Capítulo 2 – Cabelos de Fogo
Mãe: MARIA LUIZA!!!!! O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?
Minha mãe não parava de gritar. Ela estava em frente ao banheiro tentando entender como eu tive a coragem de fazer isso. Tinha vermelho por todo lado, na pia, no chão, na toalha e até mesmo na minha pele que ficou toda manchada de tinta. É, eu fiz a loucura que toda garota normalmente faz uma vez na vida, pintei o meu cabelo de vermelho.
Eu: Eu queria mudar.
E queria mesmo. Eu sempre fui a menina deixada de lado. Era “nerd demais” como as pessoas diziam, para ser legal. Nunca tive muitos amigos, na verdade, nunca tive nenhum. Minha vida sempre foi acordar, ir à escola, voltar pra casa e estudar novamente toda a matéria que tinha aprendido naquele dia. Aos finais de semana, passava em casa com a minha família, vendo algum filme e comendo muita pizza. Era sempre o mesmo ciclo. Confesso que até gostava de como vivia, na verdade, me acostumei. Nada como o silêncio do meu quarto, com um chazinho bem quente e um bom livro para aproveitar a minha própria companhia. Era melhor aprender a conviver comigo, já que teria uma vida inteira ao meu lado.
Matt: Ah nãooooo! Isso tudo é uma tentativa de parecer legal?
Ele apareceu do nada, rindo muito no banheiro, vendo todo estrago que eu tinha feito naquele ambiente. Também, pelos gritos da minha mãe, acredito que logo até os vizinhos apareceriam por lá.
Eu: Eu só quero mudar. Não entendo porque isso está causando um grande alvoroço nessa casa?
A grande verdade é que o Matt estava certo. Eu queria parecer mais legal mesmo. Por mais que eu gostasse da minha vida, da minha rotina, aquilo estava me cansando. Não queria entrar em uma nova escola sendo a “nerd chata”, queria ser legal e que as pessoas gostassem de mim. Essa é a graça de uma nova escola, não é? Você pode recomeçar. Criar um novo personagem, já que ninguém conhece o seu passado.
Mãe: Malu, eu estou cansada. São 16:00 da tarde de uma sexta-feira, que eu tive que pedir uma folga no meu trabalho para passar a manhã inteira resolvendo burocracias da sua escola. Tive que ir à sua escola antiga para pegar seu histórico escolar e trancar a sua matrícula. Depois fui à sua escola nova levar todos os seus documentos, fazer sua matrícula, porque segunda-feira agora, você já começa as aulas. E chego em casa, vejo o meu banheiro todo sujo e manchado, seu cabelo completamente vermelho, parecendo fogo de tão vermelho, e você, que ao invés de estar cuidando da sua irmã, está brincando com tinta.
Ela estava furiosa e com a cara de cansada. Eu não gostava de ter a responsabilidade de estar sempre cuidando da Clara, e também odiava quando decepcionava minha mãe.
Eu: Desculpa, eu só queria ser diferente. Como eu tiro tudo isso?
Mãe: Não tira. Agora você vai ficar assim, ruiva. Limpa esse banheiro todo e depois nós conversamos.
Ela desceu as escadas decepcionada com tudo que viu, e eu só me sentia culpada.
Matt: Pintou o cabelo e ficou rebelde, né? Nunca te vi fazer algo desse tipo. Foi a coisa mais radical que você já fez em toda a sua vida.
Eu: Cala boca.
Empurrei levemente o Matt para ele sair da minha frente, enquanto ele não parava de rir de toda a situação. Sai do banheiro devastada com tudo que fiz. Fui até a cozinha pegar alguns produtos para limpar o banheiro. Normalmente era eu que arrumava a casa. Todo mundo tinha uma função, mas o banheiro era sempre comigo, então eu meio que já sabia o que precisava fazer. Arrumei tudo, e quando fui ver já eram 20:00 horas da noite, como a hora voa. Tomei um banho e fui para o meu quarto. Peguei os meus fones e coloquei uma ótima playlist para tocar. Até que vi a maçaneta da porta se abrindo.
Matt: Pirralha, posso entrar?
