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As vezes é confuso superar, ir adiante, não se importar.
Olhar para trás não faz parte deste game, é preciso virar a fase, a página e os sentimentos.
O que era, ficou sendo o passado indiscreto que ninguem quer lembrar e o futuro é algo esperançaso, o presente é um caminho.
Eu não senti, eu nao sei se sinto.
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Então ela me parou no meio do caminho, e me perguntou:
- E você, o que você fez? como você superou?
- Eu não sei se superar é a palavra certa, mas, é acho que pode encaixar.
Ela aguardou em silêncio, e por alguns segundos nossos olhares se falaram, coisas que eu já não conseguia traduzir.
-E então, como foi?
- Sabe, eu sempre acreditei que na vida, tudo tinha os seus motivos, havia conexões, invisíveis, que somente nossos corações poderiam tocar, e foi uma destas conexões que eu senti quando te conheci, era tão forte e impossível de controlar, que eu sentia em cada veia do meu corpo, que precisava mover o mundo se fosse possível pra te encaixar na minha vida, o tipo de felicidade que eu sentia ao seu lado, eu nunca havia experimentado e quando senti, eu apenas deixei me dominar.
Ela olhou com olhar confuso e distante como sempre, mas havia uma curiosidade, que me induzia a continuar.
- E então eu fiz tudo que eu achava que devia, mesmo quando eu tinha consciência que estava errada, eu quis ir, porque era o que meu coração dizia, eu tive que obedecer.
- Ok, mas foi assim que você resolveu então nunca mais me procurar? seu coração parou de te dizer pra me procurar? pra desistir? foi isso?
- Não,foi justamente o contrário.
Eu hesitei, se valeria a pena, mas como era meu praxe,diga tudo ou não diga nada.
- Você se lembra da nossa ultima conversa? eu te perguntei como você sabia que entre eu e você, nunca iria acontecer, e você me respondeu, que sentia, você simplesmente sentia.
-Sim, mas eu sempre te disse isso, sempre disse que sabia que nos duas, não iria acontecer e você nunca desistiu por isso.
- Não, na verdade você sempre disse que sabia, não que sentia, e sempre achei que o seu saber poderia ser colocado em dúvida, portanto, lutei contra ele.
- Mas qual a diferença?
- A diferença é que quando você me disse que sentia, que não tinha uma explicação, mas sentia, eu tive que decidir.
Impacientemente ela me perguntou?
-Decidir o que?
- Qual coração estava certo, se era o meu ou o seu, porque eu sentia justamente o oposto que você sentia, se você sentia que nunca, eu sentia que sempre. E eu precisava decidir respeitar um coração naquele dia, e eu escolhi o seu.
- Simples assim? ela desacreditava.
- Não foi nada simples, alias ainda não é, porque todo dia eu preciso convencer o meu, que ele está errado.
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50/50
Era quarta feira, e eu tinha as aulas menos interessantes na faculdade, eu estava comumente desinteressada, olhei para o telefone e havia uma mensagem:
- Hey mon coeur, vamos comer cachorro quente aqui perto da faculdade? - Ela havia começado o curso de francês, e estava encantada com a língua, falava o tempo todo, era bonito,e sobre seu convite, eu, óbvio, aceitei.
Estudávamos a duas quadras uma da outra, o mesmo curso, direito. Ela era a pessoa mais aficionada pelos estudos que eu conhecia, e mantínhamos alguns interesses pelos mesmos ramos do direito. Ela bastante politizada, combatente, dedicada as causas e estudos, eu embora mantivesse um interesse, não tinha o mesmo sangue quente pelas lutas sociais que ela. Ela era rígida, e eu era flexível.
Um pouco abaixo do seu Campus, havia outro Campus, da faculdade de psicologia, e eu passava por lá e pensava naquele triângulo de Campus, de vidas unidas, se existia a chance de (...) nos ver juntas ali. No fim eu me esquivava dessa ideia, mesmo que nos visse, seria irrelevante para ela, eu era irrelevante na vida dela.
