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#ódio apanhei do ps pra fazer esse graphic feioh aff
giulietas · 5 years
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                                        𝐀 𝐓𝐀𝐋𝐄 𝐀𝐁𝐎𝐔𝐓 𝐓𝐖𝐎 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒.
A Henrik and Catherine alternative universe short story.
Uma gargalhada irrompeu dos lábios de Catherine, conforme ela segurava a longa e volumosa saia de seu vestido e tentava correr atrás de Henrik. Os últimos raios de sol do verão acariciavam a pele alva, que em breve completaria dezoito anos, e pareciam brilhar somente para que os dois pudessem andar sem desconforto pelo jardim. 
“Tell me, Mr. Van Helsing, do you already have my birthday gift?” 
A loira perguntou, parando ao lado dele e sendo puxada em direção a grama recém cortada, acabando deitada lado a lado, seus narizes a centímetros de distância. Aquilo não era apropriado, e se sua mãe visse estaria condenada; mas não se importou, até mesmo ousando levar sua destra aos fios escuros rebeldes. Uma surpresa, oh, Catherine as odiava profundamente. E, enquanto deixava que ele acariciasse seus fios e a lesse uma poesia qualquer recém publicada na França, se pegou pensando em qual seria a surpresa. Um de seus primeiros pensamentos foi o de um anel, um sorriso contido aparecendo em seu rosto. 
Será? Ela ouvia o que os mais velhos falavam, não era besta, e sabia que com suas idades próximas o casamento deles seria ideal. Papai não iria se opor, os Van Helsing eram importantes na Inglaterra e ainda mais poderosos na Alemanha, seria um verdadeiro sonho. E ela não se incomodava em se imaginar unida a Henry, principalmente se continuassem como eram. Talvez, no entanto, tivesse que aprofundar seus estudos em alemão. “If I ever go to Germany, will you show me around? Better, will you show me your enormous library? The one you talk so much about.” A tarde continuou, com mais poesias em francês, promessas de visitas em todos os principais pontos alemães e mais risadas. A loira decidiu, mais tarde, já em seu quarto enquanto se preparava para dormir, que ficaria perfeitamente feliz se seu pai desse sua mão à Henrik.
Duas semanas mais tarde, suas carruagens seguiam lado a lado até o Palácio. O rei oferecia um baile, e era sempre uma honra ser convidado. Henry fez questão de a ajudar a descer, sempre tão cavalheiro e atencioso, e quando lhe ofereceu seu braço, para entrarem, aceitou de bom grado.
A primeira dança sempre era dele. Desde que foram permitidos a dançar nos bailes. E foi a primeira vez que foi diferente. James, príncipe herdeiro, requisitou sua primeira dança. Se sentiu lisonjeada, ainda que seu coração tenha apertado quando soltou as mãos de Henrik e as deus para James. Mas, os dois se davam bem - arriscaria os chamar de amigos - e certamente nenhum tomaria ofensa. 
Tudo ocorria bem, entre seus giros e passos elaborados, palavras afáveis eram ditas, das quais a menina respondia com um sorriso radiante. Era motivo de inveja para todas as outras garotas no salão e estava gostando disso, até que foi pega de surpresa. “I will ask your hand in marriage to your father, Lady Catherine.” Os olhos azuis, desesperados, cruzaram o salão do baile, procurando pelos verdes, que pelo visto ficaram presos em si por toda a música. Me salve, pensou, e, como se pudessem ler as mentes um do outro, o Van Helsing a atingiu em tempo recorde. 
Os homens apertaram as mãos, mas a livre do amigo rapidamente envolveu a sua, em seguida a puxando para a próxima dança. “Tell me, dear Cat, what has happened?”
A doçura de sua voz fez seus olhos lacrimejarem. Deveria estar feliz? Talvez, porém não estava.
“Take me to Germany, Henry. And never let me come back.” 
O acordo estava selado, o noivado anunciado e agora Catherine ostentava um anel incômodo e pesado em seu dedo. Deveria estar feliz, mas não conseguia. Henrik invadiu seu quarto, sem bater na porta, sozinho. E ela quase gritou com o susto, seus olhos arregalados. Se o pegassem, sozinhos, estaria arruinada e nem um perdão real a salvaria do ostracismo. O encarou, se perguntando como ele havia conseguido chegar até ali sem ninguém o ver ou o impedir. Ele deu de ombros, sempre entendendo o significado exato de seus olhares. 
“You don’t have to do it.”
“Yes, I do.”
“Cat, you don’t. Do you even love him?”
“I can’t do anything about it.”
“Marry me instead.”
“You’re crazy! That would never be possible. Don’t you see? Dad and His Majesty made a deal, my whole family would be hanged if I broke it. I don’t have a option.”
“Run away with me. I would never let anyone touch you, never.”
A devoção com a qual as palavras foram ditas fez Catherine acreditar nelas cegamente. Seus lábios se abriram, prontos para dizer que, sim, ela fugiria com ele. Iria até as profundezas do inferno se ele segurasse sua mão e a olha com tanta paixão, da forma que fazia agora. Mas sabia, em âmago, que mal chegariam aos portões.
