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#e gente pra ver e viajar … NO SEU MAR…. DE RAIOS …..!!!
we-can-be-heroes · 1 year
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EU QUERO VER O POR DO SOL
LINDO COMO ELE SÓÓÓÓÓÓ 🗣️🗣️🗣️😫🌅🌇🌆💔🌊💔‼️‼️‼️‼️‼️‼️‼️
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denisestories · 2 months
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Lista de 100 melhores álbuns, por eu mesma
Como eu tinha escrito antes, voltei agora para um novo post que é sobre a segunda lista da MINHA LISTA DE 100 MELHORES ÁLBUNS, POR EU MESMA, baseada naquela lista da Apple Music, só que agora feita por mim.
Agora temos álbuns brasileiros e outros até do mesmo artista, mas com álbuns diferentes, enfim, a lista de hoje é esta aqui abaixo:
92 - Lilás - Djavan
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♫ EU QUERO VER O POR DO SOL, LINDO COMO ELE SÓ E GENTE PRA VER E VIAJAR NO SEU MAR DE RAIO... O começo deste álbum já tem essa bolada.
Lilás
Infinito
Esquinas
Transe
Obi
Miragem
Íris
Canto da Lira
Liberdade
A playlist completa deste álbum está aqui.
91 - Minas - Milton Nascimento
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Minas / Paula e Bebeto (medley)
Fé Cega, Faca Amolada (part. Beto Guedes)
Beijo Partido
Saudades Dos Aviões da Panair (Conversando No Bar) / Paula e
Bebeto (medley)
Gran Circo
Ponta de Areia
Trastevere
Idolatrada / Paula e Bebeto (medley)
Leila (Venha Ser Feliz)
Paula e Bebeto
Simples
Norwegian Wood (This Bird Has Flown) (feat. Beto Guedes)
Caso Você Queira Saber (part. Beto Guedes)
A playlist completa deste álbum está aqui.
90 - Da Lama Ao Caos - Chico Science e Nação Zumbi
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Monólogo Ao Pé Do Ouvido
Banditismo Por Uma Questão De Classe
Rios, Pontes & Overdrives
A Cidade
A Praieira
Samba Makossa
Da Lama Ao Caos
Maracatu De Tiro Certeiro
Salustiano Song
Antene-se
Risoflora
Lixo do mangue
Computadores Fazem Arte
Coco Dub (Afrociberdelia)
A playlist completa deste álbum está aqui.
89 - Petals For Armor - Hayley Williams
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Disco 1
Simmer
Leave It Alone
Cinnamon
Creepin'
Sudden Desire
Disco 2
Dead Horse
My Friend
Over Yet
Roses/Lotus/Violet/Iris
Why We Ever
Disco 3
Pure Love
Taken
Sugar On The Rim
Watch Me While I Bloom
Crystal Clear
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88 - FLOWERS for VASES/descansos - Hayley Williams
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First Thing To Go
My Limb
Asystole
Trigger
Over Those Hills
Good Grief
Wait On
KYRH
Inordinary
H.Y.D
No Use I Just Do
Find Me Here
Descansos
Just A Lover
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87 - IGOR - Tyler, The Creator
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IGOR'S THEME
EARFQUAKE
I THINK
EXACTLY WHAT YOU RUN FROM YOU END UP CHASING
RUNNING OUT OF TIME
NEW MAGIC WAND
A BOY IS A GUN
PUPPET
WHAT'S GOOD
GONE, GONE / THANK YOU
I DON'T LOVE YOU ANYMORE
ARE WE STILL FRIENDS?
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86 - CALL ME IF GET LOST - Tyler, The Creator
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SIR BAUDELAIRE
CORSO
LEMONHEAD
WUSYANAME
LUMBERJACK
HOT WIND BLOWS
MASSA
RUNITUP
MANIFESTO
SWEET / I THOUGHT YOU WANTED TO DANCE
MOMMA TALK
RISE!
