lepoetemarga

[lepoetemarga]

Folhas de Outono

As folhas tombam

Rolam

E morrem.

Sao as folhas de outono

Que ontem foram de primavera

Que ontem eram todo o verde

E hoje são somente folhas secas.

Eu canto as folhas de outono

Eu canto o amor que rola com as folhas

E morre...

Eu canto a memória da primavera

Onde o amor floresceu.

As folhas se perdem e morrem

O amor morre e se perde...

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Perca de Tempo

Tempo que não me dá tempo

Pois o tempo perdeu-se no tempo;

O que procuro ainda tento

É meu intento ir atrás do tempo.

Tempo esperado

Tempo perdido

Tempo passado

Tempo induzido

Sou detento deste tempo,

Ja não entendo quem é lento:

Se sou eu ou se o tempo

Que vai sem me dar alento.

Tempo passado, tempo futuro,

Quem é o tempo no presente?

Não o vejo, não o sinto,

Nem o pressinto;

Com a barriga empurro o tempo

Que passa e não o seguro.

Acho que não existe o tempo,

É ilusão que o tempo cria.

Nesta vida não há tempo

De iludir com poesia,

É pura perca de tempo

O tempo da fantasia.

Margarida Maria

[lepoetemarga]

"Cheia de nove horas"...

Altas horas, as horas mortas,

Contando as horas, fora de hora,

Ela fez hora, madrugada afora.

Sabe de Deus, porém, não ora,

Na "hora H" a prece vai embora,

Não tem uma hora, mas, se faz hora,

É que seu ânimo já foi embora.

Chega a "hora da onça beber água"

Mas a hora do silêncio é um horror,

"Trinta e seis horas" serão poucas

Para extravasar sua hora de dor.

De hora em hora espia o relógio,

Que compassado e sem indulgência,

Não liga se ela lhe conta as horas,

Nem percebe sua aflita clemência.

Pela "hora da morte" está a vida,

A horas mortas na cama ela rola,

A insônia é o mal que a sufoca

E há quem diz - pobre Senhora! -

Que está "cheia de nove horas"!...

(Homenagem à minha vizinha, doente do corpo e da alma)

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Por um Fio

Está tudo por um fio,

A alegria é a vontade,

Pendurada por um fio

Está a vida, a realidade,

Que será dita de fio-a-pavio.

Não se pode perder o fio

Que conduz o destino.

A história de cada um

É um fio-condutor

De ventura ou desamor.

Pode-se matar a dor

Levando-a a fio-de-espada

Reatando o fio do amor

Que conduzir à nova estrada.

O fio desta meada

Segura a vida por um fio

Nela sr dá gargalhada,

Nela se morre de frio.

Num fio deste cabelo

Ninguém toca impunemente,

Se a vida está a fio,

Afiada está a mente,

Demente

Que mente

e

desmente.

Furtivamente

Fortemente

-Incoerente!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Só a Só

Noite de chuva...

Chuva triste,

Chuva mansa...

Vida triste,

Olhos de chuva

Saudade mansa...

Uma lagrima triste

Uma lembrança de chuva

Uma imensa ternura... mansa...

Chuva mansa e triste

Lembrando a felicidade a dois,

Encontros ternos, a sós.

E agora, só, em pensamento,

Por determinação da vida

Sinto que você também me quer nesse encontro...

Mas estamos na vida

Só a Só!...

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Vice-versa

Procurando inspiração

Cobsegui inspirar ação,

Mas este é o seu destino!

Versos, vice-versos, deste hino

Que traduzir meu desatino.

Ao ficar sintonizado

Em meu intuito sinto lezado.

Preciso que seja sincera

Sim, será o seu legado.

Volte seus pensamentos somente

Para o dizer da verdade,,

Pois se a fala só mente

Nao vê idade, nem é complacente.

Alguém quer lhe confundir

Não confunda com fundir,

Enfrentr cada palavra

Vá em frente sem cair.

Suave, mente em perfidia

Quem fala suavemente

Quando notar tal sensação

Poderá estar sem ação.

Se tudo ficar calmaria,

Nao perca a calma - ria,

Em clarões será envolta

Para ver bem tudo em volta.

E nesse troca-troca

Ponho meus versos em fim!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Juventude

Juventude é o momento

O agora

É estado de alma que vibra

E chora.

É beber taças de felicidad4

Chirar lágrimas de saudade

E abrigar no peito um coração

Repleto de aventura e emoção.

Juventude é não olhar para trás,

É querer ir adiante e mais trilhas explorar

É deixar rastros que se apagam

Como na areia perto do mar

É cantar o choro

É chorar o canto

É rir do sofrer

É sofrer sorrindo.

É explorar a vida

Como a caverna tenebrosa

E tirar de letra cada aventura

Para depois, numa noite escura,

Se perder de vez

E pensar em loucura...

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Laços Eternos

Há fios invisíveis

Pendurados no universo

Que nos prendem e nos unem.

Sabiamente.

Prudentemente.

E nossas vidas se cruzam

E se entrelaçam os fios

Que não se desatam jamais.

Corretamente.

Sensatamente.

Sao os laços eternos do amor,

Do ódio ou da dor,

Que fazemos ao cruzar os fios.

Do passado.

Do presente.

Do eternamente.

Vida após vida somos os mesmos,

A tecer com os fios da evolução

Reencontrad que causam alegria,

Repulsa ou forte emoção.

Todos envolvidos enlaçados,

Reparando erros, cometendo erros.

Odiando.

Amando.

Perdoando.

Os laços eternos

Sao para o amor e o perdão

Pela lei sábia divina

Do renascer.

Do recomeçar.

