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#lulapena
headlinerportugal · 3 years
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Com o L’Agosto quem ganha é você  | Reportagem
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De volta a Guimarães está o festival L’Agosto, interrompido no ano passado pelos motivos por demais sabidos. Regressa ao espaço utilizado em 2019, a edição anterior, que pode ser recordada aqui: A Lagosta voltou ao museu para dois pés de dança. Realmente o espaço verde intramuralhas pertencente ao Museu Alberto Sampaio é um local aprazível e que encaixa bem no conceito do evento. Diga-se, em abono da verdade, que o espaço foi bem aproveitado, existindo facilidade de circulação em redor das cadeiras. Adequado 100% às exigências legais em vigor.
Nesta 4ª edição, somente com nomes nacionais, as regras obrigam à utilização de máscara e a ficarmos devidamente em lugares sentados. Algo do “novo normal” e que todos estamos já prontíssimos a cumprir.
A lotação está a ser obviamente limitada, a cerca de 150 lugares. A bilhética já estava definida antes das atuais regras em vigor permitirem 66% de lotação, algo possível desde o passado domingo dia 1 de agosto. Neste lote de novas regras “caiu” o dever de recolhimento o que permitiu adiar os segundos concertos para as 22 horas, meia hora mais tarde do inicialmente pensado.
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Gator, The Alligator na primeira noite
Quinta-feira, 5 de agosto – 1ª noite ~ A Lagosta recebeu a visita do Jacaré
O arranque aconteceu com Lula Pena. A artista lisboeta entrou no cardápio, em regime de substituição, devido à impossibilidade da banda Sereias marcar presença. Este foi um regresso à Cidade Berço depois de ter tocado no mesmo dia de Dead Combo no Festival Manta em 2017.
Nuvens pouco carregadas a preencherem o horizonte foram desaparecendo com o progresso da performance e quando a artista lisboeta terminou já se conseguia ver bem melhor o céu azul. Uma brisa algo fresca foi uma companheira constante. Apesar deste clima menos veraneante este final de tarde foi minimamente simpático para assistir a um concerto ao ar livre.
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Detalhe da sinalética devidamente personalizada
A personalização do festival foi ao pormenor. Até as boas vindas e as indicações lançadas no sistema sonoro mesmo antes do início do espetáculo foram em jeito cómico inspiradas em Tarzan Taborda (uma personagem doutras épocas, um antigo campeão de luta livre, uma figura icónica portuguesa).
Lula Pena antes de dedilhar os primeiros acordes fez questão de fazer uma introdução explicativa. Afirmou que só tem tocado o que chamou de ”um tema de uma hora”, que “cada concerto é único” e além disso é também “uma viagem”. Terminou desejando a todos uma “boa viagem”.
A solo com a sua guitarra clássica tocou sem paragens fazendo, de vez em quando, umas transições muito suaves. O som que interpretou tem claramente traços de flamenco e bossanova, por isso não foi de estranhar a utilização da língua de nuestros hermanos nem o uso da língua de Camões com sotaque brasileiro. Teve incursões igualmente no inglês. A sua performance demorou cerca de uma hora ininterrupta e foi agradável.
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A artista Lula Pena em palco
A segunda formação da noite a tocar veio de Barcelos e chamam-se Gator, The Alligator. Já os acompanhamos desde quase o seu início e a equipa do headLiner já os viu ao vivo algumas vezes. Tem sido sempre um gosto ver esta banda barcelense que aos poucos e poucos vai evoluindo positivamente.
Entraram em palco 10 minutos depois da hora fixada. A noite apresentava-se já em rápido crescimento, pedia um casaco ou uma camisola dada a brisa noturna. Não afastou as pessoas pelo que a plateia esteve bem mais composta comparativamente ao final da tarde.
A habitual irreverência sonora da banda de Barcelos esteve bem patente e visível em todos os seus membros: Tiago Martins (voz e guitarra), Eduardo da Floresta (guitarra), Filipe Ferreira (bateria) e Ricardo Tomé (baixo). Nada a estranhar ou não fosse o seu som claramente inspirado no garage rock psicadélico e no fuzz.
“Pact” e “Spider” foram as primeiras tocadas, primeiros momentos em que os quatro elementos se ambientaram às condições.
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Visão desde a plateia durante o concerto dos Gator, The Alligator
Tiago Martins, o frontman, afirmou "É estranho ter gente sentada, muito menos em Guimarães". Acredita que para nós, que estamos sentados e a mim em particular foi mesmo bizarro ver-vos ao vivo e pela primeira vez ter ficado sentado. Ainda assim deu para bater aquele pézinho…
Como forma de aquecer ainda mais o ambiente Tiago chegou mesmo a descer do palco e tocar em cima da relva bem perto da assistência. O público não regateou aplausos no final dos temas.
