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#Cracóvia
blogdorogerinho · 7 months
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Críticas  –  A Lista de Schindler (1993), O Pianista (2002), Uma Vida — A História de Nicholas Winton (2023)
“Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.” (Talmud) Oskar Schindler (1908 – 1974) nasceu em Svitavy (Zwittau), Morávia, uma província da monarquia Austro-Húngara na época. Após a invasão alemã na Tchecoslováquia o industrial se filia ao partido nazista com o intuito de comercializar no mercado negro, uniformes poloneses, a fim de simular uma invasão falsa á Alemanha que justificasse a…
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Por que tens medo de cumprir a Minha vontade? Diário 489.
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🙏✝️Hoje, Segundo Domingo da Páscoa, é celebrada a Festa da Divina Misericórdia: “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores”, disse Jesus ao aparecer à Santa Faustina Kowalska, revelando a ela a Festa que a Igreja celebra neste Segundo Domingo de Páscoa.
A Festa da Divina Misericórdia foi instituída por São João Paulo II, com o decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em 23 de maio de 2000. Seu nome oficial é “Segundo Domingo da Páscoa ou Divina Misericórdia”.
O Papa João Paulo II tinha anunciado durante a canonização da Irmã Faustina Kowalska, no dia 30 de abril daquele mesmo ano: “Em todo o mundo, o segundo domingo de Páscoa receberá o nome de domingo da Divina Misericórdia. Um convite perene para o mundo cristão enfrentar, com confiança na benevolência divina, as dificuldades e as provas que esperam o gênero humano nos anos que virão”.
Santa Faustina, que é conhecida como a Mensageira da Divina Misericórdia, recebeu revelações místicas nas quais Jesus mostrou o seu Coração, a fonte de misericórdia, e expressou o seu desejo de que fosse estabelecida esta festa. O Papa dedicou uma de suas encíclicas à Divina Misericórdia – Dives in Misericórdia.
Os Apóstolos da Divina Misericórdia são sacerdotes, religiosos e leigos, unidos pelo compromisso de viver a misericórdia com relação aos irmãos, tornar conhecido o mistério da Divina Misericórdia, e invocar a Misericórdia de Deus para os pecadores. Esta família espiritual, aprovada em 1996 pela Arquidiocese de Cracóvia, Polônia, está hoje presente em 29 países do mundo.
O decreto vaticano esclarece que a liturgia do Segundo Domingo de Páscoa e leituras do breviário permanecem sendo as que já contemplava o Missal e o Rito Romano.✝️🙏
Fonte: Catolicismo Romano
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vozdodeserto · 1 year
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Não foi só a minha vida, ou a da Ana Rute, ou a da nossa família, ou a da nossa igreja, ou a de grupos evangélicos a que pertenço que melhorou graças ao Tim Keller. Uma verdadeira multidão de gente aprendeu a amar mais Jesus através deste homem. Uma vez tive a oportunidade de tentar passar-lhe esta mensagem, como a fotografia mostra. Fã dele que era, imaginem o nervosismo quando, mais tarde em Cracóvia, falei para um auditório com ele lá a assistir. É muito improvável que venha a conhecer no futuro figuras da mesma estatura. Deus seja louvado pela vida do Tim Keller.
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aloneinstitute · 2 years
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Subcarpathia: Castelo em Cha ńcut 🇵🇱. Mais informações e fotos em: https://bliskotrochedalej.blogspot.com/2021/11/podkarpacie-zamek-w-ancucie.html
#Łańcut #muzeum #lato2021 #Podkarpacie #zamek
A cadeia foi estabelecida pelo Rei Casimiro, o Grande. A localização da cidade em Magdeburg quase ocorreu em 1349 a partir do falecimento do Príncipe W ładys ław Opolczyk no vale do rio Wis łok. A cadeia pertencia a Pilecki, Stadnicki, Lubomirski e Potocki, por sua vez. O castelo em si foi construído na segunda metade do século XVI, quando a família Pilecki decidiu construir uma nova residência para si mesmos. Por volta de 1610 foi construído por Stanis ław Stadnicki e o seu plano tomou a forma de uma ferradura. No entanto, foram apenas os próximos proprietários do aa ńcut, Lubomirscy, que levaram à conclusão das obras no castelo. Aconteceu em 1629-1641. Maciej Trapola - o arquiteto sênior do voivode de Cracóvia Stanis ław Lubomirski, foi responsável pelo projeto e pela obra....
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historia-da-iarte · 2 years
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Dama com Arminho, por Leonardo da Vinci
A obra de Leonardo da Vinci – a figura mais importante do Alto Renascimento – é um retrato da jovem abastada Cecília Gallerani, encomendado por seu amante, o Duque de Milão, Ludovico Sforza, também conhecido como Ludovico il Moro (”o Mouro”, em italiano). Na pintura, feita com uso da técnica de sfumato renascentista, a moça é retratada com roupas que intercalam entre vermelho e azul e está carinhosamente segurando um arminho em seus braços.
A Dama com Arminho, atribuída ao Renascimento Italiano, datada entre 1489-1491, foi feita com tinta a óleo sobre madeira e possui dimensões de 54 por 39, em centímetros. Atualmente ela está localizada no Museu Czartoryski, em Cracóvia, na Polônia.
