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menterefletida · 3 months
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Livro II - A República
Divisão dos bens
No livro II, Sócrates argumenta com Gláucon e expõe a tríplice divisão dos bens.
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A tríplice divisão dos bens
Primeira classe de bens cuja posse aspiramos, não pelo efeito que produzem, mas por eles mesmos.
Segunda classe de bens que são desejáveis não só em si mesmos, mas também pelos seus resultados.
Terceira classe de bens, todos esses nos beneficiam, mas nos são penosos e ninguém os escolheria por si mesmos, senão unicamente pelos ganhos e outras vantagens que deles resultam.
Gláucon desafia Sócrates a provar que o homem justo é melhor do que o injusto. Gláucon diz que todos que praticam a justiça o fazem contra sua vontade
Seguindo essa linha, Gláucon define a origem e essência da justiça como um meio termo entre:
o maior bem → cometer injustiça sem sofrer castigo
o maior mal → sofrer injustiça sem poder castigá-la
Segundo Gláucon:
A justiça é aceita não como um bem, mas como algo que se respeita devido à incapacidade dos homens para cometer injustiça sem poder castigá-la.
Não há maior perfeição na injustiça do que fazer-se passar por justo sem o ser.
Quem é mais feliz, o justo ou o injusto?
Gláucon propõe dar poder e reputação para o injusto, e o justo terá tudo menos a sua justiça retirada de si. Tendo o injusto e justo chegado ao extremo, poderão decidir qual dos dois é mais feliz.
Sócrates então diz que é mais fácil ver a justiça no Estado do que no indivíduo, pois a natureza da justiça nos Estados e nos indivíduos diferem-se.
Sócrates sugere a criação de um Estado para que ambos possam observar como desenvolve-se junto dele a justiça e injustiça.
Na opinião de Sócrates, um Estado nasce das necessidades dos homens, pois ninguém basta a si mesmo, mas todos precisam de muitas coisas.
As grandes necessidades da vida e as classes de cidadãos que lhes correspondem
Provisão de alimentos
Habitação
Vestuário
Divisão do trabalho por aptidão, cada pessoa trabalha melhor dedicando-se a apenas um ofício.
Sócrates acha necessário a educação do corpo e da alma. O corpo com a ginástica e a alma com a música.
Sócrates fala também da necessidade de líderes chamados "guardiões". Para manter a ordem e proteger o Estado, Sócrates acha necessário que durante o ensinamento aos guardiões, façam a censura de mitos e fábulas que retratam a indecência dos deuses. Um guardião crescer ouvindo mitos e fabulas sobre deuses que matam uns aos outros e vivem na corrupção não seria o ideal para o processo de civilização do Estado.
Segundo Sócrates, se a divindade é boa, só é causa do bem. Não deve-se deixar que explique males como obra divina, e se fizer, terá de fazer o mesmo com coisas boas.
A divindade não é autora de todas as coisas, mas unicamente das boas.
A divindade não pode ser modificada por outra coisa, nem deseja modificar-se.
Para finalizar o livro II, Sócrates fala dos dois tipos de mentiras:
A verdadeira mentira (ignorância que existe na alma do enganado)
A mentira expressa por meio de palavras
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menterefletida · 3 months
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Livro I - A República
A Natureza da Justiça
Sócrates, por meio da dialética, argumenta sobre a justiça com Céfalo, Polemarco e Trasímaco. Os três possuem diferentes concepções sobre o que é justiça.
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Céfalo diz que a justiça é falar a verdade e devolver o que pegou-se emprestado.
Sócrates o refuta dizendo que a justiça não limita-se a falar a verdade e devolver o que pegamos emprestado, sugerindo que a justiça deve ser mais do que simples honestidade.
Polemarco diz que deve-se dar a cada um o que lhe é devido, e que devemos fazer o bem a amigos e mal a inimigos.
Sócrates o refuta dizendo que isso não é realmente justo, pois o prejuízo dos outros contraria a natureza benéfica da justiça.
Trasímaco trás a visão dos sofistas, dizendo que a justiça é o interesse do mais forte, ser injusto é mais vantajoso do que ser justo.
Sócrates o refuta dizendo que se a justiça é absoluta, não pode ficar à mercê da vontade do mais forte.
O livro I é concluído sem uma definição completa sobre o que é justiça.
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menterefletida · 3 months
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Pré-leitura
A República - Platão
Nesse livro, Platão utiliza Sócrates como personagem principal que, por meio da dialética, expõe suas ideias de como seria uma república ideal.
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• Método Dialético: perguntas e respostas para refutar as definições apresentadas.
Três pontos da dialética
Ideias:
Pensar
Questionar
Hierarquizar
Idealizando a filosofia política, Platão critica a democracia e questiona o que seria a justiça.
