#⠀✶⠀﹒⠀𝐭𝐡𝐞⠀𝐩𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞⠀⠀:⠀⠀vincent & cillian.
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princetwo · 5 months ago
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✶⠀﹒⠀[ . . . ] com @inthevoidz em sua carruagem: ❛ you scared me. ❜
Depois do assassinato absurdo e inesperado da Imperatriz ter ocorrido sob a presença de diversos soldados bem treinados, Vincent pensou que teriam de ser bem criativos para conseguir surpreendê-lo novamente, porque agora estava preparado para tudo. A notícia que chegou a seus ouvidos o provou o contrário — havia subestimado e muito a capacidade de piorar as coisas. Foi um passo em falso, o chão sendo subitamente arrancado sob seus pés. O receio que sentia pela sensação constante de não estar em segurança era controlado; às vezes até imperceptível na falsa confiança que o príncipe exibia em público, mas o que sentia por saber que seu homem estava preso era um transbordar de sentimentos que o tirava do eixo. Não pensou direito quando deixou o palácio às pressas para ir atrás de desfazer isso, disposto a gritar e subornar quantos homens fosse necessário. Tadhg não ficaria na prisão feito um cão sem dono. Vincent estava junto com ele quando a Imperatriz foi atacada, o que significava que alguém iria perder os dentes por ousar apontar o homem errado. Quando avistou pela janela um certo changeling que ele sabia ser um dos amigos mais próximos de Tadhg, a ordem que deu a seus guardas foi a de enfiá-lo em sua carruagem à força caso fosse necessário para fazê-lo colaborar. ── Desculpe, mas é importante. ── Ele encarou o homem no banco acolchoado à sua frente, não muito preocupado em se alongar na justificativa. O sequestro era um detalhe irrelevante, e a privacidade dentro da carruagem caía bem. ── Você conseguiu vê-lo? O Tadhg? ── Foi direto, dispensando qualquer cerimônia desnecessária que só iria atrasá-lo de saber como ele estava. O Príncipe estava sério como nunca — e também estava disposto a arrancar as informações que queria à força se fosse necessário. Não tinha tempo para ganhar a confiança alheia. ── Sei que não foi ele.
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princetwo · 2 months ago
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O príncipe estava acostumado a ver os changelings sempre esperando apenas o pior dele — afinal, era o que ele normalmente estragava mesmo. Por que diabos desperdiçaria sua simpatia com bárbaros? Nunca teve problemas com isso; podia ignorar facilmente tudo o que eles pensavam. Contudo, ficar marcado como sequestrador logo pelo homem que agora ele precisava conseguir a bênção de repente se tornou uma pedrinha em seu sapato. O príncipe ergueu as sobrancelhas, mas não se ofendeu, reagindo como se a possibilidade nunca tivesse passado por sua cabeça. ── Oras, não seja tão rancoroso! Achei que já tínhamos deixado isso para trás. ── Queria, é claro, levar como leveza o suficiente para fazer o acontecido parecer apenas um detalhe insignificante. Uma história engraçada que eles relembrariam nos jantares em família que o príncipe certamente se enfiaria no meio depois que se casasse com Tadhg Barakat. ── Eu vim em paz, certo? Até me ofereceria pra te ajudar a ganhar nisso aí usando magia, mas sei que você é um homem íntegro demais para aceitar isso… ── Comentou, observando a determinação de Cillian para humilhar o pirralho naquele jogo sem qualquer julgamento, embora eles existissem no fundo da mente. Que tipo de lição ele estava querendo dar para o pobre garoto? Que não se podia ganhar tudo na vida? Imaginava que o tal sobrinho devia sofrer muito nas mãos do professor, o que o fez lamentar um pouco por ele, mas de repente se deu conta de como o moleque podia servir a seu favor, e a orbe negra que flutuava atrás dele cintilou com mais intensidade. Talvez fosse difícil comprar a aprovação de Cillian, mas as crianças sempre eram muito mais fáceis. O bigode loiro se desenhou num sorrisinho quase santo, com o príncipe rapidamente desviando sua simpatia para o garoto que seria seu caminho para obter o que ele queria. ── Não sabia que estava acompanhado. Nesse caso, que tal passar nas tendas de comida e eu compro doce para a criançada enquanto conversamos?