A seguir, estão as releituras da Dama com Arminho, realizadas através do sistema de Inteligência Artificial (I.A), DALL-E 2:
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Renaissance realist oil painting portrait of a milanese court young woman wearing a blue and red dress and a necklace in a three-quarter profile face turned to the right holding a white weasel ermine pet on her arms in chiaroscuro sfumato technique dark background
“Retrato a óleo renascentista realista de uma jovem mulher da corte de Milão usando um vestido azul e vermelho e um colar, em perfil de três quartos rosto virado a direita segurando uma doninha arminho branco em seus braços em técnica claro-escuro (chiaroscuro) esfumado (sfumato) fundo escuro”
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Renaissance oil painting portrait of a milanese court young woman wearing a blue and red dress and a necklace in a three-quarter profile face turned to the right holding a white weasel ermine pet on her arms in chiaroscuro sfumato technique dark background
“Retrato a óleo renascentista realista de uma jovem mulher da corte de Milão usando um vestido azul e vermelho e um colar, em perfil de três quartos rosto virado a direita segurando uma doninha arminho branco em seus braços em técnica claro-escuro (chiaroscuro) esfumado (sfumato) fundo escuro”
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Renaissance oil painting portrait of a milanese court young woman wearing a blue and red dress and a necklace in a three-quarter profile face turned to the right holding a white weasel ermine pet on her arms in chiaroscuro sfumato technique dark background
“Retrato a óleo renascentista realista de uma jovem mulher da corte de Milão usando um vestido azul e vermelho e um colar, em perfil de três quartos rosto virado a direita segurando uma doninha arminho branco em seus braços em técnica claro-escuro (chiaroscuro) esfumado (sfumato) fundo escuro”
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Renaissance realist oil painting portrait of a milanese court young woman wearing a blue and red dress and a necklace in a three-quarter profile face turned to the right holding a white weasel ermine pet on her arms in chiaroscuro sfumato technique dark background
“Retrato a óleo renascentista realista de uma jovem mulher da corte de Milão usando um vestido azul e vermelho e um colar, em perfil de três quartos rosto virado a direita segurando uma doninha arminho branco em seus braços em técnica claro-escuro (chiaroscuro) esfumado (sfumato) fundo escuro”
Curiosamente, a ferramenta gerou imagens nas quais a dama é retratada de perfil, com seu rosto virado para a esquerda, contrariamente ao que fora informado nas descrições, porém, ainda assim, as releituras são reminiscentes da obra original de Leonardo da Vinci.
Este blog é um trabalho acadêmico e não possui fins lucrativos.
Fonte: Wikipédia
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💕🤱💕VOCÊ SABIA QUE A MÃE DE SÃO JOÃO PAULO II FOI ACONSELHADA A ABORTÁ-LO E SE NEGOU?
Emilia tinha saúde muito frágil. Ela faleceu quando o futuro Papa tinha apenas 9 anos de idade.
“Sobre o teu túmulo branco florescem as flores brancas da vida. Ah, quantos anos já se foram sem você, quantos anos?”
Essas palavras tocantes, dedicadas à mãe, foram escritas por Wojtyla em Cracóvia na primavera de 1939, quando ele tinha 19 anos e já fazia uma década que tinha perdido a mãe. O futuro Papa tinha apenas 9 anos. Emilia, de saúde muito frágil, tinha vivido uma gravidez muito difícil, que, aliás, os médicos a tinham desaconselhado de levar adiante, e, desde então, passou os 9 anos seguintes entre internações e o progressivo enfraquecimento que a levou desta vida.
Vem do amor materno, inegavelmente, boa parte da profunda sensibilidade de Wojtyla na defesa enfática da vida humana mais frágil, desde a concepção até a morte natural. Foi ele, não custa lembrar, quem beatificou em 1995 e depois canonizou em 2004 a médica e mãe italiana Gianna Berretta Molla, que, para proteger a vida do seu filho nascituro, não hesitou em sacrificar a própria, recusando-se também ela a abortar.
Não admira que os cidadãos de Wadowice tenham dedicado a Emilia Kaczorowska Wojtyla uma obra em prol das mulheres que, mesmo no meio de muitas dificuldades, escolheram proteger o fruto da sua maternidade: a Casa da Mãe Sozinha. Em visita à sua terra natal em junho de 1999, João Paulo II declarou sobre essa obra:
“Sou grato por esse grande dom do amor de vocês pelo homem e da solicitude de vocês pela vida. A minha gratidão é tanto maior porque esta casa é dedicada à minha mãe, Emilia. Acredito que aquela que me colocou no mundo e envolveu de amor a minha infância cuidará também desta obra”.💕😘💕
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schoje · 2 months
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Os dois principais órgãos de tubos da cidade vão ecoar seus acordes no próximo final de semana em Blumenau. A organista gaúcha Anne Schneider fará dois concertos com transmissão ao vivo pelos canais da Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais. (SMC) e Igreja Evangélica de Confissão Luterana Paróquia Centro (IECLB). As apresentações marcam dois momentos importantes para a história da música blumenauense. O primeiro concerto será na Igreja Luterana Paróquia Centro Blumenau, sexta-feira, às 19h, com transmissão pelas redes sociais da SMC e da IECLB e participação especial de Simone Westphal. O imóvel, tombado como patrimônio histórico nacional, passará por restauro e consequentemente o instrumento de som também necessitará de ajustes e manutenções. A previsão inicial é de que ele fique silenciado por 24 meses. O outro órgão, instalado na Catedral São Paulo Apóstolo, depois de anos parado em manutenção, acabou de ser totalmente reformado e voltará a soar dentro do templo, marcando o concerto de Anne Schneider a reabertura de utilização desse instrumento de som no espaço. A apresentação será sábado, dia 15 de maio, às 20h15, também nas redes sociais. Para os dois dias, estão programadas apresentações de músicas sacras, brasileiras e obras de compositores conhecidos. Os dois eventos contam com o apoio do Shopping Neumarkt e Consulado Honorário da Alemanha. O evento na Igreja Espírito Santo conta ainda com o apoio da Rádio União FM, Alameda Haus e Escola Barão. Trajetória Anne Schneider é uma organista brasileira, filha do organista, maestro e compositor Leo Schneider. Iniciou-se na música muito cedo, tendo aulas com o pai, com a mãe Maria Helena, cantora, professora de piano e canto, e com Harriet Hofmann, professora de piano no Conservatório de Música Leo Schneider, do Colégio Americano, de Porto Alegre (RS). Cursou Bacharelado de Órgão (instrumento) e piano e fez Licenciatura em filosofia todos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Também concluiu o Curso de Virtuosidade na mesma instituição.  