Para Platão, a sociedade justa seria dividida em três principais classes:
Classe Econômica
Classe Militar
Classe Magistrada
Nessa sociedade, haveria uma organização da sociedade pela separação de pessoas por aptidão; separar as pessoas para fazerem aquilo que nasceram pra fazer.
Outros pontos:
Ninguém pode garantir que o estudioso não seja corrompido, a ignorância corrompe, uma vez que saiba o certo, não fará o errado.
O estudo não impede a corrupção.
Se a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor.
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menterefletida · 3 months
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Grupo de Estudos Filosóficos - Relatório II
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Após o primeiro encontro e a orientação do professor, o grupo iniciou a leitura do livro "A República" de Platão com o objetivo de se aprofundar na filosofia política. A obra, considerada uma das mais importantes na história da filosofia, proporciona uma base sólida para a compreensão das questões que envolvem a justiça, o poder e a organização do Estado. A abordagem de Platão oferece uma reflexão sobre a natureza humana e a construção de uma sociedade ideal.
Durante as reuniões, o grupo discutiu o conteúdo da obra, que é dividida em dez livros. O grupo atualmente está no processo de leitura do livro III, analisando e discutindo os principais temas apresentados por Platão no decorrer da leitura.
Com essa abordagem, o grupo espera não só entender as teorias de Platão, mas também desenvolver uma visão crítica e prática da filosofia política. Queremos aproveitar as discussões para enriquecer o conhecimento de todos e se preparar melhor para enfrentar questões políticas e sociais do mundo atual.
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menterefletida · 3 months
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Death Note
Utilitarismo - As Duas Faces da Justiça
Como o mangá “Death Note” de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata incorpora a corrente filosófica do Utilitarismo.
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“A justiça é a mesma em toda parte: a conveniência do mais forte.” - Trasímaco em: A República.
contém spoilers!
Death Note - Contextualização
Utilitarismo - As Duas Faces da Justiça
Light Yagami, um estudante do ensino médio extremamente inteligente e talentoso, estava vivendo seus dias em tédio. Até que um certo dia, Light vê um caderno misterioso cair no pátio de sua escola. Após as aulas acabarem, ele resolve ir investigar. Ao pegar o caderno, ele verifica seu conteúdo e acha que o caderno não passa de uma brincadeira ridícula, pois o caderno promete matar qualquer um que tenha seu nome escrito nele. Ainda que Light ache que o caderno não passa de uma farsa, decide testá-lo.
Para testar o caderno, caso ele seja real, Light só tem um requisito: a pessoa que usará para testar o caderno deve merecer morrer. Na TV, o caso de um criminoso que está fazendo de refém crianças e funcionários de uma creche passa e prende a atenção de Light, ele achou a pessoa perfeita para testar a veracidade do Death Note, nome dado ao caderno capaz de matar qualquer um. Conhecendo o rosto e o nome do criminoso, Light começa a escrever sem muita crença. Quarenta segundos depois, o noticiário informa que os reféns foram liberados e o criminoso morreu misteriosamente de parada cardíaca.
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Death Note, Capítulo 01 - Light Yagami procura alguém em que possa testar o death note.
Light testa o caderno em pessoas que ele acha serem merecedoras da morte, confirmando que o que tem em mãos é um instrumento que pode matar pessoas sem esforço algum.
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Death Note, Capítulo 01 - Light Yagami surta após matar mais uma pessoa com o death note.
Tentando manter-se forte e resistir mentalmente ao que acabara de fazer, Light sente-se motivado e promete mudar o mundo usando o death note para acabar com os crimes e “limpar” a sociedade, já que ele pensa ser o único capaz de realizar tal façanha. Light começa planejando fazer uma “faxina” na terra, enfatizando seu ego e dizendo que fará a sua existência ser reconhecida como aquele que trará a justiça. Finalmente, Light declara que criará um mundo perfeito, onde prevalecerão somente aqueles que ele julgar honestos e de bom coração, tornando-se “o Deus do novo mundo”. 
Em meio a tanto caos, a matança de Light é notada e vista como “punição divina”, ele acaba recebendo o nome de Kira (pronúncia japonesa da palavra inglesa Killer – assassino) e começa a ser venerado por aqueles que foram injustiçados por criminosos que não receberam a punição que deveriam do sistema judiciário.
Death Note - Contextualização
Utilitarismo - As Duas Faces da Justiça
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Death Note, Capítulo 11.
“O homem justo não procura avantajar-se aos outros homens justos.” – Sócrates em: A República
L Lawliet, o melhor detetive do mundo,  nota que a taxa de criminosos morrendo de parada cardíaca está aumentando e presume que não trata-se apenas de uma mera coincidência, há um culpado por trás de todas essas mortes e esse culpado está no Japão.
