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Colecionador de Lembranças
Eu acho muito válido expressar para as pessoas o quanto elas são importantes para a gente e o quanto nos importamos, o quanto elas são especiais, as qualidades e nosso amor. Pelo visto dei mole contigo. Tenho certeza que se eu falasse com você você me ouviria, você sempre me deu atenção. Foi o irmão mais velho que nunca brigou comigo, nunca implicou comigo nem me criticou. Era muito boa a forma que conversávamos quando eu era criança, você sempre me respeitou muito e me fazia perguntas que me faziam refletir legal. Acho que penso ou lembro de você todo dia, sem exagero. Seguindo o clichê de deixar no coração os bons momentos, já estou fazendo isso de me apegar as lembranças que você deixou. Não tem nenhuma ruim, apesar da divergência política eu não tenho numa reclamação pra fazer de você e me sinto um pouco injusto por ter aturado mais coisa e reagido diferente com outras pessoas. Na nossa última conversa você compartilhou comigo queixas em comum comigo sobre nosso pai. Hoje não paro de pensar o quanto éramos parecidos. Nunca havia me sentindo tão compreendido antes, foi tão íntimo e recíproco. Certeza que vc era um ótimo pai. Dizem que quem escolhe profissões na área da saúde pode ter tendência a ter um histórico de negligência afetiva ou de algum cuidado. Eu já quis fazer Técnico em Enfermagem igual você, eu achava legal você ser hétero e ter ido para essa profissão. Era um outro exemplo que eu sempre citava sobre quebra de esteriótipos. Ainda se dava bem com um monte de mulher, mesmo sendo o cara mais fiel e monogâmico que tinha. "Nunca vi meu irmão solteiro", sobre pessoas julgadas em terminar namoro e ficar com outra pessoa.Sobre sermos parecidos, eu me amarrava quando eu era criança e a gente saía juntos e perguntavam se eu era seu filho, você também gostava. Essa genética nossa que faz todo mundo achar que a gente é mais velho, eu nem tenho idade pra ser seu filho. A gente andava de mão de dada de propósito para reforçar isso. - É seu filho? Parece muito... - eu gostava! E aquela vez que você estava de mudança, a gente foi lá ver alguma coisa que eu não lembro. Paramos pra comer um cachorro-quente ou hambúrguer, e fomos para a casa. Chegando lá tinha uma TV e um Super Nintendo com todas as fases do Mario zeradas, você pôs preu jogar e eu podia escolher jogar em qualquer fase enquanto comia e bebia refrigerante! Férias de janeiro eu sempre gostava de ir para casa da sua mãe ficar com vocês, você na correria de arrumar serviço, estudando pra concursos. Me ensinava um pouco, ficava feliz e orgulhoso quando me perguntava algo que eu já sabia, respondia certo. Um dos adultos que me tratava com igualdade intelectual, não faz ideia do quanto isso me fez bem. Eu te zoava que você pegava pra estudar e dormia com o livro, e acabei fazendo isso também depois. Talvez inconscientemente te imitando. Eu era uma peste, te zoava muito. Me desculpe por isso e obrigado por nunca se importar. Você conhecia muita coisa do que eu gostava quando era criança, e eu achava isso o máximo. Disse que achava Hércules mais realista do que Xena porque ele pelo menos era um semideus, e gostava da ideia dela ser filha de Ares pra justificar os absurdos que ela conseguia fazer. Mas Xena sempre foi muito melhor, mais história, mais roteiro e mais conteúdo. O fato de eu amar Xena, gostar de rock te deixava curioso, eu tinha a oportunidade de chegar e explicar como era minha relação com as coisas que eu curtia. Você nunca pareceu tão envolvido em nada como eu era, sua mãe sabia melhor seus gostos e sempre falava. Ela também nos comparava, "tá igual seu irmão Jorginho". Tu era fã do Chiclete com Banana e eu achava isso muito aleatório, inclusive uma vez conheci um cara que era fã do Asa de Águia e lembrei de tu pela mesma aleatoriedade. Você preferia filme dublado porque dava pra assistir comendo, enquanto a gente abaixa pra comer a comida eles falam e a gente não consegue ler. Todo mundo já deve ter ouvido eu falar isso alguma vez. Você me fez ver como o Magneto não era só um vilão, almoçar contigo assistindo X-men, debater sobre cada personagem. A gente doido naquele episódio que a Lince Negra faz uma amizade que era do Brasil. Você na dúvida se aquilo não poderia ser arbitragem da dublagem. Eu acho que não, mas tenho dúvida sobre uma fala do Mega XLR. Você foi uma das pessoas que me ensinaram a ser menos consumista e mais crítico. Nessa época você trabalhava em Japeri e ficava umas 3 horas de distância da sua casa, pegava ônibus e trem para chegar no serviço. Tu era mó esforçado, né mano? Trabalhou no McDonald's e acho que isso acabou influenciando eu ir trabalhar lá também quando tive a idade que vc tinha... e por isso você participava da comunidade Eu Odeio o McDonald's no Orkut. Cresci ouvindo minha mãe contar coisas suas de infância e adolescência de antes de eu nascer ou ter registro de memória, que você lavava uma louça perfeitamente, sabia escolher bem os legumes. O que eu não sabia era que você também escrevia sobre seus sentimentos, faz sentido você gostar de rede social e se comunicar bem por mensagem. Parando