Atualmente é organista titular da Comunidade Martin Luther, IECLB de Porto Alegre, onde coordena encontros internacionais de órgão. Anne Schneider atua por quase três décadas em festivais internacionais e séries famosas (em torno de mil concertos) na Alemanha, Argentina, Chile, Bélgica, Brasil, Eslováquia, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, México, Polônia, Portugal, Uruguai e Suíça, nas catedrais e basílicas de Buenos Aires, Montevideo, Paysandu, Niterói, Morelia, Guadalajara, Pompeia, Brugge, Bourges, Köln, St. Blasien, Dijon, Blois, Varsóvia, Cracóvia, Altenberg, Sens, Hannover, Heiligenstadt, Karlsruhe, Munique, Valparaíso e Liverpool, e na Catedral Imperial de Petrópolis-Rio, entre outras. Anne Schneider possui oito CDs gravados, sendo um deles solo – foi o primeiro CD de órgão da Região Sul, mostrando autores do Brasil, além de dois DVDs (um deles relativo aos 25 anos de carreira), gravações em cassetes e para televisões e emissoras de rádios internacionais. A organista produz e apresenta o programa Toccata, na Rádio da UFRGS-AM 1080, desde 1999. Atualmente é conselheira da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA). Em dezembro de 2011 recebeu a medalha da Legislatura na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Teve seu nome incluído em renomado site polonês Organy Piszczalkowe,como uma dos 100 melhores organistas do mundo. Saiba mais Concerto de Anne Schneider na Igreja Luterana Paróquia Centro Blumenau Quando: Sexta-feira, dia 14 de maio, às 19h Onde ver: no Instagram @culturablumenau, no Facebook fundacaoculturaldeblumenau e comunidadeblumenaucentro e no Youtube Luterana Blumenau Centro Concerto de Anne Schneider na Catedral São Paulo Apóstolo Quando: sábado, dia 15 de maio, às 20h15 Onde ver: no Instagram @culturablumenau, no Facebook fundacaoculturaldeblumenau Autores brasileiros que lhe dedicaram obras Amaral Vieira - Sinfonietta Bruno Kiefer - Reflexóes Calimério Soares - Prelúdios
Folclóricos Handel Cecilio - Baião para Orgão Hubertus Hofmann - Mensagem Celestial Julio Posenato - Oracion Dela Note Leo Schneider - Fantasia Paulo Dorfman - Marcha de Entrada Marcelo Bruno Rodrigues - "18 Pequenas Saídas/Poslúdios" e "42 Pequenos Prelúdios" A história do órgão de tubos Desde os tempos mais remotos a música é usada como louvor. E um dos instrumentos mais importantes para a Igreja Cristã é o órgão, considerado por Mozart como o “rei dos instrumentos”. A Igreja Luterana é conhecida mundialmente como “A Igreja da Música”, pois os maiores compositores nasceram na Alemanha entre os séculos 17 e 19, a maioria luteranos, e compuseram hinos para a igreja à qual pertenciam. Também foi nessa época que a música sacra luterana começou a se espalhar pelo mundo e chegou até as Américas. Órgão de Tubos da Igreja do Espírito Santo O órgão de tubos que está hoje na Igreja do Espírito Santo foi o primeiro construído no Brasil pela firma Guilherme Berner, do Rio de Janeiro. O instrumento foi adquirido pela comunidade em 1930 e a inauguração ocorreu em 1933. A finalidade principal era acompanhar a comunidade em seus hinos e em cerimônias de casamentos e formaturas. Ao mesmo tempo, desde o início da sua história, a Igreja Evangélica Luterana serviu como uma “sala de concertos” para a sociedade blumenauense, prestando importante contribuição social. O último restauro aconteceu em 1994. Em função das obras de manutenção da Igreja Luterana o instrumento passará novamente por todo o processo de manutenção, o que deve durar aproximadamente 24 meses. Órgão de Tubos da Catedral São Paulo Apóstolo Com 862 tubos, o Órgão foi construído pela fábrica Faber & Greve (Salzhemmendorf, Hannover, Alemanha), em 1926. Possui ainda sua tração original do tipo pneumática com someiro com sistema de acionamento por membranas de couro. Apresenta dois teclados com 56 notas cada e um Pedal de 30 notas. Era o órgão da antiga Igreja Matriz e instalado na nova, hoje Catedral, pelo mestre organeiro Siegfried Schürle. Inaugurado na missa de páscoa do ano de 1927, possui 15 registros e sete acoplamentos. Depois de anos parado, dado a necessidade de restauro, foi totalmente e agora está novamente a disposição da comunidade. Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello postada em 10/05/2021 14:40 - 9 visualizações FotosFonte: Prefeitura de Blumenau SC
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fuxico · 2 months
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universomovie · 3 months
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Um tour pelo novo escritório da Deloitte em Cracóvia, Polônia
A empresa de consultoria global Deloitte contratou a empresa de arquitetura e design de interiores Tetris Design + Build para projetar seu novo escritório em Cracóvia, Polônia. Recepção “O escritório da Deloitte no edifício Unity Tower, em Cracóvia, reinventa os níveis estéticos e de conforto do espaço de escritório convencional. Primeiro, ao incorporar as vistas da cidade histórica da UNESCO e…
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zouljazz · 3 months
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Salvador Sobral, Bilhetes para o Evento, Cracóvia | Indo.
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cicixxyz · 3 months
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[MAKING OF] Hino da JMJ Cracóvia 2016 - Bem-aventurados os misericordiosos
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bunkerblogwebradio · 4 months
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Em junho de 1989, a Polônia se libertava do socialismo
Já faz um bom tempo que a Polônia não frequenta os noticiários internacionais, e isso é sinal de que as coisas estão calmas nesta nação da Europa Central (eles não gostam de ser chamados de Leste Europeu). 
