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Textos, resumos e resenhas para estudos.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Gabriel Pereira Rangel                   Terra, Trabalho Indígena e Colonização Como forma de legitimação do poder, pelas mãos de Marquês de Pombal em sua gestão se fez uma investida contra as terras indígenas, na qual era encorajado veemente  o casamento de vassalos reais com nativos, assegurando a esses as terras antes pertencidas aos originais da terra por meio de um decreto (Alvará de 4/4/1775). Ainda que estas medidas tenham sido tomadas, o direito as terras eram asseguradas aos nativos por meio de ementas, tanto das terras originárias, quanto das terras em que ocorria os aldeamentos, pelas mãos dos missionários e afins. Essas medidas escondiam seu real viés, que acabava por ter o objetivo de não deixar grandes porções de terra nas mãos dos nativos, assim como pelas mãos missionárias, passarem por uma proposta de civilidade, assim os tornando sedentários e produtivos, próprios para servirem como mão de obra nas mãos do estado e dos colonos que iriam os adequar as leis. Com a vinda de Dom João VI no início do séc. XIX, o Estado declara guerra aos Índios Botocudos, e tornam qualquer área conquistada em Terra Devoluta, ou seja, uma terra que na concepção estatal seria devolvida ao poder público, dessa forma, deslegitimando a posse nativa por meio da força militar, apesar de que, com a independência, foi proposto que fosse reconhecido a legitimidade dessas terras aos nativos originais. Assim, tempos depois em 1845, o Regulamento das Missões fez com que fosse possível a remoção de aldeias, assim como o agrupamento dessas e o arrendamento para trabalho, além de que, instaurada tal política, alguns índios de “bom comportamento”, ou seja, que tinham se adaptado ao ideal civilizatório europeu, poderiam adquirir tais terras após 12 anos de trabalho na mesma, através de uma Carta de Sesmaria. A lei de Terras instaurada em meados de 1850 no Brasil, em comum acordo entre o Estado e os grandes proprietários de terra, apressou o avanço estatal sobre as terras dos nativos, que em prática acabou por reduzir a esses apenas as terras dos aldeamentos. Ainda no séc. XIX, muitas terras dos nativos em regiões litorâneas acabavam por se tornarem empecilhos ao projeto colonizador, assim sendo burocraticamente tomadas por meio do poder legislativos, muitas vezes transformadas em terras devolutas, requerendo revalidação das cartas de Sesmarias já conquistadas anteriormente, assim tornando-as presa fácil na mão do Estado. Nesse período, muitos nativos perderam as posses legais de sua terra originária, assim como foi tirado o direito hereditários a essas. Esses fatos contribuíram para o apagamento da cultura indígena, assim como deu a esses o caminho aos postos de trabalho compulsório e ao êxodo para os grandes centros em busca de trabalho. Muitos foram designados aos trabalhos em locais de ebulição industrial, assim como nos campos de lavouras e fileiras militares, chegando esses a participarem de guerras contra indígenas e em outras na América do Sul, como a Guerra do Paraguai. Referências: ALMEIDA, Rita Heloísa de. O Diretório dos Índios: um projeto de civilização no Brasil do séc. XVIII. Brasília: Ed. UNB, 1997. CUNHA, Manuela Carneiro da. Antropologia do Brasil: Mito, História, Etnicidade. São Paulo: Brasiliense: EDUSP, 1986. ___. Os direitos do Índio: Ensaios e Documentos. São Paulo: Brasiliense, 1987. ___. Legislaç]ao indigenista no séc. XIX. São Paulo. EDUSP: CPI/SP, 1992ª. DI CREDDO, Maria do Carmo Sampaio. Terras e índios: A propriedade da terra no Vale do Paranapanema. São Paulo: Editora Arte e Ciência 2003. DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos. Colonização e relações de poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses, 2000. FARAGE, Nádia. As Muralhas dos Sertões. Os povos indígenas no Rio Branco e a colonização. São Paulo: ANPOCS: Paz e Terra, 1991. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1997. MALHEIRO, Perdigão. A escravidão no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 1976. NAUD, Leda Maria Cardoso. “Índios e Indigenismo: Histórico de legislação”. Revista de Informação Legislativa., ano 4., jul./dez., pag. 235-269, 1967. PACHECO DE OLIVEIRA, João. “Entrando e saindo da mistura: os índios nos censos nacionais”. In. PACHECO DE OLIVEIRA, João. Ensaios da Antropologia Histórica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ,1999. SILVA, José Bonifácio de Andrada e. “Apontamenos para a civilização dos Índios Bravos do Império do Brazil. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (org). Legislação indigenista no século XIX. São Paulo: EDUSP: CPI/SP, 1992. ___. Projetos para o Brasil. São Paulo: CIA das Letras, Publifolha, 2000. SILVA, Lígia Osório. Terras Devolutas e Latifúndio: Efeitos da  lei de 1850. Campinas, SP: Ed. UNICAMP, 1996. VAINFAS, Ronaldo. (coord.) Dicionário do Brasil Imperial (1822 – 1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. VASCONCELOS, Claudio Alves de. A questão indígena na província de Mato Grosso: conflito, trama e continuidade. Campo Grande: Ed. UFMS, 1999.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Conformismo e Resistência: Cultura Popular e Autoritarismo CHAUÍ, Marilena. Conformismo e Resistência. Aspectos da Cultura Popular no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1986. O texto de início tenta explicar o porquê a população brasileira ainda tem um pensamento arcaico e autoritário, ainda sofre com questões sociais que já são lidadas de formas mais amplas em outros países, mostrando como o discurso fundador propõe esses ideais. No mais, ao ponto de vista de muitos estudiosos, são uma herança colonial, ainda enraizadas após os mais de 300 anos de subordinação Ibérica. Adiante um pouco, vemos esses traços autoritaristas sendo reforçados na ditadura, as quais o cerceamento da liberdade exalava nos coturnos militares, e mesmo assim, por muitos ainda são chamados de “revolução”. O Governo Ditatorial então tomou medidas financeiras para mascarar a desigualdade, ao mesmo tempo que impunha a opressão ás pobres massas, diminuindo o salário e cortando direitos trabalhistas, fazendo com que a desigualdade se acentuasse nesse ponto, sendo auxiliado por intervenções internacionais em empresas, também se tornando dependente dessas intervenções por conta de seus empréstimos e de sua dívida externa. Segundo uma das memórias relatadas no texto, após o período da Ditadura Vargas, tivemos um breve suspiro de democracia, o que outrora contraditório, pois vários movimentos sociais foram proibidos nessa época e se mantiveram como ilegais, como as greves dos trabalhadores, a proibição do voto aos analfabetos, nos remetendo quase que ao voto censitário, pois a maioria da população brasileira era pobre e analfabeta, torna ilegal o Partido Comunista no país, e ainda cultiva os ideais racistas e machistas, estes que são por muitas vezes sustentados pela falha legislação. Já em 1975, com o início da abertura política na ditadura, que foi uma tentativa de “abrandar” os danos feitos ao país, que já não contava com o apoio popular e se encontrava economicamente deteriorado, os militares tentaram aos poucos uma transição para a democracia de um modo que não fosse tão abrupta, o que pouco depois resultou com o fim do AI-5, a anistia dos presos políticos (também aos militares torturadores), pluralidade partidária, o que de certa forma foi uma estratégia para tentar dividir os movimentos contrários a ditadura, fazendo com que esses perdessem força, as eleições diretas aos governadores e as indiretas para o Presidente, o que reafirma que ao mesmo tempo que o governo voltara a ter uma parte realmente do povo, ainda era subordinado aos ideais ditatoriais. Levando em conta esta memória, podemos entender o discurso com a ideologia do autoritarismo encrustado, pois o que se é lembrado dessa época em primeiro lugar é o todo poderoso Estado, e que a população e suas lutas e movimentos  por muitas vezes é deixada de lado, em segundo plano. Desses, muitos estavam e foram ativos na luta contra o regime, os quais, desde a alta classe até o proletariado pobre tinham o intuito de resistir. Os empresários gostariam de menos interferência do Estado na economia, já o cidadão da classe média, buscava a liberdade aos presos políticos, a livre expressão com o fim da censura, da violência policial nas ruas, a reforma carcerária e tantos outros problemas como educação e saúde. Os