pra pensar e reparar o quanto você foi um cara tão carinhoso. Depois de velhos, criei uma imagem sua de um cara de cabeça viajada, mas falando de você e mais amadurecido percebi o quanto tanta coisa deve ter sido difícil e vc sentia ainda mais não sendo tão expressivo quanto eu. Acho até que tu era menos teimoso e revoltado, meu pai sempre dizia que vc tinha mais motivos pra ser pior do que eu e não era. Fomos divididos por uma geração e tô aqui refletindo e entendendo muita coisa. Uma vida inteira se esforçando, conquistando cada coisa em seu tempo conciliando tudo, ainda com cobrança. Eu tinha admiração por você! Quando eu comecei a ficar mais velho, fazer curso, trabalhar embarcado foi um momento de união maneira, de construção familiar. Você formado, casando, me dando meu primeiro sobrinho, comprando seu apartamento e saindo do aluguel... e dando na telha de embarcar também. E eu dizendo que era uma área com oportunidades, incluindo pra quem tinha Enfermagem e você falando que viria para fazer qualquer coisa. Eu achando doideira, mas você desencanou. Passou no concurso dos Bombeiros e eu fiquei felizão, até hoje ainda comento que tenho/tinha irmão Bombeiro mesmo odiando tudo relacionado a militar. Eu falo(ava) muito de você. Dizem que sua maior evolução foi depois que teve filho, e eu fugindo disso hahahaha tem tanta coisa acontecendo que às vezes dá até medo de eu fazer um filho "sem querer". Mas tô bem seguro que não vai acontecer. Eu colava contigo e aprendia coisas, uma vez você montou minha bicicleta e eu vi que era fácil acompanhando você. Eu tenho pouco entusiasmo para coisas que parecem difíceis, mas eu tenho melhorado também. Tô nadando nas profundezas, explorando tanta coisa nessa fase da minha vida que bem que você ia gostar. Nesse dia da bicicleta você perguntou se eu podia andar ou tinha que aprender a montar primeiro. Eu perguntei se dava pra fazer os dois simultaneamente. Você se surpreendeu quando eu lancei o "simultaneamente" hahahaha olha que nunca fui culto nem inteligente assim, mas ser bem notado por quem a gente gosta é sempre uma alegria. Cada momento da sua presença na minha vida teve seu valor. A gente às vezes pensa que não é tão importante e que vai ser esquecido depois que morre, eu queria muito que ninguém se sentisse assim. Ainda mais sendo alguém que de fato significa tanto. Você sempre é lembrado e sempre vai ser, sinto muito que tenha morrido sem saber disso. Eu espero que você tenha sido feliz com tudo que conquistou por mais problemas que possam ter aparecido e por mais difícil que tenha sido sua infância/adolescência/juventude. Eu te amo para toda a vida, perdoa não ter sido um irmão melhor (nunca "meio-irmão").
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A Mais Triste Manhã
Já foi metade do ano, caramba eu trabalhei muito e aproveitei pouco esse tempo! Sobre tudo o que tem acontecido incluindo os desafios dos novos trabalhos, tomadas de decisões, abrir mão de certas coisas e etc, me sinto como alguém que de tanta coragem resolveu mergulhar fundo no oceano: A satisfação de nadar livre na imensidão desconhecida, consciente de que o esforço vai me tornar mais forte e resistente, mas água é gelada, a escuridão exige paciência para que a visão se adapte e a pressão é tão grande que às vezes não sei se vai ser suportável, me comprime, afundar não está mais no meu controle e também sinto medo de não conseguir me reerguer e é fato que preciso parar um pouco para respirar.
Passei mais de 40 dias longe e fora de casa por causa do trabalho, satisfatório mas não fácil. Uma experiência que eu muito queria, pretendo compartilhar e renderia um textão pro LinkedIn. Muita gente não encara uma dessas preocupado de acontecer algo em casa, como a perda de alguém e não poder estar lá. Eu sempre achei que saberia como ia me sentir e reagir caso isso acontecesse. Minha mãe estava muito ansiosa com a minha volta, recebi umas mensagens perguntando. Estranhei um pouco porque apesar de um tempo a mais não achei que o tempo de ausência fosse fazer muita diferença. Afinal acontece de ficar mais de um mês sem se ver. Ela fez questão que eu fosse para casa dela independente do horário de chegada, preparou um lanche e tudo o mais... então eu cheguei, comi, conversamos, vimos umas coisas que eu trouxe de viagem.
- Agora a gente tem que sentar porque eu tenho que conversar com você... uma coisa muito séria...
- Ah pronto! Fala logo! Eu tenho ansiedade, fico imaginando tudo, até você contar eu já infartei. - Mencionar que eu vou infartar é até ironia, de mau gosto, como as coisas terríveis que eu penso misturadas com humor ácido para driblar o peso que elas têm.
- É algo que aconteceu com uma pessoa...
- O que foi? Quem morreu? Meu pai morreu? Eu fico ansioso e me permito teorizar e até acreditar em qualquer coisa, inclusive no pior para que seja logo conformado, até a pessoa me contar. Eu sempre achei que se meu pai morresse fariam questão de me falar para que eu sentisse remorso pelas nossas tretas. Não é difícil notar o medo que eu sinto disso e como eu me preparo para receber essa notícia, ele já está numa certa idade e tem os problemas de saúde.
