#borderlinedisorder
Explore tagged Tumblr posts
Text
INTRODUÇÃO
NOTA DO AUTOR: 
O transtorno de personalidade borderline é um transtorno grave.Os sintomas incluem instabilidade emocional (mudanças súbitas de humor), irritabilidade, sensação de vazio e solidão, medo do abandono, impulsividade, insegurança, agressividade, comportamento autoagressivo (como prática da automutilação), comportamentos de dependência (química ou afetiva) e pensamentos suicidas. Dados apontam que 75% das pessoas com esse transtorno tentam suicídio ao menos uma vez na vida e que 10% destas pessoas completam o ato.
Apesar da comicidade colocada nesta obra, não é minha intenção banalizar ou ridicularizar o TPB (Transtorno de Personalidade Borderline). Tendo convivido com este transtorno dentro de mim ao longo da vida, sei de sua gravidade.
Se você tem TPB e está em busca de ajuda, procure um profissional da saúde desta área (psiquiatra) ou ligue para o Centro de Valorização da Vida(disponível 24 horas), através do número 188.
Para todos aqueles que já sentiram o Grande Vazio, espero que este livro preencha vocês com um pouquinho de alegria.
5 notes · View notes
sammyyblog · 1 year ago
Text
você foi embora e levou junto tudo de mim, não me resta nada sem você. Tudo o que me resta são algumas lembranças que guardo com ódio e saudades. Me sinto em um vazio eterno, não sei dizer quem sou, não me conheço. Tudo o que eu achava que sabia sobre mim era o que você falava que eu era, mas agora que já não te tenho, o que eu sou?
#bpd #borderlinedisorder
0 notes
desperacja-aa · 5 years ago
Text
BDP feels like being trapped inside your own body with the worst possible enemy who’s making the worst possible choices which eventually lead to your complete failure in anything you try to make right
4 notes · View notes
halezzz22 · 5 years ago
Link
Here is my blog on living with BPD!
#bpd #borderline #borderlinepersonalitydisorder #borderlinetraits #borderlinedisorder #borderlinepersonality #mentalhealth #mental #mentalskills  #broken #beautiful #beautifullybroken #sad #hope #notalone #anxiety #depression 
3 notes · View notes
Text
CAPÍTULO I
Sabe aquele ditado que diz "não há nada tão ruim que não possa piorar"? Pois é, ele é cem por cento verídico e eu posso provar. Eu vou provar, na verdade, porque essa é a finalidade deste livro: contar todas as coisas boas e ruins que me aconteceram nesses últimos meses. Ou seja, contar todas as coisas ruins, porque as boas esqueceram de acontecer.
Primeiramente, vou me apresentar. Meu nome é Thomas Carvalho - e sim, a piadinha do "tomas caralho" é antiga e recorrente -, tenho vinte e quatro anos - e sim, a piadinha do "vim de quatro" também é bastante corriqueira -, e moro em uma cidadezinha pacata e insossa no interior do interior de São Paulo (onde, dizem, o diabo perdeu as botas, as meias, as calças e o look inteiro).
Acho importante mencionar aqui que nem sempre minha vida foi essa desgraça toda que relatarei. Eu era uma criança aspirante a prodígio. Fui duas vezes presidente da câmara de vereadores mirim da minha pequena cidade - um concurso que elegia crianças das escolas da região para que elas "participassem ativamente de mudanças sociais impactantes para a população do município" (as propostas incluíam "substituição dos bebedouros d'água por bebedouros de refrigerante nos colégios", "três horas de recreio" e derivados).
Da primeira à quinta série fui eleito líder de classe cuja função era absolutamente nenhuma, porém era um título a ser ostentado. Nunca tirei menos de um "A+" nos trabalhos escolares do ensino fundamental, sendo que "A+" era a nota máxima. Venci concursos de desenho, de redação, de escrever reportagem para o jornaleco da cidade, de gato da turma - mesmo sendo feio, era determinado e fazia ótimas campanhas trocando lanche por votos -, e tantas outras coisas que eu levaria um livro inteiro para contar.
