Tumgik
#Queria ter descoberto eles mais cedo só música boa
cardboxshelter · 11 months
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Já te contei que eu amo essa banda?
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bts-scenarios-br · 4 years
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Reaction - Ele vendo o seu corpo pela primeira vez.
JIN
Você e o Jin tinham acabado de sair para jantar fora, e ele decidiu ficar um pouco na sua casa antes de ir embora, para poderem passar mais um tempo juntos. Vocês tinham ido para o seu quarto, porque você queria tirar a roupa que estava usando o mais rápido possível.
“Jin, você pode abrir o zíper para mim, fazendo favor?” Pede, se virando de costas.
“Claro.” Ele diz, se aproximando de você.
Você sentiu a mão dele entrar em contato com a sua pele delicadamente enquanto ele abaixava o zíper, e sem pensar muito você deixou o vestido deslizar pelo seu corpo, caindo no chão logo em seguida. Só então lembrou que nunca tinha ficado sem roupa na frente do seu namorado antes.
Como ele estava atrás de você, tudo o que ele viu foram as suas costas nuas, já que estava sem sutiã, mas isso já foi o suficiente para ele ficar hipnotizado. Ele passou os olhos por todo o seu contorno, se dando um tapa mental logo em seguida por estar te olhando assim.
“Desculpe.” Você disse envergonhada, cruzando o braço sobre os seus seios. “Eu esqueci que…”
“Tudo bem jagiya.” Ele disse, rindo abafado. “Desculpe também, eu acho que olhei demais.” Deu alguns passos para trás.
“Ah.” Você riu fraco. “Tudo bem, Jinnie.”
Ele sorriu com o apelido, se aproximando de novo. Ele colocou uma mão na sua cintura, e se inclinou um pouco para frente, depositando um delicado beijo no seu ombro.
Você sorriu com o gesto, respirando fundo antes de decidir se virar de frente para ele. Estava nervosa, é claro, mas assim que cruzou seu olhar com os olhos carinhosos dele, esqueceu isso, abaixando os dois braços.
Os olhos dele se arregalaram um pouco, mas logo ele tentou fazer uma cara normal de novo, não querendo te assustar ou deixar desconfortável. Por mais que ele tentasse se segurar, não conseguiu não correr os olhos por cada detalhe seu, tentando memorizar cada um deles. Ele estava apaixonado por você, isso ele já sabia, mas não pensava que poderia sentir ainda mais atração do que estava sentindo agora.
Para ele, você era perfeita, ele não conseguiu achar nem um defeito sequer. Se pudesse, ficaria te admirando por horas, mas ele percebeu suas bochechas começarem a corar, por isso decidiu dizer alguma coisa.
“Você é linda, jagiya.” Ele te olhou nos olhos, e você sorriu, corando mais ainda.
“Obrigada.” Disse mais baixo do que pretendia, o que fez ele se encantar mais ainda.
Ele colocou uma mão no seu rosto, enquanto a outra ainda estava na sua cintura, e te puxou para um delicado beijo.
“E eu achando que a noite já estava boa só pela comida.” Ele disse contra os seus lábios, te fazendo rir e se afastar, dando um tapa de brincadeira no peito dele, e indo procurar outra roupa para vestir.
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YOONGI
Você estava tomando banho quando o seu namorado tocou a campainha da sua casa, mas como você não ouviu, ele aproveitou que a porta estava aberta e entrou, indo direto para o seu quarto. Ele gritou que estava lá, apesar de ter quase certeza que não tinha o ouvido de novo, já que tinha o costume de tomar banho ouvindo música, então ele apenas se sentou na sua cama, mexendo no celular.
Alguns minutos se passaram e você desligou o chuveiro, enrolando uma toalha no corpo e pegando outra para colocar na cabeça. Saiu do banheiro enquanto enrolava uma das toalhas no seu cabelo, e por isso não viu o seu namorado. Andou até o seu armário, ainda sem o ver, e deixou a toalha que cobria o seu corpo cair.
O Yoongi quase engasgou com a própria saliva ao te ver, e, por mais que não quisesse agir como um tarado, ele não conseguiu correr os olhos pelo seu corpo, admirando cada pequeno detalhe.
“Hm, jagiya.” Ele diz, envergonhado por demorar mais do que deveria para te dizer que ele estava lá.
“Aí, Jesus!” Você se assusta, pegando a toalha e se cobrindo o mais rápido que conseguiu, mas assim que viu quem estava lá, se tranquilizou. “Meu Deus, Yoongi, eu pensei que alguém tinha invadido a minha casa.” Colocou a mão no peito. “Por que não disse que já tinha chegado?”
“Eu disse, mas você não ouviu.”
“Ah.” Olhou para baixo, vendo que estava apenas segurando a toalha na frente do seu corpo. “Eu ainda preciso colocar a roupa.” Olhou para ele. “Se importa?”
“Ah, não, claro que não, desculpe.” Ele disse, começando a se levantar para se trocar.
“Não, não precisa sair.” Disse rindo um pouco. “Eu queria saber se não se importa de eu me trocar na sua frente.”
“Ah.” Ele te olhou por alguns segundos. “Claro que não me importo.”
Ele voltou a se sentar, e você deixou a toalha cair mais uma vez, mas dessa vez ele não se sentiu mais tão culpado por estar te olhando. Na verdade, ele estava feliz. Feliz por saber que você confiava e se sentia confortável o suficiente perto dele para ficar daquele jeito na sua frente. Ele ficou observando cada movimento seu, quando pegou sua roupa íntima e a vestiu com calma, quando vestiu uma calça qualquer, e depois uma blusa, que se arrepender de ter vestido e trocou por outra.
“Pronto.” Você se virou para ele, fazendo uma expressão confusa. “Por que você está sorrindo?”
“Que?” Ele saiu da transe que tinha entrado. “Ah, não é nada, eu estava viajando.”
“Okay.” Olhou para ele com os olhos cerrados. “Vem, vamos lá para a sala.” Ele se levantou rápido, te seguindo.
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HOSEOK
Você estava dentro do seu closet, tentando escolher uma roupa para usar em uma festa que iria junto com o seu namorado. Já tinha experimentado todas as suas roupas que achava que daria certo para a ocasião, mas ainda não tinha gostado de nenhuma.
“Hobi!” Chamou o seu namorado, que estava deitado na sua cama, mas não levou mais do que alguns segundo para aparecer do seu lado. “Preciso da sua opinião sincera.” O olhou. “Que roupa você acha melhor?” Apontou para as peças que tinha separado.
“Hm.” Ele observou as roupas. “Acho que essa.” Pegou um vestido verde na mão.
Você olhou para a peça e achou melhor experimentar mais uma vez, logo tirando a roupa que estava usando e a jogando em um canto. Quando foi pegar o vestido da mão do seu namorado, percebeu que ele estava literalmente de boca aberta, olhando atentamente para o seu corpo, coberto apenas pelas suas roupas de baixo.
O Hoseok foi pego de surpresa, para dizer o mínimo. Mas nunca tinha levado um susto tão incrível na vida. Ele estava admirado. Como que a namorada dele podia ser ainda mais bonita do que ele imaginava? Quanto mais ele olhava para você, mais ele achava difícil achar forças para tirar os olhos do seu corpo.
“Ah.” Disse, percebendo que era a primeira vez que ele te via desse jeito. “Desculpa, Hobi.”
“O que?” Ele olhou para os seus olhos. “Desculpa pelo que?” Ele parecia confuso.
“Eu tirei a roupa do nada, foi mal.”
“Ah, mas isso não é problema, S/N.” Disse, rindo. “A menos que você esteja desconfortável, aí nesse caso eu…”
“Não estou desconfortável.” O interrompeu, finalmente pegando o vestido de sua mão e o vestindo. Você parou em frente ao espelho, se virando para ver como tinha ficado. “E então, o que achou?”
“Bom.” Ele disse, apesar de ter achado que a roupa estava incrível em você. “Mas acho que você deveria experimentar outras também, não sei se essa é a melhor.” Ele mentiu.
“Você acha é?” O olhou com os olhos cerrados. “Ou quer que eu experimente as outras só para poder me ver sem roupa de novo?”
“Não, eu nunca faria isso jagiya.” Fingiu estar ofendido, apesar de o que você ter dito ser verdade. “Só estou querendo ajudar, isso vai ser apenas um bônus.”
Você revirou os olhos, rindo, mas acabou fazendo o que ele disse, e a cada roupa que você provava, ele dizia para trocar, apenas para ter uma desculpa para poder te admirar um pouco mais.
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NAMJOON
Você e o Namjoon tinham decidido experimentar fazer um programa um pouco diferente do que o costume, por isso nesse momento estavam literalmente no meio do mato, andando em uma trilha que tinham descoberto.
O verdadeiro motivo de terem escolhido fazer isso é porque você ficou sabendo de uma cachoeira que tinha no caminho, e ficou louca para conhecer, e o Namjoon, como um ótimo namorado, aceitou te acompanhar.
Vocês já estavam cansados de tanto andar, e não aguentavam mais o tanto de insetos que estavam lhes atacando, até que começaram a ouvir um barulho de água batendo, e perceberam que estavam perto de encontrar o lugar que tanto queriam ir.
Você saiu correndo na frente, sem se importar com as reclamações dele, dizendo pra ir devagar. Quando finalmente encontrou a cachoeira, não conseguiu soltar um suspiro de satisfação em ver uma paisagem tão linda.
“Uau.” Disse, quando sentiu o Namjoon se aproximar.
“Aqui é realmente lindo.” Ele falou, atrás de você. “Eu retiro todas as reclamações que eu fiz até agora falando que não deveríamos ter vindo.” Você riu um pouco com a última frase dele.
Vocês colocaram as mochilas que estavam carregando no chão, e se sentaram um pouco para descansar e apreciar a vista.
“E então?” Você disse, depois de alguns minutos. “Vamos entrar?”
“Não sei não, S/N.” Ele disse, olhando para a água. “Parece estar muito gelado, e pode ser perigoso também.”
“Não é perigoso, eu pesquisei.” Falou, mas não conseguiu o convencer, por isso se levantou. “Bom, se você não vem eu vou sozinha.” Deu de ombros, começando a tirar os tênis e a roupa, para ficar apenas com a roupa de banho que tinha por baixo.
O Namjoon estava te observando despreocupado, apenas um pouco receoso de você querer tanto ir nadar naquele lugar. Mas assim que ele percebeu que você estava prestes a ficar de biquíni na frente dele, ele se tocou que seria a primeira vez que veria o seu corpo tão exposto, e começou a ficar um pouco nervoso.
Não que ele achasse que precisava ver como era o seu corpo o mais cedo possível, mas ao conseguia não imaginar como era, e saber que estava prestes a descobrir fez o coração dele começar a disparar, principalmente quando ele viu você puxar a camiseta que estava usando para cima, e a bermuda para baixo logo em seguida.
Ele te olhou de cima a baixo, prestando extrema atenção em cada curva e cada parte do seu corpo. Cada pequena mancha ou cicatriz para ele eram detalhes que apenas contribuíam para te deixar ainda mais perfeita aos olhos dele. E ele percebeu o quão louco você conseguia deixá-lo, mesmo estando apenas usando um biquíni.
“Não vai vir mesmo?” Você o tirou dos devaneios.
“Tá, eu vou.” Ele se levantou. “Mas só porque eu estou com medo de você se machucar.”
Era mentira. Ele queria mesmo é poder estar o mais perto possível de você naquele momento, mesmo que isso significasse ele nadar em um lugar desconhecido.
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JIMIN
Você e o Jimin estavam na casa dele, assistindo um filme qualquer na televisão, mas não estavam prestando atenção nenhuma. Ele tinha chego de viagem algumas horas antes, e vocês estavam aproveitando o tempo sozinho para matarem a saudade um do outro.
No começo, estavam apenas trocando algumas carícias e beijos, os intercalando com o filme que ainda estavam tentando dar uma chance, mas depois de cerca de meia hora, os beijos tinham se tornado mais quentes e as suas mãos estavam correndo desesperadas no corpo um do outro.
Vocês nunca tinham feito nada, por isso você não sabia ao certo até onde iriam, mas decidiu ouvir as suas vontades, e logo levou a mão até a barra da camiseta dele, não demorando muito para a tirar e jogar em um canto qualquer da sala. Ele quebrou o beijo por alguns instantes, brincando com a barra do seu vestido, e te olhando fundo nos olhos, como se pedisse sua permissão para dar o próximo passo, e você apenas sorriu em resposta, o que foi o suficiente para ele entender o que poderia fazer.
Logo, sua roupa estava junto com a dele, e ele tinha afastado vocês um pouco, com o claro objetivo de poder olhar para você com mais calma.
Ele correu os olhos pelo seu corpo todo, sem nem tentar ser discreto, e quanto mais tempo ele olhava, maior ficava o sorriso no rosto dele. Quando ele finalmente voltou a te olhar, conseguiu ver em seus olhos que estava morta de vergonha por estar daquele jeito com ele.
“Não precisa ficar com vergonha, jagiya.” Ele disse, passando a mão pela sua cintura e quadril. “Você é linda.”
E ele estava sendo completamente sincero com você. Ele te achou linda. Mais do que isso, até. Para ele você parecia ter sido esculpida. Tudo em você era perfeito, até mesmo as suas imperfeições, que para ele apenas te deixavam mais e mais atraente.
“Obrigada.” Sorriu tímida. “Você também é lindo.” Ele riu com o seu comentário, voltando a te beijar e a correr as mãos pelo seu corpo, dessa vez ainda mais apaixonado e encantado.
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TAEHYUNG
Você e o Tae tinham saído para beber, naquela noite. Não estavam completamente bêbados, mas o álcool com certeza tinha deixado vocês um pouco mais soltos do que o normal.
Decidiram dar um passeio pela praia que tinha onde estavam, achando que seria uma experiência interessante, já que ela estava completamente deserta por conta da hora que já era. Estavam com os seus sapatos nas mãos, para não os sujar muito com a areia, e às vezes sentiam a água bater em seus tornozelos quando a maré os alcançava.
Por sorte, a noite estava bem quente, então a água estava em uma temperatura agradável. Por isso você ficou, de repente, com vontade de entrar nela de corpo inteiro. Provavelmente o álcool teve uma influência nisso, mas no momento isso não importava.
“Eu quero entrar.” Você diz, parando de andar, e fazendo o seu namorado se virar para você.
“Entrar aonde?” Ele te olhou confuso, e você apontou para o mar. “Eu também queria, mas a gente não pode ir embora molhados.”
“É só a gente não molhar as roupas, ué.” Disse.
Ele te olhou confuso, e você apenas sorriu, começando a abrir os seus shorts e os tirar, ficando apenas com a sua blusa e calcinha.
“Jagiya!” Ele disse, olhando assustado em volta.
“Relaxa, Tae, não tem ninguém aqui.” Tirou a sua blusa, ficando apenas de roupas íntimas.
Por mais que ele não achasse uma boa ideia você ficar apenas de calcinha e sutiã em uma praia pública, ele não conseguiu não aproveitar isso. Te olhou de cima a baixo, percebendo, mesmo no escuro, que você era ainda mais linda do que ele imaginava.
Talvez fosse o álcool, ou o resultado da luz da lua te iluminando, com um mar no fundo, mas ele queria poder enquadrar aquela visão para poder olhar para ela quando quisesse. Ele te olhou da cabeça aos pés, tentando não deixar nenhum detalhe passar despercebido. Você era simplesmente perfeita, ele não conseguiria achar algo de errado em você nem se ele tentasse ao máximo.
“Você não vem?” O chamou, fazendo com ele voltasse a olhar para o seu rosto.
Ele decidiu se juntar a você, afinal, se fossem pegos, não iria querer que se metesse em problemas sozinha. Por isso ele foi rápido em tirar a bermuda e a camiseta. Você, então, o puxou pela mão e começou a andar em direção ao mar.
E, com você de costas na frente dele, o puxando em direção ao mar que brilhava com o reflexo da lua, ele teve certeza, mais uma vez, que aquilo era a coisa mais linda que ele já tinha visto.
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JUNGKOOK
Você tinha passado a tarde inteira na casa do Jungkook, apenas aproveitando o tempo a sós. Não tinham feito nada demais, gastaram todo o tempo conversando, comendo e tirando algumas sonecas enquanto tentavam assistir algo na TV.
Quando perceberam, já era quase meia noite, e você já estava caindo de sono. Tinha dito que iria embora, mas ele começou a insistir que você deveria dormir lá.
“Eu bem que queria, mas estou de jeans, não tem como eu dormir assim.” Disse, bocejando.
“Eu posso te emprestar alguma roupa, se quiser.” Ele foi rápido em responder. “Você está cansada demais, jagiya, é melhor ficar aqui.”
Você acabou concordando com ele, e aceitou a oferta de pegar alguma roupa emprestada para dormir. Ele te levou até o quarto dele, logo abrindo um armário e te entregando uma camiseta que era grande demais até para ele, e um par de shorts de pijama, que ele disse serem muito curtos para ele.
“Pronto, pode vestir.” Ele disse. “Me chama quando estiver pronta.” Falou, se virando para sair do quarto.
“Você não precisa sair Kookie.” Disse, surpreendendo até você mesma. “Se você não quiser, é claro.” Balbuciou a última parte.
Ele sorriu docemente, e se sentou na cama, esperando que você se trocasse. Ele observou, com o coração batendo rápido, você tirar sua calça e blusa, e as dobrar cuidadosamente.
