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#Fundação Júlio Pomar
leiturasqueer · 9 months
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Júlio Pomar (1926-2018)
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Júlio Pomar no Atelier, Rue Volta, Paris, c. 1978. Foto de Vitor Pomar
Pintor e escultor, nascido em Lisboa, em 1926, Júlio Pomar, falecido em maio de 2018, aos 92 anos, deixou um trabalho que é considerado de referência na história da arte moderna e contemporânea.
Considerado um dos artistas mais conceituados do século XX português, com uma obra marcada por várias estéticas, do neorrealismo ao expressionismo e abstracionismo, e uma profusão de temáticas abordadas e de suportes artísticos experimentados.
O artista deixou uma obra multifacetada, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens que o marcaram, como à Amazónia, no Brasil.
Segunda Nota Explicativa
Se uma palavra toca noutra ou mesmo sem tocar
lhe queda próxima, põem-se as duas
a dedilhar lembranças na ária
da carne azada.
Passa-se isto
na poesia dos poetas e na linguagem
da rua. Os ganhos
são mútuos e ficam mal lembrados
ou julgados inconvenientes se
pouco prosados ultrapassam
a discreta função de fundo
musical na paisagem ambiente.
Ganham em sentidos o que perdem
em concisão. Para que servem os muros
que nos cercam senão para dar ganas
de os saldar?
Júlio Pomar, in "TRATAdoDITOeFEITO" (D. Quixote, 2003)
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carloskaplan · 3 months
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Júlio Pomar: Le bain turc, d’aprés Ingres (1971)
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3 > SET > QUINTA > 16h <> 20h >>> OPENING >>> SARA & ANDRÉ "Listas" ⠀ A Zaratan tem o prazer do convidar para a inauguração da exposição “Listas”, de Sara & André. A dupla apresenta uma série inédita na qual têm trabalhado regularmente desde 2017 e que vê agora a luz do dia pela primeira vez. Trata-se de um conjunto de colagens, resultante da leitura do diário Público e correspondente à tradução de uma obra "estrangeira", cuja origem não pretendem revelar antes da inauguração. ⠀ BIO: Sara & André nasceram em 1980 e 1979, em Lisboa, onde vivem e trabalham e estudaram, respetivamente, Realização Plástica do Espetáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema (Lisboa, 1999-2005) e Artes Plásticas na Escola Superior de Arte e Design (Caldas da Rainha 1999-2005). Juntos estudaram Pintura na Sociedade Nacional de Belas Artes (Lisboa, 2008-2011). Expõem regularmente desde 2006. Realizaram e participaram em diversas exposições individuais e colectivas, em museus, galerias e espaços independentes tais como: 3+1 Arte Contemporânea (Lisboa); Appleton Box (Lisboa); Armário (Lisboa); Atelier­-Museu Júlio Pomar (Lisboa); CAC Málaga (Málaga, Espanha); Centre del Carme (Valência, Espanha); Espacio Trapézio (Madrid, Espanha); Fundação Arpad Szenes / Vieira da Silva (Lisboa); Galería Bacelos (Madrid, Espanha); Galeria Baginski Projetos (Lisboa); Inflight (Hobart, Austrália); MAAT / Fundação EDP (Lisboa); MAM (Macau, China); Museu Coleção Berardo (Lisboa); Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa); MNAC - Museu do Chiado (Lisboa); Museu da Cidade / Pavilhão Branco (Lisboa); Old School (Lisboa); OTR Espacio de Arte (Madrid, Espanha); PÊSSEGOpráSEMANA (Porto); Queen’s Nails Projects (São Francisco, EUA); Rosalux (Berlim, Alemanha) e The Mews Project Space (Londres, Reino Unido). Em 2017 comissariaram o ciclo de exposições Curated Curators, na Zaratan - Arte Contemporânea (Lisboa), do qual surgiu o livro Uma Breve História da Curadoria (Documenta, Lisboa, 2019). Estão representados em diversas coleções públicas e privadas e o seu trabalho é regularmente publicado em livros e revistas especializadas. ⠀ HORÁRIOS De Quinta a Domingo, das 16h00 às 20h00 APOIO República Portuguesa – Cultu https://www.instagram.com/p/CEmNWTcnAZi/?igshid=1b1310rgo0kdb
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official-portugal · 6 years
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Morreu Júlio Pomar, “uma figura mítica da arte portuguesa”
Desde muito cedo, com um grande empenho social e político, Júlio Pomar tornou-se uma figura fundamental da arte portuguesa. Morreu aos 92 anos.
