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⋆。° the 𝙘𝙤𝙪𝙧𝙖𝙜𝙚 of 𝐬𝐭𝐚𝐫
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aemmc · 6 months ago
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𝐓𝐇𝐄 𝐖𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑 𝐈𝐒 𝐂𝐎𝐌𝐈𝐍𝐆 [ … ] Chegou o inverno em Aldanrae e, com ele, um starter call com a Aemma aberto para 5 personagens .
↳ Responda com uma frase dessa ou dessa lista + um emoji de inspiração .
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aemmc · 6 months ago
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Piscou rapidamente, como se a provocação de Freyja tivesse a puxado de volta ao presente. A vergonha que coloria suas bochechas era impossível de disfarçar, e ela desviou o olhar por um instante, fingindo ajeitar uma mecha de cabelo desarrumado. O sorriso malicioso da outra khajol só aumentava o desconforto de Aemma, mas, ao mesmo tempo, havia algo na presença de Freyja que a desafiava de uma forma quase intrigante. Sabia que não deveria fazer nada a respeito, mesmo que ansiasse provocar a mesma reação na outra. "Não tem nada no seu rosto." Respondeu finalmente, com um tom que tentava soar casual, mas que falhava em esconder o embaraço. "Só estava... Distraída. Não é como se você facilitasse ignorar." A última frase escapou antes que ela pudesse se conter, e Aemma imediatamente mordeu o lábio, arrependendo-se do tom de flerte que saiu antes mesmo que pudesse controlar os próprios impulsos. Aquilo tinha a capacidade de sair facilmente do seu controle, então inspirou uma vez e depois outra.
Manteve o olhar fixo na outra quase como se desafiasse Freyja a ser a primeira a ceder. "E eu não fiz voto de silêncio." Acrescentou, tentando soar mais firme, mas a leve hesitação em sua voz entregava o contrário. "Só... Não tinha muito o que dizer na última vez. Não significa que não estava ouvindo. Dizem que eu sou uma boa ouvinte." Aemma inclinou a cabe��a levemente, tentando avaliar a expressão de Freyja sem cair novamente na armadilha de se perder naquele olhar, mesmo que tenha se sentido imersa por um segundo novamente. Havia algo que a mandava ir embora, mas a ideia de se levantar e sair parecia impossível. "Então, tem alguma confissão a realizar que você não conseguiu realizar na outra noite?" A frase parecia mais uma provocação do que uma verdadeira pergunta. Tentava manter a educação que lhe era esperada, mas ansiava por mais. A presença de Freyja não era algo que pudesse ser facilmente contido ou compreendido. E, por mais que tentasse manter o controle, Aemma sabia que estava se arriscando, se expondo mais do que gostaria. Talvez esse era o motivo de que frequentemente se via evitando a outra e sendo curta em suas respostas.
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Os dedos estavam encaixados nos próprios cabelos para apoiar a cabeça enquanto fazia a leitura tediosa e acadêmica, que se tornava cada vez mais indigna de atenção. Mesmos às vésperas do fim do ano, Freyja mantinha-se no foco para tentar recuperar o tempo perdido dos dias em que ficara com tanta indisposição que nada parecia render. Com a falta de interesse no que fazia, era fácil distrair com qualquer outra coisa, especialmente quando coisa essa a encarava com os olhos castanhos como se quisesse descobrir no que estava pensando. Sustentou o olhar em Aemma com os traços imóveis, perguntando-se o que se passava. Tinham uma relação um pouco incomum e difícil de ser desmembrada, como se houvesse muito e nada para ser dito e feito. Para sorte ou azar da outra, era desinibida o suficiente para enfrentá-la, até mesmo querendo fazê-lo. "Muitas pessoas considerariam grosseria de sobra." Falou em tom provocativo, achando graça na vergonha que tomou o rosto da outra khajol.
Fechou o livro diante de si e relaxou mais sobre a cadeira, postura que sempre tomava quando tentava causar alguma impressão em alguém, nem sempre positiva. "O que está vendo em mim? Tem algo no meu rosto?" Ergueu as sobrancelhas uma vez, o sorriso carregado de malícia presente nos lábios. Por mais que ela tentasse, parecia não querer ou conseguir desviar o olhar. Se queria sua atenção, Aemma tinha conseguido. "Argh, infelizmente, meu tempo de desculpas foi saturado por hoje. Sabe como é, Saturnália." Era sua maneira de dizer que não se importava, mas a curiosidade urgia além do desconforto que, na verdade, nem chegava a impactar a hospedeira de Odin. "Como posso ajudar hoje? Está mais adepta para conversar ou ainda vem fazendo voto de silêncio?" Puxou a última conversa que tiveram, se recordando bem de tê-la convidado para outro passeio e sem muito sucesso na resposta.
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aemmc · 6 months ago
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"Eu..." Antes mesmo que pudesse processar o que tinha acontecido, sentiu o golpe. O ambiente ao seu redor movimentou-se mais rápido da pretensão dela, demorando para colocar o braço para segurar a queda, que não foi o suficiente. A lateral do rosto foi salpicada pela neve, que molhou a região e pareceu congelar. Sendo alguém que foi criada no deserto, não estava acostumada às temperaturas congelantes, então o tremor que invadiu o corpo foi natural. Odiava o frio. Colocou as mãos no chão e levantou-se com a expressão de surpresa ainda presente. Mesmo que sentisse que cada músculo do corpo estivesse enrijecido, não recuaria do que almejava. Se a magia dela oscilasse, precisaria saber o que fazer. Há anos dependia dos aons, então a resistência era baixa, o que era visível pela forma como puxava obsessivamente a capa mais perto contra o corpo. Não queria ser vista como alguém fraca, então faria o máximo para que isso não acontecesse. Limpou as luvas de couro nas vestes, tentando não parecer tão afetada quanto se sentia. Sabia que Elora era muito mais forte e não desejava competir daquela forma com ela. No final, ela era uma changeling que tinha passado a vida inteira treinando, enquanto a khajol estudava para ser a herdeira ideal para atuar seguindo o legado do marquês. Era completamente alheia às posições ideias, mas estudou por um segundo a posição da outra e tentou imitar. "Sei que você não vai ir embora, Elora." Sabia que a outra estava ainda mais curiosa em uma nova forma de humilhar e ofender a khajol. A diferença, no entanto, é que Aemma estava conscientemente pedindo por aquilo, já que desejava ser melhor em caso se encaminhassem para uma realidade ainda mais obscura.
Aproximou-se novamente, colocando-se em frente a ela de maneira até mesmo tímida. Não gostava de se colocar em uma posição vulnerável, ainda mais de alguém que a ofendia de maneira tão descarada. "Me ensine, por favor." O pedido saiu de voz mais baixa, não acreditando que estava dizendo aquilo justamente para Elora. Não que fosse uma pessoa muito orgulhosa; muito pelo contrário, já que muitas vezes desistia de expressar as próprias vontades por afetar outros. Com a changeling, no entanto, o sentimento era diferente. O peito se apertava, já que tinham sentimentos desgostosos relacionados uma a outra, mas ainda assim o coração acelerava contra o peito quando encarava os olhos claros. "O que eu tenho que fazer, então?" Mordeu o lábio inferior, tentando refletir sobre o que estava fazendo errado. Talvez tudo. Como deveria posicionar? E os braços? Sabia que Elora poderia derrubá-la facilmente novamente, mas esse era o motivo que tinha pedido para que fosse até aquela clareira e em um lugar menos público. Talvez fosse a Saturnália, mas estava forçando ser mais gentil até mesmo com Elora.
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Havia curiosidade pairando em seu olhar conforme observava o azul mais escuro do céu sobre Sycamore Park. O lugar parecia um pouco diferente naquele dia, coberto pela neve tão incomum; gostaria de acreditar que aquele era o principal motivo para sentir-se um pouco mais inquieta. Apesar da neve que cobria Hexwood, não tirou a beleza do lugar. Batia os pés incansavelmente, olhando para os lados em busca daquela que lhe enviara um chamado. Não deveria estar ali, pelo próprio bem, mas Elora se tornara uma mulher teimosa por natureza com o passar dos anos – sádica, também. Sabia que aquele encontro poderia resultar no próprio fim, e era melhor que ela desse meia volta e retornasse aos próprios aposentos a passar mais um minuto sequer no frio intenso que caíra sobre a academia. Por mais que desejasse negar, sabia que não conseguiria; sentia-se atraída como um ímã ao ponto de saber que jamais recusaria um pedido, ainda que sustentasse o pior dos humores e desferisse as piores ofensas. Apesar de alheia aos arredores, Elora jamais deixaria de notar a presença de Aemma; por um momento, sentia como se o próprio corpo tivesse a traído ao vê-la se aproximar um pouco mais.
Era verdade que, dentre todos os lugares, aquele era o último em que gostaria de estar. Mesmo assim, era ali onde estava – junto de alguém que odiava. Vislumbrava seu rosto enquanto se atentava em suas palavras, com uma das sobrancelhas erguidas. De tudo o que imaginava para aquele cenário, não era exatamente isso que esperava de Aemma. Observou um pouco mais, atenta na postura alheia; estava relaxada demais para um possível treinamento, e os pés não estavam alinhados da maneira correta. Por um momento, sentiu vontade de rir. “Você? Quer desarmar alguém?” Não falava em um tom de julgamento, estava mais para curiosidade genuína sobre o pedido. Aproximou-se um pouco mais, ignorando completamente o olhar da outra; não possuía gentileza em sua postura, sobretudo quando se tratava daqueles que não gostava por qualquer que fosse o motivo, mas acreditava ser perigoso demais olhar para Aemma por mais tempo do que o necessário. “Você me chamou aqui apenas para me pedir por isso? Eu poderia muito bem recusar.” Não o faria, por mais que desejasse. Estando tão próxima dela, os movimentos seguintes foram rápidos demais para que ela pudesse reagir, e duvidava que de fato conseguisse se defender. Caso contrário, não iria pessoalmente pedir por aulas. Um chute baixo com a perna direita, atingindo a lateral da panturrilha. Era um golpe certeiro para fazê-la perder o equilíbrio. “Primeira coisa que você precisa saber é que jamais deve baixar a guarda. Se manter essa postura, não vai conseguir fazer nada.”