BLESSED
JUGGERNAUT
WILSHIRE
SAFARI
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85 - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars - David Bowie
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Disco 1
Five Years
Soul Love
Moonage Daydream
Starman
It Ain't Easy
Lady Stardust
Star
Hang On To Yourself
Ziggy Stardust
Suffragette City
Rock 'N' Roll Suicide
Disco 2
John, I'm Only Dancing
Velvet Goldmine
Sweet Head
Ziggy Stardust
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84 - 3.15.20 - Childish Gambino
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0.00
Algorythm
Time
12.38
19.10
24.19
32.22
35.31
39.28
42.26
47.48
53.49
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83 - África Brasil - Jorge Ben Jor
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Ponta De Lança Africano
Hermes Trimegistro Escreveu
O Filósofo
Meus Filhos, Meu Tesouro
O Plebeu
Taj Mahal
Xica Da Silva
A História De Jorge
Camisa 10 Da Gávea
Cavaleiro Do Cavalo Imaculado
África Brasil
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ladymila · 3 years
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🌅
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Eu quero ver o pôr do sol
Lindo como ele só
E gente pra ver e viajar
No seu mar de raio ... 🎶
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retina-cotidiana91 · 3 years
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"Eu quero ver o pôr do Sol Lindo como ele só E gente pra ver, e viajar No seu mar de raio" . . - Lilás, Djavan . . #pordosol #djavan #mpb #fotografiaamadora #sunset #photo #fotografia (em Ponta de Humaitá) https://www.instagram.com/p/CV2puOWLlzA/?utm_medium=tumblr
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sandrazayres · 3 years
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Djavan é o ganhador do Prêmio UBC 2021
Djavan é o ganhador do Prêmio UBC 2021 Cerimônia transmitida no canal da UBC no YouTube terá show de estrelas da música brasileira interpretando versões inéditas do compositor (Djavan é o homenageado da quinta edição do Prêmio UBC – crédito Nana Moraes) “­ Eu quero ver o pôr do Sol, Lindo como ele só, E gente pra ver, e viajar, No seu mar de raio”. Estes e outros versos imortais de Djavan…
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juliazeda · 4 years
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O enterro do João Gilberto
... quando, em Santos, decidimos visitar a tia Anita, já esquecida há muito de todos e de si mesma. Fomos em três, meu pai, minha avó e eu. Comemos pescada num daqueles restaurantes perto da praia, que não foram reformados desde os anos 70 e que têm uma estética meio lâmpada fluorescente branca que não sei explicar. Tenho a impressão de que quando um asiático avista outro no meio de uma multidão, eles se encaram discretamente, tentando decifrar a bordo de qual navio chegaram ao país. Ficamos olhando uma família durante o almoço inteiro — eram chineses, concluímos.
Andamos na orla da praia, desértica por causa do Inverno, caminhando pela areia cinzenta como paulistanos dignos (de sapato e calças jeans). Os prédios tortos, o lixo, o mar escuro, a gentrificação, tudo aquilo me remetia à imagem de como seria o Rio de Janeiro se São Paulo vomitasse em cima.
Meu pai quis fazer uma parada no seu prédio de criança. Saímos do carro brevemente para nos deparar com uma construção cinza, de janelas vedadas, mato pululando da cerca que tapava o estacionamento, inspirando uma sensação de decrepitude. Mas valeu a pena, porque ele parecia feliz. Suspirou, satisfeito, e voltamos para dentro do carro.
Tenho lembranças imprecisas sobre o trajeto que fizemos até chegar na vizinhança da tia Anita, que parecia a parte São Paulo da cidade. Recordo-me de um posto de gasolina, de casas sujas, de uma mulher de vestido rosa se debruçando sobre a janela, conversando com alguém na rua, e eu apontando a câmera em sua direção, ajustando a fotometria, arrumando o foco, girando a alavanca... mas desistindo de tirar seu retrato logo em seguida, porque tive a impressão de que ela não gostava de mim e por um lado, tinha razão — que tinha eu de me intrometer em seu momento de privacidade? Não teriam pontos turísticos suficientes para mim?