Ela veio ao meu encontro, com o sorriso de sempre, falando com entusiasmo sobre a aula que havia assistido, de como o mundo girava em torno de regras, e se eu concordava, parecia tudo muito importante, ao mesmo tempo que era só mais uma conversa comum entre nós.
Não que eu não gostasse, mas é que o mundo para ela era muito concreto, e eu era uma pessoa demasiadamente abstrata, no mesmo momento em que falávamos das normas, eu viajava meu pensamento para alguma espiritual ou algo muito distante e ela não parecia gostar disso.
- O que isso tem haver com o que estamos falando?
- Ah eu só estou fazendo um paralelo, a vida e as normas, porque será que temos que viver tão normatizados?
- Bom, porque é o que uma sociedade precisa, é o nosso contrato social, Hobbes.
- Sim, mas a sociedade muda, nós mudamos, o que quero dizer é que a norma é necessária, mas nunca irá nos satisfazer.
- Eu acredito que não podemos pensar numa ordem individual, é uma norma coletiva, necessária e pronto.
- Sim, mas você não entendeu, o que quero dizer é que, não importa o quanto a gente tente consertar as coisas, com normas ou com seja lá o que for, aqui na terra, seremos sempre insatisfeitos.
- Eu acho que estamos falando de coisas diferentes, eu estou falando sobre a vida na sociedade e suas regras e você, como sempre esta falando dessa insatisfação espiritual, que não tem nada a ver.
Revirou os olhos, tomou seu refrigerante olhando para o relógio.
Era o suficiente para encolher meus pensamentos, minhas ideias, acho que ela não conseguiria ver a vida do ponto de vista abstrato que eu via, e eu também não estava interessada em concretizar todas as coisas, como ela fazia.
Eu não queria voltar para a aula, e então a convidei para darmos uma volta.
- Vamos em algum lugar, qualquer lugar.
- Mas eu tenho aula
- E´uma aula muito importante? você vai reprovar se faltar a uma aula?
- Não, mas todas as aulas são importantes,
Argumentar, nunca foi o meu forte, me questionava como eu poderia estar fazendo curso de direito, uma potencial advogada, que não tinha interesse em argumentar.
- Tudo bem.
- Voce vai para sua aula não é?
- Eu não sei, eu estou cansada, acho que vou pra casa.
- Como assim? você veio pra assistir aula, voce precisa ter mais responsabilidade.
- Tudo bem, boa aula.
O olhar de reprovação era constante, quase normal. Eu saí sem dar muitas explicações, eu não poderia culpá-la pelo excesso de estudo, e ela não poderia me julgar pelo meu desinteresse.
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September
Eu jamais peguei a via expressa, mas naquele momento, acelerava meu carro com todaforça, eu queria correr o mais rápido que eu pudesse, não pensei se estava certo ou errado, precisava sentir... se eu pudesse descrever aquele beijo, ou aqueles, diria que foram o batismo de um anjo, eu havia ganhado asas, e precisava voar. Meu corpo tremia de emoção, eu estava em um estado de choque, perplexidade, eu nunca imaginei na vida, que um simples beijo, pudesse me dar força ou sentidos que até ali, eu nunca havia experimentado, foi como se um novo mundo se abrisse diante dos meus olhos, eu fechei meus olhos e o gosto de seus lábios estavam frescos, como uma brisa leve. Eu havia vencido um medo, um momento único para mim. Eu não sabia que tudo seria mais difícil depois daquele beijo.
