oieusourick - Tumblr blog

[oieusourick]

ame o fácil, ame o dia,

e da noite ame o luar.

amar fácil, independente,

continua sendo amar.

[oieusourick]

conte-me sobre raízes

sobre permanência e negação

sobre sonhos não vividos

sobre o que foi vivido em vão

conte-me sobre você

sobre inadequação

sobre mundos destruídos

sobre vôo rente ao chão

conte-me que eu te conto

sobre a dor e frustração

sobre amar o indefinido

sobre saciar uma ambição

não é simples, eu te garanto

e não saber é uma opção

permaneça no conhecido

que incertezas nenhumas virão

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amor de sexta à noite

E há belas citações em prosa que eu não sei como emular,

E há vários poemas e vários versos sobre quão azul é a cor do mar,

E eu não consigo decorar, eu só consigo te amar,

E isso eu sei de cor e isso eu sei fazer de mãos atadas,

Em laços e algemas, e abraços apertados que me sufocam aos poucos entre pensamentos e dilemas.

E eu penso, ah como eu penso,

E eu quero, ah como eu quero,

Te decorar ainda mais e te recriar,

Não pra te trocar por um clone,

Mas para poder te comer e decorar teu gosto.

Por você eu sou carnívoro, muito mais que carnívoro,

Por você sou canibal, muito mais que canibal,

Por você sou Abaporu, ah como eu penso pequeno,

Com pés tão grandes poderia correr o mundo,

E decorar até onde vai o mar,

E o destino do vento.

Mas eu prefiro saber,

Prefiro te conhecer,

Prefiro talvez te decorar,

Com pedrinhas de brilhantes,

Pois ao te ver meus olhos brilham,

E eu sempre vou saber onde você está.

Talvez com uma coroa de ouro,

Para que você conheça seu lugar,

Pois no meu peito há um trono,

Em que só você pode sentar.

Talvez eu nem mesmo precise te decorar,

Você já é um mundo inteiro,

Para uma mente tão pequena, é muito para lembrar.

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ando preenchendo meu vazio

com você's inexistentes

o você que me amou de verdade

o você que me amou o suficiente

o você que suportou a tempestade

o você que continua aqui na minha frente

todos quentes ao contato, carentes de abraço

lindas mentiras pra minha mente

acho que o real você

nunca foi o bastante

infelizmente

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desencanto

pássaros de papel

vinho e oceano

olhos sem estrelas

um mundo em preto e branco

onde está o meu vermelho

minha cor de fim de tarde

meu espasmo de loucura

o único feitiço verdadeiro

com poder pra me reencantar

teus lábios cor de sangue

sinto falta de te amar

tenho saudade da tua mente

me iludindo com palavras

me pedindo pra ficar

nesse faz-de-conta-que-é-pra-sempre

que só você sabe contar

— diga que a vida é bela que eu finjo acreditar

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pensamentos de sobra

e sentimentos de menos

são difíceis de esconder

é sempre bom escutar uma pessoa vazia

elas são as que mais têm coisas a dizer

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evite surpresas, fique comigo

te decepcionarei tanto

que você vai se acostumar

mas não se arrependa se for se arriscar

pois dessa forma será você a me decepcionar

... e eu detesto surpresas

tanto quanto odeio segundas-feiras

e pessoas que me levam a sério

nessas histórias eu sou o meio

nunca o fim, nunca o começo

do amor eu sou o ódio

do ódio a calmaria

do perdão sou a mentira

do pecado eu sou um terço

e do destino a ironia

fique por sua conta e risco

não tente me entender

como um simples indivíduo

quando eu guardo comigo

o silêncio de uma legião

gritando no meu ouvido

me pedindo explicações

mas eu não consigo

às vezes eu fujo

às vezes eu fico

e quase sempre eu brinco

mas eu nunca me permito

fazer o que eles querem que eu faça

dizer o que eles querem que eu diga

ser quem eles querem que eu seja

não me vendo por acolhimento

e espero que você também não

eu nunca mudaria você por nada

e jamais tentaria parecer são

aos teus olhos sempre serei verdade

e infelizmente isso sempre irá gerar decepção

— me permita te decepcionar que eu te considero meu amigo

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onde você pensa que vai sem antes de me dar uma vida de despedida? não quero só um beijo

fique comigo por dois milênios inteiros, dois mil ciclos estelares, um universo e meio

ainda não vai ser suficiente, mas já é um ótimo começo...

