#Atos Cavazza
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culturagroalimentare · 4 years ago
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I Mercoledì dell’Archiginnasio
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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A dependência do vazio
Olá,
Talvez você esteja ocupado demais para ler essa carta, sei que você é uma pessoa atarefada e geralmente prioriza questões de trabalho no seu dia a dia, deixando o “pessoal” sempre para depois, lembro que essa era uma das questões que sempre serviam de gatilho para as nossas discussões. Ou talvez você nem queira mais sentir uma palavra minha, o que faria muito sentido depois de tudo que passamos. Mas esses dias, senti a necessidade de escrevê-la, por um motivo puramente egoísta: algumas palavras ficaram entaladas na minha garganta e eu preciso cuspir-las para fora, empacota-las em um cartão envelope bem decorado e enviá-las ao seu endereço. 
Você lembra dessas músicas?
- Someone To You - BANNERS
- Atlas - Shannon Saunders 
- Lonely Together - Avicii, Sandro Cavazza
- Hard Feelings - Lorde
- All I Want - Kodaline
Acredito que um dos maiores dons da música é dizer o que nós, por muitas vezes, não conseguimos por si só. Ouvir música é o ato de sentir intensamente apenas com a audição. Por esses motivos, eu decidi escrever essa carta me baseando nas 5 canções que melhor descrevem, melhor do que, todas as fases da nossa relação. 
A primeira, descreve aquele meu sentimento de “vazio”, proveniente do momento que ainda não havia te conhecido. Apesar dela possuir um ritmo animado, sua letra, se você observar bem, chega a ser melancólica, dependendo do contexto em que você a ouve. Já te contei que você foi a pessoa que eu mais amei nessa vida. Antes disso, eu só tive o prazer de digerir algumas “amostras grátis” do que viria a ser um amor verdadeiro, isso me deixava tão triste, irritada e, de certa forma, sozinha. Eu queria, desejava e suplicava por aqueles pequenos favores que um ser humano é capaz de fazer por quem ama. Eu queria me afogar nesse instinto animal, e ao mesmo tempo racional. Queria praticar, cotidianamente, aqueles famosos clichês: jantar a luz de velas, conversas longas na madrugada, passeios de carro sem destino certo, chamadas de vídeo em momentos difíceis, “eu te amo”, “eu sempre vou estar aqui para você”, “eu te conheço melhor do que ninguém”. As noites eram longas e frias e não havia nenhum calor, senão o calor humano, que pudesse me salvar dessa geada eterna. Afinal, o que resta para nós nesta vida? O que levamos para além do túmulo? Senão a certeza, a coragem e o sentimento de triunfo de que, um dia, amamos e fomos amados ao mesmo tempo.
A segunda se refere ao exato momento em que nos conhecemos como meros “colegas”.  Lembro a primeira vez que eu te vi. Me virei para atender alguém que chamava meu nome, e no meio do caminho desse meu olhar apareceu você, quieto, no seu canto, bebendo uma cerveja pela metade e participando passivamente de uma conversa entre 3 pessoas. Tinha algo de interessante nessa cena, pensei que, se eu estivesse no seu lugar, estaria fazendo exatamente a mesma coisa. Deixei de lado essa primeira vista e continuei na minha bolha. Mas você se aproximou, pensei comigo mesma: “seria um dos poucos momentos da minha vida que tive sorte?”. Passamos o evento inteiro conversando, foi orquestradamente natural. As palavras soavam como poemas não ditos, a conexão era fluida e, por mais que eu achasse que ninguém jamais iria entender minhas paranoias tão singulares, de todos os loucos do mundo eu encontrei você, uma loucura tão parecida com a minha. Sai de lá em sentimento de êxtase, torcendo para que esse momento fosse eternizado em outras ocasiões: uma multidão de pessoas, conversando e dançando, mas nenhum ruído, nenhum chamado, nenhuma interferência fazia parte do nosso cenário, era tudo um “plano de fundo” de uma diálogo romântico de filme.  Era como se estivéssemos fazendo um bem, trazendo emoção de verdade, para aquele evento tão entediante. Eu só pensava comigo mesma: “quero viver nessa caverna de Platão para sempre, longe de tudo, longe de todos”.
