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#casa cuia verde
fragmentosdebelem · 1 year
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blv. Castilho França, Casa Cuia Verde & Cuia Preta, 1968 / Acervo Phillip Hodgdon via Nostalgia Belém
"Casa Cuia Verde. A casa tem mais de 100 anos, segundo seu atual proprietário e administrador, Álvaro Cambra Vieira, que não sabe precisar exatamente desde quando o comércio existe. Ele conta que seu pai, o português Álvaro chegou a Belém há 75 anos, já encontrou a Casa Cuia Verde instalada no Mercado de Carne, então em posse de um senhor chamado Fernando, para quem seu irmão Norberto já trabalhava e para quem também passou a trabalhar. Aos poucos os dois irmãos foram galgando postos na casa até se tornarem donos do negócio, que já envolve três gerações da família. As vendas hoje se concentram em produtos de confeitaria e cereais, mas no passado, eram de borracha, pirarucu, querosene, peixe seco e materiais para estiva. O comércio abria por volta das quatro horas da manhã, para receber o pessoal que vinha do interior, com quem se fazia escambo: os ribeirinhos traziam caça, peixe, borracha e trocavam por querosene, cereais e outras mercadorias para alimentação. Viajando desde a madrugada, as famílias ribeirinhas tinham fome e, pela manhã, pessoas desmaiavam no salão do comércio. Os donos da loja passaram a servir mingau e cachaça, em cuias pretas e verdes, respectivamente. Segundo Álvaro, 'a mulher do caboclo tomava o mingau e o caboclo tomava pinga'".
Casa Cuia Preta. Desmembrou-se da Casa Cuia Verde a partir do desmanche de uma sociedade, quando o português João Manuel Vilão assumiu o comércio, para a venda de gêneros alimentícios importados de sua terra, como queijos, bacalhau, azeitonas, grão-de-bico, vinhos e azeites portugueses. Na época, os vinhos chegavam em barris para envasamento no local, e os azeites vinham em grandes tanques e eram vendidos a granel. A casa, hoje, administrada por Carolina Vilão, funciona na área externa do Mercado de Carne e, além dos produtos tradicionais (que não se encomendam mais de Portugal, mas de São Paulo), também vende produtos de confeitaria e pães, que são adquiridos em uma panificadora especialmente para atender os ribeirinhos que vêm desembarcar frutas na Feira do Açaí, toda madrugada. Nazareno Santos, funcionário da loja há 30 anos, conta que se manda fazer pães tipo bengala exclusivamente para atender a essa clientela, por volta das quatro e meia da manhã. Conta: 'nossa primeira freguesia é o ribeirinho, que leva pão, açúcar e manteiga salgada".
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Ver-o-Peso ~ Luciana Carvalho (2011)
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bytchaikovskys · 1 year
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 ✧ true that i saw her 𝒉𝒂𝒊𝒓 like the 𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜𝐡 of a tree, 𝐖𝐈𝐋𝐋𝐎𝐖 dancin' on air before 𝑪𝑶𝑽𝑬𝑹𝑰𝑵𝑮 𝑴𝑬 .
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nome completo: henrik kare eythernddare; idade: dezenove anos; ocupação: estudante de botânica; espécie: elfo; sexualidade: bissexual; status: open to m.
( - ) DESATENTO E MANIPULADOR ( + ) EMPÁTICO E LEAL
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𝒔𝒕𝒐𝒓𝒚 𝒃𝒐𝒐𝒌.
[personagem original meu, tirado do rp nevermorehqs]
henrik é o quarto filho de bernhard e o primeiro filho fruto da uma traição que o homem assumiu. não seria o último e nem era o primeiro, apenas era o primeiro a ser aceito no núcleo familiar. entretanto, o que ele viria a vivenciar nos anos seguintes não era nem perto do que uma família deveria ser. liv, a esposa do pai, o odiava. era uma mulher fria, em todos os sentidos pois era um elfo do gelo, e não fazia esforço algum pra mostrar carinho pelo pequeno menino de cabelos verdes. os três irmãos mais velhos também nunca tiveram muito apreço por henrik, mas eram um pouco mais discretos com seu desgosto, afinal, ainda eram crianças. uma das poucas pessoas que não odiava o garoto era a avó, que apesar de tudo ainda não apreciava as características de randi no menino e ele nunca vai saber se seu cabelo se tornou loiro, como os do pai, naturalmente ou por ação dos poderes da avó. 
ele nunca frequentou uma escola como a dos irmãos mais velhos, pois sua mãe fez questão de ensiná-lo sozinha. na vila em que eles moravam, não é de costume que os elfos almejem pelo ensino superior e a maioria deles vivia muito bem com isso. sabendo dessa informação, a dríade fez um acordo com berhard e mesmo morando com o pai, henrik ia todos os dias para o lado mais afastado da floresta onde a mãe morava para ser homeschooled por ela. 
por causa disso, henrik sempre se sentiu muito diferente. a mãe era um elfo completamente diferente e sendo uma mistura dos dois, henrik encontrava dificuldade em sentir que pertencia em um lugar ou em outro. os irmãos também eram mestiços, mas eles eram vistos como um melhoramento da família eythernddare. agora filho com uma dríade? a família eythernddare era famosa por ter os melhores elfos da terra, tendo como dom a clorocinese e por causa disso escutava várias piadinhas que insinuavam que seu pai usou seus poderes para induzir a randi. foi inevitável, henrik criou um ódio por aquelas pessoas. todas elas, menos a mãe. sua mãe era incrível, bondosa e carinhosa. 
com dezesseis anos ele foi transferido para nevermore depois de "humilhar" o pai num jantar com os líderes mais importantes da corte, e seu pai sendo um dos conselheiros do rei, aquilo foi inaceitável. estava bêbado e criando confusão. não que estar bêbado com dezesseis seja um problema, mas há de ter limites para o quanto de strip-tease em cima da mesa alguém pode fazer em um evento daqueles. isso juntando com o fato de que ele sempre estava em pé de guerra com a madrasta e passava mais tempo fugindo para a casa da mãe, seu pai fechou o acordo com a diretora e ele foi enviado de mala e cuia para os estados unidos. henrik está em nevermore até hoje e está no longo processo de virar um professora na escola. nevermore foi um lugar onde ele pôde se achar, mesmo em meio a pessoas tão diferentes. 
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𝒑𝒍𝒐𝒕.
enemies to lovers com uma pitada de murder mystery. um vampiro ou lobisomem que seja bem mais frio e não curta muito o jeitão good vibes do henrik, mas por acaso eles presenciaram um assassinato e decidem que precisam investigar isso sozinhos, mas acabam sempre tendo as mesmas ideias/insights e more often than not acabam se metendo nas mesmas encrencas. uma vibe bem wednesday bem família addams bem you know...
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cygnuskare · 2 years
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      ✶       𝗶 𝗼𝗻𝗹𝘆 𝘀𝗲𝗲 𝗱𝗮𝘆𝗹𝗶𝗴𝗵𝘁   ━━  
cygnus käre eythernddare's info!
&.   ━━   𝐁𝐀𝐒𝐈𝐂 𝐈𝐍𝐅𝐎𝐑𝐌𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍 ;
nome completo: cygnus käre eythernddare.
idade: vinte anos.  
local de nascimento: bjerby, dinamarca. 
pais: bernhard sune eythernddare e randi lamsel. 
extracurriculares: tiro com arco, comitê de interação padrão, natação, clube de séance. 
sexualidade: bissexual.  
línguas: dinamarquês, inglês e sueco.
espécie: elfo.
dom: clorocinese.
casa: apollo.
&.  ━━   𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘   ; 
+ empático, simpático e idealista. 
- impulsivo, recluso e distraído.
mbti: infp. 
signo: câncer. 
likes: arco e flecha, animais de pelúcia (de preferência ursos), plantas em geral, flores amarelas, árvores para escalar, chocolate quente, verão, nadar.
moral alignment: chaotic good.
godly parent: ullr.
&.  ━━   𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐂𝐘𝐆𝐍𝐔𝐒   ;
cygnus é o quarto filho de bernhard e o primeiro filho fruto da uma traição que o homem assumiu. não seria o último e nem era o primeiro, apenas era o primeiro a ser aceito no núcleo familiar. entretanto, o que ele viria a vivenciar nos anos seguintes não era nem perto do que uma família deveria ser. liv, a esposa do pai, o odiava. era uma mulher fria, em todos os sentidos pois era um elfo do gelo, e não fazia esforço algum pra mostrar carinho pelo pequeno menino de cabelos verdes. os três irmãos mais velhos também nunca tiveram muito apreço por cygnus, mas eram um pouco mais discretos com seu desgosto, afinal, ainda eram crianças. uma das poucas pessoas que não odiava o garoto era a avó, que apesar de tudo ainda não apreciava as características de randi no menino e ele nunca vai saber se seu cabelo se tornou loiro, como os do pai, naturalmente ou por ação dos poderes da avó. 
ele nunca frequentou uma escola como a dos irmãos mais velhos, pois sua mãe fez questão de ensiná-lo sozinha. na vila em que eles moravam, não é de costume que os elfos almejem pelo ensino superior e a maioria deles vivia muito bem com isso. sabendo dessa informação, a dríade fez um acordo com berhard e mesmo morando com o pai, cygnus ia todos os dias para o lado mais afastado da floresta onde a mãe morava para ser homeschooled por ela. 
por causa disso, cygnus sempre se sentiu muito diferente. a mãe era um elfo completamente diferente e sendo uma mistura dos dois, cygnus encontrava dificuldade em sentir que pertencia em um lugar ou em outro. os irmãos também eram mestiços, mas eles eram vistos como um melhoramento da família eythernddare. agora filho com uma dríade? a família eythernddare era famosa por ter os melhores elfos da terra, tendo como dom a clorocinese e por causa disso escutava várias piadinhas que insinuavam que seu pai usou seus poderes para induzir a randi. foi inevitável, cygnus criou um ódio por aquelas pessoas. todas elas, menos a mãe. sua mãe era incrível, bondosa e carinhosa. 
com dezesseis anos ele foi transferido para nevermore depois de "humilhar" o pai num jantar com os líderes mais importantes da corte, e seu pai sendo um dos conselheiros do rei, aquilo foi inaceitável. estava bêbado e criando confusão. não que estar bêbado com dezesseis seja um problema, mas há de ter limites para o quanto de strip-tease em cima da mesa alguém pode fazer em um evento daqueles. isso juntando com o fato de que ele sempre estava em pé de guerra com a madrasta e passava mais tempo fugindo para a casa da mãe, seu pai fechou o acordo com a diretora e ele foi enviado de mala e cuia para os estados unidos. cygnus está em nevermore até hoje e está no longo processo de virar um professora na escola. nevermore foi um lugar onde ele pôde se achar, mesmo em meio a pessoas tão diferentes. 
&.  ━━   𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄 𝐎𝐒 𝐄𝐘𝐓𝐇𝐄𝐑𝐍𝐃𝐃𝐀𝐑𝐄 .
a vila onde a família eythernddare mora fica no norte da dinamarca, escondida por magia de padrões e guardando uma comunidade socialista de cerca de quatro mil elfos. sendo composta em sua maioria de elfos do gelo, a família de cygnus é uma minoria, mas uma minoria muito apreciada. no severo inverno dinamarquês a família se faz essencial para o bem estar da vida verde da vila e garante, entre os dons que eles possuem, alimentos, solo protegido e lenha de qualidade. enfrentam o inverno ignorando a baixa qualidade de vida que eles mesmo enfrentam nessa época do ano. graças a isso, bernhard é um dos conselheiros e amigos de longa data dos líderes da corte e mantém um status alto entre as famílias mais antigas. 
além dos pais, da madrasta, da avó e dos irmãos, cygnus ainda tem outros oito irmãos que foram sendo descobertos ao longo de sua vida por seu pai traidor. ele não mantém relação com nenhum deles, apesar de ler em cartas que recebe de seu pai dos vários feitos dos seus vários outros irmãos. entre posições no governo, no exército, nas artes e na produção, o desejo de ser professor se torna algo pequeno na visão de cygnus. 
&.  ━━   𝐓𝐑𝐈𝐕𝐈𝐀 .
apesar de muito curioso, cygnus ainda tem problema usando algumas coisas típicas de padrões e até a internet. ele não é muito ativo nas redes sociais e normalmente só posta coisas no close friends e derivados, onde estão pessoas que ele confia. ele prefere dessa forma pois assim não precisa manter contato com os pais. 
apesar do nome, cygnus não acredita em signos. 
ele ama nadar e ama estar perto da água. tem a mesma relação com o sol, e acha que herdou tais coisas da mãe. mas assim como qualquer planta, água demais ou sol demais pode fazer muito mal para ele e normalmente quando ele passa dos limites, ele passa mal antes de perceber que tem algo errado.
quando cygnus fica nervoso, ao invés do seu rosto ficar vermelho, pequenas flores nascem nas suas bochechas. 
