D’argile
Beijo bocas para convencer-me da existência
Amo um romance oriundo da beleza de sempre
Aquela que me referencia aos conhecidos
Como um delírio narcisista e ela sempre esteve certa
Afinal, a minha luxúria é o que há de mais abjeto
Seria o preço que pago por minhas promessas
O pó do teu apêndice metálico dançando diante de meus olhos
Faz feroz desagrado ao que se intimida na perspectiva
Eu aceito a vinda de corpos brutos
Como se fosse um turista encantado
No centro de tudo eu sou a provação da torcida
Ansiando a morte por arenas de multiuso
Há um material orgânico descompondo-se na língua
Ao arcaico descrente que me reconhece
Eu o aplaudo por meu gesto estúpido
Seus olhos pesando corretivos
Sem risco, eu vou atuando
Fingindo em outros palcos
Improvisando discursos bélicos
A qualquer amante que convenço
Toda a cicatriz resgatada
É um troféu para derreter
Em papeis de manteiga
E servir à visitas indesejadas
Carcaça já erguida de Fausto
Asas folhadas com cada máscara que usou
Nem corvo e nem arara, era a espiral do caos
Uma semântica a cada conta do rosário
Tensão no céu de Babel
Entretenham com biografias
Meu tratado é nomear algo mais nobre
E ainda sim mais perverso do que o homem
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XVII
Vago em tuas orações mudas
Rezando pela textura da tua língua
Lendo meus poemas com pesar
Em meu peito descoberto
Expurgo lágrimas de parafina
Escorre do meu rosto
Um busto do teu toque
Pesa em mim a presença
Me recebe entre os cigarros
Leia-me meus olhos
Entenda, tal privação
É um deus que impõe prisões
Há metais em teu perfume
Cerra os ossos tortos
Em devaneios febris
Queres sempre a comemoração
Escorre uma culpa póstuma,
Meu sexo é egocêntrico
Meu pavor é egocêntrico
Meus sonhos são perversos
O arcanjo me sorri cadáveres
Sua fúria me arrasta a meia noite
Ao pé das encruzilhadas cantando ébrio:
Abram alas, eu vou derrotar os meus pesares
Aceito-lhe, quando tanto falo de mim
Não abro brecha para tua aparição
Pois não lhe reconheço mais
Lhe possuo farto desejo
Teu hálito ainda quente
Invade-me os lábios
Assopra vaidades santificadas
Até o momento que lhe aceito, assim dissolve-se...
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Os Olhos Insolucionáveis que Reconheço
O abandono é admirado
Que rufem as cortinas do santuário
Os versículos de vasos sanitários
Colidem com a presença mercadológica
Eis um balé tridimensional:
Onde se aposta com os olhos
Mente com os lábios
E confessa com o sexo
O tempo agiu, você o mascara
Adere práticas imprecisas
Varrendo o cheiro, limitando argumentos
À quem auto afirmou-se taxidermista
O controle do bruxismo aparente
Orgulhosamente, persiste, saltando a pele
Sínteses de rosas apodrecidas inibem
Cada um dos orifícios inventados
É impossível, teu hábito fictício
Alugar países e fardas
Substituir deuses por ferramentas
Igualar poder com influência
Todas as cores asfixiadas
Aos horários comerciais
O caos popular do último homem
A vender Gaia para a tara do agronegócio
O inventário de tratos e sulcos
Imerge da barganha de cílios
Escasso enfeite no cemitério de elefantes
Eu me lembro de alguma vez ter ido e voltado
Com outro nome, com outro gênero
Em outra época, em outro ventre,
Falando outra língua, identificando outras crenças
Amando o mesmo amor de antes
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Páthos, Parte II
O meu tributo é o fim de todo carnaval
Que subo por cima das marquises
Derrubo meu vinho sob os olhares de desconhecidos
E então eles cantam o azar à mim, e eu consinto
Afirmo entre velas e vasos de plástico
Um circo mediano de atrações sensacionalistas
Eu provejo o talento e a fama de seus deuses
Se desdobrando em sofás magros
A intuição que escorre é como uma fome
Doendo no músculo, doendo paulatinamente
Em cada intervalo que se recita
Espero por mim, no pior de meus acontecimentos
Não existe uma só ida, há caminhos
Assobiando previsibilidades
E nem por isso, não será mistério
Pela ventura dos atos, recuso concelhos
Molda meu corpo reativo
Tinha em tuas mãos uma tragédia
Hipnotizando hinos andróginos
Eu mastigo pregos com esperança
Pelo fim do conhecimento de uma beleza
Sua personificação representando
Oferendas aos deuses do aço
Distorcendo a tez e outras arcadas
Me deixa sofrer e ser a destruição
Uma bacante, a própria morte