Minha avó olhava os portões com anseio — eu supus, porque ela costuma usar óculos escuros muito grandes, que acabam cobrindo boa parte de sua expressividade — e assim que avistou a fachada da casa da tia Anita, reconheceu-a, apesar das reformas (Ênio, Ênio, é aqui, sim, eu lembro de andar até aqui pra tomar chá com a Anita, ela segurava no banco de motorista e agitava o dedo grosso no ar). Saímos do carro novamente, tocamos a campainha e fomos recebidos por um homem mal-humorado — e por um lado, ele tinha razão; minha família nunca percebe que pode ser incômodo aparecer sem avisar. Senti o olhar julgador da mulher de vestido rosa sobre mim e entrei rapidamente pela porta, não querendo olhar de volta.
O homem era o caçula da tia Anita, o único que restara na cidade. Lembro de avistar um maço de Marlboro vermelho sobre uma mesa e ter a impressão de que pertencia a ele. Parecia pouco impressionado que havíamos feito a viagem para aquilo. Levou-nos até o andar de cima, no qual um senhor assistia à TV. O senhor se virou, com as sobrancelhas erguidas em sobressalto, e rapidamente, agarrou duas muletas encostadas na poltrona, guindou-se com certo esforço e veio até nós, meio que pendurado nelas porque suas pernas pareciam não funcionar.
“Oi, Daisuke, como vai? Lembra de mim, a Maria?” Sim, sim, me lembro sim, seu pai era o peixeiro, oh sim, éramos vizinhos, esse é seu filho? Lembra de quando brincava com o meu? O que faz agora? Eram tão pequenos, como estamos velhos, e o Francisco? Faleceu? Oh sim, uma pena, o Chico... Você brigava conosco quando o chamávamos de Chico e não Franco... uma pena, quando vocês se mudaram, perdemos completamente o contato, a não ser uma vez que... que pena, mas acontece... Um aneurisma, foi um aneurisma, e agora ando de muletas, mas eu me viro. “A casa era antiga!” Era sim, dos anos 20, reformamos... “Lembro até hoje dos armários de madeira, das vigas de madeira...” Pois é, agora temos uma piscina. Senta aí. Vou chamar a Anita.
Minha avó parecia pequena sentada na cadeira, sem os óculos, com os olhinhos vasculhando a sala, agarrando sua bolsinha sobre o colo. Após alguns minutos de espera, Anita apareceu, gorda e feliz, carregando uma bandeja de café. Tinha feições rechonchudas e cabelo avermelhado; eu a achei bonita e simpática. Sentou-se à mesa conosco, sorrindo.
“Ô, Anita, lembra de mim? É a Maria.” Ah, sim, lembro sim. A Maria... É, acho que me lembro — assentia com veemência. “Nós éramos vi-zi-nhas, Anita, lembra? Eu vinha na sua casa toda semana e você vinha na minha. O Franco morreu (Morreu, é mesmo? Que pena), é, cinco anos atrás, uma pena mesmo... Eu me sinto tão sozinha. Lembra, Anita? Nós nos mudamos daqui há uns... (Cinquenta anos, mamãe) Cinquenta anos atrás, é isso? Meu Deus... E perdemos completamente o contato. Como você esteve, Anita?”
Pensei que minha avó fosse se emocionar ou querer abraçá-la. Parecia, no mínimo, um pouco triste, só que mais por si mesma e por se sentir sozinha do que pelas saudades. Ver a tia Anita naquela mesma vizinhança, talvez, tenha a trazido um consolo, o entendimento de que, se tivessem permanecido ali, as coisas seriam assim... Minha avó é uma senhora elegante e acho que senhoras elegantes não gostam ou não sabem demonstrar muita emoção.
Era o começo das férias de Julho. O Lino e eu não estávamos juntos ainda, mas já gostava dele e sabia que estava descansando em algum lugar frio. Viajar me fazia pensar no Lino, por algum motivo, talvez porque ficava repassando na minha cabeça os pormenores dos quais lhe contaria depois ou que pensaria em contar. Falaria da pescada gostosa. Do negócio sobre Santos ser o Rio de Janeiro se São Paulo vomitasse em cima. Da sorte de encontrar a tia Anita morando no mesmo lugar depois de cinquenta anos. Mas não me lembro agora se acabei mencionando tudo isso pra ele. Acho que não.