Contava 92 anos e até há bem pouco tempo era possível vê-lo de visita ao Atelier-Museu Júlio Pomar, perto da Calçada do Combro, que fica mesmo em frente da casa onde vivia. Aqui, desde 2013, abriu as portas a inúmeros diálogos entre a sua obra e artistas e curadores de diferentes gerações, em programações de grande qualidade que contribuíram para a divulgação do seu trabalho junto de autores mais jovens. Júlio Pomar morreu esta terça-feira no Hospital da Luz, em Lisboa, confirmou ao PÚBLICO Sara Antónia Matos, directora do atelier-museu.
“O Júlio Pomar foi um artista com uma enorme importância nas artes portuguesas do século XX, desde o início do seu percurso. Foi de uma enorme precocidade, pois o primeiro texto que escreveu, sobre a modernidade em Portugal, fê-lo quando tinha 16 anos. Foi o início de um percurso como pintor de um realismo empenhado socialmente, que foi o neo-realismo português”, disse ao PÚBLICO Delfim Sardo, responsável pela programação de artes plásticas da Culturgest. “Foi um pintor de enorme recursos técnicos e plásticos, sobretudo depois de se interessar por Velázquez e Francis Bacon, no início da década de 50.”
Além de destacar “o seu virtuosismo”, Delfim Sardo, que sublinha o privilégio de o ter conhecido, recorda “uma pessoa apaixonante, muito inteligente, culta e um sedutor”.
“Uma figura mítica da arte portuguesa da segunda metade do século XX”, foi assim que João Ribas, director do Museu de Serralves, descreveu o artista. “Durante sete décadas teve um contributo fundamental no panorama artístico português, com a sua reinvenção não só técnica mas de estilo. Sempre fundamentado numa postura que reafirma a arte como uma forma de pensamento, de reflexão sobre a sociedade, e até como forma de protesto social e resistência.” Com um domínio de vários géneros, entre os quais o retrato — Pomar pintou Mário Soares enquanto Presidente da República —, o artista trabalhou os grandes ícones da cultura portuguesa, como Fernando Pessoa.
“É um dos mais importantes artistas do século XX português”, garante Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e directora do Museu do Neo-Realismo. “Ficava sempre zangado quando lhe punham a etiqueta de pintor neo-realista, porque não gostava que o fechassem numa gaveta e porque a sua pintura, na realidade, foi para muitas outras direcções.”
Se é verdade que chamou a si a tarefa de criar o neo-realismo na pintura, transpondo para as artes visuais um movimento que era essencialmente literário, também é verdade que essa ligação, que também não pode dissociar-se da sua escrita nem da sua “militância política empenhadíssima”, durou menos de dez anos, explica esta professora universitária.
“Essa etiqueta corresponde ao Júlio Pomar dos 20 anos, ao Júlio que se transforma num teorizador do neo-realismo na pintura, ao Júlio que é preso como outros militantes do MUD Juvenil [Movimento de Unidade Democrática, de oposição à ditadura], perdida a esperança de que o regime acabasse. O Júlio que vai para Paris corta com o neo-realismo, embora continuasse a acreditar numa arte envolvida e partilhada.”
Para a historiadora de arte, há que salientar na obra de Pomar “o trabalho de desenho absolutamente extraordinário”, a série que faz nos anos 1960 e inícios dos 70 a partir de O Banho Turco, de Ingres, os objectos “muito criativos” da década de 70, e o ciclo dos 1980/90, em que recupera “uma certa retratística dos heróis” com Pessoa ou Camões, ciclo já referido pelo director do Museu de Serralves.
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Combater o regime
A sua ligação aos jovens artistas não será alheia, sem dúvida, ao comprometimento político que marcou os primeiros anos da sua carreira e que é hoje também uma norma para boa parte dos criadores mais novos. Júlio Pomar entrou muito cedo, em 1934, para a António Arroio, onde foi colega de artistas como Marcelino Vespeira, Cesariny e Cruzeiro Seixas. Aqui preparou a sua admissão às Belas-Artes de Lisboa, em 1942, que viria a frequentar apenas durante dois anos. Alvo de discriminação, como todos os alunos oriundos da António Arroio, mudou-se para as Belas-Artes do Porto em 1944, onde conhece Fernando Lanhas, de quem foi amigo, e com quem participa nas Exposições Independentes que se realizavam naquela cidade nortenha.