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aemmc · 6 months ago
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Aemma sorriu ao vê-lo, o vento frio do mar fazendo suas bochechas corarem enquanto ela se aproximava da mureta com passos cuidadosos. Aquele tipo de encontro, clandestino e fora dos olhos vigilantes, era o suficiente para aliviar parte do peso que carregava nos ombros. A presença de Cillian, com sua franqueza tranquila e ausência de julgamentos, tornava tudo mais suportável. "Eles costumam não desconfiar em mim, nem mesmo durante a Saturnália. Não acreditam que eu poderia fazer algo errado ou moralmente duvidoso." No final, todos estavam mais preocupados em aproveitar a liberdade concedida do que calcular os passos de Aemma. Ainda sim, não era tola em afrouxar os cuidados que tinham concordado. Sabia como o pai poderia cruel. Puxou o casaco para mais perto do corpo, protegendo-se do vento frio que soprava do mar. O silêncio confortável que pairava entre os dois era algo que tinha se acostumado. A khajol apreciava como o outro não sentia a necessidade de preencher cada espaço com palavras, como muitos na corte faziam para evitar qualquer sinal de vulnerabilidade. Gostava da quietude e familiaridade que sentia perto dele, como se cada parte de si reconhecesse a gentileza que muitas vezes não era expressada.
Void fez uma curva no céu, o som de suas asas cortando o ar chamando a atenção de Aemma por um instante. "Parece que ele está determinado a provar que pode pegar algo hoje." Comentou com um riso baixo. Apertou os lábios, pensando que provavelmente Sigrid não apoiaria estar se entretendo tanto com a presença de um changeling e um dragão. No ar, ele parecia invencível e não deixava de apreciá-lo com um sorriso presente nas feições. "Talvez ele saiba de algo que não sabemos." A brincadeira saiu leve dela e desviou para olhar para o amigo. Deixou o olhar pousar em Cillian por um momento, a expressão suavizando ainda mais. Havia algo reconfortante nele, uma presença sólida em meio ao caos que a cercava diariamente. Sentiu-se grata por tê-lo ali, naquele pequeno momento de fuga. Inspirando profundamente o ar salgado do mar, ela se virou para ele com um brilho divertido nos olhos, o vento bagunçando os cabelos soltos. "Você sabe que a Saturnália não seria completa sem presentes, certo?" A voz dela tinha um tom leve, mas havia uma intenção genuína por trás. Ela deslizou uma das mãos para dentro do casaco, retirando um pequeno embrulho, cuidadosamente envolto em tecido escuro e amarrado com uma fita simples. "Eu sei que não é muito, mas achei que poderia gostar." Estendeu o presente para ele, os olhos brilhando com uma mistura de expectativa e timidez.
ONDE: Porto da Alcova
COM: @aemmc
A solução imposta para Cillian e Aemma havia sido a correspondência através de cartas que evitariam que arranjassem problemas. Não estava preocupado consigo, mas quase se irritava quando pensava nas possibilidades contra Aemma. A confiança dela, entretanto, o fez agir com menos fragilidade para que pudessem se manter por perto. Estava mesmo precisando vê-la e conversar com alguém que não demandava fingimento ou etiqueta demais que a nobreza exigia por si só. Quando pensaram no Porto da Alcova por ser pouco frequentado, se viu mais animado com os baixos riscos. Ali, nenhuma matraca passaria correndo por eles para contar tudo a outra pessoa — especialmente o marquês.
Void voava ao longe, observado pelo changeling sentado na mureta que dava de frente para o mar. O espaço era largo o suficiente para poderem relaxar um pouco e Cillian havia levado um pouco de petiscos e, claro, o presente de Yule, ou Saturnália se Aemma preferisse. Quando a morena apareceu, a convidou com um aceno. "Está perdendo a pior caçada de peixes do ano. Nunca pensei que Void fosse estúpido o suficiente para tentar em pleno dia e em alto mar." O flamion era péssimo com o dia e devia estar mesmo com muita fome para agir daquela maneira. Se preocuparia em encomendar carne fresca à noite, ponderando se o frio repentino era a causa. "Conseguiu sair em segurança? Nem me olharam quando passei para os túneis."
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aemmc · 6 months ago
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↳ com @fromodins .
Os olhos dela foram a primeira coisa que notou quando desviou a atenção do livro que estava lendo. Foi como se sentisse a presença dela em cada parte de si, havendo um magnetismo pela forma como se movia. Fazia com que se lembrasse da mulher que conhecera durante a festa do Imperador, que a desafiava quando ninguém jamais tinha ousado fazer. Não que fosse uma pessoa autoritária, mas até mesmo alguém como Aemma escondia-se atrás da posição social que tinha, mesmo que fingisse que não ligasse para aquilo. Os olhos de Freyja pareciam um reflexo das estrelas mais distantes, e, no momento em que cruzaram aos dela, tornou-se agitada automaticamente. O magnetismo dela a puxava de uma maneira que não era natural, mas não era de todo desagradável. Era difícil ignorá-la ou talvez fosse impossível. Mesmo quando o olhar de Aemma tentava se voltar novamente para as páginas do livro, as palavras desapareciam diante da força que emanava de Freyja. Ela não era uma presença estridente, mas ainda sim fazia com que ansiasse escutar a voz alheia.
Quando foi pega olhando (na verdade, encarando), as bochechas encheram-se com um tom rubro que explicitava a falta de capacidade da khajol de disfarçar as próprias intenções. Abriu os lábios, como se fosse dizer algo, mas não sabia exatamente o que deveria ser dito em uma situação daquelas. Poderia se desculpar, mas não seria sincero, principalmente quando sentia-se traída pelos próprios olhos, que continuavam analisando as feições alheias, estudando de forma silenciosa cada traço delicado presente na outra. "Você..." Aemma começou, sua voz vacilante, tentando encontrar um caminho nas palavras, mas elas pareciam escorregar de sua língua. Sentia-se exposta, como se seus próprios pensamentos estivessem sendo lidos por Freyja a cada segundo. O rubor em suas bochechas queimava como uma chama. "Eu... não deveria estar fazendo isso." Aemma disse finalmente, suas palavras mais claras agora. "Olhar para você assim." Um pequeno sorriso abriu nos lábios. Ainda sim, os olhos não conseguiram escapar dos dela. Havia aquela familiaridade que não sabia de onde vinha, instigando para que desejasse mais. "Me desculpe."
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aemmc · 7 months ago
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↳ com @ofdeorain .
Ser vista com uma changeling depois do que tinha acontecido com Cillian não era uma possibilidade para Aemma, ainda mais se fosse vista lutando fisicamente, algo que jamais seria aceito pela sociedade. Quando colocou a capa grossa sobre os ombros, usou da desculpa que apenas pegaria algumas ervas invernais para estudá-las e não havia necessidade dos seguranças a acompanharem. Seu pequeno raio de luz matinal, no entanto, a acompanhava e iluminava todo o caminho pelas árvores, conforme caminhava de maneira nervosa. Cada passo era calculado e os pés afundavam na neve, sendo marcada pela bota que utilizava. Mesmo que tentasse esconder seus rastros, não era exatamente cuidadosa com aquilo. Não demorou muito para que encontrasse a dona dos cabelos loiros a aguardando e, mesmo que sentisse o vento gelado ir de encontro com o rosto, sentiu o corpo esquentar quase automaticamente. Um olhar em sua direção era o suficiente para que ficasse permitindo que os pensamentos seguissem para onde não deviam.
Aproximou-se silenciosamente, a luz do seon sendo visível contra os cabelos escuros de Aemma. “Sei que é o último lugar que gostaria de estar é aqui.” Eram sinceras as palavras. Não era nenhuma novidade que ambas não nutriam sentimentos tão positivos uma pela outra, mesma que já tivesse notado que a animosidade poderia levá-las a lugares perigosos. O que queria, no entanto, era parar de depender dos outros para a protegerem, principalmente quando o rumo do reino estava tomando caminhos misteriosos. A neve já era um grande símbolo daquilo. Apertou a capa mais contra o corpo, sentindo um arrepio percorrer a espinha. Ansiava poder proteger a si mesma, então precisava de alguém que estivesse disposta a não pegar leve. Sabia o quanto muitos nutriam um carinho quase protetor com ela, então não permitiria que isso ficasse no caminho. Precisava aprender de uma maneira mais bruta, sem gentilezas, o que fazia com que Elora fosse perfeita para o papel. “Acredito que esteja curiosa o porquê pedi isso para você dentre todos.” A voz era indiferente conforme os olhos mantinham-se focados no rosto belo da outra. “Mas antes quero que me ensine como posso desarmar alguém.”
