Tumgik
#ortodoxia e ortopraxia cristãs
ortodoxiacrista · 3 months
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Dias difíceis, mas sobrevivendo!
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Mestras do bem
Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.” Tito 2.3-5
Este texto, tão conhecido por nós e tão rico em suas recomendações, nos chama a atenção para o papel das mulheres mais velhas e maduras de nossas igrejas. Onde elas estão? Como têm ajudado as jovens recém-casadas? Você, moça, conhece muitas delas em sua igreja? Tem se sentido acolhida e instruída por elas? 
Por diversas vezes tenho conversado com jovens de todo o país, que me pedem conselhos e orientações. Em algum momento da conversa, sempre as oriento a procurar a ajuda de uma mulher mais velha de suas próprias igrejas. A resposta, na imensa maioria das vezes, é que essas mulheres estão em falta! O que tem acontecido com as mulheres maduras na fé? Aonde elas foram parar? Elas são poucas ou simplesmente não estão disponíveis para ajudar e instruir às mais novas? 
A recomendação de Paulo a Tito nos mostra o quanto a tarefa de orientar as jovens é importante no seio da igreja. João Calvino argumenta que há dois lados nesta moeda: 
 Ao lembrar as mulheres idosas de seus deveres, o apóstolo, ao mesmo tempo, oferece às mais jovens um exemplo que deviam seguir, e assim ensina a ambas concomitantemente. 
 Tanto as mais velhas quanto as mais novas são beneficiadas nesta relação! A mais velha é desafiada a manter uma vida piedosa e casta, para que possa ensinar e ser exemplo, e a mais nova, ganha instrução formal e exemplo diário, na prática. 
 As moças do nosso tempo 
 Se olharmos com cuidado o cenário da igreja brasileira, perceberemos um contexto que clama, grita, para que as orientações das mulheres mais velhas sejam dadas, como ordenado por Paulo! Temos visto um número cada vez maior de jovens chegando às nossas igrejas, vindas de lares desfeitos, que nunca conviveram com ambos os pais ou que vêm de lares não cristãos. Estas moças tiveram sua formação baseada no feminismo! “Não dependa de homem”, “seu marido é seu emprego”, “filho é atrapalho de vida” e tantas outras palavras de ordem foram ditadas recorrentemente aos seus ouvidos. Elas não aprenderam a ser modestas, submissas e amáveis. Nunca foram instruídas a respeitar seus maridos e a disciplinar seus filhos.
 Mulheres mais velhas: por favor, cumpram a ordem dada em Tito 2. 3-5! Prestem auxílio às mais jovens! Livros e textos são muito importantes, conferências dão uma chacoalhada, mas a vivência da igreja local com mulheres mais velhas, receber seus conselhos, observar suas atitudes são bênçãos que estas jovens mães anseiam e precisam!
Parece que nos Estados Unidos da América as coisas não são muito diferentes daqui não. Vejam como Susan Hunt, em seu livro A graça que vem do lar, descreve como andam as famílias por lá: 
Pelo que tenho visto há muitos pais confusos sobre seu papel, porque nunca foram bem cuidados, ou pior ainda, foram cuidados destrutivamente. Muitos vêm de lares desfeitos. Muitos fazem parte da primeira geração de cristãos da família… Foram criados por mães, de uma geração de mulheres, que acreditavam na mentira feminista de que ser mãe não realiza a pessoa nem é importante.
 Quando elas se convertem, conhecem a fé e descobrem que tudo aquilo em que elas haviam fundamentado sua vida era mentira, o chão se abre sob seus pés, elas ficam literalmente perdidas.  Desse momento em diante, partem para a leitura ávida de material sobre a fé reformada, sobre teologia e sobre o papel da mulher. Elas devoram livros sobre como ser uma boa esposa e como criar os muitos filhos que, agora, elas desejam ter. Formam para si um ideal do homem bíblico e todas as qualidades e responsabilidades que eles precisam ter. Também passam a sonhar com o modo como ensinarão seus filhos a temer ao Senhor, com os cultos domésticos e as orações com seus filhos e por eles. Lhes falta a prática, mas a teoria está quase pronta. 