&.  ━━   𝐖𝐈𝐒𝐇𝐋𝐈𝐒𝐓 .
❪   𝐫𝐨𝐨𝐦𝐦𝐚𝐭𝐞𝐬 ; m/f ❫.
❪   𝐡𝐞𝐥𝐩𝐢𝐧𝐠 𝐡𝐚𝐧𝐝 ; m/f ❫.  › se cygnus tem problemas com coisas mundanas mesmo depois de quatro anos morando em nevermore, quando ele chegou era pior ainda. jaxon sempre foi uma pessoa extremamente prestativa que ajudou cygnus a superar o medo de viver no mundo real. 
❪   𝐢 𝐡𝐚𝐯𝐞 𝐬𝐞𝐞𝐧 𝐲𝐨𝐮 𝐚𝐭 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐰𝐨𝐫𝐬𝐭 ; m/f ❫.  › cygnus só foi em uma festa dada por alunos quando estava no último ano do ensino médio. ainda tinha péssimas memórias do motivo pelo qual foi mandado para nevermore e portanto evitava o álcool. bem, foi só voltar a ativa que passou por um dos piores porres da sua vida e muse c estava lá para ver ele dar pt. depois disso, consumido pela vergonha, cygnus se aproximou da pessoa e uma amizade surgiu. 
❪   𝐤𝐢𝐬𝐬 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐞𝐥𝐥 ; m/f ❫.  › muse d foi um dos poucos relacionamentos que cygnus teve em nevermore e ele pode dizer com certeza que estadunidenses tem conceitos diferentes de namoro. enquanto mude d achava que eles estavam tendo algo sério, cygnus achava que era tudo só diversão. a inimizade pacifica depois disso foi inevitável. 
❪   𝐟𝐫𝐞𝐧𝐞𝐦𝐢𝐞𝐬 ; m/f ❫.  › cecília e cygnus são opostos. enquanto cygnus é todo sorrisos e glitter, cecília carrega uma aura mais sombria e humor mais seco. tinham tudo pra se odiar e talvez alguns achem que eles se odeiam, mas o loiro conseguiu derreter só um pouquinho do coração de muse e, a ponto deles viraram amigos... que pegam bastante um no pé do outro. 
❪   *𝐩𝐡𝐨𝐞𝐛𝐞𝐬 𝐯𝐨𝐢𝐜𝐞* 𝐨𝐤 𝐧𝐨𝐰 𝐢𝐦 𝐠𝐨𝐧𝐧𝐚 𝐤𝐢𝐜𝐤 𝐬𝐨𝐦𝐞 𝐚𝐬𝐬! ; m ❫.  › por ser essa pessoa calma e do bem, a maioria das pessoas subestima o quão bom cygnus é de luta. muse f foi uma dessas pessoas que acabou com a paciência da cygnus e terminou com um nariz quebrado pelo elfo. 
❪   𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝𝐬 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐛𝐞𝐧𝐞𝐟𝐢𝐭𝐬 ; m/f ❫.  › cygnus é uma pessoa muito focada. quer muito virar professor em nevermore e portanto está sempre com a cara enfiada em livros ou ele mesmo enfiado na flroesta estudando plantas por conta própria, porém muse g é uma das poucas pessoas que conseguem fazer ele relaxar ao menos um pouco. 
❪   𝐛𝐞𝐬𝐭𝐢𝐞𝐬 ; m/f ❫.  › não necessariamente os melhores amigos de cygnus, mas as pessoas que ele confia o suficiente pra ter no close friends do instagram. 
❪   𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 ; m/f ❫.  › não é uma ideia muito fechada, mas eu queria muito amigos próximos dos extracurriculares do cygnus:  tiro com arco, comitê de interação padrão, natação, clube de séance.
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flavia0vasco · 5 months
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SEQÜÊNCIA 13 - A ILHA DO PESCADOR
Bateu à porta. Uma lua cheia guiou-o pelo caminho. E na fina réstia iluminada das frestas vinda do interior da moradia, achou esperança de chegar em boa hora.
Saulo apareceu. De novo, a cuia. Só que dessa vez cheia de carne de baleia e farinha de mandioca passada na água, fazendo um pirão. Juntou entre os dedos um punhado, e deu uma bocada. Fez sinal pra André entrar. Lambeu os dedos, fechando a porta com o cotovelo. Foi até o cabideiro horizontal, suspenso na parede, e dum lado do alforje tirou uma cumbuca de bambu, dentro da qual distribuiu mais alimento, tirado da tigela à mesa, para servir André.
Este comeu a contrafeita. O primeiro gosto do pitéu contraiu-lhe o estômago, entendido agora porque a carne não era apreciada na mesa civilizada, como se lia no diário. Teve a impressão de ter lido em algum lugar serem os japoneses uma exceção. Enrugou a cara sem demonstrar. O engulho cresceu demasiado sem a careta.
Farto o desjejum, os preparativos para zarpar deram na beira d`água. Tatuís esperavam enterrados na areia. Também ali, num furinho, foi ter Saulo, com um cano de bambu, de onde saiu um corrupto, afundado no bater das ondas. André se admirou.  
Percorreram mais a beira da praia entapetada de pequenas conchas, que foram aqui e ali coletadas num “saco” de vime, e jogadas enfim num grande baú de couro de crocodilo, cheio da água do mar, aonde iam parar as demais iscas. Em meio a esse trabalho, surgiam aqui e acolá, siris no vai-e-vem da maré, indo lá os catadores de conchas ao encontro deles.
A essa cata, para o primeiro pescado, seguiu-se a manobra para içarem as velas, sob o frio da manhã ainda nascente. Saulo desfez o nó da quilha, da corda atada, na outra extremidade, ao pino de pau tosco sob a areia, e com a ajuda de André deslizou o casco até as espumas, espargidas sob os pés descalços, e ondeadas, até a altura da canela. Num impulso, ele venceu, com destreza, a baixa rebentação, saltando o costado. Estabilizado o balouço, imitou-o André. Meio desequilibrado.
Um tronco de jangada acabou de embalar a saída pra longe do banco de areia. Saulo fez esse movimento de empurrar e tirar a verga da água, até não mais dar pé. Na esteira de Saulo, agachado à popa, André arrastava do fundo, com um arado rudimentar, um lodaçal de algas verdes, despejando-o num balde ripado de madeira, usado pra fazer argamassa. Uma vez lançados ao mar, enfrentaram a suave vagação, à força de remo, até o ponto de lançarem a rede. Velas recolhidas, eles plainaram na brisa e na ondulação, protegidos pelas blusas de frio e calças compridas. O blusão de Saulo, imitando as mantas alérgicas amarronzadas, de outrora, usadas nas casas dos avós de André -- cheirando a mofo, e finamente espessas --, vinha tal qual salpicado por diminutas pintas vermelhas, verdes, amarelas e brancas, encimando a blusa de linho cru, trazida sempre aberta no peito. A alpercata de couro preto, trançado, compunha o resto do seu conjunto, com o linho da calça. André destoava dele com a regata por baixo da blusa de moletom, junto com a calça de cambraia, e a sandália de dedo.
O primeiro arrasto trouxe junto a pequenos peixes, camarões – um marisco fortemente atrativo para uma grande quantidade de peixes. Na sua esteira, um pouco além, veio um molusco, lulas. Trazido a bordo, antes da passagem de um cardume inesperado de sardinhas. Acumulados em boa quantidade, garantiam uma série de batidas. Mais à frente, se precisassem tinham ainda, nos costões, os mexilhões para serem iscados.  
Passaram o resto da manhã sem palavra, apenas moxixos, entre um comando e outro da pescaria. André, sempre de olho, pegava a manha de botar uma isca na pesca do peixe certo. O primeiro a ser pego foi um pampo. Na boca do qual foi morrer um tatuí.  Que atraiu o peixe pelo seu movimento, preso no anzol pela carapaça. Depois foi a vez do sarnambi dar o seu show: a conchinha. Também, balançando, com um toquinho de seu corpo só pra fora do anzol, fez-se apetitoso para o seu predador. André viu Saulo preparar a isca: este pegou do molusco, espetando-o no anzol, por cuja ponta passou trançando-o três vezes. Fixou-o então na parte superior com uma linha, para que não escapasse fácil. Esse cuidado com a fixação também era exigido na hora de iscar o siri, que tinha o corpo muito mole, retirada a casca bem dura. Outro segredo, que descobriu André, foi esfregar bem o corpo do camarão contra a linha do anzol para liberar seu cheiro, e aguçar ainda mais o interesse de seus admiradores. A lula, por sua vez, tinha fama de não se soltar fácil do anzol. Mas, era preciso prepará-la: primeiro, com as mãos extraía-se a cartilagem enrijecida, em suas costas, que retinha a tinta em seu interior: a “pena”. Segundo, ainda com as mãos, arrancava-se os tentáculos. E, por último, com uma faca faziam-se anéis de 0,5 cm de espessura, da sua parte superior, transformando-os em seguida, em filamentos, deixados um dedo pra fora do anzol.
Entre um turno e outro em que Saulo chamava os peixes, André tinha tempo de espiar no diário, mais um registro. De início, Saulo, estranhou o atrevimento do menino de trazer consigo um objeto tabu do Pescador.  André confessara ter bulido em suas coisas, e que planejava inventar uma história com base no que descobrisse ao longo de sua viagem. Sem entender direito aquilo, Saulo deixou de lado a repreensão, e voltou a ter com suas prendas.
André leu:
Morei 52 anos nessa ilha. Percorri cada palmo de terra e braço de mar e de rio. Desvendei todos os seus segredos com sua gente sábia e encantada. Mirei a ponta da minha lança no meio da cabeça de cada baleia que abati, até os primeiros dez anos, após minha chegada aqui, não mais para manchar-me de ambição irrefletida e maldade insana do sangue emplastado delas no meu condenado juízo, mas para alimentar a quem precisasse.
Noutro trecho, a página virada mais atrás dizia:
A Festa da Baleia, em fins de setembro, quando se encerrava a temporada de caça, na armação da baía, era comemorada na minha rua - a principal do povoado - junto aos pescadores, com grande pompa, como um carnaval. De dia, a igreja era invadida por fiéis, e de suas escadarias saía uma enorme baleia rosa, confeccionada de estrutura em arame, revestida de isopor, e envolta num panejamento propriamente costurado para conferir-lhe a feição devida. Vinha cheia de fitas e lantejoulas, coloridas, até o mar, onde era lançada em grande algazarra, numa jangada.
... Na ilha, a cerimônia era muito mais singela: era servida a sopa da carne de uma baleia, quentinha, com pão, pra agradecer a fartura, e render a esses cetáceos, sagrado apreço e mimos, enquanto verdadeiros totens do mundo à nossa volta, em que a jubarte reinava incólume desde tempos imemoriais. Ali, a caça era sem tempo, mas conhecia um único propósito: alimentar os aldeões. O dia da oferenda coincidia com o de maior afluxo dos vários espécimes que faziam da ilha o local de passagem para águas mais quentes. 
Posto isso, de repente, num assomo de incredulidade, postou a meio palmo de André a visão do andrajoso. Veio calmo, e sentou-se ao seu lado. Tirou a boina, como da outra vez, e olhou o diário, dizendo:
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- Vou lhe contar uma história:
Nem sempre essa ilha foi um refúgio de paz. Houve um dia em que tudo desmoronou. Após uma tempestade fatídica, sobre ela se abateu um verdadeiro massacre. 1947. Foi o ano. Com a bonança, no dia seguinte, vieram os navios baleeiros prontos pra matança. Sacha era uma baleia jubarte sob a mira dos canhões. Como milhares delas. Com a diferença de que ela nutria por um homem uma amizade sincera. E vice-e-versa. No dia em que foi alvo dos ataques, ela tinha 50 anos. Ele, 92. Se conheceram em 1912. Ele na altura dos 57, e ela na altura dos 15. Estava a caminho de dar cria ao seu segundo filhote: Sancho. Na ocasião, Tico, o mais velho, de apenas 1 ano, encalhou na praia, e foi salvo pelo seu benfeitor -- o tal homem -- com a ajuda de todo o vilarejo. Sacha nunca esqueceu o gesto daquele homem, o mais devotado de todos, que agiu como se não contasse com mais ninguém. Administrou as bandagens por todo o corpo do baleote, para evitar queimaduras do sol, e manteve controlada a temperatura com intermináveis banhos de baldes de água do mar. Até que a providência maior mandou uma maré mais alta, e o desenganado, conseguiu desvencilhar-se da areia, deslizando pelo mar adentro. Continuaram os contatos entre eles ano após ano, com momentos muito felizes. Em 1924, no entanto, uma tragédia deu cabo à vida do outro filhote, Sancho. Novamente o homem tentara salvá-lo -- como ao outro --, dessa vez do ataque de um tubarão. Mas, foi em vão. Em contrapartida, foi ele mesmo, salvo pela baleia que, milagrosamente, livrou-o dos dentes do assassino. Daí, por diante, suas histórias se entrelaçaram, ainda mais, e todos os anos pelo resto de suas vidas, renovaram os votos de camaradagem, à presença de Tico, o mais velho.    
