Meu nome é Christopher Cavalcanti e o ubsite.tumblr.com é um tumblr dedicado a registrar as minhas experiências e reflexões em uma maternidade e UBS (unidade básica de saúde) no bairro de Felipe Camarão para a disciplina de SACI (saúde e cidadania) da UFRN. Espero que se encantem!
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Décimo quarto post – Fim! – 14.06.2018
Esse dia consegui chegar cedo, foi a nossa primeira aula fora da comunidade de Felipe Camarão, sendo decidido nos encontrarmos no Departamento de Nutrição da UFRN. Nesses últimos momentos, estávamos encarregados de completar o banner, para que o mesmo fosse apresentado na semana seguinte, como prova concreta das nossas vivências dentro do bairro. Enquanto o banner era composto, uma das preceptoras, Magnólia, optou por ler alguns portfólios, os quais a mesma ficou encarregada de corrigir. Fiquei bastante feliz com os elogios ao meu processo crítico durante a administração dos portfólios. Muito me anima, vindo de uma profissional a qual admiro tanto. Magnólia, posso dizer que os seus comentários, durante os nossos vários encontros, foram bastante pertinentes. Suas vivências diárias como enfermeira, tanto da rede pública como da rede privada de saúde, foram essenciais para a construção de uma visão mais ampla desse mundo. Obrigado por dividir seus conhecimentos, tão significativos, com esses jovens iniciantes.
Acredito que esse venha a ser o meu último post no tumblr. A disciplina se encerra mas o processo crítico se perpetua. SaCi foi uma disciplina ímpar em minha vida! Sinto que cresci, como cidadão e como ser humano. As experiências foram tanto reveladoras, como surpreendentes e únicas. Assim, um muito obrigado a todos que contribuíram, diretamente ou indiretamente, para o meu desenvolvimento. A busca de uma saúde humanizada em um mundo capitalista, imediatista, com a desvalorização do ser humano em alta e com sentimentos sinceros cada vez mais raros, parece distante, mas não é! O mundo, somos nós que construímos, dia após dia, com nossas atitudes e ações. Encerro o meu último portfólio com um sentimento de casulo, um casulo do qual faço parte, no qual preciso me aprimorar até o dia em que possa, de fato, me conceber um profissional completo. E, como completo, quero dizer atento às necessidades alheias, para além das enfermidades, o ser humano. Sem dúvidas, SaCi faz parte do que me tornei e do que pretendo ser. A disciplina acaba, mas o carinho, as boas companhias e os ensinamentos são seculares.
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Décimo terceiro post – Nuvens de algodão – 07.06.2018
O tão aguardado dia chegou. O dia da intervenção. Aqui eu estava bastante ansioso, não só pela oportunidade de falar diretamente e pela primeira vez com um público tão jovem, mas por esperar que tudo saísse de acordo com os planejamentos. A intervenção ocorreu no NAM (núcleo de apoio ao menor) e meu ônibus, para variegar, estava atrasado mais uma vez. Fui o último integrante do grupo a chegar e, por conta disso, minha equipe, que seria a primeira a intervencionar, acabou por ser a segunda. Tudo bem, a ordem dos fatores, nesse caso, como na matemática, não alteraria os resultados. Apresentamos-nos espontaneamente. A troca criança-estudante foi tão significativa que pude perceber que a comunicação fluía. Um sentimento não só meu, mas deduzo que tenha sido igual com os meus colegas. As crianças, das mais variadas idades, interagiam sempre que questionadas e mesmo quando não o eram. Demonstravam domínio sobre os vários assuntos que palestramos, e aqui fica um adendo: nós, adultos, costumamos achar que as crianças não entendem o nosso mundo. Mas pelo contrário, as crianças, pelo que percebo, entendem bastante do que nós vivenciamos. Atribuo isso a sua observação e, principalmente, capacidade de imaginação. Os infantes são os seres que mais nos observam, para eles um simples animal diferente é uma novidade estrondosa. Estão em constante processo de aprendizado e ainda não perderam sua capacidade de fantasiar o dia a dia. As crianças do NAM tinham sonhos interessantíssimos, queriam ser professores, soldados e, uma delas, até coveiro! Isso me lembra um pouco minha irmã mais nova, Maria Valentina, de 2 anos. Para ela um novo animal conhecido é fenomenal. Passa dias e dias repetindo o nome com euforia. Para eles, cada descoberta nova é surpreendente. Quando crescemos perdemos um pouco dessa ingenuidade. A correria do dia nos impede de focar nos pequenos momentos, nos acontecimentos sinceros. O trabalho, as responsabilidades, a modernidade tão viciada em imediatismos, desviam nossa mentalidade, nos aprisionam em um mundo de realidades sórdidas, difíceis. Para nossa própria saúde, física e psicológica, precisamos nos desvincular disso tudo. Um pouco imediatamente, não apenas ser o exemplo, porém aprender em conjunto. Enxergar uma nuvem e conseguir imaginar seres desenhados, como elas conseguem. Olhar o mundo com os olhos de uma criança pode soar um desafio insólito, todavia maravilhoso.