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ONDE: Tiro ao Alvo
COM: @princetwo
Chegava a ser cômico ver Cillian com espingardas de pressão nas mãos e dentro de vestes que não eram do seu usual. Usava um azul escuro e brilhante que ficava mais aparente quando a luz batia, e era possível notar já que o brinquedo era quase preto. Estava distraído tentando estudar o movimento dos patinhos já atingidos diversas vezes para não errar um tiro sequer, torcendo para pegar a maior pelúcia que tivesse por ali. Não estava muito interessado em tê-la para si, mas tinha visto a sobrinha namorar o objeto por vários minutos enquanto passavam diante da brincadeira antes do irmão mais velho querer pirraçá-la e ganhar no lugar.
Pronto para entrar na fila outra vez depois de uma jogada de teste, se deparou com quem vinha considerando seu espírito obsessor o encarando sob o bigode cor de areia. "Não estou disponível para sua carruagem, Alteza." Precisou se livrar de um novo sequestro o quanto antes, não querendo desaparecer de novo e ainda receber broncas por não ter contado sobre o que havia acontecido para os demais. Podia admitir que estava um pouco feliz por Tadhg, mas ainda era difícil digerir o príncipe, principalmente depois do tal Jeremy tê-lo puxado pelo pescoço para o transporte privativo. "Estou muito ocupado tentando ganhar uma foca de um garoto de doze anos que, por um acaso, também é meu sobrinho."
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princetwo · 10 months ago
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   “Perdão? Como é que é?” Vincent bateu os cílios, a expressão perplexa; sem acreditar na maneira que estava sendo enxotado pelo changeling. Já tinha lidado com todo tipo de afronta desde que o imperador permitiu a entrada dos selvagens em Hexwood, mas nunca tinha acontecido de tentarem expulsá-lo como uma mosca inconveniente. O sorriso azedo que o changeling abriu ao encará-lo mostrava que ele havia percebido o erro de tratar um príncipe daquela forma, mas não deixava de parecer absurdo. Com a justificativa, o príncipe ergueu uma das sobrancelhas. “My dear? Mostre um pouco de decência, por favor. Esse aqui é um lugar de respeito.” repreendeu o flerte descarado. “Espera, você ia expulsar uma assombração com um ‘xô’, como se fosse um vira-lata sarnento?” Vincent o encarou, um silêncio de pura incredulidade pairando no ar por um longo momento. Os changelings eram mesmo estranhos, mas não achou que fossem malucos. Tinha algo errado. Vincent fungou o ar, tentando captar o cheiro do álcool que o rapaz certamente havia consumido, mas não encontrou os indícios — o que só era mais preocupante ainda. “Diga-me: como você passou no psicotécnico para entrar aqui?”
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Toda aquela fumaceira não havia sido sequer avisada antecipadamente, com altas chances de ter sido e ele ignorado a informação, como vinha fazendo com muitas das que eram dadas em Hexwood. Deseja apenas sair dali pela primeira porta que visse, o que era difícil com o véu branco por todos os cantos. Mal conseguia ver as pessoas! Esquivou-se de um dos khajols, ou seria uma alma penada?, que tentava vir para seu lado, mas o que era para ser alguns passos se tornou em uma passada longa. "Xô!" Estava sendo seguido? Pelos deuses. Só quando ouviu o chamado que se virou, estudando o outro com os olhos semicerrados não por soberba, mas porque não enxergava bem. Reconheceu logo o príncipe e forçou um meio sorriso que mais parecia uma reação do gosto da laranja mais ácida que já havia provado. "Ah." Foi o que conseguiu responder de imediato, não querendo trapacear a alteza. Aliás, nunca tivera roupas brancas, no máximo prateadas em tons muito mais escuros. "Receio que minhas roupas brancas foram perdidas no incêndio, my dear prince. Quanto às energias negativas, pensei que fosse você alguma delas, exorcizada, me seguindo. Resolvemos nosso problema, hm?" Pelo menos, aquela parte era verdade.
