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#Praça de D. Pedro IV
atotaltaitaitale · 7 months
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We couldn’t skip the beautiful Praça Don Pedro IV since we stayed in a hotel on the plaza.
The Rossio is the popular name of the King Pedro IV Square (Praça de D. Pedro IV) in the city of Lisbon and has been one of its main squares since the Middle Ages. It has been the setting of popular revolts and celebrations, bullfights and executions, and is now a preferred meeting place of Lisbon natives and tourists alike.
The current name of the Rossio pays homage to to Pedro IV, King of Portugal. The Column of Pedro IV is in the middle of the square. Most buildings around the Rossio date from the reconstruction of the Pombaline Downtown carried out after the great 1755 Lisbon earthquake, which levelled most structures in the area.
I noticed a water fountain very similar to the Parisian Wallace fountains.
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carloskaplan · 1 year
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Mário Novais: Praça de D. Pedro IV ou Rossio (ca. 1949) 
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lisboaumretrato · 1 year
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Autor não Identificado, Inauguração de cabines telefónicas públicas, Praça D Pedro IV, Rossio, Lisboa, Portugal, 1931
https://restosdecoleccao.blogspot.com/2019/09/cabines-publicas-da-apt-no-rossio.html
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bialtocom · 4 months
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Lisboa - Praça de D. Pedro IV (Rossio) UL https://www.bialto.com/listing/lisboa-praca-de-d-pedro-iv-rossio-ul/18411523
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pacosemnoticias · 7 months
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PSP detém cinco carteiristas "velhos conhecidos das autoridades" por furtos em Lisboa
A PSP deteve cinco carteiristas na cidade de Lisboa, "velhos conhecidos das autoridades", inclusive mulheres reincidentes, que se dedicam a roubar sobretudo turistas.
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Em comunicado, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa refere que as primeiras detenções -- a duas mulheres de 24 e 27 anos - ocorreram na terça-feira, na freguesia de Santa Maria Maior, mais concretamente, na Praça D. Pedro IV, cerca das 13h00, "após terem furtado do interior da mochila" de uma turista de origem asiática "a sua carteira, com dinheiro e todos os seus documentos".
Após a detenção, a PSP apurou que as arguidas já tinham sido detidas em 2023 e encontravam-se com a obrigação de se apresentar às autoridades da sua área de residência duas vezes por semana, o que não cumprem desde 20 de outubro de 2023.
No mesmo dia, pelas 19h00, foram ainda detidos um homem e duas mulheres, com idades entre os 34 e os 44 anos, igualmente por serem suspeitos do crime de furto subtil, vulgo carteiristas.
De acordo com a nota divulgada, os três são "velhos conhecidos dos investigadores, pelo menos desde 2018, por se deslocarem a Portugal com o objetivo de praticar furtos", tendo sido detetados e detidos também na praça do Rossio "após abrir a mochila que a vitima tinha às costas e furtar-lhe a sua carteira".
Segundo a PSP, todos os pertences de ambas as detenções foram recuperados e entregues aos seus legítimos donos, que os avaliaram em mais de 1.500 euros.
De acordo com o comunicado, os detidos chegaram recentemente à cidade de Lisboa e já estavam sob vigilância "por serem suspeitos de se terem deslocado a Portugal somente para praticar furtos".
"O grupo atuava de maneira concertada, que consistia em selecionar as vítimas, preferencialmente turistas que passeavam descontraidamente por Lisboa, seguindo-as, furtando-lhes de seguida os seus bens astuciosamente", pode ler-se na nota.
Todas as detenções foram feitas pela Divisão de Investigação Criminal (DIC), especialmente criada e especializada para estes fenómenos itinerantes.
Segundo a PSP, os detidos já foram presentes à Autoridade Judiciária, tendo-lhes sido aplicada a medida de coação de termo de identidade e residência e julgamentos marcados para datas posteriores.
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pluravictor · 1 year
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Lugares transnacionais no centro de Lisboa
Ocupação, apropriação e hospitalidade na praça pública
Entre a Baixa nobre e a Mouraria pobre, há uma ocupação e apropriação diferenciada destes lugares. O fluxo dos seus movimentos na cadência das interacções de gentes de quase todos os cantos do mundo revela modos de ‘ser’ e ‘estar’ na cidade. Na praça do Rossio, no Largo de São Domingos e na praça Martim Moniz, da forma física e do conteúdo humano do espaço público, e da hospitalidade urbana, antevemos práticas de sociabilidade e características da sociedade. Palavras-chave: Cidade, migrações, diversidade, apropriação, alteridade, hospitalidade, espaço público urbano
1. PONTO DE PARTIDA
Caminhar é o mais poderoso modo de mobilidade, agregando todos os nossos sentidos, emoções e destinos. “Qualquer caminho leva a toda a parte/ Qualquer ponto é o centro do infinito”, escreveu Fernando Pessoa. Ao caminharmos pelas cidades experienciamos movimentos, comportamentos e padrões, nossos e dos outros. Nas maiores cruzamo-nos com milhares de pessoas cujos percursos ditam azáfama ou calmaria. Em todas, na vivência concreta e sensorial de ruas, largos e praças, frequentamo-las pelos mais variados propósitos. Como define Michel Agier (2011), a cidade reune lugares, situações e movimentos que expressam um “agir urbano” no modo como se percorre, ocupa e vive o espaço público. Da proximidade alcançável pelo nosso gesto há presença e movimento no espaço e no tempo que desenhamos no mundo. É dessa existência no lugar — no lugar urbano, uma construção humana definível como identitário, relacional e histórico (Augé, 1992), ou uma superfície assegurada por ritmos que comandam o condicionamento colectivo (Leroi-Gourhan, 1965) — que a ocupação momentânea ou recorrente traduz diferentes apropriações do território citadino. É da “natureza” das cidades ocupar o espaço em todos os contornos da vida social, seja económico, político ou lúdico. Da forma física e do conteúdo humano do espaço público antevemos práticas de sociabilidade e cultura, e de vários retratos de sociedade.
Nas últimas seis décadas, Lisboa lentamente se (re)fez multicultural como tantas capitais europeias. De cidade imperial a cidade turística, muitos processos de transformação ocorreram. Não existe uma só Lisboa, aqui vivem, trabalham e visitam gentes de muitas origens, a diversidade que a configura revela uma cidade aberta ao mundo, contudo fechada a si mesma nas desigualdades produzidas e tacitamente escondidas.
Este texto é uma reunião de observações etnográficas durante os meses de Outono de 2022, a que se somam um conjunto de interrogações, sobre uma específica geografia de lugares transnacionais no centro histórico de Lisboa que mescla lisboetas, imigrantes e turistas. Lugares que se tocam e se afastam, exibindo vivências e percursos híbridos ditados pela espacialidade, e em proximidade e fronteira. No fim da Rua da Palma abre-se a Praça Martim Moniz, num perplexo e interessante jogo de pessoas e espaço onde, nesta “baixa Mouraria”, há uma porção de cidade em contínua actualização. Após meros trezentos metros, e atravessando a Rua Barros Queirós, no icónico Largo de São Domingos detém-se outro pousio e encontro, por sua vez distinto da sua imediata vizinha Praça D. Pedro IV, vulgo Rossio. A partir das suas dimensões, relevâncias e simbolismos, este tríptico evidencia diferentes ideias de cidade, diversas formas de viver a cidade, e múltiplos modos de estar na cidade. Na verdade, esta zona apresenta-se multi-territorial e heterogénea num paradoxo de dissociação e relação mútua, e cada uma como micro-territorialidade proposta para análise. Desdobrando-se em três, evidenciam modos relacionais, comuns e divergentes, da ocupação e apropriação do espaço público que “é mais que um elemento de décor urbano – ele constitui/é a estrutura da própria cidade” (Menezes, 2009:302), e onde detalhes físicos e ambientais induzem (ou não) hospitalidade.