"Primeira vez a tocar com um animal em palco tirando o jacaré" disse o vocalista dos Gator, The Alligator. Realmente a Lagosta insuflável é uma mascote muito curiosa e que demarca o visual do evento e do palco como não se vê por esse país fora…
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Tiago Martins e Ricardo Tomé dos Gator, The Alligator
‘Mythical Super Bubble’, lançado em setembro de 2020, teve em destaque com temas como a faixa que dá o nome ao álbum ou com “Gumba Lumba World”, “Burst”, “Feral Rush” ou “Shiny Endless Glow”. Algumas destas canções já não eram tocadas ao vivo há algum tempo…
‘Life is Boring’ de 2018 foi também abordado durante a hora em que a banda esteve em palco. Aliás a faixa que dá o nome ao álbum de estreia foi apresentada de forma peculiar… Introduzida como a “vida é chata” pois eles já tinham adivinhado há uns anos que a vida iria ser assim, com tempos de confinamento.
“Yayaya” foi o último tema interpretado, mesmo com o público a pedir a banda de volta, não houve lugar a um encore.
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Lula Pena do ponto de vista da plateia
Sexta-feira, 6 de agosto – 2ª noite ~A grande festa do pop rock de Lena D'Água
Vindos da Cidade Invicta tivemos os 10 000 Russos no primeiro concerto ao final da tarde de ontem. Foram o primeiro nome a repetirem a sua passagem pelo L’Agosto, marcando presença na primeira edição em 2017.
A banda liderada por João Pimenta (voz e bateria) apresentou-se em formato trio agora com a novidade da utilização dos sintetizadores a cargo de Nils Meisel. Este artista fez-me automaticamente lembrar o actor Zach Galifianakis dadas as parecenças físicas indo ao pormenor da barba.
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Nils Meisel dos 10000 Russos
O som experimental deste projeto ganha realmente uma nova dimensão. Têm um som com um ritmo taciturno algo que advém das influências krautrock. Além disso a voz passa um processo de reverb adensando as composições. Não é, de todo, uma viagem musical que vá de encontro às massas tendo o seu público bem delimitado.
Recentemente mostraram um novo single e o novo trabalho discográfico 'Superinertia' surgirá em setembro. Este concerto permitiu ter uma noção dos novos caminhos sonoros para os 10 000 Russos, já que tocaram vários temas novos. “Super Inertia” e “A House Full Of Garbage” são temas já disponíveis online e fizeram obviamente parte da setlist. Outros ainda não divulgados foram mostrados, são eles “Station Europa”, “Saw The Damp” e “Mexicali/Calexico”.
Empenhados e hiper concentrados durante toda a performance de cerca de 1 hora, porém não estiveram nada comunicativos. Parte do público entrou na onda experimental sonora da banda, a outra parte esteve mais expectante sendo que toda a gente escutou com muita atenção todas estas novidades.
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O trio 10000 Russos em palco
Helena Maria de Jesus Águas mais conhecida nos meandros públicos como Lena D’ Água, uma artista incontornável do panorama nacional, fechou a segunda noite. Vale a pena lembrar que foi uma das primeiras mulheres a arriscar integrar uma banda rock em solo português. Falo, pois claro, dos Beatnicks formados nos anos 70. O maior sucesso viria na década seguinte, nos anos 80, altura em que fez parte das formações de Salada de Frutas e Banda Atlântida. Começou também carreira a solo.
A cantora surpreendeu em 2019 com o lançamento de ‘Desalmadamente’. O álbum de originais mereceu rasgados e unânimes elogios por parte da imprensa especializada e do público em geral. Valeram à artista um lugar de destaque no NOS Primavera Sound nesse mesmo ano.
A artista subiu ao palco bem acompanhada por outros 6 elementos. Entre eles alguns músicos bem conhecidos da nossa praça musical como, por exemplo, Sérgio Nascimento (bateria), Francisca Cortesão (guitarra e coros) e João Correia (guitarra e coros).
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Lena D’Água no concerto da noite
Confessou as “saudades desta terra muito bonita” já que não visitava Guimarães há bastante tempo. Lena D’Água esteve sempre comunicativa e divertida entre canções. Uma forma de interação que a fez ganhar pontos junto da audiência. Apesar dos seus 65 anos os seus dotes vocais estão intactos.