“E vocês ficam pro jantar?” Não, dona Anita, precisamos voltar daqui a pouco. “Que pena, que pena... Fiquem pra dormir.” Não podemos, dona Anita, amanhã preciso trabalhar. “Ah, sim. Então, voltem aqui um dia e fiquem uma semana inteira! A gente pode ir pra praia e tudo mais...” Pode ser, sim, dona Anita, muito obrigado. “Querem bolacha? Tem bolacha lá embaixo, vou pegar.” Não, não, dona Anita, obrigado, senta aí, não precisa fazer o esforço.
Lembro que gostei da casa da dona Anita. Tinha várias estantes decoradas com porta-retratos de prata, crucifixos, figuras de santos, maneki nekos, darumás caolhos, um enorme álbum de fotos de capa de veludo, também lembro-me vagamente de uma espada... Quis bater uma foto, mas logo me senti inadequada por querer fotografar a casa de alguém e depois postar numa rede social. Me sentia inadequada no meu suéter verde de caxemira que caía frouxo no meu tronco — diante do espelho do meu quarto, parecera mais bonita; me pego constantemente tendo essa sensação.
Olhei para a TV ainda acesa, com o volume baixo. Passava um jornal que transmitia o enterro do João Gilberto ao vivo. Naquele ano, eu não escutava muito João Gilberto e nem estava com o Lino ainda, mas estava prestes a descobrir o Roberto Carlos, que também comporia uma parte de mim no futuro. Posteriormente, semearia o costume de escutar João Gilberto enquanto lavava a louça ou à tarde, quando fumava na janela. Ao fundo dos vídeos do caixão rodeado de flores e gente, ouvia-se um coro cantando Chega de Saudade numa versão diferente, que no ano seguinte eu identificaria como sendo do Tom Jobim.
Vai, minha tristeza E diz a ela que Sem ela não pode ser Diz-lhe numa prece Que ela regresse Porque eu não posso mais sofrer
Uma pena que perdemos o contato, viu, Daisuke... “Sim, uma pena... E o Franco trabalhou numa empresa de café?” Sim, até o final. “Que legal. E vocês nunca mais voltaram pra cá?” Pouquíssimas vezes. Mas não sabia se vocês tinham se mudado ou não, porque não trocamos telefones, e aí não tinha como mesmo... Agora que eu já estou perto da morte, né, pensei por que não? E estamos aqui, mas se não fosse por isso... “Teve uma vez, sim, que eu e Anita estivemos em São Paulo. Sabíamos de um clube poliesportivo nipônico que uma amiga em comum disse que você e o Franco frequentavam... Fomos lá prum festival de Primavera. Perguntamos sobre vocês pra várias pessoas e cada uma dizia uma coisa diferente. Rodamos o clube, procuramos em todas as quadras de saibro, mas não encontramos vocês.” Ah, Daisuke-chan, que pena! Queria ter sabido disso antes. Que pena, que pena, uma pena mesmo... Devíamos estar jogando, é provável. Que pena...
Chega de saudade A realidade é que sem ela não há paz Não há beleza É só tristeza e a melancolia Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
“E vocês ficam pro jantar?” Não, Anita, precisamos vol-tar da-qui a pou-co. “Ah, sim. Fiquem pra dormir, então.” O Ênio tem tra-ba-lho amanhã, Anita. “Que pena... Então voltem algum dia e fiquem uma semana, aí a gente pode ir pra praia e tudo mais.” Pode ser, Anita, pode ser... “Oh! Vou pegar mais bolacha lá embaixo, temos um monte.” Nãão, não precisa, Anita, senta aí, conversa.
Minha avó separava as palavras as-sim pa-ra que a do-na A-ni-ta pu-des-se en-ten-der me-lhor a-pe-sar de que não fosse es-te o pro-ble-ma.
Apesar de não saber muito do João Gilberto naquele ano, a transmissão do seu velório me deixou terrivelmente deprimida, talvez porque na mesma semana, dias antes de sua morte, algo cruzou minha cabeça feito um raio e eu acabei procurando curiosidades para ler a seu respeito (vivia com a mulher, da qual os filhos não gostavam muito, e tinha dívidas até o pescoço). Não lembro direito o que foi. Só sei que foi o mesmo com o David Bowie: acabei descobrindo The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, comprei em vinil várias compilações de sua música e foi tudo o que eu escutei por um mês, assisti a todos documentários e o filme semi-biográfico, até que um dia, amanheci com a notícia de que ele tinha falecido de um câncer que o carcomia há muito, do qual eu não fazia ideia, e chorei enquanto bebia leite frio. Depois do David Bowie, houve outras dessas coincidências, incluindo a do João Gilberto, o que levou a me perguntar se, de algum modo, eu pressentia a morte de algumas celebridades.