Um ano mais tarde realiza a primeira obra neo-realista, O Gadanheiro, que, com o Almoço do Trolha, é uma das mais conhecidas deste movimento em Portugal, que reuniu também os pintores Vespeira, Querubim Lapa, Alice Jorge e outros, numa procura da forma herdada do realismo oitocentista que exprimisse o viver e o quotidiano das classes mais desfavorecidas, teorizada em Portugal por pensadores como Mário Dionísio ou Ernesto de Sousa. Ao mesmo tempo, Pomar integrava o Partido Comunista e o MUD Juvenil (que lhe valeria uns meses na prisão), e a partir de 1956 foi um dos organizadores e um dos participantes nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, que se opunham às mostras oficiais organizadas pelo regime de Salazar.
Estes tempos são de intensa actividade – é também por esta altura que Júlio Pomar começa a escrever textos teóricos e de reflexão pessoal sobre a arte, reunidos e publicados nos anos mais recentes. Com frequência, é esta a época que se associa imediatamente ao nome do pintor. Mas a sua obra, que tocou inúmeras áreas, da pintura ao desenho, da gravura à cerâmica, da assemblage ao azulejo (são dele as decorações da estação do Alto dos Moinhos do Metropolitano de Lisboa) vai muito além desta primeira fase neo-realista. Sobrevive nestes tempos de juventude graças a trabalhos vários de decoração e ilustração, vendendo raramente alguma pintura.
Ao mesmo tempo, viaja regularmente, uma actividade que só abrandou nos últimos anos de vida. Madrid e Paris são as primeiras cidades visitadas, seguindo-se a Itália e Marrocos. Da primeira traz a recordação dos negros goyescos que encontraremos na sua pintura na década de 60. Em Paris, para onde se muda em 1963, estuda plasticamente a obra de Ingres e Matisse, por exemplo, e encontraremos uma revisitação dos papéis colados deste último nas colagens eróticas da década de 60/70. Pomar pinta muito, obsessivamente quase, tendo já substituído nesta época o rígido contorno neo-realista (e abandonado a sua ligação ao Partido Comunista), de inspiração sul-americana, por um traço livre e expressivo que se alia à exploração da riqueza cromática do mundo.
Como Picasso, podemos dizer de Pomar que toda a arte do passado que o interessasse passava pelo seu pincel – ou pela ponta seca da gravura, ou pelo lápis de desenhar – num vaivém constante entre a obra que se fazia e os mestres de outros tempos. Tudo lhe servia para criar, quer fossem os temas populares – e recordamos há bem pouco tempo uma exposição sobre a sua cerâmica que teve lugar em Lisboa, no Atelier-Museu Júlio Pomar, comissariada por Catarina Rosendo, onde se viam reinterpretações surpreendentes dos motivos etnográficos portugueses –, quer os índios xingu (de uma série de 1988), a figura de Frida Khalo (outra série de 1999), ou mesmo o retrato oficial do Presidente da República Mário Soares, passando por retratos de pintores e escritores, ou tigres, macacos, touros, tartarugas e outros, não raro adoptando feições e traços humanos, talvez em homenagem às ilustrações que realizava quando novo.
Fez inúmeras exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, entre as quais se destaca uma antológica de objectos no Museu de Serralves – A Minha Cadeia da Relação, 2008 – e uma Autobiografia em 2004, no Museu Berardo, em Sintra. Recebeu diversos prémios, entre os quais o Prémio de Gravura da I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), o Grande Prémio de Pintura da II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1961), o Prémio AICA-SEC (1995) e o Grande Prémio Amadeo de Souza Cardoso (2003). É doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa (2013).
A melhor homenagem que se pode fazer a Júlio Pomar agora, defende a historiadora de arte Raquel Henriques da Silva, é tê-lo exposto nos museus portugueses, começando pelo do Chiado, que devia dedicar-lhe uma retrospectiva “imediatamente”. “Temos de nos perguntar: onde é que amanhã podemos ver a obra de Pomar para além do Atelier-Museu? A Gulbenkian tem boas obras, mas não as expõe. E não é a única.”
Júlio Pomar era pai do pintor Vítor Pomar e do crítico de arte Alexandre Pomar, que, em 2004, publicou o catalogue raisonné da sua obra.