Tive uma adolescência normal, pintando as unhas de preto, usando roupas tão rasgadas que pareciam panos de chão e me trancando no quarto para ouvir os álbuns Let Go e Under My Skin da Avril Lavigne. Entrei na faculdade aos dezoito anos e tive tanto burnout que troquei de curso seis vezes (e não me formei em nenhum). Foi aí que as coisas começaram a desandar, só que desandar pra valer, como aqueles bolos que você esquece de adicionar fermento e ficam parecendo mousepads depois de prontos.
De criança gênio prodigiosa a um adolescente regular emocore tudo bem. Mas me tornar um jovem adulto extremamente humilhado, cansado, fodido e com sete CIDs psiquiátricos, nenhum dinheiro e zero amigos, eu não esperava. As coisas realmente mudam e agora vou começar a contar sobre essa mudança.
*
Numa segunda-feira atípica, horrorosa e tão quente que dava pra fritar bacon no asfalto, eu saía do meu trabalho na Pinto & Pinto Co. - uma companhia que, acreditem, não era de pintos -, e ia em direção ao consultório do meu psiquiatra, o doutor Carlos. Era para ser apenas mais uma segunda-feira horrorosa em meio a tantas segundas-feiras horrorosas que eu vinha tendo a partir dos meus dezoito anos, mas a vida deu um jeito de piorá-la.
Chegando na esquina do grande prédio circular onde o doutor me atendia uma vez por mês, pisei no que parecia ser vômito. Todas as avós falam que pisar em cocô significa ganhar dinheiro, mas nenhuma vovó jamais falou algo bom sobre pisar em vômitos. Adentrei o prédio e me dirigi ao elevador, apertando o botão que levava ao sétimo andar, curiosamente sete era meu número exato de CIDs.
Doutor Carlos era antiquado e não tinha recepcionista alguma, computador algum e, também, nenhum senso decorativo. As consultas eram realizadas numa grande sala com apenas uma mesa de mogno e duas cadeiras, acreditem, de plástico. Como adendos decorativos via-se um quadro em uma das paredes laterais de um "artista" bastante apto à abstração e um nicho repleto de bibelôs em formatos de cérebro na parede oposta. Na quarta batida na porta, um doutor Cláudio parecendo bastante preocupado abriu-a, me indicando a cadeira de plástico verde à frente para que eu sentasse.
O doutor Carlos era um homem robusto beirando seus sessenta anos, corcunda e com avantajadas sobrancelhas. Eu costumava me referir a ele para os outros como "doutor Gru", tipo o personagem do filme Meu Malvado Favorito. Eu vinha consultando com ele nos últimos dois anos, com constantes alterações de medicação e sem muito resultado até então. Ele, juntamente do meu psicólogo, Pierre, me tratavam de um transtorno de personalidade chamado "borderline", que consistia basicamente em inúmeras alterações de humor durante o dia, crises existenciais, uma sensação de despertencimento e vazio constantes, apego emocional às pessoas erradas e medo absurdo de ser abandonado - o que eu culpo meu pai -, episódios de automutilação e também abuso de substâncias.
- A essa altura você já deve saber que sua mãe me ligou - doutor Carlos começou, me surpreendendo porque àquela altura eu não sabia de nada disso. - Você está com sérios problemas, rapaz.
- Disso eu sei. Eu sou um sério problema - retruquei. - Só não sei porque diabos minha mãe te ligou.
- Thomas, no último mês você se autossabotou de uma forma sem precedentes - disse ele, franzindo o cenho. - Tentou envenenar o papagaio da sua vizinha e sim, eu sei que ele canta música gospel e que você o detesta, já falamos sobre isso...
- Sim, aquela porra de papagaio da Shirley amanhece cantando hino gospel e vai dormir cantando hino gospel.
- Além disso, andou pedindo dinheiro emprestado para familiares porque entrou num estado maníaco que, também já falamos sobre isso, coloca você no uso de substâncias e em compras compulsivas - ele ajeitou os óculos colocando o dedo sobre a haste na ponte do nariz.
- Eu precisava de um aspirador de pó automático e...
- Você é o próprio aspirador de pó, Thomas - ele me interrompeu, dando ênfase no final da frase para fazer menção ao meu uso de cocaína.
- Eu...
- Enfim, Thomas. Eu e sua mãe conversamos e nós dois pensamos que a única saída para tentar uma vida saudável no momento é uma internação - falou, enquanto me encarava com seriedade.