A força maior que rende a terra e o mar
O próprio tempo que vence a todos
Diluí o desejo aos poucos
O império do querer
Que a todos tem objetivamente
E em pouco tempo, se assemelha à fagocitose
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Você em Mim é Como o Fedor de Arnica
Eu quero ser o primeiro a correr para o véu
E guardar minhas confissões perto dos olhos
Como proteção ao silêncio que me esquecerá
Tudo será varridos pelas fuligens da inveja
Eu vou, mais eu volto meu amor
Ao estado permanente que me quisera
Eu volto teu amante oriundo da dívida
Que teus espíritos subornam
As escadas são solvidas por dores nos ossos
Eu posso tirar a tua estima com os cílios
As luzes de uma cidade fumegante
Desesperada pelo tato lhe instiga
Como se fosse verdade a noite se nomeia caput
Os atores alterando-se entre ingenuidade e coragem
São os estímulos transmissores de um corpo em êxtase
É preciso inventar anjos saltando por entre pulmões comprometidos
Coberta por significados disformes
Eis o que tu me fez, não quem sou
Eis a tua arrogância professada em mim
Na pressa de exumar deuses de festim
Duplicaram tuas tensões, tal resultando?
Carnavais fúnebres, fora de época
Em calendário embargados de missas de sétimo dia
Nada nascerá da tua negação auto implantada
Acabamentos macabros: Vis agulhas
Desmembrando o texto atrás de intenções
A vaidade de quatro contra os espelhos
O céu da boca não é o limite, o céu não é eucaristia
Tuas vestes de ossos e fibras de fios de nylon
Cabelos que se perdem no chão do esquecimento
Uma batalha travada contra a fome da criatura
Do joelho para baixo, o tempo corre de baixo para a flecha
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Receptáculo
Perspectiva sustentada
Gozo tencionado em guerra
O triunfo em côncavo, atribulado
Admite gestos altivos e tenazes
Texturas tencionadas envolvem
O verão se expande e mantém
Perfumes visitam sem alarde
O ar pesa, as narinas se embriagam
Eis a possibilidade, pavimentando caminhos
Eis a química atrevida, promete rios de zinco
O cinema colide com outros mundos
A vã interpretação não se expande, mas data-se
Versa as cores, verbaliza odes
Expurga óleos, assenta movimentos
Testemunha a potência insurgente
A teme, recua com certa dúvida
Logos solto no ar, em delírio
Reescrevendo símbolos
Recitando nomes codificados
Alternando insurgência e submissão
As areias do tempo entranham-se
Tato rima como teatro coisificado
Sujeito a disposição do hedonismo
É cru, tal pavão no gume de reflexos
A memória traí e é irreal
A memória muscular, não
Ela conhece mais o ouro que o tolo
Ainda sim, seu flerte com a tolice é permanente
Híbrido de chance e alívio
Põe chamas, o porte da chaga
O desejo desanuvia a tua ida
Empunhado, gritando e escorrendo conflitos tardios...
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As Experiências Presentes no Agora
Teimo em trotar minha carne íngreme
Ao corpo caco de vidro reluzente
Não há conforto dos diálogos
O rapto não fora instintivo
Mas um laço há muito sonhado
Pela labuta da farmacologia
Arrasta narizes nas quinas de seu quarto
Investigando a sobra do perfume de amante feios
Eu multiplico entre tuas pernas
Com o mesmo cheiro e nomes diversos
Com o mesmo intuito, em outras dimensões
Corpo e elegância, inoportuna vaidade
Deságue em mim aquilo que não tem cor ou gênero
E eu o amaldiçoarei na condição específica do filo
Hei de misturar em meu sangue outras inconstantes inconsciências
A virtude imagética, o conflito neutro, a sutura amolecida e o temor ao tempo
A divina comédia emerge em tua pele
Banquete de feridas, sal e limão
Bolhas e nudez, moscas e enfeites de plástico
Miséria e rezas decoradas, a invenção do teu nome
Filho do rigor, com flores no pescoço
Pedras de equivalência circunstancial
A palma da mão vazia de linhas do futuro
Voltadas ao solo, clamadas ao final da garganta
Cresce em mim, o teu desagrado
O trágico poema era uma fratura exposta
Ossos frágeis, permissão céu de espantalhos
Me queira com toda a raiva que quero você
Alimento tramas da tua utopia
Cigarras negociando o enxofre
Inseticida suando euforia
Em cores quentes de verões sóbrios
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Madorra
Há pares furiosos de minhas personas
Escondidas em entradas pecaminosas de labirintos
O que lhe faz tão atraente à medicina linguística?