O que ele queria agora? Tirei os fones de ouvido.
Eu: Já entrou mesmo.
Sentei na cama olhando para ele, esperando a próxima gracinha que iria soltar. Ele se sentou na cadeira da minha escrivaninha e ficou de frente para mim.
Matt: Você não precisa parecer legal para aqueles babacas da Monet. Quem tiver que gostar de você vai gostar por quem tu é. E quem não gostar, foda-se.
Ele era irritante, mas as vezes dava uns conselhos legais. Eu não conseguia responder. Desviei o olhar dele e abaixei a cabeça me sentindo a pessoa mais insegura de todo mundo. Ele continuou.
Matt: Você não pode viver a vida esperando agradar todos os babacas que encontrar. E olha que conheço muitos de lá. Acho que é a escola com mais babacas do país. A sua vida não vai ser outra lá, o que vai mudar é a sua fase e os desafios que irá enfrentar. Isso pede uma Malu mais madura, e não uma Malu diferente.
Concordei com a cabeça. Ele tinha razão. Eu estava fugindo de quem eu era para ser aceita por pessoas que sinceramente, nem conhecia. Ele se levantou caminhando para ir embora do meu quarto. Parou no meio e olhou para mim.
Matt: Mas o cabelo ficou legal, deixa ele assim.
Sorri pra ele enquanto o via deixar o meu quarto. Deitei na cama e logo começaram os pensamentos intrusivos. “E se me odiarem?” “E se eu não conseguir acompanhar as aulas? já que as matérias eram mais difíceis e eu já tinha pulado um ano na escola.” “E se eu repetir de ano?” “E se eu for zoada por ser bolsista e não ter a mesma condição financeira da maioria dos alunos?” E se, e se, e se... Foi se repetindo na minha mente até eu dormir. Às vezes é difícil viver pensando demais, mas eu sou capricorniana. Mentira, eu nem acredito em signos.
0 notes
Capitulo três: A música está em mim.
Flash Back ON
Dezesseis de Novembro de 2006, Casa de Jason.
— Gabi, você cresceu! Nossa...Jason não falou que você vinha aqui hoje...— Disse Antonio Figueredo, pai de Jason.
— Ah, Obrigada Sr. Antonio, fico lisonjeada. Eu vim fazer uma surpresa para ele, haha, ele esta? — Pergunta Gabi, educada talvez (?).
— Esta sim, no quarto dele, na terceira porta a direita, Gabo. — Disse Antonio.
— Obrigada Sr. Antonio, bom, to indo lá. — Diz ela com uma sorriso falso. Gabi entrou no quarto de Jason com uma cara de nojo da porra, ela não tava acostumada com o cômodo da casa e muito menos da grande bagunça que era o quarto de Jason.
— Serviço de quarto?! — disse Gabi, sendo irônica.
— O que você tá fazendo aqui? Já sei! Veio bem querer jogar na minha cara do quanto eu fui idiota com a Nicole. — Disse Jason.
— Não, não. Vim aqui te fazer uma proposta meu caro amigo. — Disse gabi.
— Amigo? Desde quando eu sou seu amigo? — disse Jason tentando entender o sarcasmo de Gabi.
— Hahaha, Jason, você sabe o quanto eu me preocupo com a Nicole, ela é minha melhor amiga, uma irmã para mim. E, você sabe o que ela vai falar para o delegado quando for depor amanhã na escola.
— Claro que eu sei, eu tentei tirar essa ideia da cabeça dela de se entregar para a polícia por um erro que ela não cometeu, todos nós estamos envolvidos nisso. — Disse Jason.
— Jason, eu sei, mas se você ama realmente a Nicole, você tem que assumir a culpa... — Disse Gabi.
— O que? Mas... — Disse Jason, confuso.
— Mas nada, você que chamou a Nicole para o banheiro Masculino, vocês estavam bêbados, e quando a Nicole saiu do banheiro, vai saber se você chamou a Paola para pegar ela também e acabou a matando. — Dramatizou a Gabi, escondendo a bela verdade de que nada disso aconteceu.