2. DEAMBULANDO PELAS PRÁTICAS DA CIDADE 
2.1 — Praça Martim Moniz
Estamos num lugar central de Lisboa, herdeiro de mitos de origem, histórias e metamorfoses urbanas e sociais como nenhum outro na capital portuguesa. A Praça Martim Moniz é desde há muito o principal espaço público da Mouraria. Porém, quem desconheça a sua história pensará que é tão antiga quanto o bairro. A realidade de hoje decorre de sucessivas transformações, em particular desde meados do século XX quando um enorme projecto de reabilitação urbana, para sempre incompleta, modificaria física e socialmente o local. Por razões de salubridade é demo- lida em 1949 a zona do Socorro, na qual deveria nascer uma imponente Praça D. João I, mas após falhadas políticas urbanas de avanços e recuos na forma e uso da praça (estaleiro, interface de transportes públicos, estacionamento automóvel) herdou-se uma Praça Martim Moniz que diferenciadas edificações em redor entre 1980 e início do séc. XXI produziriam para o comum dos lisboetas, sejam nativos ou de outras origens, uma estranha simbiose de lugar e não-lugar como polaridades fugidias em que o primeiro não se esfuma por completo e o segundo nunca se consume totalmente (Augé, 2012), ambos identidade e relação que se renovam nesta praça.
Na actual praça do Martim Moniz paira uma imaginária semelhança a um pátio prisional. À volta, um urbanismo desequilibrado como paredes desconexas. As quadrículas que cobrem todo o pavimento da praça estendem-se gastas e de aparência encardida. Nalguns pontos a vegetação arbustiva é “muro” verde pejado de melgas no crepúsculo, e as árvores principalmente na parte sul são insuficientes para esconder ou amenizar o lugar. Há muitos indícios em como este sítio se aparenta esquecido, perdido na incapacidade de regeneração e valorização. Certo que a área central da praça configura o seu princípio espacial, mas um costumeiro vazio denota evitamento ou desinteresse. E no entanto, a praça é habitada, renovando-se na frequência da multiculturalidade que a caracteriza há algumas décadas. Neste bairro, designação tão imaginada e amada, existem entre os seus 6000 habitantes mais de 50 nacionalidades diferentes, segundo a associação Renovar a Mouraria. A população imigrante, seguramente não toda aqui residente e que frequenta a Praça Martim Moniz, continua a fornecer esta migrantscape (Gésero, 2014) numa paisagem de diversidade cultural onde vários cenários sociais se desdobram. Eis alguns registos das minhas observações.
Ao fim da tarde a praça ganha outro movimento. Ou melhor, mais presença. Homens de idades várias, maioritariamente jovens, ocupam o topo norte e o lado oeste desta plataforma. Durante o dia, os ajuntamentos não excedem as duas ou três pessoas; ao entardecer, os grupos reunem quatro a seis. Oriundos do subcontinente indiano (Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal) somam-se por vezes trinta a cem pessoas, falando nos seus idiomas em conversa sentada ou de pé a telefonar. Ninguém fuma, nem bebe. Há dias em que, pelas 19h, perto do acesso da estação de Metro do Martim Moniz nesta face norte da praça, se formam filas para comprar uma refeição típica das suas terras, preparada ali mesmo por homens mais velhos em panelas sobre fogão de campista. Num “cantinho”, também sentados nos esguios, baixos e frios muretes que circundam os espaços da dispersa vegetação, três homens africanos, de idade mais avançada que os demais, falam em crioulo. Após várias idas, apenas nesta ocasião surgem duas mulheres, de cabelo coberto e filhos de colo, para se sentarem no oeste da praça.
Um pouco adiante, encostados ao muro que delimita a praça frente ao Hotel Mundial, e na sombra das poucas árvores existentes, rotineiramente juntam-se cerca de vinte jovens da África Ocidental. Neste meio círculo, de pé conversam animadamente, e os que estão sentados prosam calmamente no conforto possível do mesmo tipo de muretes baixos e frios que emolduram a praça; a vintena de cubos de pedra negra que pontuam a área não manifesta procura pois a lotação para um indivíduo não estimula pouso adequado para diálogos. Alguns fumam ou comem, ninguém telefona. Noutra ocasião, sob uma tarde solarenga de Novembro, neste fundo da praça, dez a doze destes rapazes jogam futebol com uma baliza feita com camisolas amontoadas e a outra por duas latas encostadas ao muro. Os jogos terminam quando uma das equipas marca cinco golos, prolongando-se as gargalhadas na pausa breve até o próximo grupo tomar o lugar da derrotada. Moussa é um destes jovens com menos de trinta anos. Originário do Senegal, de onde saiu há seis anos para trabalhar na Bélgica, tenta agora a sua sorte em Lisboa, nas obras. A sua figura é esguia e   de gestos cadenciados, e na nossa conversa em inglês a sua fala afável de sorriso aberto não esconde alguns dentes que lhe faltam. Diz-me que partilha um quarto com outras pessoas perto do Marquês de Pombal. Com os seus companheiros “lisboetas” que por cá conheceu, alguns também senegaleses e outros da Gâmbia e Nigéria, as horas passadas no Martim Moniz são por vezes preenchidas com futebol.
Jogar futebol num espaço público de cidade, uma raridade actual. Uma das usuais práticas de cidade era mesmo isto, futebol de rua. A memória, e o imaginário, ao transformar uma rua ou um beco ou um largo ou uma praça ou um ermo baldio num campo improvisado remete-nos para o lúdico “jogar à bola” por crianças e adolescentes, em importantes momentos de repetida socialização e aprendizagem, não se ausentando a relação ou pertença ao lugar e à comunidade. A construção, organização, ordenamento, controlo e abandono variado da cidade invalidaram ou condicionaram a prática do brincar na rua. A “rua” como espaço de liberdade no uso “espontâneo” do lugar perdeu-se quase irremediavelmente. As transformações urbanas, sociais, demográficas e de segurança alteraram esta vivência de cidade, complementar a sua falta criando espaços adequados (campos públicos e academias) coloca-os eventualmente distantes ou de vários modos com acesso reservado. Mas, criando-se a oportunidade, observa-se nestes rapazes a alegria e a liberdade que o momento proporciona, concebendo neste pedaço um “lugar antropológico” na partilha de acto e referências evocando experiências vividas nas suas terras de origem.
Outra questão ocorre. O futebol joga-se em qualquer sítio, mas onde jogam cricket os indianos, paquistaneses e bengaleses deste lugar multicultural? Esta modalidade obriga a mais espaço, a bola pequena e rija é batida ainda mais longe que a de futebol. Outrora, há cerca de dez anos, crianças e adolescentes jogavam no centro da praça esta prática desportiva e cultural das suas comunidades, como reportava o jornal i . Hoje, o cricket tornou-se críquete e profissional, com clubes e jogos organizados pelos vários imigrantes que vivem em Portugal; a prática amadora encontra-se em descampados numa área esquecida ou de periferia, como acontece em Leiria (ruínas do antigo Hospital Militar) ou em Odemira (atrás da estação rodoviária).