L monta uma armadilha junto com a polícia para tirar suas dúvidas sobre como esse criminoso consegue matar. L manda um presidiário condenado à morte aparecer na TV nacional japonesa passando-se por ele. Com sucesso, L não só consegue determinar as condições para o funcionamento do “poder misterioso” de Kira, mas também descobre que o mesmo reside em uma região específica no Japão. L declara guerra e jura pôr um fim à matança discriminada de Kira, o conflito entre os gênios começa.
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Death Note, Capítulo 05 - L reúne informações sobre os possíveis suspeitos de serem Kira.
Light torna-se suspeito por ser filho do policial que está trabalhando no caso Kira, mas consegue até o fim esquivar-se das desconfianças de L, que apesar de ter suspeitas, não possui provas o suficiente para acusá-lo com convicção. É um jogo entre duas “crianças” que detestam perder, Light junta-se a L para ajudar a encontrar Kira e, ao mesmo tempo, esconde quem realmente é.
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Death Note, Capítulo 19 - L revela-se para Light.
“Os príncipes, especialmente os novos, encontraram mais fé e utilidade naqueles homens a quem, no início do seu poder, viam com suspeita do que naqueles em quem começaram confiando.” - Nicolau Maquiavel
Death Note - Associação
Utilitarismo - As Duas Faces da Justiça
Em Death Note, observa-se o contraste entre as duas ideias de justiça que encaixam-se no utilitarismo; promover o bem de todos os cidadãos. Ambos os personagens querem, no fim, um único objetivo; a felicidade e harmonia do coletivo através da justiça. No entanto, as abordagens que ambos os personagens, Light e L, possuem para chegar nesse objetivo, diferem-se.
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Death Note, Capítulo 75.
• A abordagem de Light.
Para Light, o bem maior será alcançado pelo extermínio de criminosos que ameaçam a paz e a segurança da sociedade, beneficiando a maioria da população com um resultado imediato na redução da criminalidade. Assim, Light trás com suas crenças uma visão maquiavélica: os fins justificam os meios.
Se os fins justificam os meios, para Light, o sacrifício de inocentes não demorou para acontecer e nem foi difícil, ele foi corrompido moralmente pelo seu próprio objetivo “justo” e estabeleceu a condução pelo medo. Light passou a enxergar todos que iam contra o seu método de aplicar a justiça como inimigos, tornando-os merecedores da morte quase que imediatamente. Por meio do medo e da tirania, ele adotou métodos absolutos, egoístas e autoritários, somente ele poderia definir e aplicar a justiça pois era o único com poder e capacidade para fazê-lo. Para Light, ele é o juiz, júri e executor.
• A abordagem de L.
L acredita na importância da lei e da moralidade, buscando justiça através de métodos racionais e éticos, utilizando sua inteligência e habilidades dedutivas. No entanto, ele também está disposto a infringir leis em situações extremas, justificando suas ações como necessárias para capturar Kira e evitar mais mortes. Apesar de ter uma forte convicção de estar servindo à justiça, sua abordagem visa manter a integridade do sistema e minimizar danos, mas a violação das leis que ele mesmo valoriza mostra as dificuldades de combater uma ameaça como Kira dentro dos limites do sistema legal. 
Percebe-se então como o sistema legal é cheio de limitações e dificuldades para julgar e dar a punição que um criminoso merece. Isso acaba frustrando as massas que foram vítimas da injustiça do sistema judiciário, então, acabam optando por apoiar os métodos tirânicos de Kira. L acredita que fazer justiça com as próprias mãos não é o melhor jeito de fazer justiça, por isso busca capturar Kira para interromper os assassinatos e levar o culpado à justiça, sem recorrer a métodos violentos como matá-lo para fazer com que ele pague por seus crimes.
 Death Note - Conclusão
Utilitarismo - As Duas Faces da Justiça
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Death Note, Capítulo 105 - Near desmascara Light.
Quais são as duas faces da justiça que Death Note apresenta?
A justiça apresentada por Light: olho por olho, dente por dente, mate aqueles que matam, farei minha própria justiça.
A justiça apresentada por L: ninguém tem o direito de matar, as leis serão a justiça e cada um será punido por elas como merecem.
Qual justiça é a correta?
Ao contrário do que muitos pensam, nenhum tipo de justiça pode ser considerada a “correta”. O jeito simplista de observar a justiça por apenas uma lente não é certo, a justiça possui várias faces e se apresenta de diversas formas.
Light é mau, L também é relativamente mau, uma pessoa má pode exercer a justiça de forma pura?
No fim, o destino de ambos foi selado com a morte e a justiça prevaleceu no mundo dos vivos. Light e L pararam no tempo, o que os esperava era nada mais nada menos que o vazio; a ausência de tudo aquilo que foram ou poderiam ainda se tornar, a ausência de vida e de justiça.