Há pétalas e pedaços da minha língua na tua química
Dissolvidos, meus castelos giram
Entorpecido, inverto o paraíso pelo estômago
Esvazio significados dos signos escarlates
Meu cadáver paliativo aos teus infames rivais
Deite-se em mim, tateie minhas texturas
Proclamada figura da guerra ente Baco e Tânatos
Atraí para si um espaço áspero e infecundo
Onde a ferrugem adormece serena
Escorre a tinta dos meus lábios
A maldição filtra qualquer reza
Toma para si, arranha olhos excêntricos
Disseca a ganância através das vontades
As frestas de meus dedos
São lares aos gafanhotos de madeira
Eles envelhecem minha pele
Eles envenenam meu sangue
Encanta-me no teu tato salgado
Encontra-me nas arestas do purgatório
Pela primeira vez, uso a nudez como intimidação
O que faz novo covil conheci antes como ancas
Entre a figura que se arrasta por silhuetas e mitos
Petrifico eu mesmo, como se os olhares que me refletem
Fosse a tal busca que clamo, como se eu mesmo fosse
Findar ao que o meu desejo pulsa no silêncio de noites azedas
Vinagre é o teu licor, ao teu favor
Mereces comemoração inoportuna
Onde tantos já amaram e criaram
Tu, fizeste simpatia à baratas diurnas
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Dissimulação
Há resíduos de vaidades em minhas escolhas
Companhias dotadas de esboços da minha crença
Fazem de minha pouca sanidade uma catedral
Simulando devoção, simulando aceitação
O que sobrou da tua imagem em mim
Foram cinzas da manhã seguinte
Minha mentira é sofisticada demais
Para deixa-la como aposta solta a mesa
Futuro, me queira também
Me componho como tua noiva
Recuperado de dragões do passado
Desgastados em rostos bifurcados
À química azeda da minha virilha
Perfumes desonestos, caligrafias constantes
Um pomar de flores feias e argumentações odiosas
Então, proclame-se véus velhos de acetona
Eu adoraria performar tempestades cruéis
Mas meus ressentimentos eu guardo para o espelho
Quando posso improvisar aceitação na culpa
Escavada em meia dúzias de anos
A paz emblemática da tua coerção
Sangra-me o caos para fora do caralho
Queres fúria coagulada pungências vibrantes
Poderás tu, aceitar os venenos da serpente?
Suspiros e mãos ásperas
Os deuses da literatura mundana
Não gostam de encenações
Queira com a fama que promoves
Mesmo atado de olheira, ainda urge juventude
Um brinde à intranquilidade de décadas
Que se desata para assombrar outros
Mas volta toda a noite para apoderar-se do corpo...
