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#Santa Rádio
amor-barato · 9 months
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Agora eu precisava convencer minha mãe que resistia bravamente: Mas minha filha, que festa é essa?! Seus colegas são uns desmiolados, e se a coisa acabar em bebedeira, desordem? E quem vai te levar e depois te trazer?
A Segunda Guerra Mundial estava quase no fim, o planeta enfermo, sangrando e uma frase muito na moda nestes trópicos, O preço da paz é a eterna vigilância! Ora, se a paz (com toda a ênfase no ponto de exclamação) já estava mesmo perdida, o importante agora era não perder a virgindade e disso cuidava a minha atenta mãe: o mito da castidade ainda na plenitude, nem o mais leve sinal da bandeira feminista hasteada nestas palmeiras. E o nosso sabiá não sabia da pílula, não sabia de nada. O anunciado mercado de trabalho para O Segundo Sexo (que Simone Beauvoir ainda nem tinha inventado) estava apenas na teoria, a solução era mesmo casar. E lembro agora de uma vizinha da minha mãe cerrando os olhos sofredores: Tenho cinco punhais cravados no peito, as minhas cinco filhas solteiras!
Nessa altura, com a minha irmã mais velha já casada, minha mãe tinha apenas um punhal, este aqui.
— É um jantar sério, homenagem ao nosso professor, um velhinho. Acho que ainda vai ser o nosso paraninfo, preciso aumentar a nota nessa matéria, entendeu agora, mãe?
Ela ficou em mim o olhar dramático. Eu passava o esmalte nas unhas, Rosa Antigo, era essa a cor.
Mas hoje é 11 de agosto, menina, não é dia da pindura lá na Faculdade?
Mas é a única noite que o professor tinha livre! A escolha foi dele, não nossa, querida. E a boate é familiar, eu já disse, fica no Largo de Santa Cecília, ao lado da igreja. A Cida vem me buscar, o ônibus passa lá na porta e depois a gente volta com o irmão dela que tem carro.
Minha mãe sentou-se e entrelaçou as mãos em cima da mesa. Voltou para o teto o olhar sem sossego e então pensei na imagem da Nossa Senhora das Dores com o seu manto roxo.
— O rádio de há pouco notícias alarmantes. E se justo hoje tiver um ataque aéreo?
Fechei o vidrinho de esmalte e fiquei soprando as unhas e pensando que a guerra doméstica era ainda mais difícil do que a outra. Voltei a lembrar que o Eixo estava quase derrotado, mais um pouco e ia acabar aquela agonia, mas por que iam agora atacar este aliado aqui no cu de judas?! Não falei no cu de judas (uma expressão do Tio Garibaldi) mas nas botas: Aqui onde Judas perdeu as botas? E vai ver, as meias… Minha mãe deu um nó nas pontas do xale azul-noite, o inverno continuava? Continuava. Tentei fazer graça, O Führer parece que está furioso, acho que é o fim. Ela levantou-se num silêncio digno. Recorri ao argumento decisivo, como podia me casar sem participar dessas festinhas?
— Está bem, filha. E que Deus te acompanhe — murmurou fazendo o gesto de fatal resignação. Quando abriu o piano me pareceu menos tensa, ia tocar o seu Chopin.
Lygia Fagundes Telles – Invenção e Memória (in A Dança com o Anjo)
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musicshooterspt · 1 year
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Agenda de Junho, 2023
1 a 3 – Chico Buarque
Sagres Campo Pequeno
21:30h
Info
2 – Táxi
Cineteatro Capitólio, Lisboa
21:30h
Info/Bilhetes
2 – Cláudia Pascoal
Hard Club, Porto
21:00h . Sala 2
Info/Bilhetes
2 – Dan’s Revival
CRU, Vila Nova de Famalicão
23:00h . 5€
3 – Bárbara Tinoco
CAE – Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz
21:30h . 20€
Info/Bilhetes
3 – Blowers + Blu Flamingo
DRAC – Direito de Resposta Associação Cultural, Figueira da Foz
22:00h . 5 a 7€
Info/Bilhetes
3 – Mico da Câmara Pereira
Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, Macedo de Cavaleiros
21:30h . 3€
Info
4 – Mão Verde
Centro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova
16:30h
Entrada Livre (necessário levantar bilhete)
Info
4 e 5 – Bob Dylan
Sagres Campo Pequeno, Lisboa
20:00h
Info/Bilhetes
6 – The Weeknd
Passeio Marítimo de Algés, Lisboa
Bilhetes à venda nos locais habituais
7 – Cobrafuma
Woodstock 69, Porto
22:30 . 5€
Info
7 – Sérgio Godinho
Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, Matosinhos
21:50h . 15€
Info/Bilhetes
8 – AguArte
Mares de Água
Teatro Miguel Franco, Leiria
21:30h
Entrada Livre
Info
9 a 11 – Seixal World Music
Parque Urbano José Afonso, Seixal
Entrada Livre
Info
9 a 11 – Encontro da Canção de Protesto
Vários Artistas: Vitorino, A Garota Não, Miro Casabella, entre outros
Vários Locais, Grândola
18:00h
Entrada Livre
Info
9 a 11 – Jazz no Parque 2023
Parque Central da Maia, Maia
Entrada Livre
Info
10 – Dino D’Santiago
Teatro das Figuras, Faro
21:30h . 20€
10 – Miguel Gameiro & Pólo Norte
Casa das Artes, Arcos de Valdevez
22:00h . 8€
Info
10 – Corcunda + The Mighty Mister Shame
Stereogun, Leiria
23:00h
10 – Djavan
Super Bock Arena, Porto
22:00h
Info/Bilhetes
10 – Átona Fest
DRAC – Direito de Resposta Associação Cultural, Figueira da Foz
17:00h . 6 a 8€
Info/Bilhetes
11 – ANGRA
RCA Club, Lisboa
19:00h
Bilhetes
12 - The Primeval Trilogy of Death - MERCYLESS + NERVOCHAOS + HOLOCAUSTO CANIBAL
Barracuda Clube de Roque, Porto
21:30h
Info
13 – Maroon 5
Passeio Marítimo de Algés
21:00h
Bilhetes à venda nos locais habituais
14 – Fado Bicha
Coliseu do Porto Ageas, Porto
21:00h
Entrada Livre (necessário levantar bilhete)
Info
14 – Maro
Casa da Música, Porto
21:30h
15 – Meta_
Musicbox, Lisboa
22:00h
Info
16 – Mata Ratos + Blessure
Barracuda Clube de Roque, Porto
22:00h
Info
16 – Rui Reininho
Theatro Gil Vicente, Barcelos
22:00h
16 – Jesus or a Gun
CRU, Vila Nova de Famalicão
22:00h
16 – Cartaxo Sessions
Vários Artistas: Process of Guilt, Qwentin, Doom Meisters
Centro Cultural do Cartaxo
22:30h
16 a 17 – Basqueiral 2023
Vários Artistas: Mão Morta, Três Tristes Tigres, Cobrafuma, entre outros
Museu de Lamas, Santa Maria de Lamas (Santa Maria da Feira)
19:00h
Info/Bilhetes
16 a 17 – Rock Nordeste
Vila Real
Entrada Livre
Info/Cartaz
16 a 18 – Festival Rádio Faneca
Jardim Henriqueta Maia, Ílhavo
21:30h
Entrada Livre
Info
 
17 – Excesso
Super Bock Arena, Porto
21:30h
Info/Bilhetes
17 – Suffocation
Hard Club, Porto
21:00h . Sala 2
Info/Bilhetes
17 – Aníbal Raposo
Teatro Micaelense, Ponta Delgada
21:30h . 12.50€
Info/Bilhetes
21 – Bongzilla + Scatterbrainiac
RCA Club, Lisboa
21:00h
Billhetes: BOL, e locais habituais 
23 – Mötley Crüe + Def Leppard
Passeio Marítimo de Algés
Portas: 18:30h
Bilhetes nos locais habituais
23 a 24 – Rock Depois do Trabalho
Estúdio Time Out Market, Lisboa
19:00h
Entrada Livre
23 a 25 – Festival Pão Para Malucos
Mafra, Lisboa
Info/Bilhetes
24 – Aristocrats
Hard Club, Porto
21:30h . Sala 1
Info/Bilhetes
24 – Santos impopulares
Vários Artistas: Solar Corona, Fee Reega, Cogitação Humana
Jardim do Convento de S. Francisco, Bragança
16:00h (com comes e bebes)
Entrada: Donativo consciente
24 – O Incrível Homem Bomba
Cadeira Amarela, Vila Real
22:00h
25 – The Veils
Os Suspeitos
M.Ou.Co, Porto
26 – Rammstein
Estádio da Luz, Lisboa
Portas: 18:00h
28 – A Garota Não
Teatro Municipal de Bragança, Bragança
21:00h . 6€
Info/Bilhetes
28 a 29 – Evil Live
Altice Arena, Lisboa
29 – Linda Martini
Porto de Mós
22:30h
Info
30 – Warpaint
Os Suspeitos
Hard Club, Porto
21:30h
30 – Miguel Araújo
Torre de Belém, Lisboa
22:00h
Info
30 – Solar Corona + Maquina
Barcelinhos, Barcelos
22:30h
Info
E no dia 22 no Teatro Municipal da Guarda ( Info . Entrada Livre)
30 (e 1 de Julho) – Andrea Bocelli
Convidados: Cuca Roseta
Altice Arena, Lisboa
21:30h
Info/Bilhetes
*OBS: Recomendamos verificar estas informações junto dos promotores ou sites oficiais
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ouvirradiosonline · 2 years
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Rádio Santa Isabel 87.9 FM Viamão / RS - Brasil
Rádio Santa Isabel 87.9 FM Viamão / RS – Brasil
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vampire-rio-1980 · 6 days
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O Rio de Janeiro dos Anos 80
Nos anos 80, o Rio de Janeiro pulsava com o vigor febril de uma cidade que dançava à beira do abismo. Uma década de extremos, onde a luz das festas e da exuberância tropical contrastava com a escuridão das vielas, das favelas e dos becos encharcados de segredos. Era uma cidade que respirava com o peito apertado, o coração inquieto e os olhos sempre abertos para o horizonte incerto.