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Death Note, Capítulo 105 - Light é descoberto e tenta explicar seus motivos.
"A tirania é uma monarquia que não tem outro objeto além do interesse do monarca ." - Aristóteles em: A Política
(material de estudo/referências: 01, 02, 03)
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menterefletida · 3 months
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Grupo de Estudos Filosóficos - Relatório I
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Nos primeiros encontros do grupo, o professor Erivan nos ensinou como ler textos de filosofia. Para isso, ele nos recomendou o livro "Como Ler um Texto de Filosofia", de Antônio Joaquim Severino. Segundo o professor, esse livro é ótimo para quem quer entender melhor a filosofia de um jeito mais organizado e claro.
No livro, Severino dá várias dicas práticas para ler textos filosóficos, como a importância de saber um pouco sobre a época e a vida do autor. Ele também ensina técnicas para identificar as ideias principais e os conceitos importantes no texto. Além disso, Severino fala sobre a necessidade de ler de forma crítica e reflexiva, buscando entender o significado mais profundo do que está sendo dito, e não apenas as palavras.
A ideia do professor Erivan com essa recomendação é não só melhorar nossa capacidade de leitura, mas também incentivar uma atitude mais curiosa e crítica em relação aos textos filosóficos. Seguindo as dicas de Severino, a gente pode aprender a interpretar, analisar e discutir ideias filosóficas de forma mais clara e profunda.
Assim, o livro do Severino se torna um recurso valioso para nossos estudos, ajudando a gente a entender melhor o pensamento filosófico e a construir uma base sólida para nossas futuras leituras e discussões no grupo.
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menterefletida · 3 months
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Grupo de Estudos Filosóficos
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No dia 24 de Abril de 2024, ocorreu o primeiro encontro do recém-formado grupo de estudos de filosofia. Nesse encontro o grupo discutiu sobre a política, os principais filósofos citados foram Platão, Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau. O grupo de estudos se reúne todas as quartas-feiras para a discussão filosófica sobre um tema escolhido pelo professor Erivan e os demais participantes do grupo.
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O tema escolhido pelo grupo foi a política. Dentro desse tema, conseguimos discutir sobre os demais tópicos que derivam da política, tais como: justiça, injustiça, direito, sociedade, estado, bondade e maldade.
O grupo de estudos tem como objetivo dar aos seus membros a chance de se aprofundarem mais na filosofia, criando um ambiente onde possam debater e refletir sobre temas filosóficos. Através de leituras orientadas e discussões em grupo, os participantes poderão explorar várias correntes filosóficas, desde os filósofos antigos até os contemporâneos.
Além disso, o grupo também é capaz de ajudar no desenvolvimento de habilidades analíticas e argumentativas, essenciais para entender e aplicar conceitos filosóficos em diferentes contextos. As reuniões serão organizadas de forma a promover a troca de ideias e valorizar as perspectivas individuais.
Em suma, o grupo de estudos filosóficos visa não apenas o aprofundamento teórico, mas também a formação de uma comunidade de pensadores críticos e engajados, capazes de dialogar com o mundo ao seu redor de maneira informada e reflexiva.
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menterefletida · 6 months
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Homunculus
O que significa ser humano?
Como o mangá “Homunculus” de Hideo Yamamoto incorpora a corrente filosófica do Existencialismo e o que significa ser humano.
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Homunculus, Volume 11 — Nakoshi pergunta para Ito o que significa ser humano.
“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu.” — Friedrich Nietzsche
contém spoilers!
Homunculus - Contextualização
O que significa ser humano?
Em Homunculus, acompanhamos um homem de 34 anos chamado Susumu Nakoshi, um ex-banqueiro que encontra-se em situação de rua. Ele é chamado pelos moradores de rua de “morador de rua que usa terno”. Ao contrário do que muitos pensam, Nakoshi não conseguiu aderir à vida de morador de rua por completo, então passa as noites em seu carro. Nakoshi costuma deixar tal carro estacionado perto da praça do hotel onde um dia ele trabalhou fazendo negócios.
Não demora muito para que uma pessoa estranha, chamada Manabu Ito, bata na janela de seu carro, oferecendo 700 mil ienes (equivalente a 23 mil reais) para que ele passe por um procedimento médico chamado de trepanação. O procedimento em si é um tipo de cirurgia na qual são feitos furos no crânio – nesse caso com o intuito de desenvolver dons paranormais. 
Nakoshi recusa a oferta, porém, mais tarde seu carro é rebocado e ele não possui dinheiro para trazê-lo de volta, então procura Manabu Ito para voltar e aceitar a proposta. Manabu justifica que procurou pessoas para passar por tal procedimento somente por pura curiosidade, pois queria saber o que aconteceria e se realmente a trepanação despertaria um sexto sentido.
