thatweepingbasementkid
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ZAART
56 posts
Se quiser me entender não responda minhas perguntas, mas compartilhe das minhas dúvidas
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Eu “tô bem”
Desagradável estado de concentração
O ameaçador olhar que mergulha nos sentidos da diferença
A capacidade de estar tenso em relação ao que te afoga
A cura é a psicologia do amor e do abrigo
acompanhada do “tô bem” 
Tantas pessoas e uma apreensão
Tristeza sartriana de problemas caracterizada
O desejo mínimo de um abraço do Sol
Um gosto de hortelã na boca
que desce raspante
Um sentimento de não sentimento
Uma obra prima do nervoso
Recebo uma resposta muscular de fadiga
mas também de agitação
Subo degraus curtos e longos
E me sinto em todo lugar
Muito me vem do interior através da concepção
Alguém que transforma objetos me chamou de inquietação
Disse-me que largar a imaginação é amor-próprio
Mas que lírica sem qualidades!
Eu respiro o que não me permite “não perigo”
Eu sou um melancólico paraíso
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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“Sempre” é a única certeza do agora.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Eu já acreditei que todas as lindas estrelas trouxessem dias ensolarados.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Eu sou a minha loucura
E me fez essa tal pergunta,
sobre uma tal de criação do universo
Eu sabia que algo de misterioso existia ali
Se referia a minha mais vintage epifania
qual o ser que habita em minha matéria?
o que torna meus olhos castanhos?
o que me faz ser assim?
quantas lágrimas eu derreto no chão?
Graças aos cosmos eu entendo de epifanias
Eu sou um rolê nada tranquilo
Um gin tônica no pôr do sol 
Uma miragem de um deserto 
Uma solidão viciante
Um chapeleiro maluco
Uma piada mal contada
Um buraco negro de Andrômeda 
Um rascunho de Dalí
Uma feiticeira de Frida 
Um desamor agradável
Uma madrugada em Marte
Uma obra ilusionista
A descoberta de uma ciência
Bom, independente do que eu seja
jamais serei de alguém 
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Somos jovens
Quase percebemos o que é viver
Que loucura se trata esse dito dizer
Um dia que pensamos só nos nossos
descobrimos as doces bobagens de uma tarde de sol
O que nos atrai também nos liga
É melhor nem sabermos sobre a matéria que nos faz
A ignorância talvez seja suficiente para realizarmos nossos sonhos
Em algumas confusões encontramos um milagre
O saber que cura a normalidade
Viver sem temeridades
Um futuro cotidiano que afeta os bons
Correta está porque nenhuma benção permanece constante
Um nunca que serve cada dia 
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Afogue-se
Dos mares ao mundo
Eu sou água de uma montanha rara
Veja existir meu nome junto à uma frase de amor
Gritarei ao ver você soprar
Sentir o suficiente até a hora de ir
Se escutar, atravesse 
Se entender, se afogue
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Pois eu não quero ser um homo Sem seu corpo Perto de mim...
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Assim como eu, o vento não se rende. Permanece evidente, sua força sem fim.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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História e o tempo
Escritas, por históricas vezes, em fontes, em vestígios de investigação
Não carregam somente tradições do mundo, mas também rastros de manifestações
A cultura heurística do futuro
Autenticidade que flui através dos outros e influencia lendas
De papéis a magia transforma elementos
Para todas as canções existem livros
Para todos os objetos existem ciências
Pra toda oralidade existem fontes
Templos, monumentos. O histórico não é passado
O cuidado oral, modificado é fato
O saber dos póstumos é considerado a original narração da verificação
A referência de maior aceitação para se contar o tempo
Hégira, atualmente, cronológica
O nascimento dos gregos e o início da fundação
O cantar ocidental e não aceitação
Teorias cíclicas que evoluem em publicações
Em inúmeras civilizações a humanidade evolui
Mas nem tudo se repete
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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A dependência do vazio
Olá,
Talvez você esteja ocupado demais para ler essa carta, sei que você é uma pessoa atarefada e geralmente prioriza questões de trabalho no seu dia a dia, deixando o “pessoal” sempre para depois, lembro que essa era uma das questões que sempre serviam de gatilho para as nossas discussões. Ou talvez você nem queira mais sentir uma palavra minha, o que faria muito sentido depois de tudo que passamos. Mas esses dias, senti a necessidade de escrevê-la, por um motivo puramente egoísta: algumas palavras ficaram entaladas na minha garganta e eu preciso cuspir-las para fora, empacota-las em um cartão envelope bem decorado e enviá-las ao seu endereço. 
