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#Impermanência
mitleid · 1 year
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A aceitação do fato de que tudo muda.
Sem aceitar o fato de que tudo muda, não podemos encontrar a compostura perfeita. Mas, infelizmente, embora seja verdade, é difícil para nós aceitá-lo. Porque não podemos aceitar a verdade da transitoriedade, sofremos. Shunryu Suzuki
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amamaia · 2 years
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Desejo o prazer de dançar
Sei que é um tanto hiperbólico, mas sinto que demorei 42 anos pra entender verdadeiramente que a Fragmentação não era algo que eu desejava e era tão somente fruto do aprisionamento social que moldou muitos dos meus comportamentos ao longo do eterno processo de individuação que jamais será saudável dentro de um sistema fabricado para nos adoecer.
Divididas por dentro, sem nos acessar por inteiro, sem pautar nossas escolhas nos plurais alicerces de nossas experiências ao longo do tempo, vivendo apenas episodicamente, nos tornamos mais fracas, mais facilmente docilizáveis, mais suscetíveis a dominações organizadas e forçadamente naturalizadas.
Nos querem vulneráveis e incensam essa palavra - vulnerabilidade - como se fosse algum sinal de força, ajuste ou pertencimento. Não é. Essa proposta é tão enganosa quanto a famigerada meritocracia. Não é possível ser vulnerável em um mundo que não te oferece, nem de longe, a segurança necessária pra você soltar as mãos. Não. Estamos em guerra.
Qualquer tentativa de 'dourar a pílula', como diria minha avó, cai por terra quando nos damos conta de, no mínimo, duas questões.
A primeira é não sermos personagens. Se não somos, não existe verdade absoluta que nos caiba pois estamos sempre em mudança, tal qual o mundo que nos cerca e nos permeia. Mutatis Mutantis. Não viveremos um mesmo roteiro toda vez que alguém conhecer a nossa história porque enquanto estamos vivas essa história está sendo escrita, criada, estampada, o que seja. Não pertencemos a um enredo pronto, a enredo algum aliás. Não somos personagens. Não somos previsíveis, não temos um caráter pré-definido e elaborado por alguém. Somos nossas próprias autoras. A um só tempo, criadoras e criaturas na beleza do inacabado e assim navegamos no fluxo da Vida até o momento final.
Nosso código linguístico define palavras distintas para ser e estar, diferente do imperialismo que colonizou a terra onde nascemos. Ninguém somente é ou somente está, somos sempre versões de nós mesmas, afetadas pelas trocas que nos permeiam, consentidamente ou não, a cada segundo que respiramos no Aqui-Agora.
Somos diversas e a alteridade nos confere a verdadeira riqueza de nossa existência. Somos muitas, várias, dessemelhantes, únicas, singulares. Esse é o verdadeiro valor dos seres vivos, a Diversidade. Padrão é coisa de máquina. Por que precisaríamos ser iguais pra dar certo? Não precisamos. Não existem nem duas plantas iguais da mesma espécie, que dirá nós, frutos de sangue e alegria nesse lugar que tanto já acendeu e derramou, queimou e ascendeu.
Toda docilização é um estupro. Matam seu ímpeto de revolucionar os dias, impõem encaixes possíveis apenas por violências, em conta-gotas ou por pontapé nas costas, a dor é certa, essa é segunda questão. Sempre dói abrir mão de seus verdadeiros desejos pra se adequar, pra deixar de se sentir constantemente ameaçada. Os condicionamentos são sempre amoldamentos excruciantes.
Quem já viveu tal atrocidade na própria carne sabe pra onde não quer voltar. E se afirmo hoje que é possível se desprender dos padrões de violência e destruição do espírito ao qual fomos submetidas e condenadas, se é possível mudar a cor do próprio fogo e deixar de queimar, queimar e queimar em fogueiras torturantes, é porque reconheço a Impermanência como potência transformadora.
Por mais paradoxal que possa parecer, viver essa impermanência enseja aprender a seguir fios contínuos. Acordamos sempre diferentes e sempre iguais. Cada história conta. Cada experiência pode metamorfosear o curso, os rumos, os entendimentos, os nós, os laços. Não há crise, há um equilíbrio instável, uma sucessão de trampolins provisórios pra que cada aventura nos faça deslizar pelo fluxo com olhos atentos ao próximo passo enquanto os ventos nos movem.