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Décimo segundo post – Diferenças que se somam – 24.05.2018
Nesse dia discutimos a organização da nossa intervenção, o que se faria necessário e como cada grupo procederia no dia. Dessa forma, pude perceber a importância da comunicação entre os componentes da equipe, antecipando a programação dos projetos de nossa manifestação, para que tudo viesse a acontecer conforme o esperado e para qualquer imprevisto que tornasse a ocorrer fosse facilmente contornado e superado, nos deixando mais seguros e preparados. Aqui fica a minha ressalva associada à seriedade do texto lido em sala: “o trabalho em equipe”, no qual se evidenciava a importância do processo de diálogo entre os componentes de um grupo, destacando-se à relevância do papel de cada um para a realização de um propósito, o qual consumaria na transformação de determinado grupo em uma equipe, de fato. A equipe diferencia-se do grupo à medida que os componentes passam a depender uns dos outros, interligando suas ações e, dessa forma, facilitando o processo. Nosso grupo tutorial sempre foi dividido entre os alunos de odontologia, os de medicina, os de enfermagem e os de nutrição mais serviço social. Isso é realçado até mesmo na forma como sentávamos em sala ou como dividimos os grupos para o lanche social. Todavia, a diferença, à semelhança de uma faca de dois gumes, pode gerar a divisão ou a superação da mesma, por meio do seu aceitamento, compreensão e aproveitamento de seu caráter plural, de diversidade. Nesse enfoque, acredito que soubemos, muito bem, utilizar essa variedade como meio de abundancia em nossa intervenção, conseguindo abordar diferentes temas de forma ampla, de fácil entendimento e interativa. A diferença que reinava tornou-se nossa aliada e, juntos, pudemos construir uma intervenção mais significativa e abrangente, atendendo aos objetivos que tanto almejamos.
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Décimo primeiro post – Valores de formiga – 17.05.2018
Nesse dia analisamos os problemas encontrados no bairro e decidimos o que iríamos fazer em relação a nossa intervenção, escolhendo o público alvo (8 a 18 anos) e o local (NAM). Nos dividimos em três grupos para realizar, assim, três projetos distintos mas complementares: um primeiro voltado à saúde bucal, um segundo à alimentação saudável e um terceiro focado no esporte, com discussão da profissão almejada, bem como sonhos futuros. Além disso, na aula do dia 10.05.2018 tivemos a primeira prova escrita do SaCi, na qual pudemos relatar um pouco das experiências na comunidade de Felipe Camarão, o que vivenciamos e aprendemos, relacionando com os textos que lemos e seus diversos temas. Aqui, cabe destacar a importância da decisão, em grupo, do formato do trabalho. Estive impossibilitado de estar presente no dia das definições, tendo comparecido apenas no dia da prova em questão. Todavia, muito me agradou as escolhas dos projetos, principalmente por pregar um valor que aprendemos e discutimos bastante durante as aulas, o que eu chamo de valor formiga. Tal como as formigas, que de folha em folha recolhem o seu alimento e o de toda a sua comunidade, os ensinamentos se agregam aos poucos, dia após dia, nas palavras ditas, nas referências utilizadas, na significação pregada. Acredito que, para além de um bem material, o apoio mental, a discussão de problemáticas e a explanação e debate de conhecimentos, preenchem, mais ainda, o vazio que a maioria das pessoas em situações de baixa renda e negligenciadas socialmente possuem. Eles aparam a alma e fornecem os subsídios necessários para o desenvolvimento da cidadania, que deve ser inerente em qualquer cidadão.