Partilhando este meio círculo com os rapazes africanos, mas sem qualquer interacção, jovens timorenses (aqui cerca de 15, entre homens e mulheres, de um total estimado entre 150 a 300 pessoas em Lisboa) recém-chegados após o infortúnio de exploração e engano na agricultura do Alentejo nas semanas anteriores, agrupa-se junto ao monumento dedicado ao guerreiro Martim Moniz e à cerca moura. O seu purgatório inclui uma refeição por dia, frias dormidas no chão inclemente, deambular mais que os outros ocupantes da praça, e vulneráveis a novas perfídias. Quando tudo se perde, iremos para onde? É esta praça esquálida único porto seguro possível para pessoas lançadas ao deus-dará? Quatro agentes da Polícia Municipal patrulham por perto. Onde está a ameaça? Permanece todo o estrangeiro como potencial inimigo? Semanas depois já não há presença policial.
Noutra incursão sento-me também no topo norte da praça. A ocupação e os comportamentos repetem-se. Desta vez, ignorando eu a razão, dois agentes da Polícia Municipal estão por perto; na verdade, a praça tem nesse dia vários destes elementos em serviço. 
Subsiste a percepção que o Martim Moniz é inseguro e palco de uma certa criminalidade. O infeliz desenho ou abandono nas cidades fomenta transgressão. O tráfico de estupefacientes, por exemplo, busca sempre a espacialidade confusa e difusa. Há uma latente desconfiança social associada à arrastada insolvência urbana e que alimenta uma segregação não pronunciada mas sentida no local. Contudo, o que transparece, durante o dia, é um espaço pacífico e de partilha para várias comunidades estrangeiras residentes em Lisboa. 
A luz diminui azulando o lugar, a iluminação pública é ainda escassa. Subitamente ouço “A gente fala na esquadra”. A locução assertiva revela que algo se passa nas minhas costas. Não abusando da sua autoridade, um polícia PSP aborda um indivíduo que, como ele, deverá aproximar-se dos trinta anos de idade. O rapaz responde algo que não consigo entender, estou a cerca de dois metros mas o som é abafado pelo vento que agita os arbustos no fim da tarde. “Vá. Vais a bem ou vais a mal. Como queres?” Mantendo abordagem firme e calma, a frase de ordem contém uma alternativa que o rapaz não desafia, e levanta-se. O que motivou a interlocução, não sei; mas a intervenção não produziu mais que uma provável reacção inicial negando qualquer ilegalidade. Ambos caminham, lado a lado, para a esquadra adiante no início da Rua da Palma, em curiosa (dis)semelhança da cena final do filme Casablanca.
Numa tarde de verão de São Martinho, seis agentes PSP em passo acelerado descem desde a esquadra até à praça. Uma certa gravidade nos rostos e no andamento denuncia que esta saída tem missão e rumo certos. Um dos polícias mantém o punho sobre o coldre, o gesto tenso aparenta mais prontidão que hábito de pousar a mão. Dispersam-se dissimuladamente no amplo espaço público. Perco-lhes a vista quando chegam ao fim da praça. Dois minutos depois, estão num “corridinho” para o Centro Comercial da Mouraria e à própria Rua da Mouraria, o que não evita os olhares e as paranças das gentes que atravessam a praça e dos muitos turistas perto da Ermida de Nossa Senhora da Saúde que esperam o eléctrico 28, como sempre cobiçado e cheio. A perseguição, de alguém que não consegui identificar, revela-se inglória quando alguns polícias reduzem a velocidade ou param por instantes e revertem o caminho.
Praticamente apenas pessoas imigrantes (esmagadoramente homens jovens) estão, ou atravessam a praça dirigindo-se ou vindos da Avenida Almirante Reis, Mouraria ou a Baixa, raro é o indivíduo de outra possível origem por aqui, e desses, a maioria é turista alheio ou confuso numa praça sem jeito nem graça. Se no Martim Moniz a “invenção de uma geografia da resistência” se fez como nova “experiência fenomenológica do lugar” entre a última década do século passado e a primeira década do actual, como referia Marluci Menezes (2009), em 2022 já não é “comum encontrar grupos de chineses, (…) de indivíduos dos países do Leste europeu”. Com o desmantelamento dos quiosques, o não avanço da intervenção camarária de requalificação em 2019, e o período de pandemia Covid-19 desde 2020, alteraram-se novamente os usos e presenças. Neste território estrangeirado, possivelmente serei o único sujeito branco interessado em aqui estar. De outras pessoas que atravessam a praça presume-se que sejam moradores da zona, pelo saco de supermercado que transportam, ou passeando o cão.
2.2 — Largo de São Domingos
O céu nocturno inaugura novo bulício nas artérias próximas. Neste momento a maioria das gentes que caminham são alvas e rápidas, eventualmente na pressa do jantar que se aproxima. As esplanadas na nesga sul da Rua da Palma continuam na glória calma, com homens negros e brancos bebendo cerveja. Dominam os turistas e outros migrantes, em ambos os sentidos. Na Rua Barros Queirós, essa passagem antiga, estreita e movimentada, que se inicia numa esquina pelas traseiras do edificado da Igreja de São Domingos e, na outra, num restaurante usualmente frequentado por pessoas do subcontinente indiano e algumas de origem africana. A rua prolonga-se com várias lojas de souvenirs, à minha direita; do lado esquerdo, um alfarrabista, uma retrosaria, algumas lojas encerradas, e no fim, um café e depois uma tasca onde se acumulam de forma multi-étnica homens de idade adulta sorvendo, entre conversas sempre animadas, cerveja em copo ou pela garrafa. Toda esta rua é um maniacal para outros e novos enfoques. 
As minhas observações neste largo icónico corroboram e auxiliam-se do descrito por Francis Rigal em Pratiquer la place publique (2016). Com diferentes “horas de ponta” ao longo do dia, no Largo de São Domingos atravessam e agrupam-se vários transeuntes. De modo “fixo”, algumas dezenas pessoas da África Ocidental lusófona; em continuado movimento, vagas sucessivas de turistas; e, competindo nos trajectos, outros migrantes e alguns lisboetas. A topografia deste lugar, pequena e entre edifícios, contempla dois planos físicos. O primeiro, sobe do Palácio da Independência à Calçada Garcia, onde tuk-tuks (hoje eléctricos e silenciosos, mas alguns ainda ruidosos pelos próprios turistas ou da música incluída), e espaçadamente um táxi, invadem as conversas e a sorrateira venda informal sob as sombras de três azinheiras e um pinheiro manso. Homens jovens tentam vender alguma roupa, sapatos e óculos de sol. As senhoras,  sentadas em bancos de campismo ou de cozinha,  trazem de suas casas produtos alimentares tradicionais como óleo de palma, pimentas, beringelas, amendoins, expostos sobre panos no chão de calçada portuguesa. O segundo plano e grupo de pessoas estende-se ao longo do muro que sustém essa ligeira subida da rua. Aqui, no Largo em si mesmo, abundam muitos homens com cerca de quarenta anos de idade para cima, e algumas, poucas, mulheres de idades semelhantes. Aumentando até cerca de três dezenas à medida que a tarde cresce e a noite chega, conversam sentados, um ou outro de pé por falta de assento. Diante dos seus olhares e encontros, diariamente dezenas de turistas sorvem uma ginja no edifício pombalino em frente, e umas centenas mais param ao ritmo do seu guia que lhes fala da história trágica do massacre de cristãos-novos e judeus em 1506 iniciada ali mesmo na Igreja de São Domingos, templo esse pleno de episódios seguintes de castigo e redenção transformando o seu interior numa invulgar obra de arte e espanto. 