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demoura · 4 years
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SÁBADO EM CASCAIS COM UM ALMOÇO DE PEIXE GRELHADO E VISITA A UMA EXPOSIÇÃO DE PINTURA DEMOCRÁTICA : numa rara visita a estas paragens. (com intuito cultural ) fomos almoçar à Casa Velha restaurante onde o meu irmão Miguel ia com frequência antes da pandemia . Aceitamos. a sugestão de um grelhado misto de peixes do mar - pregado e dourada . Foi bem executado e acompanhado pelo vinho branco da casa o BSE . Os que comeram sobremesa optaram pela tarte de maçã especialidade da casa . Bom serviço mas custo elevado O objectivo da ida a Cascais era não perder a oportunidade de ver in loco a exposição Pintura Democrática de Luísa e Manuel Pedroso de Lima que encerraVA domingo .Pintura Democrática é uma das mais representativas exposições de pintura portuguesa do século XX patentes em 2020,a nível nacional.Trata-se de parte da coleção de pintura de Luísa e Manuel Pedroso de Lima, que mostra obras de Almada Negreiros, Ângelo de Sousa, António Palolo, Cruzeiro Seixas, Graça Morais, João Hogan, Jorge Martins, Júlio Resende, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Luís Dourdhil, Malangatana, Mário Botas, Menez, Nikias Skapinakis, Paula Rego, René Bertholo e Vieira da Silva, entre outros artistas que marcaram as artes plásticas em Portugal, no século XX escolhidos pelos critérios dos curadores Joaquim Sapinho e José Manuel dos Santos,( ficaram de fora alguns nomes como Nadir Afonso e Sa Nogueira ....) e reflecte a produção de arte contemporânea portuguesa no período que medeou entre o fim do Estado Novo e o início da década de 1990. A organização é da Câmara Municipal de Cascais e da Fundação D. Luís I, no âmbito da programação do 5º aniversário do Bairro dos Museus.A colecção impressiona pela enorme qualidade das peças . Destaco um Cruzeiro Seixas fascinante “ Passagem da noite 1967” .Tivemos oportunidade de felicitar pessoalmente o colecionador ,nosso companheiro de andanças wagnerianas , que encontramos orientando uma visita guiada . Regressamos pela serra gozando as vistas.. deslumbrantes . Para o fim do dia tinha as Páginas 1 de Rúben A que a minha amiga juíza me comprou na Feira do Livro um sábado quase perfeito.
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osanecif · 4 years
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Obras de Paula Rego e Júlio Pomar na abertura do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra
O Centro de Arte Contemporânea de Coimbra é inaugurado este sábado com uma exposição que dá a conhecer parte da Coleção BPN, na qual figuram obras de Paula Rego, Júlio Pomar, Amadeo Souza-Cardoso e Maria Helena Vieira da Silva.
A Coleção BPN (ex-Banco Português de Negócios), que foi adquirida pelo Estado por cinco milhões de euros, vai ficar instalada em Coimbra, no Centro de Arte Contemporânea, situado para já num edifício junto ao Arco de Almedina, que é inaugurado no sábado, Dia da Cidade.
Para dar a conhecer a coleção do antigo banco, foi criado um ciclo de exposições, intitulado “De que é feita uma Coleção?”, elaborado pelo curador do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, José Maçãs de Carvalho, e pelo curador da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, David Santos.
A primeira, de nome “Corpo e Matéria”, revela 27 das quase 200 obras da Coleção BPN que vão ficar na cidade pelo prazo de 25 anos (renovável por igual período pelas partes envolvidas – Câmara de Coimbra e Ministério da Cultura).
Nesta primeira exposição, vão estar expostas obras de fotografia, pintura e escultura.
Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Batarda, Julião Sarmento, Ana Vidigal, Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego, Rui Chafes ou João Louro são alguns dos nomes representados, numa exposição que conta também com a participação de artistas estrangeiros, como Allan Sekula, Douglas Gordon ou Paul Morrison.
“A coleção não tinha um curador específico e o que estamos a fazer é a tentar dar uma forma narrativa e interpretativa a um conjunto de obras que, neste momento, estão numa espécie de vizinhança súbita”, explicou o curador do Centro de Arte.
José Maçãs de Carvalho salientou o desafio que foi pegar nessa coleção “em potência” e tentar “encontrar sinais perdidos no tempo” – quase uma espécie de “arqueologia da coleção” para tentar criar uma narrativa.
De acordo com David Santos, a Coleção BPN compreende quase 200 peças de arte moderna e contemporânea, que dão “um panorama da arte portuguesa na segunda metade do século XX”, com exceção da obra que estará presente na primeira exposição de Amadeo de Souza-Cardoso.