- Não foi seu pai... - Ela olhou para mim e respondeu. Eu sabia que não, mas saber que a situação está normal sempre traz um alívio. E não sendo pessoas específicas que eu sabia que até então estavam bem, achei que estaria forte o suficiente para receber qualquer notícia. E ela explanou, o semblante ficou triste e a voz pesou:
- ...seu irmão Jorginho. Eu não gosto de surpresa, já fiquei muito feliz e grato com algumas no meu aniversário. Mas eu sempre gosto de saber tudo, estar por dentro de tudo. É por isso que eu também não gosto de mágica, é um traço da minha curiosidade e um pouco do ser controlador. A surpresa de algo que estava preparado e planejado, ciente por todos, que aconteceu há um tempo e eu podia ter percebido me traz a sensação de burrice e traição. Não de maneira tão radical, tá mais para uma impressão. Contudo eu consigo manejar esse sentimento, contextualizar e aceitar a situação. 40 dias longe de casa, perdi meu irmão e só pude saber quando retornei. Geral nervoso, eu por fora. Tentando resgatar na memória, fazendo uma retrospectiva, se houve um sonho, um sinal, uma pista, uma intuição. Qualquer coisa! Não estou bolado com ninguém por isso, apenas sentindo o que eu sempre sinto nessas situações. Não estou com remorso por ter ficado tanto tempo sem falar com ele, nem tão arrependido porque eu sei como sou esse cara difícil e nossa proximidade não poderia interferir. Não estou em choque porque sei que essas coisas acontecem, eu tenho um jeito particular de lidar com a morte. Não chorei imediatamente com a notícia, mas pensei e lembrei de muita coisa, fui dormir chorando e ainda estou um pouco. "Detesto quando fico sentimental" Tenho certeza da minha dor, da minha tristeza. E da minha saudade, que eu já sinto há muito tempo e agora não vou poder mais matar. Não tem uma vez que eu não passe por aquele shopping de Itaboraí sem lembrar do meu irmão e da família dele! Eu já até pensei em estratégias para evitar isso, como por exemplo não mencionar mais isso. Porque toda vez que eu lembro, eu lembro dele morar lá, de eu já ter sido convidado pra ir e nunca ter ido, e nunca ir porque a gente não se fala. Tudo isso não passava de saudade, assumida e que eu já queria reprimir. Já pensei em fingir que não tinha irmão nem mais parente devido ao afastamento, com o tempo eu ia me conformar e ficar de boa. Como funciona com término de relacionamento. Eu sou uma pessoa horrível achando que sabe lidar com o que sente, vou ver de voltar pro psicólogo já na semana que vem.
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Sliver
Não falava com meu pai desde dezembro de 2019, por ele ser bolsominion entre outros vacilos. Cedi a uma pequena pressão que me enfraqueceu ontem e mandei mensagem. Recebi um seco e gratuito "Ainda não morri, vai demorar muito ainda" como resposta. Poderia ter respondido que só estava checando a herança, eu sei dar respostas afiadas também, quando eu era criança minha língua era minha melhor arma. Respondi que pela resposta atravessada dava para notar que estava vivíssimo mesmo. Completei com um "que demore mesmo" para parecer atencioso e carinhoso. Mas aquelas coisas... NUNCA MAIS entro em contato. Só não tô me sentindo mais otário por ter tentado porque tenho me desapegado de rancores e lidado muito bem com frustrações ultimamente, a atitude foi minha então tô com a consciência tranquila. Ter falado com ele não iria mudar nossa relação, de fato. Tampouco consertaria ou compensaria o que eu precisava. Certo que já perdi meu Pai, e não vou ter remorso, só vou me conformar.
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Assisti o Piloto de Still Star-Crossed
Foi difícil conseguir encontrar, aliás. Já queria ver essa série desde que estreou mas por algum motivo ela foi esquecida por mim. Star-crossed é um termo shakesperiano para se referir aqueles que o destino (as estrelas) não favoreceu, fazendo com que houvesse um conflito um tanto trágico em seus caminhos. O rolé acontece em Verona, depois da morte de Romeu e Julieta deixando a Rosalina como protagonista. A série é americana mas eu jurava que era britânica por conta do sotaque e por ter encontrado o ator que fazia o Giles de Buffy, o ator se chama Anthony Stewart Head. Não sei ainda como vai desenrolar o resto mas a trama é bem novela (ou minissérie), porém eu curti bastante e me arrependi de não ter começado antes, mais uma pro meu catálogo de aleatoriedades que eu me amarro. Me chamou atenção a mesclagem étnica do elenco sem nenhuma preocupação com árvore genealógica dos personagens. Entretanto, não dá pra associar a cor com os perrengues que Livia e Rosalina passam, ambas mulheres negras e primas da Julieta. Parece que a série levou isso em consideração ao transformá-las em criadas Capuleto quando se tornaram órfãs. O primeiro episódio começa com o casamento de Romeu e Julieta, e as coisas se desenrolam a partir dali sem tanta fidelidade a obra original de Shakespeare. A série é baseada num livro de mesmo título, quem sabe um dia eu leio para reparar nessas diferenças também e ver melhor como está lá. Também gostaria de ver referência a outras obras dele no desenrolar da série. É interessante e importante essa visitação ao plot do casal, durante o casamento, que havia pretensão de ser informado em algum momento em breve, Rosalina fica como testemunha junto com Benvólio. Outras diferenças do texto original é que após matar Teobaldo vingando a morte de Mercúcio (ele fala a frase "procure por mim amanhã..." como no original), Romeu foge ao invés de ser exilado. Porém há uma discussão política em cima da lei que pune com execução quem cometer assassinatos, o Príncipe Escala também ganha um destaque na série, que traz bastante política e também me faz na situação de Roma naquela época com as famílias fundando cidades e esses locais serem tão vulneráveis a ataques e invasões para serem conquistados que nem um morro tomado pelo poder do tráfico e facções. Tudo acontece bem rápido e breve, o objetivo é dar uma resumida no que ocorreu com Romeu e Julieta para dar sentido ao que virá em seguida. Frei Lourenço só faz besteira, e por um momento eu achei que o pai de Romeu iria matá-lo. Culpado por casar os adolescentes proibidamente apaixonados e de dar a poção pra Julieta. Só observo o Padre envolvido com poção... Romeu também fala a frase "me despeço com um beijo" como no original, mas tem um duelo com Paris antes. E Julieta toma o veneno ao acordar e encontrar seu marido morto, que no original havia tomado o veneno todo. A questão deles serem casados ganha muita pauta ali. Até o final do episódio algumas revelações são feitas, o Príncipe e Rosalina se amam, mas ordena que ela case com Benvólio para unir as casas a fim de fortalecer Verona contra ataques de fora. Então vemos um governante abrir mão do amor de sua vida em prol do povo e em prol de (na cabeça dele) dar uma vida mais segura a sua amada. Rosalina traz um desejo de liberdade, contra aquele sistema vigente. É sutil como uma série antiga de TV Aberta, mas o suficiente para me fazer curtir.
