coisa mais responsável que isso?? – Eu murmurei, colocando uma mão cheia de cereal na boca. Eu vou ficar tão gorda na quarentena.
Nós ficamos senados em silencio. Papai e eu nunca tivemos problema em nos comunicar. Ele costumava me contar histórias sobre como quando eu era pequena eu só conseguia dormir com ele me segurando. Para ele eu era a filhinha do papai. A filhinha eu que fez sexo na cama dele com o ex-namorado australiano.
Meu telefone vibrou e eu o puxei do meu bolso para ver uma mensagem de um número desconhecido.
*xxx-xxx-xxx
Oi Katherine. Aqui é o Chris. Eu só estou checando para ter certeza de que já esta no aeroporto.
*Katherine
oi chris. Ainda não estou no aeroporto, sairei de casa em algumas hrs.
*Chris
Você não recebeu o aviso de que o vôo 257 vai decolar em duas horas?
*Katherine
Porra, tu a falando sério? Caralho eu não recebi nenhum de alerta.
*Chris
Tem uma tempestade de neve vindo para Boston em algumas horas.
Pulando da cadeira, eu corri lá para cima.
- Mãe! Chris disse meu vôo sai em duas horas. Eles mudaram por conta de uma tempestade de neve eu está indo em direção a Boston! Por que? Por que? Por que?  Por que em eu que ter neveee?!!
Minha mãe correu para meu guarda-roupa e me entregou uma jaqueta bege.
- Eu sei, eu sei, eu sei. Eu recebi o alerta e estou dobrando rápido. – Ela segurou biquíni cor-de-rosa. – Você realmente precisa disso?
Eu peguei da mão dela e enfiei dentro da mala já cheia.
- Sim! Ok, então ta tudo aqui? – Perguntei fechando a mala e carregando ela para o andar de baixo, sendo cuidadosa o suficiente para não quebrar meu pescoço.
- Telefone? Carregador? Notebook? Cadernos? Moletons? Calças jeans? Vestidos? – Mamãe disse me seguindo.
- Ok, ok, ok, ok, ok, ok, ok.
- Espera, você disse que foi o Chris quem te avisou sobre o alerta? – Ela perguntou parando no meio do caminho com um sorriso no rosto. – Então vocês já estão se falando?
Eu não tinha tempo para o papo de: “quando você vai arrumar um namorado sério e parar de ficar com todos esses caras lixo”. Não agora.
- Ele só mandou mensagem para saber se eu já estou no aeroporto. – Eu disse segurando meu telefone.- Merda, é melhor mandar uma mensagem para ele e dizer que estou a caminho.
- Vocês conseguiram colocar o guarda-roupa inteiro da Katherine nessa mala? – Papai perguntou olhando para mala, maravilhado.
*Katherine  
obg pelo aviso. Estou saindo para o aeroporto agora.
*Chris
De nada. Me mande uma mensagem quando embarcar.
*Chris  
Ou antes. Quando for melhor para vc        
*Katherine
Muito bom Chris, bem tranqüilo
- Mais é claro que não! Você já viu o guarda-roupa de sua filha? É maior que o nosso. – Mamãe respondeu, tentando olhar minhas mensagens. Minha mãe só precisava de um siliconepara se tornar a mãe da Regina George.
- Eu não deveria ter feito a aposta da maratona. Nós dois sabíamos que ela iria ganhar. – Papai disse se levantando e andando até nós.
Mamãe bateu em seu peito antes de abraçá-lo de perto
- Só porque você tem treinado ela para correr antes mesmo de ela saber andar. É parcialmente sua culpa.
Eles faziam tantas demonstrações públicas de afeto, que eu não ficaria surpresa se eles simplesmente transassem em cima da mesa de jantar. Graças a Deus meu irmão mais velho, Pete, mantém eles sob controle.
Meu telefone vibrou.
*Chris
Eu tentei
Ele é tão bobo.
Meu pai me puxou para um abraço, o que me surpreendeu pois ele não poderia ficar a menos de um metro de mim.
- Eu sentirei a sua falta querida. – Ele falou.
Abraçado de volta era quase impossível. Ele era alto. Não como Shaquille O'Neal, mas perto disso. O que sempre fazia com que eu me perguntasse por que sou tão baixa.
-Vou sentir sua falta também pai.
Papai beijou minha testa antes de me deixar minha mãe me puxar pra longe
- Vamos Kit Kat, está na hora de ir. –Ela disse.
Acenando, eu fui para o banco de passageiro, sabendo que eu nunca conseguiria vencer uma discussão sobre o fato de que eu era uma ótima motorista.
- Mãe, quantas vezes tenho que falar que eu detesto esse apelido?- Eu perguntei.
- Milhões e milhões e milhões de vezes. – Ela disse sorrindo. – Coloque o cinto. Vai ser uma viagem turbulenta.
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