Internação?! Não entendi direito.
- Internação?! Não entendi direito - questionei, exasperado, percebendo o peso daquela palavra. - Onde?! Em um hospital?!
- Em uma clínica psiquiátrica - doutor "Gru" me respondeu, ainda sem tirar os olhos de mim.
Okay. Eu já vira aquela história. "Garota, Interrompida". Filme de 1999. Winona Ryder e Agelina Jolie. Garota com transtorno de personalidade borderline é internada em um manicômio e passa sei lá quantos meses vivenciando de tudo. Jamais!
- Eu não vou... eu não preciso...
- Você está colocando a si mesmo e aos outros em perigo estando assim. Noventa dias em uma clínica iriam ajudar a resolver seu problema, regular a medicação e...
- Noventa dias?! - Gritei. - Eu não vou!
E foi nesse momento que tudo aconteceu: a porta do consultório se abriu, mostrando dois homens vestidos de branco dos pés à cabeça, seguidos de minha mãe em seu encalço. Percebi que um dos homens carregava uma seringa na mão direita.
- Thomas Carvalho, somos da equipe da Clínica Das Graças - o homem que não carregava a seringa disse. - Estamos com uma ambulância a postos para te levar à internação. Podemos fazer isso do jeito fácil... ou do jeito difícil - terminou, apontando para o colega com a seringa.
Então eu levantei as mãos para o alto e me rendi. Me rendi porque não havia saída, afinal, eram quatro contra um. Me rendi, principalmente, porque os dois homens eram muito bonitos (ambos eram altos, fortes e exalavam um ar de indocibilidade, o que me conquistou na hora).
*
Esta é a parte do relato da minha história em que você espera ler sobre meu período na clínica onde, supostamente, tudo deveria degringolar. Sinto lhe desapontar, mas minha estadia na clínica "Das Graças" foi curta demais para ganhar um capítulo inteiro mas, ainda assim, memorável para ser citada em um parágrafo.
Graças ao plano de saúde da minha mãe, fiquei em um quarto com banheiro e ar-condicionado. Meu colega de quarto era um militar surtado com a crueldade do exército e do militarismo brasileiro. Transei com este colega de quarto, o que culminou na desobediência de uma das doze regras básicas do local. Fui expulso depois de cinco dias por descumprir oito delas. Na saída, ainda consegui furtar uma caneta permanente do posto de enfermagem para fazer pequenas alterações na placa de entrada da clínica, mudando o nome de "Clínica Das Graças" para "Clínica Desgraças" e o lema, situado logo abaixo do logotipo, de "Saúde sempre em Mente" para "Saúde sempre Mente". Isso resultou numa cobrança financeira para que uma nova placa fosse colocada. Não seria um problema, já que eu tinha um atestado do meu psiquiatra e meu emprego ainda estava garantido.
*
Eu integrava a Pinto & Pinto Co. havia nove meses, desempenhando um papel enfadonho de carimbar e assinar documentos. Por ser uma grande empresa do ramo imobiliário, o salário era ótimo, me mantendo em meu apartamento e suprindo minhas necessidades básicas, ou seja, a internet. No trabalho, eu ficava o dia todo fazendo praticamente nada debaixo de um ar-condicionado, afinal ter um ar-condicionado é a primeira coisa a se levar em conta ao se aceitar um emprego.
Naquela tarde eu assinava e carimbava papéis distraidamente, numa temperatura agradável de dezoito graus, enquanto assistia da minha janela no terceiro andar um bando de gente sem noção levando uma vida fitness no parquinho em frente à empresa. Eu mesmo me considerava fitness por postar vez ou outra nos stories uma foto de verdura ou legume qualquer que eu achava no Google. Ser fitness para mim se resumia a isso, não em andar e correr pra lá e pra cá, num calor de trinta e cinco graus, sem qualquer motivo plausível.
Enquanto desempenhava minha aperreante função (tão distraído que, por vezes, o carimbo ia parar na mesa, no teclado do notebook e até nas paredes) e observava a vida desnecefitness acontecer pela janela quadrada do meu bloco, recebi uma notificação de mensagem em meu computador.