Contexto Histórico e Político
Os anos 80 no Brasil foram um eco distante da ditadura militar, mas o país ainda estava preso em sua sombra. A queda do regime autoritário se anunciava como uma aurora distante, porém a cidade permanecia no limbo entre a repressão e a liberdade. O Rio de Janeiro, uma vez a capital do império e da república, agora lutava para encontrar seu lugar na nova ordem, dividida entre a ostentação dos bairros nobres e o caos que crescia nas periferias. As eleições diretas eram um clamor distante, mas a voz do povo subia como um trovão, reverberando nos protestos, nos teatros de rua, nas canções de protesto que ecoavam pelas ladeiras de Santa Teresa.
A cidade era um palco de luta, onde as sombras das lideranças políticas e militares ainda pairavam sobre a vida noturna e os bastidores da política, manipulando cordas invisíveis, influenciando decisões e mantendo segredos sombrios.
Movimentos Sociais e Culturais
Mas era na cultura que o Rio realmente vibrava. O palco da resistência era também o palco da expressão criativa, onde a juventude encontrava no rock nacional uma voz desafiadora, rebelde, que incendiava as ondas do rádio. A MPB se misturava ao rock, ao funk e à soul, criando novas identidades, enquanto as ruas da Lapa, Ipanema e Copacabana dançavam ao som de guitarras distorcidas e tambores de batuque.
Os grafites começavam a colorir as paredes antes cinzentas da cidade, como murmúrios visuais de um inconformismo latente. O teatro, a poesia marginal e o cinema independente eram armas contra o silêncio imposto. Era uma época de libertação, onde as pessoas desafiavam os limites do que era aceitável, explorando sua sexualidade, identidade e sonhos em bares apertados e boates iluminadas por néons. A rua era uma tela aberta, onde cada esquina revelava uma nova forma de expressão, uma nova maneira de gritar ao mundo sua existência.
Eventos Marcantes da Década
A década trouxe também os grandes eventos que marcariam o destino da cidade para sempre. O colapso da economia brasileira, a hiperinflação que devastava o bolso dos cariocas e a violência crescente se misturavam à eleição de governadores civis, à redemocratização e à promulgação da Nova República. Mas para além das crises políticas, os eventos culturais pareciam ofuscar os desafios do cotidiano.
O Rock in Rio de 1985 emergiu como um hino de libertação para uma juventude que ansiava por novos ventos. O maior festival de música que a América Latina já havia visto trouxe bandas e artistas de todo o mundo, transformando o Rio em um epicentro global de cultura e energia criativa. Era um marco, um símbolo de que a cidade ainda respirava ares internacionais, mesmo em tempos difíceis.
O Carnaval, por sua vez, era a válvula de escape definitiva. As escolas de samba da Marquês de Sapucaí competiam não apenas por títulos, mas pela alma da cidade. As baterias ecoavam como corações de vampiros antigos, pulsando com a energia que só o sangue carioca poderia proporcionar. As fantasias, as cores e os corpos dançantes eram a prova viva de que, mesmo sob a escuridão, a cidade nunca deixava de brilhar.
A Vida Noturna Carioca
Se o Rio de Janeiro era uma cidade dividida entre a luz e as trevas, era na noite que essas duas forças se encontravam. A vida noturna da cidade era tanto um refúgio para almas perdidas quanto uma armadilha para os incautos. Nas boates de Copacabana, a elite bebia e se envolvia em intrigas políticas e romances proibidos. Nos becos da Lapa, poetas marginalizados, músicos de rua e criaturas da noite se misturavam, criando uma tapeçaria viva de histórias entrelaçadas, enquanto os becos da Glória e os salões de dança escondiam mistérios que nem a luz do amanhecer poderia dissipar.
A cidade nunca dormia. De bares como o Canecão, onde as maiores lendas da música se apresentavam, às festas clandestinas nas coberturas do Leblon, a vida noturna do Rio de Janeiro era um jogo perigoso de máscaras, tanto para os mortais quanto para os imortais. A cidade pulsava ao ritmo de uma música que nunca cessava, uma melodia feita de samba, suor, sangue e segredos.
Para os vampiros, essa era a década perfeita para se misturar entre os vivos. A febre do hedonismo, do excesso, permitia que seus predadores se movessem nas sombras sem chamar atenção. O Carnaval, os shows de rock, os bailes funk nas favelas – tudo isso criava o ambiente ideal para que os filhos da noite se alimentassem sem serem percebidos. As boates, com suas luzes estroboscópicas e sons pulsantes, eram o campo de caça perfeito.
O Rio de Janeiro dos anos 80 era um lugar onde tudo parecia possível. Onde os sonhos mais loucos e os pesadelos mais profundos coexistiam em um delicado equilíbrio, enquanto as noites tropicais eram banhadas por uma lua cúmplice, que velava tanto os amantes quanto os monstros. Era uma cidade viva, selvagem e perigosa – um lugar onde vampiros poderiam caminhar livremente, pois na noite carioca, todos usavam máscaras.
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marciagioseffi · 7 days
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Petróleo e Gás- Anotações de estudo curso técnico - A turma das técnicas em ação (on Wattpad) https://www.wattpad.com/1477442506-petr%C3%B3leo-e-g%C3%A1s-anota%C3%A7%C3%B5es-de-estudo-curso-t%C3%A9cnico-a?utm_source=web&utm_medium=tumblr&utm_content=share_reading&wp_uname=MarciaGioseffi53 
Bem, mulheres no setor. Construindo navios e veículos.
