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zasteradventures1x1 · 3 years
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zaster1x1​:
Sentiu o rosto esquentar à menção de seus talentos. Dentre todas as belezas e novidades encontradas em Beauxbatons, a que mais lhe encheu os olhos foi a atenção sincera que pareciam dar as artes no estilo de vida. Por ser escola de cunho militar, Durmstrang até possuía um clube de artes – embora esse não passasse de meia dúzia de desajustados enfurnados numa saleta, contentes pelo espaço isolado e livre de bullying –. Ali, entretanto, no amplo salão que se encontrava a poucos passos de distância, todas as formas artísticas palpitavam com uma vividez de tirar o fôlego. Musica, dança, pintura, moda… individualidades unidas por um propósito; exploradas ao máximo e com graciosidade. Estar num ambiente como aquele era experiência tão rara para o Dragovic que, independente das cordas atadas em seu pescoço, não aproveitá-la enquanto ainda possuía oportunidade parecia crime bem maior. Se sua vida estava mesmo em risco, não passaria os dias restantes enfurnado no quarto de Icarus ou sentindo o gosto nocivo da polissuco borbulhar suas entranhas. Não, ele passaria sendo um artista! A adrenalina do perigo de certo era um estimulante para a criatividade. No pior dos cenários, daria um fantasma cheio de obras interessantes.
Segurou a mão dela com suavidade, mas não a balançou em cumprimento. Em vez disso, olhos trancados nas íris verdes que lhe pareceram curiosamente familiares, inclinou o tronco e depositou nas costas da mão um beijo delicado. “É um prazer, Aster.” Ele respondeu. O sorriso ainda não tinha deixado seus lábios quando voltou a endireitar a postura, recebendo o caderno e o questionamento. “Está tudo bem, de verdade. Quero dizer, como não se distrair? Beauxbatons é estonteante.” Deu uma olhadinha ao redor. “E você acertou. Venho diretamente dos mares do norte, e devo dizer que o clima daqui é muito mais agradável que o de lá nessa época do ano. Me lembra de casa.” Divagou por um breve instante, pensando no céu limpo de Zagreb, na Croácia, e de como o sol da cidade natal fazia falta nos invernos de Durmstrang. Havia diversão curiosa quando voltou a falar. “Meu sotaque é assim tão forte?”
“Dior…” Ele buscou significado na palavra, mas acabou com nada além de uma expressão confusa. Podia citar alfaiates e marcas famosas de moda bruxa do mundo inteiro, mas quando se tratava do mundo trouxa… ah, como era leigo! “Vai haver alguma competição? Eu adoraria conhecer os trabalhos dele, é do clube de artes também?” Quis saber. Estava ali por networking, afinal de contas. “Agradeço o elogio, Aster, significa muito. Mesmo.” Foi a última pergunta dela que fez suas sobrancelhas se erguerem. Normalmente a serpente em seu pescoço executava um papel excelente em afastar as pessoas, conceder ao Dragovic certa aura de imponência. Mas aquela menina parecia qualquer coisa, menos assustada. Em fato, a expertise por ela demonstrada foi uma surpresa e tanto. “Gosssstei dela.” Zora decretou. “Eu também.” Respondeu Zarko em língua de serpente, sem tirar os olhos da bruxa enquanto fazia que sim com a cabeça na intenção de responder a sua pergunta. Foi tomado então por uma ideia. “Gostaria de modelar pra esse vestido? Se não tiver nada pra fazer agora, é claro. Faz um tempo que eu estou querendo tirar ele do papel e, bom, ou eu estou tendo aulas demais de adivinhação…” uma risadinha cheia de piada interna escapou. Há algumas semanas, desde a premonição engatilhada por coquetel de dragão na festa de chegada, Zarko tinha se fissurado na possibilidade de tentar expandir seu terceiro olho. Matriculou-se então na eletiva, de ultima hora. Não que estivesse tendo resultados realistas sem a ajuda da droga, mas divertia-se com o teor excessivamente supersticioso das aulas. “ou você ter esbarrado em mim está começando a me parecer um sinal.”