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No entanto, durante toda a década de 1980, a Polônia foi uma fábrica contínua de notícias. Foi o país mais expressivo e agitado por trás da Cortina de Ferro.
Hoje, a Polônia é uma vibrante economia de mercado, cujas condições de vida não estão distantes daquelas da Europa Ocidental. Os supermercados e as lojas de departamentos, que estão em todos os cantos, são repletos de bens variados e oriundos de todos os cantos do mundo. As cidades ostentam grandiosas e modernas edificações. Há até mesmo novas igrejas sendo construídas -- algo proibido sob o regime comunista. 
Todas as fachadas antigas e decrépitas da era comunista foram renovadas, e aquele antigo e lúgubre cinza foi substituído por cores mais vibrantes. Os problemas de transporte estão praticamente resolvidos. As rodovias são novas e modernas, e suplementam um excelente sistema ferroviário.
Restaurantes sofisticados, cafés badalados, e restaurantes para almoços prosaicos estão por todas as partes. 
Se, há 35 anos, turistas estrangeiros eram algo raro até mesmo na bela Cracóvia e seus locais tombados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, hoje você os vê rotineiramente nas principais cidades do país.
Os poloneses já se acostumaram a viver com todos os luxos que o capitalismo pode oferecer, como apartamentos e imóveis prontamente disponíveis. Bens como automóveis, televisores de plasma, smartphones, notebooks etc. estão disponíveis para todas as classes sociais.
Porém, as coisas eram totalmente distintas na década de 1980. Pronta disponibilidade de bens era algo inimaginável. Fartura era algo fictício. Penúria era a regra. 
No aniversário de 35 anos do fim do socialismo, vale a pena fazermos uma breve viagem no tempo e voltarmos à Polônia da década de 80. A história não deve ser esquecida.
O cenário de fundo
Ao final da década de 1970, a economia polonesa estava em convulsão. O governo estava completamente endividado em decorrência de vários empréstimos externos, e, tendo de arrecadar os fundos necessários para pagar os encargos de sua dívida, ele optou por aumentar os preços de vários produtos. Isso foi o estopim para uma série de greves de trabalhadores. 
Um pouco antes, em 1978, um papa polonês foi eleito em Roma. Seria o primeiro papa não-italiano desde Adriano VI, que morreu em 1523. Em junho de 1979, João Paulo II (Karol Józef Wojtyla) fez sua primeira visita à Polônia já como sumo pontífice. Celebrou uma missa na Praça da Vitória perante uma multidão de 3 milhões de poloneses. 
Ali estava um homem que havia sido criado sob um regime nazista e que havia sobrevivido ao comunismo. Já não era segredo para ninguém que aquele papa desprezava o comunismo e iria fazer de tudo para solapar este regime na Polônia. 
Esta viagem à sua Polônia natal -- um franco desafio ao regime comunista -- elevou o espírito da nação, algo que culminaria, no ano seguinte, na formação de um movimento abertamente anticomunista formado por trabalhadores e operários.  
Tudo começou com uma greve geral em Lublin, em julho de 1980. Mas foi em meados de agosto que manifestações no estaleiro de Gdansk deram origem a uma série de greves que praticamente paralisaram toda a costa báltica. Pela primeira vez na história, quase todas as minas de carvão da região da Silésia foram fechadas. 
Os representantes dos grevistas no estaleiro de Gdansk, liderados por um eletricista chamado Lech Walesa, assinaram o Acordo de Gdansk, prometendo ao governo que acabariam com as greves se o governo socialista garantisse o direito dos trabalhadores de formar sindicatos independentes e também chancelasse o direito à greve. 
Após um bem-sucedido acordo -- nesta que havia sido a maior confrontação trabalhista da história da Polônia --, movimentos sindicais organizados começaram a ser formar ao longo de todo o país.
No dia 17 de setembro de 1980, todos os sindicatos se reuniram em Gdansk e decidiram formar uma única organização sindical nacional chamada de Solidariedade.
Tal liberdade, obviamente, desagradou Moscou, que, em fevereiro de 1981, elevou o general Wojciech Jaruzelski, então Ministro da Defesa, ao cargo de primeiro-ministro. Veterano da Segunda Guerra, sua prioridade era recorrer à força bruta para arrefecer as manifestações que irrompiam por todos os cantos do país.
Já em março de 1981, na cidade de Bydgoszcz, três ativistas foram espancados pela polícia secreta. Como consequência, uma "greve de advertência" comandada pelo Solidariedade -- que a esta altura já era formado por 9,5 milhões de poloneses -- voltou a paralisar todo o país, e com o apoio maciço da população. Os soviéticos já estavam perdendo a paciência.
Em setembro de 1981, em Gdansk, o Solidariedade fez o seu primeiro congresso nacional, e Walesa foi eleito líder nacional do movimento e imediatamente fez um apelo a todos os outros países do Leste Europeu para que seguissem os mesmos passos do Solidariedade. 
Para Moscou, o congresso havia sido uma "uma orgia anti-socialista e anti-soviética". Os líderes comunistas da Polônia, comandados por Jaruzelski, estavam prontos para utilizar de violência para conter o movimento.
Em outubro, Jaruzelski foi nomeado Primeiro-Secretário do Partido Comunista, uma ascensão atípica para um militar no mundo comunista. Jaruzelski exigiu que o parlamento proibisse as greves e o concedesse poderes extraordinários. 
Em dezembro, o regime declarou lei marcial, e as tropas paramilitares ZOMO foram utilizadas para esmagar o Solidariedade. Praticamente todos os líderes locais e vários intelectuais afiliados ao movimento foram detidos e encarcerados. Nove foram assassinados na mina de Wujek. Após este ataque do governo, os agitos no país diminuíram. Embora reduzido a apenas alguns poucos milhares, o Solidariedade continuou na ativa, só que agora clandestinamente.