— Mas o que? Eu nunca faria isso, você me conhece Gabi, por mais que não sejamos amigos mas você sabe que eu nunca MATARIA alguém. — Disse Jason, com uma enfurecido.
— Mas MENTIRIA por alguém que ama para protegê-la, e nesse caso, eu sei que você não vai tá protegendo só uma pessoa.
— Do que você tá falando? — Perguntou Jason, desconfiado.
— Jason, você pode enganar Deus e mundo mas nunca vai me enganar, eu sei que você é...
FLASH BACK OFF
Gabi me contou a história de como ela fez a cabeça de Jason para ele se entregar para a policia enquanto caminhávamos até minha casa.
— Gabi, MEU DEUS, você tem ideia da merda que fez ??? Meu Deus, eu te expulsaria da minha casa agora se eu não precisasse de você para a me ajudar a escolher uma roupa para a festa. — Disse eu, com raiva e surpreso ao mesmo tempo.
— Eu sei, eu sei. Ai, eu pensei nisso nas férias inteiras. Carlos, Eu fiz isso para proteger você e a Nicole, juro que estou muito arrependida. — disse Gabi com um tom de ironia.
— Então é por isso que a Nicole tá com raiva de você? Vocês não se falam desde o começo das férias? — Perguntei a Gabi.
— Sim, um pouco depois que você viajou, fui na casa dela explicar tudo isso...E ela me tratou tão mal, disse que eu só pensava em... — disse Gabi.
— Em você? Sim, com certeza. Você só fez isso porque precisa da Nicole na faculdade Teatral — Disse que eu.
— Isso é uma mentira! Eu mesma me garanto com meu próprio talento! Eu amo a Nicole, cara, eu fiz isso realmente para protege-la, e proteger você tambem, por que é tão difícil de acreditar? — Disse Gabi, séria.
— Me proteger? Olha, já chega. Eu to sem paciência pra isso e não quero me estressar, eu não vou mais nem procurar a roupa agora, amanhã começa os testes para a musica e eu preciso ensaiar! Você precisa reunir o pessoal e explicar isso. — Diz eu, estressado.
— Ai, ta bom, se isso for a coisa certa a fazer, eu faço, até amanhã N, amo você. — Logo ela me dar um abraço e vai embora. Eu não gosto de fugir da situação assim, mas nunca me passou pela cabeça que o Jason faria isso tanto pela Nicole quanto, por mim. Mas enfim, eu não poderia me estressar com isso. Eu tinha que concentrar na minha musica. Peguei meu violão e comecei a tocar.
THIS IS ME - DEMI LOVATO - VIOLÃO
Você sabe como é
Se sentir na escuridão
Sonhar com uma vida
Onde você é a estrela brilhante
Mesmo parecendo
Que isso vai longe demais
Eu tenho que acreditar em mim
É a única maneira..
Isso é real, essa sou eu
Estou exatamente onde eu deveria estar, agora
Vou deixar a luz me iluminar
Agora eu encontrei, quem eu sou
Não há maneira de mantê-lo no
Não mais esconder quem eu quero ser
Este sou eu
Ensaiei a tarde para a noite toda, ignorei todas as mensagens e ligações, tirei simplesmente a noite para me dedicar a musica.
Sete de Fevereiro, 2007.
06:50 da manhã.
Mensagem de Jay122
O que custava atender minhas 12 ligações na noite passada? Se não me contar o que a Gabi te falou, eu te mato! Bom dia.
— Acordei em uma manhã chuvosa, super atrasado e ainda me aprontei lendo essa mensagem da Jay, realmente preciso desabafar com ela. Enquanto isso fui correndo para a escola, eu poderia pedir carona pro meu pai, mais ele nunca foi presente na minha vida, nem minha mãe, só a Carmen mesmo, mas isso é história para outro dia.
06:55, PÁTIO DA ESCOLA.
— Aí cadê o Neto? — Perguntou Gabi para o pessoal, Todos estavam sentados na escadaria da escola.
— Aí Gabi, por que reuniu a gente aqui fora? preciso me preparar para o campeonato acadêmico de Química. — Reclamou Thay.
— Eu e o Gabriel precisamos treinar para o futebol, o teste é hoje! — Disse Murilo.