trabalhadores buscavam a segurança de um trabalho digno, o direito a greve e o fim do imposto compulsório aos sindicatos, o que acabava por lhes tirar a força. Os movimentos das minorias, negros, mulheres e homossexuais também veio a se juntar, unindo forças no embate contra o autoritarismo. O brasileiro entende a cidadania como uma coisa que ele pode ver, e não como uma coisa que é ele, o que reforça esse pensamento de que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, em um dos ditados populares mais classistas, o qual se tornou normal no dia-a-dia. É uma sociedade em que o público nunca será do público, e existe um abismo muito grande entre os “heróis”, os grande senhores da sociedade e o mero cidadão comum. Os valores são diferentes para diferentes classes e pessoas, os ricos sempre terão a razão e se sentirão vítimas das verdadeiras vítimas da sociedade, e terão o total respaldo da polícia, também parte das mazelas, mas que não se identifica com nenhuma, apenas vai se enxergar como a solução dos problemas, se tornando só mais um desses. As questões familiares são muitas vezes tratadas como se não fossem assunto do Estado, apenas no que lhes convém, fazendo com que a violência familiar, a falta de emprego, o vício em substâncias químicas, o trabalho infantil incentivado pela falta de comida e condições financeiras acabem sendo colocados como culpa dos próprios cidadãos e não do Estado, que não proporcionou condições suficientes para que essas famílias se estruturassem. A luta de classes no Brasil infelizmente tem um só lado armado, com os dominados sempre abaixando a cabeça e não se dando conta de que é a maioria, e os dominadores se aproveitando dessa situação, retendo todas a instituições para manter seu poderio, e a realidade é, pelas condições precárias e a falta de educação e cultura para a população pobre, a instrução nunca chegará a esses, e consequentemente esses nunca se tornarão informados o suficiente para sair dessa situação. Tudo faz parte do mesmo ciclo, os quais poucos conseguem ser exceção, sendo que esses ainda sofrerão vários empecilhos em sua jornada pós fuga, como o preconceito racial, classista ou machista. Dessa forma, tudo também que vai contra esses conceitos é repelido, e taxado de errado ou “não se encaixa” nos padrões. Quando esses padrões são quebrados uma espécie de desarmonia acontece, tirando essa classe dominadora da sua zona de conforto, fazendo ela acionar sua força tarefa para descobrir e culpar os culpados (ou inocentes?). A capacidade das classes pobres de se adaptarem ao cotidiano e sobreviverem mesmo com todas as dificuldades e obstáculos colocados pelas altas classes, pelos preconceitos, pela doutrinação trabalhista que faz com que estes tenham de abdicar de quaisquer desejos, sonhos, alegrias para servir e sobreviver tira essa classe alta do comodismo, apertando o cerco cada vez mais, para não perder nenhum de seus carneirinhos. Gabriel Pereira Rangel, acadêmico do curso de História pela Universidade do Vale do Sapucaí-Univás.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Imigração Francesa ao Brasil na virada do séc. XIX ao XX Após as várias investidas ainda no século XVI por parte da França, para tentar adentrar o Brasil, nas regiões do Maranhão, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba e Pará, uma grande leva de imigrantes Franceses veio a chegar ao Brasil após a vinda da Família Real Portuguesa em 1808, pelo patrocínio de Dom João VI, na chamada Missão Artística. Estima-se que de 1884 a 1925 uma grande quantidade de franceses vieram para o Brasil em busca de oportunidades, muitos desses camponeses que buscavam uma nova vida em terras tupiniquins. O governo brasileiro incentivava a vinda desses imigrantes de várias partes da Europa, facilitando assim a acomodação e instalação desses franceses em colônias. Dos que chegaram na segunda metade do século XIX, se instalaram na colônia de Benevides, no Pará. Ao contrário da maioria da população imigrante no Brasil, os Franceses tinham um bom padrão de vida, como agricultores e pela produção de vinhos e queijos. No sul do país, uma figura importante nessa chegada foi a do Bispo Don Cláudio José Gonçalves Ponce de León, que solicitou a vinda de frades franceses na tentativa