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aemmc · 7 months ago
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Abaixou os olhos por um momento, deixando as palavras de Vincent ecoarem em sua mente. Vingança? Armadilhas? A ideia parecia tão... antitética ao que ela queria acreditar, mas ao mesmo tempo, algo dentro de si ardia com uma raiva que não costumava permitir que emergisse. Havia algo profundamente errado em tudo aquilo, e o fato de ainda não ter respostas concretas apenas intensificava o incômodo. Por que, afinal, alguém estaria tentando prejudicá-la? Não é como se fosse ter uma grande utilização para aquelas flores que eram nada além de decorativas. Se fosse as ervas que utilizava para meios de pesquisa até entenderia, mas buquês tinham um significado mais figurativo. "É absurdo." Pensou alto, apertando os lábios conforme ainda tentava compreender a mente de quem quer que estivesse por trás. As possibilidades que Vincent levantava, no entanto, faziam com que ficasse ainda mais distante de revelar o que estava acontecendo verdadeiramente. Esperava que ele pudesse ajudá-la a, pelo menos, chegar perto do perfil de quem quer que estivesse fazendo aquilo. Sentia-se que estava em uma constante provação, na qual os próprios limites eram testados. Talvez a outra pessoa estivesse se limitando somente a vê-la irritada e frustrada, o que era mais cruel do que roubá-la por necessidade. A menção de inimigos cutucou algo mais profundo. "Inimigos? Não que eu saiba." Refletiu, erguendo o queixo em um gesto defensivo. Era doloroso reconhecer que, por mais que tentasse evitar, sua posição e seu nome vinham inevitavelmente com um peso que a tornava um alvo. E se fosse verdade? Se alguém realmente estivesse tentando machucá-la por algo que ela nem sequer entendia? Essa possibilidade a fazia sentir algo mais do que raiva: um gosto amargo de impotência que ameaçava minar sua calma. Mesmo que tivesse uma ou outra pessoa de quem não gostava particularmente, duvidava muito que fariam aquilo. Parecia cada vez mais distante da realidade.
Ela respirou fundo, tentando dissipar o aperto no peito. Não queria ceder a esses pensamentos. Não queria se deixar consumir pela sensação de injustiça ou pelo desejo de retaliar. No entanto, a sombra daquela impotência persistia, e a ideia de uma armadilha, de ter controle sobre a situação, parecia tentadoramente prática. "Talvez descobrir quem é não seja tão errado assim." Confessou para o outro de forma hesitante, mesmo que ainda estivesse pensando em como faria aquilo de uma maneira que não ferisse quem realmente era. "Mas tem que ser do meu jeito. Sem vingança, sem violência." Ela se esforçou para reforçar isso em sua mente, quase como se precisasse se convencer. Ergueu os olhos novamente para Vincent, a expressão dura, mas determinada. Não havia espaço para hesitação agora; ela precisava encontrar uma forma de recuperar o controle. "Quero mais descobrir um porquê, sabe? Nenhuma probabilidade faz sentido na minha cabeça."
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   ❛ Por que alguém não iria querer chamar sua atenção? ❜  devolveu a pergunta com seriedade, fazendo a possibilidade soar como algo óbvio; como se o absurdo fosse ela não ter sequer cogitado que podia ser o alvo de alguém.  ❛ Posso imaginar muitas razões para alguém querer isso. ❜  A maneira como Aemma lutava para dar sentido aos furtos o divertia. Observou-a considerar as possibilidades, sendo todas tão distantes do verdadeiro responsável que por pouco Vincent não esboçou um sorriso de canto, sendo rápido em ocultar o brilho cínico que ameaçava escapar.  ❛ Deve ser alguém bem desocupado, isso sim. ❜  criticou com gosto, como se nem se referisse a ele mesmo.
   No entanto, algo havia ficado claro: o coração de Aemma estava tão intocado pela maldade que ela sequer podia reconhecê-la nas intenções dos outros. Ela pensava no furto apenas como o que via: como um simples furto. Um capricho de alguém com um comportamento que fugia um pouco das normas sociais, no máximo. A diferença entre os dois era gritante, e percebê-la o incomodou mais do que gostaria de admitir. Pior ainda: o ofendeu. Vincent já teria atribuído um milhão de razões e paranoias para explicar e se preparar para reagir da melhor forma, sempre preparado para se adaptar e sobreviver a arena de leões que era viver em sociedade na realeza, onde é preciso sempre manter um olhar afiado para pegar as intenções ocultas dos outros pelas minúcias.  ❛ Você tem algum inimigo, Aemma? ❜  Ele se inclinou levemente na direção dela, abaixando a voz como se confidenciasse uma hipótese perigosa de ser dita em voz alta. A dúvida soava quase real; ele sabia dissimular como ninguém.  ❛ Porque quem deve estar fazendo isso com certeza está querendo te afetar. Algum changeling te olhou torto ou algo assim? Às vezes eles implicam com as pessoas por inveja e quando menos se espera… ❜  Completou deslizando o dedo pela própria garganta, simulando cortá-la, não se esquecendo de acrescentar um barulho dramático de efeito sonoro na morte. Apesar do absurdo, mantinha-se sério, como se a possibilidade realmente fosse uma preocupação palpável.
   Não deveria se envolver tanto na resolução do problema, mas algo o desarmou na forma como Aemma parecia enxergá-lo como um príncipe de conto de fadas; como alguém tão puro quanto ela, e não como o vilão do enredo bobo. Merda... ❛ Claro. Posso te ajudar com isso. ❜  respondeu sem nem hesitar, quase tocado pela confiança que ela depositava nele. Quase. Também tinha a consciência que se ele não aceitasse, outra pessoa ocuparia o papel de bom moço.  ❛ Talvez conversar não adiante muito. Quer dizer… É uma pessoa que prefere roubar a pedir. Não me parece alguém muito aberto ao diálogo. ❜  Vincent segurou a ponta do queixo, ponderando profundamente sobre a questão. Seus olhos a encararam de soslaio, a expressão tornando-se mais séria no rosto.  ❛ Você já considerou a vingança? Uma armadilha? ❜
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aemmc · 7 months ago
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"O próprio imperador está mudando de ideia. Não por bondade, obviamente." Não que fosse falar mal do imperador, já que tinha aprendido que as paredes tinham ouvidos. Onde quer que fosse, as palavras dela jamais seriam seguras o suficiente para que expressasse as próprias ideias de forma tão livre, principalmente se isso envolvesse não ser a khajol que todos esperavam. Muitos confundiam a resiliência de Aemma com pacificidade e ingenuidade, mas sabia quais batalhas poderiam ganhar e quais estava fadada ao fracasso. "Não que eu esteja falando que o marquês vá mudar de ideia em algum momento. Se ele perceber que é minoria, no entanto, escolherá fingir uma imagem do que manter o orgulho." O genitor era muita coisa, mas jamais se agarraria tão forte nos valores se isso ameaçasse a posição que tinha. Por anos, tudo que ele falava era como toda lealdade tinha um preço, inclusive a dele. "Mas não ficarei apegada em uma ideia utópica de que algo um dia vai mudar. No final, cada um tem que ficar em um lado." As palavras saíram amargas da boca de Aemma, que sabia exatamente o motivo que o imperador estava sendo tão calmo em relação aos changelings ultimamente: precisava garantir a satisfação deles para que a força militar continuasse forte e brutal como sempre foram. Pessoas insatisfeitas costumavam ser uma ameaça e ela sabia muito bem disso. O pai tinha garantido que a filha aprendesse o poder que máscaras e manipulações tinham, mesmo que a Villacourt tivesse garantido para si mesma que jamais recorreria a estratégias tão baixas para garantir a adoração do povo.
Aemma passou os dedos pelo colar que trazia no pescoço, um gesto inconsciente que a ajudava a manter os pensamentos organizados. O pingente era pequeno, discreto, mas carregava mais significado do que qualquer joia que sua família pudesse lhe dar. Era um presente da irmã, um lembrete silencioso de que nem tudo na vida era moldado por interesses políticos ou pela necessidade de agradar os outros. Apertou-o entre os dedos, buscando conforto na textura fria do metal enquanto tentava organizar as ideias que fervilhavam em sua mente. Não era apenas a situação com os changelings ou as manipulações do imperador que a preocupavam — era o que tudo aquilo poderia significar para ela, para Cillian e para os poucos em quem confiava. Olhou para o amigo com um sorriso triste, tentando transmitir algum consolo, ainda que fosse frágil. "Eu não sou corajosa, Cillian. Eu sou só uma khajol." Sabia que poderia ser arrogante colocar aquilo daquela forma, mas não passava da verdade. Sendo quem era, tinha alguns benefícios na vida, incluindo enfrentar quem quer que fosse. Tinha sido moldada para reconhecer as vantagens que tinha, mas, se fosse ser sincera, continuava sentindo-se incapaz naquela situação. Mesmo que tivesse poder, ao mesmo tempo não tinha nada. Faria o seu melhor, no entanto, para garantir que Cillian permanecesse seguro. Ele poderia ser treinado, mas Aemma tinha algo que ele não possuía: influência. Sabia que, em um mundo como aquele, as palavras que saíam da sua boca possuíam poder de abrir e conseguir o que almejava, mesmo que fizesse isso raramente. Se aquilo fosse fazer com que os amigos ficassem seguros, no entanto, não hesitaria uma vez sequer. "Eu deveria ir. Ficarmos juntos por muito tempo só vai levantar suspeitas, e a última coisa que precisamos agora é de mais olhos sobre nós." Sua voz estava baixa, mas carregava um toque de urgência. "Se meu pai descobrir algo... Ele já foi até você uma vez. Não quero imaginar o que faria se acreditasse que eu também estou me envolvendo mais do que deveria." A mão dela foi de forma ousada na lateral do rosto dele, oferecendo um pequeno sorriso e esperando que fosse o suficiente para que não sumisse novamente. Gostava mais de Cillian do que da maioria dos khajols e sequer tiveram tanto contato. Se pudesse, tiraria todo o sofrimento do changeling, mas sabia que aquilo também fazia ser quem ele era. Tinham mais em comum do que um dia confessaria em voz alta. Quando olhava diretamente para o rosto alheio, absorvendo cada traço belo dele, ficava mais corajosa. O amigo era alguém por qual valia a pena o risco. "Prometa que terá cuidado, Cillian. Eu prometo o mesmo." E então, sem esperar resposta, ela virou-se e saiu, a postura ereta, mas os pensamentos tumultuados enquanto se afastava, consciente de que a ameaça do marquês ainda pairava sobre os dois como uma sombra implacável.
