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Textos perdidos de uma escritora em crise
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Estações
Pensava que era outono Seca, pálida, previsível Como as folhas que caem ao chão Pensei um dia ser inverno Fria e gélida, calma como o vento Porém impetuosa como as tempestades Lembrei do verão Do calor, do aconchego, das paixões Da intensidade que eleva a temperatura Primavera me veste bem As cores, os cheiros, as sensações A sensibilidade que guardo em mim Mas seria de fato eu, sendo uma só? Sem a ventania ou a brisa quente, Sem o sol ou sem a chuva, Sem as noites claras e os dias nublados? Pois sou essa terrível confusão Tão bagunçada que por vezes me perco Mas ao mesmo tempo tão organizada Que me encontro completamente imersa Em minhas próprias estações
Beatriz Godina
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Enquanto te leio
Enquanto te leio, sinto você dentro de mim, como uma faca a rasgar meu peito, como um espinho a furar minha pele, como o vazio a preencher cada espaço úmido e frio da minha alma. Sinto suas mãos quentes afagando meu corpo sem nem estarem aqui, sinto seu calor em meus braços estando eles vazios, sinto até mesmo o seu respirar. Sinto dor na sua partida, mesmo não tendo a alegria da chegada, sinto o vai e vem do seu silêncio e sinto a calma da tua voz mesmo sem nunca tê-la ouvido. Sinto o seu cheiro me embriagar e tampouco sei o seu perfume. Sinto teus lábios nos meus e nem sei dizer como eles são. Sinto a presença da tua ausência de forma que chega a me machucar. Sinto você, de todas as formas que se pode sentir. E eu sinto por você não sentir, o que eu sinto por você. Beatriz Godina
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A Noite
E quando não consigo dormir, procuro em vão na escuridão que invade meus olhos, alguma brecha por onde escape luz. Fecho os olhos e continuo vendo o nada, ou melhor, continuo vendo o escuro, a ausência de luz, aquele que esconde tanto e ao mesmo tempo revela coisas demais.
Começo a caminhar no meu quarto escuro apalpando os móveis pelo caminho. Olho para o rumo do espelho e nada vejo, começo a pensar o que poderia estar ali dentro escondido.
Ouço barulhos estranhos e só sei sentir medo. Um medo irracional, bobo, sem nenhuma explicação. Mas eu sinto, está aqui dentro de mim e eu posso sentir ele. É real. É frio e congela meu corpo da cabeça aos pés.
Qualquer sussurro me assusta e meu sono continua ausente, escondido em algum beco escuro. Talvez ele esteja rindo de mim, da minha fragilidade e estupidez. Nesses momentos me torno tão fraca que quebraria ao mais simples toque, apenas um sopro na minha nuca bastaria para que eu me dobrasse em mim mesma, de medo, de pavor.
Fugir não é e nunca foi uma opção. Testada por muitas vezes, se comprovou uma tentativa falha de solucionar os problemas. Afinal seus medos vão te seguir, onde você estiver, estarão eles com você.
Volto correndo pra minha cama, afinal o que me resta é me esconder por entre os finos lençóis que agora cobrem meu corpo trêmulo. Trêmulo não apenas de medo, mas de um frio estranho que me acompanha até mesmo nas estações mais quentes.
Poderia tentar conversar comigo, dizer a mim mesma que está tudo bem, quem sabe possa afastar os fantasmas com o som da minha voz. Mas não chega a ser preciso. O sono há muito já se cansou de brincar e agora se prepara para se apoderar da minha mente perturbada.
Talvez seja ele uma espécie de remédio anestésico, que acalma o corpo e aquieta a alma, pois quando acordo estou bem, me sinto nova e o medo não me domina mais.
Mas é como dizem, nenhuma felicidade é eterna. Eu sei que mais tarde a noite voltará. Espero estar preparada dessa vez.
Beatriz Godina
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E sem perceber,
me vi no fim do arco-íris preto e branco que pintaram no meu céu.
E tudo o que tinha lá era a poesia morta,
enterrada ao lado daquilo que chamávamos
liberdade.
Beatriz Godina
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Desculpa
Me desculpa por ter sido fraca a ponto de não ser sincera, por ter me jogado no caminho mais fácil e não ter deixado você se desprender da mesmice que era a nossa vida. Me desculpa por não ter pensado bem ou por ter pensado demais, muitas vezes deixando de fazer coisas que nós queríamos e não nos permitíamos fazer. Me desculpa não ter sido clara nem objetiva, não saber direito o que eu queria e ter te arrastado nessa lama de incertezas e dúvidas. Me desculpa por não ter sido sua melhor escolha, por não ter sido seu melhor caminho e de longe sua estrada mais segura. Me desculpa por não ter gostado tanto, não ter mostrado o quanto sentia, não ter sentido o quanto queria e por não demonstrar. Me desculpa pelas horas perdidas, pelo tempo roubado e por todas as coisas que você poderia ter feito sem mim. Me desculpa se escondia quem eu era, se menti ou se falei algo que n��o era próprio da pessoa que eu sou. Me desculpa por não ter sido suficiente, por te fazer desistir e por querer desistir. Me desculpa por não ficar feliz agora que já não te tenho mais. Me desculpa por nunca ter sido realmente sua. Me desculpa pela demora em pedir desculpas. Me desculpa por não te mandar esse pedido de desculpas. Me desculpa por repetir tantas vezes, desculpa.
Beatriz Godina
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