Ao invés de buscar um conceito definidor e apaziguador que me conforme dentro de uma caixinha oca, que me diga quem sou para sempre, que me faça achar que pertenço a algo que não criei, abro-me ao Movimento.
No Movimento me vejo dançar com o mundo. Sem o desespero de acertar os passos, corrigindo trajetos e direções enquanto me movo, atenta ao equilíbrio que se desfaz e precisa voltar a ser alcançado, vivo o presente dos dias, desperta e sedenta, pronta para a ação e mais. Atenta à música do Tempo.
Saber qual é a música que está tocando faz toda a diferença. Cada ritmo altera meu ímpeto, aguça ou repele meus impulsos, me sugere cadências, tendências, sensações. A cada convite, decido pelo Desejo. Ou não.
Só saberei disso se me mantiver desperta para investigar em meu próprio corpo como recebo e reajo às melodias que me são propostas. Saber desejar. Saber qual é a sua música. E mais. Saber criar os próprios sons. É um exercício fascinante e trabalhoso que me mantém em um foco de autopercepção tanto do que me machuca quanto do que me favorece. Não sobra muito pra precisar ser entretida por artifícios superficiais. Estou comprometida demais comigo mesma pra não respeitar as minhas escolhas. Eu desejo o prazer de dançar.
Troco a vulnerabilidade engodante por uma palavra mais saborosa. Permeabilidade. Aprendi com minhas próprias células. Posso absorver substâncias e recusar outras. Posso me deixar atravessar por líquidos que me façam fluir. Posso estar porosa e molhadinha, como costumo dizer, para o que me for saudável.
A busca do Prazer Verdadeiro sustenta os meus passos porque me impulsiona a revisitar certezas me fazendo compreender aquilo que é meu e o que não é, dialogando com estados permeáveis e alteráveis e, acima de tudo, sendo responsável por todas as minhas escolhas. Mantenho a lucidez de ser inteira mesmo nas inconstâncias. Não preciso me quebrar pra ser aceita na mesa de abate. Eu posso ser inteiramente dona de mim.
.xxx.
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gracecf · 1 year
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Mariposas Monarcas
“Você reparou nas mariposas amarelas que voavam quando nós chegamos aqui no cenote?”, eu disse que sim, com olhar curioso e atento, entregue à história que viria com a docilidade e a firmeza do timbre espanhol autêntico. “Elas são as mariposas monarcas, são lindas, não são? Minha mãe as adorava! Há santuários de mariposas monarcas aqui, lugares em que elas vivem livres, juntas e formam um…
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Nós somos impermanentes, nós somos pó. Estamos constantemente nos desfazendo. É Deus que nos refaz.
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cuidado-fragil · 3 months
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às vezes certas ausências machucam mais do que uma despedida, pois a presença é incerta e vazia, sem nenhuma intensidade ou sentimento. essa impermanência desmontra desprezo, uma atitude causadora de danos irreparáveis no coração de quem escolhe ficar. até hoje sofro com os machucados que fizeram no meu.
— cuidado-frágil
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voarias · 4 months
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impermanência
ri da possível probabilidade, porque não me parecia muito real nossos olhares se demorarem um no outro por mais de uma noite. você veio de peito aberto tentando desvendar cada parte minha que escondi trancada a 7 cadeados, com um riso frouxo e toques tímidos dos teus dedos nos meus. me falou sobre a vontade de pertencer antes mesmo que eu pudesse sequer imaginar como seria ficar, e eu ri como quem não acreditasse que somos porto e não apenas uma estação de passagem. porque, no fundo, eu realmente não acredito, não é? tomou aos poucos um espaço na minha agenda, deixou teu cheiro na minha camiseta preferida. ignorou todos os sinais vermelhos que sempre avisei que tinham entre nós, como se eu não precisasse parar em qualquer cruzamento do teu coração, como se as vias estivessem totalmente liberadas para que eu pudesse transitar. “como é possível não se apaixonar por você?” quis te avisar várias vezes que o final premeditado é ruim, que meu peito ainda não sabe jurar permanência, mas perdi a fala no exato momento que teu abraço encaixou no meu, assim quando tua boca encontrou a minha. tua falta de medo me assusta porque eu sempre fui boa em dar errado, porque se me tirar os receios não sobra nada além do meu coração exposto e disposto a sangrar novamente. me assusta teu toque suave e tua respiração que sincroniza descompassadamente na minha enquanto eu me perco na curva do teu ombro e minhas unhas marcam nas tuas costas minha vaga persistência em nós. me assusta o fato de que, no fundo, eu sempre quis algo que durasse, mas dessa vez quem vai embora sou eu.