atender as demandas da fé cristã na região, onde também se encontravam os recém chegados alemães e italianos. Já instalados no Rio Grande também, esses ajudaram na construção e melhoria da Barra e do porto, realizadas pela “Compagnie Française du Port de Rio Grande do Sul”. Uma das maiores contribuições francesas no sul do país, pode ser vista na questão da educação, onde por volta de 1913 os Irmãos Maristas chegaram á cidade do Rio Grande, assumindo o antigo Colégio Sagrado Coração de Jesus, que hoje é chamado de Colégio São Francisco, na época fora comandado antes pelos Jesuítas. Muitas das personalidades do século XX e XXI brasileiro tem ascendência Francesa, como o patrono da aviação, Santos Dumont, que teve em seu pai, Henri Dumont sua vinda ao Brasil. Henri era ourives e foi instigado a vir por seu sogro, alegando aqui ter melhores oportunidades de serviço. Hoje o Brasil tem a segunda maior comunidade francesa da América Latina, estimada em 1,5 milhão de descendentes, ficando atrás apenas da Argentina, com 6,8 milhões.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Imperialismo na América Latina
Doutrina Monroe – “América para americanos. ” Os Estados Unidos visava afastar o comércio exterior europeu, não só de si mesmo, mas também dos países recém independentes da América Latina, o que fez com que sua economia surgisse como a maior, facilitando seu controle sobre esses que acabavam de sair de guerras em seus processos de independência e estavam se reconstruindo física e economicamente. Os Norte Americanos, alimentados pelo ideal do Destino Manifesto, acreditavam veemente que sua ideologia política era superior à dos países absolutistas. Um grande fato para história da América foi a Independência Cubana, que acabou por ser auxiliada por intervenção dos EUA, que buscavam a retirada das influências das grandes potências como a Inglaterra, França e Espanha das terras americanas para que impusessem seu monopólio comercial. Os Estados Unidos tinham um grande interesse em Cuba e no Panamá por conta da sua posição estratégica comercial, no caminho entre a América do Sul e Norte. Os Norte Americanos tinham um grande investimento do tabaco e na produção de açúcar cubana, as quais ainda eram posses Espanholas. A população americana foi provocada com as publicações dos jornalistas Pulitzer e Hearst que usaram do “jornalismo amarelo” para criticar a administração dos espanhóis nas terras cubanas. Pouco tempo depois o navio Maine americano é afundado em Havana, o que faz o presidente Republicano William Mckinley entrar em guerra com a coroa Espanhola, alegando o navio ter sido sabotado pelos espanhóis, e exigindo a independência de Cuba, que fora veemente negada. Os Estados Unidos se sagram vencedores da guerra Hispano-Americana, conseguindo com isso que a Espanha abra mão da soberania sobre Cuba e a cessão de Porto Rico, Filipinas e Guam pelo pagamento de 20 milhões. Os cubanos após a independência assinaram a Emenda Platt, a qual dava direito aos EUA de intervir em Cuba politicamente, assim protegendo seus interesses contra ações exteriores e também da construção de uma base militar, em Guantánamo. Os Norte Americanos seguem seu plano, anexando também o Havaí ao seu território e auxiliando na independência do Panamá, que era território Colombiano. Futuramente neste país, seria construído um canal que ligaria o oceano atlântico ao oceano pacífico, conhecido como Canal do Panamá, o qual ficaria sobre posse Norte Americana até as vésperas do século XXI, mais precisamente em 1999.
 Táticas de dominação econômica A Inglaterra tinha extremo interesse nas relações comerciais com a América Latina, e teve de encontrar novas formas de dominação desses países, como os empréstimos, tomando controle de bancos e levando muitos dos países a entrarem na dívida externa, fazendo com que suas empresas viessem e montassem suas instalações, tomando conta de serviços primários como transporte, eletricidade e afins. Os EUA por sua vez passaram a controlar alguns setores econômicos primordiais nos países latinos, como o petróleo no México e na Venezuela, o cobre no Chile, o estanho na Bolívia e o açúcar em Cuba. Assim manteve relações com esses, e se sentia no direito de intervir em todos, de acordo com seu interesse. 