O preconceito é enorme. Não é bem fácil. Empregadores do sexo masculino geralmente não gostam. E os problemas não ficam apenas por conta do trabalho. Em geral a vizinhança ama fazer gracinhas e você acaba se tornando o centro das piadas. Isso piora bastante em cidades pequenas.
Vem sempre a turminha desagradável colocando muita pilha. Questionando e fazendo piadas agressivas e ofensivas sobre identificação de gênero. Nunca falta gente para atrapalhar.
Bem, eu sou neta de oficial da Marinha. Então imagina meu avô arrancando os cabelos quando eu disse que aos 16 anos queria ir para Marinha ou exército. O alistamento é obrigatório para homens apenas. Já começa por aí. E também não é garante que você vai finalmente falar com um namorado. Não é bem do tipo na esportiva do filme das panteras detonando com a Cameron Diaz, Drew Barrymore ou a Lucy Liu pedindo para o namorado segurar a tv.
O preconceito é gritante em plataformas de petróleo. Ass��dio. A gente passa pela rua e escuta os piores comentários abusivos e machistas escrotos. Apesar de todo o avanço em tecnologia, a igualdade de gêneros no setor é sem dúvida o pior desafio do ramo. Não acontece diferente em redes sociais e por aí vai.
Falta programas e política de igualdade para garantir uma diversidade pelo menos para a mulher atuar na liderança do setor. Somos também mulheres de gás. Na verdade óleo e gás e o mar também é da gente, não é exclusividade masculina. Nem sempre a polícia consegue garantir proteção mesmo recebendo queixas. A perseguição e humilhação é centro de teatro em local onde se trabalha. Trabalhei dez anos numa empresa e depois passei por mais três trabalhos em curtos espaços de dias, fora do ramo de óleo e gás e pior ainda. É muita humilhação e bullying.
Segundo a Word Petrolium e Concil( WPC) a força de trabalho no setor em relação a mulheres era de uns 22%. São situações inéditas e absurdas que mulheres escutam no trabalho com perseguição mesmo masculina. Em geral em comunidades pequenas uma mulher se torna a aberração do lugar. Isso, eu dando meu depoimento. É uma situação das mais absurdas em pleno século 21.
Uma mulher acaba sendo vítima de perseguição política na cidade. E também de muito assédio sexual de homem nojento e asqueroso. Acaba sempre aparecendo aquela que é da turma das santas que dizem que mulher serve apenas para cozinha.  Ou então gostam mais de humilhar falando o quanto é problema uma mulher com estudo de especialização no setor. Eu mesma já mudei 3 vezes de residência. Nem penso em comprar em imóvel pelo MRV. E naturalmente parentesco com desembargador piora bastante porque aparece todo o tipo de gente querendo aparecer e ganhar fama. Aparecem as blogueiras.
No setor é mulher trabalhando que fala sobre soldagem. Tipos de soldagem e escuta que  você é louca porque não existe soldagem debaixo de baixo d'água. E nem vale a pena perder o tempo e tentar falar de soldagem hiperbárica. São riscos que nunca veem num contrato de trabalho mas estão nas entrelinhas. A gente está falando de um trabalho muito especializado. É petróleo. É gás. São materiais inflamáveis. Um mergulhador soldador sob água com comunicação por rádio sendo mulher... É o mesmo contato extraterrestre de terceiro grau em comunidades pequenas.
Sabe, é bem melhor morar onde existem poços de petróleo porque a atuação da polícia é maior. Existe maior proteção. Porque se a corrente contínua debaixo de água consegue garantir menor impacto na qualidade da sola, os eletrodos numa comunidade onde não há poços de petróleos nunca vai ter cortina gasosa protetora na soldagem.
Os riscos nunca são apenas de hipotermia por se trabalhar como mergulhador, mas a população ao redor que não é do ramo faz soldagem com sangue na gente, com alta pressão e resistência para ferir e machucar e humilhar com torturas psicológicas como passei aqui na cidade onde não há campo de petróleo. Comentários abusivos para obrigar a mudar de profissão. fazem em geral soldagem a seco de alta qualidade em humilhação e comentários mais depreciativos possíveis. Então a última coisa que aconselho no mundo é morar em cidades onde não há poços de petróleo. Porque as agressões físicas chegam até alcançar animais de estimação.  
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schoje · 8 days
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Fundada em 15 de agosto de 2008, a Inventório é uma empresa júnior (EJ) ligada ao Centro de Artes, Design e Moda (Ceart) e ao Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Florianópolis. A empresa é especializada na criação de identidade de marca e posicionamento de mercado, com identidades visuais, brandings, design de produto, campanhas publicitárias, UX/UI e desenvolvimento de coleções de moda. A Inventório é uma das 14 empresas juniores ativas da Udesc, que são formadas por cursos de diversas áreas do conhecimento, como Engenharias, Artes e Ciências Agrárias. Saiba mais sobre as EJs da universidade. Em 16 anos de história, foram mais de 300 lideranças formadas e 430 projetos executados. Hoje, a equipe conta com 23 universitários da Udesc, orientados pela professora Giselle Merino, do Departamento de Design. A presidente da Inventório e estudante de Design Industrial da Udesc, Amélie Correa, afirma que, de acordo com dados da Brasil Júnior, a Inventório é o maior estúdio de design e moda do Movimento Empresa Júnior (MEJ) no Brasil. “São cerca de 20 EJs de design em todo o Brasil e, atualmente, a Inventório faz parte do cluster 5, então somos considerados uma EJ com nível de maturidade mais avançado dentro do MEJ. Por exemplo, a empresa que ocupa a segunda posição atualmente é cluster 2. Somos a única cluster 5 entre as EJs de design do Brasil”, explica Amélie. Os clusters são medidores de experiência de mercado das empresas utilizados pela Brasil Júnior. A presidente também aponta que os valores arrecadados pela empresa são outro ponto de destaque. “Até o mês de agosto [de 2024], já faturamos R$ 130 mil, cerca de R$ 95 mil a mais que a segunda colocada no MEJ”, diz. Desde 2016, a Inventório faturou aproximadamente R$ 1,4 milhão, movimentando o mercado catarinense e nacional. “Temos projetos executados em uma gama de atuações diferentes. Já realizamos projetos de moda, ao desenvolver uniformes para a Casan e Celesc. Fomos responsáveis pelo branding e identidade visual de algumas empresas, como GTi Engenharia Júnior, Instituto Campeche e a Rádio Udesc FM”, elenca a diretora de Mercado da Inventório e estudante de Moda da Udesc, Júlia Possenti. Outro caso de sucesso é o design da Geladeira Rose System, que rendeu à Inventório o terceiro lugar no concurso de inovação em Design e Engenharia da Whirpool LatinAmerica, em 2010. Atualmente, a empresa é organizada em quatro áreas: Projetos (responsável pela realização dos serviços vendidos pela EJ), Mercado (composta por Marketing e Comercial, responsável pela atração de leads e a conversão destes em clientes), Gestão Interna (controle financeiro e administrativo da EJ, bem como a jornada e experiência do membro dentro da empresa) e Relacionamentos (gerenciamento das parcerias e busca por oportunidades dentro e fora da empresa). O trabalho realizado dentro da empresa equivale a, em média, 20 horas semanais. A Inventório realiza um processo seletivo por semestre, aberto aos estudantes dos cursos da Udesc Ceart e da Udesc Esag. Para Fernanda Conceição, ex-gerente de Projetos da Inventório e estudante de Design Gráfico da Udesc, a experiência de 1 ano e 5 meses na empresa júnior proporcionou ganhos culturais, criação de pertencimento e aprendizados. “Trabalhei com estudantes de Administração Pública e Empresarial, Design Gráfico e Industrial, Moda e até Economia. Você se descobre e compartilha todo o conhecimento adquirido em sala de aula, o que torna essa troca muito gratificante”, conta. “O Movimento Empresa Júnior é a melhor experiência universitária que alguém pode ter, pois sua rampagem de conhecimento acaba sendo muito rápida e rica, principalmente pelas relações entre cursos do campus”, completa Fernanda. Gostou e quer saber mais sobre a Inventório? Entre em contato pelos e-mails [email protected] (para fins institucionais) e [email protected] (para fins comerciais), ou acesse o Instagram @inventorio.ejdm.