Com a cirurgia feita, Manabu fez Nakoshi passar por testes para pôr em prova seu sexto sentido, fazendo com que Nakoshi visitasse lugares assombrados e usasse somente a intuição em jogos de memória, mas nada de extraordinário aconteceu. Sem pensar muito, Nakoshi foi para uma praça sozinho e sentou em um banco, com pouco tempo, uma ventania levantou poeira.
A poeira caiu dentro de seu olho direito, e esfregando o mesmo, Nakoshi viu o mundo somente com seu olho esquerdo. A partir desse momento, Nakoshi começou a enxergar o mundo pelo que ele realmente é.  Nakoshi tornou-se capaz de ver as pessoas como elas realmente são, sem limitações. Manabu definiu as coisas que Nakoshi via como “Homúnculos”.  
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Homunculus, Volume 03 — Manabu mostra a Nakoshi o “homenzinho dentro do cérebro”. 
Na neurologia, o homúnculo sensitivo seria uma representação de como os seres humanos seriam caso o tamanho dos segmentos corporais fossem proporcionais ao tamanho da área que ocupam no córtex somatossensorial primário.
Manabu explicou para Nakoshi que a manifestação das experiências transformadas em memórias construídas no cérebro ao longo do tempo é esta forma pura do homúnculo. As distorções escondidas nas profundezas da mente das pessoas tomam a forma desses monstros. Nakoshi agora quer ajudar as pessoas a se livrarem dessas distorções, ajudá-las a aceitarem quem são e viverem sem medo de serem verdadeiras consigo mesmas.
Ao ajudar as pessoas a reconciliarem com elas mesmas, Nakoshi fica involuntariamente com uma das partes que formava o homúnculo dessas pessoas.
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Homunculus, Volume 06 — Nakoshi vê com seu olho esquerdo o braço e a perna que pegou das pessoas que ajudou. 
Longe de seu digno objetivo se encontra Nakoshi, pois ele é um mitomaníaco que tem um histórico de abusar de pessoas emocionalmente, fisicamente e economicamente. Ninguém consegue esconder sua verdadeira natureza por muito tempo. Nakoshi estava disposto a ajudar as pessoas com seus homúnculos, mas não se importou muito como faria isso. Todas as pessoas que ele chegou a ajudar foram machucadas por ele de algum modo. 
E com esse pretexto de ajudar pessoas, Nakoshi foi perdendo a mentalidade de realmente ajudá-las, ele agora só queria ajudar os outros para que pudesse encontrar a si. Ele enlouquece, faz mais buracos no crânio por conta própria para tentar “fortalecer” a sua habilidade de ver homúnculos e vive em um frenesi inacabável, chegando a matar sua ex-namorada após fazer uma trepanação na mesma, enlouquecer e ser preso logo depois.
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Homunculus, Volume 15 — Nakoshi é encontrado pela polícia e os enxerga como sendo ele mesmo graças ao seu olho esquerdo.
Homunculus - Associação
O que significa ser humano?
Ainda seguindo a linha do existencialismo, o que significa ser humano? Nakoshi faz essa pergunta para Ito, agora que a pesquisa sobre trepanação estava concluída e fechada, qual seria a resposta dessa pergunta? 
Nakoshi segue sua linha de raciocínio dizendo que humanos são formas e a falácia do ser humano ser “alma” ou “consciência” é tolice. É por humanos terem formas que eles são capazes de ver, ouvir, cheirar, tocar, saborear e comunicar-se com os outros. É por existirem esses “amontoados de carne em forma de humanos” capazes de controlar almas que “humanos” existem. Sem formas, os humanos seriam incapazes de sofrer.
Lembrando do passado, Nakoshi conta como sentia-se invisível e que não era nem capaz de sofrer por ser feio e tedioso. Ele conseguiu um trabalho que pagava bem, fez cirurgias plásticas e subiu na vida, começou a pernoitar com qualquer mulher que desejava, sua vida estava repleta de comodidades e mesmo assim não sentia-se completo, ele não sentia nada. Nakoshi decidiu jogar tudo isso fora, pois percebeu que mesmo com toda a beleza e todo o dinheiro que conseguiu, ainda estava sendo tratado como um homem invisível, as pessoas ao seu redor só estavam olhando para o seu dinheiro. 
A sua situação de rua foi algo voluntário, algo que decidiu fazer como pretexto para entrar em uma jornada onde pudesse encontrar-se.
O que significa ser humano? Homunculus nos responde de forma clara: ser humano é ter uma forma, encontrar a si e sofrer ao nos encontrarmos.
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Homunculus, Volume 12 — Nakoshi fazendo mais  uma trepanação em si.