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On fire
Eu sabia que qualquer passo ali, seria um passo importante, o que eu sentia era medo, de todas as formas que o medo poderia se manifestar. Quando ela me olhava eu tinha medo, de acreditar puramente que aquele olhar iria me levar ao céu, mas todo caminho ao céu é difícil, ardiloso, complicado e principalmente correto e reto e definitivamente, eu não queria aquilo, naquele momento. Medo, porque eu falava para que ela ouvisse, entendesse o meu não querer ir ao céu agora, que eu queria ver um pouco mais do caos da terra, experimentar um pouco mais a dor e alegria das divertidas frustrações cotidianas. Ela se inclinava sobre mim, deitada na cama, e dizia:
- Eu não disse nada. Eu só não entendo.
- Eu gosto da minha vida como ela é, somente.
- Que bom, eu não sei porque você fica nervosa ao falarmos de "compromisso" eu não disse que queria um, só estou falando sobre.
- Eu só acho que eu seria uma péssima pessoa para se namorar, eu acho que não sei fazer isso.
- E porque você acha isso? qual o seu medo?
Será que ela sabia que eu sentia medo? medo...de que? eu também não sabia definir, talvez por tudo ou por nada.
- Não tenho medo, tenho consciência, eu sei que não é um bom momento.
- ´Na verdade a gente nunca vai saber, essas coisas tendem a acontecer naturalmente, eu penso.
- Ver você falando assim, me parece que você é muito experiente na arte.
- Eu não sou, mas eu não estou fechada, nem aberta, eu estou aqui. E deixo as coisas acontecerem.
- Então acho que é melhor a gente parar de falar disso e deixar tudo acontecer.
Ela sorriu, olhos assustados, amendoados, um mangá japonês, sensual e inocente, perigosa e ingênua. Ela me confortava com sua presença, me beijava com ardência, forte, calmo, forte muito forte, machucava-me, eu gostava, eu queria mais, eu puxava seus cabelos, e ela sorria novamente, provocando-me para o limite, onde é o limite do prazer? Eu não sabia, com ela eu nunca sabia.
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Problems in the heaven
- Onde você vai?
- Embora.
- Eu não vou deixar você ir desse jeito, pare.
- Você vai me impedir? sério?
Deu de ombros passou por mim e entrou no carro. eu tentei impedir, mas ela ignorou completamente. Quando eu percebi ela realmente tinha ido, e eu estava parada na rua sozinha, olhando para o fim da rua, pensando, ''é claro que ela vai voltar". Mas ela não voltou. Eu voltei sozinha para festa, tentando entender o que aconteceu ate aquele momento, porque, tudo estava dando errado.
(...) se aproximou e perguntou o que havia acontecido, eu não soube explicar bem, estava confusa, e preocupada, ela havia bebido, ela não bebe, eu precisava tentar falar com ela, liguei, várias vezes, nenhuma resposta. Exitando para não ligar para sua mãe, se eu ligasse e estivesse tudo bem, ela iria ficar furiosa, ela não queria que mãe se intrometesse em sua vida. Mas eu precisava saber, pouco mais de uma hora que ela saiu eu liguei para sua casa e sua mãe atendeu o telefone:
- Oi
- Oi (...) tudo bem? eu acho que esqueci meu telefone no quarto da (...) você poderia olhar para mim? eu vou ligar e que ele está chamando.
- Oi (..) eu pensei que você estivesse aqui, (...) chegou e achei que estivesse com ela.
- Por que? Perguntei assustada, será que ela estava com alguém?
- Bom, porque vocês sairam juntas e você sempre dorme aqui.
Respirei por alguns minutos e claro, fazia todo sentido.
- Eu acho que encontrei o celular, ele está aqui. Mas obrigada, desculpa te ligar uma hora dessas.
- Ah que bom, mas, aconteceu alguma coisa?
-Não, e que eu não achava o celular e enfim.
- Por que (...) já veio para casa e você não?
- E que eu vou para minha casa, e já estou indo também.
Acho que ela não engoliu bem a historia, mas eu tinha conseguindo a informação que precisava, ela estava em casa, estava bem.
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Ocean inside you
Eu a admirava pela forma, sorriso, a forma de falar.