Big Stick “Fale macio, carregue um grande porrete e irá longe.” , esse era o lema da política do Big Stick, instaurada por Theodore Roosevelt. Os Estados Unidos da América então, passam a associar intervenção política á intervenções militares, entrando em conflitos e fomentando outros de acordo com seus interesses diplomáticos no mundo, como uma espécie de autopropaganda. A estratégia de Roosevelt funcionou melhor do que o esperado, fazendo com que se promovesse e conseguisse a mediação da paz na guerra Russo-Japonesa, sendo condecorado com o Nobel da Paz. Os presidentes que sucederam Roosevelt continuaram a praticar e levar a Doutrina do Big Stick, o que reflete até os dias de hoje na América Latina e no resto do mundo, como pudemos ver mais recentemente no Oriente Médio. 
Consolidação como nação hegemônica No início do século XX, os EUA já haviam se firmado como uma grande potência econômica, e viria a crescer mais após as duas Grandes Guerras, quando os países europeus foram parcialmente destruídos e viram sua economia ruir, enquanto os Americanos saíram ilesos dos conflitos, pois não tiveram seu território ocupados durante as guerras. Além disso, suas estratégias políticas de dominação já estavam dando os frutos desejados.
(...) ajudei a transformar o México, especialmente Tampico, em lugar seguro para os interesses petrolíferos americanos, em 1914. Ajudei a fazer de Cuba e Haiti lugares decentes para que os rapazes do Naional City Bank pudessem recolher os lucros. Ajudei a purificar a Nicarágua para os interesses de uma casa bancária internacional dos Irmãos Brown, em 1909-1912. Trouxe a luz à República Dominicana para os interesses açucareiros norte-americanos em 1916. Ajudei a fazer de Honduras um lugar ‘adequado’ às companhias frutíferas americanas, em 1903. Na China, em 1927, ajudei a fazer com que a Standard Oil continuasse a agir sem ser molestada. Durante todos esses anos eu tinha, como diriam os rapazes do gatilho, uma boa quadrilha. (...) – General Smedley Butler.
 Após as guerras, o único inimigo americano seria a União Soviética, a qual, os EUA fizeram frente a um conflito ideológico contra o comunismo, formando alianças diplomáticas e traçando limites para com esses na Guerra Fria. A corrida espacial justamente foi uma mostra grande desse embate entre as duas grandes potências, as quais utilizaram de suas influências midiáticas para controlar a opinião pública acerca dos fatos que ocorreram. Gabriel Pereira Rangel, 7º Período do Curso de História da Univás
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Análise sobre a Revolução Mexicana
            A Revolução Mexicana foi a primeira revolução de grande importância na América Latina no século XX. O desenrolar da trama se dá por conta da autocracia do General Porfírio Diaz, o qual sobe ao poder e instaura uma ditadura no país, apoiado pelos grandes latifundiários do México. O chamado Porfiriato, chega a implantar uma Lei conhecida como Lei de Amortização, que expropria terras consideradas inférteis de camponeses e passaria essas as mãos de grandes latifundiários, o que causou a revolta de grande parte da população mexicana, em sua maioria agrária.              Entra na história então Francisco Madero, também latifundiário, que entra no pleito contra Porfírio Dias, após inflamar a população, incitando esses a se armarem e lutarem contra a ditadura que estava a ocorrer no país. Madero então é preso, com o argumento de ser um rebelde e cometer ultraje contra o governo. Assim então Madero foge para o Texas, onde dá início ao Plano de San Luis de Potosí, que visava um levante de armas dos cidadãos mexicanos contra o porfiriato, a retomada do poder, a reforma agrária e eleições democráticas posteriormente, dando fim a hegemonia de Porfírio Diaz. Assim, no dia 20 de Novembro de 1910 eclodiram as batalhas do levante, culminando na renúncia de Porfírio Diaz e em seu exílio na França. Milhares de vidas foram perdidas nos combates.
Leandro Narloch em seu livro, o Guia Politicamente Incorreto da América Latina estereotipa assim como fez com a Revolução Cubana, os líderes do movimento. Tenta deslegitimar a ação desses por meio de comentários maldosos acerca da utilização de Marijuana, até então uma planta utilizada em rituais dos antepassados desses, e muito utilizada pelos soldados da División Del Norte, comandada por Pancho Villa. Reduz Pancho Villa a um mero ladrão e assassino, comparando-o a Lampião e assim cometendo outro erro ao reduzir também esta segunda grande figura do nordeste brasileiro a apenas um assassino e ladrão.