 Já não tocavam há cerca de um mês, talvez por isso, a confusão na letra por parte de Lena D’Água numa das canções iniciais obrigaram a banda a reiniciar a interpretação. Diga-se, de sua inteira justiça, o sexteto que a acompanhou foi muito competente e a coadjuvaram brilhantemente.
‘Desalmadamente’ foi o foco principal da setlist porém nunca regateou dar "Mais uma voltinha aos anos 80" como a própria o afirmou. Não faltou a famosa “Robot” celebrizada com Salada de Frutas, canção facilmente reconhecida até mesmo pelas gerações mais recentes, nem a canção “Dou-te Um Doce”.
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Lena D’Água e a sua banda de 6 elementos
À passagem de “Grande Festa”, a quarta canção interpretada, tivemos o primeiro momento mais efusivo do público, algo que se repetiu ao longo da performance.
No final de "Bem que vos Avisei" perguntou em tom retórico: "Estão a ver porque não gosto de microfones sem fios?". O microfone falhou durante a canção porém a cantora conseguiu contornar muito bem a situação “roubando” o microfone de Francisca Cortesão.
“Desalmadamente” foi o último tema antes do encore. Foi por esta altura que frisou com orgulho que o álbum com o mesmo nome foi o primeiro trabalho discográfico de originais em três décadas!
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Lena D’Água e a sua banda de 6 elementos
Lena D’Água não regateou as palmas e no regresso ao palco interpretou o belíssimo “Sempre Que o Amor Me Quiser”, uma canção de 1984 e porventura o seu maior êxito a solo, que “rasga” gerações e vai-se tornando imortal. Se é que já não o é…
Notei, com curiosidade, que uma parte significativa da plateia praticamente lotada era do género feminino. Pela primeira vez praticamente lotação esgotada.
Para fecho em beleza voltou a interpretar "Hipocampo", satisfazendo a senhora que chegou atrasada ao espetáculo. O público deu uma ajudinha com os coros e numa interpretação um pouco diferente da primeira, deu por encerrada a noite. Primeira vez que vi Lena D’Água ao vivo e valeu a 100%.
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Vista panorâmica para o concerto de Lena D’Água
Sábado, 6 de agosto – 3ª noite ~ Com o L’Agosto quem ganha é você!
Luís Severo apresentou-se mais uma vez a solo, algo que o artista tem vindo a fazer de forma recorrente nos últimos meses. A equipa do headLiner viu-o recentemente no CCOP no Porto e no Festival Inventa em Felgueiras. Acompanhamos o artista há uns anos e é sempre com muito gosto que assim o fazemos. Ficamos sempre em boa companhia, essa é uma certeza adquirida.
Assim o foi, mais uma vez, no último dia do L’Agosto num final de tarde solarengo com um bonito céu azul porém com algumas rajadas de vento.
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Luís Severo à guitarra ao fim da tarde // Foto @ José Caldeira
‘O Sol Voltou’ de 2019 e o seu álbum homónimo de 2017 vieram na “bagagem” e a maioria das canções apresentadas foram desses trabalhos discográficos.
Luís Severo iniciou a sua performance com “Ainda É Cedo” e “Joãozinho”, esta última sobre quando soube que ia ser tio.
Sempre muito comunicativo, carismático e com aquela pitada de humildade com que sempre o vemos foi partilhando histórias. Uma das primeiras foi sobre ter tomado a vacina no dia anterior e ter passado uns momentos menos bons com febres altas. Felizmente recuperou bem e para felicidade de todos os presentes na plateia também felizmente bem preenchida.
O artista lisboeta nos últimos anos tem feito alguns concertos em Guimarães e revelou ser "Mesmo fixe vir cá" e que gosta muito de passar pela cidade minhota.
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Luís Severo ao piano // Foto @ José Caldeira
A primeira parte do seu concerto foi com a sua guitarra tendo ainda tocado “Amor e Verdade”, “Acácia”: canção fúnebre que o cantor escreveu por causa da morte de alguém próximo e “Cabeça de Vento”.
A segunda parte foi ao piano e apresentou-nos as canções “Última canção”, “Planicie”, “Domingo” e “Cara de Anjo”.
Num momento ainda mais intimista cantou-nos “Rapaz” à capella. Efetivamente foi um momento particularmente bonito.
Na terceira parte voltou à guitarra começando por uma versão. Tocou “Final”, canção dos seus amigos Capitão Fausto. Prosseguiu com “Primavera”, “Boa Companhia” e “O Sol Voltou”.