FINALIZADO.
Apesar do riso fora de hora, conseguia perceber o misto de surpresa e indignação de Aemma, algo que ela sequer vinha tentando esconder. Manteve o olhar tensionado sobre ela, incomodado com a conversa como um todo por não saber esconder a verdade ainda que devesse. Parecia que ela, finalmente, entendia a gravidade do que havia mesmo acontecido e que sua família não era pouca coisa para se safar tão facilmente. Entendeu nas entrelinhas que nunca fora a primeira e sim a irmã, de quem ela tanto sentia falta. A falha na voz fez com que o peito de Cillian apertasse um pouco, sentindo empatia o suficiente para querer resolver o problema que não tinha solução. Algo que compartilhavam era o luto incerto e revoltante, talvez a razão de terem se identificado logo de primeira. Ambos estavam em momentos em que remoer perdas não valiam mais à pena, embora jamais fossem ser esquecidas. "É exatamente isso o que ele teme. A reputação em jogo com o envolvimento de changelings. Não acho que tenha sido particular comigo, Aemma. Poderia ter sido qualquer um, mas sou eu." O raciocínio veio rapidamente quando a morena explicou o peso que carregava por associação. Infelizmente, Cillian estava no lugar certo, só no momento errado.
Tombou levemente a cabeça, vendo perfeitamente que pensavam da mesma maneira com soluções diferentes. Sentiu vontade de suspirar e desistir da discussão por um instante, mas Aemma valia à pena. Não queria terminar com a amizade que o fazia se sentir tão completo e alegre, a sutileza da relação sendo uma das melhores coisas que lhe aconteceu em anos. "Você concorda, então, que tenho razão para temer e querer obedecer, ainda que pareça tão injusto?" Sua preocupação era mais em aplicar o fato de que ele não havia feito o que vinha fazendo nos últimos dias por pura maldade e desgosto. Queria poder se desculpar pela atitude, mas tinha responsabilidade o suficiente para não querer ser hipócrita. O marquês não era pouca coisa e tinha contatos além do que podia fazer sozinho. Aquela era a verdadeira definição de faca de dois gumes, onde qualquer pontada doeria o equivalente e, no momento, as lâminas pareciam estar atigindo apenas os dois e ninguém mais. Fora a relação changeling, Cillian sabia que sua família era tão mal vista quanto ele, o que piorava sua reputação. Tentava não se incomodar tanto por não ter vontade de mudar a mentalidade tão fraca das pessoas ao redor, porém, não queria ousar com aquele argumento, temendo afetar qualquer apreço que a Villacourt ainda tivesse por si. Gostava de Aemma e gostava de que ela se importasse e fizesse tanta questão, sendo poucos os que realmente valorizaram aquele tipo de afeto consigo. Se via cada vez mais isolado, a impressão mais forte por estar tão sufocado pelas pessoas ao redor e ainda não conseguindo contar com um quarto. Retribuiu o gesto contra a mão dela, a apertando para garantir que compartilhava do mesmo sentimento, e também na tentativa inútil de tentar acalmá-la de alguma forma. "Queria ter metade da sua coragem." No assunto emocional, Aemma era muito mais brava do que ele jamais conseguiria. Se reprimia com todos os sentimentos verdadeiros, preferindo engavetá-los no próprio peito a lutar. Aquele hábito não era comum desde que agiu tanto pela emoção que perdeu a única pessoa que realmente importava. Colocando daquela forma, não era justo com outras pessoas que tentavam e lhe mostravam o quão dignas eram. "Em todos os cenários que imagino, você acaba mal. É um risco que não quero correr." Era uma desistência declarada de insistir e suspirou alto, se dando por vencido; maior que a ameaça de um velho nobre, apenas uma compatilibidade tão sincera e querida como aquela. "É uma pena que você me conheça bem o suficiente para saber que não poderia te negar algo. Seria mais fácil se não fosse assim, conseguiria ser maldoso sem pensar muito." Franziu os lábios em uma careta, desviando o olhar para as mãos unidas. "Você tem que me prometer que vai contar se algo acontecer na primeira oportunidade ou nada feito."
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aemmc · 7 months ago
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Analisava a expressão dela, talvez na esperança de colocar um pouco do que acreditava ali. Jamais desistiria das tentativas de fazer Sigrid enxergar o mundo um pouco mais como Aemma, não por egoísmo ou necessidade de compreensão, mas sim para fazer com que a amiga não se limitasse tanto aos próprios preconceitos. "Nunca parei de utilizá-los, porque mesmo que eu confie em alguns..." Os pensamentos foram aos amigos, já que tinha certeza que poderia confiar neles. Não havia um motivo sequer para ter qualquer desconfiança, já que haviam provado serem confiáveis em todas as oportunidades que tiveram. Com os recentes acontecimentos, principalmente com no entanto, Aemma tinha decidido manter os próprios anseios reservados a lugares sem tantos olhares que pudessem acompanhar cada movimento seu. "Sei que existem outros que não são tão bons assim." Definiu, tentando não pensar naqueles que tinham direcionado ameaças apenas pelo sobrenome que carregava. Mesmo que compreendesse a raiva, não poderia ser descuidada. "Meu pai está querendo reforçar minha segurança também, com tudo que está acontecendo ultimamente. Na última carta dele, me avisou que estava enviando mais um segurança para mim." Não era tola o suficiente, no entanto, para presumir que se tratava de alguma medida de preocupação por parte do marquês. Sabia que era uma tentativa dele proteger a linhagem, principalmente a próxima na linha de sucessão do seu cargo e bens. Quanto as exigências dele, não havia muito o que fazer além de aceitá-las da forma mais cordial o possível, mesmo que soubesse que era autoritário o suficiente para que não houvesse nenhum espaço de discussão. Sugestões não eram realizadas pelo marquês; a única opção que sempre restava era apenas a aceitação por parte de Aemma. Apertou suavemente a mão dela de volta, um sorriso aparecendo nos lábios dela. A última coisa que desejava era preocupar Sigrid.
"Mas não vamos continuar falando sobre isso." A voz saiu decidida, já que a última coisa que ansiava continuar falando era como discordavam sobre o que deveriam fazer a respeito da relação changeling e khajol. Com o Yule chegando, havia mais coisas que desejava se preocupar, ainda mais com a chegada súbita da neve que cobria Hexwood. Não costumava odiar muitas coisas, mas a neve era uma delas. Era inegavelmente mais primaveril, principalmente porque várias de suas plantas não resistiam às baixas temperaturas, o que fez com que fosse necessário realizar aons para mantê-las em um ambiente de temperatura controlada para que não morressem de maneira súbita. Tinha passado muito tempo em sua pesquisa e a última coisa que precisava era que tudo fosse destruído por conta de temperaturas baixas que fragilizavam o processo de maturação dos seus experimentos. "Trouxe um presente para você. Não é nada grande, mas espero que goste." Soltou a mão da amiga para que pegasse dentro da bolsa um pequeno saco vermelho. Estendeu para ela com um sorriso nos lábios, esperando que gostasse. Era um enfeite de cabelo dourado que costumava pertencer à mãe diretamente de Serenita, cidade natal da genitora. Não teve tempo de conhecê-la, mas os que a conheciam sempre mencionavam como parecia com sua mãe. "É um adereço de cabelo de Serenita. Lembrei de você quando o vi. Feliz Yule, Sigrid."
A ideia de que poderia não ser khajols ou changelings os responsáveis pelos desaparecimentos provocava uma onda de pavor em Sigrid. Se não o culpado não estava em nenhum destes grupos, restava apenas uma terceira e nada agradável opção: o império inimiho, aquele que buscava conquistar e destroçar todos os reinos ao redor. Aldanrae permanecia soberano e impenetrável, mas a possibilidade de que isso pudesse mudar fazia com que uma onda de pânico quase sufocasse Sigrid. Diante do fato, preferia pensar que o responsável era um changeling ou até mesmo um khajol, porque assim seria mais fácil de lidar. Não queria falar ou questionar sobre o desaparecimento da irmã de Aemma, sabendo se tratar de um tópico sensível. Considerou que já tinha sido dura com ela, um tanto sem querer e não queria mais revirar coisas que poderiam ser dolorosas. Guardaria muitas de suas dúvidas e comentários para si mesma. "Eu sinto muito." Tudo o que saiu dos lábios fechados em rigidez, pouco desejando debater também a possibilidade de ser Uthdon. Era assustador demais e com tantas coisas acontecendo ao seu redor e até consigo mesma, não queria perder-se em pesadelos.