“I can’t, Henry.”
Ele já esperava aquela resposta, mas isso não o impediu de invadir a distância considerável que havia entre eles e a beijar. Seus lábios se encontraram com tanta força que sentiu dor, mas não podia se importar menos. Algum dia aquilo voltaria a acontecer? Torcia para que sim. 
Podia sentir seu rosto ficando molhado com as lágrimas, que sua mãe tinha dito precisamente para que não derramasse, conforme caminhava pela Abadia, em direção ao altar. O moreno se encontrava lá, passos atrás de seu noivo, e sustentou seu olhar. Eram as pessoas mais miseráveis do mundo no momento, mesmo que parecessem cercados por tudo. 
“I, Catherine Huntington, take you…”
Sua voz travou, enquanto azul e verde pareciam se perder um no outro. Como queria poder pronunciar ‘Henrik Van Helsing’.
“James Vanderbilt, as my husband. [...] till death do us apart.”
Estava selado perante a Deus, a promessa que fazia ela dele, o homem que mal conseguia olhar nos olhos. 
Talvez ambos tivessem pensado que tal espécie de tortura estava acabada, mas ela pareceu piorar quando o príncipe elegeu Henrik como testemunha para a consumação do casamento. Catherine parecia estar prestes a ter uma crise de choro, seu rosto vermelho, os olhos úmidos e seus lábios tremendo. Já o Van Helsing permaneceu impassível.
A cada amarra desfeita do vestido um soluço ecoava pelos aposentos reais. Nem tentava mais esconder sua tristeza. Não atrevia direcionar sua visão para a parede a sua esquerda, não quando sabia que ele assistia a tudo, quando sabia que ele não podia fazer nada. 
A loira não emitiu nenhum som enquanto ele possuía o que era dele por direito, mas não por devoção. Queria gritar, queria fugir, queria chorar, queria morrer. A dor que ele a causava não era tão grande quanto a que tomava seu coração. E, por toda a noite, Catherine desejou que fosse Henrik que desbravava cada centímetro de sua pele pela primeira vez. 
Rainha. Odiava o título, odiava sua coroa, odiava seu trono. Mas era o que era agora. Nem três meses após o casamento e seu sogro fora encontrado morto. E, enquanto nos dias arrastados que se passaram, os amantes foram apenas capazes de toques furtivos, encontros rápidos de seus lábios e longos olhares melancólicos. Ele tinha continuado no castelo a pedido de James, convidado a fazer parte de alguma sociedade para qual não dava a mínima, e, num dia onde seu marido desapareceu, foi a sua vez de invadir o quarto sem antes bater. 
Ninguém ia contra ordens da Rainha, então ninguém apareceria por ali. Seu coração batia desesperadamente, enquanto o encarava, parado do outro lado do quarto. O ar parecia pesado como se todas as palavras não ditas pairassem entre eles, como se tudo o que sentiam os rodeasse. Como sempre entre eles, não houve a necessidade de falar qualquer coisa. 
“My body, my heart, my soul. They’re yours, Henry. They will only ever be yours.”
Suspirou, tocando seu rosto com a mesma inocência que fizera naquela tarde, tempos atrás, quando achava que ele viria a ser seu marido. 
“You’re condemning me to hell, Catherine, and I’m not regretting it.” 
E então seus corpos se encaixaram, como se tivessem sido moldados para isso. Suas almas se tornaram uma por horas a fio. A maneira que deveria ser. Henrik reclamava cada área sua como dele, a levando do céu ao inferno em instantes. Seu coração parecia prestes a explodir. Isso era amor. Criado pelos céus. Enviado pelos céus.
O sangue que será derramado é inevitável, e ela sabe disso. Sabe que ele irá para o inferno e todo seu corpo exclama para que vá junto. Poderia pedir para que ele ficasse, mas já havia traído seu Rei uma vez (não uma, várias, mas Catherine não sabe a soma dos encontros de suas almas) e não o faria uma segunda vez. 
“I will be praying for you.” 
Sua voz sai baixa em meio ao labirinto. Eu te amo, é o que seus olhos transmitem. E ele entende e a responde. E quando seus lábios se encontram por uma última vez dessa vez não doí, e ela passa os dias seguintes guardando consigo a sensação de ter tocado o paraíso.
O sol brilhava, aquecendo sua pele como fez em momentos mais felizes, quando seus joelhos cedem e a levam ao chão. A sensação mais angustiante do mundo a possui, e ela passa as duas luas como se não tivesse mais alma. Porque não tem. Quando a confirmação vem é como se o inferno tivesse vindo à superfície, e todos ouvem os lamúrios da amante, que teve sua metade tomada. 
Seus gritos afastam qualquer um que tente se aproximar e pouco a pouco o quarto, que nunca foi seu porque ele nunca repousou ali, está aos pedaços. 
É tarde demais quando James aparece, as mãos finas e delicadas cravam a adaga num órgão que parece não existir mais, e ela nem ao menos sente dor. Não havia vida sem ele. 
Não são professadas palavras alguma, nunca precisaram delas. Suas almas se juntam. Se não em vida, ao menos na morte. 
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