Dia Internacional das Mulheres.
Jane Austen ("A Lady"), Mary Wollstonecraft Shelley (Mary Shelley), Sidonie-Gabrielle Colette (Colette), Mary Ann Evans (George Eliot) e Maria Firmina dos Reis ("Uma maranhense") também usaram pseudônimo. O marido de Colette, o crítico e escritor Henry Gauthier-Villars, Willy, como era chamado, se apropriou da série de romances ‘Claudine’, um sucesso editorial, que ela escreveu se baseando nas memórias de sua infância. No Brasil, muitas escritoras também usaram o recurso do pseudônimo ou do livro anônimo. Maria Firmina dos Reis, autora do romance Úrsula (1859), considerado por alguns historiadores como o primeiro romance abolicionista da literatura brasileira. Sua assinatura, no entanto, dizia apenas "uma maranhense".
“Metade do mundo não pode entender os prazeres da outra metade.”
— Jane Austen romancista britânica (1775 - 1817).
“O mundo precisa de justiça, não de caridade.”
― Mary Shelley escritora britânica (1797 - 1851).
“De que serve a aplicação onde é precisa a inspiração?“
— Sidonie Colette escritora francesa (1873 - 1954).
“Quando chega a morte, não é da nossa ternura que nos arrependemos: é da nossa severidade.”
— Mary Ann Evans romancista Britânica. (1819 – 1880).
“A mente, essa ninguém pode escravizar”.
— Maria Firmina dos Reis escritora brasileira (1825-1917).
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Borboleta Azul
Julia C. Marques
No solo negro, ninguém parece perceber os pés que se movimentam. É quase como se eles flutuassem na bruma a medida que a garota de azul, a borboleta com flores na cabeça, gira pelo ar.
Ela se vai, solta, sem qualquer amarra ou dificuldade. É quase como se fosse uma folha, uma flor, algo feito de brisa, e não de carne e ossos.
Seus olhos estão fechados, e ela se esqueceu do mundo por alguns instantes. A plateia se foi, e agora, Luana está sozinha. Ali, naquela imensidão escurecida como o céu de uma noite sem estrelas, existem apenas ela e as notas. A música emana por cada poro de seu corpo, e ela se deixa levar, porque dançar a faz se sentir a mais livre das criaturas.
Pelos instantes formados de acordes, tudo parece fazer sentido. O mundo caótico parece ter encontrado algum tipo de ordem enquanto os braços da borboleta se erguem, como se suas asas se abrissem, prontas para alçar voo, ansiosas para alcançar as nuvens.
É um único corpo, uma única bailarina, mas naquele momento, é quase como se ela preenchesse todos os espaços, como se fizesse parte de tudo.
Na plateia que seus olhos não veem, os olhares permanecem vidrados, registrando cada mísero movimento. É o mundo em suspenso, preso no transe de uma música, embalado pelos passos da bailarina, como se ela fosse a pastora de um rebanho, e os estivesse conduzindo para um local seguro, um lugar onde o mal, seja em qualquer forma ou cor que tenha tomado, não poderá alcança-los.
Ela se espalha enquanto eles se recolhem. Se agiganta enquanto eles se recolhem, uma verdadeira rainha em meio a seus obedientes súditos. A luz se amolda ao seu redor, formando com as sombras um par perfeito, uma verdadeira divindade a brilhar.
A música está chegando ao fim, e os passos, vão se tornando um tanto mais lentos do que antes. Está acabando, e aos poucos, a realidade se infiltra no sonho que durara instantes insuficientes.
E agora, o que virá agora?
Os olhos, tão negros quanto a mais escura das noites frias, jazem abertos como para um último olhar para o mundo. O som, diferente e estrondoso, corta a melodia que inunda as paredes acortinadas, e então, instantaneamente, quase como um passe de mágica, o que era sonho se torna pesadelo.
Com as asas cortadas e o vermelho a manchar o azul que cobre seu corpo, a borboleta azul se choca contra o chão, antes uma luz, agora apenas um ser humano. O ar se esvaiu de seus pulmões, e a dor que a atinge parece vibrar por seu corpo como as notas de uma horrenda e nova canção. Uma usurpadora, que apaga a beleza de antes para trazer o horror de agora.