Da reencarnação!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Vida e Fé

Singrando os mares da vida,

Encontrei tubarões atrozes

Que perseguiram vorazes

As minhas velas velozes.

Singrando mares poluídos

Asfixiei-me com o óleo negro,

Desviei-me de manchas malditas

Mantive intacto o veleiro.

Singrando mares gelados,

Com icebergs querendo me tombar,

Naveguei com atenção redobrada

Para não me deixar naufragar.

Agora o mar é sereno,

As ondas acalentar meu canto,

Tudo é azul tranquilo de paz.

O meu barco, mesmo pequeno,

Enfrentou adversidades

E de trazer-me foi capaz

Ao Porto da Felicidade.

Hoje repousarei tranquilo,

Prepararei minha fragata

Para outra viagem na vida

Onde tudo se repetirá

Nos mares que irei singrar.

Minha experiência me ajudará;

Minha FÉ me salvará!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Versos sem cuidado

Meus versos pobres, de poeta apaixonado,

Pobre poeta pela vida arrebatado!

Que tudo canta, a que nada encanta,

Só estes versos feitos sem cuidado!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Se o Pai me permite

Se o Pai me permite

Cantarei a canção

Tao suave e profunda

Que vem do coração.

Se o Pai me permite

Tocarei a estrela

Que há muito me assiste

Pela minha janela.

Se o Pai me permite

Serei raio de Sol

Para iluminar sua vida

Ser no escuro um farol.

Ah! Se me permite o Pai

Serei versos de amor

Que irão lhe seguir,

Abraçar, conduzir...

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Ode a um Amigo

Amigo,

meu grande amigo,

fiel inseparável.

Que caminha comigo,

Dia após dia - insanável!-

Sem nada pedir em troca

Sem nada reclamar

Ou comentar!

Mas que conhece o dia do riso,

E melhor ai da o dia de lágrima

-que chega a incomodar-te-

E anomimo, quase esquecido,

faz-te luz no escuro,

Nitidez no confuso,

Certeza no inseguro.

Contigo eu não nasci

mas já precisava de ti;

E ainda jovem, criança,

Puseste-te a minha frente,

Renovando minha esperança,

Ajudando-me a abrir a mente.

Hoje, quando o dia termina

E o sono chega tranquilo,

Nao devo dormir contigo.

Entao, repousas paciente,

Ao meu lado, invariavelmente,

Pois, se acordo de repente,

Quero-te outra ez comigo.

Clareias meu caminho no mundo.

Interessante! Também escuto melhor

Se insistes em me servir!

Eu não posso viver sem ti.

Quando da morte eu cruzar a fronteira,

Godtaria que tu fosses comigo.

-mais confiante ficaria contigo!-

Em gratidão e grande apreço,

A ti -meus oculos- estes versos ofereço!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Aconchego

Fugi

Não sei de onde.

Achei

Seus braços pra me agasalhar.

Sinto frio, imenso frio,

No corpo, alma e coração

Fugi para ter a paz

E não a encontrei, então.

Achei

Na curva do caminho

Alguém capaz de me dar carinho

Carinho bom, amor de mãe,

E me aconchego nos braços seus,

Quero que fique a me proteger

E não me deixe dizer adeus.

Não vou fugir, achei calor,

Se ainda tremo é de emoção

Encontrei alguém que com amor

Agasalhou meu coração.

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Droga:

TRITURADOR

De sonhos

De vidas

E encontros

DEMOLIDOR

De alegrias

De esperança

E cantos

DEGENERADOR

De carinhos

De desejos

E razão

POLUIDOR

De família

De amizade

E coração

SALVADOR

JESUS

Caminho

E solução

LIBERTADOR

JESUS

Vida

Ressurreição!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Calmaria

De repente tudo ficou assim -marasmo!

Sem nadampara fazer

Sem nada para pensar

Acostumei-me ao vazio e ao silêncio

Só escuto minha voz -sarcasmo!

Está tudo parado -calmaria!

Como se nada houvesse ao redor

A solidão bate lenta e muito forte

Num coração que habituou à sua sorte -hipocrisia!

Até quando ficarei a balançar

Em ondas pacatas a navegar?

Se num turbilhão de sonhos me perdi

Neste vai-vem não consigo me encontrar.

Calmaria é paz ou abandono?

É lembrança ou esquecimento?

É benção ou vingança?

... é tudo que tenho no momento!

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Aventureiro

Aventureiro é o meu destino;

É a vida de quem segue sem pensar

Em consequências funestas

Nas voltas que o mundo dá.

Aventureiro foi meu nome um dia

Quando tudo parecia cor-de-rosa

Quando a vida parecia fantasia

Quando vivia a jogar conversa fora.

Aventureiro do destino e da vida,

Fiz viagens fantásticas sem passagem,

Fiz passagem fantástica de vida

E mudei, de repente, meu destino.

Hoje sou aventureiro da dor

E do silêncio.

A aventura sempre acaba no escuro,

Aventureiro do nada,

Do vazio...

Aventuras de luz, hoje procuro.

Margarida Maria

[lepoetemarga]

Mundo de dor

Não, não vá me dizer

Queno mundo é feito

De alegria e prazer.

Por mundos andei

E vi tanta dor;

Nao vi alegria,

Nao vi o amor.

Havia gemidos

E ranger de dentes

Muitos feridos

E muita corrente.

Que mundo é este?

Onde mora o amor?

So encontro abrigo

Na solidão e na dor.

Quero sorrir e cantar

Quero a alegria do mar,

Quero ver seus olhos em festa

Quero a magia da doce seresta.

Enquanto viver nesta vida de sonhos,

Que nem é morte, nem vida - é engano.

Quero cantar belos cantos de pranto,

Quero a alegria do barco voltando...

Margarida Maria