voarias
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ocaraantipatico · 8 months
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Percebi que amadureci quando entendi que tudo na vida é impermanente. A cada dia, de maneira desafiadora, abraço as mudanças e metamorfoses, recusando-me a segurá-las em minhas mãos. Nessa dança efêmera da existência, a impermanência revelou-me um segredo: "O verdadeiro poder reside em não impor força alguma sobre todas as coisas, mas sim em soltá-las.". Hoje eu sei que essa força é a essência da dança cósmica que faz o Universo fluir em sua magnífica harmonia. — Ruan Guimar
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cartasparaviolet · 3 months
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Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Encarei meu reflexo no espelho essa noite, minha outra metade. Discutimos como devemos arrancar as tais raízes profundas que jazem mortas em nosso quintal. Decidi submetê-las à alquimia para liberar todo aquele caos. Do chumbo ao ouro, a alma transmuta e ascende. O aprendiz irremediavelmente precisa ser paciente. Desnudo-me sob o espelho d’água as velhas emoções armazenadas. Encarnação após encarnação, mais uma vez, represadas. Silencio a voz da mente para ouvir a do meu coração. Dou asas à intuição. Findo a segregação. Alinho com a unicidade. Distinta da realidade. Em última análise, amanheço em minhas incertezas e inconstâncias. Diminuindo as distâncias, de meu templo interior para as estrelas. Cintilando e desvanecendo, extravagantes. A vaidade enobrece o quadro pintado como moldura que valoriza seu retrato. Tenho mais fases que a lua, é bem verdade. Em algumas estações, sou loba, feiticeira, deusa, humana. Sou tantas entre a fauna e a flora. Sou tantas entre a vida e a morte. Sou foice que na fase minguante ceifa o velho e, na lua nova, ressurjo como a aurora. Danço perante a impermanência do destino, rio na cara do livre arbítrio. O sangue que pulsa em minhas veias é o mesmo dos meus ancestrais, honro o passado e vislumbro o futuro, me torno um porto seguro. Todos que ancoram em minha terra hospitaleira deixam um pouco de si e levam um pouco da magia que carrego em meu olhar. Só não levam aquilo que eu sou; o puro amor.
@cartasparaviolet
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impulsionarias · 1 month
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Hoje é meu aniversário e TUDO o que eu peço é a impermanência em lugares e vidas que não mereço estar, que não me cabe, que me limita. Eu mereço amor e todas as paradas que eu sonhei. Nesse novo ciclo, onde houver amor, eu estarei. E por fim e começo: GRATIDÃO. 🎂🎈🙏
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mitleid · 2 months
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Um caminho para a ansiedade e tristeza.
Em última análise, não há meiosde salvaguardar nada neste mundo;qualquer coisa que você ganha pode serperdida, destruída ou tirada.Por esta razão, se você fizerda aquisição e retençãode bens ou status seu objetivo na vida,este é um caminho para a ansiedade e tristeza. Muso Kokushi
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fogo-mutavel · 1 year
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a vida desde sempre tem sido a impermanência de todas as coisas.
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refeita · 10 months
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geminiano
Escrevo para te demorar porque você não vai. Faz parte de algo na sua essência ser volátil, volúvel, levado pelo vento como folhas soltas. Apesar da chegada forte, suas palavras são tão incertas quanto os bom-dia que dou a estranhos porque seu afeto escapa entre os dedos com a mesma rapidez que se ajunta. Suas incertezas pontudas e meias-verdades ásperas compõem uma visão tão nova que quase me tira o ar. Quase. Faz parte da sua natureza a fuga da compreensão, mas, meu bem, preciso entender tudo para permitir que permaneça. Preciso conhecer seu jeito antes de te deixar (me) ver um pouco mais. Te distraio com mil palavras que se fingem profundas, gasto vocabulário e lirismo para te distrair da sensação crescente de não saber. Porque não saber me assusta, porém, saber demais também. Sei que nada me aterroriza mais que a sua assertividade. Acuso como mentira, pois sei que se for verdade, palavra por palavra, estamos fadados a falhar. Se ousar significar algo, o fracasso é certo. 