“Torna-te aquilo que és.” — Píndaro
(material de estudo/referências: 01, 02, 03, 04, 05)
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menterefletida · 6 months
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Boa Noite Punpun
Existencialismo
Como o mangá “Boa Noite Punpun” de Inio Asano incorpora a corrente filosófica do Existencialismo.
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Boa Noite Punpun, Capítulo 16 — Punpun em um diálogo interno com “Deus”.
“Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.” — Jean-Paul Sartre
contém spoilers!
Boa Noite Punpun - Contextualização
Existencialismo
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Boa Noite Punpun, Capítulo 16 — Punpun lembrando do passado.
 O mangá segue Punpun ao longo de seu crescimento, dividindo a história em cerca de 4 fases de sua vida: escola primária, escola secundária, colégio e sua vida adulta. 
Punyama Punpun é filho único de uma família disfuncional, com um pai alcoólatra e violento e uma mãe suicida. Punpun é majoritariamente representado pela caricatura de um pássaro branco sem asas, mas essa representação muda frequentemente ao longo da história para expressar seu estado de espírito, e assim como Punpun, seus familiares também são representados da mesma forma.
Apesar de no início Punpun aparentar ser um garoto inocente, não demora para que ele cresça e descubra os prazeres mundanos, distorcendo tanto suas ações como sua mentalidade.
Boa Noite Punpun - Contextualização
Existencialismo
A vida de Punpun muda completamente quando, aos 11 anos, uma nova garota chamada Aiko muda-se para a escola em que Punpun estuda. Foi amor à primeira vista, mas Punpun não consegue manter uma promessa que os dois fizeram de ir à outra cidade juntos, por consequência, a relação entre os dois se desfaz.
O primeiro caso de "violência doméstica" acontece e os pais de Punpun se separam. Ao decorrer da obra, fica claro que tudo não passou de um surto que sua mãe teve, e seu pai apenas tentou impedi-la de machucar a si mesma ou a Punpun, mas acabou levando a culpa pelo ocorrido.
O tio materno de Punpun – Yuuichi Onodera – muda-se para cuidar dele, já que sua mãe foi hospitalizada graças ao “ataque” de seu pai, e o mesmo decidiu ir embora. Yuuichi tornou-se uma pessoa importante em sua vida, pois sempre esteve lá para o ajudar, coisa que seus pais não conseguiram fazer muito bem. Yuuichi ensinou para Punpun um “encantamento” para chamar Deus, algo que Punpun faz durante toda a obra, um “Afro Deus” aparece para ensinar Punpun a como agir para ter uma vida normal. Gradualmente, esse “Afro Deus” é revelado como a manifestação dos pensamentos mais obscuros de Punpun, já que sempre aparece falando coisas sem sentido e perturbadoras.
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Boa Noite Punpun, Capítulo 28 — Monólogo do Afro Deus.
À medida que Punpun vai crescendo, ele resolve tornar-se independente, e o mesmo nutre um ódio pela mãe, mesmo com a morte da mesma, Punpun ainda não consegue sentir afeto por ela, e acaba recusando uma enorme quantia de dinheiro que ela havia guardado no banco, deixando esse dinheiro com o seu tio e sua esposa.
Mesmo alcançando a maioridade, Punpun não consegue sentir-se completo e vive em uma monotonia procurando por algo: Aiko. A garota por quem apaixonou-se aos 11 anos, e por ironia do destino, consegue encontrá-la e os dois permanecem juntos por algum tempo.
Boa Noite Punpun - Associação
Existencialismo
Boa Noite Punpun retrata – de forma agonizante – o existencialismo e nos faz questionar qual o sentido de estarmos aqui. Punpun é um personagem passivo, e sofre passivamente tudo o que o destino lhe impõe, a dificuldade que Punpun tem em entregar-se às suas emoções o impediu de desenvolver-se e viver “corretamente”, mas é justamente a angústia e ansiedade que Punpun mostra estar passando que o encaixa no existencialismo.
Angústia existencial, fugas temporárias do sofrimento diário por meio de relações rasas e a vontade de encaixar-se em um mundo que parece estranho, um mundo que aparenta não ter sido feito para você. Punpun não teve uma vida satisfatória, as consequências de ter sido negligenciado pelos seus pais iriam aparecer mais cedo ou mais tarde.
Na vida adulta, Punpun afunda em uma depressão que parece não ter fim, mesmo após ter reencontrado seu primeiro amor, mesmo depois de tê-la salvado de sua mãe abusiva, mesmo depois de vê-la morta em sua frente, Punpun não consegue dar um fim à sua existência. Ele vive cada dia miseravelmente, desorientado. 
Se Punpun era gentil e cuidadoso quando criança, por não pensar em si nem por um momento – apenas nos outros – ele tornou-se um adulto egocêntrico e inconsequente. Por não criar um caminho para seguir na vida adulta, continuou apenas a existir de forma irresponsável, desfrutando uma vida egoísta de prazeres fúteis, como se fosse o ápice de sua liberdade. A liberdade que Punpun tanto sonhou em ter acabou por torná-lo um adulto miserável.