Conhecer estas verdades é extremamente importante, mas apenas conhecer intelectualmente e ter boa vontade de as colocar em prática, não é suficiente. Elas precisam de ajuda. Têm a ortodoxia, mas falta-lhes a ortopraxia. 
 Colocando a doutrina em prática 
 Quando, finalmente, estas jovens apaixonadas por teologia se casam, sentem-se prontas para o desafio que estão abraçando. Mas logo nos primeiros meses, descobrem que a vida à dois não é tão simples quanto ler um livro ou escutar uma palestra. A lida com um marido irritado, com filhos desobedientes e com dezenas de tarefas domésticas por realizar, lança sobre elas um balde de água fria! Todas aquelas leituras estão em sua mente, as acusando de não serem tão boas quanto sabem que deveriam ser, e como uma espada sobre a cabeça de seus maridos, que também deixam a desejar. Mas as coisas ainda podem piorar! 
Quando os filhos nascem, nascem com eles os muitos conflitos entre os cônjuges sobre a forma adequada de criá-los e de lidar uns com os outros. Elas ficam perdidas! “Como fazer para que tudo aquilo que li, seja vida para mim? Como fazer a pregação de domingo ser verdade de segunda à sábado? Como viver a vida de esposa, mãe e dona de casa de forma piedosa?”, elas se perguntam. Se elas não viram tudo isso, na prática de seus pais, podem encontrar muitas dificuldades. Susan Hunt, novamente nos ajuda com uma triste descrição:
 ‘ Sinto-me tão inadequada como mãe. Minha própria mãe foi uma alcoólatra concentrada em si. Ela satisfez muitas de minhas necessidades físicas de ter o que comer e vestir, mas nunca recebi carinho e direção. Ela não me ensinou, é lógico, a viver como uma mulher piedosa. Meu pai era um excelente provedor, mas pouco ficava em casa. Eu me esforcei tanto para agradar aos dois, sempre esperando alcançar o amor deles, que nunca chegou. Agora sou uma menina pequena de 36 anos, perdida, que não tem nenhuma pista de como cuidar de seus próprios filhos. É como tentar montar um quebra-cabeça enorme sem a figura na tampa da caixa para me orientar em como se faz. Eu sei que não há uma fórmula nem uma lista de respostas fáceis, mas com certeza alguém que já está mais à frente na estrada de criar filhos poderia, pelo menos, gritar umas instruções, ou me jogar um mapa.` 
Que triste verdade! Quem poderá jogar um mapa para estas moças?
Somente as mulheres mais experientes podem ajudar a dar estas respostas! É na prática do dia-a-dia que as jovens poderão ver como as mais velhas tratam seus maridos de forma respeitosa, como disciplinam seus filhos com a vara, como reagem às mais diferentes intempéries que a vida familiar proporciona. Matthew Henry, comentando o texto de Tito 2, ressalta o quanto as mulheres mais velhas têm um papel fundamental na vida das mais moças: 
 Existem lições para as mulheres mais novas também, a quem as mulheres idosas devem ensinar, instruindo e aconselhando-as nas obrigações da fé cristã de acordo com a idade delas. Para ensinar essas coisas, as mulheres idosas têm, com frequência, melhor acesso do que os homens, inclusive os ministros. 
 Que comentário incrível! Que privilégio Deus nos deu! Ensinar as mais jovens a serem submissas ao marido, através do ensino e do exemplo diário, ano após ano, é uma escola para estas moças! Em cada pequena situação de tensão que virem, elas poderão presenciar a mansidão e o domínio próprio das mais velhas; elas observarão suas respostas adequadas, suas atitudes gentis, suas palavras mansas e de edificação. Verão sua firmeza com as crianças ou, como aquelas que já têm filhos adultos, lidam com eles. Que bela forma de aprender! Quanta bondade de Deus em se preocupar com estes detalhes. Ele sabe que precisamos ver estes ensinos na vida diária para que possamos assimilá-los melhor! 