Por mais que ele não quisesse fazer nada que pudesse te deixar desconfortável, ele não conseguiu não ficar encantando com o seu corpo. Tentou observar cada pequenos detalhes que nunca tinha visto antes por estarem cobertos. Ele te achou maravilhosa, no mínimo. Não conseguia achar nada que te deixasse menos atraente do que já era aos olhos dele, muito pelo contrário, estava te achando ainda mais bonita. Ele chegou até a se perguntar se você não era demais para ele, e se achou muito sortudo por te ter como namorada.
“E eu achando que você já era perfeita antes.” Ele deixou um de seus pensamentos escapar pela boca, fazendo você o olhar com os olhos levemente arregalados, assim que deslizou a camiseta pelo corpo. “Me desculpa jagiya, eu não queria…”
“Está tudo bem.” Respondeu rindo. “Eu acho que foi um elogio, não é?”
“Ah, com certeza foi um elogio.” Ele coçou a cabeça um pouco envergonhado. “É que eu te achei ainda mais bonita agora.”
“Obrigada.” Soltou uma leve risada, colocando os shorts dessa vez. “Pronto.”
“Minhas roupas ficam bem melhores do que você.” Ele te puxou para se deitar do lado dele. “Deveria usar elas mais vezes.” Ele ficou alguns segundo em silêncio, antes de voltar a falar. “A menos que prefira não usar nada, nesse caso eu não acharia ruim.”
“Jungkook!” Chamou a atenção dele, rindo.
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Oi oi! Como vocês estão, está tudo bem? 
Bom, espero que tenham gostado, e desculpe por qualquer erro.
Até mais!
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coragemparasonhar · 4 years
Note
Queria um imagine em que ele é filho de pais muito religiosos, então ele cresceu na crença de só fazer sexo depois do casamento. Ele não é tão religioso, segue mais pelos pais dele. Então, durante uma festa, ele conhece a S/N que é super decidida e experiente, e eles acabam ficando. As coisas esquentam e ele tenta resistir, mas ao mesmo está curioso sobre o que pode acontecer e como pode ser, já que sempre ouviu os amigos comentarem. Pode ser com o Harry! Obrigada, amore, adoro seus imagines! 💞
Antes de tudo: eu espero que você goste da minha interpretação para o seu pedido. Eu, particularmente, me deixei levar porque já tinha idéias na cabeça sobre esses assuntos para escrever, só não tinha tempo KK. Volta aqui para falar o que achou, tá? 🥰💖
Para quem são sabe, eu sou pagã (bruxa), e acabei trazendo umas idéias beeeeem abstratas sobre isso para o imagine. 🌙
Estou aberta para uma continuação mas só após os feedbacks de vocês KK. Me mandem, por favor. Estou ansiosa para saber o que acharam. 😍
Masterlist | Cronograma
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Five-pointed star, hot com Harry Styles
A casa de dois andares estava extremamente convidativa para qualquer jovem que passasse pela rua aquela noite; não havia luzes brilhantes no lado de fora, mas as que podiam ser vistas pelas janelas e o barulho abafado da música alta somado ao número de carros e motocicletas estacionados nas vagas, explicitava o quão bom e cheio poderia estar lá dentro. 
No caminho que fez até o centro da sala de estar, Harry tinha certeza de que foi empurrado mais de três vezes por pessoas diferentes e o perfume doce de uma delas estava impregnado na sua camisa branca. 
Estava cheio. Totalmente cheio, na verdade.
Mas para quem estava acostumado a frequentar as festas organizadas por Mitch, não se surpreenderia com toda sala repleta de pessoas de todos os estilos e a cozinha, literalmente, abastecida de bebidas alcoólicas, salgadinhos e batatas fritas sobre o balcão. 
E por mais que ele estivesse em todas as comemorações — ainda quando não existia um motivo plausível para que acontecessem —, ao passar pela porta de entrada, arregalou os olhos em total surpresa. 
O rapaz de cabelos longos sabia organizar uma festa como ninguém afinal, mas Styles tinha certeza de que até ele estava admirado com a proporção que essa havia tomado. 
— Está uma loucura, não?! — a voz alta de Mitch soou ao lado de Harry, que teve os ombros cobertos pelo braço do amigo. — Eu pensei que você não chegaria nunca. 
— Hoje é sábado, Rowland — respondeu óbvio, sendo guiado para a cozinha que parecia ser o único cômodo razoável para caminhar sem esbarrar em alguém. — O que está acontecendo aqui hoje? 
— Universitários à procura de festa — deu de ombros, entregando uma cerveja ao moreno. — Na verdade, eram só alguns conhecidos da minha irmã, mas como você pôde notar, aconteceu uma boa multiplicação. Igual a que o padre conta na missa que você estava.
Harry revirou os olhos com o comentário.
— Corta essa, Mitch — deu um gole em sua cerveja. — Eu fui acompanhar a minha mãe como sempre fiz e como farei amanhã. 
— Você não vai ficar? — indagou com espanto, mesmo quando já sabia que aquilo não era uma novidade. — Ah, Harry, qual é?! Eu pensei que esta noite seria a sua noite. Até reservei o quarto de hóspedes apenas para você. O que, admito, não foi uma ótima idéia porque o Kalil pode estar transando na minha cama com qualquer pessoa agora. 
Rowland expressou uma careta de nojo e Styles gargalhou enquanto olhava atenciosamente para quem estava no local. 
Todos ali pareciam felizes, drogados, bêbados e notavelmente excitados apenas pela maneira de se agarrarem um com os outros; eram os tipos de pessoas que a sua mãe julgaria como “estimuladores do pecado”, e o faria prometer, pela centésima vez, que se guardaria em castidade até o casamento. 
Casamento esse que levariam anos, visto que o moreno não estava em um relacionamento e nem pretendia iniciar algum, ainda que a cada dia se tornasse mais difícil conter suas curiosidades, seus desejos e os comentários dos seus amigos sobre o assunto — especialmente do que estava ao seu lado. 
Levou a garrafa a boca antes de desviar o olhar de uma extremidade da sala para a outra parando, subitamente, na mulher de preto que o encarava fixo próximo a escada, esperando apenas ser notada. 
Cabelos soltos, vestido justo, olhos penetrantes e uma gargantilha com um pingente que Harry não conseguia distinguir à distância. Ela era linda, completamente. 
— S/N — disse Mitch, trazendo a atenção confusa do moreno para si. — A garota que você está olhando, é a S/N. É uma amiga estrangeira da Sarah e está há pouco tempo na cidade.
— S/N? Hum... — murmurou voltando a atenção para ela, sorrindo ladino e sentindo seu corpo se arrepiar ao ser correspondido.
— Não vai até ela? Há boatos de que ela é extremamente diferente em vários aspectos.
— Vários aspectos? — perguntou exalando curiosidade, mas riu em seguida. — Acho que não precisarei ir até ela.
— Para todos os efeitos, aqui está — proferiu malicioso ao perceber que a mulher caminhava até eles, pondo a chave no bolso traseiro de Harry. — Acabe logo com isso. 
S/N apoiou os cotovelos no balcão da cozinha segundos após Harry ficar sozinho no cômodo, fitando os olhos verdes do rapaz com malícia e um sorriso da mesma maneira nos lábios. 
— Acho que eu te devo um pedido de desculpas, não é? — ela perguntou suave, rompendo o silêncio entre os dois e deixando o rapaz confuso. 
— Me deve? 
— Tenho quase certeza que esbarrei em você quando entrou, hum? — arqueou a sobrancelha. — Se, por acaso, o perfume doce e forte não sair da sua roupa, me desculpe por isso também. Não foi a minha intenção. 
Styles riu um pouco mais alto, terminando o líquido da garrafa e a deixando sobre a pia. 
— Então você é a dona do perfume que está na minha camiseta? — apoiou-se de frente para ela; cotovelos sobre o balcão de mármore. — Se for, é muito bom, por sinal, não posso negar. 
— Fica bem melhor na pele, se quer saber… 
— Eu posso sentir? — perguntou mais baixo, inclinando-se para ela assim que lhe foi permitido. 
Empurrando o cabelo da mulher para trás do ombro, se aproximou do seu pescoço e deixou que a ponta de seu nariz e seus lábios o tocasse delicadamente enquanto inspirava o cheiro maravilhoso do mesmo perfume que estava em sua roupa. 
— Sabe de uma coisa? — respirou fundo ao sentir a mão dele adentrar em seu cabelo.
— Hum?
— Você não me disse seu nome…
Ele riu abafado, arrepiando-a por completo. 
— Meu nome é Harry… Harry Styles — sussurrou.
Se afastando devagar, a única coisa que Harry sentiu foi a respiração quente de S/N contra seu rosto e seus lábios tão próximos aos dele, que não teve outra opção a não ser beijá-la com vontade — e se houvesse outra, ele ainda optaria pela primeira. 
O balcão entre os dois não foi um problema para as suas línguas entrarem em contato e se conhecerem, mas o beijo da mulher era extremamente quente e ele sentia seu corpo implorar por mais proximidade; queria tocá-la.
Como se pudesse ler os pensamentos do moreno, ou, simplesmente, porque estava tão necessitada quanto ele, S/N encerrou o beijo para adentrar a cozinha e o puxar para si, chocando as costas na parede fria e sentindo os lábios rosados nos seus e mãos agarrarem sua cintura com força. 
O cabelo curto e a nuca de Harry recebiam puxões e arranhões ainda considerados leves se comparado ao quão excitante o beijo apressado e o toque de seus corpos estavam. 
Definitivamente mais alto que ela, os dedos rodeados por alguns anéis gelados deslizaram para o bumbum da mulher, apertando-o à medida que a puxava um pouco mais para cima e seus corpos se juntavam ainda mais. 
Involuntariamente, Styles gemeu rouco na boca dela quando a sentiu rebolar seu quadril contra a ereção que estava visível na sua calça. 
— Vamos para outro lugar? — ela sugeriu ofegante, com a boca ainda encostada na dele. — Eu preciso fazer algumas coisas, mas aqui não é o melhor lugar. 
— E o que você quer fazer? — perguntou hesitante, mas completamente perdido com o olhar malicioso sobre si.
— Me leva daqui que eu te mostro — rebolou devagar, levando a boca o mais próximo que podia de sua orelha. — E, não se preocupe, não farei nada que você não goste ou queira. 
Ele grunhiu com a deixa, sem forças e coragem alguma para fazer algo diferente do que entrelaçar sua mão na dela e a guiar para o quarto da chave em seu bolso. 
Ainda era cedo para saber se deveria ou não agradecer a Mitch por ter reservado aquele local para ele, mas quando a porta foi trancada e tudo, antes relativamente escuro, ganhou uma luz ambiente amarelada do abajur e a figura de S/N com o batom levemente borrado surgiu à sua visão, Harry só se permitiu pensar em como ela era estupidamente linda e sexy. 
A assistiu jogar as sandálias de couro em algum lugar do quarto e caminhar até ele tão lentamente, que a puxou para perto quando só faltavam alguns passos para estarem juntos. 
Estava com tesão e a queria perto dele.
— Ahh, Harry… — incentivou-o nas pontas dos pés, desviando da sua boca e descendo beijos molhados por seu pescoço; ele suspirou com o toque. — Está tão apressado assim para que eu te mostre o que eu sei? 
Não conseguiu proferir uma única palavra ao ser virado e jogado na cama por ela. Apoiou-se nas mãos sobre o colchão sentindo-se fraco e perdido observando-a se livrar do vestido preto e se inclinar na sua direção, deslizando a língua sobre seus lábios mas negando o seu beijo pela segunda vez. Estava confuso, mas ela tinha as mãos ocupadas em desabotoar os botões transparentes de sua camiseta e Harry apenas aceitou que ela continuasse até que a peça estivesse no chão. 
S/N sentou sobre o seu colo; pernas em cada lado da cintura, intimidades encostadas de propósito assim como seu vai e volta sobre o pênis do rapaz apenas para ouvi-lo suspirar com a sensação relativamente nova para ele. 
Com a cabeça jogada para trás pelos cabelos puxados segundos antes, Styles sentiu o toque quente das mãos dela sobre as suas, guiando-as até o seu bumbum descoberto, apertando-o junto com ele e conseguindo os seus olhos verdes sobre os dela novamente.
— Você quer me deixar louco, garota — murmurou rouco, baixo, com os olhos quase fechados com a sensação. 
— Você quer me tocar, não é? — aproximou-se ainda mais dele. 
— Eu quero, quero tanto… mas eu não posso — proferiu num resmungo, ouvindo o sorrisinho dela; excitante… excitante pra caralho, ele pensou. 
— Se você quer me tocar, então me toque — respondeu óbvia, baixo, tirando o próprio sutiã e exibindo seus seios próximo a boca dele. — Faça o que tem vontade comigo, Harry. 
Sua boca salivava para ter aqueles mamilos dentro dela e poder sugá-los da maneira que já havia visto e seus amigos relatado que fizeram com as garotas com quem dormiam. Numa provocação, S/N arranhou as costas largas do rapaz, espremendo os seios sobre o peito tatuado e gemendo ao tato sobre suas coxas e bumbum. 
— Eu preciso do seu toque, Styles — saiu em um murmúrio ofegante, com a boca entreaberta, olhos estreitos. — É tão bom fazer o que se tem vontade, uh?... Tenta...
Não havia como resistir e ele, sequer, tinha alguma força de vontade para aquilo. Sua boca deslizou para os mamilos durinhos e excitados de S/N no mesmo instante em que uma das suas mãos adentraram a calcinha molhada; dois dedos subiam e desciam ali ainda com timidez, mas o gemido surpreso dado por ela o fez pulsar. 
Aquela calça o incomodava como nunca antes.
— Você está tão molhada pra mim. Oh meu deus… — disse mais para si do que para ela, tentando assimilar que, pela primeira vez, estava tendo um contato tão íntimo com alguém e como tudo aquilo era prazeroso. — Me deixe enfiar os dedos em você.
— Faça o caralho que quiser comigo, Harry — mordeu os lábios ao sentir um dedo entrar. — Isso, babe, comigo você é livre para isso… então vai, me fode.
Não tinha a mínima noção de que precisava ouvir aquilo até, finalmente, ser falado e ele ter ousadia para penetrá-la com mais um dedo e se deliciar diante de uma S/N quicando sobre eles, no seu colo, com a mão em um dos seus próprios seios e os olhos fechados enquanto arfava e mordia os lábios. 
“Céus”, Styles pensava, “como aquilo poderia causar sensações tão boas apenas em olhar?”
Nunca tivera tanta liberdade assim, por mais que sonhasse com isso em inúmeras noites no seu quarto. Era torturante, às vezes, ocultar tantos desejos quando o que mais queria era deixá-los aflorar e sentir tudo o que aquela mulher estava o fazendo. 
Como se tudo não pudesse melhorar antes mesmo do ato, S/N ficou de pé para mostrar o rapaz que tudo poderia se intensificar ainda mais: ficou de joelhos entre suas pernas, desfazendo toda volta do cinto preto sobre a sua cintura, descendo o zíper da sua calça devagar e baixando-a pelo cós junto com a cueca preta que ele vestia — e que ela adoraria ter visto se não estivesse tão focada em concluir seu maior desejo da noite. 
Gemeu alto e em alívio quando sentiu seu pau saltar para fora, sendo agarrado pela mão macia que o levou até os lábios quentes da mulher. A língua deslizou sobre o pré-fluído que escorria, descendo por toda a extensão de sua ereção e, quando estava de volta ao início, abocanhou-o com vontade e com a boca totalmente molhada. 
Styles tinha a sensação de que iria se desmanchar a qualquer momento com aqueles movimentos. Mãos no rabo de cavalo sobre a sua cabeça dela, apertando e forçando conforme tinha a necessidade de senti-la mais rápido ou mais fundo — mas parecia que ela sabia exatamente onde chupa-lo. 
— Eu não vou aguentar… S/N, eu não vou aguentar… eu vou gozar… 
Estava próximo, tão próximo e ao fitá-la com seu pau na boca e encarando-o pervertida, ele teve a certeza de que ela não cessaria suas chupadas por nada. Contudo, quando estava prestes a, definitivamente, despejar o que estava sentindo, subitamente, tudo parou. 
Abrindo os olhos no mesmo instante ele a viu ficar de pé, e a luz em seu rosto clareava uma imagem quase celestial de tanta beleza: era impossível não contemplá-la por completo sem se sentir abençoado por ter aquela visão.
— Você ainda não me disse, babe — passou a língua pelos lábios, dando passos até estar de joelhos sobre o seu colo. — Eu preciso saber se eu sou bem-vinda, eu preciso saber se é a mim que você quer — soprava descendo seu quadril de encontro ao membro excitado, mas nada mais fez quando se tocaram ligeiramente; ele tinha a boca entreaberta e os olhos perdidos com o que ouvia. — Você precisa me mostrar que eu estou certa, Harry. Você precisa me mostrar que eu não estou enganada por estar aqui… aah, você está tão duro. 
O rapaz sobre a cama estava a um triz de jogar toda a crença que foi lhe passada, durante a sua construção social inicial, para o alto. A agarrava pela cintura e, facilmente, poderia puxá-la para baixo devagar ou erguer o quadril para se enterrar nela, mas não… Ele sentia que aquelas palavras iriam muito mais além do contato físico e da excitação que percorriam seus corpos.
Ele tinha certeza que precisava confirmar situações que iam além do seu entendimento naquele momento. 
Foi em um aperto singelo na coxa carnuda, que Styles sentiu o anel prateado de pureza em volta ao seu próprio dedo. E se aquilo não significasse algo comprobatório o bastante para mostrar-lhe que ela estava certa de qualquer coisa que estivesse pensando, serviria para, no mínimo, acabar com todo o desejo reprimido que sentia. 
S/N deslizou para baixo conforme o anel fez o mesmo movimento pelo seu dedo anelar. Ambos gemeram alto, sedentos, ansiosos e ela o beijou intensamente quando a sua boceta o tinha engolido por completo. 
