Tumgik
#cronica
lpa6zn · 1 year
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Imagínate vivir en Europa y perderte esto
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sinfonia-relativa · 11 months
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Corresponder
Muchos se pregunta el porque de mi personalidad calida, pero al mismo tiempo fria y distante, es sencillo, me he desepcionado tanto por esperar ser correspondido. Mi filosofia ha cambia todos estos años, soy educado, pero tiendo a ser reciproco a lo que recibo, si eres malo, grosero, poco empatico, entre otras actitudes desagrables no esperes lo contrario de mi, no tengo el mismo corazón, pero tampoco derrochare cariño por quien no lo valore.
Cronicas de la vida
Sad_Boy☕
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criador · 8 months
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Finito
Via-se luzes ao longe, indicando algum sinal de movimento na cidade, enquanto o restante do mundo permanecia no escuro. Ouvia batidas, gritos, sons de violência. Algo não estava certo. Era como se eu tivesse acabado de acordar de um sonho e encontrasse um mundo completamente diferente do que conhecia. Eu não sabia o que estava acontecendo, só sabia que tinha que fugir dali, que ninguém podia me ver. Fugindo daquele caos urbano, busquei abrigo no primeiro quintal que encontrei, tentava encontrar caminho em meio ao breu. Me esgueirando por entre cercas, muros e lajes, saltando de um terraço para o outro, subindo e enfrentando obstáculos. Já não tinha mais forças quando me vi em um chiqueiro de galinhas, tentando não fazer barulho. Uma criança surgiu de supetão e me assustou. Ela não falou nada, mas algo me disse que foi avisar a alguém que me viu. Segui com a minha fuga, e quando dei por mim, o dia já amanhecia, eu já conseguia caminhar numa estrada de barro longe do barulho da cidade. Estava exausto. Avistei um casebre velho e ouvi um som de tv ligada vindo dele, cambaleei para o lado oposto. Avistei um homem com uma espécie de farda, uma escopeta na mão e uma máscara cobrindo o rosto. Algo me dizia que o mundo já não era mais o mesmo. Me escondi atrás de um celeiro velho, mas me surpreendi com outros dois homens armados que imediatamente correram para cima de mim. Era como se houvesse algo de errado comigo. Aparentemente, eu não devia estar respirando aquele ar, e já que estava, havia algo de muito errado comigo. Tentei correr, em vão. Eles me cercaram, e para não ser pego, eu gritei com toda a força e pavor que havia dentro de mim, concentrei toda a minha energia no urro que dei olhando para os dois homens. Eu não sei como, mas uma energia brutal emanou de mim, e como num passe de mágica, a cabeça de cada um dos meus algozes explodiu bem à minha frente. Eu não sabia como nem por quê, mas eu que tinha feito aquilo.
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sublecturas · 6 months
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"Rigor Mortis", de Alex Ayala
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Crónica #2
De los recuerdos mas antiguos. La infancia almacena los mas atroces. La muerte de los perros siempre fue un suceso devastador. Vivir en el campo es un suceso salvaje que condiciona la vida. Cuando murió Princesa, la perra de mamá, nos vino de sorpresa; era sábado y nos alistábamos para ir a la iglesia. Mamá había salido al patio cuando llamo a Papá para que viera lo que sucedía. Princesa estaba acostada en su almohada debajo de la caseta heredada por los ancestros animales que antes vivieron allí. Estiraba las patas como quien corre, pensamos a primeras que estaba dormida y tenia pesadillas y por eso su cuerpo temblaba. Podría estar entrando en proceso de parto ya que tenia casi tres meses desde que los perros del barrio le rompieron el pañal de fique y la montaron mientras estaba en celo.
Tiene algo papi, le dijo mamá a mi padre.
El el suelo de la caseta, una culebra amarilla estaba enrollada con la cabeza mordisqueada. Princesa la había matado en la noche cuando todos dormíamos, quizá en medio de aquella lucha la culebra le mordió en algún lado y ahora ese sábado en la mañana veíamos a la pobre herida intentando pujar, intentando sacar el veneno.