Para o Curador da Coleção do Estado, um dos ‘ex libris’ da coleção será a pintura de Souza-Cardoso, destacando também “Les Berges”, de Vieira da Silva, e uma escultura em ferro de Rui Chafes da série “Da Vida Monástica”, para além de obras de Eduardo Batarda e José Loureiro.
O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, considera que a vinda da Coleção BPN para Coimbra “é muito importante” para a cidade, permitindo também criar “mais um ponto atrativo para a visita”, em pleno coração da cidade, onde se pode “apreciar o antigo e o novo”.
O Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, instituído pelo Ministério da Cultura em articulação com o município, fica, para já, em três dos quatro pisos de um edifício junto ao Arco de Almedina.
As instalações definitivas do Centro serão, após obras de requalificação, na antiga sucursal da Manutenção Militar em Coimbra (cujo imóvel passou do Ministério da Defesa para Câmara de Coimbra em maio de 2017), na Avenida Sá da Bandeira, a algumas centenas de metros do edifício que recebe provisoriamente a Coleção BPN.
Questionado pela agência Lusa, Manuel Machado referiu que, logo a seguir à abertura do Centro, a autarquia vai “intensificar o trabalho para reunir fontes de financiamento” de forma a avançar com a intervenção na Manutenção Militar.
O destino da Coleção BPN aguardava decisão do Governo desde a nacionalização daquela instituição bancária, em 2008.
Para além de três quadros da pintora Maria Helena Vieira da Silva, entretanto depositados na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (onde se manterão), o acervo de obras de arte do ex-BPN reúne obras de artistas consagrados como Paula Rego, Amadeo de Souza-Cardoso, Mário Cesariny, Rui Chafes, Eduardo Batarda e António Dacosta.
Deste acervo saiu a polémica Coleção Miró, que estava para ser vendida no estrangeiro, mas acabou por ficar em Portugal (no Porto, na Fundação de Serralves).
Obras de Paula Rego e Júlio Pomar na abertura do Centro de Arte Contemporânea de Coimbra
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osanecif · 5 years
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Obras de Vieira da Silva da Coleção BPN ficam no museu dedicado à artista em Lisboa
Os quadros da pintora Vieira da Silva da Coleção BPN, atualmente em depósito na Fundação Arpad Szenes, irão manter-se naquela instituição, em Lisboa, apesar de o acervo do antigo banco, agora integrado na Coleção do Estado, ir para Coimbra.
“Temos um acordo com a fundação de que os quadros que estão na fundação ficarão na fundação. O próprio Estado já no passado estabeleceu relação com a Fundação [Arpad Szenes-]Vieira da Silva, portanto estes também ficarão naturalmente lá”, esclareceu hoje a ministra da Cultura, no Forte de Sacavém, em Loures, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo de cedência, celebrado entre a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que determina que a Coleção BPN ficará afeta ao Ministério da Cultura.
A Coleção BPN, composta por 196 obras de arte e avaliada em cerca de cinco milhões de euros, foi integrada na Coleção do Estado através de uma “dação em cumprimento”. Segundo a ministra da Cultura, Graça Fonseca, “os cinco milhões de euros em que foi avaliada a coleção diminuem o valor da dívida entre a Parups e a Parvalorem [empresas que gerem o acervo e que foram criadas em 2010 para gerir os ativos e recuperar os créditos do ex-BPN] e o Estado”.
Na segunda-feira, em entrevista hoje ao jornal ‘online’ Observador, Graça Fonseca tinha revelado que a coleção “ficará e será colocada em Coimbra, onde se criará um novo polo de arte contemporânea portuguesa”.
Entretanto, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, revelou na segunda-feira à Lusa que o polo será instalado num edifício onde funcionou o antigo Banco Pinto e Sotto Mayor, na Baixa da cidade, junto ao Arco de Almedina, adquirido pela autarquia há cerca de quatro anos.
A vereadora da Cultura da Câmara de Coimbra, Carina Gomes, hoje, também à margem da assinatura do protocolo, explicou que aquela localização será temporária, sendo o “destino final o edifício da Manutenção Militar”, localizado na avenida Sá da Bandeira.
As obras poderão ser apreciadas “muito em breve” na primeira localização, já que se trata de “um edifício em muito bom estado, que necessita apenas de intervenções pontuais”.
Já o destino final “não será tão em breve”, quando a autarquia gostaria, estando neste momento o munício “a desenvolver o projeto”.