Era do meu amigo Tiago, que eu conheci meses atrás num suposto show da Beyoncé, que acabou por ser um show cover da Beyoncé. Essa decepção nos uniu feito gêmeos siameses e tínhamos uma conexão muito forte desde então.
Tiago era extrovertido, intrometido e bastante sem noção, o que eu adorava nele, porque jamais precisávamos pegar fila na balada ou em shows porque ele fingia ser um blogueiro de sucesso com um canal no YouTube e tudo mais (ele até tinha um canal no Youtube, com sete inscritos, sendo que cinco eram fakes dele mesmo).
Acho que cabe falar aqui que o Canal de Tiago chamava-se "Canal sem C", sendo bastante diversificado: o primeiro vídeo ensinava a fazer macarrão gourmet, que nada mais era que miojo acrescido de queijo e creme de leite; o segundo era um "faça você mesmo" de uma estante de madeira, que deu tão errado que acabou se tornando uma cadeira de três pernas; já o terceiro consistia em uma coreografia da Lady Gaga onde, no segundo refrão, Tiago tropeçava, caía e quebrava a clavícula. Eu sinceramente não sei como esses vídeos não viralizaram, porque eram extremamente e despretensiosamente muito engraçados.
TIAGO: oi puta, tá ocupado?
EU: Não, pq, vaca?
TIAGO: menina, olha só
acabei de gravar um vídeo novo
neste eu canto emelyn house
ficou um arraso
EU: Amy Winehouse?
TIAGO: é
isso mesmo
emelyn house
EU: ok, manda o link
TIAGO: http://svid.vid.com
Olhei para os lados para me certificar de que ninguém me observava, abaixei o volume um pouco e cliquei no link.
Tudo aconteceu repentinamente. De alguma forma o som saiu de forma ensurdecedora e o barulho de gemidos tomou conta do escritório. Na tela do computador um pornô gay era exibido. Tinha tanto pau que eu nem conseguia contar. Certamente a maior quantidade de pintos que a Pinto & Pinto Co. já vira em toda sua existência.
Tentei baixar o volume diante da expressão de choque das outras vinte e duas pessoas que trabalhavam comigo naquele setor e que se acumulavam em torno da minha mesa. Era tarde demais. Senti uma mão pesada pousando no meu ombro e a voz da desestabilidade financeira me dizendo em tom frio: "Thomas, na minha sala, agora".
Segui meu chefe - a voz da desestabilidade financeira - até sua sala, morrendo de vergonha e desespero. Naquele momento, desejei ser Tiago, que certamente saberia contornar a situação de forma irreverente. No meu caso, não havia o que fazer.
Chegamos ao escritório e sentei na cadeira estofada vermelha. Justus, meu chefe, contornou sua mesa e sentou-se em sua luxuosa cadeira de couro preta. Olhando para mim como se eu fosse um pervertido que assiste pornô no trabalho, disse:
- Thomas, você está demitido.
(Longa pausa na qual eu pensava em uma explicação).
- Mas por quê?!
- Tentamos segurar as pontas com sua breve internação, Thomas - ele disse, me encarando seriamente e mexendo em sua gravata vermelha. - Mas pornografia em horário de expediente é inaceitável.
- Foi meu amigo Tiago! - praticamente berrei. - E quanto à internação, eu estava passando por problemas. Sinceramente, senhor, o único problema da sua vida é que o sushi não abre nas segundas.
- Você está demitido - ele repetiu, se dirigindo à porta para que eu saísse de sua sala.
Completamente derrotado com a destruição do meu sonho de ser rico e morar em uma casa com escadaria de mármore, paredes de vidro e um vaso que limpa e seca a bunda, saí da sala para recolher meus pertences pessoais em minha mesa.
Todos os meus colegas aparentemente já sabiam da demissão que literalmente acabara de ocorrer e os boatos e apelidos corriam soltos. Fui chamado de "gangbanger" pra baixo.
Fui embora sem me despedir, passando pelo grande corredor até chegar ao elevador sem olhar para nenhum lado ou para trás, mas sentia todos os olhares em mim.
Queria ligar pro fodido do Tiago e perguntar porquê ele tinha feito aquilo comigo. Quando a porta do elevador finalmente se abriu - depois de uma espera que pareceu eterna -, levei um grande susto. Tiago estava parado na minha frente.