A ocupação e a apropriação do Largo de São Domingos revela outra bolsa cultural em Lisboa. O acolhimento do sítio ocorre pela certa generosidade de mobiliário urbano. Em pedra lioz branca três paralelepípedos e outros dois perpendicularmente dez metros adiante podem reunir, com relativo esforço, até três pessoas sentadas, com outras tantas de pé à volta para completar o convívio situado. Curiosamente, e quase como se tivessem sido surripiados para aqui, cinco blocos de forma semelhante mas em cru betão e mais compridos (cerca 2m cada) situam-se bem junto à parede pintada de branco fornecendo encosto e mais oportunidade de pouso e parlatório. A maioria dos sedestres utiliza “almofadas” feitas de desdobradas caixas cartonadas para menorizar o frio dos assentos. Assim, os mais-velhos estão sentados nos assentos (alguns, mais adiante, em bancos de madeira virados para o Rossio), e os mais jovens de pé nos limites do largo ou sentados nos baixos meio-globos de lioz que marcam a fronteira física entre zona pedonal e zona automóvel. Mais que no Martim Moniz, no Largo estimula-se o encontro certo e o encontro ocasional. Marcando a sua presença, cada um dos indivíduos afirma a sua existência abrindo proximidade aos amigos, familiares e conhecidos que aqui se cruzam, trocando cumprimentos e muitas falas (Rigal, 2016). 
2.3 — Rossio
Há um retrato distinto no Rossio, o ambiente cenográfico difere substancialmente. A moldura de jacarandás pinta de violeta duas vezes por ano a praça em calçada portuguesa cujo desenho ondulado (“mar largo”) podemos encontrar no famoso calçadão de Copacabana (Rio de Janeiro). A elegância completa-se na arquitectura pós-terramoto desta praça histórica assente sobre o antigo circo romano, resplandecendo a imagem de poder e harmonia das cidades-capital projectadas a partir do séc. XVIII. 
Os bancos de lioz branco, esparsamente espalhados ao redor da Praça D. Pedro IV, estão tomados por famílias e amigos de várias paragens. A ocupação do espaço é maioritariamente turística, euro-americana e asiática, ouve-se falar inglês, espanhol, holandês, chinês, japonês. A passagem breve rivaliza com o tempo de descanso antes de retomarem a caminhada. Desde as primeiras horas da manhã às últimas do serão, milhares de pessoas atravessam, ocupam e usufruem do Rossio. A fotografia domina como gesto, enquadramentos sobre a praça e a paisagem urbana no seu todo, e fotos de si mesmos para perpetuar a visita. O Rossio é praça circulatória dos trânsitos turísticos de Lisboa, vindos ou para a Praça da Figueira, Restauradores, Chiado, Bairro Alto, Baixa Pombalina e Praça do Comércio/Terreiro do Paço. 
Por aqui, os imigrantes trabalhadores são uma minoria ínfima. Quatro mulheres falam em crioulo sentadas num banco perto do Teatro Nacional D. Maria II, dois rapazes do subcontinente indiano encostam-se à Fonte Sul, no lado oposto da praça. Ali estão serenos, conversando, alheios ao frenesim dos turistas.
3. DA CIDADE APROPRIADA, HOSPITALEIRA E HOSTIL
3.1 — As acções nos espaços tomados
A potencialidade para a construção de relação e apropriação do espaço público difere dentro das cidades, surgindo da morfologia, trânsitos, acessibilidades, simbologias e memória dos próprios lugares. Não são, assim, locais inertes, serão multilocalities, formando construções politizadas, culturalmente relativas, historicamente específicas, locais e múltiplas (Rodman, 1992). Do gesto e da percepção que encetamos no espaço, esse “lugar praticado” como define Michel de Certeau, percorremos e apropriamos a sua geografia fabricando espaços existenciais onde cooperam, na volumetria situada, interpretação, linguagem e convivência que formam relações sociais com e através da paisagem urbana. Seguindo as palavras de Marluci Menezes, cumprirá entender no espaço público urbano que as práticas sociais configuram continuamente os significados do espaço, onde se colocam “em relação o masculino e o feminino, a casa e a rua, o privado e o público, o local e o global, o jovem e o velho, nós e os outros, sagrado e profano, tempo e espaço, quotidiano e extraordinário, lazer e trabalho” (Menezes, 2009:303). Os vários conceitos de paisagem urbana — townscape (Cullen), ethnoscape (Appadurai), migrantscape (Gésero), soundscape (Schafer), smellscape (Porteous, Fortuna) — traduzirão vivências e interpretações inescapáveis aos aspectos múltiplos e pluralistas da presença, ocupação, sonoridade e sensorialidade presentes nas cidades, sejam ou não multiculturais.
Nestes três lugares em análise observam-se distintas ou semelhantes acções nos espaços tomados. É notório pelas descrições no segmento anterior que a praça pública significa três características relevantes da cidade habitada:
Passagem — A praça não é apenas um zonamento, uma superfície fixa ou parada no meio da cidade. O que a distingue, além do simbolismo da história e da toponímia, é ser espaço de deambulação e travessia, uma passagem, na errância de destino e partida simultânea. 
Encontro — Não são aparentes áreas neutras, ou terra de ninguém e de todos, mas espaços de relações sociais, como identifica Michel Foucault; são oportunidade para encontro, combinado ou aleatório, numa leitura (ou escrita) de lugar e gente. 
Pousio — Nos trajectos realizados surge uma permanência específica em determinados pedaços (Magnani, 2002), um pousio onde pausa ou descanso são acções e interacções sociais quotidianas que concebem outra “qualidade” da apropriação humana do lugar. 
3.2 — Receber e estar
Será Lisboa totalmente hospitaleira? De modos diversos, frequenta “a praça” quem encontra “refúgio” na cidade. Esse “conforto” público dos lugares personifica um aconchego gratuito e possível de quem está “deslocado” na cidade. Nesse olhar, o factor de acolhimento e hospitalidade dos lugares pode demonstrar como o cidadão “comum”, e o cidadão “outro”, se inscrevem na cidade. A hospitalidade no espaço urbano é sinónima das formas de acolhimento da sociedade. Contíguos e interligados, a heterogeneidade social e étnica de Rossio, Largo de São Domingos e Martim Moniz demonstra várias sociabilidades. A procura destes lugares, assentes no seu simbolismo histórico e estético, joga em simultâneo na continuidade urbana de espaço público e na configuração de lugares antropológicos. 