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princetwo · 4 months ago
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FLASHBACK ⠀⸝⸝
Não ficou feliz por saber que Cillian tinha prometido a Tadhg não se envolver para ajudá-lo ��� pelo olhar de cachorro desamparado do outro, Vincent soube que os juramentos realmente era algo sério entre os dois. Não tentou esconder seu descontentamento, o encarando como se o culpasse por um crime ainda pior: colaborar com a autodestruição de Tadhg. ── Você é ainda mais estúpido que ele por aceitar isso. ── Não conseguia medir suas palavras. Oras, como ele poderia obrigar Cillian a prometer isso? O homem estava preso! Ele não podia simplesmente se fazer de sonso, dizer que iria buscar uma marmita pra ele e depois nunca mais voltar ou algo do tipo? Como uma pessoa normal faria?
Não se surpreendia por Cillian tratá-lo daquele jeito, como se ele é quem fosse o culpado e por isso quisesse espetá-lo até ele fazer alguma coisa a respeito. O que mais poderia fazer? Contudo, o jeito que ele reduzia tudo a algo simples só o frustrava, porque para Vincent não era nada simples. Era coisa demais em suas mãos. E Cillian, como ficou claro, não se importava. Não se importava com nada além de Tadhg e em manter sua promessa. ── Você não está ajudando… ── O homem era fiel a Tadhg, mas não lhe seria muito útil para encontrar a melhor saída. Ao constatar isso, fechou os olhos com força e pressionou as têmporas, a mão cobrindo parte do rosto, e então deixou sair um suspiro cansado que não aliviou em nada o peso que sentia. Abaixo da frustração, havia um medo aterrorizante em suas entranhas, uma sensação de que, apesar do seu ego gigante, ele era… pequeno. Odiava se sentir desse jeito, e seu reflexo era descontar sua raiva em Cillian. Não o via realmente como um merdinha, mas não iria deixá–lo saber disso. Ainda nem sabia o que pensar sobre ele. ── Agradeço pelo conselho, mas vou deixar pra me preocupar com o que ele pensa quando ele sair da prisão.
A confissão do crime o fez erguer as sobrancelhas. Não era algo que esperaria de um professor, mas agradecia por ele ter feito. Considerando que tinha o sequestrado, a informalidade com que foi tratado era o de menos. O difícil de ignorar era ouvi-lo dizer que provavelmente ficariam unidos pelo resto da vida se tudo desse certo. Então era essa a impressão que Tadhg passava sobre eles? Que era sério e parecia promissor? Será que tinha dito algo a Cillian? Em outra ocasião, o encheria de perguntas, mas não tinha a menor intimidade com o homem que tinha acabado de sequestrar, e também não queria parecer tão patético. Ainda que fosse a contragosto, a aceitação do outro pareceu uma aprovação para algo maior. Ótimo. Ele ia ter que se conformar mesmo. ── Muito bem, cunhado, ── Era esquisito chamá-lo desse jeito, e parte de Vincent só quis ver o desgosto na cara dele ao mostrar que se enfiaria sim na vida dele, mas descobriu que gostava disso. Os jantares em família certamente seriam estranhos… ── você está sugerindo o quê? Que ele vai voltar quebrado? ── perguntou, franzindo o cenho. Os dedos se fecharam com força demais, cerrando os punhos, porque Cillian o estava apavorando. Era horrível saber que, além de tudo, ele era a razão para Tadhg estar preso. Que seria o responsável por qualquer possível sequela. O príncipe engoliu em seco e desviou o olhar para a janela, sem saber como lidar com aquilo. ── Não sei o que fazer se ele não voltar inteiro.
ENCERRADO.
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Cillian não gostava da ideia. Não gostava de Vincent e muito menos de Tadhg se sacrificando por ele. Um príncipe tinha todo o poder do mundo nas mãos e poderia muito bem livrá-lo do pior, mas as coisas não funcionavam de acordo com o que ele queria. Estava um tanto irritado pela arrogância do outro de se manter em silêncio, mais ainda de não saber os detalhes. Sua única motivação para continuar a conversa e não arrancar todos os dentes brilhantes sob o bigode — antes de arrancar o mesmo, é claro — era o amigo que era separado de si unicamente por não terem o mesmo sangue. Fora isso, Tadhg era parte de seu interior mais que qualquer outra pessoa. 