— Gente, deixa a Gabi falar, eu to curiosa. — Disse Jay, que em seguida cruzou os braços.
— Eu preciso que o Neto esteja aqui comigo para contar para todos vocês. — Disse Gabi.
— Olha ele ali correndo, desesperado na verdade. — disse Gabriel.
— Que em seguida bate o sino para todos irem para os seus teste.
— Oi gente, cheguei a tempo. — disse eu, feliz e muito suado!
— Puta merda, Neto não dava pra chegar mais cedo não? — Perguntou gabi, com raiva.
— Ah, eu tava ensaiando minhas musicas, e posso garantir para vocês que eu to muito bem! — Disse eu, me gabando.
— Que seja, vamos logo Murilo, depois você conta o que tem para contar Gabi — Disse Gabriel, que em seguida ele e o Murilo correram para a quadra da escola.
— Enquanto eu, irei ajudar a Thay com o Campeonato Acadêmico. Vejo vocês depois, vamos Thay. — Disse Jay e logo ela e Thay foram para o Laboratório.
— Ah, eu juro que tentei falar para eles sobre... — Disse ela, que em seguida a Interrompi.
— Gabi, cala a boca. Não precisamos lembrar disso agora, temos que nos concentrar! Ensaiou as cenas e as musicas? — Perguntei para ela, feliz.
— Ah, claro, eu também me dediquei essa noite, eu sinto que MAIS uma vez irei ganhar o papel principal esse ano, o que posso fazer? não tenho culpa de ser a estrela number #1 da Dona Sonia. — disse ela, com um sorriso espontâneo e feliz por isso.
— Ah, que bom, eu ja estava com saudades disso, sabe? você no teatro musical, eu na musica com o Jason, dos meninos no futebol, a Thay no grupo academico de quimica, e a Jay no Jornal da Escola. — Disse eu, com um sorriso no rosto e lembrando dos anos passados.
(SIM! A JAY É DO JORNAL DA ESCOLA, ISSO FEZ COM QUE ELA FICASSE MAIS CONHECIDA POR SABER DE TUDO QUE ACONTECE NA ESCOLA, ELA NEM PRECISA DE TESTE PARA SER ENTRAR NOVAMENTE NA TURMA, ATÉ PORQUE ELA É A LIDER E A QUERIDINHA DA NOSSA DIRETORA MIRELLA)
— Eu também estava com saudades disso, ah Neto, me abraça, estou nervosa! — Disse Gabi, lagrimando. Ela sempre fica assim antes do teste, como se não fosse ganhar.
— HAHAH, Você vai conseguir, ah não ser que uma vadia apareça e roube a cena, não é?!. — Puxei ela pelos braços e fomos correndo para o auditório. O meu teste de musica era no Segundo tempo, diferente dos testes dos meus amigos que era no primeiro tempo, então praticamente “matei” o primeiro tempo de aula para ver a apresentação da Gabi.
Auditório da escola.
Eu sentei na primeira fileira para ver a apresentação da Gabi, de cantar encenar ao mesmo tempo, ela ama tudo isso! desde os 7 anos, os pais dela obrigavam ela a fazer aulas de qualquer tipo de instrumento e principalmente de canto. E logo uma menina passa na minha frente apressada, e deixa cair sua tiara. Gabi e seus amigos foram para os Bastidores para se preparem.
— Ei, ei, deixou sua tiara cair! — Disse eu, que em seguida peguei a tiara do chão.
— Ah, obrigada querido. Nossa, você é lindo! qual seu nome? — Perguntou Paula.
( PAULA É A GAROTA MAIS FALSA QUE EU CONHECI DEPOIS DA RHANY, MENTIRA, EXAGEREI, MAS PARA A TRISTEZA DE MUITOS, ELA ERA A NOVA COBRA DO COLÉGIO, CHEGOU DE SÃO PAULO E SE ACHA A TAL, PATRICINHA TALVEZ? QUE SEJA. MAS ISSO EU SÓ VIM DESCOBRIR DEPOIS DISSO QUE VAI ACONTECER AGORA.)