Você lembra dessas músicas?
- Someone To You - BANNERS
- Atlas - Shannon Saunders 
- Lonely Together - Avicii, Sandro Cavazza
- Hard Feelings - Lorde
- All I Want - Kodaline
Acredito que um dos maiores dons da música é dizer o que nós, por muitas vezes, não conseguimos por si só. Ouvir música é o ato de sentir intensamente apenas com a audição. Por esses motivos, eu decidi escrever essa carta me baseando nas 5 canções que melhor descrevem, melhor do que, todas as fases da nossa relação. 
A primeira, descreve aquele meu sentimento de “vazio”, proveniente do momento que ainda não havia te conhecido. Apesar dela possuir um ritmo animado, sua letra, se você observar bem, chega a ser melancólica, dependendo do contexto em que você a ouve. Já te contei que você foi a pessoa que eu mais amei nessa vida. Antes disso, eu só tive o prazer de digerir algumas “amostras grátis” do que viria a ser um amor verdadeiro, isso me deixava tão triste, irritada e, de certa forma, sozinha. Eu queria, desejava e suplicava por aqueles pequenos favores que um ser humano é capaz de fazer por quem ama. Eu queria me afogar nesse instinto animal, e ao mesmo tempo racional. Queria praticar, cotidianamente, aqueles famosos clichês: jantar a luz de velas, conversas longas na madrugada, passeios de carro sem destino certo, chamadas de vídeo em momentos difíceis, “eu te amo”, “eu sempre vou estar aqui para você”, “eu te conheço melhor do que ninguém”. As noites eram longas e frias e não havia nenhum calor, senão o calor humano, que pudesse me salvar dessa geada eterna. Afinal, o que resta para nós nesta vida? O que levamos para além do túmulo? Senão a certeza, a coragem e o sentimento de triunfo de que, um dia, amamos e fomos amados ao mesmo tempo.
A segunda se refere ao exato momento em que nos conhecemos como meros “colegas”.  Lembro a primeira vez que eu te vi. Me virei para atender alguém que chamava meu nome, e no meio do caminho desse meu olhar apareceu você, quieto, no seu canto, bebendo uma cerveja pela metade e participando passivamente de uma conversa entre 3 pessoas. Tinha algo de interessante nessa cena, pensei que, se eu estivesse no seu lugar, estaria fazendo exatamente a mesma coisa. Deixei de lado essa primeira vista e continuei na minha bolha. Mas você se aproximou, pensei comigo mesma: “seria um dos poucos momentos da minha vida que tive sorte?”. Passamos o evento inteiro conversando, foi orquestradamente natural. As palavras soavam como poemas não ditos, a conexão era fluida e, por mais que eu achasse que ninguém jamais iria entender minhas paranoias tão singulares, de todos os loucos do mundo eu encontrei você, uma loucura tão parecida com a minha. Sai de lá em sentimento de êxtase, torcendo para que esse momento fosse eternizado em outras ocasiões: uma multidão de pessoas, conversando e dançando, mas nenhum ruído, nenhum chamado, nenhuma interferência fazia parte do nosso cenário, era tudo um “plano de fundo” de uma diálogo romântico de filme.  Era como se estivéssemos fazendo um bem, trazendo emoção de verdade, para aquele evento tão entediante. Eu só pensava comigo mesma: “quero viver nessa caverna de Platão para sempre, longe de tudo, longe de todos”.