Los perritos que llevaba dentro todos había muerto dijo el veterinario. Mamá había usado de sus ahorros para llevarla, tenía muchos años con esa perra, era la hija que no tuvo y la lloro tanto que se le corrió el rímel del maquillaje y fue tanto el liquido negro que con eso pinte un retrato de la difunta.
La perra está ciega y paralitica, los perritos se murieron, si quiere la dejamos así pero no podrá caminar y no la podrá ver, dijo el doctor quitándose los guantes después de haberle inducido un parto rápido al animal confirmando que eran cinco cadáveres los que llevaba dentro.
Mamá la mandó a dormir, no quería vivir con un animal en esas condiciones. recuerdo el rostro maltrecho de Mamá llorando días después.
Mas de quinientos bolos dijo mamá con un llanto fúrico, mas de lo que gano a la semana para que igual se muriera.
Eso lo cuenta mamá quien fue al doctor con la perra en una caja y regreso sin caja y sin perra, pero con el vestido de la iglesia manchado por el llanto y arrugado de tanto apretarlo en los costados.
El campo es un espacio gigante donde conviven lo monstruoso, la naturaleza es grotesca y cruel, enfermiza. Rambo era otro de estos míticos animales del cementerio familiar, lo encontramos en un saco en los potreros, junto con otros cuatro perros que ya no respiraban. No se como sobrevivió allí, estuvo en la casa un año y algo hasta que le dio por comer mierda de gallina. Entraba al gallinero y se saciaba mientras de la boca le escurrían hilos de baba, mamá lo regañaba y le limpiaba el hocico sucio de excrementos, le daba agua con una jeringa y reusaba a beberla. Con el tiempo se fue volviendo flaco hasta que desapareció y días después lo encontramos lleno de hormigas debajo de un escaparate de la sala.
Pasábamos de tener cinco perros rondando y luego cinco huecos en el patio donde los metíamos envueltos en cobijas.
La pobreza de los entierros era evidente al igual que la pobreza de la casa.
Les va a pasar algo muy malo a todos ustedes decía Juan sin camisa cuando un carro atropelló a Yogui mientras jugaba con los primos y el perro quedó chorreando sangre por la boca y por el culo. Este perro no se va a salvar dijo Tío José. Toca matarlo. Nadie tuvo el valor de matar al perro moribundo y con taquicardia y sudores Tío José y papá enterraron vivo a Yogui para que muriera ahogado bajo la tierra del patio y acompañara a los demás ancestros del cementerio común.
La pobreza que seguía consumiendo la casa, no permitía lujos. Si no hay para comer no hay para tener un perro decía abuela, pero aun así los perros, gatos y loros abundaban y así como el campo nos daba la vida, el mismo campo también la quitaba con sus lluvias eternas que desenterraban a los perros muertos y el monzón hacia flotar los huesos de los difuntos para luego tener que volver a enterrarlos.
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bfontes · 1 year
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Prometi escrever todos os dias nesse ano. Esse é o meu primeiro texto do ano.  Então, como estamos no dia 4, comecei o ano quebrando uma promessa. E tudo bem, pois esse é o meu ano de disruptura, palavra que está ligada a outra promessa, de abrir o meu vocabulário. Prometi beber menos, sem uma regra ainda estabelecida, pois posso considerar que seja menos que todo o ano passado, assim posso beber muito até o fim do carnaval e diminuir o bastante para que seja consagrado menos bebida no geral, considerando esse ano, entendeu? Não entendeu. Mas a promessa mais complicada nem é essa. Prometi namorar em 2023. Promessa que pode ser cumprida, vamos deixar claro, no dia 31 de dezembro, um pouco antes dos fogos, da contagem, do beijo. Não me entenda mal, é que também prometi ter menos pressa esse ano.
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willianghostwriter · 24 days
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O Apaixonado
Guilherme sempre ia ao mercado perto da sua casa. Ele entrava na loja, dava um aceno com a cabeça para o rapaz do caixa e ia em direção ao corredor que ele precisava. 