E, porra, Harry estava em êxtase. Em êxtase!
Foi empurrado para deitar-se por completo na cama, e as mãos dela se espalmaram em apoio sobre o seu peito para estabelecer um ritmo frenético na sua ação sobre ele; subia rápido, mas descia mais forte e o som da sua bunda batendo contra ele só não era mais alto que os gemidos e suspiros que saíam da boca de ambos e ecoavam pelo quarto. 
Os lábios vermelhos e inchados do rapaz estavam quase recessecados quando o corpo suado curvou-se sobre o seu e a língua molhada percorreu a sua boca com uma suavidade assustadora se comparada a forma que quicava em seu pau — latejando e, praticamente, gozando com as pequenas ações surpreendentes que vinham dela. 
Sem hesitação alguma abraçou-a pelas costas, suspendendo qualquer ato antes sendo feito, para virá-la sobre o colchão e fazer o que sempre teve vontade e imaginou como seria: foder uma boceta… foder a boceta da mulher que ele apenas sabia o nome porque alguém o havia dito, mas que possuía um beijo e uma expressão de prazer ridiculamente sensual e agradável ao seus olhos. 
As pernas estavam tão abertas para recebê-lo que, de joelhos e levemente inclinado para frente — e quase por instinto —, ergueu o quadril de S/N com uma mão para deslizar mais fundo, simultaneamente deslizando o polegar de sua outra mão sobre os lábios carnudos da mulher, que os prendeu entre os dentes e mordeu com pouca força de acordo com as investidas que recebia. 
O ambiente estava quente, os seus corpos estavam quentes e o suor molhava os cabelos ondulados de Styles como se estivesse acabado de sair do banho, mas era ela de olhos fechados e soltando seu dedo para gemer que o fez pegar fogo. 
Os dedos longos, agora, rodeavam o pescoço dela.
S/N parecia o próprio pecado por debaixo dele. Um pecado que ele estava adorando cometer e ter na sua lista como o pior de todos; um pecado gostoso com uma gargantilha preta extremamente convidativa ao redor do pescoço.
Quando a cabeça dela se inclinou para trás e gemeu manhosa transbordando no seu orgasmo, ele deixou seus dedos escorregarem sobre o pingente redondo e o observou com clareza pela primeira vez: um círculo, uma estrela, cinco pontas.
“Quem era aquela mulher?”, sua mente gritava, “o que era aquilo? Por que estava se entregando para alguém que carregava aquele símbolo? E por que estava adorando tanto aquela foda?”
— Goza, Harry — S/N gemeu. — Goza pra mim, babe… 
Aquilo tornou o seu limite, totalmente, e Harry sentiu a melhor sensação desde que tudo aquilo havia começado. 
Caiu sobre ela com a respiração descompassada, o corpo trêmulo, o pé da barriga queimando, formigando, com unhas passeando por suas costas e seus olhos tão pesados, que as suas pálpebras se fecharam mesmo contra a sua vontade. 
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senaoeuquemvai · 3 years
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Arco-íris 9hrs
Combinamos de estar em frente ao Arco-íris as nove, da noite.
Sem atrasos ou quase-atrasos, às nove em ponto.
Por isso, cheguei cedo e me escondi no bar da esquina pra conseguir ver a hora que ela chegasse. Tinha certeza que chegaríamos juntos, porque ela provavelmente estaria no bar da outra esquina fazendo a mesma coisa.
Nós éramos muito parecidos em nossas manias estranhas, como essa de levar tudo ao sentido literal. Nenhuma outra pessoa de qualquer aplicativo de relacionamentos iria se incomodar de esperar alguns minutos a mais ou a menos, mas pra gente era algo maior.
Atrasos toleráveis não tinham graça alguma. E a vida precisa ter graça.
Éramos caçadores de coincidências. Queríamos estar dentro delas, e encontrar todas que a vida deixa escondidas por aí, que só enxerga quem anda atento. Como easter eggs dos filmes da Pixar. Gostávamos de teorias conspiratórias e de ter crises de riso acidentais dentro do cinema durante filmes de terror até sermos quase expulsos da sessão. E de assistir dois filmes em sequência sem pagar pelo ingresso do segundo, nos escondendo nas escadas da saída de emergência que também poderiam ser uma “entrada de emergência” como imaginávamos que fosse, porque pra nós, realmente era.
Nunca fomos descobertos, o segredo era alternar os dias e horários da semana para que os funcionários não nos percebessem, já que as câmeras por si só, não denunciavam nossos crimes. Talvez não se importassem. Talvez nem os funcionários se importassem. Aliás, qual o grande problema de duas pessoas assistirem filmes com tantos lugares vazios a serem ocupados? As sessões de terror não costumavam lotar após as duas primeiras semanas de estreia, salvo algumas exceções ás sextas-feiras a noite porque apesar do sucesso e melhor eficácia da Netflix para encontros amorosos, muitos casais ainda preferiam ir ao cinema para ficar aos beijos. Coisa de gente saudosista que ainda lê jornal impresso e escuta discos de vinil na sala de casa. Nós íamos pela emoção. Pelo falso perigo de sermos pegos que já era suficiente pra dar aquele frio na barriga maior do que qualquer filme. 
Mas, voltando ao Arco-íris, que é um bar na Lapa. Zona central do Rio de Janeiro, às nove, em ponto. 
Nosso primeiro encontro foi ali, mas choveu muito e tivemos que nos abrigar na parte de dentro perto da cozinha, onde era quente demais e tinha cheiro de fritura. Eu não gosto de ficar dentro dos lugares, se tenho a opção de me sentar numa mesa a céu aberto, vendo todos que passam e ouvindo todos que falam, a música dos carros que passam, o som vazado das boates vizinhas, é onde quero estar. Tenho um certo apego pela poluição sonora que me deixa confortável quando estou nervoso. Me sinto em casa. Por isso foi um desastre, nós dois queríamos sair dali mas demoramos cerca de 20 minutos pra decidir falar, ela tomou a iniciativa. Talvez porque estivesse de frente para a rua e tivesse mais facilidade em encontrar um gancho pro assunto ser “OLHA COMO TÁ CHOVENDO LÁ FORA, EU ADORO CHUVA”, talvez por ter lido minha mente e interpretado que eu concordava com ela antes mesmo de dizer.
Ela era boa nisso.
Por sorte, 20 minutos num bar na lapa numa sexta-feira a noite, é suficiente para você ser atendido apenas uma vez pelo garçom, isso se ele for com a sua cara. Então só havíamos pedido uma cerveja cada um, ainda fazia sentido procurar outro lugar melhor. Pensei em pedir a conta ali mas não queria ficar mais 20 minutos esperando, a peguei pela mão e a levei até a rua como se quisesse ir embora sem pagar a conta, mas voltei até o balcão pra acertar. Foi tempo suficiente pra ela acender um cigarro embaixo da marquise, enquanto a chuva batia no chão e respingava nas suas botas de couro.
Ventava muito por causa da chuva, senti o cheiro dela vindo levado pelo vento até a fila do balcão onde eu estava. Uma mistura de perfume doce com fumaça de camomila que também era doce. Acho fumar um péssimo hábito, mas confesso que se fosse qualquer outra coisa em sua mão, não teria o mesmo charme, e nem o mesmo cheiro que me marcou tanto. Era uma cena tão linda que me fez não ouvir a voz da atendente avisando que era a minha vez, e paguei a conta tão atordoado que nem conferi se foram só as duas cervejas mesmo ou se paguei a conta da mesa ao lado que tinha oito pessoas. Por sorte não tinha saldo suficiente no cartão pra pagar a conta da mesa ao lado, e eu tive a ótima oportunidade de avisar que tinham me cobrado o valor errado antes que fosse tarde demais, como seria se dependesse só de mim.
Nesse dia até o azar estava ao meu favor, nada tinha como dar errado, até o telefone dela tocar com a mãe dizendo que sua cachorrinha estava muito mal e precisava de ajuda para levá-la ao veterinário. Sexta-feira às nove da noite. Tínhamos chegado às oito e alguma coisa, e tudo que rolou foi nesse tempo tão curto. Ela teve que ir embora. Me arrependi de ter perdido tanto tempo na fila, e tanto tempo pensando em trocar de mesa, e de ter gasto os poucos minutos que tivemos preocupado com o calor e o cheiro de fritura da cozinha do bar. Fiquei arrasado. Ela me deu um beijo rápido, entrou no Uber e eu fui pra casa.
Continuamos nos falando por mensagem, acabou que a cachorrinha ficou bem e voltou pra casa na mesma noite, tinha tido uma queda de glicose, era diabética. Coisas que a gente nunca pensa que vão acontecer com nossos cachorros, só com nossos avós, mas acontecem. 
Depois desse dia acabou virando uma tradição nossa nos encontrarmos sempre as nove em ponto, como se pra continuar o primeiro encontro que deu errado. Todas as outras vezes deram certo.
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desallinho · 4 years
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breathe in the air.
segunda, 08 de junho.
hoje, o universo fez de tudo para eu não conseguir estudar, mesmo com todo o meu esforço e preparação mental para fazer isso voltar a acontecer. levantei cedo até, comparado com os outros dias que acordava 11h. arrumei meu quarto, tomei café, banho e coloquei meias nos pés. ontem a noite me machuquei mais uma vez.
fiz um exercício da cadeira de corpo e moda e fui fazer a lentilha pra almoçar. esses dias to meio abusada de feijão. enfim, preparei-a e refoguei vagem -um descoberto dessa semana que amei e vou começar a incluir na alimentação. engraçado pensar como eu descubro as coisas tardiamente _aqui deixo um p.s. porque não é tarde, mas sim no meu tempo_ e experimentar essas coisas que sempre neguei é algo emocionante, meio como uma criança quando descobre uma palavra nova e usa apenas aquela. quero registrar um pouco desse meu caminho na alimentação porque é fácil de esquecer.
almocei e tava feliz. o cão atentou meu irmão e tudo se torna motivo pra briga. eu tento colocar o fone e uma música alta mas eu não quero deixar minha mãe sozinha nessa. sinto que é tipo uma solidariedade, sei lá. resolvi ficar na minha e estudar. entreguei a atividade e comecei a ler um texto -quase impossível pq minha mãe falava alto e eu não conseguia me concentrar. mais tarde, minha psicóloga ligou pra mainha e a curiosidade falou mais alto. sim, fiquei escutando a conversa dela -o que não é muito difícil já que ela grita.
não tava conseguindo me concentrar de forma alguma, nem ler texto nem assistir videoaula. recebi a notícia que o reitor disse que por esse ano não vamos mais ter aulas presenciais. tentei me fazer de doida pros meus pensamentos mas eles se materializam em forma de ansiedade. passar mais 8 meses morando em cajazeiras? atrasar a vida acadêmica em 1 ano? atrasar possível estágio e trabalho? passar quase um ano longe do meu apartamento? caralho, corongavirus morre ai pufavo. sério, a cada dia que passa cai mais enxurradas dos efeitos pós-corona e isso me deixa um pouco transtornada. eu sou virginiana, eu preciso ter o controle sobre as coisas.
desisti de estudar por hoje e fui ler. desisti de ler e vim escrever. algumas coisas aconteceram essa semana. por exemplo, terminei minha relação com pedro -mas não tão simples assim. sonhei, do sábado para domingo, que contava que gostava dele e ele reagiu do tipo hm fodase. acordei com raiva dele e esse sonho foi tipo inception: um sonho dentro do outro. eu tenho alguns traumas dos meus sonhos -que por mais que gabi diga que é normal-, porque eles são, em sua maioria, bem freudianos: o id trazendo a superfície as coisas mais profundas dentro de mim. 
comecei a pensar no que aquilo significava e fui sincera com virna, cheguei a conclusão e aceitei que gostava dele. e aí comentei com ele que a gente precisava terminar porque eu tava começando a gostar dele. ele reagiu bem ok. eu não queria terminar porque isso implicaria em estar sozinha e sem receber o afeto que ele me dava. eu queria adiar essa decisão mas não podia mais. isso seria só me machucar mais ainda. conversa vai, conversa vem, chorei um pouco, como se eu tivesse terminado um namoro. para virna, essa tristeza vinha porque eu estava perdendo uma amizade forte e isso fez sentido pra mim. a gente conversa sobre tudo, tudo mesmo com um plus de que ele é carinhoso comigo -muito mais do que eu sou com ele. falei isso e que nem sabia porque tava chorando já que, na minha concepção, um namoro entre a gente seria bastante conflituoso pra mim. ele pediu detalhes sobre isso e fiquei incomodada. 
conversa vai, conversa vem e chegamos a conclusão de que vamos continuar sendo migos do que somos -eu duvido que isso irá durá bastante tempo. quando pensei em terminar, isso obviamente implicaria em dar um tempo de nossas conversas também, entretanto ele achou que continuaríamos a ser o que somos e aí chegamos ao relacionamento mais complicado da minha vida: estamos conversando como conversávamos antes só que sem a parte das brincadeiras sexuais (eu acho) _brincadeiras pq sexo não tava acontecendo já há meses né_ e aí não sei mais. na minha cabeça nada mudou mas tirou um sentimento de peso de cima de mim, sabe? ler e escrever sobre isso me traz um pensamento de e vamos de se fuder. não contei a virna o desfecho da história, não quero contar a ninguém e não sei se pretendo contar amanhã a gabi pois acredito que ela não vai entender nada e vai me trazer mais questionamentos que, no momento, não serão saudáveis. vou deixar isso rolar um pouco e entender/ descobrir os sentimentos. se não funcionar, eu termino de uma vez.
como falei mais cedo, me machuquei ontem a noite enquanto conversava com virna. eu fico arrancando a pele grossa e os calos dos pés até sangrar e eu não conseguir nem andar. gabi diz que isso é ansiedade e que eu tenho que pensar outros métodos de ocupar minhas mãos pra parar com isso. não é tão fácil quanto parece. da última vez que fiz isso -e foi a maior de todas- mainha viu os machucados e surtou. perguntou se eu tava me mutilando e disse que não era pra eu fazer isso, tinha perigo de dar uma infecção. nesses dois dias, ela ficou preocupada comigo e me deu uma atenção maior. disse que eu era um bebê que precisava de cuidados. silenciei. 
voltar a fazer isso me fez pensar algumas coisas: queria que ela visse ou eu me machucando ou os machucados, que me percebesse sabe? eu, finalmente, entendi os adolescentes mimados de novela que fazem coisas ruins/ burradas pra chamar a atenção dos pais. eu quis continuar fazendo isso pra chamar a atenção dela. eu tinha me sentido filha e criança, que a mãe tá ali pra ajudar e orientar e não como essa relação que a gente tem hoje: eu sendo uma adulta que consegue se virar, apesar de precisar do dinheiro dela.
ok, vamos para o outro plot twist da minha vida_como se o de pedro não fosse o suficiente_: to tendo uma relação com a família do meu pai (irmãos e madrasta) e nem em sonhos mais loucos eu imaginaria que isso poderia acontecer. minha relação com meu pai ficou mais conturbada ainda esses últimos 3 anos visto que eu moro fora e ele começou a ter vários problemas que limitam o movimento dele. isso mudou nessa quarentena, o qual mesmo com 74 anos de idade -sendo hipertenso, diabético e usando um aparelho no coração-, decidiu que andaria mais e visitaria a gente aqui em casa também. a primeira vez, mainha o expulsou mas depois que eu cheguei aqui ela cedeu às visitas dela -ela sabe que eu sou sensível e tenho muita mágoa dessa relação. enfim, no dia 28 ele ligou para mainha dizendo que viria pegar meu irmão e eu para almoçar com ele. mainha não esperava que eu fosse de boa, então pediu que eu fizesse isso por ela -mesmo sem esse drama todo, eu iria.
quando eu era mais nova, era muito próxima dos meus irmãos e da minha madastra e vivia na casa deles, isso comprovado pelas nossas fotos. era tão próxima que chamava minha madrasta de mãe e aí fui crescendo um pouco e me magooei com alguns comportamentos dela e me afastei. assim ficou e em raros eventos, a gente se via. morando fora, isso piorou. mudei, amadureci e decidi que era hora de trabalhar essa relação na terapia, só que isso foi impossibilitado pela pandemia. então, nesse belo dia fui com meu irmão para lá -engraçado que até coloquei o carro dentro da garagem- e passamos uma parte do dia como uma família em um comercial de margarina. cheguei em casa me sentindo renovada: foi um dia bom em que vivi momentos felizes com outra parte da família. no sábado, hanrieth mandou até bolo pra gente. fiquei feliz, isso foi de imensa consideração: compartilhar comida é meio que compartilhar afeto, né? a gente tem uma relação estranha com a comida, não é só necessidade fisiológica mas também é simbólica _união, talvez?
quando menos espero, sábado a noite painho liga chamando a gente para um tal de chá de revelação. fernanda, minha irmã mais velha, está grávida do segundo baby. eu disse a mainha que não queria ir, tava com preguiça de tomar banho. depois, meu pai ligou dizendo que hanrieth tava pedindo pra eu ir, que ia ser algo mais íntimo. com a madrasta chamando, eu fui e ainda por cima, quando cheguei lá, dei um abraço nela. fazia uns 3-4 anos que não via fernanda e aí quando a gente se abraçou, ela chorou um pouco. fernanda é especial, sempre senti o amor e o carinho dela pela gente, mesmo sendo distante. foi engraçado participar de um chá de revelação e tive que descansar a militante que havia dentro de mim, mas foi um momento especial com minha família.
no outro dia, painho já tinha chamado a gente para almoçar lá porque era uma comemoração do aniversário de nanda. aí a gente seguiu o combinado e fomos. sim, ignorei todas as regras de isolamento social. eram oportunidades únicas e não podia deixar isso passar. será que as coisas vão ser diferentes daqui em diante ou é só um surto de quarentena? pude conhecer e conversar com a família do marido de nanda e voltei com energias recarregadas. assisti a live de tom zé, oh homi pra eu amar, ele cantou até curiosidade.
minha madrinha tá com câncer na tireóide, não sei muito bem o que isso significa. tô pensando em deixar meu cabelo crescer um pouco porque preguiça de aparar. o tempo tá passando tão rápido nessa quarentena. hoje senti saudade da correria que foi o segundo semestre de 2019. quero aquelas sensações de novo. acho que funciono melhor na correria do que indo devagar, como decidi fazer esse semestre, mesmo sabendo que a ansiedade de achar que não vai dar tempo me faça mal. quem sabe depois eu faça um texto falando dessa relação da noção de tempo pré e pós-pandemia. aprendi muita coisa. hoje tirei o dia pra escutar pink floyd. foda.
xau xixa, até mais.