Assessoria de Comunicação da UdescVinícius Graton*E-mail: [email protected]: (48) 3664-7934 *estagiário de Jornalismo, sob a supervisão de Heloíse Guesser Fonte: Governo SC
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radioshiga · 1 month
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Programa O Sul em Cima desta Valdir Cechinel Filho e Roger Corrêa
Koka, Shiga, Japão, 16 de agosto de 2024 (Rádio Shiga) – O programa “O Sul em Cima”, apresentado por Marcio Celi, trará na próxima quinta-feira (22) uma edição especial focada nos compositores Valdir Cechinel Filho e Roger Corrêa, destacando suas recentes produções musicais. Valdir Cechinel Filho, natural de Urussanga, Santa Catarina, além de sua notável carreira acadêmica como reitor da…
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pacosemnoticias · 2 months
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Escassez de sangue leva ao adiamento de quatro cirurgias no Hospital de Santa Maria
O presidente da Unidade Local de Saúde de Santa Maria (ULS) disse, este domingo, que quatro cirurgias tiveram que ser adiadas por escassez de sangue dos grupos A e 0, afirmando que há "medidas em curso" para aumentar as colheitas.
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"Tivemos um dia com quatro cirurgias adiadas, mas não podemos esquecer que o sangue não é igual, ou seja, cada doente precisa de uma determinada unidade de sangue, portanto, tivemos a infelicidade que naquele dia quatro doentes precisavam de determinadas unidades específicas de sangue e nós não tínhamos", explicou Carlos Martins, em entrevista à agência Lusa.
O esclarecimento surge depois de o diretor do Serviço de Sangue do Centro Hospitalar Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria, Álvaro Beleza, ter avançado à Rádio Renascença (RR) na semana passada que aquela unidade hospitalar tinha sido obrigada a adiar cirurgias não urgentes - entretanto já realizadas.
"Tivemos que adiar algumas cirurgias programadas, isto é, que não eram urgentes, porque houve uma escassez muito grande, nomeadamente o grupo A e 0, mas o grupo A foi o pior. Foi uma situação difícil", descreveu o médico à RR.
O presidente da ULS de Santa Maria disse ainda que o horário das colheitas de sangue, na entrada principal do hospital, foi alargado até às 18:30.
"Se for necessário, os profissionais ficam mais ou menos uma hora se tiverem dadores, ou seja, para permitir àqueles que saem do seu trabalho - seja os nossos profissionais, sejam outros cidadãos - possam se deslocar ao Santa Maria e fazer a sua dádiva de sangue", afirmou.
Carlos Martins acrescentou que está a ser promovido "um conjunto de ações de dádiva de sangue" e que "vai haver uma campanha virada para os centros de saúde" da ULS de Santa Maria.
Na terça-feira, a Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) alertou para a necessidade do aumento das reservas de sangue, indicando que há hospitais "com grandes dificuldades" e a adiar pequenas cirurgias.
"Já tínhamos conhecimento, nomeadamente o Hospital Santa Maria [em Lisboa] e o Hospital de Évora, que tinham os níveis de sangue muito complicados e que já estavam a fazer alguma reflexão no que toca a intervenções cirúrgicas, porque temos de ter sempre uma reserva, nomeadamente para alguns acidentes ou casos pontuais que apareçam", disse o presidente da federação, Alberto Mota.
À Lusa, Alberto Mota explicou que é preciso que "as reservas aumentem", dizendo que 2024 é "um ano muito complicado no que toca às reservas".
"É extraordinário. Nós todos os anos sabemos que em janeiro e fevereiro temos uma quebra de dadores de sangue por motivo das infeções, gripes e essas situações todas. Este ano, por sinal, até foram os melhores meses, depois, a partir de março até a data de hoje, não se percebe porque é que os grupos A e 0, seja negativo, seja positivo, têm descido e não se consegue subir esses níveis de reserva", lamentou.
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provacouplewar · 2 months
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Poster do filme:
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Sinopse:
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História:
Vou contar a história de um jeito que só quem é da terra sabe. Me chamo João, mas por aqui, no sertão, me chamam de Juca. Cresci vendo a terra rachar e o gado se acabar, mas também vi a chuva chegar e tudo mudar.
Minha avó, Valentina, era uma santa mulher. Ela dizia que mesmo depois de ir pro céu, ia cuidar da gente. E num São João, quando a seca tava braba, ela se foi, mas deixou a promessa de que a Asa Branca ia nos proteger.
E num é que na festa junina, uma pomba branca apareceu? Voava baixo, quase que dançando com a gente. A partir daquele dia, parecia que a sorte tinha virado.
Após alguns meses de fartura, numa tarde com o céu já se pintando de cores quentes, mainha viu uma coisa que partiu seu coração. Ela tava na cozinha, preparando a janta, quando ouviu riso vindo do quintal. Foi espiar e viu, painho e Arlete num chamego só. Ai num prestou, ela ficou que nem fera, e foi tirar satisfação.
"O que é isso, Gonzaga? Depois de tanto tempo juntos, é assim que tu me paga?" Ela tava que nem pimenta, as palavras saindo fervendo.
Gonzaga bem que tentou se explicar, mas minha mãe não queria nem saber. Virou pra Arlete e disse: "E você, sua lambisgóia, eu te tratei como se fosse da família!"
Arlete, com aquela cara de pau, respondeu: "Ele que veio atrás de mim, Rosinha. Não sou eu que tô passando seca."
Aí mainha partiu pra cima dela. As duas se pegaram no meio do quintal, cabelo voando pra todo lado, e os gritos chamando atenção de todo mundo. Eu corri pra separar, mas o estrago já tava feito.
Painho, vendo aquilo tudo, caiu em si do erro que tinha cometido. Rosinha, com o rosto arranhado e os olhos cheios d'água, falou com a voz trêmula: "Vai embora, Gonzaga. Vai com ela, se é isso que cê quer."
E assim nossa casa que era cheia de amor e alegria, se encheu de tristeza e desengano. A Asa Branca, que viu tudo, bateu asa e voou pra longe, levando com ela a esperança de dias melhores.
Então a seca voltou, mais cruel que nunca. Perdi meu alazão, o bicho que era mais que amigo, era parte de mim, a dor era grande, mas a raiva era maior. Decidi que não dava mais pra ficar.
Rosinha, minha flor do sertão eu preciso ir, mas meu coração fica aqui contigo. Vou pra São Paulo, mas é só pra buscar um futuro melhor pra nós, eu prometo voltar pro sertão.
Peguei um pau de arara e fui pra São Paulo, atrás de um novo começo. A cidade grande era um outro mundo, mas a saudade do sertão apertava o peito. Trabalhei de tudo que é jeito, mas o coração tava lá, no seco da minha terra.
A vida em São Paulo não era fácil. O trabalho era duro e o dinheiro curto, meu aconchego? Um cortiço. Eu, Juca, quase me perdi várias vezes. Uma noite, voltando do serviço, uns homens me cercaram. Queriam meu suado dinheirinho. Lutei com tudo que tinha, e por um triz, escapei com vida. Mas aquilo me abalou. Foi aí que eu soube: meu lugar não era ali.
Numa noite fria, sonhei com a Asa Branca. Ela voava alto, mas sempre perto, como se quisesse me dizer algo. Acordei com uma saudade que doía no peito. Fui até o lugar que ela apareceu no sonho, e lá estava ela, a pomba branca, me olhando como quem diz: "É hora de voltar, Juca."
Não pensei duas vezes. Peguei o que tinha e fui atrás dela. Juntei todas moedinhas que tinha e dei para um moço que me levou de volta de ônibus pro sertão. A estrada era longa e cheia de poeira, mas cada quilômetro me deixava mais perto de casa, mais perto de Rosinha, mais perto do meu coração.