Um dia, ele entrou na loja, fez tudo como o de costume, mas quando o Guilherme estava passando a sua compra, o rapaz do caixa vira para ele e pergunta: 
— Por que você sempre vem aqui? — Ele passa a compra devagar, olhando a registradora e desviando o olhar para o Guilherme. 
— Eu moro aqui perto. — O Guilherme responde, um pouco rápido demais, com o entusiasmo de estar conversando com o rapaz. 
— Você economizaria mais indo no mercado da avenida. — O rapaz continua passando a compra, agora olhando somente para a registradora. 
— Eu gosto de vir aqui. — O Guilherme diz em retórica, com um sorriso na boca, tentando parecer simpático.  
 O rapaz termina de passar a compra, olha para o Guilherme, suspira e cobra o valor da compra. Tudo como sempre. 
 O Guilherme era apaixonado pelo rapaz, mas jamais teria coragem de tentar alguma coisa. Ele ficou feliz com a interação daquele dia, mesmo sabendo que nunca teria chance com ele. Ainda assim, ele voltou feliz para casa naquele dia. 
 Depois daquele dia, o rapaz não voltou a conversar com o Guilherme, mas tudo parecia normal. O Guilherme com o tempo foi pensando em formas de abordar o rapaz. Perguntar o nome dele, saber se ele morava no bairro, quantos anos ele tinha, se ele tinha namorada, tudo o que ele precisava saber para se aproximar do rapaz, tentar ao menos uma amizade.  
Um dia, ele entrou no mercado, olhou para o caixa sorrindo, mas viu uma garota no lugar do rapaz. O Guilherme esconde o sorriso e pergunta para a garota: 
 — Desculpa, mas o que aconteceu com o rapaz que sempre fica aqui? — O Guilherme tenta soar casual. 
 — O Felipe? Ele pediu as contas. — A garota olha para ele e fala sem se mover. 
 O Guilherme só acena com a cabeça e segue como de costume. 
 Ele continuou a frequentar o mercado do bairro, mas a cada dia, ele se sentia pior por nunca ter tentado nada. Tudo o que ele sabia era o seu nome: Felipe. 
 Com o tempo, ele deixou de frequentar o mercado do bairro e assim ele foi se esquecendo do Felipe. Sua vida era pacata, em uma cidade pequena no interior, sem muitos amigos, morando sozinho, tentando encontrar amor onde ele conseguia.
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luisaescreve · 1 year
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Chiclete de Canela
Depois do saboroso jantar de ervilhas, purê de batatas e carne assada - eu não prestei atenção no gosto -, eu estava exausta: mais da conversa de meus pais na mesa - sobre mim, não comigo - que do enorme dever de casa de literatura que eu e Joel passamos a tarde fazendo. 
O efeito do xarope também começava a ir embora. 
Eu estava na soleira da porta, tentando não encarar os olhos dele fundo demais - passo uma quantidade vergonhosa de tempo tentando encontrá-los nos períodos que temos juntos. Às vezes Joel me procura de volta, às vezes ele senta atrás de mim para conversarmos sobre nada (meus dias favoritos), às vezes eu não existo. 
— Tchau Sra. Powell! Obrigado pelo jantar! — Ele repetiu, antes de deslizar o olhar para nossos pés. 
O ar da Pensilvânia começava a ficar especialmente frio, e já era oito e meia da noite.
— Obrigado por fazer dupla comigo — Joel disse pela primeira vez, mas as palavras pareciam significar outras coisas. Já fizemos dupla outras duas vezes e ele nunca havia agradecido. Por que agora? Eu não entendia aquela língua. 
— Tudo bem — Dei de ombros. 
Joel desaparece da escola, às vezes, por semanas corridas. Uma vez quase chegou a um mês. Eu não tenho ideia de para onde ou porquê ele some, também não acho que temos intimidade para eu perguntar, ainda que eu passe a maior parte do tempo criando diálogos entre nós em minha cabeça. Engulo em seco, me demorando para fechar a porta. 
— Quando quiser — Acrescento, com um sorriso tão contido que provavelmente beira o antipático.