O quarto pareceu diminuir quando Aemma citou seus amigos changelings, Sigrid fechando os olhos por um breve instante e colocando a mão na ponte do nariz, como se o gesto pudesse salvá-la de um ataque ou de levá-la ao passado. A amiga não sabia de suas conexões anteriores... ninguém sabia, suas amizades sendo seu segredo mais bem guardado. Aquilo parecia pertencer quase a outra vida, quando era mais jovem e inocente, sem tantos ideias ou a força que a levou a se tornar uma khajol perfeita. Então abriu os olhos, apenas para não direcioná-los para Aemma, pois temia que a amiga enxergasse alguma verdade ali. E suspirou. "Eu sei que você é idealista. Não digo para ter medo deles." Principalmente Cillian e Aeolian; sabia que eles eram letais, mas não acreditava que seriam capazes de fazer mal à algum khajol. "Dê com cuidado os seus saltos de fé. Não entregue sua confiança tão facilmente para qualquer um. Changelings e khajol sempre sustentaram uma rivalidade e não são algumas semanas de convívio forçado que vão mudar isso." Estava frustrada com a situação, ainda mais com as semanas a força, mas não tinha muito o que fazer quanto a isso. Poderia apenas alertar e proteger Aemma, porque acreditava na inteligência dela, mas achava que a ingenuidade poderia ser um terrível problema, uma falha que poderia levá-la a cometer erros. E a tinha como uma irmã mais nova, portanto cheia de instintos de proteção. "Claro, pode ser o suficiente. Faça sempre aons de proteção em si mesma." Apontou para o próprio braço, estava coberto pelo tecido do vestido, mas pela manhã tinha desenhado alguns símbolos. "Amuletos também, use se preciso. Não apenas para se proteger dos changelings, mas de qualquer um que possa desejar o mal." Não era boa com amuletos, mas poderia tentar confeccionar junto com Aemma se fosse preciso.
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aemmc · 7 months ago
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"Para ser sincera, não reconheci uma pessoa sequer. Todos pareciam diferentes demais. Talvez esse seja o motivo de eu ter aproveitado um pouco mais do que deveria." Não desejava revelar mais, no entanto, mesmo que a mente tenha viajado para os acontecimentos da noite. Tinha ficado intrigada na mesma medida que surpresa e, ao mesmo tempo que a curiosidade continuasse fazendo com que ansiasse saber quem eram as pessoas por trás das máscaras, também temia ser reconhecida. "E você? Se divertiu?" O questionamento veio de forma leve, um pequeno sorriso aparecendo nos lábios de Aemma. Não lembrava-se de ver os cabelos característicos ruivos da amiga, então sequer sabia se tinha ido ao baile promovido pelo imperador. "Um sonho?" Os olhos arregalaram-se com surpresa. Sendo uma khajol, sonhos proféticos não eram algo exatamente raros entre eles, mas ainda sim carregavam muito significado e costumavam vir apenas em momentos decisivos. "Como foi?" Não era exatamente a melhor em interpretar sonhos, mas lembrava-se de uma coisa ou outra.
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❝Espero que tenha se divertido no baile, eu sinto que não encontrei você nele.❞ Comentou em tom bem humorado ao se aproximar da amiga, tentando ao menos começar a conversa em um clima mais leve e que um desejo verdadeiro. Sempre achou que a Villacourt precisava se divertir mais, aproveitar enquanto ainda não precisava exercer todas as responsabilidades que viriam no futuro. Contudo, era fácil de perceber que Deirdre estava inquieta e não exatamente no humor expansivo de sempre, sentia que precisava conversar um pouco e de tranquilidade, algo que a outra khajol certamente poderia ofertar. ❝Sei que já deve estar cansada de tanto falar sobre o desaparecimento da pira... Mas eu tive um sonho e acho que preciso de você pra me dizer que não estou ficando louca.❞
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aemmc · 7 months ago
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O suspiro escapou dos lábios dela, os braços cruzados de forma defensiva enquanto observava Aleera ocupar o espaço à sua frente com a leveza de quem parecia alheia às responsabilidades que carregavam. O ambiente ao redor estava silencioso, exceto pelo som distante do vento movendo as folhas. A khajol hesitou por um instante antes de soltar um riso baixo, quase descrente. "Relaxe, é o que você sempre diz." A voz de Aemma soou levemente carregada de sarcasmo, mas sem malícia real, apenas uma tentativa de esconder o nervosismo que sentia em situações como aquela. "E, na maioria das vezes, isso termina com você encontrando exatamente a confusão que jurou evitar." Ainda assim, havia algo na forma despreocupada de Aleera que fazia com que fosse difícil manter a postura rígida. Ela tinha essa habilidade — de tornar qualquer ambiente, por mais tenso ou incerto, parecer um pouco mais leve, como se bastasse um sorriso dela para afastar as sombras que pairavam na mente de Aemma. "Observar, huh?" Continuou, finalmente descruzando os braços, mas ainda mantendo uma distância cautelosa. Aemma inclinou a cabeça, o olhar desconfiado, mas também curioso. Por mais que tentasse resistir, Aleera sempre conseguia atraí-la para aquele mundo fora do controle e das expectativas que compartilhavam. Era quase como se Aemma quisesse descobrir o que era tão libertador naquela fuga temporária — e talvez até desejar um pouco disso para si mesma.
flashback
Quando as amarras da nobreza ameaçavam a sufocá-la - quando a perfeição começava a parecer inatingível, quando sua mãe parecia não se satisfazer com o que quer que fizesse, quando sua mente não estava no lugar certo para dedicar-se aos estudos mágicos de Hexwood -, Aleera dedicava-se à sua liberdade. Uma (ou algumas) noite fora dos muros da Academia era mais que o suficiente para clarear sua mente e encher-se de energia renovada para, novamente, tornar a se dedicar a ser a nobre princesa e khajol que era. "Relaxe, Aemma." Repetiu, talvez pela milésima vez naquela noite, um novo sorriso em seus lábios enquanto ocupava o lugar logo a frente dela. "Só quero observar um pouco. Eu prometo não nos colocar em confusão."
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aemmc · 7 months ago
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Manteve o olhar fixo em Elora, os olhos brilhando com algo que pairava entre desafio e diversão. Com ela, ceder nunca era uma opção, mesmo quando sentia o próprio peito contrair-se de frustração. Mesmo que preferisse se manter em silêncio em diversas situações de confronto, a outra parecia desafiá-la para que agisse impulsivamente. "Se nossos desejos estão tão alinhados assim, talvez você devesse considerar o que seria mais conveniente para ambas." Sua voz saiu com suavidade perigosa, como um veneno envolto em mel. O sorriso que acompanhava suas palavras era pequeno, mas afiado. Não era acostumada a ser cruel, mas havia algo sobre a outra que parecia instigá-la para que tirasse aquela parcela da personalidade que sequer existia normalmente. Desafiar Elora era como brincar com fogo, uma experiência que poderia ser tanto intoxicante quanto destrutiva. Havia algo fascinante na forma como Elora reagia. Gostaria de continuar na própria tentativa de ofendê-la de alguma forma, apenas para garantir que estava conseguindo o que almejava. Não era uma khajol naturalmente mimada, mas não podia negar que gostava um pouco da atenção que a changeling demonstrava.
"Um escândalo com seu dragão?" Aemma deixou escapar um riso curto, arqueando uma sobrancelha enquanto cruzava os braços. Ainda sim, o coração bateu de forma mais acelerada, pensando que a outra não faria aquilo, certo? A dúvida permanecia em sua mente, mas talvez era isso que fazia com que a conversa continuasse. "Bem típico, realmente. Se não pode vencer uma conversa, você recorre à força bruta. Muito inspirador, devo dizer." Suas palavras eram mordazes, mas seu tom continha algo deliberadamente leve, como se estivesse se divertindo ao transformar a tensão em um duelo verbal. A verdade era que Aemma sentia o calor daquela troca de palavras. Havia algo em Elora — algo na maneira como cada frase parecia carregada de intenção, como se cada gesto fosse uma pequena ameaça ou uma promessa velada — que mexia com ela. Aproximou-se lentamente, os olhos brilhando de irritação e provocação, desejando levá-la ao limite. Onde será que a changeling finalmente cederia? Como uma boa pesquisadora, Aemma desejava descobrir isso através de testes. A diferença de altura fez com que olhasse para que encarasse o rosto dela, pensando quais formas de irritá-la poderia fazer com que finalmente se enfurecesse. Elora era ferozmente bonita, de uma maneira que jamais seria; a invejava por aquilo na mesma intensidade que a desejava pelo mesmo motivo. "Oh, eu tenho certeza que os outros changelings não são assim. Tenho alguns amigos changelings, sabe? Não sou preconceituosa, se é isso que está pensando." Os olhos castanhos reviraram nas orbes. Sabia que muitos dos khajols os consideravam inferiores, mas, se fosse o caso de Aemma, sequer estaria perdendo tempo discutindo com Elora. Para aqueles que considerava inferiores (que constituíam um grupo muito seleto e duvidoso), tratava com a máxima indiferença e frieza. Se estava conversando e provocando Elora, era porque enxergava nela uma igual. "Mas você? Você é imprevisível, Elora."