O baque é surdo, e as cores se misturam, perdendo-se em seus olhos, apenas um borrão onde antes existia uma verdadeira aquarela.
De uma poltrona de veludo vermelho, uma na posta esquerda, na fileira mais próxima ao palco, levantou-se um cavaleiro de cartola, os olhos desfocados e o sorriso debochado a dançar em seus lábios.
Dizem por aí que a vingança tem um sabor doce, e nesse momento, é exatamente isso que ele experimenta, sem se importar em esconder ou fugir, sem se incomodar que o vejam como está agora, divertindo-se com seu ato cruel. Como um caçador habilidoso, fora ele quem vencera. No fim daquele jogo, ela caíra, e ele está ali, de pé, desfrutando de seu sucesso.
A risada que ecoa de seus lábios é sinistra, macabra, e os olhos da borboleta, agora apenas dois globos de vidro, encaram o teto do palco, o negro que antes a acolhia, mas que agora é apenas um ilustre desconhecido.
Aquela era a sua chance de brilhar. Era o seu momento, e por alguns minutos preciosos, ela fora a estrela. E para que? Somente para que sua queda fosse maior?
Ela não chegara a vê-lo, mas agora todos os outros se voltam para ele. O homem que ri em meio a dor, cujas lágrimas se misturam ao riso. Ela o dispensara. Jogara ao vento as promessas que eram para ser eternas, e agora, quando ela estava prestes a voar para longe, ele a estava trazendo para o chão novamente, apenas se certificando para que as coisas fossem como sempre deveriam ter sido.
Desde o início, não é? Desde o começo, era para permanecerem juntos.
Ela prometeu, e agora, com o riso desvairado em seus lábios, ele fazia a sua parte para cumprir tal promessa.
- Você prometeu Luna. Você prometeu, e eu sei que tudo o que me disse foi da boca pra fora. Eu...eu sei que você me ama. Sei que está esperando por mim, querida. Não se preocupe, estou indo te encontrar.
Diante de uma plateia estupefata, um novo estalo corta o ar. Desta vez, quando o silêncio é rompido, um novo corpo atinge o chão. Desta vez, é o de um homem quebrado, uma lagarta manchada, para quem o “não” nunca foi uma possibilidade, e a escuridão é mais confortável que a luz.
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Poema de @melduartepoesia para você lido em voz alta. Sente a potência. “Aqui estamos nós, donas de nossas próprias palavras, revolucionárias do cotidiano, regando a terra outrora batida por nossas antepassadas, firmando nossas pegadas, sabendo que hoje, cada vez que nossa fala se propaga, equivale a dez que antes foram silenciadas Mulheres de uma geração atrevida, filhas dos saraus e das batalhas de poesia alquimistas, libertárias, propagandistas da oralidade compartilhando nossas travessias, bradando nossa realidade! Sempre semeando essa terra verbo fértil perpetuando nossa existência através de versos, escrevendo quantos poemas manifestos forem necessários por dia pra cada vida interrompida ter mais valia Não mais invisíveis, não mais mercadoria Se querem nos privar, ocuparemos espaços Se querem nos apagar, escreveremos livros Se querem nos calar, vamos falar mais alto!” • Poema para ser lido em voz alta • #poesia #spokenword #palavra #melduarte #mulheresnaliteratura #pracegover Mel está em frente a uma parede branca, vestida com uma peita preta escrito em branco “Mulher, solta a tua voz.” e suas tranças estão presas em um turbante preto. Com o troco virado pra frente, sua cabeça está virada pra esquerda, ela leva a mão como se fosse lar algo. (em São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/CDxKeUznrof/?igshid=1ocvtzr6a76cp