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Décimo post – Os problemas quase-estruturados – 03.05.2018
Nesse dia, acabamos de fazer o mapa social, o apresentamos aos usuários da UBS e notamos a falta de conhecimento dos mesmos em relação aos equipamentos existentes e disponíveis no bairro. Ainda discutimos acerca da intervenção que seria realizada, apontando as principais problemáticas: gravidez indesejada (muitas vezes na adolescência), uso de drogas, violência urbana, desemprego, depressão e uso de psicotrópicos, além de outros mais. Por fim, fizemos uma leitura conjunta do texto “Mas o que é mesmo um problema?”, no qual pude constatar o conceito de problema, que se caracteriza na percepção, por um indivíduo, de algo em sua realidade que o mesmo deseja alterar. Dessa forma, os problemas existem porque nós, na condição de seres humanos em transformação e dotados de razão, problematizamos nossa realidade, a fim de remodelá-la. Ademais, o texto ainda divide os problemas em dois tipos, os problemas estruturados e quase-estruturados. Os problemas quase-estruturados me chamaram a atenção, pois são causados por multifatores, sejam eles sociais, biológicos, culturais ou organizacionais. Sob esse enfoque, é possível perceber que os mesmos precisam ser solucionados com mais precisão e atenção. Na UBS, por exemplo, o fato de um morador de rua chegar com uma tuberculose em estado avançado, explícita a sua condição de vulnerabilidade social, econômica e educacional. Ou seja, os problemas de saúde são quase-estruturados, advindos de outras problemáticas já existentes. Nesse viés, fica claro que os posicionamentos que o Governo estadual e federal devem tomar precisam estar, cada vez mais, interligados entre todas as áreas de influência social. Medidas que envolvam, em conjunto, estímulos sociais a educação, saúde e cidadania, irromperiam como um blend de oportunidades de desenvolvimento, beneficiando a todos(as), principalmente os mais necessitados. Nessa situação de problemas quase-estruturados que, em triste realidade, se encontram realmente estruturados e enraizados em nossa sociedade, cabe ao profissional de saúde estar preparado para lidar com questões além das já esperadas.
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Nono post – Depressão – 26.04.2018
Infelizmente precisei faltar esse encontro. Adoeci e fiquei impossibilitado de estar presente. Todavia, me foram repassadas, pelos meus colegas, informações a respeito do que havia sido discutido em sala. Primeiramente foi administrada uma conversa da turma com uma ACS (agente comunitário de saúde) sobre os problemas enfrentados pela comunidade e como o mapa social, formulado por nós, estudantes, poderia ser útil na solução dessas problemáticas. Com isso, ficamos sabendo que os casos de depressão estão cada vez mais pertinentes na realidade social do bairro de Felipe Camarão, e que esses estão, frequentemente, relacionados aos altos Índices de desemprego. Levando em conta esse triste fato, é razoável perceber que esses indivíduos, negligenciados de várias formas sociais, estão sim mais próximos de problemas psicológicos, nos fazendo constatar que um determinado problema da sociedade pode culminar no surgimento de vários outros.
Como cidadãos, precisamos nos atentar ao desenvolvimento de uma sociedade igualitária e não destoante, que garanta o desenvolvimento saudável e digno da população e para tanto é impreterível uma luta diária pelos nossos direitos e pela execução e garantia dos mesmos. E como futuros profissionais da saúde, se faz mister o olhar atento e gentil para com essa parcela, que tanto sofre e da qual tanto é negado.