— Ah, meu nome é Carlos Neto, mas todos me chamam de Neto — disse eu, envergonhado.
— Own, que fofo. Mas assim, você vai atuar tambem? — Perguntou ela com delicadeza.
— Não, eu "matei” aula para ver a apresentação da minha amiga, agora haha, — disse eu.
— E quem é ela? — Perguntou Paula.
— Ah, é a Gabriele Moura. — disse eu, com um sorriso.
— Amigo da minha rival, poxa lindinho, parece que eu irei ter que lhe entregar. — Disse ela, surpresa. Logo a professora Sonia chega com seus ajudantes e Paula grita bem alto. — Professora, não sabia que outras pessoas que não fossem fazer o teste poderia ver as apresentações sem permissão! — Disse Paula, com seu recalque pro meu lado, vadia talvez? que seja.
— Ora Ora Ora, não devia estar na sala de musica, Carlos? — disse Dona Sonia, com os braços cruzados.
— Ah, é. To indo agora, eu me perdi sabe, haaha, até mais! — disse eu, envergonhado e com raiva da Paula.
— Tchauzinho, Neto. — disse Paula sendo irônica.
— Tchauzinho Paula, foi bom te conhecer. — Disse eu, mais ironico ainda, e fui caminhando para a frente da sala de música.
— Paula, vamos logo, você vai ser a primeira! — Disse Luiza, melhor amiga de Paula, outra cobra também.
— Ja to indo, hihii — Disse Paula.
Frente da Sala de música
— Vi o grupinho da musica na frente da sala, estavam lá, treinando as vozes, com seus violões e guitarras, enfim. Todos estavam muitos ansiosos.
— Olha lá quem chegou, o Elvis Presley da sala! — Disse Roberto, meu parceiro na música.
— Ah, sem flash, por favor! — Disse eu, com um sorriso no rosto.
— Ah Neto, já viu os novos alunos que tem nesse ano? — Disse Roberto e apontou para eles.
— Nossa, tem mais calouros do que veteranos esse ano, o que aconteceu? Por que ninguém vai participar da música esse ano? — perguntei para Roberto.
— Todos estão muito empolgados com o teatro, Dona Sonia abriu mais de 15 vagas para ajudantes, sabe, para arrumar os cenários, luzes e tudo mais. — Respondeu Roberto. Esse truque de abrir vagas para ajudar no teatro é só uma desculpa pra ninguém estudar na aula dela e ganhar 10 pontos de graça no bimestre, Dona Sonia além de ser a líder no teatro, também é professora de filosofia.
— Já era de se esperar desse pessoal, enfim, vamos continuar com a nossa música, até porque temos uma apresentação daqui há um mês. — Disse eu, empolgado.
— Hahaha, sim. Vamos focar na música! — disse Roberto, empolgado também.
— Ah, desculpa interromper vocês, mas, é aqui que é a a sala de música? — Perguntou Rodrigo, um novo aluno da aula de música, calouro, com seu violão nas costas.
— Ahh, você é cego? não tá vendo esse placa enorme a cima da porta? “Sala de música” ? — Disse eu, totalmente arrogante.
— Calma, mano, já achei, fica suave... — Disse Rodrigo, super “calmo”, ele não estava realmente “calmo” estava sobre o efeito da maconha que fumou antes de vir para a escola.
— Logo o professor de Música chega na frente da sala de música, o querido professor, Paulo, eu e Roberto somos os alunos preferidos dele e isso faz a gente ganhar uma boa parte da atenção do professor para ele avaliar nossas músicas e dizer o quanto somos fodas.
— Bom dia galera, bom, desculpa ter chegado um pouco atrasado, mas enfim, vamos entrar logo? — disse o professor Paulo. E quando todos nós entramos na sala, nos deparamos com uma inundação enorme na sala, por conta da chuva é claro.
— Ah droga, e agora professor? para onde nós vamos? — Perguntou uma caloura da turma.
— Suponho que temos que ir para o auditório, vou falar com a professora Sonia para fazermos os testes musicais lá mesmo, então vamos turma, para o auditório. — disse o professor Paulo.