Rapidamente se observam, não opostos mas diferenças entre si. Da alteração das dinâmicas sócio-culturais nas recentes décadas em Lisboa, observar estes três palcos da cidade conduz a várias questões sobre a sua prática na cidade. Quem usa? Quem quer ou pode frequentar os lugares? O espaço público condiciona a sua utilização? Que nos descreve a presença, segmentação e distância dos grupos sociais? A forma da cidade induz a um desenho de sociedade? O espaço e mobiliário urbano são hospitaleiros ou hostis? Terão estas áreas invisíveis, involuntárias e inconscientes marcadores de diferenciação nas quais forma, função e presença condicionam circulação, inventam percepções, instituem pertença e exclusão, fomentam segregação? Certo que as pessoas dão sentido ao seu mundo conectando e separando coisas ao desenhar ou ordenar distinções e relações; esses processos deixam a sua marca no espaço não simplesmente como factos físicos mas enquanto reprodução de actividade social (Tonkiss, 2005:30-31). A cidade é, desse modo, composta por múltiplos territórios onde nos sentimos identificados ou estranhos, gerando uma natureza muito além de nós, não isenta de ameaças, de perigos, de desconhecido (Brito, 2003).
3.3 — O lugar do outro
Os territórios que este texto explora não evidenciam todos os retratos das assimetrias sociais e urbanas da capital, embora “fronteiras simbólicas do urbano” — na fraseologia do antropólogo catalão Manuel Delgado (El animal público, 1999) — possam representar-se nestes espaços. Delgado é claro quando afirma que o carácter urbano é flutuante, aleatório e fortuito; a metamorfose das cidades assim o comprova, em que todo o espaço estruturado, logo espaço social, apenas pela sociedade se converte de espaço não definido num território. Invariavelmente surgem diferenças específicas cuja demarcação física, social e imaginada será, para uns abertura, para outros fronteira.
Na valorização de uma sociedade multicultural nestes três lugares fluem diversos “outros” simbolizando a característica de cidade aberta tantas vezes invocada. Somos sempre o outro do outro, como disse José Saramago, porém a certos “outros” persiste a fronteira. Nos últimos trinta anos, balançando entre espaço fisicamente marginal e socialmente marginalizado, emerge “o lugar do Martim Moniz” como identificação, fronteira e confluência na travessia e presença humana que persiste em actualização multicultural, numa migrantscape ora ignorada, ora tolerada. Na Praça Martim Moniz se fez um “lugar do Outro” onde percepções de fronteira e margem subentendem-se imanentes, talvez mais que no Largo de São Domingos. As periferias não se circunscrevem à sua geografia exterior e distante, os enclaves urbanos são periferias internas cujas condições físicas e sociais poderão albergar essas mesmas noções e vulnerabilidades.
Poderão estes territórios serem reflexos da cultura, ou culturas, formas de “controlar” a cidade, de “quem pertence” em lugares específicos, ou desempenha determinados papeis? Na tipologia de ocupação e apropriação que demonstram, funcionarão subliminarmente as presenças e as diferenças transnacionais como indicadores de  exclusividade para uns e para outros? Sentir-se-ão dissuadidos a frequentar um ou outro lugar? Sentirão que “não é o seu lugar”, ou que estarão“fora de lugar”? Serão o Largo de São Domingos e a Praça Martim Moniz, particularmente para as comunidades imigrantes, únicos locais possíveis ou tacitamente “permitidos” para a sua presença no espaço público de Lisboa?
3.4 — Forma e função
A olho nu, uma praça se impõe e outra se opõe; a praça do Rossio é nobre, a do Martim Moniz é pobre. O Rossio abraça estética, fluxo e conforto; o Martim Moniz é esconsa e fugidia. Porém, o primeiro é mais passagem e o segundo é mais pousio quando os comparamos. No Rossio fluem migrantes turistas, desafogados nos seus gestos e olhares; no Martim Moniz pousam os migrantes trabalhadores dos sistemas económico e turístico da cidade. Literalmente entre ambos, o Largo de São Domingos é um interstício urbano e social. Se não tivesse assentos estaria este largo ocupado da mesma forma? A ausência de assentos no Martim Moniz, não sendo a única explicação para o parco uso da praça, retira o conforto que se desejaria. O design da praça do Rossio concebe uma apresentação e um acolhimento que a Praça Martim Moniz não possui; no primeiro criou-se hospitalidade, no segundo subsiste uma espécie de arquitectura hostil.
Ao olharmos com atenção e nos debruçarmos sobre as características da cidade hoje, rapidamente chegamos às mesmas conclusões e propostas do arquitecto dinamarquês Jan Gehl em A Vida Entre Edifícios (2017), editado originalmente em 1971: “A vida entre edifícios não é meramente o tráfego pedonal ou as actividades recreativas ou sociais (…) compreende todo o espectro de actividades que se combinam para tornar os espaços comunais nas cidades e nas áreas residenciais atraentes e significativos.” (Gehl, 2017:14). E, numa das publicações do Gehl Institute (The Public Life Diversity Toolkit, 2016) afirma-se o seguinte: “We believe that good urban design, from street networks to benches, plays a role in creating tolerant and inclusive communities where the opportunity for human flourishing is shared by everyone”. É elementar que qualquer projecto arquitectónico e urbanístico não pode cingir-se a uma interpretação fechada ou descontínua do lugar. A importância da escala humana, seja na cidade ou qualquer assentamento, significa um olhar atento à ocupação humana do lugar e, integrando a natureza, apenas assim se conseguem criar espaços hospitaleiros.
4. PONTOS DE CHEGADA
Mais perguntas que respostas ficaram destas observações. Um “olhar de perto” com maior e melhor incidência etnográfica proporcionará informações relevantes para entender algumas das dinâmicas pessoais e colectivas. Neste “olhar distanciado” as interrogações permitem reflectir sobre o ideal de cidade e seus contornos, aparentemente invisíveis, que o contexto contemporâneo da diversidade social produz, e carregam consigo problemáticas de reflexão antropológica e urbana cuja abordagem científica poderá auxiliar na promoção de uma cidade mais inclusiva, coesa e justa. É um olhar situado que incide apenas sobre dinâmicas ocorridas após amanhecer até ao crepúsculo, o que acontece nas horas seguintes é seguramente diferente, sendo outro patamar de análise que este texto não toca. 
Do contexto específico do uso das três praças em análise, encontramos padrões culturais e sociais relevantes, estabelecendo sempre relações entre si pois nenhuma age isoladamente e cada uma revela extensões de elevado interesse para diversas indagações e retratos. Reunidos no seu património cultural e linguístico, no Martim Moniz e no Largo de São Domingos a “necessidade de vínculo” associa-se à “necessidade de lugar”, renovando-se em cada encontro ou mera presença. Aqui se levantam oportunidades para uma sociabilidade no exterior, no espaço público, e para a afirmação cultural que os une. No Rossio é diferente, a sua turistificação internacional aproxima-a de um incansável interface de pessoas. 