- Que desgraça foi aquela, homem!? E porque diabos você está aqui? - perguntei.
- Foi o que tinha que ser - Tiago respondeu, por detrás dos óculos escuros de camelô.
- Acabei de ser demitido pelo Justus! - protestei.
- É, eu sei. Agora deixe-me ir que tenho uma entrevista de emprego. Minha depilação definitiva e meu clareamento anal não vão se pagar sozinhos - e sorriu sarcasticamente para mim, saindo do elevador.
Fiquei tão perplexo que congelei. O elevador deve ter descido e subido vinte vezes antes de eu finalmente entrar nele e voltar pra minha vida fodida. A ficha de que Tiago havia programado causar minha demissão para assumir meu lugar na Pinto & Pinto Co. ainda não havia caído.
2 notes · View notes
londondisabilityadvocate · 7 years ago
Link
0 notes
alessandrovilla1982 · 7 years ago
Photo
Tumblr media
Un periodo un po' così... #unperiodounpocosì #dissociativeidentitydisorder #pictofthenight #xiaomi #borderlinedisorder #derealization
0 notes
wednesgay-addams · 8 years ago
Photo
Tumblr media
Borderline #art #myart #borderlinedisorder #metalhealth #faginterrupted #kleinerkönigdreckmaul
0 notes
Text
CAPÍTULO III
Com minha segunda demissão em menos de um mês, eu quase poderia pedir música no Fantástico. Àquela altura eu já havia me dado conta de que a vida estava se opondo a eu conseguir um trabalho digno. Sendo assim, teria que descobrir outros meios de me tornar um homem rico.
Foi pensando nisso que lembrei da minha época da escola, quando a prof. Júlia pediu que desenhássemos como nos imaginávamos no futuro. Os desenhos dos meus colegas continham de tudo: professora, astronauta, bombeiro, policial... O meu desenho, no entanto, continha um belo médico. Um médico e eu. Ele era para ser meu marido. Me desenhei junto dele, sentado numa poltrona luxuosa, assistindo TV (apesar de um quase prodígio, eu era uma criança meio preguiçosa. Até os meus três anos, eu fingi que não sabia caminhar para ser carregado no colo).
Naquela época eu não sabia que estava prevendo realmente meu futuro, aquele desenho era só um desejo distante, como um condenado que risca o terceiro dia em sua parede de cela depois de uma condenação de trinta anos. Foi através daquela lembrança do simples desenho da escola (bem simples mesmo, as pessoas eram de palitinho), que eu tive uma grande ideia. Tudo que eu precisava fazer para conseguir dinheiro era me tornar marido de um médico.
Abri o Tinder no meu celular e comecei minha procura. Cliquei no "não" para todos os homens com foto de carro ou moto popular no perfil, que usavam camisa pólo e bermuda de tactel e também os que trabalhavam na empresa Frases e Versos. Depois de rejeitar uns vinte homens, dois casais liberais e um perfil com foto de calopsita usando óculos de sol, o destino finalmente sorriu para mim.
O destino se chamava Alexandre, um médico endocrinologista de trinta e três anos. Além de ser dono de um sorriso lindo e encantador, "Xandinho" - meu novo crush -, ainda sustentava uma foto no exterior, em frente à torre Eiffel (ou na torre de Pisa, não sou muito bom em arquitetura e geografia). Me surpreendi quando a curtida virou um match, pois minha autoestima andava mais pra baixo que a da Bella sem o Edward, em Lua Nova. Chamei Xandinho no chat na mesma hora.
EU: oi xandinho, médico e visitante de torres no exterior
ALEXANDRE: oi moço haha
EU: te chamei pq gostei de vc, nao pq vc é medico ou tem foto na frente de uma torre internacional
ALEXANDRE: haha
"Haha" toda hora. Eu por acaso tinha cara de palhaço? Tive que tentar uma abordagem mais direta.
EU: afim de me examinar com esse seu estetoscópio gigantesco?
ALEXANDRE: bora marcar haha
Enfie o "haha" no cu, mas bora marcar sim, Xandinho!