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Queria ter respondido que era igualmente um prazer conhecê-lo mas foi pega desprevenida pelo galanteio. A bruxa apenas acenou levemente com a cabeça, um sorriso divertido no canto dos lábios. De qualquer forma, não podia negar que Zarko prendera completamente sua atenção, principalmente pelo brilho azul dos olhos que contrastavam fielmente com a aura de Beauxbatons; por um momento ele nem parecia ter vindo de uma escola com um ar tão militar. “Lá deve ser com certeza mais frio né? não sei se eu aguentaria, já me acostumei com as estações aqui” nunca fora tão fã do inverno francês e nem se imaginava indo a lugares nos quais medissem graus negativos “Não, não é, eu só tenho ouvidos muito apurados” brincou com a pergunta. Certamente ele não percebia porque já estava acostumado mas aquele sotaque não passaria despercebido em Beauxbatons. 
A menção a Dior foi estúpida e ela se arrependeu completamente ao ver a confusão do rapaz. Ele com certeza deveria ser de uma família nobremente bruxa e nem sequer tinha ouvido falar em grifes de moda trouxa, seu semblante logo mudou de uma distração repentina para o cenho franzido em frustração. “Pardon... que besteira a minha...” muito embora já fosse familiarizada com as reações dos bruxos puros em saber que ela era trouxa, mesmo depois de todos os feitos de Harry Potter no mundo da magia, era também divertido ver o quanto eles não sabiam nada sobre aquele outro mundo lá fora. Se Zarko a olhasse feio depois daquela revelação, não havia nada o que fazer, a insegurança da criança Aster não mais existia. Endireitou a postura com uma inspiração profunda. “Bem... na verdade não acho que seja possível, Christian Dior est mort” uma risadinha escapou de sua garganta com o suspense daquela afirmação. “Ele foi o fundador de uma grife de luxo trouxa. Eu particularmente amo os perfumes, sempre uso o Miss Dior, mas também tem desfiles lindos da marca” moda era algo que fazia parte da sua vida desde que se entendia por gente e ela já havia presenciado e lido bastante sobre as críticas. De certa forma, sabia reconhecer quando uma obra era digna de olhares e patrocínio. “Ele também faz belos vestidos mas acho que gostei mais do seu”. 
A troca de palavras em língua de cobra chamou sua atenção e ela não pôde deixar de notar que, além de artista, aquele tal de Zarko era também Ofidioglota. Já ouviu histórias de como aquela relação com cobras era vista negativamente no mundo bruxo, mas para a garota era somente mais uma coisa a aprender e experienciar naquele mundo que ainda conhecia tão pouco. “Sabe, eu nunca conheci um ofidioglota, você precisou aprender ou é natural... como se estivesse falando comigo?” a pergunta era um tanto ingênua pois já havia lido  sobre bruxos que conversavam com cobras, mas não havia entendido até então se era tão natural quanto respirar. O convite, no entanto, foi a segunda coisa naquele esbarrão que a pegou de surpresa. Nunca se viu modelando por não ter altura suficiente, mas não podia negar que a ideia era ótima. Não tinha nenhuma aula nas próximas duas horas, então dava tempo. “Bem... estou livre nas próximas duas horas mas estou desse jeito” apontou pra si mesma com os cabelos desgrenhados e suor escorrendo pelas têmporas, nem mesmo um feitiço salvaria. “Preciso de um banho antes, se puder esperar prometo que vai ser rápido!” 
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zasteradventures1x1 · 3 years
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If you wanna run away with me, I know a galaxy And I can take you for a ride
            If you’re feeling like you need a little bit of company             You met me at the perfect time
                                We can go wherever, so let’s do it now or never                                  Baby, nothing’s ever, ever too far
@zasteradventures1x1
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zasteradventures1x1 · 3 years
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zaster1x1​:
“Você essstá com aquela cara.” A serpente sibilou ao seu ouvido. “Que cara?” Indagou o bruxo, tomado por curiosidade. “A decidida. Fazia tempo que não via essssa.” Zora constatou, pausando alguns segundos antes de completar em tom suave. “É bom.”