A rotina dos poloneses
O controle do Partido Comunista parecia inquebrantável. Tudo indicava que a Polônia ainda teria de viver sob este regime por vários anos vindouros. 
Mas como era a vida sob este regime? Quais eram as características desta rotina que fizeram com que a população polonesa ansiasse tanto por uma mudança?
O padrão de vida geral da população era desolador, assim como nos outros países sob a esfera soviética. A combinação entre escassez geral de produtos e métodos de distribuição totalmente ineficientes fazia com que o simples ato de ir às compras em busca de produtos básicos fosse uma experiência agonizante -- mesmo quando havia produtos nas prateleiras.
Os bens de consumo se limitavam quase que exclusivamente a produtos de baixa qualidade fabricados no Leste Europeu. Simplesmente não havia produtos ocidentais, exceto nas lojas especiais da Pewex, que aceitavam apenas dólar ou marco alemão, e a preços muito acima das posses de um polonês médio.
Com a imposição da Lei Marcial, as coisas pioraram bastante. Longas filas se formavam quando produtos essenciais -- como papel higiênico, xampu, lâmpadas, chá, café, utensílios domésticos, queijo, guardanapos, sapatos e roupas íntimas -- apareciam nas lojas. O simples ato de fazer compras era um exercício diário que envolvia perambular pela cidade à procura de alguma loja que tivesse estoques e, caso a procura fosse bem-sucedida, entrar em uma longa fila de espera. 
E, dado que a maioria das mulheres polonesas tinha um emprego, o fardo extra de ter de fazer compras em tais condições era enorme, gerando uma grande taxa de absenteísmo e significativas dificuldades em cuidar dos filhos e em dar conta das tarefas domiciliares.
Um polonês jamais saía de casa sem estar carregando uma sacola de compras. Vai que inesperadamente ele encontrasse uma lojinha com produtos à venda e ele tivesse a rara oportunidade de poder comprar alguma coisa...
Em Varsóvia, a situação era menos desesperadora. Como o Partido Comunista tinha suas bases na capital, ele conseguia manipular as coisas de modo a garantir um suprimento mais generoso para a cidade. No entanto, em uma cidade mais afastada -- como Breslávia (ou Wroclaw), que é grande e está localizada no sudoeste da Polônia --, a situação era igual à do resto do país. Uma ida ao Centrum, que então era a maior loja de departamentos da cidade, era algo que hoje parece um pesadelo. 
Havia pouquíssimos produtos disponíveis e, mesmo assim, uma multidão de pessoas se aglomerava nos corredores. Filas de centenas de pessoas se formavam em frente aos poucos balcões que ainda tinham produtos disponíveis. Aquilo que em outras épocas foi a seção de tecidos da loja havia se transformado em um mar de vazias e inúteis mesas de medidas. Seis ou sete ternos amarfanhados estavam disponíveis na seção masculina em meio a filas de cabides vazios. A seção de esportes tinha apenas dois itens: pneus de bicicleta e botas de ski.
Cartazes escritos à mão ao longo dos corredores da loja ilustravam a triste situação. Na seção de sapatos masculinos, onde em outras épocas havia centenas de diferentes pares e agora estava sempre vazia, um cartaz dizia que "149 pares serão vendidos hoje". Outro cartaz anunciava que "Nenhum tapete será vendido hoje". 
Em frente aos poucos aspiradores de pó ainda disponíveis na seção de eletrodomésticos, um cartaz dizia "Somente para Agricultores". O governo vinha tentando motivar os agricultores a produzir mais comida, e imaginou que poderia criar tal estímulo reservando somente para eles os bens de consumo mais desejáveis.
Em determinadas ocasiões, as pessoas eram obrigadas a efetuar grandes façanhas para obter itens totalmente simples. Quando alguma loja anunciava que estava vendendo máquinas de costura, pessoas de todos os cantos da Breslávia corriam para lá. De início, era necessário ficar um dia e meio em pé na fila apenas para colocar seu nome em uma lista de compradores interessados. Depois, durante três ou quatro dias consecutivos, você tinha de ir à loja três vezes por dia apenas para estar presente à chamada que os burocratas faziam para verificar os nomes da lista. Cumprida esta tarefa, todos eram instruídos a voltar dali a duas semanas, que seria quando as máquinas estariam disponíveis -- e ainda assim não havia nenhuma garantia de que as pessoas na lista realmente conseguiriam uma máquina de costurar. 
Era comum alguns produtos irem parar nas mãos de amigos do burocrata encarregado de administrar a loja. Ou nas mãos de alguns membros do Partido.
Porém, dentre todos os martírios e provações que o consumidor polonês tinha de enfrentar, a busca por comida certamente era o mais humilhante e deprimente de todos. Um popular supermercado da Breslávia, que gozava a reputação de estar sempre bem suprido, tinha em suas prateleiras pão, biscoito-de-água-e-sal, dois tipos de pimenta, sal, farinha, macarrão, picles, açúcar, latas de ervilha, e água mineral. A seção de hortifruti tinha batatas, cebolas, beterrabas, cenouras, alho e alface estragada. A seção de laticínios tinha queijo branco e ovos. Carne era disponibilizada apenas para quem apresentasse todos os devidos cartões de racionamento. Este era todo o estoque do supermercado. 
Quando chegava algum carregamento de coisas mais saborosas, como geléia, iogurte ou pudim, tudo se esgotava em menos de uma hora. Em determinadas ocasiões, se você madrugasse em frente à porta do supermercado e estivesse com sorte, conseguiria comprar um pouco de leite.
Quem tinha mais tempo disponível podia perambular pela cidade à procura de lojas menores que porventura vendessem alguns itens adicionais. Havia pequenas feiras ao ar livre que vendiam alguns vegetais. O difícil era conseguir criar uma dieta mais apetitosa e variada tendo pouquíssimas opções. Frutas, em especial, eram um problema. As únicas que estavam sempre à venda eram as maçãs. De vez em quando, surgiam alguns limões. Laranjas e bananas eram importadas somente em feriados.
