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Tira-me o orgulho (on Wattpad) https://www.wattpad.com/1449986939-tira-me-o-orgulho?utm_source=web&utm_medium=tumblr&utm_content=share_reading&wp_uname=Aby14Almeida Tira-me o orgulho é uma pequena história de romance entre duas meninas recem adultas. Em meio ao caos de ser novato na univeridade, muita coisa pode acontecer, coisas boas... e coisas ruins também. Acompanhe essa história junto comigo e descubra o que vai prevalecer.

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Tira-me o orgulho #1

Ela continuou olhando para mim em silêncio, sem esboçar nenhuma reação. Eu gostava de pensar que ela ainda estava tentando processar tudo o que eu havia dito ou questionando se aquilo estava realmente acontecendo. Mas é claro que esse não era o caso.

Depois de alguns segundos ininterruptos de silêncio, ela finalmente falou algo. Mas não foi o que eu esperava.

— Vai...

Ela deu uma pausa, limpou a garganta e concluiu.

- Pode ir.

Foi só o que ela disse.

Continuamos paradas ali, olhando uma para a outra em silêncio. Ambas com as mãos trincadas, mas apenas eu intercalava o peso de uma perna para outra, em sinal de desconforto.

Estávamos perto… Perto demais uma da outra. Eu conseguia sentir sua respiração, que parecia irritantemente tranquila. Embora não quisesse demonstrar, estava decepcionada. Nas milhares de vezes em que imaginei aquele momento, em nenhum deles pensei que seria rápido, silencioso e fácil assim. Mesmo sem ter sentido pensar sobre isso, mesmo não valendo a pena... Eu achei realmente que finalmente ela demonstraria alguma emoção. Eu realmente achei que finalmente eu a veria desabar. Claro que eu não queria vê-la sofrer. Eu só queria ver, pelo menos uma mísera vez, ela sentir dor por me amar. Mas nada disso aconteceu.

Ela respirou fundo, de braços cruzados, ainda olhando bem nos meus olhos, e deu 2 passos para trás lentamente. Como se me dando sinal de que podíamos encerrar aquela discussão. 

Continuava me olhando com aquele olhar. Aquele olhar. Um olhar de superioridade que ela não se esforçava nem um pouco para ter. Não, ela nunca foi altiva… ou egocêntrica, ou nada disso.

Ela simplesmente era… ela. Todos ao seu redor se sentiam pequenos quando estavam perto dela, como se a presença dela tivesse um grande peso. Isso acontecia porque ela continha uma intrepidez rara de se achar. Porque ela era brilhante demais para a maioria das pessoas, grandiosa demais para caber nas caixas quadradas da sociedade e singular demais para ter qualquer reação comum de um término de relacionamento de 2 anos.

Eu não sei porquê ainda assim pensei que pelo menos uma vez a veria se desmontar, desmoronar e ser vulnerável. Me sentia até mal por desejar isso de alguém que eu amava tanto. Mas no fim ela se manteve inteira. Até no fim era ela quem dava a última palavra.

“Vai. Pode ir.” As palavras dela ecoaram novamente na minha cabeça como se me despertando dos meus pensamentos melancólicos e egoístas. Dei dois passos para trás, hesitando e tremendo, enquanto aproveitava para olhá-la pela última vez. Segurando o choro com tanta força que parecia que eu estava lutando contra um gigante. Eu não queria parecer menor do que ela, então me recusei a chorar. “Acabou”, afirmei, em um tom um pouco decepcionada, nos meus pensamentos.

Respirei fundo, consequentemente sentindo o cheiro do seu perfume pela última vez, e fui embora.