Poucas coisas pareciam capazes de melhorar o humor de Zarko nas ultimas semanas, tirar a expressão perdida e assustada de seu semblante. Havia parado até de frequentar o clube de artes, local para onde marchava naquele instante. Suas mãos seguravam um caixote com alfinetes, linhas, agulhas e um rolo largo de tecido. Esse que, de um bege sem graça, continha num só os mais variados tipos e estampas, a mercê do girar de sua varinha. O sketchbook recheado de croquis também se encontrava na pilha, e foi o primeiro a voar para fora junto ao esbarrão, caindo com as páginas abertas num desenho de vestido estrelado como a mais brilhante das noites. A modelo, assustada pelo solavanco repentino, arrumou os cabelos e a barra amassada do vestido antes de voltar à pose original a qual havia sido desenhada. Já Zarko, piscava algumas vezes enquanto observa a garota de francês perfeito esbravejar e, logo em seguida, agachar-se para ajudá-lo. “Estou olhando agora.” O sorriso escorregou pelo canto dos lábios, sutil e, ao mesmo tempo, travesso. Zora, que também tinha seus olhos de fenda fixos o tempo todo nela, pareceu relaxar junto ao pedido de desculpas alheio, decidindo enfim que a moça não configurava ameaça. “Accio.” Murmurou Dragovic. Os materiais de costura foram voltando para a caixa um a um, como se presos no campo de atração de um forte imã. Enquanto isso, voltou a se dirigir a ela. “Não precisa se desculpar, eu também estava distraído. Sou Zarko.“ estendeu a mão livre para um cumprimento. Pela visão periférica, percebeu o caderno a poucos centímetros dela. “Como se chama?”
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Estava fazendo aquilo de novo. Merde! Sempre que passava as férias longe demais da magia simplesmente acabava esquecendo que podia usá-la. Mesmo depois 6 longos anos em Beauxbatons, ainda tinha dificuldades para se acostumar, e o impulso involuntário de agir como trouxa se sobrepunha novamente. As sobrancelhas ergueram-se à menção daquele breve... flerte? e Aster segurou um riso divertido com um franzir de lábios. Embora a audição apurada pudesse constatar o sotaque que lhe era desconhecido, ao virar a cabeça para fitá-lo, seus olhos capturaram os traços que confirmavam seu palpite. Não podia ser ninguém além de um estudante de Durmstrang, e não eram exatamente esses que estava procurando?! A sorte pareceu virar. Antes de erguer a mão para o cumprimento, sua visão logo notou a movimentação da modelo no croqui, e não conseguiu evitar o impulso de pegar o caderno. “Parece que temos um artista aqui.” Os olhos verdes vagaram pelo desenho do vestido estrelado e, naquele momento mais do que nunca, ela teve certeza que Dior perderia completamente o brilho diante de uma obra como aquela. Ergueu o olhar para Zarko e abriu um largo sorriso, estendendo a mão para cumprimentá-lo. “Desculpa de novo, eu me distraio fácil. Sou Aster, daqui mesmo, e você...? Posso arriscar que, com esse sotaque do norte só pode ser de Durmstrang.” Esticou o caderno para devolvê-lo. “É realmente muito lindo, sério, Dior perderia fácil!” Os olhos curiosos da morena não demoraram muito para perceber a cobra que agora enroscava-se pelo braço do rapaz. Com a mão livre apontou para a serpente, os olhos semicerrados tentando identificar a espécie “É uma... hum, chicote do cáspio?” 
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zasteradventures1x1 · 3 years
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Decididamente não estava em seu melhor humor hoje. Havia combinado de treinar novas coreografias para a próxima apresentação de Nouble e seus parceiros a deixaram na mão. Além disso, tinha a nota péssima que tinha recebido em feitiços. Apesar de ser o seu sétimo ano na escola de magia francesa, Aster não podia negar que aquele mundo ainda lhe era completamente desconhecido. Saía apressada da sala de Artes, o cabelo emaranhado e o suor pingando nas têmporas, e estava tão perdida em pensamentos que não viu a figura com quem acabara de esbarrar, o barulho que veio em seguida indicando que tinha derrubado todos os pertences do desconhecido. “Oh merde! Vê se olha por onde anda...” Abaixou-se para ajudá-lo e logo pressionou os cílios em uma careta, balançando a cabeça levemente. Não podia descontar nos outros suas próprias frustrações. “Pardon... fui eu que esbarrei em você”. Ergueu o olhar, agora curioso, em sua direção. Aquele rapaz, definitivamente, não era francês. 
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