Comprar gasolina era outra dor de cabeça. Os consumidores iam ao posto, passavam o dia todo dentro do carro esperando na fila, deixavam o carro lá durante a noite, voltavam no dia seguinte e continuavam na fila, até o momento em que conseguissem um pouco de gasolina. E isso se o posto de gasolina ainda estivesse operante no dia seguinte -- era comum eles simplesmente fecharem da noite para o dia e não mais abrirem.
A opressão diária não terminava aí. A escassez de apartamentos levava os jovens à beira do desespero, pois tinham de esperar 10 anos ou mais até o governo disponibilizar um mísero espaço em um apartamento apertado. Casais de meia idade e com filhos ainda moravam com os pais enquanto aguardavam seus nomes serem chamados na lista de espera dos apartamentos. Por outro lado, quem se filiava ao Partido rapidamente conseguia um alojamento.
As construções eram uniformemente funcionais, cinzas, sombrias, monótonas e repulsivas. Vários prédios começavam a se esfacelar tão logo ficavam prontos. O uso do carvão como fonte de energia jogava uma película escura sobre as cidades, tornando-as ainda mais melancólicas. 
O transporte público era apenas utilizável, e isso já bastava para que ônibus, bondes e trens estivessem sempre entupidos de gente. A lista de espera para comprar um carro demorava anos e o automóvel quase sempre era um exíguo e fraco Fiat polonês. Os limpadores de pára-brisa tinham de ser trancados dentro do carro, pois eram o alvo preferencial dos ladrões. Acessórios automotivos, por serem muito raros, eram muito valiosos na Polônia.
Uma coisa, no entanto, era verdade: os países do bloco soviético usufruíam pleno emprego. Bom, "usufruíam" é um termo incorreto. Quando você trabalha muito e não pode comprar nada, ou não tem a liberdade de usar os proventos do seu trabalho, você vive sob um regime de semi-escravidão. Na Polônia, o pleno emprego produzia apenas um crônico excesso de mão-de-obra mal paga e pessimamente utilizada. Praticamente todos os empregos eram enfadonhos e frustrantes. 
Os gerentes das lojas e as pessoas que trabalhavam em restaurantes e no sistema de transporte simplesmente não tinham nenhum incentivo para serem solícitos ou mesmo gentis com os clientes. O cliente era apenas um estorvo, e eles não ganhavam nada nesta interação. O serviço prestado era ou ríspido ou apático. 
Profissionais de todas as áreas tinham de lidar com a escassez de equipamentos. Professores da prestigiosa universidade técnica da Breslávia zombavam da ideia de que conseguiriam fazer alguma pesquisa séria na Polônia. Eles passavam todo o seu tempo livre escrevendo propostas para serem aceitos em universidades ocidentais, onde havia ampla disponibilidade de materiais e equipamentos sofisticados.  
A burocracia paralisava todas as transações, e impossibilitava até os mais simples pedidos. Viajar para o exterior era algo extremamente restringido. Televisão, rádio e mídia impressa eram, obviamente, atividades efetuadas exclusivamente por pessoas sob o controle do Partido, dentro da Polônia ou em algum outro lugar dentro da esfera soviética.
A lei marcial impôs restrições ainda maiores. Os passaportes foram universalmente cancelados, de modo que nenhum polonês podia viajar ao exterior. Durante os primeiros meses da lei marcial, os poloneses não podiam nem sequer viajar entre cidades da Polônia sem a devida autorização do governo. Cartas sempre eram entregues abertas, amassadas dentro de sacos plásticos e com um carimbo escrito "Censurado". Quando você discava um número no telefone, a primeira coisa que você ouvia era uma gravação repetindo "conversa monitorada, conversa monitorada".
O exército assumiu o controle de toda a radiodifusão, e a programação da TV se resumia majoritariamente a filmes russos sobre a Segunda Guerra Mundial. Âncoras de jornais foram substituídos por soldados uniformizados que mecanicamente liam as notícias diárias. E as notícias eram sempre as mesmas: o Solidariedade havia destruído a economia; o exército estava se esforçando para recolocar o país no lugar; as coisas estavam visivelmente melhorando. 
Obviamente, e ao contrário dos ocidentais de hoje, ninguém acreditava em nada do que dizia a mídia.
A sucessão de eventos
Após a imposição da lei marcial em dezembro de 1981 e a maciça utilização do exército e das tropas paramilitares ZOMO para esmagar o Solidariedade, o número de afiliados ao movimento caiu de 9,5 milhões para apenas alguns poucos milhares. Os agitos no país diminuíram sobremaneira, mas continuaram. O Solidariedade continuou na ativa, só que agora clandestinamente.
Após ter conseguido impor ao menos uma aparência de estabilidade, o regime polonês começou a relaxar a lei marcial. Ao longo do tempo, a lei foi sendo revogada em várias etapas. 
Em dezembro de 1982, a lei marcial foi suspensa e um pequeno número de prisioneiros políticos, dentre eles Walesa, foi libertado. Embora a lei marcial só tenha sido formalmente abolida em julho de 1983, e uma anistia parcial tenha sido promulgada, várias centenas de prisioneiros políticos continuaram encarcerados. 
Tornou-se mundialmente famoso o caso de Jerzy Popieluszko, um popular padre defensor do Solidariedade, que foi sequestrado e assassinado pelo serviço de segurança do governo -- o Sluzba Bezpieczenstwa -- em outubro de 1984.
A partir daí, os fenômenos de resistência na Polônia começaram a ser influenciados pela postura reformista de Mikhail Gorbachev na União Soviética. Em setembro de 1986, uma anistia geral foi declarada e o governo libertou quase todos os prisioneiros políticos. 