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Uma crise de ansiedade, meus traumas tão bem vivos aqui me dando gatilho e eu tentando ser forte, focado em seguir em frente e acreditando no diferente. ão consigo ter certeza se esses gatilhos são alertas e o "se permitir", sair da zona de conforto será realmente saudável. Me sinto vulnerável, manipulado, e "desbussolado". Eu não sei o que fazer enquanto sou levado ao sofrimento. Mergulho no pranto, solitário e desesperado, medroso e desamparado. Mais sozinho do que nunca. Desconfiado que o "conversar isso pessoalmente" é uma forma de facilitar a manipulação com a lábia falada. E que eu tenha força pra sair dessa!
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A medida que começar a confrontar suas inibições, verá como elas diminuirão
9 de Abril de 2022 Não sei nem o que sentir, aliás, não sei nem o que estou sentindo. Ciúme, tesão, inveja, alívio, constatação e eventualmente orgulho de estar certo, ódio, recalque, integridade, indecisão, insegurança, vergonha, vergolha alheia, solidão, exclusão, arrependimento, punição, comparação, ansiedade, certeza, força, gratidão (pela constatação), graça, paz, travado. Estou lidando, quaisquer desses sentimentos eu sei que passarão! Tristeza. Rejeição. Atitude, eu queria um motivo, uma justificativa para esse bloqueio. Uma razão, movida racionalmente e não um motivo impulsivo do calor da emoção, no entanto dessa vez fiz muito certo em fazer o que meu coração mandou. Pronto para eliminá-los da minha vida e seguir em frente conforme faço. Não posso agir conforme a razão dos outros, não posso carregar sempre esse sentimento de “será que estou fazendo certo?” É o caminho que se abriu para que eu seguisse, dessa vez sem que eu precisasse cair numa indecisão de Libra, sendo direto como a flecha de Sagitário.
Uma chama intensa e forte que vai passar. Eu já sofri demais nessa vida e não vou me deixar abalar.
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Câmera Hiperbárica
Trocando ideia no convés com meus colegas e mais um do mergulho, esse fazia uma limpeza na borda da câmara hiperbárica. Mergulho não é só uma profissão, é um estilo de vida carregado de subjetividade.
Então esse colega de mergulho mais o colega que está trabalhando comigo que era mergulhador começam a falar de experiências, e vão explicando como se dá o processo de descompressão. Eu já tinha uma noção mas prestei atenção, é fisiologia e físico-química numa conversa só. Eu só imaginei como seria ficar naquela câmara, confinado, com muito calor e muito frio. Um cilindro com duas camas, tem que ficar deitado sem poder se mexer nem dormir. A ideia me causou claustrofobia.
Eis que esse colega me chama pra entrar pra ver como era, aparentemente não parecia tão desconfortável mas eles faziam questão de contar o quão desconfortável era. Por ser experiência alheia eu não gosto de dar pitaco, nem comentar muito como eu me imagino naquela situação. Até porque sempre é pior do que a gente imagina "você não faz ideia".
Entrei e não achei tão apertado, o colega mergulhador entrou comigo e foi me mostrando e contando mais. Eu imaginei como se fosse estar internado, se eu tivesse que ficar ali eu teria que ficar ali e pronto de qualquer jeito. Meditaria e me entreteria com a minha imaginação como sempre faço quando estou com insônia ou tenho que esperar por muito tempo alguém chegar ou algo começar.
O que mais me incomodou ali dentro foi o cheiro, o espaço não era tão apertado. Então seria como estar em qualquer cômodo fechado, sem ventilação. E preso, mas suportável. Eu estava curioso como minha mente ficaria com essa experiência. Por essas e outras mergulhadores são doidos, é brincadeira porém verdade.
Quando sai minha morbidez já me levou a imaginar um túmulo ou mausoléu com aquele formato. Seria grande e bonito.
O que eu mais senti de estranho aconteceu minutos depois. Fui tomado por um sentimento de tristeza, e uma vontade leve de chorar e não entendi nada, sei que são coisas da minha cabeça. Perguntei se alguém já tinha passado mal ali quando na verdade queria mesmo era perguntar se alguém já tinha morrido. Naquela ali em específico.
Uma das funções da câmara é tratar e evitar doença descompressiva, então é óbvio que as pessoas entram ali passando mal em certas ocasiões.
E o colega não tinha como me dar conta do histórico daquela ali em específico.
Será que essa sensação pesada de energia negativa foi por causa disso? Será que tinha algum gás concentrado ali que eu respirei e fiquei me sentindo assim à toa? Ou quem sabe só por ter entrado e ter sentido a pressão de estar ali…?
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Love Will Tear us Apart
Quando eu penso em ter um relacionamento minha euforia vai de 0 a 100 e volta a 0 rapidinho. Meu coração se enche de alegria, mas o medo o esvazia. Não só o medo, mas quando penso em abrir mão da liberdade e do que chamam de solitude, que eu compreendo como o gostar de estar sozinha. A palavra aparece sublinhada de vermelho como se estivesse errada no idioma, mas conferi a existência do conceito no Google. Reconheço minha falta de maturidade para saber lidar e o que fazer com minhas opiniões e experiências que eu carrego acerca de me relacionar, sem sequer saber colocar em definitivo o que eu quero. Partindo da suposição de que a dúvida é negação, pois a certeza me traria segurança eu afirmo que isso não é o meu desejo. Por enquanto.