E os outros meninos, Daisuke? “O Celso foi pra São Paulo, né, tem duas meninas ótimas. Paulo foi pro interior, trabalha com sapatos, essas coisas.” Lembra Ênio, quando você brincava com o Paulinho? (Lembro, lembro sim, a gente ia jogar bola na rua...) “Pois é, aí o Mário ficou aqui pra cuidar de nós. Vendemos o mercado também. Com o dinheiro fizemos essa reforma. Aí quando morreu o Takeo...”
Chega de saudade... A realidade é que...
Pessoas velhas possuem um gosto para falar sobre morte e doença. E eles têm direito de falar sobre essas coisas, talvez porque esta seja sua única certeza e, nesta certeza, devem encontrar certo conforto. Todos na mesa possuíam um semblante cansado e desgostoso... exceto a tia Anita, que permanecia sorrindo independente da seriedade do assunto, sorria de orelha a orelha, os olhos nipônicos quase se fechando, exaltando uma alegria leda e brilhante. Quando terminaram de discorrer sobre os falecimentos e enfermidades dos últimos anos, fez-se um silêncio solene, desconfortável.
“E vocês ficam pro jantar?”
Chega de....
... Não, Anita.
“Ora, durmam aqui hoje!”
O Ênio tem trabalho amanhã.
Chega de... chega de...
“Bom, então fica pra próxima, né? Aí vocês vêm algum dia e ficam uma semana inteira! E aí a gente pode ir pra praia e tudo mais...”
Chega... chega... chega de...
Pode ser, Anita.
“E as suas crianças, Maria? Lembro que além do Ênio tinha a Lúcia, a menorzinha.” A Lu virou dentista e mora em Jacareí com o marido e os filhos. Mas vai se aposentar nesse ano. “É mesmo? Caramba... Lembro muito pouco dela porque logo que a tiveram, vocês se mudaram, não foi? Era bebêzinha ainda... A única filha mulher?” Não, tem a Moni também, que virou promotora e mora em Jundiaí com o marido e o filho. O Lipinho faz Direito na PUC, só Deus sabe o quanto penou pra encontrar um curso que agradasse, mas agora está namorando uma menina muito boazinha, que parece que botou ele nos trilhos. “Ah, sim, é muito bom namorar mesmo... Colocar nos trilhos...”
“Ai, não tem bolacha pra comer com o café!” Não se preocupa com isso, Anita. “Vou pegar lá embaixo.” Não preci— (É melhor que a deixe, vai lá, querida.)
A tia Anita ergueu-se da mesa, sorrindo, e saiu pela porta, levando consigo a bandeja.
“A Anita não está muito bem. Da cabeça, eu digo.” Ah... É mesmo?
...
Silêncio solene, desconfortável.
“Mas é, quase todos os meus netinhos namoram, menos a Margarida. Já tá na hora de arranjar um namoradinho, hein, Marga.”
Sorri amarelo. Depois perguntei onde ficava o banheiro. Não que esse tipo de comentário me insultasse, mas me subia uma vontade de gentilmente mandá-la cuidar de sua vida ou de justificar como os jovens de hoje não namoram. E ainda, já gostava do Lino e sabia que íamos ficar juntos. Descarreguei o café digerido e demorei-me diante do espelho. Naquele dia, escolhi usar óculos. Odeio meu rosto quando estou com eles e prefiro simplesmente não enxergar do que botá-los na cara. E aquele suéter de caxemira, que ódio, sempre esquecia como me caía mal quando resolvia usar. Esperei mais algum tempo para sair do banheiro. Ao abrir a porta, deparei-me com ela, a tia Anita, já esquecida há muito de todos e de si mesma, baixa e gorducha, bonita, sorrindo para mim. Ela portava um desentupidor e logo atrás, a faxineira segurava a bandeja com um pacote de biscoitos.