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#sagarealdezerbet #sagas #personagensfemininas #mulheresnaliteratura Quando eu tive a ideia de escrever #ocolardezerbet, muitos dos livros que eu li me inspiraram a construir o mundo por trás de cada página, bem como a protagonista. Chase é inovadora em seu tempo, uma mulher que veio para quebrar padrões, e hoje eu trago a vocês algumas personagens que me inspiraram a construir a personagem Chase, por seu caráter ou por atitudes. *Jasmine - Deltora Quest: Jasmine foi a personagem feminina de histórias fantásticas que mais marcou a minha infância. Ela é completamente alheia ao mundo quanto às suas regras. É extremamente corajosa e forte, capaz de tudo pelos amigos e pela missão. Suas habilidades são bastante peculiares para uma garota de seu tempo. *Evanlyn/Cassandra - Rangers: A Ordem dos Arqueiros: essa personagem foi uma grande inspiração, pois ela assim como Chase é uma princesa aventureira, pronta para o que der e vier. Os perigos que ela enfrentou ao lado de Will (quem leu sabe kkk) são mais do que prova de que ela é bem capaz de reinar com maestria. *Alyss - Rangers: A Ordem dos Arqueiros: Alyss é uma diplomata, uma das muitas habilidades de Chase. O seu trabalho ao longo dos livros é de suma importância para o enredo, assim como sua relação com o protagonista. Para Alyss há um misto entre o mundo da realeza, acrescido ao universo das aventuras de Will. *Annabeth Chase - Percy Jackson/Os Heróis do Olimpo: essa eu nem preciso falar né gente? Hahahaha. A Annabeth, a filha de Athena, é inteligente, astuta e uma guerreira implacável. Suas habilidades em batalha, assim como seu raciocício rápido certamente influenciaram na construção de Chase. *Meggie Folchart - Saga Mundo de Tinta: Meggie é a filha do Língua Encantada em Coração de Tinta. Ela é teimosa, mas também corajosa e capaz de mover o mundo pelo amor ao pai. Da mesma forma, Chase é capaz de tudo para salvar seu reino do fim que parece inevitável. *Hermione Granger - Harry Potter: Hermione mostrou ao mundo bruxo que não há barreiras para o que uma mulher pode fazer. Mostrou talento em Hogwarts, virou ministra da Magia e enfrentou os piores perigos, ajudando a salvar o mundo bruxo. https://www.instagram.com/p/CF5Gpb_jvau/?igshid=g6n7hiva0vi9
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Não podemos negar: a presença de mulheres na literatura é tão fundamental quanto em qualquer outra área em que o feminino veio aumentando sua representatividade ao longo dos tempos. Nos dias de hoje temos um grande número de escritoras de sucesso, com livros das mais diferentes temáticas e para todos os públicos. . ▫️ Ainda estamos longe do ideal, mas vemos novas escritoras, a cada dia, conquistando seu espaço no mercado editorial. E nesse cenário, saímos todos ganhando. Afinal, o que seria de nós, leitores, sem a pluralidade, sem as diferentes visões de mundo? . ▫️ E não devemos esquecer daquelas mulheres, que no passado lutaram para que as mulheres de hoje tivessem o seu espaço! Que conseguiram publicar suas obras enfrentando obstáculos, por vezes, quase intransponíveis. . ▫️ Parabéns mulheres, não pelo seu dia, mas por sua luta! . ▫️ Compartilhe este post com todas as mulheres guerreiras que você conhece! E compartilhe com todos aqueles que admiram essas mulheres incríveis! . ▫️ #leiamulheres #mulheresescritoras #diainternacionaldamulher #mulheres_recantodaliteratura #maisleitura #escritoras #mulheresnaliteratura #literaturafeminina https://www.instagram.com/p/B9eU2nQjVwK/?igshid=1dnz7yj8n2kpq
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Como parte da programação da Jornada do Patrimônio 2020, a psicóloga e amiga Jeane Silva fez uma live no Youtube, com leituras do livro coordenado por ela, “Belas Flores do meu Bairro” (2017).
Foi um momento bem incrível para ouvir histórias, contos e, claro, poemas feitos pelas idosas do Projeto Continuar, coordenado por Jeane e foi realizado na biblioteca Raimundo de Menezes, em S. Miguel Paulista.
Jeane foi guerreira, fazendo a live, às 11h, contando os bastidores dos livros coordenados por ela. Um dos últimos, “Retalhos da Cidade”, eu tive a honra de fazer uma das apresentações e orelha.
Também já participei, em 2019 (foto 2), da Jornada como convidada.
De forma online neste ano, a Jornada do Patrimônio é uma inciativa da prefeitura da cidade de SP que incentiva a população a conhecer melhor os espaços dos bairros da cidade.
Confira a íntegra aqui
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