Era terceira vez que fazíamos isso. Não era só o dever de casa. Formávamos dupla na aula de literatura para que eu possa fazer a tarefa, depois nós ficamos chapados com o xarope para tosse a base de codeína que Joel trás, e então deitamos no chão, ouvindo música ou assistindo a algum filme, para termos uma desculpa silenciosa para ficarmos sozinhos e longe de todos por mais algum tempo. 
Ao menos eu gostaria que fosse. Também gostaria que fosse mais frequente, mas não acontece por sua presença na escola.
E normalmente ele não fica para o jantar. 
Hoje foi a primeira vez, na verdade.  
Nos olhamos nos olhos por alguns segundos, até que eu não consiga mais:
— Você quer dar uma volta no quarteirão? Queria fumar um cigarro antes de ir para casa — Joel quebra o silêncio. 
— Só não posso demorar muito — Digo fechando a porta atrás de mim. 
Caso eu pedisse autorização, não poderia ir.
Nós descemos os degraus da varanda e começamos nossa caminhada, em silêncio. Depois de virarmos a esquina ele saca o maço de cigarros e acomoda um entre os lábios. Olho para o outro lado enquanto ele acende, desesperada para não me perder no encanto daquela imagem. Seus cabelos claros estavam mais longos que o normal e se moviam com o vento, as bochechas coradas pareciam mais angulosas, em algum momento seu rosto começou a se fundir com o de um homem adulto, mas eu o perdi. 
Seus lábios estavam mais cor-de-rosa.
Começo a ficar nervosa a medida que avançamos pelas casas, em direção ao parque. A verdade é que Joel sempre me deixa nervosa. Ele me enerva quando olha para mim e meu olhar está lá, apenas o esperando para confirmar de que seremos uma dupla; me enerva quando escolhe passar mais tempo do que precisa comigo; me enerva quando encurta nosso tempo juntos; me enerva quando indaga coisas extremamente pessoais, sem autorização:
— Você é feliz? 
Tipo agora. 
Ele segura o cigarro com o polegar e o indicador e acho tão charmoso que quero morrer. 
— Acho que sim — Respondo — Não tenho certeza. 
— Hum. 
Ele me oferece um trago do cigarro, mas desta vez eu aceito. Eu nunca aceito. 
— Já fumou antes? 
— Já. 
Eu e minha melhor amiga, Sarah, roubamos os cigarros que minha mãe fuma escondido e fumamos escondido quase todo fim de semana. A única razão pela qual eu sempre recuso quando Joel me oferece é para conseguir lhe dizer não. Trago fundo três vezes, até sentir minha pressão começar a cair. 
— Com quem você fuma?
— Sarah. 
— Vocês duas? Nunca imaginei — Ele ri, como se debochasse, mas não exatamente o fazendo. 
— Nós roubamos os cigarros que mamãe fuma escondido tipo, todo fim de semana.
— Você não é tão certinha quanto pensei.
Eu rio. 
— Por que você acha que faço dupla com você? Ficar chapada de codeína é uma de minhas coisas favoritas — Porque o faço com ele. Talvez se estivesse sozinha em meu quarto só ficasse me sentindo mais leve, mas continuasse insuportavelmente existencial. Parece que vivo uma vida na minha cabeça (boa) e uma na vida real (meh).
— Então você só não gosta de gente? — Joel sorri. Seus dentes da frente são sutilmente quebrados porque ele gostava de comer gelo quando era pequeno, ele me contou. 
— Como assim?
— Você nunca vai às festas. 
— Eu não quero incomodar meus pais. 
Joel fica em silêncio. Ele enlouquece os pais. 
— Dá pra ver. 
— Como assim?
— O jeito que seus pais falam com você — Ele começa, atirando a guimba do cigarro no asfalto molhado e vasculhando os bolsos dos jeans. Fico em silêncio pois quero ver aonde Joel que chegar — Eles estão sempre te cobrando notas, falam bastante de carreira, mas você ainda está no segundo ano — Ele pausa — Sua mãe até mencionou aquele idiota da Lugen só porque os pais dele têm status. 
Joel sabe disso porque eu lhe disse. 