— Tive que buscar isso lá embaixo. — justificou tia Anita.
Eu sorri de volta.
— E você? — piscou os olhinhos brilhantes para mim. — Já namora?
— Ah... Não. — sustentei meu sorriso.
— Tem quantos anos?
— Dezoito.
— Ah... — com a mão livre, segurou a minha, assentindo com a cabeça. — Eu tenho certeza que você vai encontrar alguém muito especial daqui a pouco.
Foi algo na sua assertividade ingênua ou no carinho de sua mão que me desconcertou completamente. E então, a luz crepuscular se infiltrou pela janela do banheiro e acendeu um laranja vibrante o rosto daquela senhorinha de neurônios degenerados. E, de repente, ela não me parecia muito mais uma senhorinha. Não tinha dobras no pescoço, nem manchas de sol nas têmporas; diante de mim, pairava uma mulher jovem, cuja tez era lisa e corada como um pêssego maduro. Nenhum fio branco insinuava-se no meio do cabelo. Logo, seu sorriso desmanchou e um brilho austero oscilou em seus olhos, que piscaram meio perplexos, como se não me reconhecesse ou como quem acorda na hora do jantar de uma longa soneca da tarde. E na mesma rapidez com a qual sucedera esta transformação, dona Anita desvirara; isto é, no momento seguinte via diante de mim uma senhorinha, sorrindo ingênua, como se presa a um delírio interminável de bebedeira. Com suas mãos afrouxadas nas minhas, vi o instante adequado para agradecer, emocionada, e retornar à mesa.
Obrigado pelas bolachas, mas acho que já devemos ir agora. “Mas já? Fiquem pro jantar.” Não dá, dona Anita, mas muito obrigado mesmo, ficamos felizes de te encontrar. “Ah, mas durmam aqui hoje!” Não, dona Anita, preciso trabalhar amanhã, temos que pegar a estrada agora, se não fica muito tarde... “Ah.. Uma pena. Fica pra próxima, então. Vocês vêm aqui algum dia e ficam a semana inteira! Aí a gente pode ir pra praia e tudo mais.” Claro, dona Anita, mas é claro.
Tristeza e a melancolia Que não sai de mim Não sai de mim Não sai...
O Daisuke fez questão de erguer-se com as muletas e nos levar, pendurado nelas, escada abaixo, até a porta da frente. A tia Anita, tagarelando, andava de braços dados com a minha avó, que vasculhava o ambiente com olhinhos inexpressivos.
— Foi muito bom reencontrar vocês. Espero que continuem bem.
— É claro. Voltem quando puderem.
— Voltamos, sim.
Do outro lado da rua, a mulher de vestido rosa tornou a me olhar. Entrei no carro, constrangida. Suspirei e logo percebi que prendia a respiração há algum tempo. 
Que não sai de mim, 
Preguei os olhos no Daisuke, que paulatinamente ficava menor no espelho retrovisor. Como deveria ser, perguntava-me, presenciar os lampejos de juventude de tia Anita? Que dolorido conviver com uma concha vazia que vez ou outra trincava, somente para revelar um fantasma ou uma lembrança em sépia. E que dolorido também seria adormecer uma noite com a TV ligada e despertar sob uma colcha diferente, rodeada por móveis poeirentos e ao seu lado, o seu marido, porém calvo e com pernas moles. 
Afundamos num silêncio do diabo. A pescada se revirava no meu estômago. Eu tinha um gosto amargo na boca. 
...não sai de mim, 
Dei uma última vislumbrada na tia Anita, sorrindo e acenando, com Daisuke ao seu lado, pendurado e aquiescente.
 não sai.