Nós damos significados para nossas vidas e nós as construímos, somos livres para escolher mergulhar no sofrimento ou buscar a felicidade com as nossas próprias mãos. Foi justamente isso que Punpun não conseguiu fazer. Culpando terceiros e distanciando-se do mundo, Punpun agora vive tranquilamente na intranquilidade.
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Boa Noite Punpun, Capítulo 102 — Punpun culpa Aiko por ter virado um fracassado.
“O inferno são os outros!” — Jean-Paul Sartre
(material de estudo/referências: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07)
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menterefletida · 6 months
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Monster
Homem Hobbesiano e a Maldade Inata
Como o mangá “Monster” de Naoki Urasawa incorpora a corrente filosófica de Thomas Hobbes e do Homem Hobbesiano.
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Monster, Capítulo 159 — Johan tenta incentivar Tenma a atirar nele.
“O homem natural de Hobbes é mau. Ele é desconfiado e inseguro diante da situação de ameaça à qual está constantemente submetido. A desconfiança é dirigida a todos, pois não se sabe quem pode ser seu rival na conquista ou conservação de algo.”
contém spoilers!
Monster - Contextualização
Homem Hobbesiano e a Maldade Inata
Em 1986, na Alemanha Ocidental, um cirurgião promissor chamado Kenzo Tenma encontrava-se dividido entre salvar a vida de um garoto que havia acabado de se tornar órfão e salvar a vida do prefeito da cidade.
Tenma decide não ir contra seus princípios e salva a vida do garoto, deixando o prefeito morrer. Por seguir sua moral, Tenma acabou desencadeando uma série de acontecimentos hediondos, pois nove anos depois, o garoto que Tenma salvou aparece novamente e revela que tornou-se um serial killer.
O garoto em questão chama-se Johan Liebert, o irmão gêmeo mais velho de Nina Fortner. Os dois nasceram como resultado de um experimento eugênico, e após algum tempo, Nina foi mandada pela sua própria mãe para passar por experimentos desumanos em uma mansão. 
Nina retornou e contou ao seu irmão sobre os acontecimentos na mansão. Johan guardou todas as informações e passou a acreditar que quem foi para a mansão e passou por todos aqueles experimentos teria sido ele.
A mãe dos dois desaparece e, sozinhos, Johan e Nina são adotados por um casal de meia-idade, mas Johan logo os mata e escapa com Nina, até ser separado de sua irmã e mandado para um orfanato.
Nina foi mandada para o Orfanato 47 e Johan para o Kinderheim 511 onde também foi vítima de experimentos. Para escapar, Johan fez um plano: aproveitar-se da tensão dentro do orfanato e “jogar lenha na fogueira”. 
Cinquenta crianças e instrutores começam a matar uns aos outros, tudo isso enquanto Johan fica sentado em uma cadeira no topo da escadaria principal, observando calmamente o massacre acontecer e o orfanato pegar fogo.
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Monster, Capítulo 21 — Hartmann, ex-psicólogo do Kinderheim 511, lembra o que Johan disse na noite do massacre.
Monster - Associação
Homem Hobbesiano e a Maldade Inata
Johan apresentou tendências psicopatas, desde que era apenas uma criança, isso nos leva à conclusão de que Johan é mau desde o seu nascimento, logo percebemos uma certa semelhança com o homem hobbesiano e a maldade inata de Thomas Hobbes. Porém, e se Johan tivesse nascido em circunstâncias normais? Se ele e sua irmã não fossem vítimas de um experimento? Ele ainda seria capaz da bondade?
Nina passou por momentos traumatizantes assim como Johan, mas em nenhum momento seguiu o caminho da maldade como o seu irmão. O que tornou Johan um homem mau?
Desde o início, Johan apresenta-se como uma pessoa extremamente carismática e inteligente, mas decidiu usar tais dons para manipular e corromper outras pessoas apenas para o seu próprio entretenimento.
No fim, Johan e sua maldade tinham apenas um objetivo: matar todos que sabiam de sua existência e depois a si, algo que ele chama de "o suicídio perfeito".
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Monster, Capítulo 159 — Kenma aponta uma arma para Johan.
O homem nasce bom e a sociedade o corrompe? No caso de Johan, com certeza não. Seria a “maldade pura” algo “sorteado” para poucos na humanidade? Ou o homem é apenas mau de natureza graças aos seus instintos?
Monster conseguiu nos dar a resposta: o ser humano, em seu estado de natureza, é, sem dúvidas, mau.