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Oitavo post – O futuro – 19.04.2018
Mais uma vez cheguei atrasado! Meu ônibus não cooperou... No entanto, antes que pudesse chegar, a turma fez uma visita a uma ONG do bairro, que fabrica um instrumento musical chamado rabeca, uma especie de precursor do famoso violino. A ONG tem em vista potencializar a cultura, desenvolvendo oficinas como aulas de flauta, capoeira e moda. Possui um núcleo musical, com clarinetes, trompetes e trombones, assim como desenvolve um evento de encontro de rabecas na região. Logo após a turma ter chegado na UBS, me juntei aos mesmos e fizemos mais um lanche coletivo, juntamente com uma apresentação do mural interativo para alguns profissionais da unidade.Em seguida, houve a fala do agente comunitário, com a sua visão sobre os eixos educação, saúde e cidadania. O mesmo relatou sobre um caso de cidadania deveras interessante, o fechamento de uma casa de idosos local, por conta dos maus tratos que foram identificados com os mesmos. Logo após, para complementar sua fala, veio o depoimento de Magnólia, uma de nossas tutoras, sobre uma visita a essa mesma casa de abrigo, na qual um idoso a relatou que apenas comia arroz e era muitas vezes obrigado a trabalhar. Em decorrência dessas duas falas, foram discutidos, em seguida, valores sobre as pessoas. Muito me impressionou a situação dos idosos dessa casa, na qual uma idosa teria morrido 9 dias após chegar no local, em decorrência da má administração, com falta de recursos básicos e estrutura, além de uma mulher que regeria o local de forma autoritária e de forma duvidosa, para com os senhores. Me pergunto agora, quantos senhores e senhoras são abandonados por suas famílias e passam a depender de lugares horríveis para passarem os seus últimos dias? É inadmissível que a família e o governo virem as costas para os nossos sábios. Ainda se faz necessário um maior recorte social para essas pessoas, que tanto contribuíram e que agora, em seus últimos instantes, precisam descansar. Encerro o portfólio com uma mensagem: trate os idosos da forma que você espera ser tratado no futuro.
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Sexto post – Por uma gravidez digna – 05.04.2018
Hoje fizemos uma visita ao CRAS (centro de referencia de assistência social), no bairro de Felipe Camarão. O CRAS oferece assistência básica para a população mais necessitada, o que o difere do CREAS (média complexidade), trabalhando com a prevenção de indivíduos vulneráveis socialmente. Muitos são os casos de pessoas com baixa renda, impossibilitadas de obterem subsídios básicos para se sustentarem, como a alimentação, e é aí que o CRAS entra para intervir. O centro de Felipe Camarão possui grupos de mulheres gestantes, com as quais realizam reuniões, trabalhando os vieses da saúde e da cidadania, visto que, a maioria dessas mulheres não possuem uma boa orientação sobre suas obrigações como mulher grávida e seus direitos. Algumas são, inclusive, menores de idade, ainda no inicio da puberdade, e já na segunda ou terceira gestação, o que demonstra a situação crítica da comunidade. As grávidas também ganham enxovais básicos para os seus bebês, que são entregues para aquelas que participam de todas as reuniões, uma medida necessária porque uma grande parte dessas mulheres vão em busca do CRAS apenas para a assistência física, mas os servidores vão além e se preocupam com a orientalização devida para essas pessoas. O CRAS também é responsável pelo cadastro único da comunidade, que garante para as pessoas, em necessidade, auxílios como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), assim como, realiza o benefício de emissão do Registro Geral (RG) para os moradores da comunidade. O CRAS Felipe Camarão realiza, também, sopas solidárias todas as sextas-feiras, onde são distribuídas 200 porções para os mais carentes e oferece cursos de trabalhadores autônomos para a comunidade, como pintura em tecido, crochê, design de sobrancelhas e cabeleireiro. Um fato que chama a atenção é que, em conversa com a coordenadora do centro, a mesma relata que o índice de violência contra a mulher no bairro é alto, o que nos leva às mulheres grávidas, muitas ainda demasiadamente novas e com outros filhos, o quanto não sofrem nesse sistema social? Outra informação relevante é que essas mesmas mulheres, de acordo com a lei, apenas podem fazer a ligadura (laqueadura tubária, procedimento médico que permite a esterilização nas mulheres) com a idade de 28 anos e, pasmem, com autorização de seus parceiros. Em uma sociedade machista e cheia de desigualdades sociais, nós, como futuros profissionais da saúde, precisamos estar cada vez mais atentos a essas problemáticas, que envolvem, mais uma vez, a saúde e a cidadania, sempre atreladas.