A experiência social do espaço público inicia-se sempre no indivíduo que busca vínculos de afiliação e participação num colectivo. Enfatizando visibilidade e presença revelam-se detalhes de ser e estar na cidade, há um manifesto social e de identidade que se corporaliza literalmente. Os imigrantes, de passagem ou já com intenções em ficar, são assim novos lisboetas e nestas praças também querem ser homens “na cidade/ Que manhã cedo acorda e canta/ (...) pela estrada deslumbrada/ Da lua cheia de Lisboa” (Ary dos Santos, 1977), usufruindo-a no melhor das suas possibilidades. A condição do Outro é indissociável, na cada vez maior transnacionalidade dos lugares, da organização urbana e das heranças assimétricas das sociedades coloniais. Contudo, não deveria auferir segmentações fracturantes no espaço público mas sim eventos de coexistência porque o contacto, visual ou interpessoal é um modo, uma tentativa, de reduzir o preconceito entre os grupos. A proxémia subtilmente configurada demonstra o uso e a percepção do espaço social e pessoal. A apropriação de território e a marcação de identidade não pretendem ser fronteira hostil e intransponível contrariamente às percepções criadas; mesmo que pareça cativo, é o seu lugar na cidade. Não difere muito do que podemos encontrar entre os reformados no jardim do Príncipe Real em Lisboa, ou num largo de qualquer cidade ou aldeia onde as pessoas marcam os seus dias e amizades em cada cumprimento, conversa, jogo, ou silêncio cúmplice. Bastará a simples co-presença dos indivíduos no espaço público, não importa a nacionalidade ou naturalidade, para suscitar, de forma totalmente simbólica, um sentimento de pertença colectiva (Rigal, 2016).
Qualquer lugar é sempre objecto e sujeito de demanda e ocupação, escolhido pela função que oferece mas também pelas sensações que produzem; a apropriação que ocorre estabelece-se nas inúmeras interacções sociais que o desenho de cidade manifesta. A modelação do conforto não se determina apenas no aspecto físico, é indissociável das respostas emocionais do lugar; a hospitalidade do espaço público urbano advém não apenas da sua materialidade objectiva mas igualmente de percepções subjectivas do lugar.
Assim se manifestam, plurais e singulares, Martim Moniz, Largo de São Domingos e Rossio, lugares transnacionais no centro de Lisboa.
— BIBLIOGRAFIA
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De Timor para o “mercado de escravos” do Martim Moniz Diário de Notícias, 15 Outubro 2022 https://www.dn.pt/sociedade/de-timor-para-o-mercado-de-escravos-do-martim-moniz-15256196.html Consultado 14.12.2022
Renovar a Mouraria https://renovaramouraria.pt/pt/mouraria/ Consultado 31.01.2023
— Este ensaio expande, nalguns segmentos, o trabalho final desenvolvido para a unidade curricular Cidades, Migrações e Diversidade do Mestrado de Estudos Urbanos (Iscte-IUL / Nova FCSH UNL), no ano lectivo 2022/2023 — 19v
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1weltreisender · 1 year
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48 Stunden Lissabon - es gibt viel zu entdecken
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Charmante Gassen, buntes Treiben und feinste Speisen. Lissabon ist ein ideale Ort für einen Wochenendtrip. Mit knapp 300 Sonnentagen ist die Hauptstadt Portugals das ganze Jahr ein Highlight für Entspannung und Abenteuer. Trotz der vielen Sehenswürdigkeiten ist es möglich, die Stadt in 48 Stunden zu erkunden.
Tag 1: Der historische Stadtkern
Start am Morgen auf dem Rossio oder offiziell Praça Dom Pedro IV. Am Hauptpunkt des Zentrums treffen sich Einheimische und Touristen. Er ist ein beliebter Treffpunkt, auch weil viele Sehenswürdigkeiten, wie das Teatro Nacional D. Maria II oder der Praça dos Restauradores, in unmittelbarer Nähe sind. Ein Tipp für einen 360-Grad-Blick über Lissabon ist der Elevador de Santa Justa, nur einige Meter entfernt. Für diesen geht es hoch hinaus, ganze 45 Meter zum Largo do Carmo. Auf der Aussichtsplattform wartet ein grandioses Panorama.
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Der Rossio, eigentlich Praça de D. Pedro IV, ist einer der wichtigsten Plätze in Lissabon. Foto: Ingo Paszkowsky Am Mittag bietet sich eine Tour durch das traditionsreiche Viertel Alfama an, denn es liefert tiefe Einblicke in die Historie, Architektur und Einwohner. Die verwinkelten Seitenstraßen und Gassen führen durch das alte Lissabon zur Burg Castelo de São Jorge. Die garantiert eine großartige Aussicht über die Stadt und den Fluss Tejo. Der Abend ist für Bummeln und Shoppen bestimmt: Das Einkaufs- und Theaterviertel Chiado, ist der Ort, an dem lokale Designer und klassische Modehäuser aufeinandertreffen. Zur Stärkung am Abend lohnt es sich, den neuen Szene-Stadtteil Príncipe Real zu besuchen. Dort werden traditionelle portugiesische Speisen und moderne Cuisine serviert.
Tag 2: Die Stadt am Fluss
Der Morgen beginnt mit einem Besuch des Stadtteils Belém. Hier befindet sich der Hafen, von dem die Entdecker im 15. Jahrhundert in See stachen. Daran erinnern das Denkmal Padrão dos Descobrimentos und der Turm Torre de Belém. Nur wenige Gehminuten entfernt liegt das Hieronymuskloster Mosteiro dos Jerónimos, ein fester Bestandteil der portugiesischen Kultur und Identität. Hier liegt auch der Geburtsort eines besonderen, heimischen Gebäcks: die Pastéis de Belém, ein Gebäck aus Blätterteig, mit cremiger Füllung. Die köstlichen Törtchen wurden im 18. Jahrhundert von den Mönchen des Klosters nach einem Geheimrezept kreiert. Sie eignen sich für eine kurze Pause für zwischendurch in der Antiga Confeitaria de Belem und dazu ein Galão, ein portugiesischer Milchkaffee.
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Mosteiro dos Jerónimos im Februar. Ja, es ist noch Winterszeit. / Foto: Stefanie Gendera Am Mittag wird es Zeit für eine Stärkung. An der Station Sul Sueste, direkt am Hafen, befinden sich Cafés mit und einem Rundblick auf den Tejo. Für ein Abenteuer bieten die heimischen Bootsunternehmen dort verschiedene Sightseeingtouren auf dem Wasser an. Ein weiterer Tipp ist es, mit der Fähre ab Cais do Sodré nach Cacilhas zu fahren, um dort in einem der vielen Restaurants zu essen. Der Blick „von der anderen Seite“ auf die Stadt ist besonders genussvoll, während die Sonne hinter der Brücke Ponte 25 de Abril untergeht. Am letzten Abend rundet noch der Platz Praça do Comércio den Urlaub ab. Er ist einer der schönsten Plätze Europas und war einst der größte Empfangssaal Lissabons und Schlossplatz. Vor der Heimreise darf ein Glas portugiesischer Kirschlikör nicht fehlen: Ginjinha. Er ist in der ganzen Stadt präsent und sorgt für den perfekten Ausklang.
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Praça do Comércio mit dem Triumphbogen im Hintergrund. Foto: Ingo Paszkowsky Quelle: Turismo de Lisboa / GCE Titelfoto / Padrão dos Descobrimentos - Denkmal der Entdeckungen. Foto: Ingo Paszkowsky
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danieldickdon · 2 years
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Mais um natal em Lisboa ☃️ (em Praça de D. Pedro IV) https://www.instagram.com/p/CmC81CAjuyt/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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rabbitcruiser · 2 years
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Rossio, Lisbon (No. 4)
From the Pombaline reconstruction dates the Bandeira Arch (Arco da Bandeira), a building at the south side of the square with a baroque pediment and a big arch that communicates the Rossio with the Sapateiros Street. The Rossio became linked to the other main square of the city, the Praça do Comércio, by two straight streets: the Áurea and the Augusta Streets.