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Lavanda/Escândalo
Eu hábito de limão cortado
Tu hálito de manchas mastigadas
Não há como discernir o vinco que nos une
Toda a coroação é corrupção de quimeras
Teu riso é o vento da primavera
Revoltante força contra o concreto
Anunciando as águas de março
Em um verso mal parido de Gaia
Sigo pelas ruas de árvores caídas
Importunando teu cheiro pela noite
Serpentes sobem pelas minhas pernas
Arrotam punições e prisões de asfalto
O final, sabemos de você Baco
Antes da coroação de toda tua fome
Decidimos o apetite amargo do equilíbrio
Causado fraqueza em distúrbios farmacêuticos
Ao som de ossos e fogo
Teus elefantes de madeira
Cantam sepulcros cítricos azedos
Sob a vigilância inconformada
Segurando cadáveres, libélulas
Orbitam ao redor da tua nudez
Uma própria fogueira com finalidade
À guerra de vaidades e vasos de Narcisos
Minha dor, eu deixo ao santos da castidade
Para que me evitem, para que amaldiçoem minha prole
Por puro revanchismo, eu gasto meu teatro
Com quem não vale a interpretação
Em uma espiral de sangue, dívida e dilúvio
Construíram o estandarte de sua Paulicéia
A agremiação pública de opiniões rubricas
Singelas em equilibrar o decreto e o escárnio
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Ao Monstro Emergente da Lagoa com Carinho e Desprezo
Descrevi ditados contra o bom mocismo
Seus arrependimentos sórdidos revelam sob a estética
O que o futurismo híbrido resguarda em suas olheiras
Eis o rancor e a revanche, em cores quentes de miséria
Eu beijo o medo, minha língua sente o seu peso
Acredita-se que quanto mais encrava-se
Garante frestas de migalhas do Olimpo
Interceda por mim em pesagens, querido amigo
A enseada folheada de sal e peles velhas de pés
Escondem-se corpos, cinemas marginais e amantes mal fadados
As águas encobrem qualquer ressentimento, mesmo que eles cantem
Suas canções serão suprimidas ao delírio dos farda-grilos
Fazes frio aqui, fazes feio em tua fortuna
Moeda, clássica de um corporativismo torpe
O beijo que verte botos em elefantes brancos
Usurpa toda e qualquer estação incriminadora
O que escorre nas veias esmeraldas
De torsos necrosados?
Um envenenamento eucalipto, ora
O que é o que é, lhe cravando punhais? Brutus, outra vez...
O agro é pop, o agro é sujo, o agro é sublime
Uma substância da qual se mutilam cartas de chantagem
Um enigma sólido, um presente de qualquer lobista ofertado de bom grado
Um argumento orbitando a consciência de juízes mal intencionados
Há a quintessência, multiplicado mortos
Devorando minerais, engolindo casas
Formado objetos pontiagudos e pólvora
Eis o tango maldito da caixa preta
Transcender a altura da autópsia de cristo
Embriagado do pavor dos milhares de filhos
Entregou-se ao desgosto, e tivera língua cortada
Por avisar a carnificina que se instaurava...
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O Regresso ou Obituários de Quimeras
Meu regresso desconhece
Tuas vistas exaustas
Adestrável incubadora
Concebendo fantasmas sem data
Não são maçãs expelidas
Do próprio ventre que urge vida
Mas entoam se não uma ilusão ambientada
Em castidades e cadáveres de cores pasteurizadas
Recolha Narcisos com papéis dúbios
Ressinto estômagos e visitas
A correspondência em potenciais cóleras
Ri de nervoso e desembainha espadas de dois gumes
Existem vazios imensos, batizados de entrega
Esperando a deselegância da tua vinda
A preenche-los com mentiras ou suspiros
Qualquer coisa que iluda o tempo
Percebo minha deformidade frente o real
Meus dentes, minha postura, minha calvície
Adoeço, dia após dia nas imagens de intersecções
Ao abstrato infantil do cotidiano
Todos que me conhecem, recebem uma parte distante
Toda a cor é tão resto, colorido do resto da química
Apresentada em embalagens de medicamentos
Transtornos de colorau ou partículas do vômito de anjos
Tudo que é prospero rabisco com meu dedo
Destruo e converto o espaço em fluxo
Um copo varrido para vaidade imediata
Matéria coagula em mistério ao meu paladar
Barro e boca, vazio adentro
O poema sem sentido e sem sentimento
Descarrilado de imagens mundanas
A força que deforma entendimentos
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Em Meio ao Trono, Em Meio ao Tônus
Há restos que se intrometem
Como um circo eu desfaço laços
Desinvento vícios, cuspo a sílaba tensionada
Pendendo ao penhor de mictórios
A arena carrega meu bojo
Iludindo temores de fome e desleixo
Eu estive perambulando na tua canção