Dominante, quieta. Inteligente e em algum lugar escondia uma sensibilidade instável, violenta, incontrolável.
- O que você gosta de fazer?
- Várias coisas, mas eu gosto muito de tocar piano e outros instrumentos.
- Uau, você toca piano?
- Na verdade eu toco muitos instrumentos, mas piano é o que eu mais gosto.
- Você tem uma banda ou algo assim?
Ela sorriu, como se pensasse que 'perguntas óbvias"
- Não eu não tenho, eu apenas estudei musica desde criança e gosto de tocar, mas não tenho uma banda.
- Ah sim, bom eu sei tocar algumas musicas no violão, mas eu sou péssima.
- Ah eu duvido, se você sabe tocar alguma coisa já está bom,a experiência musical é uma coisa muito favorável em muitos campos da nossa vida.
Aquele domínio da palavra, das coisas, me encantou. Foi como conversar com um astronauta sobre as estrelas.
Obviamente eu queria impressioná-la, mas parecia algo um tanto quanto difícil, afinal ela uma pessoa inteligente, bonita e tocava vários instrumentos, e pior sempre com aquele olhar meigo e assustado.
- Bom se você falou, está falado, não vou discutir com uma musicista.
Ficamos algum tempo ali, conversando, rindo sobre as coisas óbvias que eu falava, ela era profunda como um oceano, todos os assuntos rendiam vários pensamentos, posicionamentos, ideias e contradições, concordávamos em quase tudo. E por fim marcamos de nos vermos novamente, um passeio no museu ela sugeriu, eu adorei a ideia, ela tinha aula, eu também. Nos despedimos.
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ABOUT AC
Eu tinha medo de perder, eu tinha medo de amar, de dar minha vida para alguém que de fato iria controla-lá.
Era tudo que eu queria ser, era tudo que não queria.
Longe eu sentia falta, perto me sufocava. Comodismo? amor verdadeiro? sem paixão!
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September
Quando a vi, foi como se um suspiro intenso tivesse me tomado, ou talvez fosse um furacão, ela vinha devagar, como se tivesse passeando no ar, vestido preto, cabelos longos da cor do vestido, uma sintonia leve, um olhar quase infantil sobre as coisas que a rodeavam, e ah...aquele que passaria ser o meu martírio, copiosamente, o meu dado favorito sobre ela, seu sorriso, devagar, cada lado da boca se abria, e mostrava a resplandecia mais bela daquele ser, eu ainda a observava, quando por ela foi interrompida:
- A moça de calça vinho está aqui.
Eu diretamente me recompus, eu tinha que ter o domínio da situação.
Oi, nossa, eu assustei quando te vi chegando, foi muito rápido.
Trocamos, abraços e dali fomos a um bar nas proximidades da minha faculdade, eu tive que escolher o lugar, ela sorria sem dar trégua ao meu coração, que já não se aguentava de tanto pavor, ele não tinha ideia do que estava acontecendo, ou poderia acontecer, e eu também não, mas queria aquele momento, como nunca quis outro em minha vida.
Não tinha assunto que não fosse motivo de brincadeiras, ela era sempre descontraída, risonha, em alguns momentos, eu pude observá-la a olhar o garçom, que assim como eu já dava sinais de enfeitiçamento, me perguntei por algumas vezes naquela mesa, o que aquela garota estava fazendo comigo.
Ao sairmos, o tal garçom veio ao meu encontro, enquanto ela havia passado no banheiro.
Oi, tudo bem?
Tudo.
Escuta eu estava observando você e sua amiga e nossa, ela é linda, eu queria saber se ela é sua namorada ou sua amiga mesmo.
Naquele momento, eu engoli um seco, afinal de contas, o que ela era minha? Eu não saberia responder, com uma voz trêmula, e forjando uma falsa confiança eu disse:
Nossa, amigo, ela está comigo mesmo.