Para a derradeira canção aceitou sugestões do público. Acabou por chamar da plateia uma cara conhecida tendo Catarina Branco aceite o repto. Interpretaram “Videmonte” e com belíssimo dueto fecharam a sessão da tarde de forma indelével.
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Luís Severo e Catarina Branco em dueto // Foto @ José Caldeira
O bicho da moda atacou os Sean Riley & The Slowriders e por isso mesmo não puderam marcar presença em Guimarães. Felizmente o caso não é grave e os elementos da banda não têm sintomas.
A substituição ficou a cargo de PZ e a Banda Pijama. O mentor do projeto PZ Paulo Zé Pimenta (voz, sintetizadores, caixa ritmos) teve a companhia em palco de Sérgio Freitas (teclados, baixo e voz) e Fernando Sousa (teclados, guitarra e voz).
Vestidos a rigor, com pijama e pantufas pois claro, subiram ao palco com a responsabilidade de encerrarem o festival. Um visual arrojado, incomum e que transmite o lado humorístico imbuído neste projeto.
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 Paulo Zé, conhecido com PZ no meio artístico // Foto @ José Caldeira
'Selfie-Destruction', álbum lançado este ano, foi devidamente apresentado alguns dos temas tocados fazem parte deste trabalho, tais como, "Em Paz Na Minha Guerra", "Incompatibilidades" ou “Dona Elisa”.
Outros álbuns como 'Império Auto-Mano', 'Do Outro Lado' e 'Mensagens da Nave-Mãe' foram também abordados com canções como “Neura”, “Zona Zombie” ou “Realidade Paralela”, esta última a primeira a ser tocada.
Durante a interpretação de “Dinheiro” desceu do palco e atirou o que apelidou algum tendo muito valor: dinheiro PZ.
Os seus maiores êxitos "Cara de Chewbacca", com direito a uma figurante feminina vestindo literalmente um acessório com a conhecida personagem de Star Wars, e “Croquetes” não faltaram no alinhamento.
O público estava a curtir a atuação pelo que chamou pelo regresso da banda e no encore PZ e a Banda Pijama terminaram com “Fome de Lulas”
A música eletrónica de PZ e a Banda Pijama com diversos elementos de hip-hop, tecno e pop fazem uma mistura dançável. A pitada irreverente e despida de pudor vem no adicionar de letras cantadas em português carregadas de ironia e até de falta de sentido quase, senão mesmo, anedóticas.
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Concerto de PZ com direito a figurante durante "Cara de Chewbacca"  // Foto @ José Caldeira
Texto: Edgar Silva Fotografia: - Jorge Nicolau  - José Caldeira: @josecaldeiraphoto (Instagram) e @josecaldeiraphotographer (Facebook) com fotos do 3º dia
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danielpereiracristo · 6 years
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Obrigado Sopa de Pedra!!! ...aparte de toda a fundamental cena artística... que foi, é e será estonteante e única..., o grande prazer e riqueza que ficam, e ficarão sempre, é a gente boa e talentosa que tive a oportunidade de conhecer nesta pequena viagem - as “sopas”, o Zé Salgueiro, a Lula Pena, o Zé Manel David, as “cramolas”, a malta da Turbina! E sinto-me um grande privilegiado por ter convivido uma pouco mais com todos estes seres fantásticos e talentosos... Vivam as Sopa de Pedra!!! #sopadepedra #capitolio #danielpereiracristo #josesalgueiro #josemanueldavid #lulapena #cramol #turbina https://www.instagram.com/p/BuB_k5EB7p9/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=zkcdns69n6m
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glitterssoul · 7 years
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Lula Pena > Manta'17 . . . . . . . . . . . #photography #manta2017 #lulapena #guimaraes #concert (em Centro Cultural Vila Flor)
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danielpereiracristo · 6 years
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#lisboa #capitolio #sopadepedra #danielpereiracristo #josesalgueiro #ameliamuge #lulapena #cramol https://www.instagram.com/p/Bt8x-fSBwT_/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=2eby5guwubmj
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danielpereiracristo · 6 years
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Último ensaio, para o concerto imperdível de amanhã - Sábado 16 - pelas 22h no Cine-Teatro Capitólio em Lisboa das fantásticas Sopa de Pedra... ...que decidiram juntar este grupo de gente boa e convidados absolutamente especiais! - eu tenho a felicidade de me encontrar entre eles ;) #sopadepedra #capitolio #lisboa #josesalgueiro #ameliamuge #cramol #josemanueldavid #lulapena #danielpereiracristo (em Lisbon, Portugal) https://www.instagram.com/p/Bt69rGThZe1/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=je02gu1ho20q
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