Carolyn Mahaney, em seu livro As sete virtudes da mulher, explana de forma brilhante o papel das senhoras mais velhas: 
“Os anos lhe trouxeram muito conhecimento e clareza acerca das coisas, e você tem papel significativo a desempenhar na igreja. Já descobriu segredos de sabedoria do alto em relação ao marido, aos filhos e à casa que podem ajudar mulheres mais jovens a poupar muita preocupação e trabalho desnecessário.” 
 As mulheres mais velhas podem, inclusive, ajudar as mais novas a se desviar de determinados caminhos e atitudes que elas já experimentaram, e não foram bons. Elas podem ajudar as mais novas a construir uma estrada sólida, sem tantos percalços. Elas podem ajudar a evitar pecados!  
A lida com a casa e a dificuldade de administrar essa “empresa”, também deve ser alvo de ensino. Ser dona de casa requer uma série de habilidades muito específicas. As mais velhas podem mostrar às mais novas formas mais eficazes de dar conta do serviço domésticos. Às vezes uma única dica, pode salvar o dia de uma jovem recém-casada que não foi treinada a cuidar de um lar. Como estender a roupa no varal para não ficar tão amarrotada na hora de passar, um bom produto para tirar o limo dos azulejos, uma receita rápida para a hora do aperto são ajudas inestimáveis para as novatas! 
 O motivo é nobre! 
 A Palavra de Deus e o evangelho de Cristo são puros, excelentes e gloriosos; e a excelência deveria ser expressa e mostrada na vida e conduta de seus adeptos, especialmente em relação às obrigações familiares. O fracasso aqui seria uma desgraça. Matthew Henry 
 O final da admoestação em Tito 2 para as mulheres mais velhas, as chama à responsabilidade. Elas devem se empenhar em cumprir sua missão por um motivo muito grave: 
 Para que a Palavra de Deus não seja difamada. (v.5) 
 Isso significa que quando as mulheres vivem uma vida prática diferente daquela requerida pelas Escrituras, elas servem de escândalo para o mundo. Não pode haver esta dicotomia entre o que elas professam através da religião pura que abraçaram, e a vida diária delas! Isto seria descrédito para o Evangelho de Cristo! 
 Tanto homens quanto mulheres devem ajustar seu comportamento à sua confissão. (Matthew Henry) 
 Esta é uma obrigação de todo crente. Cada qual deveria regular seu cotidiano, nas mínimas coisas, pela sabedoria da Palavra de Deus. Mas especialmente na lida familiar esta adequação nos é exigida. Nossa família é um retrato vivo do relacionamento de Deus com seu povo. O casamento, comparado à Cristo e a Igreja; Deus Pai nos corrigindo como filhos amados; Perdão, reconciliação, amor, cuidado… Tudo isso é um espelho para o mundo. Por isso… 
 Falhar nestas obrigações domésticas seria uma grande vergonha para o cristianismo. (Matthew Henry) 
 Arregaçando as mangas! 
 Faz parte de nossa herança pactual ensinar estas moças. O caminho para fazer isto é descrito no Salmo 78.4,6 e 7. É uma geração contar à geração seguinte…  
 …os louvores do Senhor, o seu poder, e as maravilhas que fez… a fim de que a nova geração os conhecesse, filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus a sua confiança e nãos se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhes observassem os mandamentos. 
 Se as mães destas moças falharam, nós, as mulheres mais velhas da igreja, precisamos nos colocar nesta lacuna e servi-las de modo ardoroso e afável, oferecendo-lhes o ensino e o exemplo! 