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Sua companhia não é algo que eu gostaria de ter. As palavras não foram recebidas da melhor maneira por Elora, que endireitou a própria postura enquanto a encarava sob a luz fraca da lua. Se fosse dito por qualquer outro khajol, ela não se importaria o suficiente; apenas diria o mesmo, ou algo pior, seguido das piores ofensas. Um ataque mais direto, talvez. Mas o ódio ainda permanecia ali, como em qualquer outra situação em que estivessem. Desprezava Aemma e suas origens, mais do que poderia expressar em palavras, e esse era um sentimento que jamais abriria mão. Mesmo que, por vezes, sua mente a traísse e seguisse por caminhos perigosos demais para manter a própria sanidade. A demora na resposta veio seguida apenas de um riso, sem humor, como se pudesse duvidar de suas palavras. Ou talvez só ignorasse completamente o incômodo que surgira na presença alheia e sem uma devida explicação para o próprio bem. “Isso é maravilhoso.” Havia um tom de sarcasmo em sua voz, que não conseguiria conter. A postura despreocupada era a melhor que poderia assumir naquele momento, e não podia agir diferente. Sempre odiaria tudo o que dizia respeito à Aemma. “Me deixa verdadeiramente contente que nossos desejos estejam tão alinhados.” Ela jamais desejaria a presença da khajol por tempo demais, isso era algo que tinha certeza. Ao menos, era o que acreditava. Era preferível não dizer que a presença de Aemma não a incomodava tanto assim, ou que se pegava pensando nela de uma maneira que não deveria.
“Não sabia que precisava te dar satisfações sobre todos os meus passos.” Ela não precisava saber dos motivos de estar ali, desejando ficar sozinha por um momento e dentro dos próprios pensamentos. Era preferível que apenas virasse as costas e procurasse outro lugar, como havia instruído o próprio cérebro antes de caminhar sozinha. Então, por qual motivo ela simplesmente não conseguia ir embora e continuava estendendo aquela conversa, que apenas resultaria em mais insultos? Uma forma de reafirmar que a odiava, assim como todos os outros integrantes da nobreza, talvez. Era melhor que sua mente acreditasse nessa realidade e não no simples fato de ter demorado tempo demais nos lábios de Aemma enquanto ela falava. “Essa não era minha intenção, mas você até que me deu uma boa ideia. O que você acha? Devo quebrar toda essa cripta com meu dragão e causar um escândalo quando todos acordarem?” Ela soprou uma risada, como se realmente estivesse cogitando fazer algo do tipo. Gostava de dar cenários ilusórios diante de todas as acusações que eram dirigidas a ela, por mais que estivesse apenas caminhando em busca da própria paz. “Esse é um cenário fantasioso demais até para você. Caso não saiba, não agimos como animais selvagens capazes de destruir o tão amado lar de pessoas tão boas.”
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aemmc · 7 months ago
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Um suspiro audível escapou de Aemma, mas não era carregada de exasperação. Sabia que a amiga tinha algumas limitações tratando-se dos changelings, principalmente pelo histórico nada amigável. Ainda sim, queria que ela não fosse tão cega pelos próprios preconceitos a ponto de se impossibilitar conscientemente de estudar outras probabilidades. "Minha irmã sumiu do nada, Sigrid. Você realmente pensa que foi algum changeling que sequestrou ela? Primeiro que nós perceberíamos a presença de qualquer um deles aqui antes, mesmo que tivesse escondido. Cada canto do quarto dela tinha uma runa e, quando foram investigar, não tinha uma sequer." Ao mesmo tempo que tentava convencer Sigrid, a voz carregava o pesar, mesmo que estivesse dizendo que estava tentando superar o que tinha acontecido. "Tudo bem se você quer acreditar que os próprios khajols jamais fariam alguma coisa ruim, não tem problema nenhum, mas eu não descartaria a opção de ter sido." Estava sendo sincera. Claro que não estava apontando o dedo para ninguém, mas era uma chance, no final das contas, e não desejava descartar nenhuma. Não era uma pessoa naturalmente desconfiada, mas estava se encontrando cada vez mais presa em uma batalha que não deveria existir. Changelings e khajols deveriam atuar juntos para a paz, mas continuavam alimentando algo que não havia exatamente um motivo. Renunciavam a própria racionalidade em nome de uma briga regada à ódio e um anseio por vingança. Aemma já tinha se pegado pensando em como era triste a falta de vontade de ceder por um momento. "Pode ter sido os changelings. Pode ter sido os khajols... Ou, pior, pode não ter sido nenhum dos dois." E essa era a opção que mais assustava Aemma. Permaneceu em silêncio por um segundo, absorvendo o peso das próprias palavras. Talvez devesse ser mais como Sigrid e ter mais convicção do que permitir que a mente continuasse funcionando em uma velocidade quase exaustiva. Passar muito tempo observando aqueles ao seu redor fazia com que as possibilidades continuassem se formando como enchentes, devastando qualquer sanidade que restava.
Não desejava iniciar uma discussão com a amiga, principalmente quando parecia viver um eterno embate de luta de raças. Estava cansada, se fosse permitido que fosse sincera, então queria apenas acreditar no que precisava para manter a consciência um pouco mais leve. "Não sou amiga de todos. Alguns não gostam de mim e, bem, não gosto de outros também." Deu de ombros, afinal não era uma obrigação ser alguém completamente benevolente. Fazia sempre o seu melhor em manter a educação e a compostura, mas nem sempre era o comportamento adequado. Elora, por exemplo, tornava a paciência de Aemma algo facilmente esgotável. "Mas tem alguns que valem a pena, Sigi. Aelioan, Cillian... São pessoas boas. Quando os tratamos de forma diferente, apenas aumentamos a distância que já existe e eles têm um papel fundamental em Aldanrae. Deveria dar uma chance, tenho certeza que se surpreenderia." Não falava somente como Aemma, mas também como herdeira de uma grande casa. Sabia que ficar alimentando a rivalidade não auxiliaria quando se tratava de planejamento de um futuro. Cada lado tinha pontos relevantes, então tentava fazer com que os amigos enxergassem o mesmo que ela. Por mais que muitas vezes parecesse uma missão impossível, a esperança permanecia. Foi até ela, a mão segurando a dela para que entendesse a severidade dos pensamentos de Aemma. "Existe perigo em tudo. Se eu ficar me apegando que qualquer um pode me machucar algum dia, não saio da cama. Esse tipo de coisa é simplesmente um salto de fé." Ainda sim, houve um sorriso no final das palavras. Esperava que a outra compreendesse que não fazia sentido permanecer com medo. Ambas tinham passado por muito e tudo que Aemma mais ansiava era viver. "Se eu prometer que tomarei um pouco mais de cuidado, pode ser o suficiente por agora?"
Todas as colocações de Aemma pareceram causar certa vertigem em Sigrid. Eram amigas, mas as vezes a olhava como se falasse outro idioma. Ou como se outra cabeça pudesse brotar do pescoço a qualquer momento. Muitas vezes se perguntava se ela era tola ou ingênua demais, mas não queria pensar mal dela, porque Sigrid tinha seus momentos de fraqueza também, principalmente próximo a alguns changelings que tinha sido importantes no passado. No entanto, o comentário sobre algum khajol ter roubado a pira era inadmissível para Sigrid, que se levou como se seus lençóis estivessem em chamas. "Aemma! Como pode dizer algo assim?!" Ralhou, o tom mais duro do que costumava usar com ela. "Não acredito que acha mesmo que um de nós possa ter roubado a pira, tão importante para a nossa sobrevivência e magia. Tenho certeza de que nenhum de nós faria algo assim." E diante da dificuldade de se manter parada quando nervosa, deu alguns passos. "Certo, nem todos tem um bom coração, mas nenhum de nós faria algo que colocaria em risco todos os outros. Não foi nenhum de nós, Aemma. Caso tenha sido.... se houver essa possibilidade, com certeza foi alguém influenciado para o mal." Era o que pensava, lembrando-se de conversas com Eirik onde o ideia tinha sido levantada.
"Do mesmo jeito que você pode tá sendo influenciada!" Apontou, sem querer acusá-la de verdade. "Você já está falando em sentir falta deles quando forem embora. Céus, Aemma, não se apegue. A qualquer momento eles podem partir para o fronte e morrer com a honra para o qual foram criados." Sentia que estava sendo dura, forçando para garganta o bolo que parecia ter se formado quando pensou nas pessoas importantes. Há alguns dias tinha pedido a Aeolian que não morresse e ali estava falando como eles morriam fácil. Sequer pensaria na possibilidade de perder Cillian de tal maneira também. "Você está mesmo fazendo amizade com eles?" O tom de suavizou ao parar novamente, uma das mãos tocando o lençol fino da cama. "Quem? Na verdade, não importa. Esse tipo de relação não costuma acabar bem. Existe todo um mundo de distância entre nós e eles. Por isso que quase sempre há briga pelo refeitório ou corredores. Somos diferentes demais." Era quase como e desejasse convencer a si mesma, respirando fundo para empurrar o amargor da garganta. "Não quero que você se machuque, nem seja influenciada por eles de alguma forma." O tom se tornou mais baixo e calmo, um pouco arrependida do comportamento de minutos antes.
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aemmc · 7 months ago
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Os olhos arregalaram-se em surpresa, esperando escutar qualquer coisa menos aquilo. "Ele te ameaçou comigo?" Uma risada involuntária escapou dos lábios dela, não por humor, mas de surpresa pela situação. Talvez sempre fosse, já que tinha sido Aemma a escolhida para herdar o legado dele. Nunca conheceu muito dele além das interações frias e distantes, então era de se esperar que encontrasse na filha um objeto a ser manipulável. Mesmo que ansiasse dar o seu melhor na posição que se encontrava, o que mais desprezava era utilizar o próprio nome como ameaça. Não acreditava que o marquês fazia promessas vazias. Na verdade, achava o homem bem capaz de realizar o que tinha falado, mas sabia que independia de com quem falasse. O destino dele já estava definido antes mesmo de nascer e o pai estava focado em reforçar isso para ela frequentemente através de cartas. Era incomum, no entanto, ele se preocupar com coisas triviais, então definitivamente era algo que deveria permanecer atenta. Se estava prestando tanta atenção em sua vida, deveria ser mais cuidadosa com as interações dela. Não se preocupava tanto com as consequências para si mesma, já que a khajol estava acostumada a fazer o que o pai ansiava. Tinha sido isolada do mundo ainda jovem, no entanto, apenas para que aprendesse com as devotas a respeito da fé que regia o mundo que estava sendo inserida. Geralmente, não a incomodava, mas quando afetava diretamente aqueles que se importava, se tornava uma questão que não podia ignorar.