(material de estudo/referências: 01, 02, 03, 04)
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menterefletida · 6 months
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GRUPO DE ESTUDOS FILOSÓFICOS
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Introdução ao grupo Processo do grupo: Relatório I, Relatório II Anotações de leitura: A República - Platão
MANGÁS E FILOSOFIA
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menterefletida · 6 months
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Problema do Mal - Ponto de Vista Niilista
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Paradoxo de Epicuro, Niilismo e a existência de um Deus onisciente, onipotente e benevolente.
Introdução
Ao ligar o Paradoxo de Epicuro com o Niilismo em uma tentativa de resolvê-lo, é possível notar as várias semelhanças que ambas correntes filosóficas possuem. De acordo com o niilismo – uma doutrina filosófica com uma visão cética e pessimista em relação à realidade – se a morte e o sentido de todas as coisas perderam seu sentido, qual valor teria a resolução de tal paradoxo? Se no fim a finalidade pouco importa, por qual motivo a resposta para essa pergunta seria relevante?
Gianteresio "Gianni" Vattimo, um filósofo niilista Italiano, tem a perspectiva de que o niilismo poderia ser considerado um movimento positivo, pois é responsável por revelar a ausência de verdades, mostrando que nada é garantido. Por outro lado, os pontos negativos seriam a destruição e a rejeição de imagens religiosas (chamado também de iconoclastia).
Niilismo e Deus
Se o homem é livre, foi Deus que o deu tal liberdade por não querer interferir ou por não poder? O niilismo existencial diz que a vida não tem sentido, e se nossas próprias vidas não têm sentido, qual propósito teria a existencia do bem e do mal e, acima de tudo, Deus? Por estarmos jogados no universo, buscamos “inventar” o que significa estar aqui e o que significa* saber*, afinal, são as fantasias que nos permitem continuar vivendo, mesmo que seja apenas uma pausa temporária do mundo físico.
O niilismo passivo (ou niilismo incompleto) diz que gastar o seu tempo de vida buscando sempre ter esperança de que ganhará algo, mesmo que esse algo seja um sentido para a vida, é desperdício. Do ponto de vista niilista, a esperança incansável de que Deus sempre estará nos observando para nos salvar um dia é uma crença desnecessária, visto que isso poderia fazer com que vivêssemos nossas vidas fixados em uma mentira. Nos resta então esperar pela morte ou buscá-la nós mesmos.
“Aquele que quer chegar até a felicidade do céu deve também se preparar para ser triste até a morte?”  – Nietzsche, Gaia Ciência.
Se o homem nega os valores de Deus, cabe a ele mesmo criar seus próprios valores, caso contrário, como poderíamos continuar existindo sem algo para nos fazer seguir em frente?
“Deus está morto!” – Nietzsche, Gaia Ciência, p.125.
O niilismo negativo nos mostra que criar um Deus parece mais uma brincadeira de mal gosto do que um gesto para nos trazer conforto. Nietzsche concluiu que Deus está morto como uma verdade absoluta e eterna, como o condutor do mundo, como um ser benevolente, como criador e como razão da nossa existência, independente se ele existe ou não. Deus está morto como um ser divino que exige obediência dos seus criados.
“Se digo: “Deus existe?”, não é um problema. Não disse o problema, onde ele está? Por que coloco tal questão? Que problema está por detrás disso? As pessoas querem colocar a questão: “acredito ou não em Deus?” Mas ninguém liga se acreditam ou não em Deus, o que conta é: por que dizem isso, a que problema isso responde? E que conceito de Deus elas vão fabricar.”                                                       – Deleuze, Abecedário.
Conclusão
Para complementar, podemos também trazer o deísmo – uma categoria do teísmo – que crê na criação do universo por uma inteligência superior (podendo ser Deus, ou não), através da razão e rejeitando qualquer crença religiosa. Um deísta que muitos estudantes da filosofia conhecem seria Voltaire. Ele acreditava que para chegar a Deus não era preciso ir à igreja, mas sim a razão. Os deístas acreditam que o criador não intervém no mundo que criou e que o mesmo não recompensa ou castigue as pessoas por seus atos. Mesmo após explorar tantas correntes filosóficas, afinal, como podemos dar um fim para o Paradoxo de Epicuro? O Deus aristotélico é a saída que temos desse paradoxo. Para concluir:
“Deus não se interessa pelo mundo, apesar de o mundo interessar-se por Deus. Interessar-se pelo mundo, argumenta Aristóteles, é ser imperfeito, pois significa sujeitar-se a emoções, deixar-se mover por preces, pedidos ou imprecações e até chegar a ponto de modificar o próprio espírito, em virtude das ações, desejos ou pensamentos alheios. Mas Deus, ser imutável e perfeito, não é movido por paixão. Move o mundo como um amante move o objeto amado.” — Disponível em: https://arazao.org/deus-segundo-aristoteles
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