After a fire in 1836, the old Inquisition Palace was destroyed. Thanks to the efforts of writer Almeida Garrett, it was decided to build a theatre in its place. The Teatro Nacional D. Maria II, built in the 1840s, was designed by the Italian Fortunato Lodi in neoclassical style. A statue of the renaissance Portuguese playwright Gil Vicente is located over the pediment of the theatre. Some of Gil Vicente's plays had been censured by the Inquisition back in the 16th century.
In the 19th century the Rossio was paved with typical Portuguese mosaic and was adorned with bronze fountains imported from France. The Column of Pedro IV was erected in 1874. At this time the square received its current official name, never accepted by the people.
Between 1886 and 1887 another important landmark was built in the square: the Rossio Train Station (Estação de Caminhos de Ferro do Rossio). The Station was built by architect José Luís Monteiro and was an important addition to the infrastructure of the city. Its neo-manueline façade dominates the northwest side of the square.
Source: Wikipedia        
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bluesman56 · 7 years
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Rossio Square
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Rossio Square by Tony Via Flickr: The Rossio became an important place in the city during the 13th and 14th centuries, when the population of the city expanded to the lower area surrounding the Lisbon Castle hill. The name "rossio" is roughly equivalent to the word "commons" in English, and refers to a commonly owned terrain. Around 1450, the Palace of Estaus, destined to house foreign dignitaries and noblemen visiting Lisbon
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artdecoblog · 7 years
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Arquitecto Jorge Segurado 1898-1990
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<strong>Arquitecto Jorge Segurado 1898-1990 <a href="https://www.flickr.com/photos/biblarte/">by Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian</a></strong> <br /><i>Via Flickr:</i> <br />O Século. Loja. Praça D. Pedro IV em Lisboa. Projecto do arquitecto Jorge Segurado (1898-1990).
Fotógrafo: Mário Novais (1899-1967). Fotografia sem data.
[CFT003.055487]
O Século was a newspaper publisher in Portugal.
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lukeskywaker4ever · 4 years
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São Domingos Church in Lisbon where King Pedro V and Queen Estefânia married in May 18th of 1858
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The Church of São Domingos, is close to the Praça de D. Pedro IV 🇵🇹, better known as Rossio, and was built by King D. Sancho II🇵🇹 in 1241, being altered over time and increased twice by the Kings D. Afonso III🇵🇹 and D. Manuel I🇵🇹. It was on the square in front of the Massacre of Lisbon in 1506, where a crowd persecuted, tortured and murdered thousands of Jews. After a great earthquake that shook Lisbon on 26 January 1531, this church was badly damaged, opening cracks in the floor up to the ceiling and even collapsing in some places, being rebuilt in 1536 mainly with the help of alms from the faithful. With the famous earthquake of 1755 the paintings, the vestments, the treasures disappeared. Only the sacristy and the chancel were saved. Being rebuilt again, it was reopened in 1834 with over 2000 worshipers inside. On August 13th, 1959, it suffered a great fire that completely destroyed the interior decoration of the Church, for example, gilded altars, valuable images and paintings by Pedro Alexandrino de Carvalho. When it opened in 1994, the fire marks are still visible, like the cracked columns. Even so, its marbles still stand out. It was in this Church that great religious ceremonies were held, such as national and royal funerals, baptisms and royal weddings. It was here that D. Pedro V 🇵🇹 and D. Estefânia married on May 18th, 1858, as well as D. Luís I 🇵🇹 and D. Maria Pia in 1862 and D. Carlos I 🇵🇹 and D. Amélia in 1886. It is in this Church that half of Sister Lucia's handkerchief and the third of Saint Jacinta are, which both wore during the sun miracle on October 13th, 1917.
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Todos nós, cariocas, conhecemos o monumento que representa Zumbi dos Palmares. Foi inaugurado em 86, próximo ao Sambódromo. Um símbolo da luta contra o racismo no Brasil. 
Idealizado por Darcy Ribeiro, incentivado por Martinho da Vila e criado pelo escultor Luis Paes Leme.
Já havia postado a incrível semelhança da estátua equestre de D. Pedro I localiza-se na Praça Tiradentes, com a de D. Pedro IV na Praça da Liberdade, na cidade do Porto, em Portugal. A do Brasil, o projeto foi do artista brasileiro João Maximiano Mafra, executada em Paris por Louis Rochet e inaugurada em 30/03/1862. E a de Portugal é do escultor francês, Célestin Anatole Calmels. Iniciada em 09/07/1862. 3 meses de diferença para o plágio. Mas a de Zumbi tem uma diferença de 81 anos, só da descoberta. Se contar de existência... A cabeça de latão que hoje faz parte do acervo do Museu Britânico, é de um Ooni (rei) de Ife, cidade na África Ocidental – hoje Nigéria. Que entre 1100 a 1400 foi um grande polo comercial da região e exportadora. O busto foi descoberto por acaso em 1939, em uma escavação perto do palácio do rei em Ife.