Me desculpe – Sorriu constrangido – E que fiquei a noite toda observando-a, e eu não sabia.
Tudo bem, não tem problema.
Ela surgiu na porta de saída, e com um ar de surpresa encarou a situação, de eu estar do lado de fora, conversando com o garçom do bar. Nos despedimos gentilmente do garçom, e fomos para o carro.
Durante o trajeto até sua casa, falávamos de coisas banais, do seu gosto musical, da faculdade, e fazia ironias sobre a minha direção ao volante, de fato, eu estava aprendendo a dirigir, mas ainda bem, que consegui chegar até a sua casa, paramos um pouco adiante de seu portão, a rua era calma, sem movimento, estacionei e conversamos um pouco mais, e ela ainda sorria para todas as coisas, dessa vez um sorriso meio tímido, talvez um pouco constrangido ou embaraçoso pela situação, durante toda a noite eu tive a certeza, que não conseguiria beijá-la, e que essa também não era sua intenção, nos demos tão bem, que parecíamos amigas de infância. Mas ao chegar tão perto dela, eu sentia meu corpo pular, eu estava nervosa e lutava para não transparecer, ela falava, e eu pensava comigo “Será que devo beijá-la? Ou eu devo esperar ela fazer isso? Mas será que ela quer? Talvez não, afinal ficou de risinhos para o garçom durante toda a noite, vou embora, fico ou um pouco mais” Em um súbito momento que não consegui definir bem o que me moveu, ao abrir o porta luvas rapidamente olhei para ela e não aguentei, coloquei as minhas mãos rapidamente em seu rosto, e a beijei.
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January
" Havia muito tempo que eu não a via, sua voz, seu sorriso, seu jeito, estavam desaparecendo da minha memoria, e eu estava triste com isso, quando marcamos de nos reencontramos eu sabia que tudo em mim iria se mover, para frente, dela, por ela, talvez até impedir que ela fosse embora novamente. Nos encontramos em um bar, ela estava um pouco diferente,mas estava radiante como sempre, o sorriso não era o mesmo, talvez menos encantador, eu cheguei a pensar "talvez esteja deixando de te amar".
O intuito do encontro era de conversarmos sobre "nós" aquele "nós" que nunca existiu, aquele contexto de relacionamento, que não era um relacionamento, não era amizade, não era romance, não era amor, não era nada. Mas saímos para conversar sobre "isso" que acontecia entre eu e ela.
-Me diga como esta indo a faculdade?
- Do mesmo jeito de sempre, aquele povo da minha sala, insuportável e só.
-Mas você parou de faltar de aula? de ser vidaloka?
- Até que sim, eu quase não falto mais, eu acho que esse semestre não vou agarrar em nenhuma matéria
- Isso é bom, eu não sei o que está acontecendo este semestre, tenho péssimos professores e eu não estou interessada em nada.
- Ué, mas logo você?
- Para você ver.
Por mais tempo que ficássemos sem nos ver, era como se fossemos velhas amigas, de data longa, riamos de coisas idiotas, que pareciam ser exclusivas somente para nós, uma ocasional conversa, divertida e até mesmo calma. Dessa vez, para voltar para ela, eu precisei criar um perfil falso do Neymar no instagram, chamava-se Neymar arrependido, para demonstrar meu arrependimento de ter dado fim, a qualquer coisa, ou dito ou desdito algo que tivesse me afastado dela, ela adorava minha criatividade de reinventar formas, maneiras, possibilidades para estar com ela, que fossem historias, personagens, piadas, menos drama, ela odiava drama. Entre as historias e risadas eu me atrevi a entrar no campo sério daquele encontro, "nós".
- Ok, vamos falar sério, o que vamos fazer?
- Me diga você, afinal, a gente já esteve aqui falando sobre isso muitas vezes, já nos separamos tantas vezes.
- Mas você me chamou para falarmos disso, e eu estou aqui.