A terceira não passa de um flashback de um dia que passamos juntos. Era uma sexta-feira noturna e chuvosa, sem perspectivas de entretenimento e felicidade. Eu estava lendo um livro que, sendo bem sincera, não estava me agradando muito. De repente, você me mandou uma singela mensagem, um “Oi, o que anda fazendo?”. Foi pouco tempo depois de nos conhecermos, eu não sabia muito bem o que responder: “será que falo que não estou fazendo nada para criar uma isca de um possível encontro ou será que eu puxo o assunto do meu livro para, não sei como fingir que eu sou extremamente intelectual?". Escolhi a primeira opção no mais puro “vai que, né?”, e você, graças as forças do universo, mordeu a isca. Demorei 2 horas para estar pronta, esperei você na porta de casa com o coração na mão. Você chegou e começamos a montar os planos para as próximas horas, foi engraçado pois nada combinava com chuva e frio. Então você sugeriu algo simples, meio louco e extremamente incrível: “E se a gente andasse de carro, com o som alto, pelas avenidas desertas de São Paulo?”, me pareceu um dejavú de uma cena, que vivi e revivi na minha cabeça, quando pensava na noite perfeita. E foi perfeita. Lembro exatamente do momento em que estávamos andando pela Paulista, com os vidros abertos, deixando de lado a chuva, ao som dessa música. Foi a primeira vez que eu tive certeza que, um dia, eu iria te amar. Só nós, fazendo um programa de solteiros solitários e ao mesmo tempo, não tão solitários mais.
Mas, aparentemente, nada dura para sempre. Aquele conselho “conquiste como se fosse a primeira vez”, nunca me soou tão certo. Aqueles encontros, de uma hora para outra, se tornaram desencontros. A gente deixou de se conhecer, por causa de algum tropeço nesse caminho. Aquele passeio de carro agora tinha uma outra companhia: o fantasma do nosso amor, que assombrava todo ambiente. Descobri que esses são os duros, e tristes, sentimentos que, algumas vezes, temos que sobreviver. Nem tudo flui do jeito que a gente espera. Afinal, como muito bem dito por Hazel Grace, em ‘A culpa é das estrelas’: alguns infinitos são maiores do que outros. A gente conversava, mas não do mesmo jeito, tudo sempre acabava em uma discussão ridícula, cheia de argumentos sem valor. Eu entendi, que havia chegado a hora de partir e, principalmente, de deixar você partir.  Não adiantava regar algo que já havia perecido a muito tempo. O que me restava, era ouvir a quarta música  e reviver uma série de flashbacks de um amor irreal, que vivia apenas em lembranças de quando compartilhamos nosso tempo e espaço.
A quarta, e última música, se resume em dois sentimentos: decepção e mágoa. Se você me amava, tanto quanto dizia que me amava, por que você partiu?  Por que nós não tentamos? Por que a nossa fluorescência não brilhava mais no escuro? O que aconteceu? Bom, até hoje me pergunto isso. Por muito tempo tentei procurar você em outras pessoas, tentei encontrar a mesma morada em outros corações. Mas falhei. Falhei muito. Eu tinha saído da caverna para caçar outros apetites e me perdi no caminho de volta. Eu sentia o frio da geada cada vez mais perto e aquele medo, aquela angústia, gritavam cada vez mais alto. Parecia que eu estava andando em círculos e sempre voltando ao lugar inicial: o vazio. O eterno, e incômodo, vazio. 