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Vida sem Sentido
Encontrei esse texto escrito por mim, não me recordava de tê-lo escrito nem sequer quando foi. Às vezes me pego olhando para esses momentos passados tão sombrios da minha vida e me assusto, porém serve para compreender os altos e baixos da vida, a importância de um bom cuidado, autoconhecimento, auto crítica. Não chego a sentir uma grande vergonha, pelo contrário, sei que houve necessidade de botar pra fora dessa forma e que isso deve ter me ajudado de alguma forma. A qualquer momento fico preocupado de voltar a esse estado, e esses registros são alertas para mim mesmo. “Qual o sentido da vida, afinal de contas? É o que todos se perguntam, mas nem todos se importam e saber. O que mais interessa, o mais importante, é viver. Cada um pode dar o sentido que desejar, que estiver a fim. Quando nascemos recebemos educação, freqüentamos a escola com o objetivo de aprender, e “crescer na vida” como dizem. Trabalhar, casar, ter filhos e cumprir com o ciclo da vida. Desde criança sempre questionei muitas coisas sobre minha vida, sempre me conformando e sobrevivendo. Não tinha escolha, a não ser morrer. Eu era uma criança, mas a ideia de morrer, para me livrar de alguma coisa, sempre passou pela minha cabeça. Com cinco, seis anos eu desobedecia e não queria ser punido. Sempre me senti tão fraco, tão sem poder o que fazer. E isso fez com que eu crescesse sem nunca saber o que fazer, em relação a nada. Sempre fui sensível a dor, sempre quis fugir dela. Evitava fazer muita coisa que me machucasse, sempre fui bastante medroso, não me arriscava a aprender algumas coisas, como subir em árvore. Esse medo da dor é o que tem salvado a minha vida. Não há um dia que eu não pense sobre a morte, sobre a vida, sobre morrer. Tenho estado em momentos difíceis, onde eu tenho tudo o que eu preciso e ainda assim me falta muito. Meu objetivo foi alcançado com bastante esforço, mas e agora? Crescer, trabalhar, procriar e morrer”é o que restou? Não tenho objetivos, nem disposição nem vontade de caçar um. Porque a vida é uma escada, que só vai descendo. Dizem que temos trabalho que odiamos para comprar coisas que não precisamos. Eu discordo disso, e ultimamente trabalhar é a única coisa “útil” que eu tenho feito (e acho que nem tenho sido tão útil assim). Parte de minha consciência diz que eu não deveria ser tão apegado ao trabalho assim, pois bem, trabalho é exploração. Parte da minha consciência também desconfia que estou alienado, por me fazer gostar de ter um emprego. O trabalho tem me deixado preocupado, essa responsabilidade imposta sobre mim me deixa desse jeito. Eu poderia não me importar se estou ou não fazendo um bom serviço. Mas eu me preocupado, me preocupo um bocado. Isso seria facilmente consertado, se eu conseguisse aprender a conviver em sociedade. Sinto que eu não pertenço a esse mundo, não sou do jeito que as pessoas são. Tenho o meu jeito, sou original e autêntico, porém não consigo lembrar uma vantagem relevante disso. “Riem de mim porque eu sou diferente, rio deles porque são todos iguais” não tem funcionado muito bem como antes. Referindo-me ao fato de ser tão diferente, não faço questão de ser igual a ninguém. Toda essa tensão reflete no meu comportamento, deixa-me bloqueado para agir da maneira que eu “deveria’, seja qualquer situação. Cresci sem “saber o que fazer”, e essa falta de atitude parece ficar mais forte. É uma bola de neve: A tensão me bloqueia, o bloqueio me impede de agir quando eu preciso, isso me deixa tenso. De onde vem a tensão inicial eu não posso afirmar com certeza, muita coisa aconteceu, muita coisa está acontecendo. Todos os dias – de folga - quando acordo, cancelo ou adio tudo o que tinha planejado no dia anterior. A preguiça toma conta total, e todo o resquício de vontade vai embora quando eu durmo. O dia passa com a minha preguiça, quando eu me arrependo de não ter aproveitado já é tarde, hora de dormir de novo. Até onde isso vai chegar? Minha vida se resumirá a isso? É como seu tivesse chegado ao ponto máximo. Vejo pessoas se preocupando em maneiras de ganharem dinheiro, maneiras de ter dinheiro sem precisar trabalhar mais. Até gosto de algumas ideias sobre isso, gosto do trabalho mas estar livre de responsabilidades não seria ruim. Mas a busca pelo dinheiro é o que me desanima. Não quero para mim essa obsessão que as pessoas têm de ganhar dinheiro. Dinheiro, pessoas... Esse mundo é tão cruel, as pessoas são crueis. Não sei o que eu poderia fazer para melhorar o jeito que as coisas são, e mais uma vez a minha falta de atitude vem me perturbar. A vida da sociedade está podre, e a minha também. Minha prioridade sou eu, mas se eu conseguisse fazer algo útil de verdade para os outros, isso me ajudaria. Pelo menos eu me sentiria um pouco melhor. Sinto-me tão incapaz... “
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Minha primeira influência punk
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Bom dia, segunda-feira!
Continuo aqui com a mente a mil, mas estou bem humorado hoje. A única preocupação são os trabalhos do meu curso que eu tenho que agilizar pra ontem. Também, depois de encher a cara ontem com meus parentes. Eu realmente adoro esses momentos, principalmente quando recebo atenção deles e conversas boas acontecem. É certo que se tivéssemos dinheiro, fosse sábado e não existisse ressaca teríamos virado a noite como já rolou em outras festas. Eu não estava muito bem semana passada e quando cheguei no rolé ontem ainda me senti meio deslocado, com aquela insegurança de me aproximar das pessoas e com a impressão de que se afastavam de mim quando eu puxava assunto, tenho fortes tendências a esses sentimentos mas não estou sempre assim, inclusive nesses últimos anos tenho progredido bastante mas às vezes a bad volta. Quando vi estávamos bem juntos eu e meus tios e primos conversando, zoando e rindo para caramba! Sou feliz, como estou feliz. Hoje eu acordei bem ressaqueado mas até valeu à pena, tô com alguma disposição e vibe positiva. Era o que eu precisava mesmo para voltar ao meu normal: Cerveja! Melhor remédio. Agora estou com ideias e vontade de fazer as coisas. Entre elas, pensei em criar um zine elaborando uns textos para falar de como o sistema é adoecedor, dessa vez com embasamento científico advindo da Psicologia que é um assunto que eu gosto também. Poderia colocar uma pegada punk defendendo a ética de respeitar diversidades, percepções, limitações e individualidades de cada pessoa. Acho que ia ficar maneiro. Estou na intenção de fazer uma lista de coisas assim que quero começar a escrever mesmo, assumindo um compromisso contra minha maior inimiga procrastinação.