"O marquês fará o que deseja independente de com quem eu falo." Balançou a cabeça, a voz confiante. "Meu pai não tem mais ninguém. Jocelyn se foi..." A voz falhou suavemente, mas manteve o queixo erguido. A perda continuava a abalando mais do que deveria, mesmo que soubesse que teria uma ótima vida após a morte (se estivesse mesmo morta). Sempre foi uma boa pessoa, mesmo que fossem completamente diferentes. "E sou eu ou mais ninguém. Ele não é tolo o suficiente para colocar um estranho em minha posição, principalmente quando a própria reputação pode entrar em jogo." Poderia até colocar uma prima de Aemma, mas seria confessar que outra pessoa estava ganhando. O marquês poderia ser muita coisa, mas continuava sendo um homem orgulhoso. Não colocaria a casa Villacourt nas mãos de uma pessoa despreparada. Independente das opiniões que a filha carregava, ele era consciente que a khajol era aquela que era mais preparada para assumir o posto. Tinham estilos completamente diferentes: Aemma era democrática e gentil, atuando como mediadora ao invés de impor a própria opinião. Sempre escutava todos os lados antes de tomar uma decisão. "As ameaças dele não são vazias, é claro. Ele é capaz de qualquer coisa." As memórias da infância invadiram sua mente. Tinha sido silenciada e educada de diferentes formas, até mesmo algumas menos convencionais. Os momentos que ele aparecia na torre eram as piores ou quando ele a arrastava para alguma festa de nobres que não conhecia. "Não existe nada que ele possa fazer contra mim que já não tenha tentado ou feito." Deu de ombros, porque não era nada demais dela. Estava acostumada a receber ameaças, principalmente do marquês. Normalmente, serviam para que prestasse mais atenção nas próprias ações e percebesse onde estava pecando em ser uma herdeira mais efetiva. "Você não deveria se preocupar com isso. Pode deixar que resolvo isso." Aproximou-se levemente dele, tocando a mão dele suavemente, achando que poderia ajudá-lo a ficar mais tranquilo enquanto isso. Ainda não sabia como faria aquilo, já que discutir com ele não era uma opção (não era tola o suficiente para fazê-lo já que o homem continuava sendo mais influente e o genitor que carregava o título que um dia seria seu). Talvez encontrá-lo em lugares menos públicos, mas seria algo que deveria pensar. "O marquês já comanda a maior parte da minha vida, mas não vou permitir que ele faça isso também." Um sorriso apareceu nos lábios dela. Era tolice da parte de Cillian supor que não valia a pena. Se havia algo que tinha a certeza é que não desistiria de ter o amigo por perto, principalmente quando sabia que era sincero de ambas as partes. Em um mundo regido por disputas políticas, era bom ter alguém com quem poderia confiar sem hesitação. "Você é importante para mim, Cillian, e definitivamente vale o esforço. Podemos achar uma forma."
O nó na garganta não se desfez conforme acreditou, a agonia ficando ainda pior. Ter revelado a real razão de seu afastamento havia sido bom, mas inúmeras eram as consequências que viriam a seguir, a começar pelo olhar de Aemma, nitidamente magoado e incomodado. Sabia lê-la bem após tanto tempo cultivando a relação, ou o suficiente para saber que não havia conformidade ou algo positivo. Como poderia, afinal? Qualquer relação cortada subitamente sem explicações causava aquele efeito quando não era o que dois queriam. "Não acho que veio só por isso, mas veio." Tentou amenizar as coisas para um marquês que sequer se importava com, pensando apenas no prejuízo que poderia cair sobre a outra. Imaginava um questionamento, ainda que fosse pouca a sua familiaridade com a intimidade dos Villacourt. Seria ingenuidade forçada de sua parte pensar que tudo ficaria tão ameno quanto gostaria.
Não quis responder. Não concordava e tampouco queria obedecer às ordens de alguém tão indecente quanto o marquês, que não fazia parte de seu mundo e não dava a mínima para quem era, apenas para o que era. Não faria muita diferença já que Cillian possuía um fardo maior do que muitos para equilibrar sobre os ombros e sobre cada linha de sua vida. Ali, parecia um exemplo claro de que todas as pessoas por quem possuía qualquer tipo de afeto se arruinariam por sua causa, se pela razão correta. A amizade entre eles sempre fora mal vista por todos os parâmetros: khajol e changeling, nobreza e resto. Brincou com a própria sorte quando arriscou mais por se sentir confortável com a presença alheia, e agora ambos pagavam o preço. "Me parece ser bem do direito dele, isso e muito mais." Deu de ombros, ainda sentindo a língua seca pela negatividade que o consumia. Pela primeira vez, encarou os olhos castanhos profundamente, sentindo como agulhadas a dor e indignação nas palavras de Aemma conforme ela o dilacerava. Era um modo educado de chamá-lo de covarde e insensível, e ele compreendia e concordava. "É o que estou tentando dizer, Aemma. Não sou eu quem vai carregar o peso de qualquer coisa, e o marquês fez questão de me fazer repetir isso para garantir que eu tivesse pelo menos escutado." Uma ameaça familiar tão próxima bastaria para que Cillian mudasse todo o seu trajeto, como fizera durante a vida toda. Sendo mais independente, nem sempre dava ouvidos aos seus familiares — na verdade, eram poucas as vezes em que levava em consideração a opinião de algum deles depois de tudo. Além de ser alvo de um homem importante, Aemma também estava sendo alvo do que ele acreditava ser parte de sua maldição, a qual havia finalmente acolhido como parte de si, agonizado por não saber por onde decifrá-la. Sorriu tristemente, envolto por uma melancolia por vê-la se esforçando para manter a compostura e exigindo respostas que merecia. Se sentiria orgulhoso de não fossem as circunstâncias. Respirou fundo uma vez, bambo entre dizer a verdade e sustentar a mentira que lhe fora ordenada. As mãos enluvadas buscaram pelos braços da morena, deixando uma carícia para garantir que seus sentimentos não haviam mudado e que não a relacionava com seus genitores ou sua casa. "Preferiria levar uma facada nas costas. Seria mais agradável que perder uma pessoa importante... E mais ainda que ver você arruinada pela sua própria família por causa de alguém que não vale o esforço." Era sua maneira de dizer que não era justo e que não concordava, embora não estivesse disposto a colocar a dignidade de Aemma para com a própria família em risco. Ele não valia tanto à pena, era supostamente para ser acordado entre eles e Aemma, porém, insistia em vê-lo diferente, o que o maravilhava e fazia sentir-se importante até aquele momento.
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aemmc · 7 months ago
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Havia algo curiosamente tranquilizador naquela troca de palavras. A presença da outra mulher oferecia uma distração dos próprios pensamentos que, ultimamente, pareciam mais barulhentos do que o habitual. Sempre foi uma pessoa excessivamente taciturna, presa em probabilidades e pensamentos que decorriam da observação minuciosa que realizava diariamente de forma involuntária. Talvez também envolvesse um pouco o cansaço que parecia pender em seus ombros. "De futuros encontros?" A pergunta saiu como uma reflexão, como se ponderasse sobre as palavras de Freyja, antes de apertar os lábios em um sorriso sutil. A pergunta poderia ser facilmente perigosa, ainda mais quando dita depois de pensar em coisas que não eram nada apropriados para uma dama da corte como Aemma. "Talvez, mas eles não podem acontecer por enquanto." Seu olhar desviou brevemente para o chão, como se estivesse chateada com aquilo. Começou a caminhar com Freyja, sentindo a brisa do outono contra o rosto, fazendo com que a pele adquirisse um leve rosado. Aemma sempre sentiu uma conexão muito forte com a natureza, mesmo que fosse protegida por Osíris. Para ser sincera, ser tão próxima da morte fazia com que apreciasse a vida, independente do momento. Mantinha uma visão otimista, na maioria das vezes, o que permitia com que encarasse as dificuldades de forma mais leviana. Observava as diferentes folhas acumuladas sobre as pedras, mapeando inconscientemente de quais árvores elas faziam parte. Apenas o formato já era o suficiente para quem um dossiê se formasse em sua cabeça. "Precisaríamos de um pouco mais de..." Ela hesitou, percebendo que a frase carregava mais significado do que pretendia. Deveria ser mais cuidadosa com as palavras, ainda mais após o marquês deixar bem claro que estava prestando atenção em cada ação que realizava. Para isso, Aemma precisava refletir antes de realizar qualquer flerte, mesmo que fosse de maneira impulsiva. Para que continuassem aquela conversa, a Villacourt ansiava um lugar mais privado e que tivesse certeza que não teria alguém a seguindo e anotando cada palavra que saía da sua boca. "Não importa por agora." Finalizou, a voz ainda suave, mas cautelosa, um reflexo da necessidade de se proteger enquanto tateava o território incerto daquela interação. Quando Freyja mencionou o barulho, Aemma inclinou ligeiramente a cabeça em concordância, o sorriso retornando, agora mais relaxado. "Acho que um pouco de barulho é bom, dependendo da ocasião. Nem sempre o silêncio é a mesma escolha." A provocação era discreta, quase imperceptível, mas estava lá. Não poderia aprofundar mais, ainda mais quando desviava os olhos dela para o redor, pensando que não era apropriado estar fora dos aposentos tão tarde da noite. Quanto ao centro de treinamento, Aemma respirou fundo, como se pesasse suas palavras antes de respondê-las. "Teoria tem seu valor, mas não se preocupe." Sua voz era firme, mas não arrogante. "Não abandonei completamente as práticas. Só estou... me adaptando às mudanças. E observando, é claro." Deu de ombros, como se não fosse nada demais. Os olhos voltaram-se a figura da outra, analisando a forma como se portava. Estudava cada traço minuciosamente, como se absorvesse a memória da beleza alheia. Quando percebeu o que estava fazendo, voltou a encarar novamente as folhas que caíam.