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galhioni · 4 years
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3. FIRST LOVE
A hashtag da fanfic é #MinDoJi e meu user no twitter é igual o daqui :)
Boa leitura!
~*~
Início do semestre. 
Ótima data para fazer planos, traçar metas e alcançar novos objetivos, afinal, era a faculdade, o início do ano letivo e a porta para a realização de todos os sonhos que qualquer jovem poderia ter. 
E eu? Eu só queria poder fazer música em paz, porque o mais difícil eu já tinha conseguido: entrar na universidade, que apesar do processo burocrático e das notas rigorosas, me aceitou na primeira chamada. Talvez eu devesse me gabar, já que a tão concorrida Universidade Nacional de Artes da Coréia me deu a oportunidade de estar ali e não era tão fácil assim ser aprovado, ainda mais na primeira chamada, mas depois de um ano morando sozinho, pude discernir bem o que era digno ou não da minha atenção e desgaste emocional e aquilo definitivamente não era. Quem liga se eu fui aprovado em primeiro ou em último? Foda-se, eu entrei, é o que importa. E por mais que o ser humano goste de colocar rótulos no geral, sempre querendo provar o quanto é melhor do que o outro, eu tenho preguiça entende? Eu só precisava entrar e foi isso que eu fiz. 
O mais importante era saber que a universidade oferecia alojamentos, o que facilitaria muito a vida de quem só pensava em estudar música e produzir sem descanso, no caso, eu. Claro que a herança deixada pela vovó aguentaria até o fim do curso (talvez até uns anos além dele), e mesmo podendo morar em outro lugar, a praticidade de estar dentro do campus era o suficiente para mim. As regras condiziam com a chatice que era para entrar na universidade: rigorosas demais, o que tornava o convívio com os estudantes um pouco complicado, já que a maioria se considerava livre (por estar na universidade, longe da vigilância constante dos pais) e só queria transar com quem desse na telha, fumando um baseado depois de uma boa foda. Para mim não faria diferença alguma, já que meu coração ainda pertencia ao mesmo garoto bochechudo de Busan, e eu não fazia questão de que as coisas fossem diferentes. 
Durante um ano inteiro eu fiquei remoendo o meu adeus, tentando compor, escrever, viver, mas não adiantava, tudo sempre voltava para ele. E quando se tratava dele as coisas não fluíam mais como antes. É como se meu coração soubesse a merda que eu havia feito e se recusasse a colocar paixão em qualquer outra mísera coisa, por isso, nem as cartas eram terminadas e as músicas sempre ficavam pela metade. É como se tudo gritasse "volte", mas eu sabia que era tarde demais, um ano muda tanta coisa... Eu mudei, pelo menos.
Era o último domingo do mês, o que significava que a data limite para se alojar na universidade havia chegado, todos deveriam entrar até às dezoito horas, caso contrário, a reitoria tinha total liberdade para colocar outra pessoa na sua vaga do dormitório, pois é, regras da instituição. Após arrumar as poucas coisas que eu tinha, peguei um táxi, estava cedo até e a universidade não ficava muito longe, então decidi sair com antecedência só por precaução. O taxista não era muito educado e além de tudo parecia perdido, ficou dando várias voltas no bairro, o que começou a me irritar, já que ele era da região e ficava no centro residencial da cidade, ou seja, as pessoas deveriam usar bastante o trajeto de casa até lá, não deveria ser uma novidade pra ele (que provavelmente conhecia tudo por ali). Quando olhei no relógio, já se passavam das dezessete, comecei a me preocupar:
- Será que tem como o senhor acelerar um pouco? Eu preciso estar lá antes das seis... É importante. - Disse tranquilo para que ele não reparasse no meu desespero.
- Só se você quiser que eu voe. - Retrucou mal humorado. Como é que é?
- Tudo bem então, pode encerrar a corrida. - Eu disse tranquilo, tentando manter toda a pose por fora, mas querendo esganá-lo por dentro.
- Você está de brincadeira comigo? - Seu olhar me fuzilou pelo retrovisor.
- Não, estou falando sério. O senhor rodou o bairro todo só para me levar num caminho de trinta minutos no máximo, já conseguiu o dinheiro que queria, certo? Agora com licença, não posso me dar ao luxo de chegar atrasado. - Seu rosto ficou vermelho e seus olhos tremiam de raiva, já que ele havia sido descoberto. Perplexo pela minha sinceridade, ele enfim destravou o veículo. Peguei minhas coisas e saí correndo em direção ao trem, eu tinha trinta minutos para chegar, precisava correr. Já estava escurecendo e isso só reforçava o quanto eu tinha que me apressar, já que aquele pedaço não era lá muito bonito e seguro. 
Ao comprar a passagem, saí correndo até a plataforma e por um minuto não perco o trem que partia, é, definitivamente não era meu dia. Quando o trem anunciou a chegada, mal esperei a parada, já estava na porta pronto para sair em disparada. Como um louco pelas ruas de Seul, eu procurei qualquer carro que pudesse me levar, mas todos pareciam ocupados por alguém, claro, eu estava em Seul, não em Busan, tudo era o mais completo caos, eu ainda precisava me acostumar com isso. Olhei no GPS e não era uma distância muito grande, meus pés teriam que aguentar, querendo ou não, eu não tinha mais opções. Corri até faltar o ar e o peito queimar pedindo socorro, quando avistei os prédios luxuosos, olhei para o relógio: 17:53, certo, só mais um pouco de ar. Com a mala de rodinhas me dirigi até o prédio um, que seria meu novo lar a partir de agora, não deu tempo de admirar o restante das coisas porque a pressa é inimiga da perfeição e eu só precisava entrar. Para minha surpresa, ao tentar empurrar a porta de entrada, a mesma estava trancada, merda! Eu ainda tinha três minutos, não era possível tanta má sorte assim! Não era hora de fechar ainda! Comecei a me desesperar e soquei a porta diversas vezes na esperança de alguém me ouvir. Quando achei que tudo estava perdido, enxerguei uma silhueta caminhando em minha direção:
- Em que posso ajudar? - Um moreno veio me recepcionar, abrindo somente uma fresta da porta principal. Olhos castanhos, lábios finos, cabelos desalinhados e um tom que parecia ser de puro deboche, mas seu sorriso era bonito, a boca parecia um coração. Ele me mediu de cima a baixo, o que me deixou extremamente nervoso e desconfortável:
- Eu... preciso entrar, sou aluno de música, vim me alojar. - Anunciei dando um passo à frente, mas ele nem se moveu.
- E por que eu deveria abrir a porta pra você? - Me fitou com seu sorriso ladino. Apesar de ele não ter nada a ver com o que tinha me acontecido anteriormente, eu estava um pouco puto e sem paciência.
- Primeiro porque eu ganhei uma bolsa, isso significa que eu não tenho muito dinheiro, - menti -então você pode escolher entre pagar um lugar pra eu ficar ou abrir a porra da porta! - Respondi irritado.
- Ei! Calma aí esquentadinho, foi só uma brincadeira! Seja bem-vindo à universidade, sinta-se em casa! - Finalmente abriu a porta, rindo em deboche. - Aqui é bem grande... Quer ajuda para encontrar seu quarto? - Continuou rindo, o safado.
- Não, acho que posso me virar sozinho, obrigado. - Eu disse andando na frente, sem nem me virar para olhá-lo.
- Cuidado hein, você pode se perder... - Qual era a graça? Ele não parava de rir. - Como devo te chamar esquentadinho?
- Pra você é Min Yoongi! - Dei uma risada sarcástica. - Como eu devo te chamar se quiser xingar você? Porque acredite, eu vou. - Garanti.
- Sem problemas! - Gargalhou, correndo e andando ao meu lado. - Meu nome é Jung Hoseok, mas pra você pode ser Hobinho. - Retrucou abusado.
- Por qual motivo eu te chamaria assim? Eu nem te conheço cara! - Cara esquisito... Caralho, que lugar enorme! O corredor não tinha fim.
- Você é nervoso mesmo hein? Calma Min, eu só quero fazer novas amizades... não precisa ficar bravo comigo! - Foi aí que eu estanquei, meus pés não conseguiram mais se mover. Um ano sem ouvir aquele apelido, um ano tentando lutar contra aquele calor no peito, um ano sem ele. Um apelido que foi por tantos anos foi dito com tanto carinho, tanto amor... agora na boca de um estranho, que mais soava como um deboche despretensioso, mas ainda sim tinha aquele toque de nostalgia, remexendo tudo dentro de mim, fazendo tudo doer consideravelmente.
- O que foi? Algum problema? Esqueceu alguma coisa? Eu posso... - Ele pareceu surpreso pela minha parada.
- Não... tá tudo bem, eu só... Obrigado por me receber, eu assumo daqui, com licença. - Falei sério, apertando o passo e deixando um Hoseok totalmente confuso pra trás.
Tentando afastar as emoções, segui até o final do corredor, onde deveria ficar meu quarto: 403. Quando avistei a fileira de portas, estava um pouco escuro, mas eu conseguia perceber todas elas fechadas, exceto uma, que parecia ter sido esquecida aberta, com uma pequena fresta, iluminando sutilmente o corredor. Conferi o número, 403, era esse, mas antes que eu pudesse abrir a porta, algo chamou minha atenção:
- Você sabe que alguém pode nos ouvir e chegar a qualquer momento né? – Uma voz sussurrada disse.
- Como se eu me importasse de verdade né Tê? Deixe entrar... quem sabe a gente convida pra fazer parte da nossa festa. - Por mais estranho que isso possa parecer, eu acho que conheço essa voz. Na verdade, só podia estar maluco. Decidi me aproximar e fiquei de cara com a porta entreaberta, onde um filete de luz iluminava o ambiente e revelava os dois corpos que estavam ali. Era errado bisbilhotar, mas era exatamente isso que eu estava fazendo.
- Ji... para, não faz isso, você sabe exatamente como me deixa. – Eu gelei. Espera, não pode ser... 
- E você sabe como eu fico quando me chama assim... – O loiro mais baixo respondeu com a voz rouca. E por mais que eu quisesse me enganar, não tinha como, porque eu sabia. Eu sempre saberia... Aquela voz... Aquele Ji era o meu Ji. Meu Jimin, meu primeiro amor, o primeiro e único garoto que sempre fez tudo se revirar dentro de mim, agora estava encostado numa escrivaninha, se... esfregando no mais alto. Rebolando, para ser mais exato. Meu cérebro pareceu explodir e minha cabeça pesou com o acúmulo de informações. Eu não estava acreditando no que via, e meu corpo simplesmente travou, ficando sem reação, mal conseguindo se mover.
- Eu só não entendo o porquê... Por que isso te afeta tanto? – O outro questionou. A voz carregada de dúvida e prazer pelas investidas.
- Shh, não precisa... só me faz esquecer Tê, eu só quero esquecer de tudo, tudo que esteja fora desse quarto! – "Tê" agarrou o pescoço do menor e o puxou para um beijo lascivo, onde as línguas se enroscavam e muitas vezes, de tão desesperadas, fugiam das bocas urgentes. Jimin impulsionava o quadril para trás, se esfregando na ereção alheia, enquanto a mão do maior foi mais ágil e agarrou a ereção que estava em sua frente, fazendo-o se entregar por completo, gemendo sôfrego.
- E alguma outra coisa importa quando você está aqui? – Ele sussurrou no ouvido do menor, bombeando a ereção com força. – O que pode ser mais importante do que você gemer meu nome Jimin? Hum? – Ele dizia baixo, causando arrepios na pele alheia.
- Nada Tê, nada mais importa... – O mais alto então colocou a mão por dentro da calça do outro, alcançando a ereção e bombeando ainda mais, enquanto o corpo do menor se contorcia em suas mãos e gemia baixo. – Me fode Tê, não me tortura... não hoje! – A voz manhosa pediu e os gemidos foram abafados pelos beijos urgentes. A mão que antes agarrava o pescoço de Jimin, desceu pelo seu torso, adentrando a camiseta e subindo novamente para estimular o mamilo direito, que estava totalmente intumescido pelo prazer que o maior proporcionava com as bombeadas em seu pênis. Os lábios volumosos de Jimin estavam entreabertos e ele mal conseguia controlar suas reações, deixando os gemidos morrerem na garganta. Seus dedos foram rápidos em abaixar a calça junto à cueca boxer e liberar seu corpo finalmente para que o maior tivesse livre acesso.
- Quanta pressa baby... – O maior riu sarcástico em seu ouvido, atiçando-o ainda mais. – Você vai ter que tirar pra mim também, sabe... estou um pouco ocupado aqui... – Riu novamente, chupando o pescoço de Jimin que parecia querer chorar e se contorcia a cada sussurro do mais alto em seu ouvido.
- Tê... por favor... – Pediu manhoso.
- Eu adoro tanto quando você implora Ji... Só me faz querer te foder mais baby. – Os dentes atacaram a clavícula do menor, que não sabia mais como se contorcer em meio à tantos estímulos. – Empina. – E como num passe de mágica, as roupas foram jogadas para baixo, as costas do menor se arquearam, obedecendo a ordem imposta. Os dedos que antes estimulavam o mamilo, foram parar nos lábios carnudos de Jimin. – Faz o que sabe fazer de melhor... Chupa. – Ele ordenou mais uma vez, fazendo o outro ofegar e receber os dois dedos na boca. Jimin lambuzava os dedos grandes com devoção, fazendo a saliva saltar até para fora dos próprios lábios. – Tão obediente... merece até um prêmio... – Os dedos foram retirados de forma brusca, causando um estalo e os lábios foram capturados novamente, enquanto a mão do maior deslizava para baixo. Com uma perna, ele empurrou um dos pés do menor, abrindo suas pernas. Os dedos foram ágeis até sua entrada, penetrando com tanta força que o corpo de Jimin deu um solavanco para frente.
- Porra Tae... – Jimin gemeu. – Gostoso... sempre tão gostoso... Puta que pariu!
- Não xingue baby, eu preciso me concentrar, não consigo ter foco com você falando assim. – O sorriso ladino dominou o rosto do maior e ele penetrava seus dedos em Jimin, sem dó, enquanto o mais novo mordia os lábios na tentativa de conter os gemidos.
- Tae... – Gemeu manhoso.
- Eu sei baby... shh, eu sei. Eu sempre sei... – O mais alto retirou os dedos e alcançou um tubo na gaveta da escrivaninha, o que identifiquei ser um lubrificante. Interrompeu as bombeadas apenas para abrir o tubo e despejar o líquido nos dedos, esfregou-os e segurou o corpo do menor novamente, mantendo o ritmo de antes, bombeando o pênis ereto e abrindo as pernas trêmulas. Jimin parecia já estar habituado aos movimentos e assim que entendeu o recado, alcançou um preservativo, encaixando-o na ereção alheia. Empinou a bunda novamente, pronto para receber o que queria.
- Eu quero ouvir Ji... – O maior sussurrou tão baixo, que foi quase inaudível.
- Tê, por favor... – E lá estava o sorriso novamente: ladino, sarcástico até. O maior parecia mesmo satisfeito em ver o outro implorar.
- Sempre baby, sempre... – E foi então que o grito veio, junto com o solavanco que o corpo menor deu. O mais alto esperou para seguir, e quando o menor colou as costas no peito do outro, era como se o recado tivesse sido entregue, pois os corpos começaram a se movimentar em sincronia. O maior empurrava com força, sem nunca soltar o pênis alheio, fazendo o outro gritar e morder os lábios em agonia, o que deixava tudo ainda mais excitante.
Eu estava num misto de emoções: ao mesmo tempo que doía ver aquilo, eu estava em choque, não conseguia desviar o olhar. Por mais que doesse admitir, tinha tanta cumplicidade ali, como se os corpos encaixassem perfeitamente, como se tivessem sido moldados para estarem ali, nos braços um do outro.
- Taehyung, pelo amor de Deus! – Jimin berrou.
- Ah baby, por favor... não diga o Santo nome em vão... Deus não tem nada a ver com isso! – O maior debochou no ouvido do outro, que só conseguia pressionar as pálpebras com força e tentava se segurar para não cair, totalmente em deleite.
- Você precisa se apoiar baby, você sabe o que eu quero. – Jimin prontamente se direcionou para a cama, segurando as costas do maior contra si, para que os corpos não se desgrudassem. – De quatro Jimin. Agora. - Ordenou.
- Eu amo quando você é mandão... – O menor sorriu debochado.
- É você que faz isso comigo... – Ele sorri, dando um tapa forte na bunda alheia. Jimin empina novamente, dessa vez, apoiando os quatro membros na cama. O cara que eu entendi se chamar Taehyung não perde tempo e mete com força, puxando o corpo de Jimin para cima, criando o ângulo perfeito para acometer ainda mais fundo.
- AH! Tê, por favor, aí! Não se mexe! – Jimin pediu, afoito.