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pauloricardofreire · 3 years
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⁣ O 𝗧𝗲𝗮𝘁𝗿𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗗. 𝗠𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗜𝗜 é um teatro de Portugal com capacidade para 948 pessoas sentadas, localizado na Praça de D. Pedro IV (o nosso Dom Pedro I) em Lisboa. Foi inaugurado a 13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27º aniversário de D. Maria II, com a peça O magriço, ou os doze de Inglaterra, um drama histórico de Jacinto Heliodoro de Loureiro. (em Praça Do Rossio) https://www.instagram.com/p/CXEONtXN4680tf8r70_xhH_UmiTi_B_nmS9PxI0/?utm_medium=tumblr
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alternativaportugal · 3 years
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25 de Novembro: uma data falhada
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Apareceram por aí uns mistificadores a dizer que a data do 25 de Novembro (de 1975), não deve ser comemorada. Quer dizer, lembrada. Que não se devem evocar datas (isto é, eventos) que dividem, apenas as que unem; que não deve haver aproveitamentos políticos… Quem assim fala deve julgar que os portugueses têm uma massa encefálica do tamanho de um testículo e este último não deve ultrapassar o perímetro de uma ervilha. Bebé. Até o Presidente da República resolveu convidar o General Ramalho Eanes para almoçar por ser “o herói” da data — ou seria para evitar que ele fosse à cerimónia a que costuma assistir no “Regimento de Comandos”? Já agora podia ter convidado também, o General Rocha Vieira e matava dois coelhos com uma cajadada… E considerar o General Eanes “o” herói do evento é algo redutor, pois houve muitos “heróis” nesse dia, grande parte dos quais nunca são evocados. A talhe de foice (salvo seja) quero dizer que as cerimónias deste ano não tiveram “grande brilho” e foram pontuadas por alguns “pormenores” desagradáveis e evitáveis, o mesmo acontecendo durante o Juramento de Bandeira de 41 praças da oitava incorporação do Exército (das quais 24 se destinam a prosseguir a especialidade “comando”). Cerimónia distinta daquela, mas que se lhe seguiu. E faltando neste momento cerca de 5.000 praças no Exército, não deixa de ser notável o reforço conseguido… A propósito, alguém sabe dizer há quantas décadas um órgão de comunicação social não dá uma notícia sobre um Juramento de Bandeira? Será uma coisa menor, sem qualquer interesse ou significado? Enfim é o estado da arte e continuamos todos a assobiar para o lado (e não especifico o que vi e não gostei, digamos, por pudor). Mas voltemos ao 25 de Novembro. O 25 de Novembro (de 1975) é uma data histórica, porque a sua importância lhe confere relevância histórica. As datas históricas devem ser estudadas, compreendidas e lembradas, sobretudo as mais recentes pois estão vivas na memória e porque condicionaram e condicionam, o nosso devir. Para já não falar naquilo que é necessário aprender com o que de bom e mau ocorreu e suas consequências para o futuro. Não é para o passado. As datas que são consideradas as mais importantes podem passar até, a ser consideradas feriados (municipais ou nacionais). Ora o que se passou por alturas do 25/11 foi um confronto político e social de cariz violento, que poderia ter degenerado numa guerra civil. E não há pior guerra que a “civil”. Do confronto havido resultaram “apenas” três mortos (militares), mas podia ter havido um banho de sangue. Aqueles que estiveram do lado perdedor da contenda (e perderam assaz de pouco, aliás, não sendo devidamente castigados), seus “descendentes” e alguns ingénuos úteis, não querem agora, que se fale na data. Imaginem, por um momento apenas, que tinha sido ao contrário. Alguém acredita que se o resultado fosse o oposto, hoje não estaríamos (os sobreviventes) a pular de contentes em cima das campas de centenas ou milhares de mortos e incontáveis depredações? Observem o que se está a passar em Espanha com a inacreditável “Lei da Memória Histórica” onde se tem subvertido tudo o que se passou aqui mesmo ao nosso lado, e tudo feito pelas forças políticas que saíram derrotadas na hedionda guerra civil entre 1936 e 1939, e que chegou ao ponto execrável e infamante da exumação e transladação dos restos mortais do general que comandou as forças vencedoras. Gesto que desqualificou o actual regime espanhol, tanto em termos políticos, como sociais e humanos. Imaginem se acaso um qualquer governo português em vez de oferecer os ossos de D. Pedro IV (vencedor da guerra civil, entre 1828-1834) ao Brasil, os tivesse retirado da tumba para os deitar ao mar… Mas então não se pode comemorar o 25/11, mas pode-se evocar o 31 de Janeiro (de 1891), por exemplo?(1) Fazer do 5 de Outubro de 1910 (não o de 1143!) feriado nacional? A revolta republicana, manchada por um crime de sangue e baseada em violência gratuita, feita por sociedades secretas, uniu o país? Ainda une? Afinal o agora tão odiado “Estado Novo” fez bem ou mal em nunca ter feito da data de 28 de Maio (de 1926) feriado nacional? E à medida que se institucionalizou ter deixado esmorecer as “comemorações”? Não chega já terem destruído o ensino da História e encher os manuais escolares de mentiras e enquadramentos surrealistas? E vamos lá directos à questão primordial: o próprio 25 de Abril é uma data consensual? Deixem-me rir. Um golpe preparado em cima do joelho, que nem sequer reparou que havia um dia seguinte; que nunca cumpriu nada do manifesto com que se apresentou à Nação; cujos autores perderam o controlo dos acontecimentos no próprio dia do golpe; que destruiu num fósforo a coesão das Forças Armadas, que tinham 130.000 homens em pé de guerra, a combater uma guerra de guerrilha em três frentes (fora o resto); que deixou a rua tomar conta do Poder; que passou a fazer uma quantidade de coisas que afirmava condenar no regime então deposto; que provocou o maior desastre e a derrota mais vergonhosa e humilhante em toda a História de Portugal; que fez com que no espaço de pouco mais de um ano a Nação dos Portugueses se visse amputada de 95% do seu território e 60% da sua população de uma forma infame e traumática, deixando sementes de destruição que resultaram em guerras civis por décadas em quase todos os territórios que abandonámos à turbamulta comunista, anarquista e tribalista, de que resultaram mais de dois milhões de mortos e desgraça generalizada que dura até aos dias de hoje, uma data desta pode ser considerada consensual? Digna? Justa? Um exemplo? O que aconteceu foi apenas causado “por excessos que sempre ocorrem em períodos revolucionários” como uma cáfila de desavergonhados por aí zurram, desculpando a coisa? E agora aqueles ainda vivos, e seus descendentes ideológicos, que têm gravosas culpas em tudo o que se passou, querem branquear, censurar, quiçá proibir, que se comemore as acções daqueles que mesmo depois do maior mal já estar feito, conseguiram colocar um “alto ao saque”? Ora vão todos abaixo de Braga! O 25 de Abril é que une e não divide? Então faz-se um golpe de Estado (presumo que não era para ser uma revolução…), para depois deixar cair o País na anarquia, entregá-lo à escória, aos traidores, aos loucos e tarados; à mole de frustrados, oportunistas ou simples delinquentes, que destruíram o tecido produtivo e as finanças; desbarataram o que tinha sido amealhado durante décadas; escavacaram a ordem política, social e até psicológica; prenderam e exilaram milhares de compatriotas e puseram o país virado do avesso, à beira de uma guerra civil, no Continente e Ilhas, e os trogloditas que contribuíram largamente para este descalabro, próprio de uma cultura canibal, não querem que se lhes atribua responsabilidades e que as novas gerações disso se apercebam? E ainda temos de ouvir, hoje em dia, ouvir tecer loas despudoradas, nas pantalhas das televisões, de que somos servidos, quando morre um drogado qualquer que se distinguiu nas cantorias de intervenção e outras “artes” antifascistas, ou uma nulidade de pensamento cujo critério mais destacado foi a sua “coerência”? No erro! Para já não falar nos grandes lutadores da “liberdade”. Da liberdade? Onde? Em Cuba? Na China? Na União Soviética? Na Coreia do Norte? Na Albânia? Talvez no Camboja do Pol Pot… Devo continuar? Por isso essa patranha dos consensos (neste âmbito) não existe, não existirá, nem deve existir. Tem é de haver rupturas, separação de águas, julgamentos não só da História, mas em tribunais, combate ideológico, etc.. Coisas bem arrumadas. Foi isto que o 25 de Novembro não soube fazer. Por isso foi uma data falhada. E com a emergência serôdia, desta “geringonça” mal-amanhada e espúria, estamos a voltar ao 24 de Novembro. Convém não andar distraído. ________________ (1) O 31 de Janeiro é considerado por muitos até, o “Dia do Sargento”, quando foi precisamente um sargento que denunciou a revolta às autoridades… Brandão Ferreira Tenente-Coronel Piloto Aviador (Ref.) VOLTAR Read the full article
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paulorfreire · 3 years
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A Praça de D. Pedro IV, mais conhecida por Rossio (na grafia antiga Rocio), é uma praça da Baixa de Lisboa, tem constituído um dos centros nevrálgicos da cidade. No período romano existia um hipódromo. Foto: Paulo Ricardo Freire Fonte: Wikipedia (em Praça Do Rossio - Lisboa, Portugal) https://www.instagram.com/p/CQq4kP4jr2za9T1DyT-vESdOajS1DaDDtofZKw0/?utm_medium=tumblr
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