No dia em que chegaram os baleeiros, o mar estava calmo. As ondas domadas. Quase não havia marola. O homem sem prever a calamidade, botou-se a desenhar à ponta de um lápis-carvão o animal que tanto o admirava. Desenhou-lhe a cauda, marcando em cada traço a sua característica. Uma digital. Não demorou dois minutos, o tempo de guardar o esboço numa caixa, os sanguinários abriram fogo contra os cetáceos, com seus arpões de lanças explosivas, a partir de canhões. As jubartes eram os principais alvos. Poucos da espécie submergiram vivos.
Num ato heróico, o homem intercedeu a favor de Sacha, e a meio caminho dela e do baleeiro se interpôs para evitar que fosse atingida por um arpão. O barco em que estava não agüentou a força das águas insurgentes a reboque do grande navio, e virou, naufragando no oceano, depois de ser destroçado no impacto.
Não sobrou alma viva pra ressuscitar o homem. Esse morreu, no fundo do oceano, sem salvar sua amiga e companheira, que também soçobrou depois de ter os miolos estourados pela ponta de um arpão explosivo.
André não sabia o que dizer. A presença daquele velho o perturbava. Ou fosse o que fosse. Saulo parecia não notá-lo. Claro que não. Ou teria se virado, dito algo, esboçado reação. Não fosse mesmo uma aparição, o outro o perceberia. Mas, por que André? André começava a duvidar de suas faculdades mentais.
Num ato impensado para se ater ao mundo real, recorreu ao diário, folheando a esmo algumas páginas. Perturbado, deu num esboço de um desenho. Olhou bem, e quase não acreditou: era a cauda de uma baleia. E no lado, a descrição dizia: Sacha.
Se o tal homem da história, era o Pescador, o que o andrajoso teria a ver com ele? Como sabia da tal história? E se sabia, como explicar sua aparição? Ele tinha que ser real, de alguma forma.
Quando se voltou pra fazer as perguntas, já não havia mais ninguém lá. Mas, uma cena mudou todo o seu semblante. Atrás de um grupo de jubartes, não muito longe dele, um indivíduo seguido de outro em seu rastro, exibia uma série de posições na água. André, capturado pela rara exposição, empunhou a câmera, em zoom, e registrou o cetáceo em várias modalidades de salto. Repassou as fotos pra ver, e o padrão que viu na cauda, não lhe passou despercebido: era o mesmo que a pouco conferira nas linhas do desenho. Sem acreditar, garantiu, era mesmo Sacha.
***
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fluvialidades · 7 months
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triste, coloquei milongas pra tocar eqto lia diorama, da Carol Bensimon
senti paz no coração
fazia mto tempo que eu não conhecia esse sentimento
é um jeito de voltar pra casa
eu tomaria um chimarrão
senti falta da luz esbranquiçada de sol em dia de inverno úmido
do barulho da brasa na churrasqueira
dos momentos de silêncio entre eu e o pai
da cuia grande e da erva muito verde
eqto todo mundo dormia e só eu e ele estávamos acordados
fui feliz e sabia.
mas durou pouco, muito pouco.
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rodadecuia · 11 months
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mardelivros · 2 years
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Casa Verde. Plantas para interior - Harri Lorenzi - Ed. Plantarum
Casa Verde. Plantas para interior – Harri Lorenzi – Ed. Plantarum
CASA VERDE. PLANTAS PARA INTERIOR – 1ª Edição – São mais de 800 plantas, ilustradas por uma única fotografia de seu hábito, cultivada especialmente para isso em vasos de piso, de mesa ou suspensos (cuias), dependendo do tamanho e hábito da planta, geralmente durante 1 ano no mínimo, de maneira a dar ao leitor uma noção básica da sua beleza máxima. As fotos, quando desprovidas de crédito, foram…
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blogoutside360 · 4 years
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Melhores Bules Térmicos
Se o que você quer é acampar ou fazer um piquenique ao ar livre junto com os seus familiares ou amigos, o melhor é se preparar e levar consigo os melhores acessórios para todas as atividades. E é claro, não se esqueça também de levar um dos melhores bules térmicos.
Além de uma boa barraca, sacos de dormir, mochilas, roupas adequadas, etc, você precisa de bons acessórios para garantir que todo momento seja especial e prazeroso enquanto olha o brilho das estrelas no céu.
Melhores Bules Térmicos em 2020
Invicta WaveBule Térmico com a Melhor DurabilidadeR$ 137,99 na Amazon Invicta Viena VelvetMelhor Bule Térmico com o Menor Preço18% OFFR$ 37,90 na Amazon Tramontina Exata GrafiteBule Térmico com as Melhores Funcionalidades11% OFFR$ 139,99 na Amazon Invicta Bule Viena MetalizadoMelhor Bule Térmico com Visual MetalizadoR$ 63,87 na Amazon Sanremo Linha CuidarBule de Plástico mais ResistenteR$ 65,81 na Amazon Tramontina ExataBule Térmico em Aço Inox9% OFFR$ 151,41 na Amazon Sanremo Linha ReunirMochila Mais ResistenteR$ 58,08 na Amazon
Uma viagem ao ar livre, como um acampamento ou uma trilha, envolve uma série de abstinências temporárias de muitos hábitos cotidianos – como assistir TV, contar quantas curtidas você recebeu no Instagram em seu iPhone XS, verificar o e-mail e assim por diante.
Mas se abster de tomar a sua bebida favorita? JAMAIS!
Esse prazer é simplesmente grande demais para deixar para trás. E com os acessórios que você que você irá ver aqui, você não precisará fazer isso.
Se você acha impossível carregar a sua bebida quente durante as suas atividades, você está muito enganado! Os bules térmicos foram criados exatamente para isso: deixar aquela bebida que você tanto ama quente o suficiente durante um longo período de tempo.
Neste conteúdo, o Outside360 vai te ajudar a escolher o melhor bule térmico para suas trip. Confira!
Bebidas e benefícios
Uma xícara de chá, um cafezinho passado na hora, chocolate quente, chimarrão, e por aí vai… São vários os tipos de bebida que podem ser interessantes para você saborear com seu bule térmico. Aí vão algumas sugestões:
Chá
Não importa a estação do ano, o chá pode ser uma bebida saborosa, já que pode ser servido gelado ou quente. Mas seus benefícios vão muito além do refresco. Há muitas pesquisas mostrando que beber chá pode realmente melhorar sua saúde.
O mais recente estudo, publicado pelo instituto European Journal of Preventive Cardiology, selecionou cem mil pessoas na China para uma pesquisa e descobriu que aqueles que bebiam chá regularmente.
Estas pessoas eram menos propensos a desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica ou morrer prematuramente de qualquer causa – particularmente de acidentes vasculares e cerebral – em comparação com outros durante um acompanhamento realizado ao longo sete anos.
O chá verde e o chá preto estão entre os mais benéficos para a saúde, de acordo com pesquisas.
Claro, que além de saudável, também podem ser muito saborosos, além do que, podem ser facilmente preparados.
Café
O café tem sido elogiado e demonizado há muito tempo. Isso porque, essa bebida termogênica e estimulante foi até acusada de causar impotência e loucura no passado, outras vezes uma cura para a preguiça ou “presente do céu”.
Felizmente, com a avanço da medicina e da comunicação, hoje sabemos que o café pode ser um ótimo aliado à saúde, caso seja consumido com moderação.
A cafeína, é conhecida como a substância psicoativa mais consumida no mundo, é o ingrediente mais conhecido do café.
Seus efeitos benéficos no corpo humano já foram bastante pesquisados, mas o café como um todo é uma bebida complexa com mil substâncias diferentes.
Até há alguns estudos argumentam que o café descafeinado e com cafeína podem ter os mesmos efeitos para a saúde e sugerem que não é a cafeína que é responsável pela maioria dos benefícios do café à saúde.
A pesquisa sobre o café e seus prós e contras para os humanos está longe de terminar, mas uma coisa é certa: é uma delícia bebê-lo logo pela manhã para dar aquele pique!
Portanto, aproveite ao máximo essa bebida tão requintada, sabemos que um bom cafezinho quentinho é sempre bem-vindo, mas para isso é preciso ter uma boa cafeteira.
Chimarrão
O chimarrão é uma bebida extremamente quente, tradicional dos povos do sul da América do Sul. Muito popular entre os brasileiros do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, a descendência dessa bebida histórica e cultuada é uma herança dos índios Guaranis, especialmente.
Para preparar esta bebida, você vai precisar de uma cuia, erva-mate moída, água aquecida, e claro, um bom bule térmico. Quem aprecia chimarrão tem esses itens sempre por perto!
Essa bebida é perfeita para saborear no meio da manhã ou no final da tarde. Além disso, você sabia que, além de manter o corpo aquecido nos dias frios, o chimarrão oferece uma série de benefícios para a sua saúde?
O chimarrão facilita a sua digestão, diminui a retenção de líquidos, nutre o corpo e até regula as funções sexuais!
Do que os bules térmicos são feitos?
A maioria dos bules térmicos são revestidos pelos seguintes materiais.
Plástico
Geralmente apresentam o melhor preço, porém pouca durabilidade. Os bules de plásticos levam a vantagem de serem extremamente leves para carregar na mala, não sobrecarregando sua mochila cargueira, por exemplo.
Polipropileno
Conhecido também como “termoplástico”. Essa classificação se deve a sua natureza de poder ser moldado dependendo da temperatura.
Tal característica é particularmente útil para a fabricação de peças especiais que terão diferentes destinações na indústria. Além disso, o polipropileno se destaca pelo fato de poder ser reciclado.
Aço Inox
Atualmente este tipo de material sinônimo de material durável e resistente, nos dando sempre a impressão de que é algo que não se deteriora mesmo sob condições adversas.
Dentre os tipos de materiais para bules térmicos, esse certamente é o que apresenta durabilidade unido a um visual moderno. Geralmente são os modelos mais caros para comprar.
Ranking: Quais são os melhores bules térmicos?
Confira a seguir os melhores bules térmicos que você vai encontra no mercado nacional em 2020:
1. Invicta Wave
Bule Térmico com a Melhor Durabilidade
Material: Aço Inox | Capacidade: 1 L | Peso: 1,1 KG
Revestido internamente por inox, o fabricante Invicta promete que seus bules são inquebráveis, pois possuem um acabamento externo e ampola em aço inoxidável de alta qualidade – muito apropriado para atividades de alta intensidade ao ar livre e também para carregar em viagens.
Além disso, o Bule Wave Aço Inox conta com um sistema de gatilho para maior praticidade, sendo ideal também para uso doméstico ou institucional, caso você deseje utilizar fora de suas aventuras.
Este bule cumpre com o que promete: conserva líquidos quentes e frios com maior durabilidade e apresenta um design moderno e charmoso ao consumidor.
R$ 137,99 na Amazon
2. Invicta Viena Velvet
Melhor Bule Térmico com o Menor Preço
Material: Polipropileno | Capacidade: 750 ml | Peso: 287 g
Este Bule Viena é um clássico da linha de garrafas térmicas da Invicta, marca queridinha das donas de casa.
Apesar de seu design simples, este produto é arrojado, podendo também ser ideal para uso doméstico e institucional, servindo sua bebida de forma eficiente e segura.
Fabricado de modo a conservar melhor a temperatura dos líquidos quentes e frios, este bule possui rolha dosadora, bico com sistema corta-pingos, além de contar com cores diferentes; o que deixa o acessório muito charmoso.
Além disso, ele é prático de carregar e resistente, sendo perfeito para viagens e atividades “outside”.
18% OFFR$ 37,90 na Amazon
3. Tramontina Exata Grafite
Bule Térmico com as Melhores Funcionalidades
Material: Aço Inox | Quantidade: 750 ml | Peso: 610 g
Este bule é da Tramontina, ou seja: excelência em qualidade e durabilidade. Tem dúvida? Pergunte aos seus avós.  
Produzidos para os amantes de café e chá que também se preocupam com estilo na hora da degustação, este acessório é ideal para manter sua bebida na temperatura ideal por muito mais tempo.