O ensino formal é extremamente importante. Se na sua igreja não existe um momento em que vocês, mulheres, possam instruir umas às outras, converse com seu pastor sobre esta necessidade e coloque-se à disposição para este trabalho. Se não tem nenhuma mulher que seja apta a preparar um estudo ou uma palestra, reúnam-se para ler livros ou artigos, juntas. Existe farto material em língua portuguesa sobre o papel e a vocação da mulher, sobre submissão ao marido, disciplina de filhos e tantos outros assuntos que tocam o universo feminino. O que falta mesmo é mulheres dispostas a colocar a mão na massa! 
Além deste ensino formal, as mulheres mais velhas precisam também se dispor a ser exemplo, permitindo que as moças vejam o evangelho na prática da sua vida familiar. Fazemos isso através da hospitalidade, trazendo-as para perto de nós, abrindo nossas casas e nossas vidas para elas. Este é um poderoso meio de influenciá-las e de demonstrar como Cristo tem sido glorificado em nossos casamentos e na criação dos nossos filhos.  
É uma bela oportunidade também para essas moças verem que nossas famílias não são perfeitas, mas lutam contra suas próprias mazelas. Com esta convivência elas são chocadas com a realidade dura do pecado num mundo caído, percebendo nosso esforço para superar nossas falhas e retomar o rumo, a cada desvio do caminho. Poderão ver nossa humildade ao reconhecer erros e pecados, e nosso esforço para domar nosso espírito e sermos mansas e tranquilas. Elas perceberão que há esperança para elas e suas famílias, pois verão de perto que não somos modelos de perfeição, mas de busca constante por santidade.Verão que nossos maridos não são perfeitos e que nossos filhos são tão pecadores quanto elas.  
Estas serão lições preciosas que elas levarão para sempre junto de si e que as ajudarão a chegar ao casamento com os pés no chão, plenamente cientes de suas limitações e de suas obrigações. Estarão mais perto de perceber como Deus é gracioso com pecadores miseráveis como nós! 
 As mais novas precisam se deixar ensinar 
 O outro lado da moeda, é que as jovens precisam deixar de lado o orgulho típico da idade. Por muitas vezes tenho observado que elas só pedem ajuda quando as coisas desandam. Elas se recusaram a aprender com as senhoras e agora que estão em maus lençóis, pedem socorro.  
Por que esperar as coisas saírem de controle? Por que não deixar de lado a presunção? Tenho visto muitas jovens desejando romper com suas mães e avós, no afã de terem o “domínio” de sua própria vida, querendo dirigir seus passos a partir delas mesmas e de sua visão de mundo.  
Reconheço que este corte com a família é necessário quando elas se casam. Elas querem sua própria identidade familiar! Mas isto deve ser feito com cuidado, pois pode beirar a arrogância. A linha é tênue! Elas devem reconhecer que não sabem tudo da vida, que há terrenos em que ainda não pisaram, que seus métodos de resolver conflitos podem não ser os melhores e precisam olhar as mais velhas como fonte de inspiração e conselhos. Isto não as diminui, não faz com que sejam dependentes, não tira sua autonomia. É apenas o reconhecimento de que viveram poucos anos ainda, e demonstra a maturidade e o coração ensinável de uma jovem que honra as mais velhas. Sei que admirar e estimar os mais velhos é algo esquecido em nossa cultura, mas somos cidadãs dos céus, e a Bíblia ensina o contrário: 
 Diante das cãs (cabelos brancos) te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Levítico 19.32 
 No Corpo de Cristo deveríamos sempre nos considerar discípulas e aprendizes, e quanto mais novas formos, maior deve ser nossa singeleza de coração e nossa humildade para com as mulheres mais velhas. Olhe para elas, não as despreze! Busque seus conselhos, ouçam-nas. Elas podem até não conhecer toda a teologia que você conhece, mas se são cristãs, amam ao Senhor e pautam suas vidas pela Palavra, devem gozar do seu respeito e admiração, e desta forma, a igreja de Cristo seguirá crescendo, no apoio umas às outras! 