Hoje eu mudei, cresci e amadureci, talvez mais do que esperava. Não graças a você, mas graças ao meus esforços para entender a volatilidade dos sentimentos. Entendi, finalmente, os ganhos, as incertezas e as consequências de amar. É sobre ter empatia, aceitar, abrir mão, reforçar, se doar, confortar, dizer sim, dizer não, respeitar acima de tudo, perdoar quando necessário e principalmente, evoluir e se transformar. Todos que trombamos em nossas vidas, possuem uma missão: levar um pouco de nós e deixar um pouco deles. Porque o amor, não é nada mais, nada menos, do que um constante aprendizado e uma impactante revolução.
Para terminar essa carta, deixo aqui uma das minhas filosofias. O pensamento raíz da minha percepção sobre o impacto do amor na vida de qualquer ser-humano:
 Talvez o verdadeiro amor seja apenas a primeira vista. Talvez o ideal de se apaixonar por alguém que nem conhecemos ou que achamos que conhecemos seja a maior epopéia humana. Talvez o amor seja apenas mais uma invenção do capitalismo para arrancar nosso dinheiro com simbolismos efêmeros. Talvez o amor seja apenas uma desculpa esfarrapada que justifica diversos crimes da humanidade. Talvez o amor nem exista e Platão estivesse certo. Talvez o amor seja só um sentimento de falta que nunca se preenche. Talvez o amor seja a versão imaterial da poeira cósmica da qual sentimos falta após sermos desmamados de seu brilho. Talvez o amor tenha surgido em um boca a boca egípcio que deu fertilidade às nossas terras. Talvez o amor seja apenas uma ilusão de ótica ou uma falha na matriz principal. Mas mesmo que ele seja um erro, um defeito, uma ilusão ou mesmo que ele nem exista, devemos dar um grande mérito a esse iluminista, que revolucionou todas as formas de pensamento e convívio humano. Tão revolucionário quanto a Revolução Francesa, pois ambos possuem consequências que reverberam até hoje e que vão reverberar até nossos ossos serem afogados em uma piscina de vermes. Mesmo que perguntemos ao ser mais são do mundo, ele não saberá responder onde a humanidade teria chegado sem o amor.  
Abraços,
Isabela. 
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Disse para mim que queria um amor leve. Então o encaminhei para outro endereço. Porque o que é leve se vai com o vento e eu....eu, sou a tempestade.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Não existe “DEUS”
Falo com a natureza, minha única deusa
Que vive por todos e engole sua tristeza 
Pergunto à minha deusa o que lhe faz mal
E ela me responde sem verbos, sem gestos
Que minha espécie age com descaso
Eu pergunto a minha deusa o motivo de guardar a vingança
E ela me responde que tudo que vai, sempre volta
Eu olho para o céu, para o mar e para as florestas
E reconheço o poder de minha deusa
E então entendo: se minha deusa quisesse vingança, não estaríamos mais aqui
Então eu agradeço sua piedade, por todas as almas que vivem sob seu manto
E ela me recompensa com um dia ensolarado
Minha espécie, por outro lado
Não se importa em nos ouvir
Eles rogam a uma figura estranhosa
Uma figura jamais vista
Uma figura sem tato, ato ou vácuo
Eu pergunto a minha deusa o que há com a minha espécie
E ela me diz: reconheça criança, que nem tudo é seu mundo
Eu sigo frequentando a casa dessa figura
Sem entender o motivo de minha espécie levar seu nome para a sepultura
O há depois do encontro com a mãe natureza, que valha tanto repensar?
Eles olham, divagam e, como luar, sempre repetem as fases
Eu grito e peço atenção
Mas nada que eu falo se afasta do “em vão”
Então depois de chegar ao meu próprio cúmulo
Entendo meu último neurônio: não importa o que se acredita, o que importa é simplesmente acreditar
Porque o que e findo, lindo e majestoso não pede para ser visto 
E, inclusive, não deve ser visto
Deve ser sentido, aclamado e personificado, para então, existir
Eu volto a minha deusa com essa epifania
E ela me responde: entendeu agora criança? o que está em mim, está em você e o que está em nós, está em todos. Não há nome, nem caráter que descreva o que nos habita em comum. 