Além disso, tem um design limpo, intuitivo e está disponível em três cores diferentes para compra.
Com capacidade para 750 ml e de fácil manejo, o bule conta com sistema corta-pingos embutido e um canal que direciona o fluxo da bebida, evitando pequenos acidentes na hora de servir seus amigos, familiares ou clientes.
O produto é robusto, simples e moderno, ocupando menos espaço na mala.
11% OFFR$ 139,99 na Amazon
4. Invicta Bule Viena Metalizado
Melhor Bule Térmico com Visual Metalizado
Material: Polipropileno (PP) | Cor: Rosé | Peso: 480 g
Quem gosta de um visual mais chamativo, vai gostar deste modelo da Invicta.
Presente em todos os cantos, desde as passarelas internacionais a decoração da casa e cozinha. essa forte tendência do metalizado traz um visual futurista e moderno ao utensílio, além de melhorar o visual da sua atividade ao ar livre.
Além disso, este modelo Viena da Invicta também possui uma ampola de vidro e material externo revestido com polipropileno.
Também está disponível na cor Onix e Cobre Rosé, caso você queira fazer uma coleção, quem sabe.
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5. Sanremo Linha Cuidar
Bule de Plástico mais Resistente
Material: Plástico | Capacidade: 700 ml | Peso: 452 g
Este modelo da Sanremo conta com um design elegante, porém mais discreto que o anterior. Acompanha alça ergonômica, tampa rolha e bico direcionador que evita que a bebida pingue.
Sua superfície é polida e resistente e a durabilidade não deixa a desejar em relação a outros modelos de plástico.
Disponível também em diversas cores, a conservação térmica é de 6 horas quente e 12 horas gelado. Como é revestido com plástico, fica super leve de se levar na mala e transportar durante um acampamento.
R$ 65,81 na Amazon
6. Tramontina Exata
Bule Térmico em Aço Inox  
Material: Aço inox | Capacidade: 750 ml | Peso: 610 g
Este modelo também apresenta várias funcionalidades que garantem durabilidade e proteção na hora de transportar a sua bebida.
Com revestimento em três cores diferente, este utensílio da Tramontina não desaponta em nada. Além de apresentar um material robusto, também é leve: pesa apenas 610 gramas!
Assim como outros, apresenta o sistema corta-pingos embutido e um canal que direciona o fluxo da bebida, evitando pequenos acidentes na hora de servir seus amigos, familiares ou clientes.
9% OFFR$ 151,41 na Amazon
7. Bule Térmico – Sanremo
Melhor Bule Térmico para Todos os Gostos  
Material: Plástico | Capacidade: 1 L | Peso: 483 g
Não é à toa que este bule é um dos mais vendidos atualmente.
Sua capacidade de armazenamento chega até 1 litro, se tornando perfeito para servir uma quantidade maior de pessoas. O fabricante Sanremo promete bastante resistência e durabilidade, apesar de seu revestimento externo ser feito de plástico – o que proporciona um preço mais acessível ao consumidor.
A conservação térmica rende uma média 6 horas quente e 12 horas gelado, além de acompanhar uma alça ergonômica, tampa rolha e bico direcionador para evitar que pingue a bebida.
Destaque também para a variedade de cores disponíveis para compra: preto, rosa, branco e azul. Tem para todos os gostos e bebidas!
R$ 58,08 na Amazon
Conclusão:
Enfim, já deu pra perceber que não precisa gastar muito para carregar a sua bebida favorita quentinha certo?
Com até R$ 160 você pode adquirir o modelo que melhor te serve. Mas, tenha atenção para a quantidade de bebida comportada – isso pode evitar problemas de falta de bebida para todos presentes.
Outras questões para se estar atento são os materiais de revestimento interno e externo: isso vai definir e muito a durabilidade do seu Bule térmico e se ele vai sobreviver por muito tempo em suas aventuras ao ar livre.
Por fim, aproveite a funcionalidade desse utensílio da melhor maneira possível: bebendo deliciosos copos ao ar livre, sem a culpa de não ter escolhido um produto melhor.
Não se esqueça de deixar seu comentário e sua avaliação sobre o produto da lista que você adquiriu, pois isso ajuda muito a gente, ok?
Até a próxima!
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peterpicolin · 4 years
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Dores, sem acidente, ou seja, aquela q já te atinge no meio da madrugada e persiste durante o dia, tem relação direta com problemas digestivos. Olhando a primeira imagem vemos o pão (pronação pq o punho fechado e pronado lembra um pão ) e a sopa (supinação pq a mão forma a cuia). Podemos observar no vídeo q o rádio forma na pronação um X com.a Ulna. Bem ali podemos prender o nervo, acumular toxina q sem espaço ñ sai, ressecando e empedrando sobre o nervo, a artéria e a veia. Pressão no nervo traduz-se em dor de diversos níveis sendo formigamento o mais comum. Agora observe as outras imagens. A barriga seca do homem carnivoro, ou a do macaco evoluido (q fermenta plantas para produzir gordura saturada), leva os ombros a avançarem, prendendo o mesmo sistema NAVL, nervo, artéria, veia, linfa q conecta pescoço com o braço. É ali q vc precisa massagear, escovar, irritar, estimular com socos tipo Tarzan batendo no peito durante a caminhada...faça o q tiver q fazer, mas ponha essa cabeça e esses ombros para trás, empurra o esterno e os músculos do peitoral na direção das costas, pressiona no braço perto do cotovelo (busca numa das imagens a com o círculo verde) e rotaciona mão, braço e ombros para fora (supina). Tenta virar a carne para fora. Vira a carne como se o osso humerus fosse o espeto e segura na posição até sentir um jato frio chegar as mãos. Faz nos idosos com carinho e menos força, mas tenta. #reumatismo #artrite #inflamação por uma reação intestinal devido à comida ruim. Por isso começa de madrugada qdo o fígado se esforça em limpar o sistema de eliminação do tóxico da salada crua e os gyozis q vc comeu com shoyo no Japa ontem de noite. Vc paga atrasado o custo e acha q pegou covide de noite. Eu acho graça e me irrito ao mesmo tempo. Para os seguidores de regras por amor ao próximo; o Trump pegou corona mesmo seguindo as regras restritas da Casa Branca embora ninguém do Staff tenha tido positivo. Aerossol é física. Quem entender essa última frase tem direito à uma resposta ao seu quebra-cabeças individual. #comosobrevivernaselvaurbana #lowCarb #fibromialgia #dieta #cetogênica #paleo #dor #lieCarb https://www.instagram.com/p/CGFGzvhJCjTgYN6uV1jQ0OwRJ7YIpnrqPxDe-w0/?igshid=6v8wp1siwi9d
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hemerson · 7 years
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Maracujá
Merda. 
Assim que coloco o primeiro pé na casa percebo um fluxo morno e me sinto molhada entre as pernas. O local abandonado, sua cerâmica no chão com várias rachaduras, paredes descascando e lâminas da luz solar atravessando as janelas quebradas mostrando nuvens de poeira que flutuam por todo lado, nesse lugar sem móveis, mas abarrotado de histórias, contaminado por uma tristeza que forma uma camada densa e poluída, aqui foi o meu primeiro lar há mais de 30 anos. Desde então eu nunca mais tive um lugar para chamar de meu. Nem mesmo de lar. 
Subo as escadas e o corrimão possui uma crosta de poeira milenar. Teias de aranha proliferam entre o teto e as paredes e os filetes de sol que batem nelas dá um ar telúrico ao local com seus arco-íris artificiais. O silêncio dessa casa é o último suspiro de uma pequena família. Quando entro no quarto, que parece hermeticamente fechado, um ar morno e tóxico invade minhas narinas e eu me apresso em abrir a janela, o que faço com certa dificuldade. Lá fora está o quintal. O que antes era de um verde vivo e luminoso agora jaz entre o amarelado dos tempos e o cinza da degradação. Aquela antes frondosa mangueira agora só ergue fracamente galhos secos e o galho mais forte, o que ainda sustenta o balanço, se curvou deixando metade da tábua do balanço e parte da corda engolidas pela terra. Folhas secas e craquelentas se espalham por todo o terreno, em cores sem vida, formando um tapete quebradiço. Hastes retorcidas do que antes eram plantas frutíferas agora se levantam do chão com um cansaço que é de morte e se curvam ante sua sorte. Mas ali, bem no meio do quintal, ainda se ergue a armação feita por meu pai há tantos tempos. As longas estacas ainda estão firmemente fincadas ao chão, mas o que as cobre e cobre as outras estacas horizontais e amarradas a elas, são fibras secas, folhas mortas, tão poucas, sobreviventes de algum holocausto, que você consegue contar nos dedos. A terra seca é desbotada e rugosa como um papiro. 
Quando me ligaram na manhã de ontem para dizer que meu pai havia falecido, entrei naquele estado em que você acha que se escondeu em algum lugar, mas esqueceu  onde. Não que ele e eu ainda tivéssemos contato constante. Na verdade faz um ano desde a última vez que nos vimos. Desde que minha mãe morreu ele e eu meio que nos tornamos estranhos, mais ainda do que já tínhamos nos tornado. De forma que nunca fizemos muita questão de visitar o outro. Então ontem, na madrugada de ontem, quando ele foi levado por um AVC, foi como uma memória antiga me lembrando que eu ainda tinha um pai. Sendo filha única fui lá eu cuidar de todas as coisas: o funeral, o sepultamento, as declarações de pêsames. Tudo com o dinheiro que ele deixou, já que eu só recebo o suficiente para me manter. Depois disso tudo eu soube que ele havia me deixado essa casa como herança. Casa que ele já nem morava, talvez abandonado, penso eu, por manter as lembranças de um passado até feliz e da mulher com quem ele viveu grande parte de sua vida. No caminho entre o cemitério e a casa eu passo na farmácia e quando chego no antigo lugar onde escrevi minha infância, algo dentro de mim se revolve, se revolta, como uma comida que me fez mal e quer se expulsar. Então estou aqui hoje, não mais como a criança que brincava naquele quintal e que sozinha se balançava sob aquela árvore, mas a mulher com quarenta anos que ainda não sabe o que fazer com sua vida. Esse era o meu quarto e a visão do quintal era a primeira imagem que eu via todos os dias. 
Vou até o banheiro e, óbvio, não tem papel higiênico. O líquido quente e copioso que sai de mim parece me despertar para a realidade deste lugar em decadência. Os fantasmas que assombram essa casa são de coisas inacabadas e de coisas extremamente feitas. Retiro a calcinha sob o vestido e jogo aquilo ensanguentado num canto qualquer, me limpo e me seco com lenços umedecidos o melhor que consigo, colocando em seguida um absorvente interno que eu trouxe na bolsa. Essa cena toda está sendo observada e só me dou conta minutos depois. Há um espelho enorme ao lado da pia e eu, sentada no vaso sanitário, rio de mim mesma. 
Volto para o quarto e na janela minhas memórias vão redesenhando esse cenário, colorindo o passado. As imagens se formam como em um sonho. Toda manhã eu acordo com o canto dos pássaros que se aninham na mangueira. Quando abro a janela uma saraivada de pássaros alça voo dentre as folhas, como um enxame de abelhas. Do lado esquerdo do quintal, o que parece um tapete verde, é uma pequena plantação de batatas que geralmente vão para a mesa do jantar. No lado direito, uma pequena horta com feijão, tomate e pimenta é regada constantemente e dá os frutos que enchem nossos pratos no almoço. Bananeiras e um pequeno milharal também se juntam a todo o verde. Eu sempre ouço das outras pessoas a frase "ele tem boa mão pra plantar", se referindo ao meu pai. Apesar de não entender muito bem aquelas palavras, eu sei o que em resumo elas significam. Mas a atração principal do quintal é o que fica exatamente no centro dele. O maracujá. Do tupi "mara kuya", significa alimento de cuia, fruto produzido por plantas do gênero passiflora. Mas calma, não vá me achando tão inteligente. Eu só decorei isso porque tive um apego muito grande a essa planta. Lembro quando meu pai construiu a armação para que o maracujá, que é uma planta trepadeira, pudesse se emaranhar. Cinco pares de estacas verticais com outras horizontais amarradas acima das primeiras. Quando a planta invadiu toda a armação, como um exército avançando e conquistando, aquilo parecia um cobertor verde de onde brotavam flores ornamentais que eu acho muito bonitas e frutas grandes e brilhantes. Da janela você vê que a armação tem a forma de um M. Ou um W, dependendo de que lado você olhe. A planta faz daquilo um túnel onde eu gosto de passar a maior parte do dia, iluminado pelo sol que entra pelas frestas e perfumado pelo pólen das flores. Eu pego uma mangueira e molho toda a extensão da armação, às vezes esfregando as folhas para tirar a poeira, e a junção das gotas de água com os filetes do sol no emaranhado de galhos retorcidos e folhas verdes formam uma espécie de névoa que me hipnotiza. 