- Eu não sei o que dizer, eu sinto sua falta, eu tento não sentir, com toda minha força, mas quanto mais eu tento mais eu me lembro.
- Eu também sinto falta de você,
- Tudo em você me interessa, eu quero você todos os dias.
- Já conversamos sobre isso. - Ela abaixou sua cabeça;
- Eu sei, mas eu e você, sabemos o quão inevitável é, eu não me importo com seu namorado, eu não entendo, mas não me importo.Eu só quero estar com você.
Ela ficou em silêncio.
- Eu quero te beijar aqui e agora.
- Não faça isso.
-Verdade, não posso, tem que ser escondido, afinal você tem seus esquemas por esses lados.
- Eu diria que você também tem.
Ela tinha razão, o bar que estávamos era o bar que eu me encontrava com (..), tudo naquele lugar era dela, e eu adorava o lugar por causa dela inclusive, mas eu acho que adrenalina me comovia ao ponto de fazer isso parecer divertido.
No carro indo embora, ela queria comer, e eu queria qualquer coisa que ela quisesse, eu olhei meu celular, que havia me esquecido no carro e tinha algumas ligações, as quais não passaram despercebidas para ela.
- É melhor você ligar para seu amorzinho, afinal, quem liga para alguém as 02:00 da manhã?
- É meu pai, ele está preocupado.
- Hummm
- Eu vou responder minha amiga que está no USA
- Ah diz para ele que GOD está no comando
- hahaha, sim, ele sempre está, ei, o que está escrito nessa sua blusa?
Ela olhou para sim mesmo, para a blusa, eram nomes de cidade, várias: Miami, Nova Delhi, Moscow e Dondon...
- Dondon? Que cidade é essa?
- Eu sei lá, eu comprei essa blusa por comprar
- Ok, mas só tem nome de cidades, grandes cidades, mas eu não conheço essa cidade, Dondon, vou pesquisar na internet,
- Ah isso não importa. Eu estou com fome.
- Dondon, olha parece uma cidade na Africa, mas olha não faz sentido, ah menos que...
- O que?
Eu comecei a rir compulsivamente, e ela me olhando como se eu fosse alguma idiota, louca.
- Dondon, meu Deus, na verdade teria que ser London, mas eles escreveram errado.
- Ah não acredito nisso.Eu comprei essa blusa cara
- Tinha que ser sua blusa mesmo, "I dont care"
Fomos para uma praça no alto da cidade comer cachorro quente, apostamos corrida nas escadarias, e eu tinha certeza que não poderia existir alguém me fizesse mais feliz que ela.
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July
(...) Péssimo dia, quebrei meus óculos, afundei na prova, e agora estava dirigindo sem enxergar direito pelas avenidas da cidade, me ocorreu de pensar, porque eu estava fazendo tudo aquilo. Estacionei o carro na porta do seu prédio, e mandei mensagem de que havia chegado.
- Sua entrega está na sua porta...
Nenhuma resposta.
- O pedido será cancelado caso a senhora não abra a porta.
O portão abriu, e ela abriu a porta, estava no banho, nem olhou para mim, voltou para o banheiro, eu deixei a pizza em cima do fogão. Parecia que existia ali uma intimidade, ou então um desdém, nada importante, ou tudo normal.
Voltei no carro para pegar alguma coisa, ela estava de pijama cabelos molhados, eu pensei novamente, "intimidade, ou desdém?" eu pensei em intimidade, para mim ela estaria linda de qualquer jeito, no quarto enquanto comíamos a pizza, ela deitada na cama, conversando sobre coisas banais, eu comecei a contar sobre minhas descobertas como pessoa no consultório psicológico:
- Meu psicólogo me disse que eu sou criança, você me acha infantil?
- infantil não é bem a palavra
- Foi exatamente o que ele disse, ele não disse com essas palavras, deixou a entender que eu era infantil, e quando perguntei ele disse isso, e não me respondeu.