— Caramba, meo, até as notas musicais grudadas nas paredes não se salvaram, ta tudo molhado. — disse Roberto, triste pelas notas musicais.
— hahaha, vamos logo, Roberto, olha o lado bom, vamos nos divertir vendo os calouros cantarem super mal, vamos poder ver a apresentação da Gabi e logo em seguida, vamos nos apresentar. — Disse eu, que em seguida puxei Roberto pelo braço.
Logo todos vão andando bem depressa em direção ao auditório, enquanto eu e Roberto ficamos andando bem devagar. E em seguida, Rodrigo chega perto da gente.
— Sei que eu sou um calouro que chegou agora, mas sou novo até mesmo na escola, será que vocês podem me ajudar na minha música? eu to muito perdido. — perguntou Rodrigo.
— Ah não! — disse eu, em seguida, Roberto me deu um tapa na cabeça.
— Ah sim! pode sim Rodrigo, vamos te ajudar! é sempre bom ajudar os calouros. — disse Roberto com um sorriso no rosto.
— Tá doido porra? Ah, tudo bem, vamos abrir uma exceção de você andar com a gente, mas ó, vou logo avisando que a gente não canta ruim como os outros não, pelo contrário, somos os melhores cantores daqui da escola, tá? — disse eu, exigente.
— HAHA, tudo bem, eu to meio chapado pelo fato de estar nervoso, eu nunca me apresentei antes e creio que estou com bastante coragem para cantar na frente da escola inteira, só que, sei la, acho que eu quero desistir. — disse Rodrigo, assustado. Ironia mesmo, Rodrigo é tão lindo, com a pele mais branca que as nuvens e ainda por cima é um EMO, reconheço pela jaqueta de couro e as tatuagens de mentira no braço dele.
— Não desista, você fez uma boa escolha de se entregar para a música, mas olha, Neto está certo, não somos como a maioria da turma, realmente temos uma vocação diferente, digamos “profissionais” e queremos te ajudar com isso, vamos, cante um pouco da sua tal musica. — Disse Roberto, logo Rodrigo puxou seu violão das costas, e começou a tocar.
Eu sei - Papas da Língua - violão
Eu sei, tudo pode acontecer
Eu sei, nosso amor não vai morrer
Vou pedir aos céus, você aqui comigo
Vou jogar no mar, flores pra te encontrar
Não sei, porque você disse adeus
Guardei, o beijo que você me deu
Vou pedir aos céus, você aqui comigo
Vou jogar no mar, flores pra te encontrar
You say goodbye and I say hello
You say goodbye and I say hello
— Você canta muito bem, você tem uma bela carreira de cantor pela frente hein. — disse Roberto.
— Que voz é essa? você passou no teste, e com certeza vai poder a gente com a gente, — disse eu, que fiquei impressionado com a voz dele.
— HAHA, que bom que gostaram, é a primeira vez que eu canto para alguém, e não esperaria que fosse para dois rapazes. — disse Rodrigo que em seguida riu.
— HAHA, relaxa, vai ser a primeira de muitas, sempre cantamos um para os outros para ver se estamos indo bem. — disse Roberto.
— Ei vocês aí, é melhor andarem mais rápido. — gritou o professor Paulo que estava no final do corredor. E assim nós três corremos para o auditório.
Enquanto isso nos bastidores do auditório.
— Enfim, essas são as regras do teatro grudados na parede, para os calouros e os veteranos também, se baseiem nela! 5 Minutos para o teste começar. — disse Dona Sonia que em seguida, foi para o auditório,sentar primeira fileira para escolher os melhores atores. Todos foram correndo para frente do quadro de avisos para ler as regras.
— Ah, que ótimo, só vai ter um papel principal diferente das peças teatrais do ano passado que sempre tinha dois ou mais. — disse Vitória, amiga da Gabi no teatro.
— Eu estou super de boa, sei que o papel vai ser meu mesmo! — disse Gabi com um sorriso no rosto que em seguida levantou os braços para cima.
— Bom saber que você pensa em mim, Gabi. — Disse Vitória, triste.
— Ah, Vitória, calma, ó, você sabe que eu sou melhor que você em tudo, principalmente no teatro musical. — Disse Gabi, sincera.