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Quinto post – Futuro da Nação – 22.03.2018
“É preciso explicar por que o mundo de hoje, que é horrível, é apenas um momento do longo desenvolvimento histórico e que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições. E eu ainda sinto a esperança como minha concepção de futuro”. É com essa frase, de Jean Paul Sartre, que inicio o portfólio de hoje. Foi essa frase, também, que introduziu o documentário sobre o livro de Milton Santos “Por uma outra globalização”, documentário esse que assistimos em casa, pois por motivos diversos, não pudemos assistir em sala. Identicamente, fomos impossibilitados de visitar a fundação Bradesco, logo optou-se por um passeio exploratório na comunidade. A princípio, conhecemos o NAM (núcleo de apoio ao menor), no qual fomos apresentados a um espaço de 13.000m² completamente doado por um casal, o senhor Leidson e a senhora Eunice. Situado no bairro de Felipe Camarão, foi todo construído por doações, assim como é mantido até hoje pela caridade das pessoas. Totalmente voltado à população da comunidade, atende crianças, adolescentes e, porque não, adultos, de 6 até 21 anos. Oferta cursos de informática, artesanato, música, possui horários voltados a prática de esportes e um acompanhamento pedagógico para crianças com dificuldades na sala de aula. É um local imenso, possuem uma horta, conservada por um voluntário de mais de 60 anos e vários espaços educativos, como a sala de música (eles possuem uma orquestra de crianças) e alguns espaços impossibilitados de funcionamento, devido à falta de recursos e voluntários, como a biblioteca.
Logo após, fizemos uma visita ao CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Irmã Dulce, um local para crianças de 0 a 5 anos, que substitui as antigas creches. A primeira impressão foi extremamente positiva e acolhedora, as crianças estavam no momento do almoço e as próprias se serviam! Foi incrível perceber como foi desenvolvido um nível de maturidade em crianças tão novas, mas que já pegavam o seu pratinho e em fileira aguardavam o momento de pegar a sua comida. Conversamos com uma das professoras, que nos apresentou a unidade e suas necessidades, assim como a forma como eles tratam as festas escolares, que me chamou mais uma vez a atenção: não visam o capitalismo existente na páscoa por meio dos ovos, mas sim a explicação do contexto histórico por trás da festa; não possuem, no São João, uma rainha do milho, mas cada um ajuda no balaio com o que pode e tudo em prol de um retorno financeiro para o bem estar dos alunos e desenvolvimento da escola. Outra coisa que chama a atenção é a preocupação com uma “festa para a família”, colocada no lugar de outras comemorações como o dia dos pais ou das mães, visando não excluir nenhum aluno, podendo todos participarem, mesmo aqueles que não possuem pais, mas possuem avós ou tios ou alguém que os criem; um pensamento extremamente atual, encontrado em poucas escolas, mas de alto nível intelectual e humanitário, tendo em vista o acolhimento de todos.
Eu provavelmente não saberei explicar o porquê do mundo de hoje ser como é, ademais os vários fatores que corroboraram para o seu estado atual. Porém, posso afirmar que a esperança, que segundo Sartre, é uma das forças dominantes das revoluções, devem ser depositadas em nossos infantes. As crianças, sim, são o nosso futuro. Os menores do NAM e as criancinhas do CMEI irão compor a nossa sociedade amanhã e, portanto, precisamos dedicar nossa maior atenção à educação destes. Pessoas como o casal que doou o espaço para o desenvolvimento do núcleo ou as professoras que se dedicam a formação de seus alunos, estão fazendo a sua parte. Mas como eu e você estamos contribuindo para um futuro digno e belo? Precisamos nos atentar aos pequeninos.