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Eu ando meio revoltado, muito ódio acumulado e vontade de cuspir. Eu adorava esse sentimento de revolta, facilmente justificado porém incompreendido no meu meio de convívio. Hoje é mais fácil deu compreendê-lo, ao mesmo tempo que a maturidade freia minhas ações, que na verdade é mais reclamação e crítica mesmo. Às vezes seguro muita coisa em prol de não ser desagradável, não ser aquela pessoa que ninguém gosta ou que não gosta de ninguém. Minha mente está um verdadeiro caldo gosmento daqueles que as cores se encostam, se misturam mas não o suficiente pra ficar homogêneo devido a substâncias mais oleosas, gordurosas e outras mais aquosas e densas. Com pedaços sólidos boiando também e uma fumaça em volta por cima. Eu tô ali tentando catar alguma coisa, impossível de separar para entender o que está se passando. Evitando fazer alarme, com medo de identificar qualquer ingrediente e ser apontado como algo estragado porque de repente caiu um fio de cabelo.
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Ele a vê chegando e abre um sorriso. Ela vai se aproximando e ele se prepara pra cumprimentá-la. Quando ela chega ele abre mais o sorriso, então se abraçam. Eles começam a conversar, ele ri.
- Mas o que é que você ri tanto? - Ela pergunta, não irritada mas curiosa. E ele responde:
- É que estou muito feliz tendo você comigo.
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The Wake-Up Bomb
Existe um universo paralelo em que o Supeman sou eu onde compartilho a mesma realidade que o Capitão Pátria, ele é do mal com certeza e eu estava prestes a enfrentá-lo, me senti inseguro mas fui em frente assim como tem sido com tudo. O Batman é algum amigo meu dessa vida mas não consigo lembrar exatamente quem. Sonhei outro dia com isso, e os sonhos têm a capacidade de fornecer esse tipo de revelação, é quando nos conectamos com nossos outros EUs multiverso afora. A sensação é uma vibe bem Sense8, a noção de enxergar e vivenciar tudo sabendo que seu corpo é outro naquela condição. Não lembro mais tanto desse sonho, era colorido como uma história em quadrinhos. Eu deveria ter relatado e registrado no dia, assim que acordei como tenho costume de fazer, porque foi incrível! Meti a porrada no Capitão Pátria, enquanto ele se revelava ser muito mais poderoso do que a versão que conhecemos dele, muito mais forte e virando monstro. Acontece que a conexão que eu fiz com meu Eu Superman da outra Terra lá me permitiu controlar um pouco daquela realidade devido a minha habilidade de sonho lúcido (motivo ao qual não tenho medo do Freddy Krueger mas fiquei com cagaço do Michael Myers outro dia), o problema é que isso exigiu muita concentração da minha parte trazendo um risco enorme do meu despertar e não conseguindo lidar tão bem com os poderes que eu nunca tive nessa realidade.
Acordei bem feliz nesse dia, sorrindo que nem o Pato Donald aliviado que o nazismo era só um pesadelo. Aliás eu ando feliz com frequência. Há mais ou menos 8 anos eu sequer achava que fosse possível um dia eu estar tão bem comigo mesmo nesse aspecto (exceto por algumas condições externas que já são outro assunto) quanto às vezes me sinto ultimamente, momentos de bem-estar pessoal Apesar. Momentos antes de bater de frente na batalha com o Capitão Pátria eu estava em cima de um prédio, com alguém que não lembro se era o Batman, querendo conseguir voar mas totalmente inseguro de cair. Eu tenho um leve medo de altura potencializado recentemente por sensações desagradáveis de queda. Não sonhava que estava voando há muitos anos, os próprios sonhos lúcidos já andavam sumidos desde que eu descobri que essa habilidade existia devido a ansiedade.
Acontece que sonhos mais vívidos como esse, carregados de emoção e sentimentos, ocorrem no estágio do sono REM. Nosso corpo físico para totalmente para descansar, mas nossa mente fica ativa como se estivéssemos acordados. Outro dia tive contato com o vídeo no Tik Tok de um trecho de entrevista com a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, dizendo que pessoas com depressão não sonham. Ela explicou que um cérebro tem que estar saudável para a imaginação conseguir produzir um tal fenômeno, assim sonhar que está voando é sinal de saúde. As informações que consegui ter acesso rápido até agora dizem que pessoas com depressão podem ter dificuldade em chegar no estágio de REM devido aos distúrbios do sono, que fazem parte dos sintomas da depressão. No entanto, é comum que esses indivíduos tenham pesadelos. No resto do vídeo que consegui encontrar no YouTube a psiquiatra explica que pesadelos podem ser causados por problemas de oxigenação no cérebro durante a apneia do sono com a função de nos acordar por estar ocorrendo fisicamente algo indevido com o corpo. No estágio REM há demanda de oxigênio, uma vez que ele está em atividade e há produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina. E se o cérebro não trabalha como deveria isso pode levar à depressão. A apneia do sono pode ser causada por um bloqueio de entrada de ar na traqueia por parte da base da língua relaxada, a depender da posição em que dormimos.