- Ora, ora, olha o que encontramos aqui... - Sorriu ladino.
- Taehyung, caralho, não se mexe! – O maior nada disse, apenas riu, entendendo que havia encontrado a próstata alheia, surrando-a sem dó, até Jimin não ter mais forças nem para gritar. – Tê... não para, por favor! Mais forte! – Implorou.
- Nunca bebê... – E ele continuou, sem piedade, cada vez mais fundo e mais forte. Os barulhos obscenos ecoando para fora do quarto. Com um grito, Jimin se desmanchou nos lençóis, perdendo as forças e tremulando as pernas. Taehyung foi ágil em segurá-lo pela cintura, caso contrário, ele teria caído. – Hey baby... tudo bem? – Perguntou preocupado, deitando-o na cama.
- Eu só preciso respirar... – Ele ergueu o indicador, pedindo para que Taehyung aguardasse e ele riu. Como num passe de mágica, Jimin se recompôs.
- Você é tão bom pra mim Tê... – Disse, engatinhando na cama em direção à Taehyung. – Sempre me satisfaz tanto... – Se aproximou do corpo do maior, sussurrando em seu ouvido. – Deixa eu ser bom pra você também? – Beijou o pescoço, arrancando o preservativo e tomando sua ereção com os dedos curtos. Taehyung ficou totalmente entregue, e gemeu ao sentir a língua de Jimin deslizar pelo pescoço. – Você deixa baby? – Sussurrou, mordendo a orelha do maior.
- Você sabe que pode fazer o que quiser comigo Ji, eu não resisto a você... – Jimin nem respondeu, nem sorriu, estava obstinado a arrancar prazer do corpo alheio e com a boca, desceu beijos molhados pelo pescoço, tórax e baixo ventre, até morder o local e arrancar um gemido sôfrego de Taehyung.
- Ji... – Respondeu manhoso. Jimin não deu tempo para respostas, logo abocanhou a glande e sem aviso começou com os movimentos de vai e vem. – Puta que pariu! – Grunhiu.
- Sem xingar Tê! Eu quero te dar prazer, não ficar com tesão de novo... – Sorriu ladino. Sem demora, passou a língua por toda a extensão, rodeando a glande para depois levá-la até o fundo da garganta, causando um gemido alto de Taehyung, que jogou a cabeça para trás sem resistência.
- Porra Ji! – Praguejou.
Jimin não mais respondeu ou provocou, seu único objetivo era proporcionar com maestria o que o outro havia lhe proporcionado, e ele foi conseguindo aos poucos, pois os gemidos só aumentavam, e quando tudo se tornou insuportável, Taehyung puxou o menor pelos cabelos:
- O que foi? – Perguntou confuso.
- Eu quero deixar minha marca, aqui... – Mordeu o lábio inferior de Jimin.
- Não sabia que precisava de autorização baby. – Frisou o apelido que tanto usavam um com o outro em tom de provocação. Ansioso, Taehyung passou o pau pelos lábios carnudos e vermelhos, como se fizesse um contorno. Jimin, para provocar, colocou a língua para fora, enchendo-o de saliva.
- Você pode fazer melhor que isso, baby. – Desafiou. E seu erro foi esse, pois Jimin o engoliu tão fundo, que o corpo de Taehyung pendeu para frente e ele já não conseguia mais controlar os gritos e para não alarmar ninguém, ele acabou mordendo o próprio braço. Jimin o engolia e cravava as unhas na bunda do mais alto, arranhando e provocando. Quando sentiu Taehyung fraquejar, Jimin deu o golpe final, abrindo uma das bandas da bunda e acariciando a entrada do mais alto, fazendo-o gemer em agonia.
- Filho da puta! – Jimin estava com a boca ocupada, mas a mão foi rápida em deferir um tapa forte na bunda alheia, deixando a marca dos dedos na carne branca.
Sem conseguir se segurar mais, Taehyung gritou e puxou o corpo para trás, não aguentando mais segurar o prazer dentro de si. Contrariado, Jimin impulsionou novamente a boca para frente, engolindo-o novamente.
- Ji, eu vou explodir a qualquer momento... – Avisou com a respiração falha.
- Vem pra mim Têtê... – E aquela foi a cartada final. Jimin olhou bem em seus olhos e o engoliu uma última vez, desarmando Taehyung completamente, que explodiu num jato forte na boca do menor.
- Você quer me matar, porra? – Indagou ofegante.
- Só se for de prazer bebê. – Respondeu limpando os lábios.
- Então eu já morri. – Disse o mais alto se jogando na cama, sem forças.
- Nada de morrer, a gente precisa foder muito ainda! - Riu, se aproximando e beijando a boca de Taehyung. - Você não devia ter um colega de quarto? – Questionou com a sobrancelha arqueada.
- Ele já deveria ter chegado, que estranho. Ainda bem né? Assim a gente teve nosso momento em paz. – Riu novamente e o puxou para um abraço.
- Posso dormir aqui então? Só hoje... – Jimin pediu manhoso com os olhos fechados.
- Não só hoje meu bem, você é sempre bem-vindo aqui, sabe disso não sabe? – Jimin assentiu e os dois se aconchegaram na cama de solteiro, dando vez ao cansaço dos corpos suados.
E depois de tudo o que vi, me senti um intruso. Eu tinha acabado de presenciar uma transa do meu primeiro e único amor. O que eu supostamente deveria fazer? Entrar no quarto? Contar que que vi tudo o que eles fizeram? O quão doentio isso soaria? Sem que eu conseguisse controlar, as lágrimas rolaram, finalmente entregando o estado deplorável em que eu estava. Eu não podia mais continuar ali. Precisava me afogar na única coisa que ainda me trazia paz: música. Saí daquele corredor do mesmo jeito que entrei, em silêncio, como se nada tivesse acontecido, porque realmente não aconteceu... só para mim. 
Andando sem rumo, acabei encontrando uma sala de ensaio e um grande piano estava lá. Foi minha chance de pelo menos tentar esvaziar a cabeça e acalmar meu coração com o que eu fazia de melhor.
 Neowa hamkkeyeoseo geu sunganjocha
Aqueles momentos solitários quando eu estava com você
Ijeneun chueogeuro
Agora são só memorias
Baksallan eokkael buyeojapgo malhaeji
Agarrando meu ombro esmagado, eu disse
Ba deo isangeun jinjja mothagetdago
Que eu não seria mais capaz de fazer isso
[...]
Ppajyeotdeon geuttae
Mesmo quando eu te afastei
Naega neol mireonaego neol mannan geol wonmanghaedo
Mesmo quando eu queria te encontrar
[...]
Du beon dasi naega neol nohji anheul tenikka
Eu não vou soltar a sua mão outra vez nunca mais
 ~*~
 Depois de muito chorar sobre o piano, decidi que era melhor dar uma volta pela universidade, mesmo porque, eu precisava achar um lugar para dormir. Ainda não estava tarde, então eu poderia muito bem andar pelo local e conhecer todos os espaços que eu frequentaria daqui pra frente. Ao chegar na lanchonete, acabei encontrando Jung Hoseok novamente, e esse logo me abordou:
- Olha, um gatinho perdido! - Sorriu. - Se perdeu no jardim, foi? O que houve? Não achou seu quarto? – Ele me olhou preocupado.
- Eu achei sim, mas vou para lá mais tarde ou talvez amanhã. A porta estava trancada. – Menti.
- Que estranho, eles não costumam fechar os quartos que vão ficar ocupados, talvez tenha sido um engano... Podemos falar com o reitor se quiser.
- Não, tá tudo bem, eu posso me virar. Sabe de algum lugar aqui perto que eu possa dormir? - Questionei.
- Bom, meu colega de quarto ainda não chegou, você pode dormir na cama extra se quiser. Pelo menos por hoje. - Deu de ombros.
- Você não precisa ser tão legal comigo sempre Jung, mas obrigado. - Agradeci sincero.
- Entenda uma coisa: eu sou um cara legal. E pode me chamar de Hobinho, já disse! – Ele disse convencido.
- Tá, tá! Só me diz logo onde é seu quarto, estou cansado! - Resmunguei.
- Tá esquentadinho... Quarto 305. Fique à vontade, sinta-se em casa. - Ele riu.
- Você sempre diz isso né? "Sinta-se em casa", que piada! – Debochei. Por mais que tivesse me oferecido o quarto, Hoseok me deixou sozinho. Não que eu esteja reclamando, já que não sou uma pessoa muito sociável, mas não quero que ele me entenda mal. Eu não sou uma pessoa ruim, só não sou sentimental, não sei expressar sentimentos. Antes, até conseguia, mas depois de ir embora de Busan, a vida me fez tão frio que agora parece irremediável. 
Entrei em seu quarto tentando digerir tudo o que eu havia presenciado: Jimin está loiro, estuda alguma coisa que eu ainda não sei na mesma universidade que eu, nesse mesmo lugar. Mesmo sem notícias dele por um ano, eu ainda sinto meu coração acelerar como um adolescente. Ele parece ótimo depois da minha partida... até com outra pessoa está. Eu tinha que aceitar as consequências das minhas escolhas. Fui eu que deixei Jimin para trás, eu esperava o quê? Ele não ia me esperar pra sempre, as pessoas têm sua vida, seus próprios objetivos... só me restava aceitar. 
Se Jimin seguiu em frente, eu também deveria seguir, eu também deveria matar esse amor dentro de mim. E era isso que eu tentaria fazer a todo custo.
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bc-bonhwa · 7 years
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I see how everything is torn in the river deep // pt. 1  the train wreck
[ Havana — Camila Cabello is playing ]
Em um mês e meio a curvatura respeitosa em agradecimento tinha quase desaparecido. As palavras inglesas ganhando mais força no último discurso na conversinha trocada com a atendente simpática. Três grandes caixas estavam sendo despachadas, uma para cada endereço decorado na cabeça. Três casas. Três pessoas. Duas era estupidamente maiores do que as outras, mas o grupo todo tinha cada fibra e cada pedacinho do amor reservado para cada embalagem indicada em seu interior. Floreou a última palavra e se despediu novamente, no braço só a sacolinha reservada para ele e Jitae dividirem no último dia de hotel. — Juro, foi nessa música. — Sua risada encheu o ambiente e ele logo cobriu a boca, dessa vez pedindo desculpa ao estilo coreano. — Havana. Fique de olho, yeah? — Piscou um dos olhos, girou sobre os calcanhares e mudou o ambiente. Uma porta dividindo o posto de correio elegantíssimo para o saguão do hotel. Bonhwa não perdeu tempo no salão nem admirando os botões lustrados do elevador. 
Queria chegar logo no quarto, arrumar as malas e conferir as mensagens do celular (que roubaria das garras de Jitae). — NOONA! CHEGUEI. — Transferiu o palito do pirulito para o outro canto da boca, gritando só depois de ter entrado no quarto e em direção da porta que conjugava as duas áreas de dormir. Jogou as coisas na cama e pegou o celular em cima do colchão. — Desistiu do meu castigo? Ou eu aprendi a lição mais cedo? — Pressionou o botão de ligar o aparelho e observou, maravilhado, a tela acender e tudo vibrar. Incessantemente. Recebendo ligações e mensagens, desde respostas dos posts do show até… Bukchon? A grande maioria era de Bukchon, por quê? Existia um único aplicativo que superava todos os outros estridentes no seu celular: o das passagens. — Taetae noona, por que a minha passagem foi cancelada? — Não tinha aviso de mudança ou transferência, normal para vôos internacionais, muito menos uma nota de desculpas da companhia aérea. Só uma operação… vinda daquele celular. Bonhwa abriu a porta do conjugado, olhos presos na tela sob o cenho franzido.
“Joe-joesonghamnida bonbonah!” O choro, o susto e o choque vieram todos ao mesmo tempo; o celular quase escapando da mão quando o dançarino correu para perto da manager e ajoelhou ao lado. Segurou suas mãos, apertou-as entre os dedos, tentou buscar os olhos inchados no rosto vermelho e afogueado. — Yah yah yah, noona, o que foi? — Tinha algo a ver com o sentimento em seu peito desde a ligação de Mingyu, só podia ser, porque ela abria a boca e não saía mais nada além dos pedidos de desculpas. De seu nome quebrado e mais e mais e mais mianes sem fôlego. Ele estava pronto, no entanto, pela notícia que tinha achado que era, mesmo que equivalesse a acreditar em absurdos relativo a si e a Jiyong. — Eun Gab não estava no veterinário, não é? Ele morreu, não foi? — O peito apertou um pouquinho com aquela teoria, Bonhwa esperando obter uma correção imediatamente. Alguma coisa de ‘atropelamento’ e não ‘envenenamento’, de ‘foi sacrificado por estar sofrendo’. Uma morte digna dos filmes porque ele tinha 5 anos, não tinha sido castrado e tinha mais da metade da vida pela frente. Esfregou as mãos dela, levou uma ao rosto para limpar as lágrimas da bochecha. “Nã-ão Eun G-g-gab. Bonhwa-” Um gritinho fino, a respiração pesada e…
E…
Ele conhecia aquele tipo de choro. O desespero impresso em cada respirada difícil de ar para dentro dos pulmões. A incapacidade de formar palavras, a vontade de gritar e esquecer que o mundo existe pela dor. Bonhwa sabia muito bem o dia que esse choro acontecia e o rebote semanas depois com a mesma força e poder de destruição. Jitae não tinha laços com o cachorro para considerá-lo parte da família, adiar o comunicado da morte não levava um choro desses. Alguém tinha morrido, alguém de Bukchon tinha morrido, alguém que Mingyu conhecia tinha morrido. Embaralhou a memória e puxou possibilidades, o melhor amigo aparecendo quase que instantaneamente. Jiyong e seus remédios, o evento na defesa que tinha descoberto por outras pessoas. Jiyong e a fragilidade escondida em sua figura alta e desengonçada. O calor desapareceu do rosto, assim como o vermelho do sangue, deixando a palidez suada da antecipação descabida. — Jiyong? — A palavra experimentada na boca incerta, a respiração solta com a negativa veemente da mais velha aos prantos sentada na cama. Um momento de alívio e pronto, a ansiedade piorou exponencialmente. Se não era Jiyong, quem seria? Que desastre tinha acontecido? “Me perdoa, Bonhwa. Me perdoa! Você não podia deixar o show e ele estava no hospital. Você sempre falou que ele nunca adoecia, que era forte pra- Ah ah. E ele foi para o hospital! Não podia fazer nada e- Tinha sido uma briga no colégio, não sei, não dava tem- Bonhwa, me desculpa. Por favor. O príncipe, Mimo, ele-”
Desastre era uma palavra boa, mas ainda era insuficiente. O que Bonhwa sentiu no momento em que se pôs de pé e recuou de costas até a parede era ainda mais difícil de descrever. O mundo desabar era errado, porque ele ainda continuava girando no próprio eixo, preguiçosamente fazendo o dia avançar sem hesitar uma só vez com qualquer morte acontecida em sua superfície. Puxar o tapete também era ridículo. Como se a notícia criasse vida e forma humana, te derrubasse no chão e começasse a luta feia de combate corpo a corpo. Era pior, tão pior que chegava a ser… Tranquila. Suave. Tão avassaladora, enorme e terrível que mal podia ser notada nos olhos castanhos que piscavam devagar, e não dava sabor diferente ao salgado das lágrimas que escorriam por suas bochechas. Era uma sensação tão pungente, tão dolorosa, que era única. Original. Sem precedentes. Jogando o dançarino num lugar onde nunca tinha estado antes -- não com a consciência que tinha agora. Como colocar uma criança na frente de um leão. Ela reconheceria a parte felina, traria a lembrança do gato para justificar suas mãozinhas indo na direção da juba, mas não podia saber que seria comida viva até sentir. Até enfrentar que estava presa na jaula e não tinha mais o que fazer além de encarar aquilo de frente. E não tinha como desviar. Não não. Virar o rosto e se contorcer numa bola não mudaria seu destino. Atrasaria, daria uma distraída, mas não arrebentaria a grade e forneceria a saída.
E Bonhwa estava preso. Encarando Jitae com a expressão perdida e desconsolada. Buscando a brincadeira que sabia que não existia. Porque… Porque não se brinca com morte com Park Bonhwa. Não inventa essa história fictícia e solta confetes depois da risada de brincadeira. Não se ultrapassava esse nível com o garoto que dependia de cada um que deixava entrar em sua vida, em seu coração. A boca abriu e não veio nada, o ‘você está brincando’ não ganhando força para sair porque… Mimo estava morto. Por que Jitae e Mingyu mentiram sobre isso? Quando os dois sabiam da importância dele em… Tudo. E o mero pensamento, aquele mundo sem os braços para quem voltar se tornou tão real, tão concreto que os dentes apareceram atrás dos lábios repuxados. Mandíbula tremendo de tão presa. E as mãos e pulsos cobrindo o rosto depois que o choro tinha começado. Do grito preso e abafado pela garganta reverberar pelas paredes bem decoradas numa cena insana. De um pesadelo que só acontecia no dia de seu aniversário. E mesmo assim, a sensação assimilando e encontrando pontos em comum, não era igual. Bonhwa vivia da lembrança com a mãe, das histórias contadas por sua família. Mimo existiu enquanto a si próprio existia. Ele sabia como era sentir com a ponta dos dedos e os arrepios na espinha. Ele realmente o conheceu, viveu em sua presença e se deixou cativar do jeito mais que completo. Bonhwa amou Mimo. Em corpo, em espírito e em lembrança, nas memórias que levou consigo na viagem enorme para Londres e naquelas que passavam em sua mente mesmo com ele em seus braços. Ele achou que tinha encontrado, que não precisava mais procurar em recanto nenhum por aquilo que o completava. Ele não tinha dúvidas, for god’s sake, ele tinha sim o achado. Então… Por que tinha que morrer?