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Quarto post – Além do que se vê – 15.03.2018
Este dia cheguei atrasado! Dois inconvenientes: o meu ônibus saiu de Canguaretama 30 minutos depois do previsto e chegando a Parnamirim um engarrafamento não me deixava prosseguir ao meu destino habitual nas quintas pela manhã. Cheguei a Felipe Camarão com uma hora de atraso (9 horas da manhã) e, por fim, não encontrei a turma, pois àquela hora havia sido destinada à um passeio exploratório pela comunidade. No entanto, fui logo surpreendido por uma recepcionista da UBS, que prontamente me reconheceu e se ofereceu para ligar para as tutoras ou algum aluno. Todos os celulares estavam na caixa postal. É compreensível, Felipe Camarão é uma comunidade ainda um pouco perigosa. Essa semana, um dos médicos de outra UBS, próxima a minha, fora assaltado. Resolvi esperar na frente da unidade, foi quando uma das nossas tutoras, Magnólia, apareceu com um dos grupos que haviam saído no passeio, uma das alunas passara mal. A aluna foi atendida imediatamente e eu fui destinado a fazer algumas perguntas à uma pessoa do bairro. A tarefa do dia era um entrevista que visava descobrir o conhecimento do morador de Felipe Camarão acerca de sua própria comunidade. Entrevistei, em conjunto com o meu grupo, uma senhora de idade. O que mais me impressionou aqui foi a vontade de correr atrás de seus direitos, de saber o que se passa e onde se passa. A ideia de que a população carente é inerte a politica é completamente ilusória. A senhora sabia de seus direitos como cidadã, queria uma rua que não alagasse quando chovesse e mais medicamentos no postinho. É impressionante como, ás vezes, nos trancamos em nossa bolha, em nosso mundo, e acreditamos que tudo o que existe está a nossa volta, ao alcance de nossas mãos. Como já dizia a canção da banda Los Hermanos: “a estrada vai além do que se vê” e as pessoas, como visto, não devem ser subestimadas pelas oportunidades que lhes faltaram. Certamente, a senhora, aliás, uma senhora analfabeta, sabia que o mundo não era composto apenas pelo que ela podia ver, mas também pelo que ela poderia transformar, através das suas atitudes. Bem, e a banda continua: "Assim é que se faz!".
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Terceiro post – Caixa de pandora – 08.03.2018
Primeiro dia de aula na UBS, começamos com uma dinâmica da “caixa de Pandora”, na qual nos apresentamos e pudemos conhecer um pouco de cada integrante da disciplina. Fizemos uma pausa para um lanche compartilhado e, logo após, em conjunto, sugerimos as regras para o nosso “contrato de convivência”. Conhecemos, depois, os integrantes da maternidade, como a dentista, agentes comunitários, e conversamos sobre as qualidades e problemas enfrentados na comunidade. Destaco aqui, o compromisso de todos os funcionários em manter a maternidade/UBS um local de trabalho digno, o qual possa oferecer condições para os clientes se estabelecerem, assim como, os profissionais se enraizarem e se sustentarem, sempre atentos aos problemas da população local e realizando as modificações necessárias para melhor atendê-la.