Quando não chove eu mesma cuido de ficar com a mangueira próxima para molhar as folhas. Aquele túnel se tornou meu próprio mundo, reminiscências de contos de fadas, contendo uma atmosfera celta circundante de brumas onde abelhas e borboletas que voam entre as flores de maracujá são fadas vindas de uma dimensão não tão distante. Ali, coberta pelo manto verde e segura pelo túnel, eu construo minha própria realidade composta pelo tecido dos sonhos. O pólen flutua no ar com um aroma que me causa certo torpor confortável. Demorei muito a compartilhar aquele meu canto íntimo com outra pessoa, o que, se eu soubesse antes, nunca teria feito. Com ninguém. 
Tenho 12 anos e chamo um amigo da escola para experimentar o balanço na minha casa. Ele se interessa pelo "túnel" e eu exito porque aquele, para mim, é um lugar sagrado. Mas logo cedo, eu cedo e lá estamos nós debaixo do manto verde. Gotículas ainda caem de algumas folhas e os raios solares conduzem o clima etéreo de meu mundo de fantasia. Não sei se ele também vê isso, mas é ali, entre o emaranhado de meus sonhos, que tenho o meu primeiro beijo. Não sinto nada de sobrenatural, não explodem fogos de artifício nem vejo estrelas. Apenas sinto a língua dele, uma língua áspera, de sabor amargo, tão áspera quanto a língua do gatinho que vou adotar dois anos mais tarde. Os vizinhos, nesse momento, ouvem Love Me Do, dos Beatles, e um pingo de água cai bem na minha bochecha, me fazendo rir. Esse garoto, depois desse dia, eu nunca mais o vi. Ele mudou de cidade no dia seguinte.
Tenho 14 anos e acabo de chegar da escola. Meus pais estão no trabalho. Chamo um amigo para ir até minha casa e no quintal eu percebo que, diferente do garoto de meu primeiro beijo, ele está interessado em outro "túnel". Os genes que formaram a bela bunda da minha mãe me agraciaram também e, assim como ela fazia sucesso entre os garotos na escola durante sua adolescência, eu sigo seus passos. Está chovendo fracamente, então a névoa do maracujá invade todo o túnel. Nós estamos nos molhando e nos beijando. Os vizinhos, no momento, estão ouvindo I Want To Hold Your Hand, dos Beatles, e talvez por isso no futuro eu não irei suportar ouvir essa banda. Enquanto nos beijamos, esse garoto, ele aperta minha bunda, depois aperta meus seios, que estão ficando grandes, então em algum momento ele abre o zíper de sua calça e tira lá de dentro o que parece ser um dedo. Um dedo grosso, comprido e sem ossos, com veias no seu comprimento e várias rugas na base, a qual se perde dentro de sua calça e entre alguns pelos. Ele conduz minha mão e me faz pegar naquilo. Eu não faço ideia do que fazer, então apenas aperto. Fico apertando, como ele faz com minha bunda e meus peitos. Como ele não reclama, eu continuo. Essa é uma das memórias que me farão sentir ridícula no futuro, invocando o passado e abrindo um sorriso tolo e envergonhado. Mas quem é que não tem lembranças ridículas? Ele então tira minha calcinha sob a saia, me ergue em seus braços, aí eu enlaço seu pescoço com meus braços, enlaço sua cintura com minhas pernas e quando ele coloca aquilo dentro de mim, dói, me machuca um pouco, e eu, novamente sem saber o que fazer, só falo "aí", gemo "isso, isso", sussurro "assim", porque acho que é isso que tem que ser feito quando se perde a virgindade. Então depois do orgasmo, naquele momento imediato e solitário, uma solidão sólida que apagava as lembranças e ultrapassava a morte, algo em meu corpo gritava que eu não havia só perdido a virgindade. Eu havia perdido algo muito maior. 
No ano seguinte chega o meu aniversário de 15 anos, mas se eu pudesse apagar esse dia não só da minha memória como da realidade, eu o faria. Nesse dia, nesse exato dia, a rotação em torno do eixo demorou mais de um ano. O sol se põe e o céu está em chamas. Minha mãe foi pegar o bolo e mais tarde chegarão parentes e amigos para uma pequena comemoração. Meu pai, que é fã de Beatles, colocou para tocar Twist and Shout. Ele me diz para esperar sentada na cozinha. Estou lá, tamborilando os dedos na mesa embrulhada em meu novo vestido cor marfim e ele surge com uma garrafa de vinho, duas taças e um sorriso malicioso nos lábios. Diz que já é hora de eu experimentar e uma excitação invade meu corpo. Meu pai e eu sempre fomos muito chegados, até mais do que minha mãe. Eu vivia nos braços e no colo dele, sempre sendo acariciada, mimada. Quando percebi que havia algo de errado naquele excesso de carinho que até então eu julgava normal, já era tarde demais. Ele enche as duas taças. Como eu nunca havia bebido, apenas o imito e ele bebe como se fosse água. Na língua o líquido é doce, mas na garganta uma pequena queimação faz cócegas e me leva a tossir, arrancando uma gargalhada dele e um sorriso meu. Quando ele enche a segunda taça, eu já estou um pouco tonta. Rio e falo descontroladamente e ele apenas me observa. Beberica o vinho pacientemente e sorrindo. Na minha empolgação eu o puxo pelo braço até o quintal, mas antes tomo um gole enorme. As palavras na minha cabeça se unem perfeitamente, mas na minha boca elas são deformadas, então ele não deve estar entendendo nada do que eu falo quando entramos no túnel. O cobertor verde gira ao meu redor e os poucos sons são ecos distantes. Eu quero contar a ele daquele lugar e da magia que o envolve. Quero falar do clima de conto de fadas que ele evoca. Mas nada sai como eu planejo. Meu pai me encosta junto de uma das estacas e me coloca de costas para ele. Eu tento falar alguma coisa, mas nada audível sai. Sua mão, grande e forte, agarra meus pulsos acima da minha cabeça, com a outra mão ele abaixa minha calcinha e levanta o vestido. As coisas estão acontecendo com a mesma forma que tem o tecido dos sonhos, se transformando em pesadelo, tudo rápido e embaçado. Eu ouço o barulho do zíper sendo aberto e sinto um odor azedo e fétido erguer-se no ar. Meu corpo não me obedece, ele vibra em espasmos aleatórios e quando eu tento algo como um grito a mão dele tapa minha boca, cobrindo quase completamente o meu rosto. Quando ele coloca aquela coisa monstruosa dentro de mim a dor é grande e se intensifica porque ele dá estocadas violentas sob meus protestos abafados. Lágrimas caem em profusão na mão que me impede de gritar e meus pulsos, eu acho que não os sinto. Meu corpo sua, minhas pernas tremem e uma queimação dolorosa ataca minha vagina e mais para dentro. 
O que acontece depois sou eu chorando e tonta, minha mãe me perguntando o que aconteceu, minha vagina sangrando e dolorida. Quando consigo contar o que aconteceu minha mãe apenas coloca a mão em meu ombro e diz para eu não me preocupar, pois nunca mais irá acontecer. Só isso. Ele não é denunciado, não temos uma conversa séria e longa sobre isso, apenas querem que eu esqueça. Realmente nunca mais aconteceu e eu nunca soube o que minha mãe fez para garantir isso. Então o resto da noite sou eu forçando um sorriso triste para os convidados e sentindo dores internas. Sou eu me afastando o máximo que posso de qualquer contato com meu pai e com as mãos tremendo. Meus olhos contém um horizonte infinito de tristeza. Dias depois recebo a notícia que nunca poderei ter filhos. De que sofri lesões. E minha mãe diz que eu não posso falar a ninguém sobre isso. Os dias seguem como se eu ainda estivesse bêbada. Meu pai nem me olha mais. Minha mãe age como se nada tivesse acontecido. Eu nunca mais fui ao túnel. Aquilo agora é um cemitério de fadas, um deserto de tristeza assombrado por fantasmas que, por alguma razão, ouvem muito os Beatles. Todas as folhas e flores ornamentais vão morrendo aos poucos e os frutos se tornam púrpura-escuro, apodrecendo como meu próprio corpo. Minha vida depois daí vai se definhando do mesmo jeito que o maracujá. 
No cemitério, depois que todos foram embora, eu fiquei diante da lápide, relembrando os quarenta anos que conheci esse homem. Cuspi na terra sob a qual seu caixão agora repousa. Infelizmente só ele morreu. A lembrança dele está condenada a ficar comigo até minha própria morte.
Hemerson Miranda
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Aprenda a reaproveitar sementes e raízes para fazer sua horta
Reaproveitar sementes de frutas e raízes de hortaliças pode ser uma boa opção para começar a cultivar pequenas hortas em casa. Segundo José Antonio Alberto da Silva, pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), é possível aproveitar sementes de abacate, jabuticaba, pitanga, manga, jaca, tomate, maracujá, melancia, abóbora e pitaya para gerar novas fruteiras, além de aproveitar as raízes que veem em maços de alface, almeirão, chicória, salsinha e cebolinha.
Confira as dicas abaixo e aproveite para colocar a mão na terra!
Frutas
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Foto: Silvia Rita | Pixabay
Escolha frutos com aparência saudável e muito bem maduros. Retire as sementes, lave-as em água corrente para retirar a polpa e mucilagem. Deixe escorrer e coloque as sementes para secar sobre folhas de papel ou jornal, em local sombreado e com boa circulação de ar.
Revolva as sementes periodicamente para não grudarem e a secagem ser mais homogênea. Assim que ficarem secas, as sementes podem ser plantadas ou guardadas.
O pesquisador da APTA lembra que algumas espécies chamadas recalcitrantes, necessitam ser plantadas logo após a retirada da polpa, senão, ressecam demais e morrem, como é o caso da pitanga, jabuticaba, abacate, manga, abiu e jaca.
Outras, como sementes de tomate, pimentas, maracujá, pinha, melancia e pitaya, podem ser guardadas em sacos de papel em local fresco, por algum tempo. A abóbora também pode ter a semente guardada por mais tempo em sacos de papel. A dica de Silva é que as sementes sejam retiradas de frutos bem maduros.
O pesquisador explica que isso não impede que se adquira sementes selecionadas já prontas para o plantio, que são facilmente encontradas para venda em grande diversidade de espécies. “É preciso que o cultivo seja feito em local com luz, água, boa terra, boas sementes e mudas. Esta é uma boa forma de aliviar a tensão e o estresse”, afirma o pesquisador da APTA.
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Foto: Emilia Baczynska | Pixabay
Algumas verduras como alface, almeirão, chicória e condimentos como salsinha e cebolinha, chegam na sua casa em maços, ainda com as raízes, principalmente, as cultivadas em sistema hidropônico.
Neste caso, retire as mudas cortando uns três dedos acima das raízes; separando as mudinhas que podem ser plantadas em canteiros, jardineiras, vasos e cuias em paredes verdes, podendo formar uma horta suspensa ou jardim vertical.
Logo elas começarão a emitir novas folhas em um novo ciclo de produção e estarão prontas para serem consumidas em saladas.
Como iniciar uma hortinha
As sementes das frutas e as raízes das hortaliças podem ser plantadas em embalagens recicláveis como as cartonadas usadas em leite tipo longa vida e garrafas pet. Esses recipientes precisam ser preenchidos com terra boa para a formação das mudas, que depois de crescidas, podem ser transplantadas para vasos maiores.
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Foto: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Para um bom desenvolvimento das plantas é importante o preparo do vaso, a começar pelo sistema de drenagem:
Coloque no fundo do vaso uma camada de 3 a 5 cm de argila expandida ou pedra brita, tomando o cuidado para não obstruir os furos de drenagem no fundo do recipiente;
Insira um pedaço de manta acrílica para paisagismo (Bidim), cobrindo bem toda a argila ou brita;
Coloque de 2 a 3 cm de areia grossa, de rio ou construção. Isso vai evitar que o excesso de água saia com a terra e manche o piso da sua casa;
Preencha o recipiente com terra preparada, rica em matéria orgânica. “O Ideal é usar aquelas preparadas com terra vermelha, esterco curtido ou composto orgânico, casca de pinus decomposta, calcário e fósforo”, afirma o pesquisador da APTA;
Distribua as sementes e faça a cobertura com o mesmo substrato sem enterrar demais. As sementes maiores devem ficar um pouco mais enterradas. As menores, apenas polvilhe bem o substrato.