O cenho franziu com a defensiva do outro, e podia sentir no ar qual era o sentimento: culpa. A pele já pálida ficou ainda mais branca e Cillian estava decidindo se acreditava ou não nos sentimentos dele, sabendo que sempre caberia a Tadhg no final. Aquela novidade seria muito mal digerida por ele pelos riscos que ameaçava, e também, pela falta de motivação do outro em não se envolver até então. “Ele faria. É a pessoa mais leal que conheço.” O olhar estava vago agora, pensando na promessa que tinha feito ao changeling sobre não se envolver. Se soubesse antes, teria feito mesmo assim, sem se importar com a coroa ou qualquer punição que pudessem oferecer a ele. “Não pediu, mas ele está fazendo mesmo assim, Alteza. E não muito contente, me fez jurar que não me envolveria para ajudá-lo. Temos uma coisa séria com juramentos.” Admitiu, completamente desamparado pela falta de opções que tinha.
As palavras de Vincent não o afetaram de forma alguma. Na verdade, tinha até achado engraçado como ele estava se parecendo com Tadhg, garantindo o que faria ou não para ter o bem de quem gostava de verdade. Era como vê-lo refletindo em outra pessoa, mesmo que ainda estivesse na recusa de acreditar em um amor verdadeiro entre eles. Era recente demais para tirar conclusões. “Faça isso, então. Tire ele da miséria.” Disse como se não fosse nada demais. Para Cillian, não era mesmo. Não se importaria em ver qualquer um abaixo de quem amava, priorizando os seus em qualquer oportunidade. Estava se desdobrando para não ser percebido pelos demais e sempre voltar para Sigrid, assim como mantinha os ouvidos atentos a qualquer coisa que os Briarsthorn pudessem falar sobre ela. Mantinha seu segredo sobre Rá guardado no peito e, detestava voltar àquela mania, mas estava procurando mais sobre deuses khajols como louco. A melhor ideia do príncipe, aparentemente, tinha sido sequestrá-lo. “Bom. Agora você não o tem de forma alguma, e eu não posso fazer nada quanto a isso. Sendo fiel a ele, estou sendo fiel a você também, por mais que deteste estar nessa posição. Tadhg nunca me perdoaria se eu te afetasse. Sabe quem ele não perdoria também? Você. Já é hora de parar de me ver como um merdinha.” O conhecia bem o suficiente para saber quais eram as regras de Tadhg e como elas significavam tanto para ele. Cumpriria com cada palavra dita mesmo engolindo brasas enquanto o fazia, e se tivesse que se juntar a Vincent e até protegê-lo, o que soava irônico já que tinha a proteção de um príncipe, o faria. No fim, não julgava ninguém de verdade porque faria o mesmo por Sigrid.
“Não posso visitá-lo. Cometi um crime ou dois para invadir a prisão.” Os olhos estreitaram enquanto ele fazia uma careta com a confissão, sabendo que nada seria punível já que o outro estava tão preocupado quanto ele. Suspirou brevemente, tendo um pouco de empatia por ele. Que asco. “Vincent… Acho que vou me dar o direito de te chamar assim já que provavelmente ficaremos unidos pelo resto da vida se tudo der certo.” Estava confiante de que teriam um desfecho melhor do que o do momento. Queria aquilo, mesmo que significasse em jantares ridículos e aniversários com o dia todo de duração. Mesmo que não tivesse, Sigrid também era amiga do príncipe, o que os unia novamente. “Ele não vai falar, porque ele não está falando. Se Oisín Reth confirmar que ele não teve envolvimento, a saída não vai ser tão boa quanto espera. As notícias que tenho sobre o juízo de Tadhg não são boas. Acredite em mim quando digo que estou tão perturbado quanto você, Ethel ou qualquer outra pessoa que se importe. Não é assim que funciona e você não pode fazer nada. Aceite isso antes que cometa uma bestialidade e pense no depois. É uma questão de tempo.”
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princetwo · 4 months ago
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Tinha se enfiado numa situação complicada. Não estava sendo muito coerente, mas era impossível se manter impassível numa situação séria dessas, que o afetava diretamente, bagunçando as estruturas de seu mundo. Soube que seu desespero havia sido interpretado corretamente por Cillian quando o percebeu ligar os pontos. Merda. ── Sim. ── Confirmou, simplesmente. Não queria se expor sem necessidade, mas tampouco via motivo para negar se ele percebeu por si mesmo. Mas saber que isso o colocava no mesmo balaio do imperador de alguma forma o incomodava, pois o velho era um estúpido impulsivo. Em resposta, soltou um ar de irritação pelo nariz, o olhando como se ele tivesse dito uma estupidez das ousadas, mas não negou que agora considerava a ideia do casamento uma coisa positiva. Era no mínimo conveniente.