No entanto, as autoridades continuaram perseguindo os dissidentes e todos os ativistas do Solidariedade.
Já estava mais do que óbvio que os esforços do regime para organizar a sociedade de cima para baixo haviam fracassado completamente. Com a crise econômica agravada e todas as instituições sem funcionar, a clandestina resistência anti-comunista foi ganhando um número crescente de adeptos.
A Resistência
Testemunhei ao vivo estes acontecimentos. Em novembro de 1986, passei 10 dias vivendo entre os clandestinos do Solidariedade e do Liberdade e Paz, um grupo formado por jovens.
Durante esta minha visita, aprendi que, cinco anos após o início dos violentos ataques desfechados pelo governo contra os movimentos de resistência, os poloneses haviam aprendido fabulosos truques para ludibriar e se esquivar do regime de Jaruzelski, tudo de uma maneira que chega a desafiar a imaginação. A escassez total dos mais básicos produtos alimentares, a inflação de preços em dois dígitos, e uma poderosa polícia secreta não os impediram de criar formidáveis mercados negros e vigorosas instituições privadas, desde rádios e editoras de livros a até mesmo teatros e escolas. Tudo clandestinamente.
Wiktor Kulerski, um dos lideres do Solidariedade, já havia esboçado, alguns anos antes, um esquema sobre como seria a resistência polonesa. Escreveu ele:
Este movimento irá criar uma situação em que as autoridades irão controlar as lojas estatais, mas não o mercado; o emprego de trabalhadores, mas não seu meio de vida; a imprensa oficial, mas não a circulação de informações; as editoras, mas não as publicações; os correios e os telefones, mas não as comunicações; e o sistema escolar, mas não a educação.
Trinta e oito milhões de poloneses estavam menosprezando e ridicularizando o estado.  Eles já haviam aprendido por experiência própria e dolorosa que, como bem havia dito o escritor e compositor dissidente Stefan Kisielewski (que havia sido preso e espancado por causa disso), "Socialismo é estupidez". 
Eles já estavam fartos daquilo tudo.
Em um jantar organizado secretamente, em minha homenagem, por uma organização clandestina de editores em Cracóvia, fiquei mesmerizado com a amplitude daquilo que meus anfitriões chamavam de "empreendimentos editoriais independentes". Eles haviam traduzido, imprimido e editado várias obras "subversivas" de Alexander Solzhenitsyn, George Orwell, e até mesmo de Murray Rothbard e Ayn Rand.
"Onde vocês conseguem os papeis para imprimir tudo isso?", perguntei. Um jovem polonês chamado Pawel respondeu: "De dois lugares: contrabandeamos do Ocidente e roubamos dos comunistas".
Pawel explicou que havia vários empregados das casas editoriais do governo que eram simpáticos ao movimento de resistência. Eles frequentemente forneciam papeis para os movimentos clandestinos. E quando a barra estava realmente limpa -- ou seja, sem nenhum agente estatal nas redondezas --, eles chegavam até mesmo a imprimir o material ilegal nas próprias impressoras do governo. 
Todo este material era distribuído e circulava amplamente nos subterrâneos de Varsóvia.
Quando o governo soube, decidiu contra-atacar criando uma operação para confiscar os carros dos distribuidores deste material proibido. Para se proteger, os editores clandestinos criaram sua própria companhia de seguros (a qual eles chamaram de "Lloyd's de Varsóvia") para cobrir os custos do confisco de seus carros, papeis e materiais.
Perguntei àqueles editores como eu poderia ajudar. Curiosamente, eles já haviam planejado um pedido específico para mim. Eles me perguntaram se eu conseguiria arrecadar US$5.000 e enviar esse dinheiro para seus aliados exilados em Paris, os quais iriam utilizar esse dinheiro para financiar a tradução para o polonês e a impressão de várias cópias do clássico Liberdade para Escolher, de Milton Friedman. Dentre as minhas mais estimadas possessões está uma edição deste livro com uma dedicatória do ativista Wojciech Modelski com estas palavras: "Obrigado, Larry!  Sem sua ajuda, não seria possível publicarmos este livro."
Mas a minha história favorita desta minha visita à Polônia envolve um casal muito corajoso e intrépido, Zbigniew e Sofia Romaszewski. Eles haviam sido soltos da prisão fazia muito pouco tempo. O crime? Comandar uma popular estação de rádio clandestina. 
Não aguentei e tive de perguntar: "Quando vocês estavam transmitindo, como sabiam se as pessoas estavam ouvindo?" 
Sofia respondeu: "Tínhamos de estar constantemente mudando de lugar para que a polícia não nos capturasse. Por isso, só conseguíamos transmitir de oito a dez minutos de cada vez. Uma certa noite, fiz o seguinte pedido: se há alguém nos ouvindo, pisquem suas luzes para mostrar que acreditam na liberdade. E então fomos para a janela. Durante horas, toda Varsóvia ficou piscando". 
Poucos dias depois, fui preso, revistado nu e deportado.
O fim da tirania
Em fevereiro de 1988, já desesperado com a situação de suas finanças, o governo implementou um aumento generalizado de 110% nos preços de todos os bens da economia. Os protestos estudantis retornaram. O colapso econômico gerou uma série de greves ao redor do país em abril, maio e agosto. O governo se sentiu obrigado a negociar. 
Com a indispensável mediação da Igreja Católica, contatos preliminares foram feitos entre o governo e membros do Solidariedade. Em setembro, o governo recorre a Lech Walesa para tentar negociar o fim das greves. No dia 18 de dezembro de 1988, o Solidariedade sai da ilegalidade.
No início de 1989, o general Wojciech Jaruzelski chegou a um acordo com Lech Walesa: os grupos políticos suprimidos seriam legalizados e eleições gerais seriam marcadas para o dia 4 de junho. O general não tinha alternativas. A Polônia, declarou ele, havia se tornado "ingovernável".