— me ame um pouco mais

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às vezes corremos maratonas por pessoas que fogem levando a linha de chegada

e alguns poucos se contetam com a adrenalina apenas da caça

eu jamais poderia ser um deles

eu quero o teu coração pendurado na parede de troféus do meu peito

na arte da conquista vence aquele que nunca cogita aceitar sua derrota

vou atrás de você de carro se for preciso

— não se faça de difícil que vida já não é fácil

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o único amor que eu não estraguei

o único colo que eu nunca cai

o único lar que eu nunca deixei

o único te-sinto que eu nunca menti

o teu minha mãe

quem mais seria

dona da minha verdade

protetora dos sussurros

quem mais poderia

só em ti me faço forte

felicidade dos meus dias

nunca me encontro só

pois teu abraço me acompanha

com teu calor de companhia

— feliz teu dia

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quem dera eu fosse bonito pra combinar contigo

teu charme é irradiante, tem mil sóis no teu sorriso

mas eu sou eu, e eu sou noite, e do sol sou inimigo

mais uma criatura noturna com entrada negada pro paraíso

não existe um mundo em que eu ultrapasse a fronteira da alvorada e te faça ter ciência da minha existência

me assusta a possibilidade de você se assustar e me assusta ainda mais a de você me aceitar

por isso eu te amo de longe, aos poucos, em todo crepúsculo e fim de madrugada

assim eu evito o perigo do ego ferido, de te tornar meu ídolo e te assistir me acertar com teu divinismo, com todo o teu prestígio

beleza infelizmente ainda é a causa de muito amor não correspondido

— amar assim é feio, mas poético

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desejo coisas simples

manteiga pro meu pão

leite pro café

açúcar pros meus lábios

felicidade na colher

e que meu bom-dia seja uma certeza na tua vida todo dia de manhã

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Tantas possibilidades impossíveis

Eu carrego em meus passos

De vez em quando surge

Aquela velha vontade

De nunca mais sair do lugar

Pois se eu pisar em falso

Uma vez que seja

Já vou estar escolhendo

Um caminho a ser seguido

Um destino a ser traçado

Por uma vez, permanecerei no fácil

Descansarei no que é simples

E acordarei no leito dos leigos

Talvez sexta que vem eu saia contigo

Nessa, eu já estou muito cansado

De estar comigo

— me acorde próxima sexta pela manhã, não esqueça!

[oieusourick]

Flores na garganta, borboletas na barriga

Cores nos meus olhos e raízes no meu peito

Quando contigo, me torno um jardim

Fertilizado pelo melhor que há em ti

Teu calor é o que me fortalece

Teu sorriso é o que me nutre

E teu coração me escolhe

Tua saliva me agoa

Teus dedos me polinizam

E teu colo então me colhe

Quando tu me deixa só

Aos meus próprios cuidados

Eu murcho e morro aos poucos

Mas se de novo tu aparece

De novo tu me aquece

Então assim nasço de novo

Ainda mais enraizado em você

— sintomas de jardinagem

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um momento a sós contigo é tudo que eu preciso pra decidir se minha vida fez sentido até então ou se tudo foi apenas um prólogo

já sei que não

nunca entendi meu corpo sentir frio se eu queimo de amor pra dar

mas ao te ver eu descobri

minha temperatura depende do quão próximo eu estou de você

quero viver dentro de ti.

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me encolhi tanto pra caber no teu abraço

que agora eu caibo nas mãos de qualquer um

não por escolha, mas por medo

de voltar ao meu normal

e sem querer pisar em você

— um cm mais alto, um km de distância

[oieusourick]

Eu me movo pelo mundo

Meio torto, sem ter rumo

Mais um passo dado em falso

Outro fosso, nenhum fundo

Se me dizem 'vem aqui que eu te seguro'

Logo penso no passado

Nenhum abraço foi bastante

Nenhuma promessa mantida

Acredito no escuro

Que revela a verdade

Das imagens desse mundo

Alguns amigos são só vultos

Já outros são tangíveis

Eu mesmo sou poeira

Me enxergam de canto de olho

Não sou cisco, sou areia

Caem raios e eu continuo

Nunca vidro, nunca mudo

Talvez seja meu destino

Continuar sem me parar

Por nem um milésimo de segundo

Criticismo desventurado

Que me crucifica em galhos

Queimem-me na pele

O seu modo de ser

Finquem estacas ao meu redor

Pra ter certeza que vou ler

Me alimentem com palavras

De ordem e conselho

Privem de mim a água

Para que não me sirva de espelho

Não vou tomar jeito

Eu posso até secar, mas eu sou rio

Joguem brasas na gaiola

Ainda assim durmo macio

— nasço de novo... permaneço em mim