Uma parte de Vincent gostava de saber que Tadhg realmente tinha levado seu segredo a sério, o guardando mesmo dos amigos mais próximos. Se sentia seguro e respeitado. Entretanto, saber que essa lealdade se estendia a ponto dele escolher ficar preso injustamente para preservá-lo somente o causava... espanto. ── Ele não seria tão idiota… ── Mas Vincent sabia que ele seria sim, e por isso a firmeza no seu tom vacilava, o rosto empalidecendo. O príncipe engoliu em seco. Ele não podia estar se condenando desse jeito. Não devia. Era idiotice! ── Eu não pedi pra ele fazer isso. ── Defendeu-se, franzindo o cenho. Ainda assim, sentiu a culpa o atravessar feito uma flecha, porque por mais que não quisesse isso, ele sabia que tinha sido muito firme e cauteloso esse tempo todo para mantê-lo como um segredo. Tão cauteloso que, aparentemente, fez o próprio Tadhg pensar que o príncipe se importava mais com isso do que com ele, o que era absurdo e, pra piorar, sequer podia falar isso para ele agora.
Sabia, pelas cicatrizes horríveis que ele tinha ao redor dos tornozelos, que ele já tinha ficado preso antes e que certamente não tinha sido uma experiência agradável. Mas ouvir a confirmação de Cillian abriu uma camada ainda mais profunda no que imaginava ser a gravidade do problema. As palavras o atingiram como um soco no estômago, fazendo o príncipe recuar para trás no banco.
── Vai se foder. Eu não escolheria sacrificá-lo só pra priorizar minha imagem, seu merdinha. ── Cuspia as palavras com rispidez. Ele queria atirar Cillian para fora da carruagem por ousar pensar o contrário, por ter tanta certeza que o príncipe não valia a pena — o que, no fundo, ele sabia que era verdade. Ele não valia a pena. Contudo, seus sentimentos por Tadhg eram verdadeiros. Talvez a coisa mais verdadeira nele. E ele percebeu, no instante que o imperador não se mostrou muito a favor de soltá-lo, que talvez Tadhg agora tivesse se tornado a coisa mais importante na sua vida, porque não conseguia mais se ver sem ele. Imaginá-lo sofrendo era angustiante, e saber que era em seu nome era ainda pior. Sentiu um aperto no peito, um medo que não sabia o que fazer com, a raiva subindo pela garganta e rasgando o nó que se formou ao redor dela. ── Você acha que isso me deixa feliz? Eu amo ser um príncipe, mas renunciaria a porra do meu título se essa fosse a única forma de continuar com ele! ── Céus, era como dizer que queria desesperadamente se amarrar a ele. Por que estava tentando se provar? Por que se sentia tão ofendido? Desde quando se importava de ser visto como um egoísta por pessoas que ele sequer gostava? Percebendo o quanto estava soando ridículo despejando coisas que sequer tinha dito a Tadhg ainda, o príncipe lembrou-se de voltar a si mesmo. Soltou um suspiro pesado, a mão massageando as têmporas que pareciam prestes a explodir. Ah, mas depois ele iria xingar o desgraçado todinho por fazê-lo passar por isso!
── Eu não posso falar com o investigador agora. Estou sendo vigiado e impedido. ── Ele indicou os guardas lá fora com a ponta do queixo, a proteção que agora mais o faziam se sentir um prisioneiro. Mesmo que não tivesse ido diretamente até Tadhg, ele sabia que mais tarde poderia ter problemas por ter ido até um amigo dele. Mas que culpa ele tinha se o Imperador não especificou essa parte antes? Não seria ele a ignorar essa brecha. No homem à sua frente, tinha a saída perfeita para contornar isso agora. ── Mas já que você pode visitá-lo, você pode mandar ele esquecer essa ideia de jerico enquanto eu dou um jeito nisso. Diga pra ele contar a verdade. Que eu não quero isso. Que ele é um imbecil do caralho por ousar pensar o contrário.