O restante da conversa não interessa a você pois falamos sobre sexo em todos os orifícios possíveis (e até mesmo de fornifilia, que eu descobri ser um fetiche onde uma pessoa fica subordinada a fingir que é um móvel da casa).
Para se certificar de que eu não era outra pessoa (Alexandre revelou que certa vez havia marcado encontro com um jovem e quem apareceu foi uma testemunha de Jeová querendo pregar a palavra), trocamos WhatsApp e fizemos chamada de vídeo. No final da noite, eu tinha um encontro marcado para o dia seguinte, na casa dele.
*
No outro dia, oito horas antes do encontro, eu já estava pronto. Vesti um short jeans, uma camiseta branca da Levis, um tênis clássico da Adidas e um chapéu bucket preto, o look contemporâneo do "um vestido, com uma blusa aqui amarrada, com uma bota e meu cabelo solto de prancha". Seria um encontro casual, mas eu pretendia um casamento, então acho que meu look deveria transmitir uma mensagem "safado, porém depende", que era exatamente o que eu almejava com aquela roupa.
Peguei um Uber e, cerca de quinze minutos depois, estava no endereço do Xandinho. Eu esperava uma casa (com portas e janelas de vidro, escadaria de mármore e vaso que lava e seca a bunda), mas o que recebi foi um apartamento. Não me decepcionei tanto pois era um belo apartamento, em um dos bairros mais nobres da cidade.
Percebi, então, que Alexandre não havia me enviado o andar ou o número do apê. Mandei mensagem no WhatsApp perguntando e ele logo respondeu. Entrei no grande hall do prédio, me dirigi ao elevador e apertei no sexto andar, que era - choquem! - a cobertura.
Chegando lá, apertei a campainha chique e um belo, lindo, maravilhoso, perfeitamente absoluto Alexandre atendeu à porta de bermuda casual preta e sem camisa. Ele era incrivelmente mais bonito que nas fotos dos aplicativos e naquele momento eu pensei "eu casaria com esse homem pelo tesão, e não só pelo dinheiro".
Depois de cumprimentar Xandinho (ou Alexandre, você decide como quer pensar no nome dele), pude dar uma olhada no interior da cobertura. Meus olhos brilharam. Praticamente tudo naquele lugar era feito de vidro ou mármore. Os móveis eram de absurdo bom gosto e só o lustre da sala era maior que meu banheiro. Por falar em banheiro, já fiquei imaginando se o vaso sanitário dele lavava a bunda depois da gente cagar.
Alexandre-barra-Xandinho então pediu-me licença para ir ao "toilette" (muito chique!) e eu sentei-me em um dos três grandes sofás de couro da sala. Enquanto ele estava fazendo suas necessidades, avistei em uma mesinha de canto um belo castiçal que, imaginava eu, era de prata e que, imaginava eu novamente, cabia perfeitamente dentro da minha shoulder bag (que fique bem claro aqui que eu não costumo roubar coisas, mas estava tão fodido financeiramente que furtei o objeto e coloquei dentro da minha bolsa).
Alexandre voltou e, com todo o nervosismo de ele notar o sumiço do tal castiçal, uma coisa estranha começou a se alojar e se alastrar em meu estômago e senti a súbita necessidade de cagar. Sim, eu literalmente precisava "tirar um barro" no banheiro chique de Alexandre (e finalmente descobriria se seu vaso limpava e secava a bunda).
- Com licença, preciso ir ao toillete também - falei, me levantando e olhando constrangido para ele.
- Tudo bem, eu te espero - ele respondeu, me guiando até a porta do banheiro, mas não sem antes eu pegar minha bag com o castiçal para levá-la comigo.
Pedi para que ele me preparasse um drink para que eu não corresse o risco dele ficar me ouvindo fazer cocô perto da porta do banheiro.
Caguei. Muito. Pra valer! Para minha decepção, o vaso dele não limpava nem secava a bunda, então tive que puxar a descarga. Neste ato, a pior coisa que pode acontecer quando você vai dar uma cagada na casa dos outros, me aconteceu. A porra da descarga não funcionou. Tentei umas quatro vezes, mas... a porra... da descarga... não... funcionou!
Comecei, desesperado, a pensar em alternativas para me livrar do tijolo em forma de "S" que recém saíra de mim. A alternativa mais óbvia, apesar de nojenta, era pegar aquilo com a mão e atirar pela janela do banheiro.