— Gabi, retire o que disse, eu não acredito que você disse isso, olha, eu não quero mais falar com você, sua egoísta! — disse Vitória, com raiva de Gabi, que em seguida foi embora.
— Ah não, Vitória, volta aqui, eu não queria falar por mal...Ah, que seja, não preciso dela mesmo, preciso me concentrar. — disse Gabi, se sentindo confiante.
5 Minutos depois.
Auditório.
— Vamos começar! — disse professora Sonia. E assim começou o teste, Gabi era a 4º pessoa a se apresentar de 7 meninas que queriam o papel principal e junto com ela, claro, estava concorrendo a Paula.
20 Minutos depois.
— Gabriele de Moura, no Palco! — disse dona Sonia.
— Ai Meu Deus, eu vou morrer! — disse Gabi, em voz baixa.
— Gabi, não precisa apresentar todas as cenas, quero só que você faça a cena do segundo ato e cante a musica que se pede. — disse dona Sonia.
— Ah, sim, tudo bem dona Sonia, desculpa eu estar soando eu to meio nervosa. — Disse Gabi, que estava se tremendo, ela estava tão nervosa que não conseguiu encenar direito.
5 Minutos depois.
— Gabi, o que ta acontecendo? você ta errando varias vezes a atuação! — disse dona Sonia, preocupada.
— Ah, me desculpe dona Sonia, eu to tentando, mas... — Disse Gabi.
— Tudo bem, pule logo para a musica. — disse Dona Sonia.
—Ok! — Logo Gabi, foi em direção ao piano, respirou bem fundo, e soltou a voz, nervosa ainda, talvez?
Million Reasons - Lady Gaga - Piano
Você está me dando um milhão de razões para eu te deixar
Está me dando um milhão de razões para desistir do show
Você está me dando um milhão de razões
Me dá um milhão de razões
Está me dando um milhão de razões
Praticamente um milhão de razões
Se eu tivesse uma estrada, eu correria para longe
Se pudesse encontrar uma via seca, eu não me mexeria
Mas você está me dando um milhão de razões
Me dá um milhão de razões
Está me dando um milhão de razões
Praticamente um milhão de razões
Se eu tivesse uma estrada, eu correria para longe
Se pudesse encontrar uma via seca, eu não me mexeria
Mas você está me dando um milhão de razões
Me dá um milhão de razões
Está me dando um milhão de razões
Praticamente um milhão de razões
Eu me ajoelho para orar
Eu tento fazer o pior se tornar um pouco melhor
Senhor, me mostre o caminho
Para me libertar do couro gasto dele
Eu tenho cem milhões de razões para ir embora
Mas querido, eu só preciso de uma boa razão para ficar
— Logo, a turma da música entra no auditório, Gabi cruza os olhos para mim, Roberto e bem atrás da gente, Rodrigo.
13 notes
·
View notes
Ministério Público liga o grupo do ex-presidente a desvios de até R$ 1,8 bilhão.
O ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) silenciou em seu depoimento na Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde está detido desde quinta-feira (21) e onde espera ficar até pelo menos quarta-feira (27) da semana que vem, quando o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região julgará os pedidos de habeas corpus feitos por sua defesa e também as de seu ex-ministro Wellington Moreira Franco e de seu amigo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.
Seus advogados tentavam evitar que Temer, preso de forma preventiva (sem julgamento e por prazo indeterminado) após mandado expedido pelo juiz Marcelo Bretas, depusesse. A defesa informou que ele não falaria, e na sala em que está detido o emedebista permaneceu.
Quem falou foi Moreira Franco, para negar os crimes a ele imputados pela Operação Lava Jato. Segundo a procuradora Fabiana Schneider, “ele negou ter pedido de propina, prestou esclarecimentos e deu a sua versão dos fatos. Chegou a reconhecer que Temer disse que Lima cuidava da Argeplan em mais de uma ocasião”.
O Ministério Público liga o grupo de Michel Temer a desvios de até R$ 1,8 bilhão, numa operação que teve como foco um contrato firmado entre a Eletronuclear e as empresas Argeplan (do coronel Lima), AF Consult e Engevix.