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pensandoparoquia · 5 years
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Episcopado Histórico e Administrativo
Podemos ter duas formas de olhar para o episcopado em sua realidade teológica, uma é conhecida como episcopado histórico e a outra como episcopado administrativo:
É sabido que com a Reforma Protestante do Século XVI, e a fragmentação da Cristandade Ocidental tivemos a manutenção do Episcopado Histórico por Anglicanos e Luteranos Escandinavos e Bálticos; a criação do Episcopado Administrativo (sem Sucessão Apostólica) por Luteranos Germânicos e pelos Moravianos (posteriormente adotado na dissidência Metodista).
Podemos afirmar que “O Episcopado Histórico é o termo Anglicano para indicar um Episcopado com Sucessão Apostólica ininterrupta”[1]. A sucessão apostólica foi definida a princípio, pelos pais da igreja, como uma tentativa de legitimação ministerial contra hereges que vinham surgindo na Igreja.
O objetivo era afirmar diante daqueles que apregoavam doutrinas heréticas, com a desculpa de haviam recebido aquelas doutrinas dos apóstolos, que eles não tinham legitimidade para propor aquelas doutrinas, pois em primeiro elas não estavam em concordância com a doutrina dos apóstolos e em segundo que se houvesse alguém capaz de apresentar uma suposta doutrina oculta seriam os legítimos sucessores dos apóstolos, aqueles que haviam recebido a imposição de mãos deles ou de seus sucessores diretos.
Assim, percebemos que historicamente a doutrina da sucessão apostólica não se sustenta, pelo fato que “o argumento que defendia a cadeia inquebrantável de sucessão a partir dos fundadores apostólicos até os bispos contemporâneos era secundário e auxiliar. Era tão frágil e por razão suficiente era difícil de remontar as conexões na cadeia sem nenhum grau de certeza. Só Hegesipo, Irineu e Eusébio de Cesareia tentaram estabelecer essas ligações, mas não tiveram sucesso”[2].
É, então difícil falar na “sucessão apostólica” ou na “sucessão a partir dos apóstolos”, se, por essas expressões, se pretende afirmar ou que os “apóstolos” instituíram o ofício episcopal como o conhecemos (ou mesmo os cristãos do fim do século II o conheceram) ou que se pode traçar retrospectivamente uma clara “cadeia” de sucessão a partir de um dado bispo em dado tempo na história para um ou mais “apóstolos”. O próprio conceito da sucessão como elemento da continuidade, unidade e identidade da Igreja é uma criação do século II[3].
Podemos perceber assim que a sucessão apostólica é mais matéria de fé, do que algo que tem uma comprovação histórica suficiente, e para um protestante o que deve ser crido tem de ser definido pelas Sagradas Escrituras, que não consta nenhuma definição ou texto-base para a concepção da doutrina da sucessão apostólica.
Tudo que se pode falar com honestidade consiste em que o padrão da liderança e governo que, no todo, prevaleceu nas comunidades cristãs da segunda e terceira gerações e que, portanto, tinha suas raízes plantadas no tempo dos fundadores originais e dos que lhes deram o crescimento, foi aquele padrão que, eventualmente, e muito naturalmente evoluiu num sistema, segundo o qual os cristãos em cada localidade tinham um pastor principal, o qual foi designado como episkopos. Este ministério episcopal foi, então, perpetuado, pela observância dos costumes que tinha a ver com a eleição e ordenação, de tal forma que a identidade da comunidade de geração para a geração foi salvaguardada, se não garantida, pela sucessão regular e legítima de seus líderes. Supunha-se que o bispo “sucedia” seu predecessor, se e somente se, fosse eleito devidamente pelo clero e povo de sua Igreja e devidamente ordenado pelos bispos que representassem a Igreja mais amplamente[4].