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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O consumo consumidor
Querido amigo,
Esses dias me ocorreu um pensamento longínquo sobre nossa amizade. Quando brincávamos sob a luz intensa do sol do meio-dia e falávamos sobre dominar o mundo e pintar os continentes de verde novamente. Inocentes e criativos pensamentos de crianças. Não vou mentir, me encontro em um lugar de saudades imensas e oceânicas deles. Há muito tempo não trocamos mensagens de algum tipo, muita coisa aconteceu: descobri o que eu quero para o futuro, me frustrei com as minhas decisões, aprendi a ver os dois lados da moeda, conheci e desconheci pessoas, testemunhei memórias imortais aprendi a desenvolver o meu terceiro olho, reconheci o prazer da minha própria companhia, vivi dores e amores, senti exaustão de “gente grande”, sonhei, realizei, mas acho que a melhor coisa que aconteceu comigo, nesses últimos tempos, foi o fato de que me aprofundei na necessidade de compreender os diversos significados de “valor”. Se você, por qualquer motivo que seja, for procurar o significado de “valor” no Google, perceberá que ele não é tão filosófico quanto eu. Segundo uma das maiores multinacionais do mundo, disfarçada de fonte de informações, a palavra “valor” possui alguns significados, resumindo: bens, serviços, dinheiro ou preço alto. Parece direto e concreto, mas no fundo não é. Fico pensando nas horas que o Google perdeu divagando se seria válido, ou não, adicionar o terceiro significado oculto dessa palavra. Inclusive, é no meio dessa ideologia toda que me lembrei de uma das nossas conversas, estávamos na escola e vimos juntos uma revista da sala de espera da diretoria, que falava sobre imóveis hipnotizantes construídos pelos arquitetos mais renomados do cardápio do mercado de trabalho. Passamos algum tempo acompanhando aquelas imagens, só foi divertido porque, na nossa cabeça em desenvolvimento, um dia poderíamos alcançar algo assim. Achei estranho que, quanto mais cresço, menos prazerosas essas revistas me soam. Digo, elas não deixaram de ser hipnotizantes, mas elas deixaram de fazer sentido para mim. Sabe, eu comecei a perceber uma coisa muito importante desde o momento que entendi o sentido varejista dos Shopping Centers. Em palavras sucintas e inexperientes a ideia é: chamar a atenção e fazer valer seu tempo. Esse pensamento primordial, construído de uma forma mais elaborada e estratégica, foi o significado do “quase extermínio” de estabelecimentos “independentes” de grandes executivos. Pense bem, porque iremos nós, metropolitanos atarefados, gastar nosso tempo e nosso salário em algo que não é vigorosamente importante e valoroso para nosso imaginário consumista? 
Eu acho que você já deve ter ouvido uma variação dessa piada em algum lugar, mas: o que os shopping centers e as revistas de mansões hipnotizantes têm de comum? Ambas trabalham a economia da atenção e o conceito de modernidade líquida. Veja bem meu caro, segundo Froid, nosso cérebro é dividido em três partes: id, ego e superego. O id, representa a parte “animalesca” do ser humano, lá residem nossos desejos mais profundos, muito bem resumidos pelos 7 pecados capitais: a luxúria, desejo carnal intenso, a gula, desejo de se alimentar de maneira exagerada, a avareza, sinônimo de ganância, a inveja, o ódio de não ter o que o outro tem, a ira, uma cólera exacerbada, a soberba, desejo e crença de ser o/a melhor e, por fim, a preguiça, desejo de se ver livre de quaisquer esforços. O superego, é o aspecto da mente que mais trabalha e impõe limitações, é o fruto da nossa vivência como animais sociais. Ele se contrapõe aos desejos do id. É aquela consciência que nos vêm dizendo, durante toda nossa existência: “roubar é errado”, “matar é errado”, “não assumir responsabilidades é errado”, “comer demais é errado”, entre outros erros comumente abominados. Já o ego, é guiado pelo Princípio da Realidade, ele equilibra e pondera os desejos do id e as restrições do superego e traduz suas linguagens para o ‘real”. 