Fique aí! — A voz saiu alta, embargada e com algo a mais que ele sabia que tinha visto… Sabia que tinha ouvido… Não sabia quando. Uma voz grossa daquele jeito, mas dizendo outras palavras. Frases desconexas clamando por um amor que não mais existia entre os vivos. Quem era? E porque aquela silhueta lhe era tão familiar. Bonhwa viu a mãozinha minúscula, a sua mão infantil, brincar com a grama de um vasto campo. Verde e brilhante contra a sua palidez. As pernas rechonchudas trêmulas no esforço de ficar acocorado quando mal tinha aprendido a andar. A silhueta era um homem, as feições parecidas com as suas e ele se dirigia a placa de bronze encravada no solo salpicado de estrelas cheirosas chamadas flores. Seu pai não mostrava tanto sentimentos quanto a mãe, ela era responsável por esse lado, mas mostrou sim seu verdadeiro estado nos dias e meses que se sucederam a morte da esposa. Era isso que sentia? De não saber para onde ir, de querer se deixar esmagar, de se terminar no choro ruidoso por trás dos braços cruzados. De deixar ceder as pernas e cair no chão? Jitae continuava, o choro caindo para o silencioso porque o Park causava assombro. Assustava com a forma que chorava, de como se a família inteira tivesse morrido num acidente de carro. Porque era assim que cada morte reverberação em seu peito, quando tinha que tirar uma pessoa da lista dos verbos usados no presente. E era pior. Ainda tão pior a cada vez que puxava o fôlego e chorava mais. E mais. E se debulhava dobrando para frente, apertando os dedos nos olhos, porque era impossível que Mimo tivesse morrido e era impossível querer acreditar na sobrevivência quando sabia que era mentira.
E… Doía. Sim, essa era palavra certa. O resumo de tudo numa coisa ínfima de três letras numa única sílaba. Dor. Dor. Dor. Doía tudo, doía o que não devia doer, doía mais o que já estava machucado. E doía tanto que reduzia em frangalhos o que tocava. Corroía em si mesmo e desmanchava sob o toque. Doía como nunca tinha doído antes. Doía como se o cinto tivesse entrado na pele e o acidente repetisse por mais alguns segundos. Do carro girando, do peso o jogando para trás e de não conseguir respirar sem saber se sobreviveria ou não. E a concepção daquele ponto, daquele significado, puxava os pedaços do discurso alheio para os ouvidos. Da… Morte cerebral… Do… Sofrimento… De… Não ver o dia nascer de novo… Da… De… Do espaço de tempo entre os dois acontecimentos. Expôs o rosto vermelho e inchado, os olhos vidrados brilhando com as faíscas de algo mais. — Por que você não me contou? Por que você não me deixou falar com ele depois do show? — As frases eram educadas, mas eram vivas. Escarlates.
Jitae recuou e tentou explicar naquele discurso repetido de disco arranhado. Aumentado ainda mais o aperto no peito de um coração arrebentado. — POR QUE VOCÊ NÃO ME FALOU ANTES? Eu fui para um bar festejar enquanto ele estava- Eu fui pra um parque temático enquanto ele estava- EU DEVIA ESTAR LÁ. EU DEVIA TER IDO NO- — Falar ajudava. Jogar a culpa em alguém, não deveria, mas dava a falsa sensação de ir para frente. De deixar o problema de lado e lidar com um menor. “NÃO TERIA ADIANTADO NADA BONHWA!” Seu grito foi maior depois dos segundos da briga entre os dois. Findando a voz no mesmo momento que ela ganhou o holofote. “Não teria mudado nada porque são duas horas da casa de show para o aeroporto. São três horas de espera para um vôo até a Coréia do sul. São doze. Horas. Num avião. E são mais duas até o hospital! NÃO TERIA FEITO DIFERENÇA ALGUMA! Mesmo que você tivesse saído antes daquele médico ligar, você estaria preso no avião! Não ia mudar nada!” O problema em trabalhar com uma pessoa muito igual a você é que os dois tendem a usar os mesmos meios de vencer uma discussão. De jogar a verdade da forma mais bruta, de jogar os argumentos lúcidos para provar o ponto. Jitae, melhor do que ninguém, sabia trazer a realidade. Usar da lógica ao invés da emoção, o único vértice que os dois divergiam. — E você sabia disso antes de todo mundo. Sabia que ia acontecer e tirou de mim a escolha. Isso é tanta consideração de sua parte, Noona. Ao invés de viajar e descobrir que ele morreu no meio do vôo, viajo já sabendo o que aconteceu. Que maravilha! Que atencioso de sua parte.
Ele queria não saber de nada, de sair correndodo show como se pudesse fisicamente, com a certeza da volta para Coréia, pudesse atrasar o que já tinha sido consumado. O que já estava feito. O peito ardeu com aquilo, dos ecos querendo se tornar realidade num tempo muito à frente. Sem chances de ser alterado. Mimo está… Mimo não… Yeobo… Porque era bem mais fácil aguentar o inferno que seria as 12 horas de vôo se tivesse a esperança no fim. E não a vontade de gritar, e os gritos de pura frustração e desconsolo, contidos em sua própria tristeza, ao redor do quarto. Enfiar uma touca na cabeça, cobrir os olhos com o óculos e ter que parar tudo o que estava fazendo para recuperar o conhecimento de viver. Literalmente ter que parar para respirar, segurar as lágrimas e deixar sair tudo. Não manter nada dentro ou seria capaz de explodir. De colapsar sobre si mesmo e não mexer mais até que a dor fosse embora. E Mimo estivesse vivo. A porta bateu com um estrondo às costas, Bonhwa só levando celular, carteira com documentos e a caixa preenchida de cartas (de Mimo); ganhando as ruas correndo porque não se lembrava que existiam táxis e motoristas. Ou Uber. Ou nada. Porque ficar parado era horrível e aumentava o inferno.
Um inferno que tinha surgido bem antes de Jitae contar a verdade, mas que Bonhwa não tinha interpretado como tal. A ligação, o pedido para ficar sentado, tinham-no puxado pelo pé em direção do inferno e só agora, os olhos abertos para verdade, que ele se banhava no pior dos rios da punição. God, os olhos ardiam pelas lágrimas secas, a garganta inchada mal se comunicando com a atendente das passagens.
Duas horas de espera pelo vôo.
E doze horas.
Doze horas. 
De uma existência confinada numa cabine a mil metros do chão, sem comunicação. 
Só com eles e seus pensamentos. 
Só com ele e um Mimo que não mais existia.
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dropsfal · 7 years
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Uma série sobre a neve, uma série sobre o Manson, meus mentolados roubados, a ajuda que não vem, a chuva que não vem, e já que o título é meu, informo que comprei ração de gato
 Um milhão de coisas, nenhuma delas pra valer. Um projeto terminando (acho eu, espero, se soubesse rezar, rezava). Outro que nem começou e já fez água. Outro que, né, vai do jeito que der. As coisas se ajeitam porque, ora, ora, o Parque dos Dinossauros tem sempre razão.
 *
Erro, tento, erro de novo, tento mais uma vez, faço burradas inacreditáveis, tento de novo. Respiro fundo, muitas, muitas vezes.
 *
 Ah, sim, às vezes, suspiro. Da última vez que tive um ataque de suspiros foi há muito tempo. Perdidamente apaixonada, tive um surto de suspiros do lado do cara. Teve uma hora que os suspiros começaram a incomodar até a mim, e inventei que, sei lá, tava com um ataque de asma. Nem os gatos acreditaram nisso, mas somos todos tão finos e elegantes e contidos e idiotas, seguimos em frente com as nossas vidas.
 *
 Quando eu era adolescente as moçoilas costumavam se sentar na ponta da cama, de frente para o guarda-roupa aberto, gemebundas porque não tinham o que vestir. Vi essa cena mais ou menos um bilhão de vezes. Nunca fiz isso porque, né, sempre fui gorda, e gordos não reclamavam naquele tempo.
Saiba, querido diário, sou do tempo em que gordos não reclamavam. Nós não reclamávamos do título de eterna melhor amiga, do beijinho na testa "ah, minha irmãzinha" e nem, veja só, dum planejamento imbecil do comércio desse mundo que não queria (e em grande parte ainda não quer) nos vender roupa porque, pelo jeito, não quer nossa grana. Enfim, não reclamávamos por não ter roupa. Vestíamos uma dentre as duas ou três camisetas de sempre, armávamos um sorriso e fingíamos que tudo bem. Gordos resmungões, briguentos e cheios de razão como os de hoje (graçadeus que podemos, agora, reclamar como qualquer ser humano) é invenção recente.
Enfim, as moças magrinhas dos anos 1980 gemebundavam muito sobre não ter o que vestir.
Pois é o que faço, exatamente o que faço, hojindia, quando a minha série acaba. A minha série atual chega ao último episódio da temporada na Netflix ou noutro braço armado, ainda que não ortodoxo, das companhias de entorpecimento recreacional das qual somos todos dependentes duma forma ou outra, e me sento na ponta da cama, bastante gemebunda. Eu, não a cama.
Choramingo e digo para absolutamente ninguém: não tenho o que assistir. Não tenho mesmo o que assistir. Nada, nada, nada, não tenho o que assistir.
No fim sempre aparece alguma coisa nova, porque, né. Aparece.
E daí, gemebundarei quando terminarem os episódios da coisa nova.
 *
 Meu nhenhenhé da vez é porque cabô Trapped.
Série islandesa cheia de neve, com um chefe de polícia bastante palatável, vários crimes estranhos, uma cidade simpática pero no mucho. Que seriezinha bem, bem boa.
Um pedaço de corpo, o tronco de alguém, é içado por um barco pesqueiro. O chefe de polícia, Andri Olafsson (fui procurar o nome do moço, Ólafur Darri, ele é lindo e trabalha pra burro, trampou no True Detectives) vai puxando o fio da meada e descobrindo novos crimes e erguendo suspeitos e se deparando com os tipos esquisitos que toda cidade tem, toda rede social tem, toda rua tem, toda família tem, enquanto espera ajuda: mais policiais, mais peritos, mais equipamentos.
A neve isola a cidade, a ajuda não vem, os problemas se acumulam, a vida capota o Andri, a ajuda não vem, a ajuda não vem, a ajuda não vem e seguem, cidade e Andri, juntos, descobrindo o básico da vida dos adultos: a ajuda não vem, manolo, você precisa se virar sozinho.
Os crimes vão se enlaçando, você vai meio que se dando conta, junto do investigador, das tramas e subtramas, de que a vida tem um montão de culpados, do isolamento que não passa nem quando as estradas e céus e mares se abrem e da solidão, inescapável, inescapável.
Inescapável.
Os episódios foram passando, as madrugadas são curtinhas, meus mentolados acabaram (a Maliu rouba um monte, se ela lhe disser que parou de fumar, taque uma almofada nela) e quando tudo chegou ao fim, Andri saiu andando por uma ruazinha coberta de gelo e barro, afastando-se da casa que fez pras filhas, do futuro que não chegou (ou que chegou, mas que não era nada daquilo e, merda, a vida é isso aí) e, mesmo de costas para mim, o olhar dele – de medo e resignação, de desencanto, de quem foi, voluntariamente até certo ponto, preso numa arapuca – não me abandonou, porque eu, que não desvendo crimes, que não sou a voz que toda uma cidade quer ouvir e que não tenho as mesmas perspectivas que ele, tenho o mesmo olhar.
 *
 Gemebundei um dia todinho porque não tinha o que ver e comecei a seguir Aquarius.
O véio David sempre, sempre, sempre dá conta do recado.
São só duas temporadas, então, querido diário, pode esperar por novos choramingos lá pro fim de semana.
 *
O estado manhoso e resmunguento não me assalta quando o assunto é literatura. Estou sempre na pilha “não vejo a hora desse livro aqui acabar, ainda que esteja em profundo estado de amor por ele, porque tem sempre uma caixa de dezenas e dezenas me esperando, livros, livros, livros para serem lidos ou relidos”. Mantenho por perto a minha pilha de amores novos a serem descobertos ou véios a serem amados de novo e mais uma vez.
*
O cara é escroto com você e daí briga com você. Rompe relações. A vida passa e ele não dá um pio. Seu cão morre e ele não manda nem um recado de sorriso congelado na rede social tipo "olha, sinto muito". Nada. E ele está como? Envergonhado da forma como agiu? Claro que não. O cara rompe relações porque, de repente, ser sacana fez com que ele se desse conta de que é humano. É falível. Pisa em falso. Se o fio é da espécie humana, deveria saber que é cheio de defeitos, mas olha, tem gente que não sabe. A criatura crê em Deus, embrulha-se na suposta impermeabilidade das frases de autoajuda, cita Jung como se entendesse, vai à missa do padre da moda, surfa na vibe olha-que-ser-humano-lindo-que eu-sou e, pá. Dá de cara no poste da própria humanidade. Nunca lhe ocorreu que tivesse defeitos. Depois de ser perfeita por mais de cinco décadas, a pessoa sofre mesmo ao se descobrir tão, tão comum. É duro. Mas, né, ela vai se acostumar, como o resto de nós.
 *
O filme é sobre um caçador medieval de bruxas que sobrevive até os dias de hoje, ajudado pelo Michel Caine que interpreta, creiam, um padre. O cara faz viagens no tempo, tem feitiço pra tudo quanto é lado, os diálogos são duma falta de cabimento que beira o derrame cerebral e o comentário de alguém num site de filmes é...? Isso mesmo, acertou: “Olha, esse ator aí que faz o caçador de bruxas é nitidamente afrodescendente e na Inglaterra medieval seria impossível esse tipo de...”. Amigão, um cara de 800 anos caça bruxas depois de ressuscitar o Michel Padre Caine e o seu problema é com a origem da família do mocinho? Sério?
É esse tipo de gente que tem me levado a beber cada dia mais cedo.
 *
 Farinha, queijo, tomate, orégano, um fermento especial que amigo faz em casa, uma torta salgada linda, linda mesmo, criação sua, tampa que craquela o necessário para revelar o recheio fumegante, cheiroso, cheio de adjetivos.
Cozinhar no território alheio é a eterna busca pelo azeite perdido (por que as pessoas não são normais e espertas e não guardam o azeite no único lugar correto, ou seja, o lugar onde EU guardo o azeite?).
As taças da casa alheia são diferentes das suas, o cristal se encaixa de um jeito diferente em sua boca. A cebola refogada tem um novo tom de dourado, os lugares à mesa são outros, a carne chia de um jeito imprudente no maior forno de parede que você já viu (aliás, tem visita guiada pelo forno, uma maravilha de ferro fundido, tecnologia e fé).
As pessoas são esquisitas e não usam panela de inox, nem o seu liquidificador (não importa se é da mesma marca e modelo, não é o seu), nem suas colheres de pau.
As pessoas são maravilhosas e usam outra marca de balsâmico, frigideiras de tamanho diferente das suas, têm toalhas de lavabo com bordados lindos, e ouvem músicas outras para cozinhar.
É sábado à noite num inverno muito do ordinário em São Paulo, mas o mundo ali, cheirando tão bem, cheio de sorrisos gentis e historinhas engraçadas, parece um verão muito distante na cidade de um livro do qual você se lembra vagamente. Ah, e o vinho, ah, o vinho, o vinho.
O vinho.
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rangerloey · 5 years
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EP03: There is a light that never goes out
Quando Sehun tinha nove anos, o professor do Pré-Primário perguntou o que ele queria ser quando crescesse. O sobrenome começava com L e ele por pouco não foi o último menino para o qual aquela pergunta foi direcionada.
A maioria deles queria ser da polícia, membro da Guarda Real ou médico. Sehun disse que queria ser astronauta. Ninguém dos colegas falou qualquer coisa sobre aquilo, e o professor apenas sorriu e comentou que era um bom sonho para correr atrás.
O Sehun de nove anos ainda não tinha dito aquilo para muitas pessoas, mas naquela tarde ele decidiu falar para os pais, esperando que eles contassem histórias sobre o homem pisando na Lua de novo, igual os professores fizeram na escola. Ele quis contar, mas a mãe não estava em casa, o pai tinha coisas mais interessantes para fazer e o irmão mais velho disse que astronautas precisavam ser inteligentes, coisa que Sehun não era.
O sonho de pisar na Lua foi embora naquele mesmo dia. E à noite, enquanto brincava de desenhar sombras no teto com os dedos e uma lanterna, Sehun se lembrou de seu vizinho. Ele tinha passado de bicicleta pela rua uns dias antes, lançando um olhar curioso para dentro da garagem aberta da casa dos Lawford, onde o menino mais novo tentava montar um foguete com caixas de papelão.
Sehun se lembra que Baekhyun sorriu para ele. Aquela foi a primeira vez.
E ele sorriu de novo ao voltar para casa pelo mesmo caminho, passando pela frente da residência dos Lawford no fim da tarde, onde a porta da garagem ainda estava erguida e Sehun ainda brincava com caixas de papelão, canetinhas e as cortinas do quarto.
Atualmente, os sorrisos de Baekhyun eram tão raros que Sehun jamais poderia olhar para ele e dizer que era o mesmo garoto de expressões tranquilas que o tratava de maneira gentil quando eram crianças; o mesmo menino que sorria para suas brincadeiras idiotas.
Com 12 anos, Sehun quis ser ator. Ele via alguns meninos mais velhos fazendo parte do Clube de Teatro nas feiras artísticas, porque as atividades eram obrigatórias e alguém precisava assumir aquele papel. Independente de os garotos escolhidos para interpretar gostarem do teatro ou não, era sempre mágico para o filho caçula dos Lawford.