Após a renúncia do ditador, eleições democráticas foram feitas, com vitória esmagadora de Francisco Madero. Porém, o presidente eleito que prometera e inflamara a população para a tomada do poder acabou por não cumprir as outras reivindicações a qual abarcavam as questões sociais, o que faz Emiliano Zapata e Pancho Villa se voltem contra o governo de Madero. Então aproveitando da situação conturbada das questões governamentais, o General Huerta toma o poder de Madero e instaura uma ditadura no país novamente, culminando no assassinato de Madero e seu irmão Gustavo. Com o acontecido, Pancho Villa e Zapata, líderes da resistência não vão aceitar o governo de Huerta, que se assemelha ao sistema de Porfírio Diaz e vão entrar em conflito com este.
               Sendo assim uma outra figura adentra a Revolução, Venustiano Carranza, o qual apoiado pelos EUA, com ideais liberais, acaba por assumir o poder. Carranza no poder no entanto acaba por desagradar as camadas mais pobres da população, por ainda não atender as antigas reivindicações, e acaba por pedir submissão do Norte e do Sul do país, ou seja, De Pancho Villa e Emiliano Zapata, o que não ocorre e acaba por unir os dois e seus adeptos, contra o governo de Carranza. Assim em uma das batalhas, Emiliano Zapata acaba por ser morto em combate, assim como Pancho Villa também posteriormente, e com eles a alma da revolução se perde e se enfraquece, aumentando ainda mais a força e a legitimidade de Venustiano no poder.
A Revolução Mexicana inspirou outras revoluções na América Latina, e norteou os ideais do povo em direção uma real igualdade e a não submissão aos poderes Imperialistas, como aconteceu em Cuba. Nas duas a insatisfação com governos ditatoriais e com a influência Norte Americana nesses culminou na revolta de pobres trabalhadores em busca de melhorias e da retirada desses do poder. Assim também, notamos que líderes foram elegidos para guiar a população contra o governo, como Fidel, Che, Zapata, Pancho. Figuras as quais o movimento criaria suas esperanças e depositaria sua Fé. Os dois acontecimentos mostraram o poder que uma população pode ter, se quiser e se bem organizada em prol das causas que buscam, e deixou exemplos a serem seguidos. Assim como em Cuba ainda existem muitos Resquícios da Revolução Cubana, no México ainda existem revolucionários que acreditam nos ideais de Zapata, formaram e levam a frente a guerrilha que este deu início, e hoje denominam-se EZLN, Exército Zapatista de Liberação Nacional, o qual buscam até hoje conseguir as reivindicações as quais foram feitas a quase um século atrás.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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NEVES, Marcia das. A Concepção de Raça Humana em Raimundo Nina Rodrigues. Revista Filosofia e História da Biologia, São Paulo, v. 3, p. 241-261, 2008.
O artigo da Professora Ms. Marcia das Neves busca compreender as motivações ideológicas de Raimundo Nina Rodrigues em seus estudos sobre as teorias raciais no Brasil, do fim do século XIX ao início do século XX, assim empreende-se a tentativa de encontrar os caminhos teóricos aos quais esse percorreu para fundamentar seus pensamentos acerca de “raças superiores e inferiores.”, o qual foi amplamente aceito e difundido á época.  
           A priori, é feita a contextualização da época, retratando o desejo da elite Brasileira pós-proclamação da República, de trazer imigrantes europeus brancos para o país, que baseado nas teorias de superioridade racial, iria acarretar na mistura e no branqueamento progressivo da população, majoritariamente negra, que era considerada inferior, ou seja, a mistura com a branca “melhoraria” esses negros, índios e mestiços subalternos. Os incentivos estatais a imigração chegou a ser reforçado por leis, que promoviam uma chamada a esses com restrições a negros e asiáticos de forma evidente.
Desta forma Nina Rodrigues, médico e estudioso das teorias eugenistas teve campo fértil para disseminar suas ideias. Nascido no Maranhão, este teve boas condições de vida devido a posição social de seu pai, Coronel Francisco Solano Rodrigues, e sua mãe Luiza Rosa Nina Rodrigues, que lhe permitiu cursar a Faculdade de Medicina da Bahia.