- Acho que você é sem noção para algumas coisas.
- Tipo o que? Sem noção com o que?
- Eu não sei, sem noção.
- Me diga, o que é ser noção para você? Eu sou ruim? eu faço algo de errado, me diga, quem sabe eu não posso melhorar.
- Eu não sei tipo... Quando você simplesmente faz alguma coisa, você acha que aquilo ali é para ser feito e pronto, você não pensa.
- Mas é meu jeito, eu não faço mal para ninguém fazendo isso. Eu faço algo de ruim para você? Sendo assim?
- Não, é que você se acha esperta demais, que o que você acha é o certo e pronto.
- Não, eu não acho que sou esperta, você acha isso de mim, mas eu não sou, eu só faço o que eu posso, quando acho que devo.
Eu sorri baixo. E ela me olhou com aquele olhar, desaprovado, julgando-me. Mas eu não me importava. Na verdade me satisfazia saber que ela não entendia meu comportamento, porque indicava o quanto éramos desiguais.
- Você se acha esperta demais, acha que sabe de tudo.
- Quando eu achei isso ?
- Em vários momentos.
- Me dê um exemplo?
- Quando você me perguntou se eu iria ao Festival da cidade, que seria no dia que havíamos combinado de viajar, eu disse que não iria, e você me questionou querendo jogar verde, achando que eu cancelei a viagem por conta do festival.
- Eu não achei isso.
- Ah me poupe, ainda mais do jeito que você perguntou.
- Você está louca, eu te perguntei por que sua amiga é da cidade e imaginei que fosse querer ir, e eu iria ir também, e imaginei que pudéssemos nos encontrar lá, coisa que talvez você não fosse gostar.
Neste momento eu pude sentir uma tensão no ar, como se ela não aceitasse minhas respostas.
- Eu não deixaria de ir a lugar algum por sua causa.
A tensão estava realmente ali, e meu sarcasmo e orgulho se rebatiam, já era evidente todo o desdém que ela havia comigo, em não se importar, eu precisava revidar:
- Que bom, porque se eu te encontrasse lá, eu iria fingir que você nem existe, e aconselharia você fazer o mesmo, mas como você não vai, não terá este risco, Mas se mudar de ideia, saiba que não terá que enfrentar esse impasse, eu realmente não irei.
- Eu já disse que não vou. Ela disse com certo tom raivoso.
- Tudo bem, você vai perder, parece um festival legal.
- Você é uma cobra.
- Por quê? Eu já disse para você que não importo sobre o que voce vai fazer na data que havíamos combinado de viajar, eu te perguntei uma, duas, tres ou mais vezes, você não pôde me dizer, eu aceito.
- Eu só não te conto por pirraça mesmo, não é nada demais.
- Tudo bem, eu não quero mais saber, eu não quero saber o que você faz nos seus finais de semana, quais suas ocupações, e além do mais, eu já deveria saber que com você, eu não poderia fazer nenhum plano em longo prazo. "
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Junho
(...) Eu dirigia olhando o sol que começava a ser pôr pela estrada, amarelo, laranja, rosa imensidão de cores por um trajeto lindo, aquela foi com certeza até ali a melhor viagem, os melhores dias da minha vida, eu olhava ao lado e você estava lá, viajando em pensamentos, serenidade, e aquele jeito misterioso de não aparentar ser.Eu estava feliz, minha alma. Eu resmungava de algo, e então você pegou minha mão, e entrelaçou seus dedos nos meus, eu olhei para você, e você sorria leve. Passou as mãos em meu rosto e voltou aos seus pensamentos.Eu não esqueceria esta cena, porque foi uma das mais bonitas que eu vi, e tive o prazer de viver. Pequenos gestos, mínimos detalhes, instantes que fazem a vida ser mágica. A estrada, era uma musica que tocava no rádio, e a estrada escureceu, o sol se pôs. estávamos chegando em casa.
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