Durante a semana da feira, a turma de Sehun ia para o auditório no fim das aulas, e sempre tinha alguma cena sendo interpretada por algum garoto. Baekhyun sempre estava lá também, sentado nas fileiras mais a frente; ele sempre sentava do lado do professor e sempre nas pontas das fileiras de cadeiras.
Naquela época, Sehun ainda não sabia disso, mas os garotos não gostavam de ficar perto do Baekhyun de jeito nenhum. Não era só no auditório que ele sentava longe dos meninos da turma, na sala e no laboratório os garotos se amontoavam sempre a duas cadeiras de distância dele.
Baekhyun fazia os trabalhos sozinho, não tinha parceiros de estudos e se virava como podia para fechar os pontos no fim do semestre, porque ele nunca podia contar com a nota das atividades grupais.
Sehun não sabia de nada disso.
Mas ele se lembra de Baekhyun ficar até mais tarde no colégio, organizando a bagunça que o Clube de Teatro deixava para trás porque ele sempre precisava arranjar um jeito de passar mais tempo do que deveria na escola. Sehun perguntou se o clube aceitava meninos mais novos, e Baekhyun ficou parado por um minuto inteiro, olhando para Sehun como se estivesse esperando alguma coisa.
Ele perguntou se Sehun queria ser ator. Sehun disse que sim. Baekhyun sorriu para ele de novo, disse que ele podia falar com o professor que se encarregava de dirigir as peças da escola, e quem sabe eles ainda tivessem uma vaga para novatos. Ele foi gentil.
No dia seguinte, Sehun quis participar das aulas práticas de interpretação. Chegou mais tarde do que devia em casa e levou esporro do pai quando contou a ele o motivo.
“Teatro é coisa de mulher”, o homem mais velho dissera. Sehun lembrou-lhe que o Eton era um colégio só para meninos e o pai o colocou de castigo. Prendeu sua bicicleta com uma corrente e um cadeado na garagem e confiscou o game boy que o menino havia ganhado da mãe no Natal passado.
E Sehun não queria mais ser ator.
Aos 15 anos, num dos verões mais quentes de uma cidade gelada como Bradley era, Sehun convivia com os gritos dos pais e a rebeldia de fim de adolescência do irmão mais velho, que havia descoberto uma banda de rock das boas e ouvia seus álbuns o dia inteiro, no último volume.
1992 significou um milhão de coisas diferentes para cada pessoa daquela cidade. Para Baekhyun, por exemplo, significou o fim do colégio, uma das muitas liberdades que ele tanto queria. Para o irmão de Sehun, Arthur, significou a descoberta de muitas coisas boas, como o amor, por exemplo; ele amava muitas pessoas. Pelo menos, Sehun achava que sim.
E para o caçula dos Lawford, 1992 significou a chegada de um novo sonho, uma nova vontade. Sehun havia aprendido na escola que objetivos distantes motivam as pessoas a seguir em frente. Uma vida sem um objetivo para correr atrás era uma vida vazia, palavras de seu professor, não dele. Mas era por causa delas que Sehun buscava sonhos para agarrar e chamar de seus.
Ele havia passado o começo do ano buscando alguma coisa para ser. Sehun queria ser alguém no meio de uma cidade onde as pessoas não eram ninguém. Ele queria ser diferente, porque a mãe sempre dizia que o diferente era bom. Sehun não queria ser policial porque já tinha muitos policiais em Bradley, e médicos também. E professores e advogados e bombeiros.
Mas Bradley não tinha músicos. Foi pensando nisso que Sehun quis se tornar um.
No fim do verão, ele queria aprender a tocar guitarra. Seu primeiro objetivo era conseguir tocar uma das músicas que o irmão ouvia, daquela banda boa que Sehun fingia não gostar na frente dos pais, mas que ele escutava sozinho quando eles não estavam em casa, aprendendo todas as letras das faixas de um álbum inteiro antes mesmo de saber o que era um acorde.
Em um fim de tarde, quando o irmão tinha saído com a namorada da semana para um encontro, Sehun entrou no quarto dele e tirou o violão velho de dentro do case escondido embaixo da cama. O instrumento era de uma madeira escura e estava lascado de tão antigo que era. Arthur tinha aprendido a tocar com onze anos, porque era a atividade dele para o colégio; o irmão era parte do Clube de Música.
Sehun pensou que seria fácil. Revirou o quarto do irmão em busca do livro de música, aquele que a escola dava para os alunos membros do Clube e, quando o encontrou, sentou na cama com o violão nos braços e as primeiras páginas do livro bem abertas.
As primeiras instruções eram sobre o violão em si, onde ficava o quê, quais eram as cordas e, principalmente, como afinar o instrumento. Sehun brincou de tensionar e afrouxar as cordas enquanto aprendia, porque ele não sabia que um violão tão velho quanto aquele precisava de cuidado para tocar.
As cordas estavam tensas demais, e quando Sehun tentou passar os dedos sobre elas, só pra ver que som fazia, uma delas arrebentou; a segunda corda se partiu e agora ele tinha um dedo machucado e um problema grande demais para lidar sozinho.
Sehun poderia ter conversado com a mãe quando ela chegou mais cedo naquele dia, talvez explicado a situação para que ela pudesse mediar a briga que ele teria com o irmão mais tarde. Mas ele não fez isso; preferiu guardar o violão de volta no case, arrumar as coisas no quarto do mais velho e sair de lá como se nada tivesse acontecido.
E demorou para que Arthur percebesse. Demorou tanto que o corte no dedo tinha sarado e Sehun provavelmente teria esquecido, se ele não roubasse as revistinhas de música no quarto do irmão para aprender pelo menos toda a parte teórica de como tocar um violão.
Quando Arthur descobriu, ele nem perguntou quem tinha sido. Sabia que era Sehun, porque a mãe não mexia em suas porcarias e o pai estava sempre ocupado com coisas mais interessantes que revirar o quarto dos filhos.
Ele encurralou Sehun na cozinha e deu início a uma discussão que acabou em briga. Sehun tentou empurrá-lo quando o irmão ameaçou bater nele, e no fim do dia, quando a mãe estava chegando do trabalho, a primeira visão que ela teve foi o filho mais novo sentado na grama do quintal com as costas sujas de terra e o braço contra o peito, machucado porque o irmão tinha lhe empurrado com força demais.
E Baekhyun estava lá. Tinha ajudado Sehun a sentar depois que o irmão dele havia saído de perto.
E a primeira reação de Naomi, a mãe de Sehun, foi gritar para o garoto vizinho sair já do seu quintal. Ela largou a bolsa no chão e empurrou o menino para longe, pensando que a culpa era dele, que ele quem tinha machucado Sehun.
Baekhyun não disse nada a ela. Saltou a cerca que dava para o quintal da casa vizinha e desapareceu dentro da residência.
Sehun queria ter agradecido a ele pela ajuda, mas não conseguiu. E também queria que a mãe tivesse se desculpado pelo mal-entendido, mas isso também não aconteceu. Ela nunca pediria desculpas para um garoto como ele.
O caçula dos Lawford pensou que o irmão ficaria de castigo por tê-lo machucado, mas quem acabou de castigo foi ele. Arthur já tinha dezoito anos e não estava fazendo nada de errado, enquanto Sehun tinha entrado no quarto dele e mexido em suas coisas.
Naquela noite, Sehun dormiu com o braço enfaixado e as luzes do quarto desligadas. Seu pai aumentava a pena a cada castigo, e daquela vez, além de ficar sem o videogame e sem a bicicleta, ele também não tinha mais o rádio velho e nem as luzinhas de tomada que ajudavam a não ter medo do escuro.
E Sehun não queria mais ser Músico.
+
O Sehun de dezesseis anos já havia entendido que ele não podia sonhar.
Os pais desincentivavam qualquer coisa que não fosse total e absolutamente comum. O pai mais do que a mãe, porque ela pelo menos entendia que crianças são crianças e que sonhar faz bem para elas. Já o pai dizia que sonhar com coisas idiotas era para quem nascia com a vida feita, e eles não eram esse tipo de pessoas.
O Sehun Lawford de dezesseis anos não podia sonhar, mas usava jeans justos e meias coloridas para ir para a escola, porque ele queria ser diferente das pessoas que o cercavam. Sehun queria ser qualquer coisa, menos parte das cinzas que formavam aquela cidade de pessoas que não sonham e não vivem.
Ele aprendeu muito cedo que, em lugares como Bradley, sonhar com o diferente era errado. Mas Sehun também aprendeu que as pessoas não vinham pré-programadas e que, independente de toda a pressão para ser mais do mesmo, ele ainda queria ser parte daquela faísca de rebeldia que ia contra a multidão.
Então Sehun fez de todos os seus sonhos, segredos.
E percebeu que Baekhyun fazia a mesma coisa.
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taialvez-blog · 7 years
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Minha história
Eu sei, eu sei que dói pensar nele, eu sei que dói ver as fotos deles, eu sei que dói saber que ele tá bem, eu sei que dói quando as pessoas falam que viu ele e ele estava mais feliz do que nunca, eu sei que dói ver ele sorrindo e saber que você não é o motivo, eu sei que dói pensar naqueles momento que na hora eram tão bons e hoje dói pois são apenas lembranças, eu sei que dói saber que ele não é mais seu, eu sei que dói também saber que ele está com outra, dói pra caralho ver que ele está por aí te esquecendo enquanto você tá aí chorando, ouvindo músicas que lembram dele, jogada em um canto sem saber como superar essa dor gigante que é não ter mais ele. Parece que tudo nele era perfeito né, aquelas covinhas, aquele olhar, aquele cabelo, aquele corpo, aquelas mãos, aquele perfume, aquele abraço, parece que até a altura dele era perfeita e combinava com você. Perfeito mesmo era o jeito que ele te entendia né? Não importa a merda que você fazia, você falava pra ele e ele sempre tinha um jeito de te fazer ficar melhor, seja com uma piada ou um simples abraço apertado, por mais que ele nunca tivesse passado por aquilo ele sabia exatamente como você estava se sentindo. Era com ele que você era você mesma né, só ele sabia todos seus defeitos e suas mínimas qualidades, ele sabia como te fazer ficar irritada e como te fazer gargalhar, ele sabia exatamente tudo sobre você, pois é, você era você com ele. Quando estavam juntos voavam longe… pensavam no casamento e nos filho. Várias noites sem durmir imaginando qual a cor do sapato para o casamento ou qual a cor da langeri para a lua de meu. Vocês dois em uma ilha deserta sem ninguém para atrapalhar apenas você, ele, a lua e o mar, sem sinal de celular, melhor impossível não é mesmo? Aquelas noites na chamada de vídeo, nos primeiros dias até maquiagem passava já um tempo depois ia toda descabelada e mesmo assim ele falava que nunca viu outra tão linda. Você estava caidinha por ele né, aquele garoto era literalmente um príncipe encantado, o primeiro garoto que você deu um selinho, o primeiro que você beijou e bem… Alguns dias depois a coisa foi esquentando e sim você e ele deram um grande passo, jovens não pensam no que fazem realmente, os dois estavam cegos e faziam coisas sem pensar eu entendo. Tudo perfeito até que ele resolveu terminar com você, uma, duas, três vezes, e você como sempre o perdoava, ele pegava uma, duas, três meninas, você sempre perdoando, cega de amor, sempre acreditava em qualquer desculpa dele. Bom o amor dele se desgastou mas o seu só crescia, mas você o satisfazia, você sempre o aconchegou, você aumentava a alto estima dele, ele apenas tinha tesão em você ele gostava de você como amiga. É foda ouvir isso mas a real é essa, ele, criança de mais, e você, bem você cresceu rápido demais. Um dia ele foi na casa da sua amiga e ficou se agarrando com uma menina que ele já tinha ficado, ele chegou a falar que não te amava de verdade, e adivinha? Logo depois te pediu desculpas e você voltou. Todas as fotos e vídeos trocados entre vocês foi descoberto, eu sei foi o pior dia da sua vida, sua mãe chorava, seu pai e sua irmã, as pessoas que você mais amava estavam decepcionadas com você, acabou que você saiu da escola e teve que se afastar dele. No dia do seu aniversário ele ligou e disse que estava tudo bem e que vocês dariam um jeito de se verem e serem felizes, ele te confortou quando você precisava, mas o que você precisava mesmo era do abraço dele, do cheiro dele, do Beijo dele, que tão cedo não teria mais Foram dias assim, se falavam apenas por mensagens rápidas de eu te amo. Um dia ele mandou uma mensagem falando que não daria certo, vocês nunca mais iam se ver, você chorou, chorou muito, mas teve que aceitar. Uma semana depois ele te ligou, estava chorando e disse que sua avó tinha morrido, você mesmo irritada o acolheu e disse que estava tudo bem e que aquela dor iria passar, ele então pediu perdão por tudo que tinha feito, mas como não era à primeira vez que ele tinha feito aquilo você apenas ouviu e relevou. De tarde vocês conversaram e você disse que queria ser apenas amiga dele, isso durou um dia e no outro você ligou pra ele e mandou a real “Você vai encontrar outra menina que você vai amar de verdade assim como eu te amei, pode não ser agora até porque você ainda não esta maduro mas pode ter certeza que você encontrará, bem eu te amo sem dúvida eu te amo posso não te esquecer agora mas vai passar, como você mesmo disso ‘podemos não esquecer mas nos acostumamos com a dor da perda’ ….” foram várias palavras, em meio a lágrimas você terminou tudo, naquele momento passou aquela hora que você disse pra ele lá na primeira vez que ele terminou com você “o dia que eu terminar vai ser pra valer” dito e feito, você terminou e nunca mas se falaram. Aí esta você, 7 meses se passaram, você está linda, sim ainda dói eu sei mas como ele disso logo logo você se acostuma com a dor, você pode até chorar por ele todos os dias e sonhar com ele mas pode ter certeza que um dia, pode ser hoje como pode ser daqui a 30 anos, mas você ainda encontrará alguém que te entenda, que ache perfeito cada qualidade e defeito seu, você encontrará um cara que te ache linda de cabelo bagunçado e sem maquiagem, um cara que vai rir de suas piadas e chorar com suas dores, você encontrará um cara que te fará sorrir e se uma dia te fazer chorar ele mesmo fará questão de secar cada lágrima enquanto pede desculpas por tudo que fez, esse cara pode não ser o príncipe encantado mas pode ter certeza que ele será o cara ideal para você. Sorria e deseje tudo de bom para aquele garoto, reze para a família dele que te acolheu, reze para ele ser feliz e seguir os sonhos dele, reze para ele parar de fumar e beber, reze para ele sorrir novamente, reze também para que ele seja feliz independentemente da pessoa, reze para que ele não magoe mas ninguém e que ele nunca se magoe também, pois por mais que ele tenha sido um babaca boa parte do tempo, no pouco tempo ele foi muito bom para você, ele quem te deu um abraço quando era tudo que você mais precisava, reze todo dia para que ele seja feliz, pois desejar o mal para alguém só te faz mal Sorria princesa! Você tem um mundo pela frente, essa é apenas uma amostra grátis do que é a vida, seja feliz independente do que aconteça, FODA - SE o mundo o que importa é o que você sente, se for para chorar chore, mas lembre - se: Depois da chuva sempre vem um arco-iris. Tenha paciência e tudo seu encaixará! Lembre - se de que você nunca estará sozinha mesmo que todos te dêem as costas você sempre terá caneta e papel na sua mão, e uma oração bem na sua mente! Confie em Deus ele te ajudara de verdade e nunca te dará as costas. Sorria, tudo dará certo!
~taiii~
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octagonhq · 6 years
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Esse é Kwon Jinhwan! Dizem que se parece com Kim Jaejoong, mas definitivamente é ele quem ganha a posição #1 no coração de toda uma nação. Possui 33 anos e é solo.
— Que tipo de artista ele é? Se for de algum grupo, como desempenha sua função? Como ele é visto pela mídia?
Jin foi o famoso tiro no escuro que deu certo. A empresa sabia que debutar um trainee como solo era um risco muito grande, e ainda assim foi feito. Jin levou algum tempo até conquistar uma fanbase, mas quando finalmente achou a “fórmula” certa, lançou hit atrás de hit. Ao longo do tempo, seu nome foi envolvido em diversas campanhas beneficentes, lançou comerciais para ONGs de proteção animal, para orfanatos, além de ser apoiador do movimento LGBT. Tem consciência de que este último sempre lhe tende algumas críticas sobre o assunto, mas depois de dez anos de carreira, aprendeu a lidar com críticas muito bem.
Headcanons.
O que falar de uma criança que nasceu já tendo tudo? Quando JinHwan nasceu, na capital coreana, o pai já era considerado um dos homens mais ricos e influentes na Coréia do Sul. Com negócios que se espalhavam pelo mundo todo, o motivo do caçula dos Kwon ter nascido em Seoul se dava ao fato de a família ter passado uma longa temporada na cidade devido a uma fusão empresarial que o pai havia feito. JinHwan havia chegado no que acreditavam ser a era de ouro da família Kwon. As empresas no auge, todas elas, ações que cresciam e cresciam a cada dia, e o garoto tinha pouca idade para entender tudo aquilo. Porque o pai quase nunca estava em casa, porque via seu rosto na TV e nas revistas que a mãe lia. Era um universo que o garotinho de apenas cinco anos não entendia e nem mesmo sabia porque fazia parte de tudo aquilo. No ano seguinte, a família havia voltado para sua cidade de origem, Busan. E foi quando a vida do caçula passou a mudar. Escolas de elite, cursos, professores particulares. O pequeno passou a ser ensinado e direcionado para, futuramente, tomar o lugar do pai na presidência da empresa, ao lado de seu irmão mais velho.