*Fim da narração de Juca*
Juca chega em casa, estava no meio de outra festa de são João, no rádio tocava Asa branca, porém o coração dele quase parou com o que viu. Rosinha, a mãe amada, tava ali, deitada, fraca e sofrendo, mas com um sorriso que iluminava o quarto escuro.
"Juca, meu filho," ela disse com a voz fraquinha, "eu sabia que você ia voltar. Prometi pra sua avó Valentina que ia ser a Asa Branca da família quando ela se fosse, e agora tá na hora de cumprir minha promessa."
Juca se ajoelhou do lado da cama, segurando a mão dela. "Mainha, não fala assim. Você vai ficar boa, a chuva vai voltar, e a gente vai ser feliz de novo."
Rosinha olhou pro céu pela janela aberta e viu uma pomba branca voando alto. "Olha lá, Juca. A Asa Branca tá voltando. Isso quer dizer que a esperança tá viva. E eu vou tá com você, seja aqui ou lá no céu, protegendo vocês todos."
Naquela noite, Rosinha se foi, mas deixou uma paz que Juca nunca tinha sentido. A chuva caiu, a terra voltou a dar fruto, e a Asa Branca voltou a dançar no céu do sertão. Juca sabia que agora era sua mãe, Rosinha, a nova Asa Branca, olhando por eles todos.
Cenário:
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Elenco:
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Dudu Azevedo como Gonzaga.
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Juliana Paes como Rosinha.
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Regina Cazé como Arlete.
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Igor Jansen como Juca, filho de Rosinha e Gonzaga.
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Fernanda Montenegro como Valentina/Asa Branca.
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hotnew-pt · 2 months
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Festas da cidade de Estremoz no final de agosto| Rádio Elvas #ÚltimasNotícias
Hot News De 30 de agosto a 1 de setembro decorrerão, no Rossio Marquês de Pombal, as habituais festas da cidade de Estremoz – Exaltação da Santa Cruz. Estas contam com entrada livre, cerimónias religiosas, quermesses, animação de rua e fogo de artifício. Como cabeças de cartaz do evento está, Micaela no dia 30 de agosto, Buba Espinho no dia 31 e Os raiz no dia 1 de setembro. Esta é uma…
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eduardocoutorj · 3 months
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Transmissões MF: Copa do Nordeste: Santa Cruz VS Fortaleza (22/03/2023)
Confira a transmissão da Rádio O Melhor do Futebol para Santa Cruz e Fortaleza, em jogo válido pela Copa do Nordeste, realizado em 22/03/2023.
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lobamariane · 2 years
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Quitéria. Felipa. Angélica.
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revérbero • mundus • 02.07.2022 • sábado de saturno • nova em câncer • lembrança das mulheres santas do 2 de julho • lunação câncer-leão • clique para ler
Existe na Bahia uma egrégora que se ergue sempre que Julho está pra chegar. No segundo dia desse mês é celebrada a Independência da Bahia, marco final de uma guerra que começou muito antes da declaração da Independência feita pelo então Príncipe Regente D. Pedro I às margens do Rio Ipiranga. Conjurações e revoluções pela liberdade do Brasil alcançam o auge no dia 2 de julho de 1823 quando o restante das tropas portuguesas derrotadas e que ainda estavam em Salvador se retiram pelo mar, consolidando o início de uma nova realidade para essa terra.
A Independência do Brasil da Coroa de Portugal é conhecida como fruto de uma série de eventos, em sua grande maioria ocorridos na região Nordeste do país, por conta da presença maior de tropas portuguesas que consideravam essas regiões como estratégicas para a manutenção do domínio lusitano. 
Foi a minha guia e orientadora artística, Amanda Maia quem colocou a lembrança 2 de Julho no meu caminho numa segunda-feira da lua, através da Rádio Café Antonina me encomendando a missão de resgatar a memória de 3 mulheres baianas que atuaram na guerra e carregam, como personagens históricas que são, fonte infinda de inspiração para revolucionárias. Como artista soteropolitana que sou, busco aqui compreender os fios da costura desse marco que é pedra fundamental na construção da alma baiana, meu lugar de nascença, minha Fonte. Começar pelo mergulho na vida dessas mulheres tem sido alimento que venho agora partilhar.
Maria Felipa
Descendente de africanos sudaneses, Maria Felipa nasceu na ilha de Itaparica, na Rua das Gameleiras e posteriormente passou a morar na Ponta das Baleias, num casarão chamado "Convento" onde quartos eram alugados para trabalhadores e trabalhadoras locais. Maria Felipa vivia do comércio de mariscos. Mulher alta, forte, sempre vista de turbante, saia longa e chinelas, a Heroína Negra da Independência envolveu-se nas batalhas contra os portugueses logo que os viu invadindo a ilha. Ela era líder de um grupo de aproximadamente 200 pessoas, a maioria mulheres negras e indígenas, que utilizavam instrumentos como pedaços de pau, facas de cortar baleia e peixeiras para atacar os invasores. A guerrilha de Felipa também é conhecida pela queima de 40 embarcações portuguesas que estavam ancoradas próximas a Itaparica e pela surra de cansanção dada nos soldados que capturavam. Além dos ataques diretos, Maria Felipa também foi responsável pela organização do envio de mantimentos para a resistência estabelecida no Recôncavo e a vigilância nas praias para evitar o desembarque de inimigos.
Por muito tempo após os eventos que culminaram na independência, Maria Felipa foi considerada uma lenda. Apenas em 1905 ela aparece em registro escrito, pelas mãos do historiador Ubaldo Osório Pimentel, que através de estudos de documentos antigos e investigação da memória popular, traz histórias da marisqueira que hoje permeiam o imaginário da população baiana. Mais recentemente a pesquisadora Eny Kleyde Vasconcelos publicou o livro Maria Felipa de Oliveira: Heroína da Independência da Bahia (2010), reforçando a memória da guerreira de Itaparica. Maria Felipa morreu em 4 de julho e 1873, e mesmo após o 2 de julho 1823, continuou liderando ataques de guerrilha contra quem ousasse ameaçar a soberania do povo da ilha, a exemplo da primeira cerimônia de hasteamento da bandeira nacional na Ponta das Baleias quando ela e algumas integrantes do seu grupo, Joana Soaleira, Brígida do Vale e Marcolina invadem a armação de pesca de um português abastado e surram o vigia do lugar. As lutas entre as população brasileira - negra e indígena - contra os portugueses tanto em Salvador quanto no recôncavo e em Itaparica ficaram conhecidas como Mata-Maroto e assim, ao final das batalhas na ilha podia-se ouvir o canto do grupo de Maria Felipa “havemos de comer marotos com pão, dar-lhes uma surra de bem cansanção, fazer as marotas morrer de paixão”.
Joana Angélica
A abadessa do convento da Lapa da Ordem da Imaculada Conceição nasceu em Salvador no dia 12 de Dezembro de 1761. Filha da união de um português, José Tavares de Almeida, e da soteropolitana Catarina Maria da Silva, aos 20 anos foi aceita como noviça no Convento da Nossa Senhora da Conceição da Lapa onde permaneceu reclusa e atuando como escrivã, mestra das noviças conselheira, vigária e por fim, abadessa, função que exercia quando, na noite de 19 de fevereiro de 1822, enfrentou soldados portugueses que sitiavam Salvador e queriam invadir o convento. Após ouvir entrada dos soldados pelo primeiro portão e perceber as tentativas de arrombar o segundo - uma porta de ferro que fechava a clausura das noviças e freiras - a abadessa ordenou que as irmãs fugissem pelos fundos e numa última tentativa de defesa, Joana Angélica colocou seu corpo entre os soldados e a porta do convento, bloqueando a entrada e foi atravessada por golpes de baioneta. A notícia do ataque português que matou a madre Joana Angélica se espalhou pela Bahia gerando comoção e aumentando o fogo da resistência e por isso ela é conhecida como primeira mártir da independência do Brasil. Em 1923 a rua da Lapa onde se localiza o convento foi renomeado desde então se chama Avenida Joana Angélica.