Coloquei a mão no vaso, peguei o negócio e, como a vida gosta de foder comigo fortemente, a merda da janela simplesmente se recusava a se abrir. Tentei forçá-la de tudo que é jeito e quase quebrei o vidro, mas não consegui.
Avaliei minha situação e, como única alternativa, resolvi enrolar aquilo tudo em bastante papel higiênico perfumado e colocar no fundo da bolsa, torcendo para que não fedesse até a hora de eu ir embora.
Saí do banheiro e, bem, transamos um pouco. Vou omitir os detalhes porque essa merda de livro não é pra ser o novo 50 Tons de Cinza para as donas de casa lerem e brincarem de DJ. Foi bom. Foi ótimo, na verdade.
Após o sexo que, novamente, foi muito bom, Alexandre me convidou para ir jantar no Rodgers Finnes, o restaurante mais chique (na verdade, o único restaurante chique) da cidade. Meu futuro esposo, então, ligou para lá e fez uma reserva para aquela mesma noite.
*
Chegando ao Rodgers Finners, um funcionário vestido elegantemente cumprimentou Alexandre e disse para que entrássemos no restaurante e nos dirigissem à nossa mesa, a 23.
A entrada do restaurante era absurdamente chique, com porta rotatória e com detector de metais. Alexandre maneou para que eu fosse à frente e, no momento em que pisei na entrada, uma sirene começou a tocar e uma luz vermelha piscou em cima da minha cabeça.
- Com licença, senhor - o funcionário do hotel me chamou. - Preciso verificar sua bolsa.
Merda! A droga do castiçal! Aquele seria o fim do meu grande sonho de me tornar marido de médico.
- Mas que absurdo! Você acha que eu traria algum objeto perigoso a um restaurante?! - Protestei, exasperado.
- Infelizmente é nosso protocolo de segurança e preciso realizá-lo.
Tentei discutir e brigar com o segurança para que eu não tivesse que abrir a shoulder bag, mas quanto mais eu discutia, mais culpado parecia. Com certa relutância, entreguei a bolsa para o funcionário.
Com o estômago doendo quase tanto quanto na hora em que eu precisava cagar anteriormente naquele dia, observei o homem tirar alguns objetos, dentre eles, o castiçal. Alexandre, para minha surpresa, pareceu não notar que o objeto era dele, nem achar estranho alguém carregar uma porra de um castiçal por aí.
- Senhor, acho que foi este objeto que disparou o alarme, mas espera aí...tem algo aqui no fundo - disse o homem, fazendo meu estômago embrulhar de novo.
Merda! Era literalmente merda que tinha no fundo da bolsa. A merda que eu embrulhara em papel higiênico. Novamente a vida havia me pisoteado, mastigado, engolido, cuspido, mastigado de novo e etc. Observei o funcionário do restaurante desembrulhar meu cocô em frente ao meu agora-ex-futuro-marido e, sem pensar duas vezes, saí correndo daquele lugar, ao mesmo tempo em que bloqueava Xandinho em todas as redes sociais.
0 notes
borderlineliteraria · 5 years ago
Text
Tumblr media
#borderline #tpb #mentalhealth #dissociacao #tdi #tab #ansiedade #depressao #psicologia #psiquiatria #limitrofe #alice #personalidade #colapse #mindfulness #bipolar #asperger #borderlinedisorder #humor #tag #esquizofrenia #lirico #alma
0 notes
bloodmagemarethari-blog · 6 years ago
Text
How Dragon Age saves me
I have never ever played a game series as much as Dragon Age. (Mass Effect right behind it). These games helped me in very dark times. When my dad was dying, I started my (12th?) Dragon Age Origins Playthrough and finished it within 3 days. My dad died the day afterwards. (then I started da2 again)
When dealing with severe depression, and getting my diagnose of borderline disorder, and getting physically sick from it, falling into a huge hole of desperation and self loathing, preparing myself to finally end my suffering.. Dragon age inquisition helped me escape these thoughts for a moment and dive into another world, a world where i can be whoever i want, doing whatever i want. No desperation, no loose of control, no overthinking. These escapes from day to day live are everything to me. And they help me calm down. It helps me not giving up, and to continue seeing the magic in our lives.