Segundo a ministra da Cultura, a Coleção BPN ficará em Coimbra por 25 anos, um contrato renovável por igual período, tal como aconteceu com as obras de Joan Miró, também pertencentes à Coleção BPN, que ficaram, no Porto, encontrando-se depoistadas na Fundação de Serralves.
A escolha de Coimbra, referiu a ministra da Cultura, foi “fundamentalmente geográfica, territorial”.
“No nosso olhar sobre o território e sobre o país faz falta um centro de arte contemporânea na região Centro, com escala e com capacidade para constituir um ‘nó’ numa rede que tem já espaços muito importantes Lisboa-Porto. Mas precisamos de criar outros núcleos com dimensão, para podermos ter uma rede de circulação a nível nacional”, afirmou Graça Fonseca.
Questionada sobre a possível abertura de outros centros de arte contemporânea no país na atual legislatura, a ministra respondeu positivamente, escusando-se a avançar pormenores.
Graça Fonseca recordou que há “neste momento vários centros de arte contemporânea”, mas que “nem sempre se pensa neles ou nem sempre são tão evidentes uns como os outros”, dando como exemplo o Museu Nadir Afonso, em Chaves.
“Ao longo do país existem vários centros de arte contemporânea, felizmente o país é um território com muitos equipamentos e infraestruturas, mas precisamos de o tornar mais equilibrado e mais coeso na sua distribuição”, disse.
Questionada sobre outras coleções, como a coleção de fotografia do Novo Banco, que chegou a ser anunciada para o Convento São Francisco, em Coimbra, ou a coleção do ex-BPP/Fundação Ellipse, escusou-se a comentar.
Já em relação ao relatório da DGPC que “conclui que não foi possível localizar 94 obras de arte inventariadas na coleção do Estado”, do qual também falou na segunda-feira em entrevista ao Observador, Graça Fonseca reiterou que o documento “será comunicado à Procuradoria-Geral da República”, reforçando que o trabalho de inventariação “estava para ser feito desde os anos 1990” e que, das obras por localizar, a maioria (49) estão-no desde 1992.
Questionada sobre que obras estão ainda por localizar ou em que locais foram localizadas as outras, a ministra escusou-se a responder.
Na cerimónia de hoje, Graça Fonseca referiu-se à assinatura do protocolo como “um momento muito emblemático”.
“Acho que foi um dos primeiros dossiers em que fui ‘chatear’ muito afincadamente o ministro de Estado e das Finanças [Mário Centeno] para trabalharmos afincadamente nele. É um passo muito importante, porque é um passo que queremos dar em conjunto — o Governo, em conjunto –, de que é muito importante resolver problemas com muitos anos por resolver, resolvê-los bem e, neste caso, por termos aqui uma ferramenta muito importante de retomarmos a política de aquisições e uma estratégia para a coleção de arte do Estado e, acima de tudo, para não a deixar apenas em armazéns e em acervos para a colocar no país, para que assim ela cumpra a sua missão: chegar às pessoas, mudar a nossa vida, enriquecer a nossa vida e dar a conhecer arte, neste caso, em grande parte, arte contemporânea portuguesa”, afirmou a ministra da Cultura.
O ministro de Estado e das Finanças, também presente na cerimónia, afirmou tratar-se de um momento “tão importante para a Cultura mas também para as Finanças, até pelo passado destas obras”.
“No Ministério das Finanças, e na Direção-Geral do Tesouro e Finanças, não vamos ter saudades destas obras. E também, se tivermos, temos a melhor maneira de matar essas saudades, que é ir a Coimbra quando elas estiverem expostas”, prosseguiu Centeno.
Na ocasião, Mário Centeno referiu que “a Cultura é um dos eixos da política” do Governo, e lembrou que, na proposta de lei de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), o setor tem “um reforço da dotação do respetivo programa orçamental num valor próximo de 10%, sendo assim uma área que aumenta o seu peso relativo” no conjunto do orçamento.
No Forte de Sacavém foram hoje colocadas algumas das 196 obras da Coleção BPN, entre as quais “Deuz Kamaturás”, de Júlio Pomar, “Azambuja”, de Eduardo Batarda, “Dentro de Mim”, de Helena Almeida, “O Desejado”, de João Pedro Vale, “Sismo”, de Julião Sarmento, bem como obras sem título de Paula Rego e de Maria Helena Vieira da Silva.
Obras de Vieira da Silva da Coleção BPN ficam no museu dedicado à artista em Lisboa
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