Dito tudo isso, vamos analisar o caso das revistas e dos Shoppings Centers. Quando você vai a um Shopping, não é por causa do ar-condicionado, da massa de pessoas ou do banheiro comunitário. Você vai porque ele é extremamente conveniente e atrativo para o ideal do consumo: um lugar onde você pode encontrar e, principalmente, comprar de tudo. Um verdadeiro mel para as abelhas humanas. É a colmeia do “ter em detrimento de ser”. E você, assim como qualquer um, morde essa isca. Por que na nossa sociedade, não há nada "consumível" que dure muito tempo no nosso conceito de “valor”. Tudo está sempre em constante mudança, tantas novidades, que chegam a ser humanamente impossíveis de acompanhar. A ideia de valor se desconstrói com o tempo, e o passado nunca é valorizado, a não ser que seja acompanhado do conceito “vintage”, a própria ressignificação dos “velhos tempos” com o tempero da modernidade. É por isso que vemos marcas como a Apple, lançar iPhones com 30 mil câmeras, 70 dias de bateria e mais gigabytes para caber todas as facilidades dos aplicativos que você tanto ama. Aqueles comerciais bem produzidos e photoshopados chegam a ser uma piada pronta para o seu iPhone 7 de “quinta categoria”. Ele não vale mais o que ele valia quando foi lançado e desencapado pelas suas próprias mãos, após você deixar metade do seu salário em um filial de uma das maiores multinacionais de todos os tempos, avaliada em uma quantia que você não alcançaria nem trabalhando 24h por dia em alguns bons anos. Chega a ser bizarra a sensação de orgasmo mental que se tem ao abrir uma caixa novinha com o famoso e almejado símbolo da maçã. 
Você sempre gostou de jogos, vou me apropriar de um que praticamos muito nos tempos do primário: o jogo dos 7 erros. Porém, dessa vez, vamos jogar o jogo dos 7 pecados aplicado ao case Apple. O iPhone é o alimento perfeito para a sua sede de avareza e soberba. Identifica? Parece óbvio, mas quando estamos no meio desse transe consumista, nunca é. Passa a ser algo automático e invisível ao raciocínio. Você deixa metade do seu salário mensal (ou muito mais dependendo da sua situação econômica) na conta do Steve Jobs (se ela ainda existe) porque ele te conheceu o suficiente para saber que seu suor e sua dedicação merecem algo extraordinário. Afinal, o Steve Jobs foi uma autoridade, quem somos nós, meros mortais, para discordar de seu pensamento tão futurístico? 
Você pode facilmente encontrar lojas da Apple em alguns Shoppings Centers, assim como lojas de grandes multinacionais. Você vai para um Shopping Center para gastar “muito bem” com coisas “muito boas”, não com coisas triviais que você encontra no mercadinho do bairro. Ele é conveniente, mas não o suficiente para o consumo de valor. E você está sempre indo a shopping centers, porque suas posses vão ficando mais antigas e ultrapassadas a cada minuto e eles vão ficando cada vez mais recheados de novidades do mercado a cada segundo. Assim como as revistas de mansões localizadas nos bairros mais renomados da grande São Paulo. Porém com um diferencial: elas são recheadas de novidades de altíssimo valor, o que chamamos hoje de “status”. Se você anda com roupas da Gucci e com um iPhone 13 na mão, você já chegou a um certo nível elevado de status, mas se você possui uma mansão no Brooklin com piscina e 7 suítes, você já se encontra em um nível bem mais avançado de status. E você quer isso. Ou melhor, você aprendeu a querer isso, porque isso indica que você é bem sucedido, que você tem posse de algo com um alto valor atribuído. 