           Outra informação relevante no que diz respeito aos estudos da época, é a questão de não haver ainda uma identidade nacional formada, e essa busca pela definição dos sujeitos que compunham essa sociedade fazia com que tipificações fossem criadas. Desta forma Nina Rodrigues estabeleceu que existiam raças puras, as quais seriam os brancos, negros e vermelhos, separadamente dos mestiços, esses por serem frutos da miscigenação tendiam a desaparecer e foram dividos em outros quatro grupos, que não podiam ser comparados aos de raça pura: mulatos, cafuzos, mamelucos e os pardos. Adiante em seus estudos envolvendo criminalística, Rodrigues vai estandardizar essas raças previamente classificadas, inserindo valores morais em suas teorias, afirmando que essas características poderiam ser passadas hereditariamente, e até por atavismo.
           Seguindo a linha de alguns teóricos eugenistas, como do criminologista  italiano Cesare Lambroso, o médico maranhense desenvolveu um pensamento de que negros e mestiços não eram só inferiores, mas também tinham capacidade mental incompleta, e por este motivo tinham um senso de sociedade diferente, tendo a violência e a instabilidade emocional ligadas aos seus genes, resquícios de seus ancestrais pelo atavismo. Desse modo, estes deveriam ser tratados de forma díspar perante os brancos. Nina Rodrigues utilizou de estudos patológicos para referenciar suas pesquisas, o que foi futuramente muito contestado por outros pesquisadores, por seu cunho racista.
O texto é muito bem estruturado, e as possibilidades de trabalho com este são inúmeras, não só no campo de História da África, mas também nos estudos antropológicos sobre os estigmas de marginalidade criados pela sociedade, baseados em teorias positivistas do século XIX.
Gabriel Pereira Rangel, discente do curso de História pela Universidade do Vale do Sapucaí-Univás.
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Trabalho e Resistência: a organização do proletariado no ABC Paulista
Para compreendermos melhor como se deu o início da organização dos trabalhadores no ABC Paulista, assim como seus motivos, precisamos entender o contexto em que esse proletariado se encontrava. Esses trabalhadores, em sua grande maioria advindos de um êxodo rural exacerbado, se aglomeravam nos grandes centros urbanos a procura de trabalho, sendo assim nada mais cobrando em troca de seu trabalho do que um mísero salário em porção de seu trabalho braçal em condições insalubres e precárias.            
Durante a Ditadura Militar, esses trabalhadores viram sua liberdade ainda mais cerceada, com a cassação de seus direitos civis, a ilegalidade dos sindicatos, que eram a única esperança de melhores condições de trabalho desses, além de assassinatos e prisões de líderes sindicais.
Vale ressaltar que a Ditadura Militar-Burguesa no Brasil se instaurou com o objetivo de ferir a massa proletária e desarticular suas bases ante a revoluções e progressos no que diz respeito a classe-trabalhadora. (SALLES; Matos, 2007)
Em 1967, o Governo Militar interfere na CLT e revoga a “Lei de Estabilidade”, a substituindo pelo FGTS, em prol do patronato. Com a revogação dessa lei, o trabalhador que teria seu serviço assegurado após 10 anos de trabalho na mesma empresa, só podendo ser demitido em caso de falta grave, passa a poder ser demitido em troca de uma indenização, no caso o FGTS. Dessa forma a empresa diminuía seu gasto e poderia contratar outra pessoa no lugar que tivesse um menor custo, mas desenvolvesse o mesmo trabalho, na mesma função. Dessa forma também, demitindo esses trabalhadores antigos das indústrias, estes conseguiriam desarticular possíveis “más-influências” dentro do chão de fábrica, por conta desses terem passado por períodos de lutas e resistências (LEITE,2009).
Percorrendo esse caminho, podemos perceber que a luta entre os trabalhadores e o patronato, auxiliado pelo governo foi recheada de conflitos, internos e externos, que deram uma maior carga de sentidos a essa organização trabalhadora no ABC.
