Saudades de quando ficava na frente daquele computador branco, com o monitor de tubo, aquela caixinha que parecia que tinha contato com os extraterrestres porque toda hora fazia um barulho estranho. Já era tarde, eu conseguia ouvir o som do silêncio, a janela aberta e aquele vento frio entrava, junto com ele a melodia dos pássaros ecoava naquela imensidão escura e silenciosa, abria aquele aplicativo duvidoso para baixar música e deixava ela bem baixinha para combinar com o restante dos sons. E nessa orquestra totalmente inesperada e incerta o que chamava mais a atenção era aquele barulho do cooler do computador, parecia que tinha um jato dentro de casa. Quanta saudade daquele tempo, quanta saudade daqueles momentos. A vida passa tão depressa, que com a pressa do dia a dia a gente nem vê.
Quando aquela comida que você amava parece sem graça, quando as coisas que gostava de fazer agora são chatas, quando as pessoas com quem você se divertia conversando agora você quer distância. As coisas não mudaram, você mudou.
Que seja breve, pois já não aguento mais conviver com este sentimento que me corta, me recorta, me salga e me queima a cada segundo de minha existência.
Eu grito no meu silêncio e ninguém consegue ouvir, presa em meu próprio eu, em meu próprio ser. Sou só caos e destruição, mas por fora ninguém vê, ninguém nota.
Meu sentimento é do mais completo abandono dos outros e de mim mesma. Sem vontade de ser, de estar, de querer, quando a realidade sofrida do fim da minha própria vida parece mais convidativa do que continuar essa existência indefinida e extremamente infeliz, deixar a água da chuva seguir seu curso até finalmente secar no chão de areia.
A dor é sem fim. E não é uma dor física para a qual há analgésicos capazes de sanar. É dor emocional, que nem todo antidepressivo do mundo conseguiria curar. É a dor de ver alguém que amo sofrendo e me fazendo sofrer por conta de uma decisão complexa que não é tomada; é a dor de perder um amor em vida por erros que não podem ser reparados.
[...] E mesmo quando entorta / O caminho seu / Você verá que há paisagens mais bonitas / Que numa reta não se nota. [...] (Escute Quando Estiver Triste - Saulo Fernandes). C. MENEZES - MARÇO 30, 2022. A.I. Carr - 12 de janeiro de 2023
arquivo pessoal, 2022
HISTÓRIAS E REFLEXÕES DE UMA MULHER QUE FOI QUEBRADA EM MIL PEDAÇOS E ESTÁ JUNTANDO TODOS ELES. C. MENEZES – [De repente solteira]. MARÇO…
O primeiro amor, é aquele que mais dói.. pois você nunca consegue esque-lo completamente, em certos dias.. você nem se lembra desse alguém, mas em outros.. você percebe que é de madrugada, e você por algum motivo acabou lembrando dessa pessoa, e agora lembra de quando tudo era perfeito para vocês. E.. eu acabei de me descrever!