Entende? É assim que o consumo trabalha a sua mente e faz valer a pena o seu tempo e o seu dinheiro. Porque o consumo, assim como a Apple, sabem que logo você vai enjoar das suas posses e só vai trocá-las por algo muito melhor e mais avançado do que elas. É por isso que aguentamos cargas horárias e pautas infinitas e exibimos as etiquetas das nossas roupas: para ter e, só então, ser. 
Se levássemos em conta, todos os argumentos dos ativistas “anti-consumo consumidor”, essa prática talvez se tornasse o maior crime já cometido. Afinal, toda a matéria prima arquitetada em produtos vem de algum lugar. A questão é que não temos fontes infinitas, nosso planeta morre a cada dia que tiramos mais recursos dele. Mas o que nós temos haver com isso não é mesmo? Somos apenas inocentes produtos do consumo, procurando algum tipo de felicidade nesse mundo opressor e limitante, imposto pelo nosso superego. Nosso id está faminto, e as grandes empresas sabem muito bem qual é o seu prato favorito. 
Bom, eu fico por aqui meu amigo. Acho que você já leu muito e pensou muito entre esses parágrafos. Agradeço pelo tempo. Espero que possamos rir e chorar das dores e das delícias da condição humana. Enquanto isso, continuarei, “hipocritamente”, colorindo os continentes de verde e enchendo o túmulo do Steve Jobs de regalias.
Abraços,
Isabela.  
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Eu sei de tudo
É engraçado como você me traz aquela sensação de que eu sei de tudo
Eu sei a careta que você faz quando seu café está muito amargo
Eu sei que você morde o lábio nos momentos de extrema concentração
Eu sei que você gosta de caminhar em um dia frio de primavera
Eu sei o jeito que você sorri quando recebe um elogio
Eu sei que você gosta de falar mais do que ouvir
Eu sei que você ama a sensação de uma meia quentinha no pé
Eu sei que você gosta de cantar escondido nos momentos de tédio
Eu sei que nada te satisfaz mais do que fazer alguém rir
Eu sei que você odeia sua letra garranchada
Eu sei que você ama amarelo porque é uma cor que te lembra alegria
Eu sei que você sente falta da sua infância
Eu sei que você vive dizendo e não fazendo o que diz
Eu sei que você ama ouvir o barulho das ondas quebrando na costa
Eu sei que você se contradiz quando fala sobre os seus sentimentos
Eu sei que você passa horas apenas revivendo o passado na sua mente
Eu sei que você se estressa com muita facilidade, mesmo sem perceber
Eu sei que você fala muito rápido em momentos de nervosismo
Eu sei que você ama roupas pretas porque elas te deixam mais elegante
Eu sei que você gosta das suas torradas mais queimadas do que o normal
Eu sei que quando você promete é porque você realmente vai fazer
Eu sei que você confia em pouquíssimas pessoas
Eu sei que você têm medo de escuro, mas odeia admitir isso
Eu sei que você ama assistir filmes de romance na companhia de um chocolate
Eu sei que você gosta de músicas lentas e instrumentais
Eu sei que você têm um coração maior do que você
Eu sei que você pensa demais e que isso te entristece
Eu sei que você gosta de fazer o que te disseram para não fazer
Eu sei que você chora quando alguém critica sua forma de pensar
Eu sei que você que você sonha muito e esquece a realidade
Eu sei que você sempre foi pontual 
Eu sei que você mexe no cabelo quando recebe muita atenção
Eu sei que você torce o nariz quando alguém diz algo que você não concorda
Eu sei que você ama fotografar a natureza
Eu sei que o seu abraço é o mais quentinho de todos
Eu sei que você nunca desiste de quem você ama
Eu sei que você é genial mas sente medo de expor suas ideias
Eu sei que talvez eu não saiba de tudo e que talvez eu só saiba tudo sobre você.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Para aqueles que são diferentes