Maria Quitéria
Assim que o governo interino da Bahia então sediado no recôncavo conclamou os baianos para lutar a favor da independência do Brasil, Maria Quitéria foi até o Regimento de Artilharia de Cachoeira e se apresentou como Soldado Medeiros, à disposição para lutar pelo Batalhão de Voluntários do Príncipe, conhecido também como Batalhão dos Periquitos. Conta-se que antes ela havia pedido permissão ao pai, um fazendeiro produtor de algodão, que negou-lhe dizendo: "Mulheres fiam, tecem, bordam. Não vão à guerra". Mesmo assim ela seguiu seu desejo e com a ajuda da irmã, vestiu o uniforme do cunhado, adicionando uma saia no modelo dos saiotes escoceses - a inspiração para a saia veio de uma pintura - se apresentou ao Regimento, e foi recebida pelo comandante do Batalhão dos Periquitos, Major Antônio da Silva Castro, que reconhecia a sua habilidade com as armas - prática ensinada às mulheres com fins de caça ou para defesa contra invasores. Maria Quitéria combateu em Salvador, na estrada da Pituba, em Ilha de Maré, na Baía de Todos os Santos e na foz do Rio Paraguaçu, onde avançou pela água com um grupo de mulheres contra uma barca portuguesa que ali aportava.
Quando o exército libertador entrou na cidade da Bahia, após a derrota dos portuguesas, ela também foi saudada pela população entre os seus companheiros de luta. O General Labatut, comandante da resistência designado por D. Pedro I, a conferiu as honras de 1o cadete e no Rio de Janeiro ela foi recebida pelo próprio imperador que a condecorou como Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro. Quitéria morreu 1853, e no centenário de sua morte foi erigida uma estátua na praça que também carrega o seu nome, no bairro da Liberdade, em Salvador.
Onde estamos agora?
Quitéria, Felipa e Angélica são três figuras que se destacam na luta baiana pela independência do julgo de Portugal principalmente pelo registro histórico, cada uma por suas razões: a mártir religiosa que morre defendendo sua Fé, a mulher que pega em armas a despeito de qualquer convenção social seguindo seu desejo absoluto de liberdade, a guerrilheira que protege sua terra com inteligência, habilidade e força. Para cada uma das três heroínas da independência da Bahia existem milhares de mulheres anônimas que atuaram nessa mesma guerra e que nunca vão figurar os livros de História. Por isso nos desfiles do 2 de Julho pelas ruas de Salvador, elas se multiplicam: mulheres vestidas de freira, mulheres de turbante, mulheres vestidas com roupas militares e de saia. E não só. Nos carros alegóricos do tradicional desfile do 2 de julho, uma cabocla se ergue no meio da população, filha da terra, lembrança persistente da nossa Fonte, imagem cheia de mistérios que desejo conhecer.
O 2 de Julho é um marco de transição de um modelo de sociedade e, portanto não marca mudanças definitivas. As marcas da Conquista e da colonização continuam aí, rasgando e derramando sangue, nos distanciando de nós mesmas, e é preciso acordar para reconhecer essas marcas. O que acende o meu coração aqui é a lembrança pulsante do movimento e da revolução, palavras que guardam em si chaves de portal, chaves para mudar a realidade agora. E eu, como artista, quero.
A ilustração é de Victor Diomondes.
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sandrazayres · 7 months
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S.O.S. RENAN MONTEIRO
Em "S.O.S", Renan narra a história de um personagem que se encontra em um relacionamento, mas que ainda nutre sentimentos por um amor antigo.
O Brasil é um celeiro de novos talentos da música, que brotam a todo instante como se fosse mágica. Mas, diferente do que imaginamos, esses talentos não surgem assim do nada. Se a gente for buscar a origem de cada um deles, veremos que por trás dela tem toda uma história de luta, de altos e baixos, de negativas, de desilusões e sofrimentos, que se repete durante anos, até que um dia, pela força da persistência e principalmente pela competência, surge, de repente, aos nossos olhos, um novo talento. É o caso de RENAN MONTEIRO, um jovem cantor sertanejo que depois de muitos anos de luta surge agora com uma canção que tem tudo para se transformar num hit e elevar o artista a um nível de reconhecimento nacional.
“S.O.S” é uma música composta por Anderson Marreta é uma canção com a qual muitos se identificarão. A música é perfeita para quem já viveu a experiência de um amor não correspondido ou que está passando por uma fase difícil em seu relacionamento. O cantor e compositor Renan Monteiro, conhecido por suas letras românticas e melodias contagiantes, está de volta com o lançamento da música "S.O.S". A canção, que já está disponível em rádios e em todas as plataformas digitais (S.O.S Renan Monteiro (Ouça aqui)).
Nascido na cidade de Ibitinga, interior do Estado de São Paulo em 1992, RENAN HENRIQUE DE SOUZA fez seu primeiro contato com a música aos nove anos de idade, por meio dos seus tios Vanderlei Ferreira da Silva e Reginaldo de Souza Neri, que na época formavam a Dupla sertaneja DENNIS E DELLEY e faziam grande sucesso sempre com agenda lotada. Dennis e Delley acreditavam no potencial do menino RENAN e deram a ele a oportunidade de participar de vários dos seus shows. Infelizmente pouco tempo depois os seus tios encerraram a Dupla, gerando um pouco de frustração no menino, mas ao mesmo tempo despertando nele o instinto de lutador, a convicção de acreditar em si mesmo e a vontade de buscar os seus sonhos.
Foi então que Renan teve a ideia de tentar uma carreira como Dupla sertaneja e em 2013 formou a Dupla BRUNO HENRIQUE E RENAN, que por falta de experiência e de apoio veio a ter uma curta duração de apenas três meses. Logo em seguida em 2014 formou a dupla JADSON E RENAN, com um dos seus tios, o Reginaldo de Souza Neri, que foi o Dennis da antiga dupla Dennis e Delley, e que então passou a ser o Jadson. Essa dupla trouxe para Renan uma visibilidade e um destaque maior no mundo da música, pois seu tio já era muito respeitado no meio. Infelizmente, por motivos aleatórios, a dupla teve apenas oito meses de carreira, mas tanto a primeira como a segunda experiência trouxeram uma importante bagagem para Renan, forjando nele a personalidade musical que tem hoje.
Renan, então, decidiu seguir carreira solo, adotando o nome artístico de RENAN MONTEIRO. A partir daí começou a realizar shows em barzinhos da cidade de Ibitinga, aperfeiçoando cada vez mais o seu dom inato, a sua voz, fazendo muito sucesso e adquirindo cada vez mais experiência. Um fato curioso é que paralelamente Renan trabalhava como técnico de enfermagem na Santa Casa de Ibitinga e aí aflorou uma das qualidades que ele tem de melhor, o seu lado humano, pois sempre tentava passar para os pacientes da UTI a alegria, a emoção e a esperança de que tudo poderia mudar para melhor, mesmo ali não sendo o melhor lugar onde as pessoas pudessem acreditar nisso. Animava, com seu canto e sua alegria, as pessoas no leito do hospital, essa mesma alegria que hoje Renan divide nos palcos por ende passa.
Em novembro de 2015 recebeu de dois amigos, Eliberto Mendes e Serginho Santos a música “Fazer bebê”, que trouxe para Renan momentos importantes para sua carreira, música que ele canta até hoje em seus shows. Nesse mesmo ano Renan também realizou o sonho de gravar seu primeiro vídeo clipe, num local já renomado, o Caipiródromo de Ibitinga, onde ele pôde mostrar realmente o que tinha de melhor, surpreendendo até mesmo a imprensa local.