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Um pouco de malícia era o que precisava naquele momento tão conturbado e desagradável para todos, sem excluir um sequer, mesmo os novos convidados que pareciam estar a cada dia mais perto de uma residência fixa em Hexwood. A mente de Freyja trabalhava mais rápido que o normal e, por isso, se sentia sobrecarregada, fora a tensão pelo roubo da pira. Se perguntou se Aemma se sentia daquela maneira também e gostaria de saber mais, a achando intrigante o suficiente para compará-la a um espelho falso, onde conseguia ver o reflexo e não o através. O silêncio que a morena parecia preferir a descontetava, mais faladeira que a maior parte de sua família e amigos. "Tem alguma sugestão?" A voz era suave, mas carregava o peso de intenções bagunçadas que poderiam não fazer tanto sentido se ela não tivesse a mesma percepção, e Freyja torcia para que não fosse o caso. A observou deixar o banco e vir sem sua direção, mais satisfeita pela ação do que esperava. "Vai depender do quanto você gosta de silêncio. Dizem por aí que não sou a melhor pessoa para manter um ambiente quieto e calmo." Deu um riso rouco. Sempre urgia a necessidade de falar e, acima de tudo, ouvir. Freyja era uma caçadora de recompensas que eram de fato segredos, fatos e tudo o que pudesse lhe servir bem para expandir mais os conhecimentos e até curiosidades. Aquela característica partia de Huginn, um dos corvos de Odin, sendo Eirik exatamente o oposto, muito mais atento e seguro para organizar um raciocínio. Com o tempo, aprendeu a usar como força e não constrangimento. Muitos lordes a achavam inconveniente quando queria; sabia se portar como uma verdadeira dama de sua casa, mas também conseguia ser cansativa e estressante quando bem queria. Por sorte ou não da nova companhia, estava com o humor mais tranquilo que o normal. "Me agradaria mais." Respondeu à brincadeira com um sorriso leve, a convidando para caminhar para longe dali com um gesto com a cabeça. Não tinha intenções de ir para onde todos conseguiam ser altos e chamativos, apenas querendo mudar um pouco os ares. O outono conseguia ser decente quando queria e os aromas mudavam, como a terra molhada e as folhas secas, sendo um bom cenário para desfrutar da companhia de quem achava interessante. "Não tenho te visto muito no centro de treinamento. Está mais apegada na teoria?" Perguntou com o esclarecimento de que a observava ocasionalmente, e a falta era sentida. Freyja não era uma nata de força bruta, mas vinha tentando melhorar seus aprendizados desde a chegada do changelings e mais ainda com a perda da pira. "Apesar de que temos muitas caras novas por lá... Quase indecentes."
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aemmc · 7 months ago
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aemmc · 7 months ago
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Permaneceu imóvel por alguns instantes, absorvendo as palavras de Cillian. De todas as palavras que esperava sair dele, aquelas eram as menos prováveis. Sabia que não deveria se sentir daquela forma, mas algo dentro de si se revoltava. Com ele, consigo, com a própria situação. Tentava, em uma tentativa desesperada, compreender o que acontecia ao olhar diretamente para ele. Queria encontrar a verdade pela qual buscava e a honestidade que haviam crescido dentro deles. Lembrava de alguém que tinha conhecido no baile, mas as memórias pareciam borradas e indecisas, como se tivesse mais vinho que ansiava. "Ele veio até você?" A incredulidade presente na voz era difícil de esconder. Havia um peso no peito, algo que a traía mais do que gostaria. Sabia muito bem como o marquês Villacourt operava, suas manipulações, seu jeito calculado de virar as pessoas contra ela. Mas Cillian? Ele era o último em quem esperaria ver essa influência surtir efeito. "Concorda com ele, então?" A pergunta saiu antes que pudesse evitar, carregada de uma mistura de indignação e algo mais, algo que ela não queria reconhecer. Se havia uma coisa que a magoava profundamente, era a ideia de que Cillian pudesse realmente acreditar que afastá-la era a melhor solução. Não era só a interferência do marquês; era o peso de saber que, mesmo conhecendo o que ela já tinha contado a respeito do marquês, Cillian achava que era melhor simplesmente ceder. E pior: achava que ela aceitaria isso sem lutar.
"Eu não preciso que você decida o que é melhor para mim." Tentava se manter forte, mas sem esconder a mágoa que transparecia em cada palavra. Não era apenas uma afirmação de independência; era um lembrete, para ele e para si mesma, de que tinha o direito de fazer suas próprias escolhas. De que não era uma peça a ser movida no tabuleiro do marquês ou de qualquer outra pessoa. O peso do que ela dizia estava tanto no tom quanto na expressão, seus olhos buscando os dele. Aemma deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles, como se recusasse a aceitar a barreira que ele tentava erguer. Sentia o calor de sua própria indignação, misturado com a frustração que crescia em seu peito. Por que Cillian estava agindo assim? Por que parecia tão decidido a protegê-la, mesmo quando isso significava se afastar? "Se o marquês tem algo contra nós, isso é problema dele. Não é direito dele ditar com quem posso conversar." Continuou, a intensidade de suas palavras suavizando à medida que as emoções se misturavam. "Não é você quem precisa carregar o peso das decisões dele, Cillian. E definitivamente não é você quem deveria se afastar por causa disso." Era uma tentativa de trazê-lo de volta, de fazê-lo enxergar que, por mais complicada que fosse a situação, não cabia a ele sacrificar algo que ambos valorizavam. Porque, apesar de tudo, ela sabia que ele também valorizava. Mesmo que pudesse ser arrogante de sua parte fazer presunções, agarrava-se naquela possibilidade que, para Aemma, beirava à certeza. "Então, me diga a verdade." Insistiu, sua voz agora mais baixa, quase um sussurro, mas carregada de determinação. "Isso é realmente o que você quer? Porque, se for, eu aceito. Mas não vou aceitar uma decisão que você tomou com base no que alguém como o marquês pensa." A vulnerabilidade estava ali, evidente, mas também havia algo de desafiador em suas palavras. Era um pedido por honestidade, sim, mas também um desafio. Por fim, cruzou os braços, não em sinal de defesa, mas para se manter firme. Odiava o pai, se é que poderia pensar daquela forma. O homem não era nada além de um genitor, alguém que a tinha gerado, que acreditava que poderia tomar todas as decisões da vida da filha como se estivesse mandando em um dos súditos. A vida de Aemma não representava nada além de mais alguém a ser manipulado a agir conforme os interesses do marquês.
Semicerrou os olhos com a boa leitura de Aemma a seu respeito. Eram próximos o suficiente para saber como agiam e o no que pensavam quando algo estava de errado, mas não o suficiente para saber do que se tratava. A distância entre Hexwood e Wülfhere havia dificultado as coisas e parecia pior agora que precisava evitá-la, e não o fazia por desavenças de contato. Suspirou uma vez, empurrando os livros soltos uma última vez para se encaixarem perfeitamente na fresta, ainda que na ordem errada. "Não posso. Temos um acordo de não mentir, não é?" Aquela brincadeira se tornara algo comum entre eles e, por um instante, se recordou de um breve momento no baile em que agiu da mesma forma. A memória pareceu incerta, como se não tivesse sido com ela, e tratou de forcar no agora. As mãos permaneceram grudadas ao móvel antes de se livrar, voltando o queixo levemente para o lado, a proximidade o afetando bruscamente. Tinha um afeto importante com Aemma que não conseguia ignorar; sentia-se traindo alguém importante e mentir seria exatamente o que aquilo significava.
Olhar para Aemma pela primeira vez em dias o fez se sentir completamente incapaz, como há muitos anos se sentira. Aos poucos vinha recuperando a autoridade e a espontaneidade que lhe foram consumidas por uma ocasião em que não tinha controle e o deixara à beira da insanidade. Por um lado, sentia que ela merecia saber a verdade já que agiam por suas costas em um controle absurdo; por outro sentia que ela não precisava se comprometer pela própria família. O antigo Cillian teria batido de frente e refutado qualquer que fosse o argumento, o atual se acovardava como um merda. Se voltou para ela, encarando os próprios pés por alguns instantes. "O marquês Villacourt veio me ver." Admitiu, sentindo um peso enorme esvair de dentro do peito, engasgado com o ocorrido que não mencionara nem aos amigos mais próximos pela ideia errada que causaria. "Ele acha que é melhor não conversarmos mais. Concordo com ele." Era obviamente mentira, mas pelo bem de Aemma, preferia perdê-la a colocá-la em um castigo injusto. "Não totalmente, mas se isso garante que ele não puna você por se misturar com changelings porcos," imitou as falas do marquês com a expressão enjoada. "talvez seja a melhor opção."
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