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A resposta de Cillian foi um dar de ombros com certo desdém. Conhecia bem Caelan, pessoa de quem era amigo de uma maneira um tanto peculiar e atípica, mas nunca haviam falado uma vez sequer sobre o império ou outras razões. O changeling preferia manter aquela discrição por ter opiniões antagonistas demais ao imperador e um rancor imenso pela destruição de Wülfhere, ou melhor, pela falta de reconstrução da mesma. Os príncipes pareciam dar pouca importância para aquilo e para outras questões que tinha a levantar — não que ele fosse alguém relevante para dar palpite —, o que o fazia colocá-los juntos na mesma categoria. Para ele, que mal conhecia Vincent, o comportamento era símbolo de um jovem rebelde que gostava de ser o antagonista em um mundo perfeito, onde nenhuma consequência viria. Por que acreditar no contrário? 
A resposta veio logo em seguida. As feições tensas e o desespero que começava a soar na voz de Vincent eram claros, só faltava o motivo em questão. Ele não poderia ter visto Tadhg com outra pessoa porque ninguém havia visto, e o rapaz garantiu a si na breve conversa que tiveram na prisão. Poderia ter ficado surpreso, irritado ou voraz com o que havia acabado de ligar em sua mente, mas não o fez. Os ombros relaxaram e ele se folgou ainda mais no banco, fechando os olhos por alguns instantes até que os ouvidos parassem de ecoar a própria mente inquieta. Respirou fundo uma vez antes de encarar o príncipe irritadiço. Por mais que ele fosse levemente desprezível, era para ele que Tadhg vinha drenando todo o seu amor. Não conseguiria ficar contra aquilo, tendo ele mesmo suas questões improváveis. É claro que o changeling mais novo tinha elevado os níveis demais, e não era de seu feitio criticar as origens de algo que não se podia controlar. “É você.” Concluiu rapidamente, os dedos passando pela barba que subitamente passou a pinicar o próprio rosto. Fazia todo sentido depois dos acessos de raiva, deprimência e desilusão para então dar a volta por cima. “Agora entendo porque ele não quer contar nada.” Não concordava, mas entendia perfeitamente. “Pelo visto, você não vai contra todas as ideias de Seamus, ou acha que o significado casamento foi uma péssima ideia agora?”
A cabeça se apoiou na parede da carruagem, o olhar julgando Vincent exatamente como sempre fizera. O achava pouco demais para Tadhg, e ele era um príncipe. Provavelmente ninguém acabaria sendo o suficiente. “E qual foi a minha má vontade, meu querido?” Quase riu com as palavras de ordem que eram um tanto incoerentes. “Tadhg já foi preso várias vezes e em todas escapou ileso. Dessa vez, ele não pode porque quer proteger você, e não sei se vale a pena.” Falou sem o menor pesar e queria que Vincent sentisse. Tinha falado sério quando prometeu que faria do possível e impossível para livrar Tadhg da prisão, e mesmo que ir contra o príncipe pudesse magoá-lo, estava pouco se importando. O queria livre e ninguém mais importava em seus planos. “Ele não lida bem com isso. Faz tanto tempo que não fica perto de grades que a mente dele escondeu todos os traumas, e agora vai vivê-los todos de novo. Sabe qual é o pior sinal de Tadhg? A tranquilidade, e você não faz ideia de como ele estava tranquilo quando fui vê-lo. Agora, me diga: como vai fazer para soltá-lo? Porque ele não pode dizer o seu nome, e duvido que queira se expor a esse nível em uma crise política. Qual é o plano?” Por mais que estivesse provocando e querendo fazê-lo quebrar a cabeça por achar que merecia, suas últimas palavras eram sérias e seguras. Se Vincent tivesse alguma ideia, Cillian se envolveria até o fim. 
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princetwo · 5 months ago
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Se lembrava de não ter sido exatamente simpático com aquele homem na última vez que se deparou com aquele changeling — e qualquer outro, aliás — pelos corredores de Hexwood, mas aquela reação com o pedido de desculpas já parecia um exagero. Oras, ele não era tão desagradável assim, não é…? ── Por educação. ── Justificou, franzindo o cenho. Não perderia tempo tentando convencê-lo que era uma pessoa diferente, porque realmente não era. Não naquele quesito. Mas definitivamente não era um inimigo, e ser visto desse jeito agora o aborrecia, porque o estava atrasando. ── Francamente, você acha mesmo que eu me importo com a opinião do meu pai? Sempre fui uma afronta ambulante a tudo que ele defende! ── Se referia principalmente à seus posicionamentos contra os changelings, que eram de conhecimento público, embora tivesse acontecido uma pequena reviravolta nos últimos tempos.