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capiauman · 7 years
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CINCOMUSIC 120 🎵 "Eu quero ver o pôr do sol Lindo como ele só E gente pra ver, e viajar No seu mar de raio"
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nairoquinha · 7 years
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"Eu quero ver O pôr do sol Lindo como ele só E gente pra ver E viajar No seu mar De raio. " (em Pão de Açúcar - Rio de Janeiro)
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Ela foi pru mar. Largou a louça que estava lavando, a música que tocava no rádio, mas não largou ninguém, por que não tinha ninguém para largar. Ninguém em seu cubículo sujo e empoeirado, vazio, exceto pelos poucos livros de astrologia e metafísica em prateleiras improvisadas e uns pelo chão mesmo. Deixou aquele cheiro de tristeza, por que não aguentava mais, nem o cheiro de café forte, puro a acordava de manhã. Nem acordava sua vida, que parecia num sono de bela adormecida, sem nenhum acontecimento, nada digno de nota, uma nota sustenida eternamente, antes de finalmente quebrar. Não foi difícil deixar a casa, quando na verdade ela queria mais que uma volta, queria se mudar, mudar de ares, de rumo, de tudo, fazer uma geral. Ela queria viajar e conhecer novos lugares e pessoas, coisas realmente interessantes, que valessem a pena serem contadas e recontadas, queria sair e colher histórias, podia ser qualquer coisa: hoje vi um maltrapilho cantar no metrô com a voz mais doce, dei todo meu salário da semana; hoje fui ao mercado e me apaixonei por um pai solteiro, ele ainda não sabe, mas peguei seu número; hoje Marte se encontra com Plutão, por isso mereço descanso, não fui trabalhar e acabei demitida; hoje fui pra biblioteca municipal, peguei um livro curto, mas denso da Clarice e passei a tarde lendo, só não acabei por que ia fechar, me inscrevi para trabalhar lá, por que nunca pensei nisso antes, passar oito horas por dia numa biblioteca, cercada de livros, poder pegar qualquer um e ler durante os imensos intervalos entre alguém que queira tirar um livro e outro; hoje, me inscrevi num curso de francês rápido por que vou fazer intercâmbio em Paris. Mas tudo era imaginação, tudo não passava de um sonho de quando o efeito da maconha e de café demais misturado com energético e vodka e fanta ainda estava no seu cérebro. Mas ela saiu, finalmente, não estava mais trancada no quarto com os lençóis suados dela mesma, com as plantas mortas e seu gato faminto. Ela saiu, foi pru mar, sentiu aquele ar limpo, puro, imaculado, sem se misturar a fumaça das fábricas, dos carros e ônibus nojentos, o ar da costa, antes de tudo, início. Lembrou de quando era criança, da primeira vez que foi pru mar, devia ter cinco anos, nova demais para lembrar, mas ela lembrava muito bem, como numa convergência temporal seu “eu” de quinze anos atrás estivesse ali com ela, de mãos dadas, vendo o mar, sentindo a brisa, como se fosse a primeira vez. “As sereias vêm nos ver, mamãe?” Ela perguntou, a inquisição no olhar sério. Sua mãe primeiro pensou, tentando adivinhar qual seria a melhor saída, dizer a triste verdade que sereias não existem, afinal a garota já acreditava em papai noel, isso não pode ser saudável, ou incentivar a imaginação dela, afinal ela só tem cinco anos, ainda pode sonhar, ainda tem muito tempo antes de ser adulta e só porque ninguém bateu foto de uma sereia de verdade, não quer dizer que elas não existam, tanta coisa não sabemos. “Eu provavelmente não deveria te contar, mas hoje elas estão hibernando.” “O que é isso?” “É quando elas passam muito tempo dormindo lá no escuro do fundo do mar, por que aqui tá no inverno e é muito frio.” A pequena menina formou um O com a boca, depois tapou-a com as mãos, dona de um grande segredo, se sentiu importante. “Então a gente pode vê elas no verão?” A mãe não respondeu, as rugas do rosto escuras, as olheiras quase como marcas de soco, a expressão cansada, vazia, triste e feliz ao mesmo tempo, feliz pela filha que agora pegava em sua mão para chamar atenção, fazendo cócegas com a areia entre os dedos, triste por que o casamento acabou, ele se foi com a amante, agora só elas duas, sozinhas, tendo apenas uma a outra, ela tinha que ser forte, sua menininha nem se tocara de nada ainda, achava que o pai estava numa viagem a trabalho, só queria saber de sereias e unicórnios. “Sim, a gente pode ver elas no verão.” Ela pulou tão alto que chegou a altura da mãe, desfez os castelos feitos com baldinhos, deixou o mar lamber suas pernas, provou-o salgado e sentiu o gosto do mundo. Ela veria as serias no verão, aguardaria ansiosamente, não dormiria, nem pregaria o olho, saberia como é praia com sol de verdade, não aqueles raios encobertos por nuvens que já chegavam frios, não esquentavam nada. Ela veria as sereias no verão, era tudo que importava.