A terceira não passa de um flashback de um dia que passamos juntos. Era uma sexta-feira noturna e chuvosa, sem perspectivas de entretenimento e felicidade. Eu estava lendo um livro que, sendo bem sincera, não estava me agradando muito. De repente, você me mandou uma singela mensagem, um “Oi, o que anda fazendo?”. Foi pouco tempo depois de nos conhecermos, eu não sabia muito bem o que responder: “será que falo que não estou fazendo nada para criar uma isca de um possível encontro ou será que eu puxo o assunto do meu livro para, não sei como fingir que eu sou extremamente intelectual?". Escolhi a primeira opção no mais puro “vai que, né?”, e você, graças as forças do universo, mordeu a isca. Demorei 2 horas para estar pronta, esperei você na porta de casa com o coração na mão. Você chegou e começamos a montar os planos para as próximas horas, foi engraçado pois nada combinava com chuva e frio. Então você sugeriu algo simples, meio louco e extremamente incrível: “E se a gente andasse de carro, com o som alto, pelas avenidas desertas de São Paulo?”, me pareceu um dejavú de uma cena, que vivi e revivi na minha cabeça, quando pensava na noite perfeita. E foi perfeita. Lembro exatamente do momento em que estávamos andando pela Paulista, com os vidros abertos, deixando de lado a chuva, ao som dessa música. Foi a primeira vez que eu tive certeza que, um dia, eu iria te amar. Só nós, fazendo um programa de solteiros solitários e ao mesmo tempo, não tão solitários mais.
Mas, aparentemente, nada dura para sempre. Aquele conselho “conquiste como se fosse a primeira vez”, nunca me soou tão certo. Aqueles encontros, de uma hora para outra, se tornaram desencontros. A gente deixou de se conhecer, por causa de algum tropeço nesse caminho. Aquele passeio de carro agora tinha uma outra companhia: o fantasma do nosso amor, que assombrava todo ambiente. Descobri que esses são os duros, e tristes, sentimentos que, algumas vezes, temos que sobreviver. Nem tudo flui do jeito que a gente espera. Afinal, como muito bem dito por Hazel Grace, em ‘A culpa é das estrelas’: alguns infinitos são maiores do que outros. A gente conversava, mas não do mesmo jeito, tudo sempre acabava em uma discussão ridícula, cheia de argumentos sem valor. Eu entendi, que havia chegado a hora de partir e, principalmente, de deixar você partir.  Não adiantava regar algo que já havia perecido a muito tempo. O que me restava, era ouvir a quarta música  e reviver uma série de flashbacks de um amor irreal, que vivia apenas em lembranças de quando compartilhamos nosso tempo e espaço.
A quarta, e última música, se resume em dois sentimentos: decepção e mágoa. Se você me amava, tanto quanto dizia que me amava, por que você partiu?  Por que nós não tentamos? Por que a nossa fluorescência não brilhava mais no escuro? O que aconteceu? Bom, até hoje me pergunto isso. Por muito tempo tentei procurar você em outras pessoas, tentei encontrar a mesma morada em outros corações. Mas falhei. Falhei muito. Eu tinha saído da caverna para caçar outros apetites e me perdi no caminho de volta. Eu sentia o frio da geada cada vez mais perto e aquele medo, aquela angústia, gritavam cada vez mais alto. Parecia que eu estava andando em círculos e sempre voltando ao lugar inicial: o vazio. O eterno, e incômodo, vazio. 
Hoje eu mudei, cresci e amadureci, talvez mais do que esperava. Não graças a você, mas graças ao meus esforços para entender a volatilidade dos sentimentos. Entendi, finalmente, os ganhos, as incertezas e as consequências de amar. É sobre ter empatia, aceitar, abrir mão, reforçar, se doar, confortar, dizer sim, dizer não, respeitar acima de tudo, perdoar quando necessário e principalmente, evoluir e se transformar. Todos que trombamos em nossas vidas, possuem uma missão: levar um pouco de nós e deixar um pouco deles. Porque o amor, não é nada mais, nada menos, do que um constante aprendizado e uma impactante revolução.
Para terminar essa carta, deixo aqui uma das minhas filosofias. O pensamento raíz da minha percepção sobre o impacto do amor na vida de qualquer ser-humano:
 Talvez o verdadeiro amor seja apenas a primeira vista. Talvez o ideal de se apaixonar por alguém que nem conhecemos ou que achamos que conhecemos seja a maior epopéia humana. Talvez o amor seja apenas mais uma invenção do capitalismo para arrancar nosso dinheiro com simbolismos efêmeros. Talvez o amor seja apenas uma desculpa esfarrapada que justifica diversos crimes da humanidade. Talvez o amor nem exista e Platão estivesse certo. Talvez o amor seja só um sentimento de falta que nunca se preenche. Talvez o amor seja a versão imaterial da poeira cósmica da qual sentimos falta após sermos desmamados de seu brilho. Talvez o amor tenha surgido em um boca a boca egípcio que deu fertilidade às nossas terras. Talvez o amor seja apenas uma ilusão de ótica ou uma falha na matriz principal. Mas mesmo que ele seja um erro, um defeito, uma ilusão ou mesmo que ele nem exista, devemos dar um grande mérito a esse iluminista, que revolucionou todas as formas de pensamento e convívio humano. Tão revolucionário quanto a Revolução Francesa, pois ambos possuem consequências que reverberam até hoje e que vão reverberar até nossos ossos serem afogados em uma piscina de vermes. Mesmo que perguntemos ao ser mais são do mundo, ele não saberá responder onde a humanidade teria chegado sem o amor.  
Abraços,
Isabela. 
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