Na verdade, eu dei a entender que uma vez saí com Tommy, um garoto da escola privada mais pomposa do condado, a Lugen. Tommy fuma maconha como uma chaminé, parecia uma estrela do rock e devia ser vinte centímetros mais alto que Joel. Além do mais, seu pai é praticamente dono da cidade — o que agradou muito meus pais, não importa quanta erva ele fume.  
Eu não disse a Joel que Tommy, não só teve a coragem, como me beijou no último fim de semana. Nem mesmo depois que Joel me contou que foi ao cinema com uma garota de sua aula de álgebra, e como havia sido desinteressante e horrível e que ela reclamava dos cigarros. 
Parecia injusto. 
Tommy era legal e tinha os olhos azuis mais bonitos que eu já vi, e eu o beijaria de novo, mas ele não é Joel.
Quero beijar Joel.
Para sempre.  
Percebo que eu não disse nada. 
— O que você quer dizer com isso? — Digo.
— Sei lá… — Joel tira do bolso da jaqueta um pacote de chiclete de canela. Ele me oferece um. Eu aceito. 
— Canela?
— Depois que você me fez provar se tornou meu sabor favorito — Ele sorri, talvez mentindo, e olha para mim enquanto ponho dois na boca. Joel sabe que gosto de mascar chiclete de dois em dois. 
Sorrio. 
— Fico feliz — Digo. Sinto. Me pergunto se Joel consegue mascar chiclete de canela sem pensar em mim. Espero que não — Mas aí, o que você quer dizer com suas observações do jantar?
— Você é muito jovem pra ser infeliz. 
A maior parte do tempo eu me acho mais inteligente que Joel, mas às vezes ele fala coisas que não consigo decifrar. É como se ele soubesse sobre dimensões, partes do Universo que eu nunca tive a oportunidade de conhecer. 
— Como assim? Me dá um cigarro? — Emendo as perguntas e ele busca o maço nos jeans:
— A sensação que eu tive é que você vive sua vida de modo que agrade eles — Ele acende o cigarro em minha boca — De modo que não os incomode, como você disse.   
Aquilo dói porque é verdade. Eu não faço escolha alguma antes de pensar em como os meus pais vão se sentir. Já toquei nesse assunto uma vez com Sarah, mas não deixei chegar muito longe. 
— Faz sentido — Trago profundamente enquanto sinto meu nariz arder, sei que meus olhos vão começar a marejar. Torço pra Joel não perceber. 
Acho que também não quero incomodá-lo. 
Minhas lágrimas são mais rápidas que eu. Elas escorrem por minhas bochechas, quentes, e tento fazer com que minha voz não trema, já que minhas mãos não param. A verdade é que se minha mãe me dissesse para começar a namorar Tommy eu provavelmente o faria, porque “ele é tão bonzinho” ou “os pais dele são tão ‘legais'”. Eu provavelmente racionalizaria a “rejeição" de Joel com o fato dele ser tão escorregadio: às vezes ele está lá, às vezes acho que o criei em minha cabeça. 
Nasce em mim uma espécie de raiva: eu odeio que Joel saiba mais sobre quem eu sou que eu, apesar de me ver tão pouco. Eu odeio que ele seja tão inconsequente, que seja tão livre e fiel a si mesmo. Odeio não ter a coragem dele. Me sinto como a porra de um pássaro enjaulado o assistindo voar livre, nos mais diversos céus. 
— Você tá bem? — Ele pergunta enquanto me assiste arrastar as costas da mão pela bochecha pelo que deve ser a terceira vez. 
— Não! Nem um pouco — Vomito — É tão injusto que eu tenha que viver a vida que alguém está escolhendo para mim e que você possa perder aulas, sumir para sei lá onde e nem sequer me dar seu telefone! — Percebo que estou gritando — Você é tão… Livre!, e a única razão pela qual passamos algum tempo juntos é que eu quero me sentir como você! — Minto. Mais ou menos — É quando eu me sinto normal!, e melhor ainda quando estou chapada. Eu não sou feliz! Eu não tenho nenhum controle sobre a minha vida. Sou só uma idiota domada pelos pais cujas escolhas me fazem querer morrer oitenta por cento do tempo! E se você viu através de mim, eu fico feliz! Porquê não tenho que explicar! — As palavras soam mais como soluços agora — Eu odeio minha vida e não me parecia certo dizer isso em voz alta. Minha vida é normal. Eu sou o problema! 