Em 1978, os operários da Scania-Abis de São Bernardo do Campo deram início a uma grande greve, dando animo a uma sequência de outras paralisações no decorrer desse ano e de anos seguintes.
pode se dizer que a construção de uma organização nessa conjuntura foi um grande avanço para as lutas dessa época, dando fôlego para as subsequentes, e dando base para a formação de partidos que conseguiram se estruturar e trazer melhorias, ainda que breves para a classe trabalhadora no Brasil, como é o caso de duas organizações mais conhecidas, como o PT e a CUT.
As greves foram de suma importância para o enfraquecimento do regime ditatorial, e fizeram a esquerda brasileira se unir em prol de uma só causa, tendo em vista uma melhoria não só das condições de trabalho, como das condições de vida da classe menos favorecida da população.
 As greves se estenderam após as paralisações de 78 e 78 até o ano de 1980, o qual teve grande efervescência as reuniões, e uma melhor articulação desse movimento operário, organizando uma greve que clamava por medidas ainda maiores do governo, conseguindo uma paralisação de 41 dias antes de serem contornados e reprimidos pelo patronato e o Regime Militar, que auxiliou esses donos de indústrias a não cederem, dizendo arcar com o prejuízo desses por meio do Banco Central.
LEITE, M. P. Sindicatos e Desenvolvimento Econômico: A Experiência da Câmara Regional do Grande ABC no Brasil. In: Enrique de la Garza Toledo (Org.). Reestructuration Productiva, Mercado de Trabajo y Sindicatos em la America Latina, 1ª ed. Buenos Aires: Clacso – Consejo Latinoamericano de Ciências Socialies, 2000.
SALLES, E., MATOS, D. O Processo revolucionário que culmina no golpe militar de 1964 e as bases para a construção de um partido revolucionário no Brasil. In. Revista Estratégia Internacional Brasil, nº23 Ed ISKRA, Setembro de 2007. Disponível em
http://www.ler.qi.org/spip.php?rubrique288
Marco Aurélio Garcia, publicado na revista “Desvios”, nº 1, de novembro de 1982, p.10-27
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xzombiechronicx · 6 years ago
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Contraponto entre o Liberalismo Tradicional e o Liberalismo Brasileiro
Com a ascensão da burguesia, e a busca incansável pelo sucesso empreendedor desses, os valores intrínsecos construídos pelo Liberalismo, deram forma e rumo a sociedade Europeia, pautados na liberdade e na razão, fizeram contraponto a cegueira das instituições religiosas em prol do progresso. 
Mas levando em conta os ideais desses, em sua forma original, e o liberalismo no Brasil, vemos que estes se relacionam de forma conflituosa, muitas vezes até contraditória, tanto pelos diferentes pensadores que influenciaram, quanto pelas condições e objetivos em que são usados, assim como a forma em que são interpretados e implantados em cada sociedade. O liberalismo europeu, defendido por teóricos como John Locke e Adam Smith, em um de seus traços mais marcantes, prega a defesa das liberdades, criticando todo e qualquer tipo de atos que possam gerar desigualdade e a privação da liberdade dos indivíduos ou grupos sociais. Ao contrário desse, o liberalismo no Brasil, aliado aos valores conservadores e elitistas enraizados na sociedade, serve apenas como mantenedor do poder desses sobre as minorias e os grupos sociais brasileiros, privando esses de suas escolhas políticas e de direitos, é visto em vários setores que se dizem liberais no cenário político atualmente, como o MBL. O liberalismo brasileiro, importado da Europa no século XIX, se viu engessado e não conseguiu realizar suas propostas em sua forma original, brecado pelo poder monárquico e pelas diferenças sociais latentes na sociedade, tendo de se adaptar para realizar suas ações, perdendo parte de suas ideias centrais, e tendo de se aliar as elites para conseguir se expandir. Já na atualidade, o Movimento Brasil Livre, que em seus ideais se declara liberal, prega em seus discursos o estado mínimo, o que condiz com a ideia original do Liberalismo, mas em contraponto, é a favor do fim da CLT, o que foi dito por vários de seus líderes em páginas relacionadas a esses, assim como em discursos, ou seja, é a favor do fim dos direitos do trabalhador brasileiro, privando esse da liberdade e da segurança em serviço, em detrimento do progresso das elites burguesas sobre o trabalho.
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