Eu lembro de uma época, em que eu sonhava com frequência que estava mergulhando e prendendo a respiração, crises de enxaqueca também sempre foram frequentes na minha vida mas é possível relacionar ao fato de que eu estava tendo apneia do sono mesmo. Estou para dizer que sou burro e lesado por conta de sequelas da enxaqueca. Uma vez a pessoa que dormiu comigo disse ter reparado que apesar de eu não roncar eu parava muitas vezes de respirar. É certo que eu andava em depressão naquela época, só nunca fui diagnosticado por um profissional mas eu posso reconhecer os sintomas que nem alguém sabe que ficou gripado. Até porque dali em diante eu pensei muito que poderia parar de respirar de vez e acabar morrendo, e não lembro de ter tido pesadelos. Em fisiologia uma coisa sempre desencadeia outra, sempre envolvendo emoções e processos mentais. Se eu consigo voar é sinal de que estou saudável, e o exercício para poder voar aponta minha busca e desejo por saúde.
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Gestalt-Terapia
O fascínio pela Gestalt já começa pela constatação de que a mente humana possui maneiras inatas e espontâneas de perceber as formas, o modelo visual, como um todo. Associando com desenhos, ou imagens conhecidas, ou aprendendo e compreendendo o que já está formado, designado pela capacidade de organizar o emaranhado de informações transformando aquilo num conteúdo. E o conceito funciona em muitos aspectos da vivência humana, assim desenvolve-se a Gestalt-Terapia aprimorando esse elemento com existencialismo, fenomenologia, teoria do campo, humanismo, teoria organísmica. Afinal, uma série de fenômenos, essas situações do dia-a-dia que trazem registros de memória, atravessamentos, aprendizado e até traumas, desencadeiam consequências percebidas pelo sujeito que a vive por algum motivo está destinado ou supostamente orientado, configurado, a experimentar à sua própria maneira. Levando em conta não só como o indivíduo reage e interage com seu mundo, mas também o que há nesse mundo, nesse ambiente em que ele está inserido e que relações se estabelecem, como se estabelecem, porque se estabelecem daquele jeito. Justamente porque todos nossos sentimentos e capacidades sensoriais estão em atividade porque há algo que aparece para isso, conforme a gramática da língua portuguesa explica os verbos transitivos.
O interessante no processo é investigar a intencionalidade da consciência, avaliar os valores, suposições, histórico, lógica, marcações que levam a os pensamentos, os sentimentos, a percepção, para o lugar que elas vão. Uma ideia pode ser como uma bola de neve descendo uma montanha, acumulando-se enquanto pega velocidade, desviando de obstáculos ou sendo interrompida, derretendo com o calor, perdendo velocidade por causa do desnível do solo ou fazendo algum estrago quando colide com algo mais frágil. Analogias à parte, é importante entender que experiências passadas influenciam na forma que se experimenta o presente também. O lugar onde chega-se é determinado pelo caminho que foi trilhado, então. A consciência é capaz de fazer escolhas sobre o que levar ao longo do caminho e onde desviar para deixar o trajeto mais leve.
O Aqui & Agora revela a situação atual e total de como o universo particular do indivíduo se encontra, o resultado pode ser especulado de acordo com o que entende-se de causa e efeito. No entanto o processo terapêutico não se apega ao foco principal dessa investigação, não é o porquê e sim como. O que é ótimo para quem anseia tratar de suas angústias breves e situações atuais difíceis de lidar com pouca relação de seu estado psíquico oriundo de um inconsciente carregado desde que se entende por gente, desde sua formação como sujeito melhor dizendo. O que é essa dificuldade, esse problema? Como se apresenta, como aparece, como acontece?
Estou para contar uma experiência que tive com uma profissional dessa abordagem que me questionava como um robô “em que momento isso acontece?” em tudo que eu falava. Hoje compreendo a falta de tato dela, talvez profissionalismo. Porém é exatamente essa a maneira de conduzir o paciente ao desvendamento das situações promovendo seu autoconhecimento, porém deve saber como estabelecer um vínculo para tal. O processo é humano, exige cuidado, respeito.
É importante reforçar a ideia de que. embora existam limites éticos e morais para determinados atos, não há um jeito certo de pensar, agir nem ser. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” “e tá tudo bem”. Essas fundamentações teóricas implicadas na Gestalt-Terapia trazem autonomia e liberdade para o sujeito que vão se transformar em “aceitação”, segurança, auto-estima. Principalmente quando ele chega carregado de uma culpa por não se sentir encaixado socialmente, em ocasiões que podem ser inalcançáveis e desnecessárias a ele, carregadas de estigmas, muitas vezes preconceito. Até mesmo nos casos onde estar carregado de preconceitos e estigmas faz com que o indivíduo viole o respeito ao próximo há conscientização, releitura de seu mundo co-habitado com espaços além de sua realidade individual. Se o espaço do outro, ou como outro age ou é o incomoda por causa de alguma raiz cultural em seu modo de vida que ele traz consigo, ele pode se reeducar, encontrar novas percepções. O termo mente fechada, ser quadrado, se enquadra perfeitamente na abordagem da psicologia das formas quando pretende tratar disso.
Obviamente é importante que o terapeuta esteja livre de suas bagagens também, pois ele está prestes a embarcar no universo do paciente onde suas regras não podem ser colocadas em hipótese alguma, não há uma Verdade prévia e real para ser posta em prova ali, pois isso interfere na autonomia que o indivíduo controla seu funcionamento. Sem querer ser mecanicista nessa analogia, mas o terapeuta deve fazer a leitura do sistema com as informações fornecidas pela pessoa atendida mas está proibido de fazer alterações no sistema de acordo com suas crenças de que funcionaria melhor de outro jeito. Também é possível aplicar a ideia do mito da Caverna de Platão sobre expor o que há além das sombras, rever as formas causadas por impressões imediatas. A Gestalt-Terapia traz alguns exercícios como auxílio, colocando a pessoa numa situação hipotética mas muito competente em trazer reflexão estimulando novas formas e pontos de vista.