Cercar você é apostar no desejo transbordando do corpo, inundando mil Venezas entre suas mãos. Você diz que não conhece o terremoto interno e eu invejo, pois meu mundo já é de ruínas há anos. Não me identifico com sua lacuna de catástrofes naturais, pois quando você brinca de fazer sentido meu peito faz tsunami. Nosso embate mais íntimo é que você quer ser desejado e eu quero ser amada. Você quer se banhar nos meus olhares, se vestir da libido e da paixão, já eu me prendo às sensações quentes de dormir sobre o peito de alguém. Geminiano, sua brisa bagunça meu cabelo e minha mente que só quer terra firme, entretanto, não me arrependo de essa noite ser poeta, e você, Afrodite. Você pode me chamar de “amor” pelo fim de semana enquanto fingimos juntos não ser de verdade.
Pago o preço de te deixar marcar hora na minha agenda e sei que em algum lugar você sorri com essa possibilidade. O que foge de seu radar é que minha prosa é maquiagem para as marcas que não quero que veja, e meu lirismo esconde entre linhas o meu medo de fracassar de novo. Te encapsulo nas páginas até que se torne apenas história, pois se for mais que isso o sangue para nas veias. Transformo seus olhos em quadro, suas mãos em divindade, te guardo no pote dos quase morrendo de medo de deixar de ser.
Morrendo de medo da sua impermanência te fazer ser mais. Te tornar poesia é o fim mais seguro, mesmo que tenha te dito ser perigoso, pois a poesia acaba no ponto e na rima e nós não acabamos — ainda. Te tornar poesia é um fim seguro, repito, mas minha poética é prosa e eu falo demais. 
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inutilidadeaflorada · 1 month
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Afrodisíaco
Nada tão vívido como Lilth se revelando Em sua frente para tomar o seu olhar Nada tão indiferente quanto o prazer Solver algumas flechas no colo de noivas
Um apêndice ou experiência Apresentando como palco Consumindo como vitrine Insultado como bordel
A prática celibatária Atraindo pulsões de morte Útil bala de prata Para dissolver cigarras
A crueldade enfeita o afeto Perfilamos objetos degustáveis Sósias amam mais espelhos Do que histórias ressentidas
Originamos trópicos incômodos És guardião do corpo e de euforias És substância de amido me inventa vidros Transmutará a palavra em pertencimento
Preencherá o cemitério de personas Com o pó de elefantes brancos Com veemência Dionísio salta a língua E instaura o estado indecência eterno
Oscilar entre instante e animal Perene gosto admitindo malícia Luar tomado pelas mãos Ocultando culpa
Sua luta externa mil babilônias Falar a textura dos lobos Coincidir carne e impermanência Aniquila-me notavelmente com teu zelo
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pensando-so · 8 months
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Desde sempre eu permaneci aonde eu quis que florescesse mas foi com o tempo que aprendi sobre as impermanências e a saber reconhecer quando não me sentia em casa.
Maxwell Santos
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Não, não tente me encaixar em seus padrões fossilizados.
Não, não tentarei explicar-lhe a diferença entre perder-se e reinventar-se; entre o conforto de um caminho repleto de velhas pegadas alheias e a estrada nova ( imune a destinos pré- concebidos ).
Não, não tente saber o que sou, pois ainda estou em construção...
...por momento, saiba apenas que "estou" e que tudo o mais é impermanência.
A.Christo.
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conjugames · 6 months
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Bento, eu tenho muitos medos, eu admito. Mas nos últimos dias me deparei com o maior deles: perder seus olhos em mim. Até me parece injusto, afinal você capturou todos os meus olhares. Naquele poema bonito que me pegou desprevenida, na citação do meu livro favorito (que você me indicou), nas músicas que conversam comigo, em tudo isso vejo você. A inconstância alheia de certo modo nunca me incomodou, é alheia. Agora o seu flerte com a impermanência me dá calafrios. Não me entenda mal, não quero ser o centro de todo seu universo. Gosto de espiar pela fechadura da porta do seu mundo, seu modo de lidar com os desenganos da vida, de descobrir suas teimosias que vão além de mim. O que me tira o sono é uma questão só: quando eu já for mistério desvendado, ainda vai se encantar? Quando eu lhe dedicar minhas maiores músicas, meus bilhetes bobos, dedicatórias e todas as palavras que guardei até te conhecer. Ainda vai se deslumbrar com o que vê?
Com deslumbre, Anastasia.
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