  Desde pequena eu sempre vivi muito no mundo da Lua, para falar a verdade nem no mundo da Lua, mas no meu próprio mundo. Eu sempre vivi sabe, na minha própria realidade. Então eu pensava em coisas que ninguém pensava, eu falava sobre coisas que ninguém falava, eu via coisas onde ninguém via, eu sentia coisas que ninguém sentia, eu ria de coisas que ninguém ria, eu chorava de coisas que ninguém chorava, eu tinha dúvidas sobre coisas que ninguém tinha, eu tinha medo de coisas que ninguém tinha medo, eu me indignava com coisas que ninguém se indignava, eu agia de uma forma que ninguém agia, enfim, eu tinha uma cabeça que ninguém tinha. E por causa disso eu sempre fui taxada de vários adjetivos nada carinhosos como: louca, maluca, estranha, bizarra…. e eu comecei a aprender que “ser diferente” é errado, que “ser diferente” é ruim, é maldoso, é perigoso e que tinha que mudar o quanto antes possível, se não eu ia acabar sozinha, de novo, no meu mundinho. Então eu comecei a me desprender de quem eu realmente era, e comecei a agarrar uma imagem de quem eu não sou, e nunca vou ser. Eu comecei a observar todos os detalhes das pessoas à minha volta, e comecei pegar diversos pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas, para ser exatamente igual a elas, enfim, para finalmente ser aceita. Eu passei anos e anos da minha vida só observando, me calando e copiando. E deu certo, eu finalmente fui aceita. Mas para isso eu tive que abrir mão do bem mais precioso de qualquer ser humano. A liberdade. Eu vivi todos esses anos enjaulada na minha própria cabeça. Tudo que as pessoas sabiam sobre mim era uma mentira. Eu me perdi na minha própria imagem. Ao ponto de eu chegar aos 20 anos sem saber quem sou exatamente. O único momento que eu tinha liberdade era o momento em que eu sentava para escrever. Eu ficava horas escrevendo tudo sobre tudo. Porque eu sabia que o papel nunca ia julgar a minha letra garrachanda. Mas afinal de que adianta ser aceita, se eu não era livre. Se eu tremia de medo quando alguém perguntava minha opinião sobre alguma coisa. Se eu ficava o tempo todo sendo coadjuvante da minha própria vida. Eu lembro que eu sempre admirei, e até invejei, as pessoas que não tinham medo de ser elas, porque eu sabia que no fundo, esse sempre foi o meu maior desejo. Ser livre pra ser quem eu sou, sem medo do que os outros vão pensar ou falar. Eu comecei a mudar só agora, literalmente, só agora. Eu sei que eu ainda vou querer voltar para aquela zona confortável de uma mera observadora. Mas eu acho que eu vivi tanto tempo sofrendo, e sentindo aquela dor de se desconhecer. Que eu comecei a criar coragem para enfrentar outras dores, como as dores do julgamento, dos olhares tortos, dos maus entendidos. Porque vale muito mais a pena sofrer por ser louca, bizarra e estranha, do que sofrer por tentar ser igual.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Com a ajuda das minhas loucuras, deixei de gostar da minha companhia.
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thatweepingbasementkid · 4 years ago
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Ser arte é ser
Somos isso
Momentos salvos pela liberdade de apenas ser
Vivemos com ódio e sem sentido, protegendo nosso inteiro
Porque muitos de nós vivem no passado. Deixamos de viver
É a opressão do ensinar sem ensinar
O perdão se faz sem resposta 
Somos movidos pelas nossas perguntas
O que nos consome também não seria algo?
A questão é abusar da esperança da vida
O que seriamos sem a arte? 
Como romperíamos essa fortaleza quadrada?
Vivemos sufocados
E a arte nos torna capazes de ser 
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