Molhe levemente, diariamente e sem excessos, lembrando que tanto o excesso como a falta de água são prejudiciais. Coloque o dedo na terra e assim você irá sentir e calibrar a umidade.
A quantidade de plantas por vasos vai depender do tipo de planta a ser cultivada. Informe-se sobre o porte da planta e defina o espaçamento suficiente entre elas. Observe também, qual o hábito de crescimento, se é rasteira, como abóbora, melão e melancia; arbustiva, como pimentas, pimentão, berinjela, jiló, quiabo, romã, acerola e pitanga; ou trepadora, como tomate, pepino e vagem, que precisam de estacas de suporte. Pitaya, maracujá e abóboras podem ser cultivadas em pergolados.
Cuide bem da sua horta e jardim. Não deixe água parada para não ter criadouro de mosquito da dengue.
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flavia0vasco · 5 months
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SEQÜÊNCIA 13 - A ILHA DO PESCADOR
Bateu à porta. Uma lua cheia guiou-o pelo caminho. E na fina réstia iluminada das frestas vinda do interior da moradia, achou esperança de chegar em boa hora.
Saulo apareceu. De novo, a cuia. Só que dessa vez cheia de carne de baleia e farinha de mandioca passada na água, fazendo um pirão. Juntou entre os dedos um punhado, e deu uma bocada. Fez sinal pra André entrar. Lambeu os dedos, fechando a porta com o cotovelo. Foi até o cabideiro horizontal, suspenso na parede, e dum lado do alforje tirou uma cumbuca de bambu, dentro da qual distribuiu mais alimento, tirado da tigela à mesa, para servir André.
Este comeu a contrafeita. O primeiro gosto do pitéu contraiu-lhe o estômago, entendido agora porque a carne não era apreciada na mesa civilizada, como se lia no diário. Teve a impressão de ter lido em algum lugar serem os japoneses uma exceção. Enrugou a cara sem demonstrar. O engulho cresceu demasiado sem a careta.
Farto o desjejum, os preparativos para zarpar deram na beira d`água. Tatuís esperavam enterrados na areia. Também ali, num furinho, foi ter Saulo, com um cano de bambu, de onde saiu um corrupto, afundado no bater das ondas. André se admirou.  
Percorreram mais a beira da praia entapetada de pequenas conchas, que foram aqui e ali coletadas num “saco” de vime, e jogadas enfim num grande baú de couro de crocodilo, cheio da água do mar, aonde iam parar as demais iscas. Em meio a esse trabalho, surgiam aqui e acolá, siris no vai-e-vem da maré, indo lá os catadores de conchas ao encontro deles.
A essa cata, para o primeiro pescado, seguiu-se a manobra para içarem as velas, sob o frio da manhã ainda nascente. Saulo desfez o nó da quilha, da corda atada, na outra extremidade, ao pino de pau tosco sob a areia, e com a ajuda de André deslizou o casco até as espumas, espargidas sob os pés descalços, e ondeadas, até a altura da canela. Num impulso, ele venceu, com destreza, a baixa rebentação, saltando o costado. Estabilizado o balouço, imitou-o André. Meio desequilibrado.
Um tronco de jangada acabou de embalar a saída pra longe do banco de areia. Saulo fez esse movimento de empurrar e tirar a verga da água, até não mais dar pé. Na esteira de Saulo, agachado à popa, André arrastava do fundo, com um arado rudimentar, um lodaçal de algas verdes, despejando-o num balde ripado de madeira, usado pra fazer argamassa. Uma vez lançados ao mar, enfrentaram a suave vagação, à força de remo, até o ponto de lançarem a rede. Velas recolhidas, eles plainaram na brisa e na ondulação, protegidos pelas blusas de frio e calças compridas. O blusão de Saulo, imitando as mantas alérgicas amarronzadas, de outrora, usadas nas casas dos avós de André -- cheirando a mofo, e finamente espessas --, vinha tal qual salpicado por diminutas pintas vermelhas, verdes, amarelas e brancas, encimando a blusa de linho cru, trazida sempre aberta no peito. A alpercata de couro preto, trançado, compunha o resto do seu conjunto, com o linho da calça. André destoava dele com a regata por baixo da blusa de moletom, junto com a calça de cambraia, e a sandália de dedo.
O primeiro arrasto trouxe junto a pequenos peixes, camarões – um marisco fortemente atrativo para uma grande quantidade de peixes. Na sua esteira, um pouco além, veio um molusco, lulas. Trazido a bordo, antes da passagem de um cardume inesperado de sardinhas. Acumulados em boa quantidade, garantiam uma série de batidas. Mais à frente, se precisassem tinham ainda, nos costões, os mexilhões para serem iscados.  
Passaram o resto da manhã sem palavra, apenas moxixos, entre um comando e outro da pescaria. André, sempre de olho, pegava a manha de botar uma isca na pesca do peixe certo. O primeiro a ser pego foi um pampo. Na boca do qual foi morrer um tatuí.  Que atraiu o peixe pelo seu movimento, preso no anzol pela carapaça. Depois foi a vez do sarnambi dar o seu show: a conchinha. Também, balançando, com um toquinho de seu corpo só pra fora do anzol, fez-se apetitoso para o seu predador. André viu Saulo preparar a isca: este pegou do molusco, espetando-o no anzol, por cuja ponta passou trançando-o três vezes. Fixou-o então na parte superior com uma linha, para que não escapasse fácil. Esse cuidado com a fixação também era exigido na hora de iscar o siri, que tinha o corpo muito mole, retirada a casca bem dura. Outro segredo, que descobriu André, foi esfregar bem o corpo do camarão contra a linha do anzol para liberar seu cheiro, e aguçar ainda mais o interesse de seus admiradores. A lula, por sua vez, tinha fama de não se soltar fácil do anzol. Mas, era preciso prepará-la: primeiro, com as mãos extraía-se a cartilagem enrijecida, em suas costas, que retinha a tinta em seu interior: a “pena”. Segundo, ainda com as mãos, arrancava-se os tentáculos. E, por último, com uma faca faziam-se anéis de 0,5 cm de espessura, da sua parte superior, transformando-os em seguida, em filamentos, deixados um dedo pra fora do anzol.
Entre um turno e outro em que Saulo chamava os peixes, André tinha tempo de espiar no diário, mais um registro. De início, Saulo, estranhou o atrevimento do menino de trazer consigo um objeto tabu do Pescador.  André confessara ter bulido em suas coisas, e que planejava inventar uma história com base no que descobrisse ao longo de sua viagem. Sem entender direito aquilo, Saulo deixou de lado a repreensão, e voltou a ter com suas prendas.
André leu:
Morei 52 anos nessa ilha. Percorri cada palmo de terra e braço de mar e de rio. Desvendei todos os seus segredos com sua gente sábia e encantada. Mirei a ponta da minha lança no meio da cabeça de cada baleia que abati, até os primeiros dez anos, após minha chegada aqui, não mais para manchar-me de ambição irrefletida e maldade insana do sangue emplastado delas no meu condenado juízo, mas para alimentar a quem precisasse.
Noutro trecho, a página virada mais atrás dizia:
A Festa da Baleia, em fins de setembro, quando se encerrava a temporada de caça, na armação da baía, era comemorada na minha rua - a principal do povoado - junto aos pescadores, com grande pompa, como um carnaval. De dia, a igreja era invadida por fiéis, e de suas escadarias saía uma enorme baleia rosa, confeccionada de estrutura em arame, revestida de isopor, e envolta num panejamento propriamente costurado para conferir-lhe a feição devida. Vinha cheia de fitas e lantejoulas, coloridas, até o mar, onde era lançada em grande algazarra, numa jangada.
... Na ilha, a cerimônia era muito mais singela: era servida a sopa da carne de uma baleia, quentinha, com pão, pra agradecer a fartura, e render a esses cetáceos, sagrado apreço e mimos, enquanto verdadeiros totens do mundo à nossa volta, em que a jubarte reinava incólume desde tempos imemoriais. Ali, a caça era sem tempo, mas conhecia um único propósito: alimentar os aldeões. O dia da oferenda coincidia com o de maior afluxo dos vários espécimes que faziam da ilha o local de passagem para águas mais quentes. 
Posto isso, de repente, num assomo de incredulidade, postou a meio palmo de André a visão do andrajoso. Veio calmo, e sentou-se ao seu lado. Tirou a boina, como da outra vez, e olhou o diário, dizendo:
Tumblr media
- Vou lhe contar uma história:
Nem sempre essa ilha foi um refúgio de paz. Houve um dia em que tudo desmoronou. Após uma tempestade fatídica, sobre ela se abateu um verdadeiro massacre. 1947. Foi o ano. Com a bonança, no dia seguinte, vieram os navios baleeiros prontos pra matança. Sacha era uma baleia jubarte sob a mira dos canhões. Como milhares delas. Com a diferença de que ela nutria por um homem uma amizade sincera. E vice-e-versa. No dia em que foi alvo dos ataques, ela tinha 50 anos. Ele, 92. Se conheceram em 1912. Ele na altura dos 57, e ela na altura dos 15. Estava a caminho de dar cria ao seu segundo filhote: Sancho. Na ocasião, Tico, o mais velho, de apenas 1 ano, encalhou na praia, e foi salvo pelo seu benfeitor -- o tal homem -- com a ajuda de todo o vilarejo. Sacha nunca esqueceu o gesto daquele homem, o mais devotado de todos, que agiu como se não contasse com mais ninguém. Administrou as bandagens por todo o corpo do baleote, para evitar queimaduras do sol, e manteve controlada a temperatura com intermináveis banhos de baldes de água do mar. Até que a providência maior mandou uma maré mais alta, e o desenganado, conseguiu desvencilhar-se da areia, deslizando pelo mar adentro. Continuaram os contatos entre eles ano após ano, com momentos muito felizes. Em 1924, no entanto, uma tragédia deu cabo à vida do outro filhote, Sancho. Novamente o homem tentara salvá-lo -- como ao outro --, dessa vez do ataque de um tubarão. Mas, foi em vão. Em contrapartida, foi ele mesmo, salvo pela baleia que, milagrosamente, livrou-o dos dentes do assassino. Daí, por diante, suas histórias se entrelaçaram, ainda mais, e todos os anos pelo resto de suas vidas, renovaram os votos de camaradagem, à presença de Tico, o mais velho.    
No dia em que chegaram os baleeiros, o mar estava calmo. As ondas domadas. Quase não havia marola. O homem sem prever a calamidade, botou-se a desenhar à ponta de um lápis-carvão o animal que tanto o admirava. Desenhou-lhe a cauda, marcando em cada traço a sua característica. Uma digital. Não demorou dois minutos, o tempo de guardar o esboço numa caixa, os sanguinários abriram fogo contra os cetáceos, com seus arpões de lanças explosivas, a partir de canhões. As jubartes eram os principais alvos. Poucos da espécie submergiram vivos.
Num ato heróico, o homem intercedeu a favor de Sacha, e a meio caminho dela e do baleeiro se interpôs para evitar que fosse atingida por um arpão. O barco em que estava não agüentou a força das águas insurgentes a reboque do grande navio, e virou, naufragando no oceano, depois de ser destroçado no impacto.
Não sobrou alma viva pra ressuscitar o homem. Esse morreu, no fundo do oceano, sem salvar sua amiga e companheira, que também soçobrou depois de ter os miolos estourados pela ponta de um arpão explosivo.
André não sabia o que dizer. A presença daquele velho o perturbava. Ou fosse o que fosse. Saulo parecia não notá-lo. Claro que não. Ou teria se virado, dito algo, esboçado reação. Não fosse mesmo uma aparição, o outro o perceberia. Mas, por que André? André começava a duvidar de suas faculdades mentais.
Num ato impensado para se ater ao mundo real, recorreu ao diário, folheando a esmo algumas páginas. Perturbado, deu num esboço de um desenho. Olhou bem, e quase não acreditou: era a cauda de uma baleia. E no lado, a descrição dizia: Sacha.
Se o tal homem da história, era o Pescador, o que o andrajoso teria a ver com ele? Como sabia da tal história? E se sabia, como explicar sua aparição? Ele tinha que ser real, de alguma forma.
Quando se voltou pra fazer as perguntas, já não havia mais ninguém lá. Mas, uma cena mudou todo o seu semblante. Atrás de um grupo de jubartes, não muito longe dele, um indivíduo seguido de outro em seu rastro, exibia uma série de posições na água. André, capturado pela rara exposição, empunhou a câmera, em zoom, e registrou o cetáceo em várias modalidades de salto. Repassou as fotos pra ver, e o padrão que viu na cauda, não lhe passou despercebido: era o mesmo que a pouco conferira nas linhas do desenho. Sem acreditar, garantiu, era mesmo Sacha.