De lá para cá RENAN MONTEIRO tem realizado diversos trabalhos, destacando-se o DVD - MINHA ESSÊNCIA - gravado em 2023, onde o cantor interpreta músicas clássicas como “Programa de fim de semana” (Ivanildo Medeiros de Oliveira/Nildomar Francisco Dantas), “Ciúme exagerado” (Edson/Hudson), “Morro de saudade” (Zé Henrique), “Vem me amar” (Marcelo/Fabricio Matias) e outras. Recentemente, já em 2024 gravou o single “SOS” (autoria de Anderson Marreta).
RENAN MONTEIRO está hoje sob os cuidados do escritório SANDRA MUNIZ PRODUÇÕES e continua morando em sua cidade natal, Ibitinga SP. Tem sua agenda quase que sempre lotada com várias datas de shows como também compromissos com rádios e TV. Um talento que está apenas iniciando um vôo que o levará às alturas. Espere e verá!
CONVERSANDO COM RENAN MONTEIRO
- Renan, o que é a música para você?
“Para mim a música é tudo. Uma frase que resume o que penso é do filósofo Friedrich Nietzsche, que afirma que sem a música a vida seria um erro, pois a música encanta, nos embala, nos permite extravasar sentimentos, recordar momentos tristes ou felizes, faz lembrar pessoas. A música é sem dúvida a cor da nossa vida”.
- Quais os seus projetos para o momento?
“Gravação de um clipe do single SOS, gravar outros singles futuros e também outro DVD”.
- Quais são as suas influências musicais?
“Bruno e Marrone, Zezé Di Camargo e Luciano, Cristiano Araújo entre outros”.
- O que acha do estilo de música sertaneja atual?
“O sertanejo vem recentemente com algumas mudanças, mistura de ritmos, conforme o cenário musical. Infelizmente ou felizmente é assim que a roda gira. Vende o ritmo que tá bombando. A obrigatoriedade de lançamentos contínuos é com os ritmos que estão em alta! Aí cada um segue no seu gosto/estilo. Por exemplo: Até pouco tempo o ritmo do momento, marcante, era a BACHATA! Todos gravaram nesse ritmo, cada um colocando seu estilo/marca. O cara que não segue isso é de algum escritório renomado, onde já é muito bem conhecido e pode criar um estilo mais a seu gosto, uma nova tendência”.
- Como se identifica nesse contexto? Qual o seu estilo?
“Gosto do romântico, com letras românticas, misturado com um estilo mais de pegada e ostentação. Composições de ostentação, porém puxando pra BACHATA. Mas pratico um sertanejo eclético, onde misturo o raiz, universitário, com funk, forró e romântico, afinal vivo da música e procuro produzir o que os contratantes procuram.”
- Nos dias de hoje as redes sociais são fundamentais na carreira do artista. Como se relaciona com elas?
“As redes sociais e as plataformas digitais são fundamentais. Afinal, quem não é visto não é lembrado. Elas têm um resultado rápido e simultâneo em todos os lugares. É um dos pilares da divulgação”
- Que importância você dá à mídia rádio atualmente?
“Importantíssimo! A força do rádio pra mim é única, inigualável. É o pilar principal. Sem o rádio... esquece! Tem a TV também, mas essa vem como a cereja do bolo”
- Que mensagem deixaria para os seus fãs?
“Nunca desista de seus sonhos. Se você pretende viver de música busque, persista, se doe, tente sempre melhorar, se destacar, leve a sério e não como apenas um hobby. Se é apenas amante da música e é meu fã, siga minha caminhada, curtindo, se divertindo, mas também com críticas construtivas para que eu possa estar sempre evoluindo e lhe entregando o melhor”.
Siga nas Redes @renanmonteirooficial
#RenanMonteiro
Contato Shows:
Sandra Muniz Produções (16)9.9783-6918
Contato para Imprensa
Márcia Araújo |Assessoria Giro das Estrelas
Proibido a reprodução das imagens sem autorização expressa do autor Lei 9610 de Direito Autoral
https://sambazayres.com/renan-monteiro-lanca-a-musica-s-o-s-e-explora-os-dilemas-de-um-amor-nao-correspondido/
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schoje · 21 days
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Fotos: Divulgação / CBMSC Há cinco dias em ação no Pantanal do Mato Grosso do Sul (MS), a equipe composta por 20 bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) tem feito diversas ações para combater os incêndios na região de atuação, no município de Aquidauana. A equipe começou a missão na última quarta-feira, 28, quando partiu ao MS, por determinação do governador Jorginho Mello. A previsão é que os bombeiros de SC permaneçam no local por 15 dias, podendo ocorrer um revezamento caso necessário. No primeiro momento, a equipe catarinense alinhou as ações de combate junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul, em Campo Grande. Na sequência, os bombeiros se dirigiram ao município de Aquidauana, porta de entrada do bioma Pantanal. Os trabalhos de controle do fogo ocorrem mais ao fim do dia até a madrugada. No período da manhã, é feito o reconhecimento dos resultados do trabalho feito na noite anterior. No primeiro dia de atuação, foram mais de 10 horas de combate direto às chamas. “Quando aqui chegamos, iniciando as nossas atividades, nos deparamos com um cenário bastante grave, com muitos focos numa área bastante extensa. Separando as nossas equipes, conseguimos conter os incêndios com o apoio do pessoal local também”, explica o capitão do CBMSC Ricardo Bianchi. Trabalho em conjunto Devido às características da região e do bioma, a operação tem exigido um trabalho conjunto entre os órgãos. “É uma operação bastante complexa, na qual dispomos de uma estrutura bem organizada, com diferentes atores: Exército, Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina apoiando nesta localidade, o Corpo de Bombeiros Militar do MS também, aviões do Ibama, todos unidos nesta grande operação”, afirma. Para o controle das chamas, estão sendo aplicadas técnicas que incluem ataque direto e indireto. No ataque direto, são usados equipamentos como sopradores e abafadores, e o combatente atua diretamente nas chamas. No combate indireto, é feita a eliminação do material combustível para que as chamas não se propaguem. Além dos bombeiros, o grupo conta com seis caminhonetes 4×4 e equipamentos especializados, como motobombas com reservatório de água, abafadores, sopradores, rádios de comunicação, e retardantes químicos. Fonte: Governo SC
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gazeta24br · 9 months
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São Paulo, janeiro de 2024 - A cantora e compositora Alaíde Costa inicia 2024 com duas apresentações no SESC Pompéia: o show “O que meus calos dizem sobre mim”, entra em cartaz nos dias 4 e 5 de janeiro, às 21h. Os ingressos já estão à venda no site do SESC. O show traz o repertório de seu último álbum, primeiro trabalho da cantora cujo repertório foi todo pensado especificamente para ela. Não apenas para se vestir de sua voz tão singular. Mas também para se calçar de sua personalidade, em que doçura e força se equivalem e se complementam. Das oito canções que fazem parte do álbum, sete foram escritas especialmente para este projeto, unindo compositores de diversas gerações. Joyce Moreno e Ivan Lins abriram parcerias com Emicida, Erasmo Carlos compôs sua primeira canção a quatro mãos com Tim Bernardes, os irmãos Céu e Diogo Poças escrevem “Turmalina negra”, faixa de abertura do disco. Canções inteiras, e muito alaideanas, chegam de Fátima Guedes e Guilherme Arantes. E João Bosco vem com a única não inédita do álbum, com letra do filho Francisco Bosco. A essas sete, junta-se “Tristonho”, melodia de Alaíde Costa letrada por Nando Reis. Além do repertório do LP, Alaíde apresentará ainda músicas de Sueli Costa e Milton Nascimento, e também “Moço”, single lançado no ano passado e composto especialmente para ela por Marisa Monte e Carlinhos Brown. A produção e direção artística é de Thiago Marques Luiz. Sobre Alaíde Costa Era início da década de 1950 em Água Santa, bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, quando uma adolescente colava os ouvidos no aparelho de rádio, atenta, esperando a voz de Silvio Caldas entoar “Noturno em Tempo de Samba”. Ao ouvir os primeiros versos, parava para anotar a letra e