Assim mais importante que a sucessão apostólica, como uma cadeia de conexão entre ministros, é manutenção do próprio episcopado eleito pelo clero e povo em consenso e a sucessão de ministros fieis a ortodoxia, ortopraxia e ortopatia da Igreja, como bem afirmou Hipólito:
ninguém refutará esses (erros), exceto o Espírito Santo transmitido à Igreja, o qual os apóstolos receberam, primeiramente, e transmitiram aos que corretamente creram. Mas nós, sendo seus sucessores e como participantes dessa graça, sumo-sacerdócio, ofício do ensino bem como guardiães reputados da Igreja, não devemos ser encontrados deficientes na vigilância, nem dispostos a suprimir doutrina correta[5].
Sabendo que a sucessão apostólica não se sustenta historicamente e não encontra respaldo nas Sagradas Letras, há um problema por parte das Igrejas que adotam a doutrina da sucessão apostólica, pelo fato de que estas geralmente negavam a legitimidade das igrejas que não detém a hipotética sucessão. Contudo, graças aos esforços ecumênicos esse problema tem sido solucionado pouco a pouco.
As Igrejas que têm a sucessão pelo episcopado reconhecem cada vez mais que uma continuidade na fé apostólica, no culto e na missão, foi conservada nas Igrejas que não conservaram a forma do episcopado histórico. Este reconhecimento vê-se facilitado também pelo fato que a realidade e a função do ministério episcopal foram mantidas em muitas dessas Igrejas, com ou sem o título de bispo [episcopado administrativo]. A ordenação, por exemplo, é sempre efetuada por pessoas em quem a Igreja reconhece a autoridade de transmitir o mandato ministerial[6].
O episcopado administrativo, por sua vez, não prescinde da hipotética doutrina da sucessão apostólica para se legitimar, mas está fundamentado no fato que a forma de governo episcopal e o próprio ministério dos bispos é uma forma de ministério muito antiga, tem fundamentos claros nas Escrituras Sagradas e demonstra muitos frutos validos para o nosso tempo.
[1] CAVALCANTI, Robinson. ANGLICANISMO. Recife, 2009.
[2] NORRIS, Richard A. BISPOS, SUCESSÃO E APOSTOLICIDADE DA IGREJA. Tradução de Sumio Takatsu.
[3] NORRIS, Richard A. BISPOS, SUCESSÃO E APOSTOLICIDADE DA IGREJA. Tradução de Sumio Takatsu.
[4] NORRIS, Richard A. BISPOS, SUCESSÃO E APOSTOLICIDADE DA IGREJA. Tradução de Sumio Takatsu.
[5] HIPÓLITO. REFUTAÇÃO DE TODAS AS HERESIAS. In.: WRIGHT, J. Robert. AS ORIGENS DO EPISCOPADO E MINISTÉRIO EPISCOPAL NA IGREJA PRIMITIVA. Tradução de Sumio Takatsu. 1996.
[6] CONCÍLIO MUNDIAL DE IGREJAS. BATISMO EUCARISTIA E MINISTÉRIO – BEM. Itêm 37. In.: AQUINO, Jorge e CALVANI, Carlos Eduardo. O MINISTÉRIO NA IGREJA ANGLICANA. Brasília, 2000.
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heathenrytribal · 7 years
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Sobre esta obra
O objetivo dessa obra é informar aos interessados sobre a criação de comunidades heathens autônomas, guiadas pelo princípio do tribalismo.
Assumimos que o heathenismo ou heathenry tribal é uma corrente específica do paganismo germânico, e não igual a todo e qualquer outro (como ásatrú ou odinismo), baseada na reconstrução da religiosidade, cultura, organização social e principalmente a visão de mundo germânicas. Sendo assim, o heathenismo tribal difere das correntes individualistas do paganismo (nórdico) por seu enfoque na ortopraxia (ação) e não na ortodoxia (crença), além da função central da consciência extra-individual, da personalidade interrelacional (tribal) baseada na relação de friðr do heathen tribal com sua comunidade ou innangarðr.