Diante disso, fizemos um “tour” pela unidade, para que nos fossem apresentados os setores. O que me chama atenção aqui, é que a maternidade possui uma estrutura voltada ao incentivo do parto normal, com salas específicas, que atendem a esse tipo de procedimento, como uma sala pré-parto que proporciona à futura mamãe sessões de aromaterapia, músicas relaxantes, luzes violetas e “brinquedos” que auxiliam nas contrações físicas e estado psicológico, necessários para o bom corrimento do parto. É interessante citar que a maternidade já ganhou prêmios nacionais por ter essa preocupação, voltada ao estímulo do parto humanitário e por vias normais. Mais interessante ainda, que uma maternidade e UBS com profissionais tão preocupados e com tanto a nos oferecer se encontra no centro de uma comunidade pobre da grande Natal. Tal como uma flor no asfalto, os profissionais, mesmo relatando, muitas vezes, não serem resguardados municipalmente das condições vistas fundamentais para um atendimento de qualidade, fazem, assim mesmo, o que podem para bem acolher a população do bairro. Talvez essa tenha sido a grande descoberta, dentro da caixa de pandora.
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Segundo post – Aula inaugural da disciplina na reitoria – 01.03.2018
Neste dia, todos aqueles que participariam da disciplina SaCi foram convidados para um encontro, uma aula inaugural realizada no auditório da reitoria, ás oito horas do turno matutino.
Lá, tivemos palestras e algumas dinâmicas que envolveram os tutores de cada Unidade Básica de Saúde (UBS) e os discentes. Diversos assuntos foram abordados, tais como: conceito de cidadania; autoavaliação; meio ambiente; UBSs em que vamos atuar, entre outros.
Através desse primeiro momento, pudemos ter uma ideia mais elaborada de como aconteceria todo o processo de avaliação e andamento da disciplina. Ademais, foi relevante para conhecermos nossos tutores e futuros colegas de classe, assim como a comunidade a qual seríamos inseridos, no meu caso, Felipe Camarão.
Acredito que o ponto forte desta aula inaugural foi exatamente nos (acadêmicos) situar sobre a futura realidade profissional que teremos, bem como, como essa disciplina pode nos ajudar a enfrentar situações diversas e nos tornar ativos no processo de transformação. Tendo em vista isso, se apropriar no conceito tão bem abordado de Cidadania para tornar outros também cidadãos, isto é, deixando de ser um discurso retórico para então se concretizar. Esse pensamento se tornou bastante presente na palestra de Miguel Carcará, que gerencia um espaço no bairro de redinha, em Natal, onde abriga aulas diárias e ensaios de grupo de dança da comunidade e outras formas de expressões culturais, reforçando a importância de nossos valores na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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Primeiro post – Apresentação –
Mundo, cheguei!
Inicialmente: ás apresentações e boas vindas! Meu nome é Christopher André Cavalcanti da Costa, sou aluno do primeiro período de odontologia na UFRN e atualmente resido em Canguaretama, uma cidade no interior do Rio Grande do Norte (aprox. 80km de Natal – RN). Sejam muito bem vindos ao UBSITE! O nome do tumblr surgiu em uma conversa despretensiosa com uma amiga, achei criativo e adotei! O UBSITE é um site criado para promover os portfólios referentes a uma disciplina conhecida como SACI (saúde e cidadania).
SACI é uma disciplina única. Ela nos dá a oportunidade de entrar em contato, já no primeiro período, com uma UBS (unidade básica de saúde) e com a comunidade em que ela está inserida. Fazer parte disso, tão cedo, é praticamente indescritível, mas tentarei demonstrar, por meio das palavras, um pouco do que vejo e do que aprendo a cada semana. Ademais, é interessante ressaltar o caráter humanista que essa disciplina possui, nos fazendo olhar muito além do paciente, mas a pessoa por trás da enfermidade, nos preparando para nos tornarmos profissionais melhores, futuramente.
As postagens serão feitas semanalmente, de acordo com as aulas e as vivências. Os primeiros posts serão seguidos, pois as aulas iniciaram antes que eu decidisse apresentar meus portfólios por meio de um tumblr. Aqui você encontrará registros das minhas experiências e reflexões em uma maternidade e UBS no bairro de Felipe Camarão, em Natal. Também serão achadas fotos e, possivelmente (não prometo), poesias e contos de minha autoria, a depender da inspiração. SACI é uma disciplina que nos pede criatividade desde o inicio, essa exigência e, porque não oferta, é o gatilho para tornar o processo de criação único para cada estudante.
Espero que se encantem!
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