Sussurrando nossos nomes atribulados
À uma espera em imagens de tapeçarias
Os olhos são sentenciados a assistir
A construção de seu sangue ser pervertida
Ao cinema transfiguração de inimigos
Espaços vazios são altares
Prontos ao enxerto e deuses solúveis
Dê-nos joias, dê-nos beleza esquálida,
Dê-nos o batismo, dê-nos a carcaça
O Tato descrê em texturas cruas e outros caroços
Com quentura ferve o mal da própria invenção
Apenas incapaz de invertebrar o próprio homem
E o medo de tenciona-lo aos fragmentos de areia
Vai doer pequenos expectadores
Vai doer sinônimos de conflito
Vai doer na tez de santidades elefantes brancos
Vai doer no ritmo em que a farmácia converte-se em catedral
Pela manhã, meu corpo não existirá
Exausto será peça intrometida do teu estômago
Euforicamente, atuando com força e fervor
Em um fervo mescla de órgãos excluídos
Não solte jamais, mesmo que o osso esquive
Mesmo que a porção suje intimamente tuas digitais
Em orações levianas, peça perdão por todos os crimes
Se o amor for uma dessas condenações, se esqueça do propósito
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O Acidente de Cóccix, o Peso de Memórias e o Louvor da Autoindulgência
Me intimida entre lágrimas
Há afetos que invento
Para não dançar só
Nos banquetes triunfais
Trivial escândalo
Teu nome rimado
Ao que deus negou
E o homem adotou
Eu me emociono ao teu continente
Eu como da terra da tua genitália
É a primavera que se turva
Risco de pó, pólvora e moinhos
Um equívoco reencarnado
Aquilo que me maldizem
Aquilo que embriaga o receio
Aqueles que me querem só
Cura a beleza na imensidão do exílio
Não caibo nos aromas que quis
Clamei fugas onde esparramei
Dúzias de meu ouro derretido
O sol de ponta cabeça, ironizavam
Minha ambição eterna
É o teu olhar fixo em mim
Nocivo? Sem dúvidas, eu sou causa e sintoma
Teu hálito de cigarro
É gatilho ao passado
Que enterro nos baús de plástico
Eu cobiço apenas até a página dois
Eu quero a possibilidade
De respirar os teus olhos acessos
Eu escolhi a ignorância
Eu me receitei a não intromissão
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Os Lábios Amarelados de Vultos
Meus olhos escorrem à noite
Valsando propostas e pólvora
Meu charme é a ira que eu carrego
Desentendida por todas as visitas
Negando-me o deus cólera
Alegando dupla face
Silêncio e espera finda
Versículos ridículos do receio
Não me cabes a pureza que me veste
Eu sou a alegórica santificação de mictórios
Rangendo ossos, rezando a reza de eletrodomésticos
Domesticável aos pés de uma insegurança familiar
Incerto amor, o encanto é dádiva
E me esqueces por décadas
Rala prudência, permita-me adotar-lhe
Já não tenho mais esposas ou cutículas
Teu desterro chega a mim como música
Minha saliva chega aos fonemas que sugiro
Carne no açougue, toma-me entre os anjos
Saltando azulejo em cozinhas fashionistas
Desossa meus beijos para fora
Da boca repreendida
Sangue de paredes frívolas
Escorre o terror sanitário
A véspera que não cessa
Varre línguas para meu feitiço
Minha própria virilha uma trincheira
Cantando o bronze e outros bustos de areia
Enterra vozes em fugas que cavas
Com o tato Tânatos, com a língua de Nix
Me coma no hábito de veneração
A tua digestão, por si só é uma operação translúcida...
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Bastidores
Apenas sirvo a beleza
Meu silêncio é meu altar
Existo a tua satisfação e olhares
Tal qual um pássaro engaiolado
Passos truncados, frases repartidas
Poluição visual, contato breve
Entrega besta-cega nas luzes do holofote
Eu quero querer a luxúria do esquecimento
O trabalho é corporal
Conjurando teus males
Aceitando tuas virtudes ingênuas
Rindo as juras com clemência de sangria
Enrijecendo a verdade
Domando a vontade para a noite
Na aurora, linhas das mãos da opinião rubrica
Na noite, necromancia dos líquidos estranhos da virilha
Rasurar é dever, macular é dever
O teatro se alimenta de boatos
Portanto, os invente livremente
Imagens produzidas pelo imaginário
Ilícita segurança, venha santa
Cheirando linhas diagonais dos meus olhos
Horizontes tímidos evitando contado brusco
Pois há demônios presos por trás de pupilas
A ausência pode ser abundante
A criatura testemunha vasos quebrarem
E males açoitarem seus infortúnios
O deixando livre para semear insinuações
Regurgitar devaneios sob o sol
Construir moradas em Inter temporadas
O ódio de hoje o corrompe? Espere amanhã
Terão outras duas oportunidade de admiração ou inveja
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