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Bring it to Fire Until it Melts
Nesse período estou passando por uma série de auto-cobrança, cheguei a conclusão disso depois de uma postagem polêmica no Twitter, que talvez eu fale sobre. Acontece que ao ler qualquer assunto desses eu sinto necessidade, não de emitir, mas de pelo menos formular uma opinião em face daquele estímulo reflexivo. Leio alguns comentários, mas prefiro evitar porque quero formular minha própria opinião sozinho. Muitos comentários mesmo que estando em oposição se revelam coerentes e plausíveis, devo escolher um lado para me posicionar embora eu nunca consiga ser tão objetivo diante de algumas circunstâncias. Sempre levo em consideração o máximo de variáveis possíveis, o difícil é decidir qual deveria pesar mais. Também me coloco numa situação invertida onde eu saberia exatamente com o que concordar, porém o risco disso é cair na falsa simetria. “E se…”
Muitas polêmicas eu encaro como não sendo problema meu, é aí que eu percebo o quanto estou me cobrando. Pois uma voz do anjo sussurra no meu ouvido me acusando de apenas estar fugindo da situação com essa desculpa. Por pura preguiça de pensar, de fato. Estou ansioso, por causa da procrastinação diária. E me cobrando por não ter realizado nem cumprido com os objetivos e com tudo que já poderia estar pronto, e o autocontrole falhando junto com a própria organização que eu julgo necessária para poder dar partida nos feitos. Uma péssima memória de trabalho entre outros problemas que não sei qual é a causa no momento, que tento relaxar pois já é tarde então decido descansar para ir com tudo amanhã. Queria entender o motivo do desânimo, sinto medo de estar doente, penso algo místico como energia sugada, alinhamento planetário, estação do ano, ou algo menos compreensível por mim mas que faz sentido do ponto de vista metabólico ou fisiológico como noite mal dormida, alimentação, uso de substâncias que na verdade não usei além de açúcar e a vontade de comer doce intensa.
Junto com o problema do auto-controle tem o de concentração, a ansiedade com muitos pensamentos e ideias aparecendo. Não consigo parar e me dedicar. Ainda acredito não ter TDAH embora esses sintomas que aparecem sejam similares. E se eu estiver assim porque estou me reprimindo de fazer outras coisas que tenho desejo resultando num bloqueio geral? Às vezes penso em tanta coisa, e me cobro também o sentido que elas fazem, assim filtrando até mesmo as ideias pra poder colocar minha indecisão sobre. Às vezes sinto uma esperança de que de repente vai explodir uma energia em mim pronta pra fazer tudo de uma vez, como já aconteceu antes. Só não gosto de ficar mal acostumado com ela, entretanto é a minha dose de otimismo.
Peguei um caderno para ir listando as coisas pra fazer, de vez em quando faço isso com aquela mesma intenção de Agora Vai e acaba ficando por isso mesmo. É como um primeiro passo, e me ajuda a tirar do abstrato tornando mais palpável, concreto e linear os tais dos afazeres. Certa vez montei uma planilha com “O que fazer” e “Quando” para me ajudar a organizar. E ainda tinha um “O que acontece” para que as consequências negativas que eu devo evitar reforçassem meu compromisso e me estimulassem. Não a segui mas não me pareceu má ideia e acho que vou insistir nisso. Sempre acho que se algo não deu certo eu devo abandonar, mas quem sabe insistir não virá mais uns passos até dar certo. Quando peguei um caderno para fazer a lista, por sorte abri numa página com um escrito meu sobre autocontrole, comentando sobre a necessidade de nutrição e exercício para as funções cognitivas que nos fortalece de Força de Vontade. E isso me ajudou em boa hora, como o sinal que eu precisava. A mensagem do Eu do Passado ali pronta pro Eu de Agora lembrar o que pode ser feito, pelo menos quanto a essa parte do problema de ter mais disciplina e resistência. Quanto a parte organizacional por enquanto vou continuar com a insistência do que eu ainda não consegui efetivar.
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Celular - Um Grito de Socorro Nem lembrava que o Chris Evans tava no filme, só me liguei agora porque fui procurar uma imagem do filme. É um daqueles filmes de suspense bem início dos anos 2000 que às vezes sinto saudade de assistir. Esses filmes prendiam muito bem minha atenção e me deixavam tenso de um jeito bom. Trazendo alívio no final, claro. O que eu gosto de comentar nesse filme é o aparelho utilizado por um dos protagonistas, no caso Chris Evans no início de carreira. As cenas dão vários destaques, até hoje eu achava que a Nokia havia mandado fazer esse filme que pra mim é uma grande propaganda. Na verdade quando foram produzir entraram em contato com outras empresas e foi a Nokia quem topou dar essa moral. Engraçado que o roteiro original teria críticas sutis a sociedade obcecada por esses avanços tecnológicos na telefonia que já avançaram tanto que chegamos num patamar onde ninguém se importa muito mais e o que fazemos é abraçar de vez. Eu particularmente aprecio aquela ideia de pessoa aleatória e comum se tornando heroi por puro acaso que o filme também traz e foi enfatizado no roteiro somente depois quando pego pra ser produzido. Não lembro quando exatamente eu vi o filme, lançado em 2004 e os celulares com câmera ainda estavam aparecendo. Só lembro que eu queria muito o Nokia 6600 do filme. Não deixo de reconhecer a influência do marketing sobre isso, mas nessa época a gente já gostava dos modelos dessa marca pela durabilidade e o clássico jogo da cobrinha. Imagina um modelo tão moderno e atualizado, capaz de salvar uma vida por causa da câmera e capacidade de enviar as imagens.
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