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tainapryor-blog · 6 years ago
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Gorda
Ninguém é gordo porque quer. Ninguém nasceu destinado a ser gordo. Nem todo gordo está de dieta. Nem todo gordo gostaria de ser magro.
No meu caso em particular, eu gostaria sim de ser menos gorda talvez, pra conseguir achar roupas mais fácil, pra não ficar escutando milhões de pessoas que não tem nada a ver com a minha vida falando que eu preciso emagrecer.
Como se eu com 23 anos de idade, educadora física não soubesse os males que a obesidade traz, e digo mais o sedentarismo e a má alimentação também trazem.
Eu tenho uma irmã muito magra, que só come besteira e come de vezes o que eu como, e não faz um exercício físico. Eu tenho um irmão magro, que come pouco mas come muito mal, sedentário e fumante. Os exames de sangue de ambos apresentam valores muito piores que os meus. Mas as pessoas estão mais preocupadas comigo, como muito bem, faço exercícios físicos e meus exames estão em ótimas condições, tudo porque a minha barriga é maior que a deles.
Desde janeiro/2019 eu emagreci em média 12 kgs, mas pra quem "precisa" perder de 30 a 40 isso não é nada. Eu comecei a minha reeducação alimentar, e descobri que gosto de comer bem e não há um dia que não como legumes e frutas. Introduzi diversas coisas na minha rotina que me fazem extremamente bem. Mas novamente, pela minha barriga ser maior que a dos outros, eles são mais saudáveis.
Estamos em um mundo em que a aparência física e o tamanho que você veste diz mais sobre você do que exames de sangue e imagem. Um mundo em que ninguem nunca está sarisfeito, sempre temos algo pra mudar. Um mundo no qual eu comecei a criar a minha bolha e pretendo viver pra sempre nela, porque infelizmente fora dessa bolha eu não me encaixo mais.
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tainapryor-blog · 6 years ago
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Minhas Estrias/histórias
Eu queria falar um pouquinho sobre as minhas estrias. Eu to com vontade de dar nome a elas, acho que talvez elas fiquem mais reais e concretas (do que já são kkk) e possam contar sua história.
Eu lembro quando elas começaram a aparecer, um pouco mais velhas porém com um significado de acontecimentos passados, eu fiquei desesperada querendo que elas sumissem, e ao contrário do que eu queria elas só se multiplicam.
Vou chamar a primeira de Bel, ela me lembra um dos maiores traumas da minha vida. O dia do AVC da mamãe, eu tinha apenas 12 anos de idade minha irmã começou a gritar chorando e fui ver o que era, minha mãe estava desmaiada tendo pequenas convulsões na cama, gritei meu irmão (mais velho) que tirou minha irmã (mais nova) do quarto e foi com ela pra sala, imediatamente liguei pra pessoa que eu tinha mais segurança que poderia me ajudar na época, a ria Carla, fiz passo a passo que a tia Carla mandou (médica e minha tia do coração) como botar álcool no nariz caso fosse desmaio, chamei um adulto como ela pediu pra ficar comigo e com meus irmãos, e esperei.
A segunda veio no mesmo período, Flora, minha mãe estava em coma e ninguem sabia se ela ia sobreviver, e por ser criança ainda ninguem me explicava nada e eu ficava sem entender.
A terceira, Gabi, quando mudei pro Rio. Eu não tinha muita certeza do que tava acontecendo, sabia que tinha um homecare em casa pra mamãe, e que eu ia morar no Rio a partir de agora, e mais nada.
A quarta, chamaremos de Lele, foi por muita coisa, mas por eu não deixar ninguém tomar conta de mim. Eu não queria deixar ninguém entrar no lugar da minha mãe, então me afastei e impedi que deixasse alguem cuidar de mim, fui convivendo com tudo internamente, porém sem saber lidar com nada.
Dana a quinta, veio por conta de um novo colégio. Eu não sabia o que esperar dali.
Bruna (sexta) começou quando eu, sem saber lidar com meus sentimentos, comia.
A sétima Naira, quando fiquei menstruada.
A oitava Cleo, quando começaram meus problemas em relação a vida sentimental e sexual.
Lola a nona, veio com meu primeiro relacionamento. Primeira paixão, foi um ótimo relacionamento.
A décima, Mônica, começou quando eu comecei a desenvolver desgosto pelo meu corpo porque eu era gorda.
Raquel a 11, quando eu achava que ninguem me queria porque era gorda.
Fabi a decima segunda foi uma das mais dificies, quando mamãe falou que queria morrer.
A 13, foi kim. Ano de vestibular, engordei 10 kg em 1 ano, por conta da pressão de passar para uma pública, com certeza vieram amigas com ela.
14 foi a Joyce, faculdade nova, não conhecia ninguem, o que não me faltava era insegurança por causa do meu corpo.
15, 16, 17, 18... Vieram com a depressão que tive nos primeiros anos de faculdade.
A 19 veio quando briguei feio com minha avó e minha mãe falou que o problema era ela.
Até aqui eu não queria ajuda, ou não acertavam na hora de me ajudar, então durante 1 ano me cuidando sozinha (remédios e afins) emagreci e achava que tava tudo resolvido.
A vigésima começou mais tarde um tico, pois parei os remédios.
A 21, Raphaela, começou no meu segundo relacionamento (e quantas nasceram ai).
Julia a 22, veio quando entrei no laboratório e não consegui bolsa por 3 anos, mesmo levanto um monte de coisas nas costas.
Brenda, a 23, veio com uma matéria da faculdade que eu reprovei e o professor pegou implicância comigo.
Rebeca, a 24, começou com meu TCC estresse atrás de estresse.
Georgia, a 25, começou com as brigas e energias tomadas no namoro.
Karen, a 26, veio em forma de bomba com o término do namoro.
Helen, a 27, veio quando meu "ex" me tratou de um jeito que eu não merecia e não esperaca.
Jade, a 28, veio quando me cortei e me entupi de remédio por conta do meu ex.
Clara, a 29, veio com a falta de vontade e a obrigatoriedade de terminar o TCC.
Luana, a 30, veio quando meu ex começou a namorar menos de 1 mês pós termino nosso.
E foi ai que decidi faze-las pararem de se multiplicar.
Entrei na terapia e comecei a tratar minha cabeça, e consequentemente refletiu no meu corpo.
Eu tinha milhares de motivos para odiar minhas estrias, afinal, elas são feias. Mas depois de pensar em tudo que eu passei, todos os momentos da minha vida que vivi, e que quem estava la comida, me segurando e me botando de pé era meu corpo, eu parei de odia-las. Quer dizer, quando eu percebi isso, que eu parei de odia-las.
Eu tenho 23 anos, e as minhas 30 estrias contaram um pouco da minha história. Se não fosse por elas, talvez eu não estivesse vida, saudável, feliz e me refazendo hoje em dia. Então eu não tenho menor motivo para odia-las, mas tenho 30 razões para ama-las, foram 30 vezes que eu precisei de alguém ou algo, e quem estava comigo era meu corpo, se adaptando, crescendo se esticando para poder continuar me ajudando e me fazendo aguentar para poder chegar aqui hoje.
Não eu ainda não as acho bonita, mas eu as amo do fundo do meu coração.
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