memorizar a melodia. Quando aprendeu a canção, decidiu: iria ao programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, para apresentá-la. Não era a primeira vez de Alaíde Costa em um palco. Aos 11, seu irmão mais velho (Adilson, que se tornou jogador de futebol) a havia convencido a se apresentar em uma sessão para cantores amadores no circo montado no bairro, dizendo à garota tímida que, caso não fosse, a polícia iria buscá-la. Dali em diante, a menina que gostava de cantarolar — mas achava que seria professora — passou a ser inscrita pelos vizinhos em toda oportunidade que aparecia, já que ganhava os prêmios. Aos 16, apaixonada pela canção cheia de climas interpretada por Caldas, resolveu ir se apresentar por conta própria. A escolha da música, a audição cuidadosa em casa e a interpretação lhe renderam nota máxima. “Aí tomei gostinho”, conta. Aos 88 anos, uma das maiores vozes da música brasileira é também uma artista que sempre se guiou pelo que quis fazer e pelo que acreditava fazer melhor, o que não foi fácil. “Ah, mas você é negra, tem que cantar uma coisa mais animadinha, sabe? Um sambinha”, ouvia. “Me recusei a entrar nessa porque não daria certo”, afirma, categórica. Seu primeiro álbum foi lançado dois anos antes de “Chega de Saudade” (1958), música que marca o início da bossa nova, mas só recentemente ela passou a ser reconhecida entre os grandes nomes do gênero — assim como Johnny Alf, precursor do estilo e, não por acaso, também negro. Durante a carreira, teve grandes parceiros musicais como o próprio Johnny Alf, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, João Gilberto, Milton Nascimento, Oscar Castro Neves, entre outros. Em um show que homenageou João Gilberto em abril de 2023, em São Paulo, falou: “Vou fazer 88 anos, tenho 70 de carreira, e olha que loucura: as pessoas me descobriram agora!”. Alaíde nunca parou de cantar, nunca ficou sem gravar (são mais de 20 discos) ou se apresentar em shows. Alaíde é uma das poucas artistas vivas que passou por todos os formatos de mídia - desde o 78RPM, LP, K7, CD e agora o streaming. Nos últimos anos, parcerias deram novo vigor a uma carreira cheia de coerência artística. Em 2022, lançou “O que meus calos dizem sobre mim”, produzido por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, álbum que terá
segundo volume em 2024 — eleito o melhor lançamento fonográfico de MPB no 30º Prêmio da Música Brasileira, com a cantora aplaudida de pé por todo o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em maio de 2023, Alaíde se apresentou em Portugal com a Orquestra de Jazz do Algarve sendo um grande sucesso de crítica e público além mar. Além disso, se apresentou no Carnegie Hall em Nova Iorque em outubro de 2023, no show The Greatest Night Bossa Nova em comemoração aos 60 anos da Bossa Nova, no qual foi aplaudida de pé por mais de cinco minutos. Atualmente Alaíde Costa está em estúdio gravando o segundo disco da trilogia produzida por Emicida, Pupillo (Nação Zumbi) e Marcus Preto, e já lançou dois singles do novo trabalho: “Moço” (Marisa Monte e Carlinhos Brown) e “Ata-me” (Junio Barreto). Está em turnê por todo o Brasil com dois shows: “O que meus calos dizem sobre mim”, com o repertório do último disco e “Pérolas Negras”, no qual se apresenta ao lado das amigas Eliana Pittman e Zezé Motta cantando um repertório apenas de compositores negros passando por Milton Nascimento, Candeia, Jorge Ben, Jhonny Alf, Cartola, Martinho da Vila, Gilberto Gil, Tim Maia, Luiz Melodia, Djavan, Leci Brandão, Paulinho da Viola, Ataulfo Alves e outros. Serviço: Alaíde Costa Show “O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim” SESC Pompeia Duração: 90 minutos Ingressos: https://www.sescsp.org.br/programacao/alaide-costa-7/
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pacosemnoticias · 2 months
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PSP nega aumento de criminalidade violenta em Ramalde e na Baixa de Lisboa
A PSP negou o aumento da criminalidade violenta e grave nas freguesias de Santa Maria Maior, em Lisboa, e de Ramalde, no Porto, após queixas de insegurança por parte dos moradores.
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Numa nota, a PSP realçou que, segundo a análise dos dados estatísticos que tem, na freguesia de Ramalde existiu, “de facto, um aumento da criminalidade geral”, mas “a criminalidade violenta e grave diminuiu, o que importa sublinhar publicamente”.
Por outro lado, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, “tanto a criminalidade geral como a criminalidade violenta e grave diminuíram, comparando com o período homólogo do ano transato”, acrescentou.
A PSP, a autoridade competente para policiamento em Lisboa e no Porto, assegurou que analisa, “diariamente, os indicadores estatísticos na sua área de responsabilidade” para “orientar os seus recursos de acordo com as áreas mais afetadas por determinados tipos de fenómenos criminais”.
Na nota, a PSP assegurou ainda que “tem consecutivamente, sempre que possível e com o balanceamento de meios, incrementado o policiamento nas cidades de Lisboa e do Porto, e em concreto nestas duas freguesias”.
“É também importante esclarecer que o sentimento de segurança não se obtém exclusivamente com mais polícias na rua, sabendo-se que a presença sistemática de policiamento ostensivo pode ser avaliado, em termos de sentimento de segurança, de forma contrária - se há polícia é porque há insegurança”,considerou.
A PSP defendeu ainda que “é também importante detetar, analisar e intervir junto de diferentes problemas socioculturais e económicos existentes nestes e noutros territórios, procurando responder de forma integrada e permanente nas diferentes fragilidades locais”, realçando que contam ”com o apoio de todas as entidades com responsabilidade” nestas matérias.
Na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas (PSD), manifestou-se preocupado com a insegurança na freguesia de Santa Maria Maior e defendeu um reforço do policiamento, em entrevista à rádio Renascença.
Carlos Moedas reagia às queixas relatadas por dezenas de moradores da freguesia de Santa Maria Maior, durante uma sessão promovida pela junta, na quinta-feira no Martim Moniz.
Assaltos a viaturas e a lojas, consumo de droga em plena luz do dia e agressões físicas foram algumas das situações relatadas pelos moradores de Santa Maria Maior.
Na entrevista à Renascença, Carlos Moedas admitiu que a criminalidade tem vindo a aumentar e mostrou-se disponível para encontrar soluções que ajudem a mitigar o problema, instando também o Governo.
O autarca adiantou ainda que vai disponibilizar um edifício para acolher uma esquadra da PSP, na Praça da Alegria.
No Porto, o presidente da Câmara, Rui Moreira, revelou que a adjudicação do contrato para a instalação de mais 117 câmaras de videovigilância na zona ocidental e oriental da cidade está suspensa por faltar um parecer da Comissão Nacional da Proteção de Dados (CNPD).
As novas 117 câmaras de videovigilância vão ser instaladas na zona ocidental e oriental da cidade, nomeadamente, em arruamentos na zona da Asprela, Campanhã, Estádio do Dragão, Pasteleira e Diogo Botelho.
Segundo o autarca, está a ser equacionado o alargamento do primeiro sistema instalado no centro histórico, e composto por 79 câmaras, para a Rua do Loureiro e a Rua Chã, junto à estação de S. Bento, porque lojistas da comunidade do Bangladesh têm referido “que tem havido ali um conjunto de assaltos”.
Simultaneamente, Rui Moreira disse estar disponível para avançar com uma terceira fase do sistema de videovigilância, a instalar na zona de Ramalde, a segunda maior freguesia do Porto, mas para isso "é necessário o diagnóstico da PSP da perigosidade da criminalidade associada ao território".
este sistema de videovigilância entrou em funcionamento em 22 de junho de 2023 e já permitiu preservar imagens relativas a 910 processos-crime, a maioria das quais (592) ocorridas este ano.
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