#gallery-0-13 { margin: auto; } #gallery-0-13 .gallery-item { float: left; margin-top: 10px; text-align: center; width: 33%; } #gallery-0-13 img { border: 2px solid #cfcfcf; } #gallery-0-13 .gallery-caption { margin-left: 0; } /* see gallery_shortcode() in wp-includes/media.php */
Temer, Moreira Franco e o coronel Lima serão denunciados na semana que vem por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, de acordo com a Procuradoria. O ex-presidente responderá como chefe da suposta organização criminosa.
Temer é o único preso na sede carioca da PF, numa sala com três ambientes, incluindo banheiro privativo —os outros dois estão no BEP (Batalhão Especial Prisional) em Niterói, onde têm como companheiro de cárcere o ex-governador Luiz Fernando Pezão.
O cômodo de Temer, que já funcionou como escritório do corregedor da PF, foi totalmente lacrado para receber o ex-chefe de Estado que virou prisioneiro. As janelas foram cobertas com película negra, de modo que não é possível ver o que se passa dentro do aposento. Elas também foram vedadas com chumbo derretido, para impedir eventual fuga.
Temer recebeu duas visitas: a de seu ex-ministro Carlos Marun, um dos fiéis escudeiros de seu governo, e a do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que já o defendeu no passado, mas diz ter ido à PF nesta sexta na condição “de amigo, para dar um abraço”.
Segundo Mariz de Oliveira, Temer “está triste e aborrecido, mas tem muita esperança na Justiça”.
Para o criminalista, que, como Temer, foi secretário de Segurança paulista nos anos 1990, é um absurdo que a decisão se baseie “em acusações nas quais ele não foi ouvido”. Seria como os pais aplicaram um castigo antes de perguntarem em casa se o filho fez algo errado, comparou em conversa com jornalistas, na porta da superintendência.
Ele diz que o amigo está sendo “muito bem tratado” pela polícia, mas que “gostaria de sair hoje, gostaria de não ter sido preso”.
Os advogados de Temer e de Moreira Franco não devem recorrer contra a decisão de submeter o pedido de habeas corpus ao plenário do TRF-2. Como a votação tem data marcada, sendo daqui a cinco dias, eles preferiram esperar o resultado antes de qualquer recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
#gallery-0-14 { margin: auto; } #gallery-0-14 .gallery-item { float: left; margin-top: 10px; text-align: center; width: 33%; } #gallery-0-14 img { border: 2px solid #cfcfcf; } #gallery-0-14 .gallery-caption { margin-left: 0; } /* see gallery_shortcode() in wp-includes/media.php */
“A decisão é ponderada. Vamos aguardar”, disse o advogado Antônio Pitombo, defensor de Moreira.
VISITA BARRADA
Ex-ministro de Michel Temer e um de seus escudeiros mais fiéis, Carlos Marun foi barrado naquela que seria sua terceira visita ao colega do MDB em menos de 24 horas.
Ele tentou ver o ex-presidente preso na Superintendência da Polícia Federal pela segunda vez nesta sexta-feira (22), no começo da noite. Já havia passado por ali de manhã, quando encontrou Temer “com semblante de homem que dormiu”, um “abrigo” em vez da roupa social da noite anterior e escrevendo um romance que já teria umas 30 páginas. Desta vez, contudo, a entrada não foi liberada.
Marun disse que recebeu como justificativa o argumento de que o prisioneiro estaria muito cansado. Desconfia, contudo, que o veto seja consequência de reportagens que questionavam sua presença ali.
Apesar de ser advogado e usar tais credenciais para ter acesso a Temer, Marun não trabalha na defesa do emedebista e, a princípio, não teria direito de ver o preso.
Fonte: Folha de São Paulo
Anna Virginia BalloussierAna Luiza Albuquerque – RIO DE JANEIRO
TEMER SE CALA NA PF E SERÁ DENUNCIADO POR CORRUPÇÃO, LAVAGEM DE DINHEIRO E PECULATO Ministério Público liga o grupo do ex-presidente a desvios de até R$ 1,8 bilhão. O ex-presidente Michel Temer…
0 notes