O tribalismo, por sua vez, se baseia também no critério de “ortopraxia” e compreensão e aplicação da visão de mundo (“Weltanschauung“) germânica pré-conversão como ponto de definição do heathenismo. Para nós, o heathenismo tribal não está aberto para todos, mas para quem o entenda e queira realmente reconstruir e se reinserir nessa visão de mundo. Isso significa que nosso critério não é baseado em raça, cor, orientação sexual ou gênero. Uma pessoa de ascendência africana ou judia pode compreender a cultura heathen tribal melhor do que um branco europeu. Não é a raça ou outro fator senão a compreensão intelectual e hábitos práticos e costumes que definem a essência de uma pessoa que se denomina heathen tribal. Todavia, como tribalistas, rejeitamos influências políticas de direita ou esquerda ou qualquer espectro da política moderna quando estes quiserem se apropriar do heathenry para suas propagandas.
Apesar de não apoiarmos o preconceito e discriminação, não achamos correto macular o heathenismo como mero campo de militância política.
Consideramos também que cultura é hábito e relação social e não sangue.
Dito isto, não consideramos que o heathenismo tribal seja para muitas pessoas, pois requer uma imersão profunda na visão de mundo pré-cristã. Mas aqueles que quiserem e se esforçarem para compreendê-lo encontrarão aqui um lugar para se informar sobre o assunto em língua portuguesa, dado que a maioria do material se encontra em inglês.
Por fim, acreditamos que cada grupo possui autonomia para praticar tanto o heathenismo quanto as outras vertentes do paganismo como ásatrú, odinismo, theodismo, forn sed, etc. Mas que há um conjunto de práticas e ideias comuns que nos definem como heathens tribais e não como qualquer outro tipo de pagãos germânicos ou nórdicos, ou mesmo pagãos em geral. E é isso em comum que buscaremos explicitar aqui.
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ortodoxiacrista · 3 months
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Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é um manancial fechado, uma fonte selada.
Cântico dos Cânticos 4:12, 15
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ortodoxiacrista · 4 months
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“Deus não está em busca de flertes. Ele quer um relacionamento serio contigo.”— Fred A. Lima
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ortodoxiacrista · 2 months
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Tempestades não duram para sempre!
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ortodoxiacrista · 2 years
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Tumblr media
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ortodoxiacrista · 3 years
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Como descrever a hipocrisia? É como uma fruta de mármore: parece natural, mas quebra os dentes de quem tenta comê-la.
C. H. Spurgeon
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ortodoxiacrista · 3 years
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"Pessoas que gostam de você hoje poderão odiá-lo amanhã [...] Não se pode confiar na natureza humana, mas em Deus sim. Por mais inconstante que eu seja, por mais volúveis que meus amigos se mostrem, Deus não muda."
A. W. Pink
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ortodoxiacrista · 4 years
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Deus está mais comprometido em nos tornar santos do que em nos fazer felizes. E só existe um caminho para a santificação – ou para o genuíno avivamento – que é o da humilhação e do quebrantamento.
Nancy L. DeMoss
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ortodoxiacrista · 3 years
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“Cultive o hábito sagrado de ver a mão de Deus em tudo o que acontece com você.”
A. W. Pink
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ortodoxiacrista · 4 years
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Amar a Cristo não é questão de sentimentos apenas, mas de atitudes que comprovem exteriormente a existência do que há interiormente.
Ortodoxia e Ortopraxia Cristãs
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ortodoxiacrista · 4 years
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Os convertidos que nascem emocionados, morrem quando a emoção acaba.
C. H. Spurgeon
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ortodoxiacrista · 4 years
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Eu não entendo como um cristão pode viver sem orar, sendo que o cristão só vive quando ora.
C. H. Spurgeon
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ortodoxiacrista · 4 years
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A fé é a nossa arma de guerra; ai do guerreiro que a esquece.
C. H. Spurgeon
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