A promessa que Tadhg não duraria muito tempo preso o apavorou por dentro, pois não sabia o que isso significava. Era desesperador não saber como ele estava físico e psicologicamente, se o estavam dando um tratamento humano, se ele estava planejando fugir e corria o risco de ser morto no processo ou se por acaso ele pensava que Vincent iria deixá-lo mofando na cadeia para preservar a si mesmo. Um milhão de medos o atravessaram como uma flechada violenta, o que só aumentou a irritação pela informação completa estar lhe sendo negada como se ele não tivesse o direito de saber sobre o estado do homem que amava! Seus impulsos hoje particularmente alterados gritavam para que ele arrancasse a informação de Cillian à força com a ajuda dos guardas e da própria magia, e ele precisou engolir o turbilhão de sentimentos intensos que ameaçou transbordar, causando um cintilar mais intenso no seon que mais parecia um buraco negro. Precisava ter em mente que ele não era seu inimigo, por mais que também não fosse seu aliado. ── Sei porque ele estava com outra pessoa no momento. Eu mesmo vi. ── Não queria se expor demais, mas ao menos disso deveria informá-lo, pois significava que podia sim ajudá-lo a livrá-lo da prisão. O príncipe cruzou os braços na frente do corpo, a insatisfação transparente em sua testa. Algo o incomodava — mais do que isso, o perturbava. ── Meu pai quer usá-lo de bode expiatório porque é conveniente pra ele, e isso eu não acho justo, independente de quem seja. ── Ele definitivamente não era um exemplo de pessoa justa, a menos que lhe fosse conveniente, mas esperava ao menos ter algum crédito por seu histórico de contrariar o pai. ── Então, meu querido, se você se importa minimamente com ele como diz, acho melhor repensar essa sua má vontade, porque você só o está prejudicando.
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Quando foi pego pelas mangas para ser enfiado dentro da carruagem que conhecia muito bem, não resistiu. Se fosse ser preso, era mais fácil ser apunhalado e agredido que levado a um veículo de altíssimo custo e de uso pessoal demais para que um príncipe repleto de nojo, ou era como Cillian o via, passasse raiva depois. A surpresa veio quando Vincent em pessoa estava ali, o encarando com o semblante que oscilava entre uma rocha endurecida e uma preocupação quase... anormal. Semicerrou os olhos para a pergunta, sem saber ao resto o que responder ou como. Se era um truque, era um dos piores que já vira. Rodou a visão para o estofado, o teto alto e os detalhes pintados no interior que quase o irritavam por serem perfeitos demais. "Você pediu desculpas?" Quase não acreditava no que estava ouvindo e ficou confuso de vez. O pouco que já havia conversado com a alteza era o suficiente para que tivesse vontade de vê-lo pegar fogo enquanto corria perseguido com garfos e foices. Nunca tinha visto o príncipe próximo a Tadhg e também não fazia sentido que ele quisesse alguma informação. "Por que quer saber? Não é o alvo de Vossa Majestade Imperial? Não vou colaborar com isso." Teria usado da informalidade para referir-se ao pai do khajol, foçando-se a lembrar que ele ainda era o príncipe e que estava em sua carruagem como um pedaço de carne que poderia ser cortada a qualquer instante. "Eu tenho certeza. E mesmo se tivesse sido, diria a todos que não." Garantiu com uma certa descofiança, os olhos azuis de Vincent fazendo com que sua vontade de arrancá-los se tornasse difícil de crescer. Pouco o conhecia para dizer se estava mentindo ou não, entretanto, o saber alheio era suspeito. "E como você sabe, se me permite a pergunta? Porque, se tiver qualquer informação que possa livrá-lo de uma prisão tão injusta, eu gostaria de saber também. Tadhg não vai durar muito tempo preso. Eu o vi, sim, para temer isso." Estava curioso para entender o que acontecia, e fez das palavras uma arma para tentar apavorá-lo e arrancar alguma coisa. Qualquer coisa para livrar a sua família, nem que tivesse que queimar cada centímetro das celas e quem quer que estivesse nela.
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