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grauche · 4 years
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Mundo Onírico
Sonhei que M. e eu íamos para casa de J. e P. passar um tempo lá, de mala e cuia. Éramos recepcionados pelos dois, mas de imediato ambos saíam para comprar mantimentos no mercado. Me falavam que a gata deles havia tido filhotes.
Passava o jornal na TV, víamos no Brasil cenas análogas às da Itália, com pessoas mortas sendo transportadas em macas por profissionais da  saúde que usavam aquelas roupas brancas de proteção. No final do programa aparecia uma matéria sobre um concerto especial em benefício às vítimas da Covid-19, feito por uma dupla nada convencional: João Dória e Caetano Veloso. Caetano aparecia no piano, tocando e cantando, Dória tocava um imenso xilofone. A matéria terminava com aquele tom de esperança de pautas para encerramento de jornal.
Fui para a varanda e quintal da casa e fiquei caçando os gatinhos. O primeiro que achei era cinza com manchinhas brancas, estava numa grama verde. Depois achei uma tricolor e mais outros dois gatinhos. Nenhum dos quatro gostava que eu os tocasse, choravam reclamando. Até que vi um daqueles objetos de cobrir frutas (qual o nome daquilo?) e lá embaixo estavam mais dois gatinhos da ninhada, diferentes dos outros. Levantei o objeto para vê-los melhor e eles pareciam ser uma mistura de vira-lata com o gato da Grazi Massafera (vulgo bengal melânico). Os dois correram rápido pela casa e pareciam querer fugir de qualquer  modo, adquirindo mais velocidade à medida que corriam. Um deles conseguiu ir para a cozinha e eu corri até ele. Além de não conseguir pegá-lo, ainda o vi pulando na maçaneta da porta e girando habilmente a chave para abri-la. Ele escapuliu porta afora e eu fui atrás. Algum homem entrava por um portão do quintal e eu pedia para ele segurar o gato para que não fugisse. O homem agarrou o bicho no ato e o escondeu dentro de uma de suas mãos, absolutamente fechada. A mãe dos gatos apareceu e estava bastante irritada. De pronto se transformou numa aranha gigantesca da cor de areia, com pintas marrons. Seu aspecto duro lembrava a carcaça de um caranguejo. Ela pulava no meu pescoço e me dava  uma longa mordida, como um vampiro. Eu sentia o veneno entrar no meu sistema sanguíneo, enquanto eu tentava, em vão, puxar a aranha presa do meu pescoço.
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raimundo viramundo
raimundo viramundo chamado era assim por três cabas imundo osmundo zé do buçundo de último papundo dizia raimundo viramundo viramundo chame ninguém se nao a peixeira vai aquém vai papundo zé do bunçundo  osmundo e família também normal todos ouviu igual trovao nunca se piu de andada seguiu encangado osmundo zé do buçundo e de último papundo de longe se grita pode se dar escrita monta monta mundo no lombo de raimundo viramundo
viramundo nascente só raimundo três vezes exaltado o pobre a puta e o viado o mundo é de raimundo ouviu pobre mãe de raimundo três dia avessada sangue corria de pasada disse nenhum padre duma filhinha perdoada está cuido eu do mundo de raimundo ouviu foi atiçado eita raimundo viramundo
marcada pele marcada de raimundo cor de terra chumbo imundo pequeno ouvia sugismundo menino três noite latia mãe povo esquecia sens pai teve que nunca piu raimundo cedo viramundo
sonhou raimundo raimundo bonito do passo de ouro é raimundo besouro besourinho bonito menino de sapatinho é raimundo dormindo todo embaladinho de fita no pescoço e bucho cheinho é raimundo e sua mãozinha do pezinho sarado é raimundo santinho todo adorado e gostado é raimundo bonitinho 
raimundo dos pé largo dedo tronxo estrabanado pé de barro pisado mundo pé lascado terra preta cagada vermelha pé de raimundo pé sangrado fedido curado machucado pé de raimundo sete légua pé de raimundo sete dedo pé de raimundo sete palmo imundo pé de raimundo
mão de chumbo viscada pegada embaçada de raimundo mão pesada fadada mil fecho doce cana de raimundo machucada pequena velha mirrada mão mundo de raimundo corte não para corta raimundo homem não chora corta raimundo olho limpo verde barro corta raimundo viramundo
raimundo ladeado de corredor pega doi num pega doi raimundo  ladeado de amarelo encosta mata raimundo catinga de ladeado raimundo mosca varejera de ladeado acode mato acode cura num acode amarelo acode mosca num acode cheiro do acode curada num acode  
raimundo baixo teto cama barro chão mundo de raimundo fumaça muita preta de raimundo quatro parede chão de raimundo fome muita forte de raimundo zum zum de raimundo pele ardosa de raimundo cansado peito sangrado olho preto de raimundo mirrado inchado de raimundo 
cumprida andada pequeno mundo grandes pé de raimundo viramundo mão mirrada de raimundo farinha pouca água barro açude de cavalho puxa a reca barro cagado monta a égua secou água monta não raimundo do pés anda mão corta pés racha mão pede sobe sol racha pele sobre brio racha frio cama barro mundo de raimundo
raimundo enxada cova cava raimundo inhame batata macaxeira raimundo sem tarefa raimundo muito chove raimundo farinha feijão alvinho raimundo muito chove raimundo sapato boi cabra carneiro muito milho raimundo cidade viramundo
cemdecem passada raspadura de queixada cemdecem passada omi mule boi cemdecem passada afina agua cemdecem passada agua golada cemdecem passada averda cemdecem passada alumidade cemdecem passada dez cavalo cemdecem passada trez casa cemdecem passada duro cinza viramundo
olho mundo de raimundo olho troncho de raimundo olho charque de quarta de raimundo olho mulher branca de raimundo percata pé de chão de raimundo quatro farinha cuia de raimundo três cuia viramundo cemdecem passada pé chão de raimundo 
dança peixeira de cá viramundo dança peixera lá viramundo risca o chão raimundo bate de cá viramundo bate de lá viramundo dança encatado viramundo dor coco quebrado viramundo taia lâmina costa taio lamina olho taio lamina peito viramundo
fura bucho osmundo viramundo fura costa zé do buçundo viramundo sente não raimundo corte não para dedo corta cega faca zé do buçundo segue de andada raimundo encaga pele sara carne ara terra raimundo ara bucho raimundo ara costa raimundo ara olho raimundo
raimundo vazio saco de feira raimundo cheio barro preá cassaco azeda farinha pia raimundo seca cama carne faca anda raimundo braço pé inchado machucado mão peito afundado sangue preto tem raimundo trapo faca sangue mundo tem raimundo viramundo
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leoresendepoetry · 4 years
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Cavalos e Jegues
Era sábado. O dia estava quente e propício para uma cerveja gelada. O clima em casa também favorecia a ingestão de líquido tão refrescante e propiciador de estados mais amenos. Caminhei um pouco pela Rua das Pedras, atravessando a praça das Nagôs e ponte, até chegar no Cajueiro, onde encontrei o amigo Robson com a sua turma a jogar dominó. O bar do Roberto estava cheio, cada jogador com suas pedras e tampinhas de cerveja, que na mesa representavam dinheiro – 50 centavos cada. Fui convidado a um copo de cerveja litrão, que logo viraram dois, três, quatro. Convenci o amigo a caminhar um pouco observando o movimento da cidade, deixando ali aquela vista panorâmica, onde o Rio Lençóis descia em volumosa quantidade pelos poços do Serrano. Paramos em Osvaldo para dessa vez saborear uma cerveja melhorzinha, da verde. Após duas palavrinhas com Dim, mais uma. O amigo Robson tentava em vão me convencer a descer no campo do Lavrado para assistir ao “baba” – “Valeu cabeça, mas sair daqui nesse sol escaldante pra olhar um bando de macho correr atrás de uma bola não faz parte da minha tarde. E nisso, fiz a proposta da caminhada, que venho fazendo semanalmente, às vezes com a sua companhia, ou de algum outro brother, e noutras sozinho mesmo. Sugeri de irmos subir a Serra do Grisante, descer lá no Vale do Capão, beber uma cerveja no Flamboyant, comer um kibe, uma coxinha de palmito de jaca. Mas o Robson estava determinado a se manter ali, no Bar do Roberto. Fui em casa e arrumei a mochila: água, biscoito, um sanduíche, minha máquina de datilografar – pois minha intenção era de também trabalhar um pouco na Feira de Artesanato Talismã, que gosto muito e acontece aos domingos. Insistente, subi mais uma vez no Cajueiro para que o sujeito me acompanhasse. “Vamos amanhã”, dizia, que comendo água, tentava se iludir sobre um amanhã promissor. Eu disse: sabe o que tu vai fazer amanhã!? – sorrindo com ironia – a mesma coisa que tá fazendo agora, passar o domingo no Bar do Roberto. Me despedi e segui meu rumo. Lobo solitário entra em ação e a meditação logo me alcança com sua dança de calma e paz. Os passos iniciais um tanto forçados impulsionam uma disposição que até então se escondia. Rápido chego ao Grisante, e antes de prosseguir na caminhada, me refresco no chuveirão e preparo um. Logo estou passando pelo boqueirão e na sequência avisto o Monte Tabor, enquanto escuto de longe a melodia das águas do Ribeirão. O rio ainda está bastante cheio devido as ultimas chuvas na região. Mais um intervalo nas Piabas com lanche e digestivo após banho revigorante. Sigo determinado calçado com minhas sandálias, pois aguardo ainda que a unha velha do dedo caia, infectada, mas carrego o tênis nas costas caso seja necessário a troca. O Morrão agora do meu lado faz salivar a boca, sabendo que em pouco mais de uma hora estarei completando meu trajeto. Às 18h e alguns minutos chego no Bar. Ótima referência. Mas é que tenho o costume de finalizar as trilhas bebendo uma cerveja no primeiro Bar que encontrar. Mas dessa vez esperei até chegar no Flamboyant. Uma trilha de longa distância, independente de suas dificuldades, tem a sua delicadeza, e o percurso Lençóis/Vale do Capão tem uma média de 21 km. Bom... Bebi, comi, encontrei amigos amigas gafanhotos e cobras. Me diverti e brinquei como uma criança ao lado de outras tantas que ali estavam na brincadeira. A chuva logo despencou, e minha emoção irradiou junto aos relâmpagos que clareavam a noite fria. Descansei o corpo na casa do amigo Grito, que me recebeu de coração, e é sempre tamanha satisfação encontra-lo. No domingo da Feira o dia amanhece Lindo e toda beleza e ternura derrama junto à lama numa simbiose natural. Caldo de cana, pastel, trufa. Abro a mochila e me transformo num mágico. Exibo meu truque, escrevo poesia e colho sorrisos. Há fotossíntese! Tiro o véu, mesmo que transparente, das lentes daqueles que sob efeito da malícia, deixam rastros de subenergias indesejáveis. Encontro Jorge Eduardo Queiroz, Salve Jorge!, e arquitetamos mais uma vez a nossa investida na Cachoeira Engrunada, passando pela chaminé, claro. Papai Noel aguarda a próxima chuva. Enquanto isso, na sala da justiça, Anderson hesita entre o Pai Inácio de Lula vermelho e Livre, e a nossa praça e festa. Não tem discussão, tá escrito na testa, a nossa vida é festa! A tarde vai ganhando cores e risos mais intensos e precisos. E aí no meio dessa fantasia toda lembro que também preciso voltar pra casa. Desarmo minha barraca tchau tchau beso beso. Lá estou eu, caminhando novamente com a mochila nas costas. O sol vai se pondo, eu vou me pondo, e o crepúsculo atingindo à todos, como uma bomba. Vou tentar pegar uma carona com alguém ali na saída da cachoeira da fumaça – pensei. Logo passa um carro, dois, três. E eu...não sei, sou meio ruim de pegar carona. Pedi uma cerveja ali no Bar do Zé (O mesmo Zé onde há uns três anos atrás dormi ali, no terraço do seu Bar, mas isso é uma outra história). O Zé me trouxe uma Heineken mofada. Fudeu!, vai ser difícil sair daqui. Mas nem tô com essa grana toda, no máximo vai dá pra mais uma ou duas. Melhor deixar a passagem certa caso uma boa alma não me leve. Comecei a desfrutar daquela cervejinha gostosa enquanto admirava aquele último brilho do sol no dia. O Zé conversava com mais dois caras que também bebiam uma gostosa igual. Um se chama Sérgio, mais velho, o outro devia ter no máximo 22 anos, Rodrigo. Ficamos todos ali, bebendo, conversando, em equilíbrio. Todos nativos da Região, me contavam entre goles, histórias muito interessantes. Eu, todo ouvidos, me encantei, e não queria sair mais dali. Nessa hora passou uma van de uma agência que conheço. Passou mais um conhecido, e eu lá, todo ouvidos. Os caras falavam mais de cavalos, a conversa era sobre cavalos e jegues, e jumentos também, e burros. Eu não sei muito a diferença, porque até então eu entendia pouco sobre o assunto, mas me parece que o burro ou mula, nasce do cruzamento de um jumento com uma égua, ou é o contrário?! Eu que sou burro, fiquei