Agora, com vinte anos, estava na praia no inverno e lamentou por isso. Teve uma súbita vontade de ligar para mãe, do outro lado do estado, provavelmente estava dormindo a esta hora, tarde quase noite, mas ligou assim mesmo. Ela atendeu depois do quinto toque, a voz embargada, sim estava dormindo. “Oi, filha.” “Mãe, tava com saudade, só quero que você saiba que eu te amo.” ”Também te amo, filha. O que tá acontecendo?” Ela ficou em silêncio de primeira, tudo preso na garganta, tantas palavras, o peso de tudo, de não saber qual faculdade cursar, do namorado que também tinha traído ela, da amiga que perdeu sem motivo, e de repente se viu cansada disso, de amores baratos, amizades falsas, dessa vida adulta que ela não tinha aprendido a viver ainda, da solidão que a gente carrega o tempo todo nos ombros, até quando acompanhado. Ela chorou, primeiro aquela lágrima única que desce sozinha pela bochecha, anunciando o turbilhão vindouro. Sua mãe continuou falando, a voz uma carícia, quase podia sentir seu toque, o abraço reconfortante que fazia tempo que não sentia, tão distante e tão perto. “Mãe, eu não sei o que eu tô fazendo. Eu não sei de nada, só queria saber.” Ela disse, entre sussurros. “Minha filha, ninguém sabe, a gente só tenta muito até fingir que sabe, mas ninguém sabe de verdade, eu não sei...” A garota ficou chocada, como assim?sua mãe não sabia, mas compreendeu, não importa se você tem cinco ou vinte ou quarenta e cinco anos, a vida começa e termina todo dia. Vários minutos se passaram e tudo que via era o mar, sentou nele de calça e tudo, as lágrimas da sua face caindo na água salgada que vinha e voltava, a cobria e tirava, como um lençol, se sentiu segura, com o mar, com sua mãe contando seu dia a dia, sua rotina, com seu padastro, falando de como as coisas pareciam ter esfriado, mas era fase, falando do clube do livro com as “amigas” do bairro e de como era uma merda, falando do culto evangélico que tinha ido e detestado e do centro espírita que detestou do mesmo jeito. “Talvez minha religião seja amar e, sinceramente, isso basta.” Sem notar, o rosto estava seco e limpo, conversou mais uma hora com a mãe, sua melhor amiga no mundo e pensou como era fácil esquecer isso, como era fácil esquecer das coisas boas quando as merdas parecem mais visíveis. Se levantou, limpou a areia da bunda. Antes de desligar, falou pra mãe “Mãe, lembra daquele dia que a gente veio na praia. A primeira vez que eu vim e eu perguntei se as sereias vinham nos ver...” A mãe respondeu que sim e diante da névoa, bem lá na frente, onde um barco velejava solitário, pensou ter visto uma calda, brilhante, se destacando naquele dia cinza. Falou consigo mesma: “Talvez o verão tenha chegado".
Caio Barbosa
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allezinha25 · 7 years
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🌞🌞 Raio se libertou Clareou Muito mais Se encantou Pela cor lilás Prata na luz do amor Céu azul Eu quero ver O pôr do sol Lindo como ele só E gente pra ver E viajar No seu mar De raio. 💕💕 Djavan
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sandrazayres · 3 years
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Djavan é o ganhador do Prêmio UBC 2021
Djavan é o ganhador do Prêmio UBC 2021 Cerimônia transmitida no canal da UBC no YouTube terá show de estrelas da música brasileira interpretando versões inéditas do compositor (Djavan é o homenageado da quinta edição do Prêmio UBC – crédito Nana Moraes) “­ Eu quero ver o pôr do Sol, Lindo como ele só, E gente pra ver, e viajar, No seu mar de raio”. Estes e outros versos imortais de Djavan…
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