E apesar de ter aceitado tudo aquilo, absorvido todos aqueles ensinamentos, Jin – como gostava de ser chamado – cresceu sem realmente ter certeza se gostava de fazer parte daquele universo. Cinco anos mais novo que JaeHyuk, quanto mais cresciam, a diferença era cada vez mais palpável entre os irmãos. JaeHyuk era o filho modelo, o exemplo que o pai dizia que Jinhwan devia seguir. Mas a primeira tatuagem feita às escondidas quando tinha 15 anos deixava claro o propósito do garoto. No fundo, não queria nada daquilo, viver preso em um escritório, falando de números e sabe-se lá mais o que. Queria conhecer o mundo e aproveitar de todas as regalias que o dinheiro dos pais podia lhe oferecer. Foram surgindo mais tatuagens que ele se empenhava em esconder, se tornou comum vê-lo com blusas de mangas mais compridas mesmo em dias mais quentes. Foi também naquela época que surgiram seus conflitos internos, aquela coisa diferente que sentia, crescera ouvindo que deveria se casar com uma boa moça e formar uma boa família. Mas quanto mais pensava naquilo, mais enojado com a possibilidade Jinhwan se tornava. Verdade seja dita, queria passar o resto de sua vida chupando outra coisa.
Para si, não havia nada de errado naquilo, por mais que soubesse o quão atrasada era a sociedade em que vivia. E, mais ainda, a mente retrógrada do pai. Do irmão mais velho. Da mãe. Aliás, não havia uma única pessoa na família Kwon que não tinha ficado chocada com aquela descoberta. Havia sido um descuido, de fato, um pouco de álcool e juízo de menos, Jinhwan tinha certeza que os pais não voltariam pra casa tão cedo naquele dia, mas qual não foi sua surpresa quando aquela porta se abriu e ali surgiu seu pai? Não era nem preciso mencionar onde o garoto estava com a boca… Aquela surra não doeu como o homem pretendia, não houveram lágrimas, e os gritos ecoando pela casa eram somente do homem vociferando que não teria um filho gay. Que aquilo era inadmissível, abominável, nojento. Segundo o pai, lhe faltava disciplina, por mais que tivesse sido educado da mesma forma que o irmão mais velho. Porque, claro, era preferível um filho que gastava dinheiro com garotas de programa do que um que se relacionava com outros homens. Era o ano de seu décimo sexto aniversário, Jinhwan acordou com as malas prontas na sala da casa, o pai sentado no grande sofá e a passagem só de ida comprada para Daejeon, e junto com tudo aquilo viera o anúncio sobre seu ingresso naquela prisão.
Seu pai acreditava cegamente que um colégio militar iria lhe “curar”, que o tornaria um homem de verdade como ele tanto queria. Jinhwan não discutiu, não argumentou, ainda que no fundo sua vontade fosse de rasgar a maldita passagem e mandar o pai enfiar aquilo onde o sol não batia. Mas, apanhou as malas e a passagem, e sem olhar para trás, deu o primeiro passo na direção do inferno que seria sua vida pelos anos seguintes. E até foi, no primeiro ano, se adaptar àquela vida cheia de regras estúpidas havia sido mais difícil do que o garoto tinha imaginado. Mas ele havia ganhado hobbies, descoberto que era capaz de muita coisa e que sequer havia imaginado algum dia. Se descobriu bom em esportes, se destacando muito mais no basquete. Aquilo lhe ensinou sobre liderança e trabalho em equipe, para alguém egoísta, era um avanço e tanto. Mas, o que de fato mudou sua vida foram as aulas de música, por mais clichê que aquilo fosse. O piano se tornou seu maior amigo, o caderno que deveria carregar os deveres de casa, tinha inúmeras composições. Algumas eram alegres, contavam o sonho de liberdade do garoto. A maioria, eram pesadas e carregavam críticas que certamente não seria aceitas em nenhum programa de TV.
Mas ele era bom naquilo, se tornou um bom cantor e, quando finalmente deixou aquele colégio, já tinha em mente o que faria. Voltar para casa não era opção. Pegou todo o dinheiro de sua poupança sem os pais saberem e sumiu no mundo. Foi em busca de seu futuro, e não iria desistir até que conseguisse ser um artista de sucesso. Aquele ano foi gasto em audições e mais audições, meses de preparo e frustração a cada não recebido. Mas era aquilo que impulsionava o terrível leonino que era, conseguir entrar em uma empresa musical tinha virado sua meta e nada o faria desistir. Não admitia receber não. E quando conseguiu, por todo esforço e determinação, foi um tremendo alívio e satisfação. Mas depois de algum tempo como trainee, quando achou que passaria sua vida daquele jeito, afinal, já estava próximo ao fim de sua vida útil para debutar. Mas, para sua surpresa, o anúncio de seu lançamento foi feito no dia de seu aniversário e Jin não poderia esperar melhor presente. A estreia o colocou em boas posições nos charts durante semanas, mas não era o resultado que Jin esperava.
Foi preciso muitas tentativas e alguns lançamentos depois até finalmente entender o que fazia sucesso. Mas não iria se vender daquele jeito, sua música ainda o colocaria no topo, não importa quanto tempo aquilo levasse. No quinto ano de aniversário de seu debut, investiu em algo totalmente fora dos seus padrões, seja no ritmo da música ou nas letras, apostou em algo mais agressivo, no rock, e aquilo tinha dado mais certo do que poderia imaginar. O topo dos charts, prêmios em programas de TV, o golden disk de música do ano. Aquele era seu ano de ouro, realmente. Até o anúncio de seu alistamento militar chegar. Seriam os dois anos mais longos de sua vida, mas era algo necessário. Mas paralelo ao serviço militar, Jin também aproveitou aquela pausa para trabalhar em composições quando tinha tempo, aquele intervalo lhe rendeu muita coisa e seu retorno era esperado por muita gente. Mas, diferente de seu último álbum lançado, Jin mostrou uma pegada muito diferente e praticamente oposta. Investiu em ballads com letras cheias de sentimentos e que mostravam o poder de sua voz. Há quem diga que ele não tem mais o que oferecer e que seu tempo já acabou, mas depois de dez anos de carreira, Jin faz questão de provar que não está em seus planos parar de cantar.
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blogmariagchagas · 7 years
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Recomeço da continuação
     A poucos minutos do ano que vinha, eu sentia frenesi, sentimentos que não eram meus. A comoção dos meus familiares, o modo como se comportavam tão ludíbrios como eu. Dessa vez, eu não tinha nenhuma promessa para fazer, pois não pretendia descumpri-las. Se alguma fiz, fora em silêncio, para que somente eu soubesse, e fizesse por mim. Não criaria metas ou estratégicas que geralmente nunca revigoravam. A vida sempre fora um processo natural, gradativo. Não estipulado ou disciplinado para ser. Estava envelhecendo, e o tempo, não tende a perdoar. Eu precisava evoluir de algum modo, se não fosse espiritualmente, que fosse a minha matéria. A projeção do meu eu físico.
      A felicidade e confraternização exigiam um comportamento atípico meu. Abraços, promessas, sorrisos. Sentia-me em um programa reality, em que todos nós deveríamos estar gratos pelo que temos e realizados pelos aprendizados que o ano nos favoreceu. Se eu fosse uma boa atriz, faria um show mexicano, e chamaria todos de farsantes. Eu, sóbria, ou ébria, sabia que era uma. Esgueirava-me entre as pessoas, com sorrisos amenos, disfarçando meu incomodo, e retribuindo cumprimentos. Dançava descalça pelo carpete, e balançava o meu vestido branco, como se fosse uma dançarina. Os cabelos esvoaçavam com o movimento, e formavam uma cascata rebelde. Essa era a minha valsa com a vida, portanto, que ela guiasse meus passos. Já que eu não poderia guia-la.
     Não queria parecer desrespeitosa com a felicidade alheia. Nem degradar o começo de uma continuação. Perdoe a minha ambiguidade, mas tendemos acharmos estarmos começando, quando, estamos, em suma, prosseguindo de onde partimos. Ditamos que tudo será de outro modo. Quando a questão é, como desaprender sermos quem somos? Romper os ciclos viciosos, os instintos de defesa e sobrevivência. Como, seguir para um ano renovado, quando ainda nós não passávamos do que éramos ontem?
     Se eu fizesse minha reverência, e prece. Agradeceria por todos aqueles que estiveram ao meu lado, como meus fieis escoteiros. Dedicava minha oração a eles, exclusivamente, e louvavelmente. Quem seria eu, se não tivesse meus descaminhos? Se o meu corpo não fosse tatuado por cicatrizes de guerra? Quem seria eu, sem uma história, um nome, um legado? E se não fossem os meus sonhos, a minha fonte da qual eu bebericava e luxava em tempos áridos? Uma vez, disseram-me que eu me agarrava as minhas pouquíssimas vitórias, pois era tudo que eu possuía. E de fato, estavam certos. Eu era como um cão faminto das ruas que bravateava por ossos já roídos e com as sobras que deixaram.  Não tinha muito, apenas pensamentos avulsos. E pelo que eu sabia – Ou pouco que sabia, tudo começava com uma ideia.
     Há pouco mais de quatro anos, eu havia feito uma descoberta. Era apenas uma menina quando tomei ciência da minha pequenez diante de um mundo tão vasto e complexo. E percebi que eu era não só responsável pelo que me cercava, como pelas consequências que eram desencadeadas. Como um feto antes encéfalo, eu havia rasgado o útero e rompido a placenta, não de minha mãe, mas da terra, e nascido, ou por vez, renascido em um solo sagrado. Havia aceitado que eu não era nada além do que a poeira do espaço. Um cérebro aprisionado em um crânio. Neurônios que dominavam um corpo. Eu era uma criação divina, ou uma evolução cientifica? Caso eu denomine minha natureza como humana, e chamasse-a instintivamente de primitiva, estarei assumindo uma posição unilateral ou criacionista? O que eu era além de um corpo?
     Os meus pés descalços e já afeiçoados ao chão escorregadio e sujo, sapateavam e deslizavam instintivamente com a música. Eu era como um instrumento para ser tocado, apreciado, e descoberto. Eu era, senão, uma joia bruta. Uma pedra mal lapidada. Parecia conhecer tão bem a vida, quanto a arte. Talvez porque a arte fosse uma expressão de vida. A arte me reinventava, dava sentido a minha falta de modos. O meu jeito inerente ao lugar. Sofisticada de mais para dar atenção às criticas, e selvagem por excesso em minhas lutas. E eu dançava, como se as notas musicais girassem em torno de mim, uma clave de sol, fá, dó. Assim, eu saldava ao ano que viria. Curvando-me como um vassalo. Por acaso, me sentia de tal forma. Descabida em um mundo descabido. Tentando agradá-lo para que recebesse bons frutos. Como agradar essa vida insipida? Seria como reverenciar um Deus a espera de seu milagre.
    A casa estava cheia, a festa prosseguia em sua surdina. Ouvia as vozes berrantes, os risos, os desejos confidenciados em ouvidos alheios para dias melhores. Discussões sobre a economia, o desemprego, e a politica. Conversas de rodas de bares. Embora inerte, andava de lá pra cá, entrando em rodinhas, e debatendo meu ponto de vista sem que fosse chamada. Não seria um começo de uma continuação que calaria minha voz. Meu atrevimento era quase petulante, ou suportável. Não estava tentando ser desagradável, por mais que possamos mudar hábitos, romper barreiras do psiquismo. Não podemos mudar em si, ou amolar com uma faca a nossa essência. Creio que, sempre haverá um monte de pessoas querendo nos castrar como animais. Ditar leis morais. Nada disso me alcançava. Seja lá, o que tenha me constituído como ser, construído o alicerce do meu núcleo. Havia aprendido a confiar-nos meus próprios instintos, e acima de tudo, ter um código moral comigo mesma.
      Lá estava meu companheiro, em meio à multidão, apreciando tanto quanto eu, o público-alvo. Estava escorado na parede, com seu chapéu recém-comprado, e suas botas de soldado militar. Juntei-me a ele, éramos como dois militantes naquela madrugada. Ele não estava sério, longe disso, sorria, algo usual para ele. Conversava com mais ou menos intensidade do que eu, embora eu já estivesse arrastando as silabas. Era seu aniversário de vinte anos, e ao invés de passar com sua família, decidira que iriamos passarmos juntos. Há pouco mais de seis meses, havíamos selado uma parceria. Éramos amigos de velhos tempos, quando ainda tínhamos feições juvenis e acnes. Tê-lo de volta ao meu lado era confortável. Alguém com quem eu pudesse compartilhar minhas ambições, ele compartilhasse as suas comigo. Estávamos sincronizados, não só pela energia que nos regia, mas pela alma que abrigávamos. Poderíamos não ser absolutamente nada. Porém, éramos o que muitos não ousavam serem em pleno século 21; Sonhadores. 
      Quando estava em minha faculdade mental, discutimos sobre politica. Os potenciais planos para esse ano que chegaria.. Eu, mantendo-me fiel a causa de não geraria expectativas, apenas optei em dizer que pensaria em algo – provavelmente o faria. Eu o escutava, atenciosamente, com uma doçura que não me servia. 
      O comportamento humano era um dos meus maiores fascínios. Era bom ouvi-lo. Quantos trocaram suas ideologias por alguns tostões? Por um salário minimo? A arte era nossa essência, a matriz do nosso cerne. Estávamos sempre com novos projetos. A minha meta nunca mudava, a cada ano tentava ser melhor do que o anterior, no que fizesse, em como agisse. Eu tinha gostos não muitos valorizados, como a leitura, cinema, e música. Realidade criava o meio artístico. Era o tema para nosso roteiro. Extraímos do mundo, o que ele extraia de nós, e transformarmos em beleza artística.
       Meu amigo me observava enquanto meu olhar se perdia na inercia. Era fácil se perder. Tão difícil de encontrar. Eu não sabia se me tinha, se era minha propriedade, ou se era uma ovelha desgarrada. Decerto, se eu caso eu fosse, o Alex também seria. Estávamos juntos por uma razão: Evolução e conexão. Encontrávamos um noutro a força e a razão que por vezes nos faltava. Ele agarrava- se a mim, como a sua teia emocional, e eu me agarrava a ele, como meu parceiro.  
       Estava pronta para prosseguir, sozinha, antes de selarmos nossa união. Já havia me preparado com um ritual meticuloso, pois eu era a minha única fonte de sabedoria e força até onde sabia. Havia vivido como um lobo solitário a minha vida inteira, sem mãos para me erguerem, para me manterem em pé. Estava habituada a solidão, ao silêncio e os ecos dos pensamentos. E acima disso, a lutar. Eu não me tornara por si só uma lutadora, a vida me transformara em uma. Se eu não levantasse após o golpe, não teria chance de vencer o segundo round. Não contava com a vitória ou a conquista. Sobreviver era meu legado. Um dia após o outro, para não me embaraçar na minha própria bagunça. Meus pais, assim como muitos, haviam me ensinado os princípios básicos de índole e moral. Mas a vida era o pai e mãe da sabedoria.
     A véspera do réveillon, conclui que precisava mudar meus instintos naturais de autodefesa. Precisaria romper as minhas margens de preconceitos e julgamentos. E me doar ao mundo, mais do que eu me permitia. Estava cálida, e não poderia rabiscar o meu passado com uma caneta estereográfica. Tinha calos nos dedos devido ao violão. Joelhos machucados por causa das quedas. E ombros curvados, lábios rígidos, postura típica de quem não quer se misturar, e carrega mais bagagem maior do que pode suportar. Estava ficando cansada, não gerava mais resultados. Eu não poderia me reformar como um sistema computadorizado. Limpar as minhas janelas de memória como pastas do Windows. Alguns aspectos não mudariam. Mas, aceitava a ideia do ser humano ser mutável. E me permitia ser.
    Quanto ao Alex, era o oposto de mim, o otimismo que emanava era assombroso para uma pessimista nata como eu. Acordava cedo, tomava seu café, e realizava seus hábitos matinais. Mudava, como para uma metamorfose ambulante, diria Raul. Pela primeira vez, eu não precisava me preocupar. Estava rodeada de pessoas que eu amava, e me amavam. Talvez o efeito alcoólico já se esvaísse. Estava aonde deveria estar, e com precisava estar. Eu não precisava despir a alma alheia para manter-me segura. Não precisava conhecer o habitat para frequentá-lo. Aceitava que estava tudo em perfeita ordem. Ou imperfeita, o que cabia mais a mim. Aquela felicidade toda não era fingida, era ideal para aquele momento. Vivíamos 365 dias de aprovações, porque não poderíamos viver um dia de esperança?
      Estávamos finalmente em 2017 e os fogos de artifícios já haviam sido atiçados aos céus, e a rolha do champanhe estourada. Estava em demasia alegre, soltando risos graves e gargalhadas histéricas, com as esperanças revigoradas de novo alvorecer.
     Levantei da cama, e aumentei o som da música. Girei a baia do meu vestido e dancei na ponta dos pés, os cabelos caindo em meu rosto suado. Meus olhos castanhos escuros brilhavam, e meu sorriso era a manifestação sincera de que não importava o que viesse, eu jamais pararia de lutar. Eu não estava mais só. Não era mais incompreendida. Sim, havia fracassado em vários pontos, e também havia arriscado em outros. Já era uma vencedora, independentemente de ter falhado ou ganhado, a tentativa me fazia uma vitoriosa.
    Por alguns segundos, era apenas uma menina que dançava como se não houvesse amanhã. E sentia os instrumentos soando em meus ouvidos como harpas. É claro que haveria perguntas ao longo da minha jornada, as respostas não importam, já que sempre haverão duvidas, e enquanto  houvesse, tudo estaria em constante mudança. Eu aguardaria.     
Maria Gabriela – Chagas
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