ouvindo as histórias, do Rodrigo, que é vaqueiro, filho de vaqueiro; do Zé, que é o dono do bar, mas é criador de animais desde menino; e o Sérgio, que também tem a cultura dos bichos. Logo ali na frente estava amarrado o seu cavalo, batizado de Amaro, se não me engano. O cavalo do Rodrigo também estava ali, comendo mato, amarrado no poste. Segundo ele o potro era “filho de um campeão, puro sangue, Árabe”, e que também “não tinha nenhuma muda,” pelo que eu entendi era a troca dos dentes; e o Zé com o seu jumento, que dizia ser muito bom, “de pisada”, e mais uma outra coisa lá que não lembro agora, só sei que significava que o jumento era coisa boa. Os dois começaram a propor um negócio, um rolo. Rodrigo queria o Jumento do Zé, mas teria que ser “no pau”, um por um, o cavalo dele no jumento. Mas o Zé não queria, só se ele voltasse dinheiro. E no meio do rolo todo eu sorria, o Sérgio sorria, admirando o Cavalo Amaro todo bonito e forte, e dizia que cavalo bonito, forte, de sangue, puro... é caro! Que um cavalo Mangalarga Marchador bem cuidado é digno até de premiação, que vale muito, mais caro do que um carro, o preço de uma casa, um apartamento. E eu ali, observando o brilho nos olhos daqueles homens tão emocionados a falar sobre cavalos e jegues, pensando em contar a minha história, no dia em que dormi no terraço do bar do Zé, dono do Jumento Rompedor. Uma moça apareceu com mala e cuia perguntando se a van parava ali, “sim sim” respondi. Juntou-se à nós, e testemunhou comigo o rolo do Zé com o Rodrigo, o cavalo no jegue, no pau. O Rodrigo pegou um acolchoado que servia de cela, tirou os ferros da boca do cavalo com as cordas, o cabresto, e outra coisa que não lembro o nome; “tome” - disse Rodrigo, “o cavalo agora é seu” passando a corda para o Zé, que também pegou seu jegue e entregou para o jovem, que demorou um pouco, mas conseguiu “amontar” naquele animal assustado e triste.   Os caras eram muito simples, de uma transparência exemplar. Mas ficou claro que o cavalo, ou jegue, é um meio de trabalho, de locomoção sim, mas também, ali na região, na cultura agronômica, de extremo valor. No caso, o cavalo foi comparado a um carro, uma “Hilux”, segundo um deles. É como se o cavalo, assim como o carro, fosse uma extensão do corpo, e junto ao símbolo, o peso da ostentação - o cavalo mais bonito, mais forte, “a máquina”, o mais caro. Pois bem, eu, com a minha sandalinha vagabunda, sem cavalo, nem jumento, muito menos carro, bebia os últimos goles antes de me despedir do Sérgio, figura simpaticíssima, que partiu amontado no seu Amaro, em grande postura. Apertei a mão do jovem Rodrigo, sagaz, ligeiro, vaqueiro que herdou o gosto pela terra do pai, assim como o apego com os animais, muito receptivo. E ficamos só eu, o Zé, e a cearense que esperava a van. Depois desse rebuliço todo, as cervejas, o rolo, cavalo e jegue, cheguei junto do Zé, que também já tava daquele jeito, e contei a minha história, no dia em que dormi no terraço do bar dele, que me acordou às 5 da manhã dizendo que “aí não é lugar de dormir não”. Ele riu, eu ri mais ainda, e a moça também riu. Porque essas histórias engraçadas é que fazem valer a pena. O Zé me serviu uma dose de cortesia da branquinha, que segundo ele “o povo gosta muito dessa cachaça aqui”. Brindamos e a van chegou, apertei a mão do Zé e ajudei a moça com a sua mala. Perguntei ao motorista se tinha mais um lugar pra mim... e não é que tinha um espacinho ali no fundo
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elevenrio · 5 years
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10 melhores pratos típicos de cada país da América do Sul
Classificado como um dos continentes mais procurado por viajantes, a América do Sul vem se tornando um dos destinos preferidos pelos amantes de esporte radicais, cenários paradisíacos e principalmente os que são fascinados por gastronomia. Graças a sua vasta extensão territorial e diversidade cultural, cada um dos países que compreende esse território, são ricos em comidas tradicionais, preparadas com muito amor em cada região.
Se você é apaixonado por iguarias e gosta de conhecer as principais que estão espalhadas ao redor mundo, apresentamos os 10 melhores pratos típicos dos países situados na América do Sul. Se prepare para ficar com água na boca!
Ceviche, Peru
Um dos pratos típicos que mais representa e apresenta a gastronomia peruana para o mundo é o famoso Ceviche. Apesar da simplicidade durante seu preparo, os ingredientes são selecionados para assim proporcionar o sabor suculento e saudável que fazem da iguaria uma das mais famosas do país.
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Composto basicamente de um bom peixe cortado em pequenos pedaços, mergulhado em uma solução ácida de suco de limão e acrescido de temperos, o alimento é consumido frio e pode ser acompanhado do que você quiser. Além do peixe, muitos outros frutos do mar podem ser usados e o prato deve ser consumido logo após o seu preparo, então, durante sua estadia no Peru não sai sem saborear um majestoso Ceviche.
Arepas, Venezuela e Colômbia
Presente tanto nas mesas venezuelana e colombiana, as Arepas é um prato típico de ambas os países, pois, durante um certo período eles estavam compreendidos no mesmo território. No entanto, apesar desse pão preparado com massa ou farinha de milho manter suas raízes históricas, são consumidos de diversas formas ao passar de uma fronteira para outra.
Crédito da foto: pixabay.com
Crédito da foto: culturalatina.at
Todo ano acontece o famoso Festival das Arepas Colombiana, que anima cidades da região e atraem turistas que almejam saborear diferentes sabores deste prato típico. Já na Venezuela, suas arepas vem recheadas com todos os tipos de recheios que você possa imaginar e durante um certo tempo já estiveram presentes no cardápio do McDonald’s da região.
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Créditos do vídeo: SopranosFilman1
Em ambos os países, as Arepas são consumidas em qualquer refeição, e nos casamentos e principais festividades da região, não pode faltar esse maravilhoso prato típico.
Parrilla, Argentina
Não tem como negar que comidas assadas no carvão é um dos principais atrativos e dons culinários dos argentinos. Dentre tantos pratos típicos, a famosa Parrilla está presente na maioria das suas churrascarias e é uma das comidas preferidas pelos nativos e turistas. O nome do prato deriva justamente do utensílio culinário em que ele é preparado.
Crédito da foto: noticias.dino.com.br
Diversos tipos de carnes de gado, porco e frango são assadas em grelhas, junto a linguiças e outros ingredientes que acompanham esse delicioso prato. Vale ressaltar que em algumas refeições a famosa linguiça que conhecemos como Chouriço, preparada na maioria das vezes com sangue de porco, pode está presente, ficando a seu gosto pedir que inclua ou não essa iguaria na sua Parrilla.
Crédito da foto: aguiarbuenosaires.com
Bolón de verde, Equador
Muitas pessoas amam comidas preparadas ou até mesmo acompanhada de banana, se você é uma delas vai amar provar o delicioso Bolón de verde, que é considerado o prato tipicamente equatoriano. Preparado apenas com a banana ainda verde e ingredientes como queijo ou carne seca, como o próprio nome já diz, essa comida consiste em uma bola feita com bananas amassadas que posteriormente é recheada e frita.
Créditos: Medio Milón
Normalmente esse alimento é saboreado em desjejuns e seu tamanho é semelhante ao de uma bola de tênis. Vale a pena saborear não somente uma e sim várias Bolón de verde, acompanhada do tradicional chimarrão da região.
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Empanada de Arroz, Bolivia
Empanadas são famosas em todos os países da América do Sul, no entanto, as bolivianas são bem especiais e diferentes de muitas outras sua massa é feita exclusivamente de arroz, o que deixa o sabor diferenciado e torna o prato típico da região. Na Bolívia, sua empada são preparadas e  servida de diferentes formas devido ao seu ingrediente preferido, que é o arroz.
No Brasil, os empanados são conhecidos como pastel de forno e em todos os lugares são recheados conforme o você bem quiser, já as Empanadas de Arroz bolivianas por si só não precisam de recheio para ficarem irresistíveis.
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Chivito, Uruguai
Se você gosta de ir em lugares que vendem hambúrgueres enormes, aqueles do tamanho da sua fome, precisa saborear os famosos Chivitos uruguaios, que consistem em sanduíches recheados com vários ingredientes. Diferente de muitos outros lugares, nos estados dessa região, vendem somente um tipo de chivito, o que oferece aos visitantes diversas opções de recheio e restaurantes especialistas na iguaria, é só escolher em qual irá se deliciar.
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Os Chivitos são únicos e tipicamente do Uruguai, graças a Antônio Carbonaro que por volta dos anos 40 criou em uma cozinha em Punta Del Leste essa famosa e majestosa iguaria.
Pastel de choclo, Chile    
Apesar de se chamar Pastel, esse prato tipicamente chileno é apresentado de uma forma totalmente diferente do tradicional pastel que você deve está acostumado. Esse alimento é servido em uma espécie de cuia, como se fosse uma torta, devido ser preparado com massa de milho misturada com carne ou frango, dando a aparência do famoso escondidinho.
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Por mais que a aprecia e os ingredientes remetam que provavelmente a iguaria não seja saborosa, ao provar desse prato típico, todos comprovam que é um dos melhores do Chile e assim indicam a outras pessoas.
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Chipa, Paraguai
A Chipa é um biscoito típico da culinária paraguaia que é bastante consumido em todos as cidades do país e em diversas partes da América do Sul, fazendo maior sucesso na região centro-oeste do Brasil. Esse alimento costuma se assemelhar ao pão de queijo mineiro, devido sua massa serem quase idêntica, no então, outros ingredientes são acrescidos a essa iguaria, o que deixa o sabor e sua apresentação característica do Paraguai.
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Esse aperitivo cai bem tanto no café da manhã como em um almoço, mas sua maior época de produção é durante a Semana Santa, não podendo faltar o saboroso biscoito que é crocante por fora e macio por dentro.
Pepper pot, Guiana
No único país da América latina onde o inglês é o seu idioma oficial, aos que vão à Guiana não podem sair de lá sem antes saborear o famoso e apimentado Pepper pot. Esse prato típico da região, é composto por pedaço de carnes cozidas e posteriormente fritas em ingredientes que a deixam o gosto espetacular.
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Um dos ingredientes principais que dá um toque de pimenta e cor a comida, é o tucupi ou o famoso Cassareep, ambos são molhos que aprimoram o sabor dessa iguaria e eis que este último antisséptico preserva o alimento. O Pepper pot costuma ser consumido pelos guianeses durante o natal, como se fosse uma sopa, acompanhada de um pão fresquinho.
Feijoada, Brasil
O Brasil é um país extremamente diversificado, suas regiões possuem culturas, tradições e principalmente iguarias específicas de cada lugar. No entanto, uma comida que está presente em quase todos os estados do maior país da América do Sul é a Feijoada. O modo de preparo, ingredientes e segredos que só cozinheiros de mão-cheia conhecem, fazem deste prato tipicamente brasileiro, um dos atrativos culinários para pessoas de todos os lugares do mundo.
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A Feijoada à Brasileira além de levar o famoso feijão-preto, ela é recheada de ingrediente como carne boi, partes do porco, linguiça toscana, calabresa e temperos a gosto e a moda da casa. Sempre que possível, saboreie essa maravilhosa comida típica acompanhada de arroz, farofa e fatias de laranja para ajudar na digestão.
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VOCÊ SABIA que o feijão preto é um alimento que se originou na América do Sul?  Historiadores afirmam que desde o período da colonização, ele estava presente na culinária indígena e mesmo após anos, cada vez mais é consumido pelos povos que aqui habitam no continente, não somente o Brasil.
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Não deixe para saborear depois o que você pode comer agora. Deixa que o HURB cuida da sua viagem para estes países fantásticos e se preocupe apenas em escolher os restaurantes em que irá degustar estas iguarias.
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