Creating a person, setting them on a path with all of these different characters, seing them grow, is a very intimite thing to experience. (if you let the game). i started this game, having a huge crush on cullen since origins, and ended the game with falling totally and hopelessly in love with solas. When i finished the game for the first time, me and lavellan were heartbroken and i really needed some time to get over that. I invested so much, getting to really know the characters. I will be eternally greatful for this experience from bioware.
No matter how many games I have played, no matter how much i fell in love with other games.. I always find myself coming back to inquisition. I played the game on the ps3, ps4, and on pc. And i guess i gathered around 700 hours into this game. And probably spend around 1200hours into the dragon age series.
A few days ago I started my (i cant remeber how many Playthroughs i have in DA:I) 10000th Playthrough, still finding new stuff, and even after all this time, this game still gets me. It makes me smile, and blush, and laugh and cry. Having this heartache when solas says "Maybe.. In another world.." and getting hopeful and sad every time he kisses lavellan his final goodbye while amputating her arm in Trespasser, or from flirting with cullen who is very uncomfortable, to walking down the aisle with him and adopting a dog, or just having some fun with dorian, sera and iron bull. Even though it was said, that in Dragon Age 4, Solas and Lavellan won't be an item and restore the time of the ancient elvhen together (which I would have loved). My heart is still invested in this theory, or at least of them both dying together, while finally reunited, no lies, just pure love for each other.
And in the same time i am curious and excited about what wonderful characters, interesting dialogue and thrilling story will wait for my mysterious new character in dragon age 4. Will it be a tevinter slave? Or minister? Or mercenary? What races will i be able to play in? What impact will my race and my decisions have in the game?
Yesterday my beloved grandfather tragically passed away. I am in shock and sad. And alone. I can't be with my family, since I live in another country, but in thought i will be with them. And i know, when all of this is getting to much, and i feel like i can't breathe anymore.. I am alone and sad, Then i know that my weird coryphefish-squad will be waiting for me. And bringing me my much needed escape from everything.
So, I guess i just want to say thank you in this super long post. Tbh i dont even care if anybody reads it or not. I just wanted to write down once, how greatful I am that this game exsists. And that i am excited about whats to come.
#DragonAgeConfessions #DragonAge #Inquisition #Thankyou #Depression #BorderlineDisorder
0 notes
triedbutdidnotsurvive · 8 years ago
Text
Disorder | Rating ParanoidDisorder | Low SchizoidDisorder | Low SchizotypalDisorder | Low AntisocialDisorder | Moderate BorderlineDisorder | Moderate HistrionicDisorder | Low NarcissisticDisorder | Low AvoidantDisorder | Moderate DependentDisorder | Low Obsessive-CompulsiveDisorder | High URL of the test: http://www.4degreez.com/misc/personality_disorder_test.mv URL for more info: http://www.4degreez.com/disorder/index.html
0 notes
alessandrovilla1982 · 8 years ago
Photo
Tumblr media
#buonaserata #momentibui #disturboborderlinedipersonalità #borderlinedisorder #ansia #panico #blu #luceblu #momentiblu #batticuore #pictofthenight a
0 notes
borderlineliteraria · 5 years ago
Text
TALVEZ
Talvez você se sinta como eu , um computador cheio de “bugs”, um loop mental não sincronizado...
Talvez se veja como eu , um carro com a carcaça perfeita , que necessita sempre de peças novas para funcionar , mas que sempre dão defeitos ...
Talvez se sinta como eu , um pássaro que vê sua liberdade ceifada pelas asas que não te sustentam mais ...
Talvez se veja como eu , uma alma estilhaçada como um espelho pelo chão ...em seu colapso etéreo...
Talvez , dentro de cada ” talvez “existam varias certezas e incertezas , varios universos de insanidade , da qual a única coisa real é o que sentimos .
- Emiliana Pereira
Tumblr media
#borderline #tpb #mentalhealth #dissociacao #tdi #tab #ansiedade #depressao #psicologia #psiquiatria #limitrofe #alice #personalidade #colapse #mindfulness #bipolar #asperger #borderlinedisorder #humor #tag #esquizofrenia #lirico #alma
0 notes