E foi exatamente no dia 4 de junho de 1989 que a Polônia eletrizou o mundo ao fazer as primeiras eleições livres na Europa comunista. Ativistas anticomunistas (e, em vários casos, também anti-socialistas) surpreenderam seus conterrâneos: eles conquistaram 99 das 100 cadeiras no Senado e absolutamente todas as 161 cadeiras do Parlamento que o regime permitiu serem disputadas na eleição. 
Tais resultados asseguraram que a guinada para a liberdade em todo o império soviético era definitiva e iria se intensificar até derrubar todos os ditadores e partidos comunistas, desde Berlim Oriental até Ulan Bator.   
Em 1989, alguns dias após a queda do Muro de Berlim, a Revolução de Veludo estava em andamento na vizinha Tchecoslováquia. A Hungria havia aberto suas fronteiras para o Ocidente algumas semanas antes. O megalomaníaco Nicolai Ceausescu, da Romênia, seria fuzilado no Natal. 
Mas foi a Polônia quem havia aberto o caminho.
Conclusão
A história da Polônia desde a imposição da lei marcial e do esmagamento do Solidariedade em dezembro de 1981 até as gloriosas eleições de 1989 não é a saga de um povo pessimista, derrotista ou submisso. Ao contrário: trata-se de uma notável evidência do desejo humano de ser livre. 
Embora os três poderosos líderes do Reino Unido, dos EUA e do Vaticano (Thatcher, Reagan e João Paulo II) tenham ajudado imensamente no processo da desintegração comunista, estes mesmos líderes correta e repetidamente aplaudiram e elogiaram o espírito desafiador dos poloneses. "O povo da Polônia", declarou Reagan, "está nos dando um imperecível exemplo de coragem e devoção aos valores da liberdade contra uma violenta e implacável oposição. . . . A tocha da liberdade é quente. Ela aquece aqueles que a mantêm lá no alto e queima aqueles que tentam apagá-la."
Um dos gigantes intelectuais da liberdade polonesa, o filósofo e historiador Leszek Kolakowski, que morreu em julho de 2009 aos 81 anos de idade, rotulou o marxismo de "a maior fantasia do nosso século". Segundo ele, a brutalidade totalitária é uma inevitável consequência de uma concentração de poder. 
Em uma entrevista concedida ao The New York Times em 2004, ele disse que "Supostamente, essa ideologia deveria moldar o pensamento das pessoas; no entanto, a partir de certo momento, ela se tornou tão fraca e tão ridícula, que ninguém mais acreditava nela. Nem os governados, nem os governantes."
A todos aqueles milhões de poloneses que bravamente lutaram pela liberdade e que atiraram o socialismo na lata de lixo da história há 35 anos, muito obrigado por sua coragem, sua perseverança, sua visão e seu exemplo.
Mateusz Machaj e Jakub Bozydar Wisniewski colaboraram com este artigo
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wisegamerr · 4 months
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O jogo Forever Skies é uma sobrevivência polonesa independenteJogo de ação FPP inspirado na poluição atmosférica de Cracóvia. 
Esta é a estreia do estúdio Far From Home, que foi fundado por um grupo de desenvolvedores que trabalharam anteriormente em produções como Dead Island , The Medium , Dying Light , Chernobylite e Divinity: Original Sin.
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capixabadagemabrasil · 6 months
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Os Países Mais Acessíveis para Visitar na Europa A Europa é um continente repleto de história, cultura e belezas naturais. No entanto, muitas vezes, o custo de viajar para destinos populares como França, Holanda e Inglaterra pode ser proibitivo. Felizmente, existem vários países na Europa que são surpreendentemente acessíveis e igualmente encantadores. Aqui estão alguns deles: Polônia: Este país da Europa Central é um destino fantástico e econômico. A Polônia é rica em cultura e história, com cidades bonitas como Cracóvia, Gdansk e Varsóvia. Romênia: A Romênia é outro país extremamente acessível e surpreendente, com pessoas simpáticas e alegres. O país é rico em belezas naturais e cidades interessantes. Bulgária: A Bulgária é conhecida por suas belas praias no Mar Negro e sua rica história. O custo de vida na Bulgária é significativamente mais baixo do que na maioria dos outros países europeus. Eslováquia: Este pequeno país da Europa Central é conhecido por suas montanhas impressionantes, castelos medievais e a encantadora cidade de Bratislava. República Tcheca: Lar da histórica cidade de Praga, a República Tcheca oferece uma mistura fascinante de história, cultura e cerveja deliciosa. Albânia: A Albânia é um dos segredos mais bem guardados da Europa. Com suas belas praias, montanhas impressionantes e cidades históricas, a Albânia oferece um excelente valor para os viajantes. Turquia: Embora tecnicamente a maior parte da Turquia esteja na Ásia, Istambul, a maior cidade do país, se estende pela Europa e pela Ásia. A Turquia oferece uma mistura única de culturas europeias e asiáticas. Croácia: Conhecida por suas impressionantes praias do Mar Adriático e belas cidades históricas como Dubrovnik e Split. Eslovênia: Este pequeno país é conhecido por sua incrível beleza natural, incluindo o deslumbrante Lago Bled. Grécia: Apesar de ser um destino turístico popular, a Grécia continua sendo um lugar relativamente barato para visitar. As ilhas gregas, em particular, oferecem um excelente valor. Estes são apenas alguns dos países mais acessíveis para visitar na Europa. Cada um deles oferece uma riqueza de experiências culturais, culinárias e históricas únicas que certamente enriquecerão sua viagem. https://youtu.be/GfcdxEhrgPo Viagens internacionais: uma experiência única
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graminhani · 7 months
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Schindler’s List (USA, 1993): 🤩 [2017]
Revimos esta grande obra de Spielberg depois de visitarmos algumas locações na Cracóvia-POL.
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Obs.: além deste ter sido o tweet número 1.000, foi o último com a limitação de 140 caracteres!
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