Olho para Joel, que está em silêncio. 
Ele tem um sorriso escondido no rosto. 
— Por que você tá rindo? — Quase grito, minha cara molhada.
— Como você soou agora — Ele segura um riso — É como minha cabeça soa o tempo todo. To meio feliz que você não é… Perfeita.
Reviro os olhos. 
Ele é perfeito, mas não digo isso. 
— Posso dizer porque eu passo tempo com você? — Ele continua.
Fico em silêncio. Engulo o choro. Não era o que eu esperava. Não tenho ideia do que vem por aí, mas torço para que ele diga que gosta de mim. Algo do tipo. Para que eu possa dizer de volta. 
Assinto com a cabeça. 
— Você me faz sentir como a vida estivesse em ordem — Os olhos de Joel correm pela vizinhança, mas não param em mim — Eu… Eu… Eu me— Não sei o que ele está tentando dizer. Joel parece caçar as palavras no ar.  
— O quê? 
— Me sinto seguro quando estou com você — Ele admite, olha para baixo e engole em seco. 
Meu coração despenca, nossos olhos se encontram, mas continuamos andando. Eu busco a mão dele, seus dedos respondem, entrelaçando-se aos meus. Percebo um sorriso sutil em seus lábios. Não sei dizer se estou sorrindo, mas não sinto como se estivesse em meu corpo. É melhor. 
— Quando estou muito chapado, eu noto que você senta por perto. Como se quisesse estar ali caso algo aconteça. 
Continuo em silêncio, mas é verdade. 
— É engraçado porque é quando eu consigo afastar todo mundo. 
— Menos eu? 
Joel não responde. Estou nervosa.  
— Eu me sinto seguro — Ele repete. 
— Você pode contar comigo — Prometo. 
— Eu sei — Joel sorri. Um sorriso de verdade.  
Ficamos andando em silêncio alguns minutos, nossas mãos ainda juntas, nossos chicletes sendo mascados, dividindo um só cigarro. 
— Joel… — Digo, talvez baixo demais, engolindo em seco — Eu não quis dizer que só passo tempo com você para me sentir livre ou ficar chapada — Admito — Eu gosto da sua companhia — "Eu gosto de você", eu queria dizer. 
— É bom ouvir isso — Ele diz — É raro te ver… Feliz — E dá de ombros. 
— Mais uma coisa. 
— O quê?
— Duas, na verdade — Me corrijo — Desculpe ter gritado com você há pouco. E… — Deixo minha curiosidade falar — Para onde você vai quando some da escola? 
— Se eu te dissesse não poderia sumir, poderia?
Ele parte meu coração. Eu grudo as partes antes que ele perceba. Antes que eu sinta. Percebo que a curiosidade era cuidado disfarçado. 
— Me desculpe te dizer isso, mas você consegue ser bem egoísta com sua inconsequência.  
— Eu não tenho que te dizer tudo só porque você admitiu que é infeliz - Ele rebate quase instantaneamente. 
— Vou voltar pra casa — Anuncio, determinada. E dou meia volta, andando, chorando mais uma vez. 
Joel está certo. Ele não me deve nada só porque minha vida é um labirinto. Ele é só uma entrada sem saída. Mais uma delas. Não. Nenhum pouco. Joel é o garoto com o qual eu sonho desde que o ano letivo começou e seu melhor amigo me perguntou se eu estava saindo com alguém. O verdadeiro autor da pergunta era Joel. Ele é o centro de metade de meus poemas, das entradas de meu diário. Eu gosto tanto dele que, quando ele não aparece, me desfaço. Dia após dia, assisto no espelho minhas camadas sumirem pois estão com ele sei lá onde. A pele, os músculos, meus ossos, órgãos. Talvez ele seja mesmo menos inteligente que eu, talvez ele não entenda a complexidade do que pode fazer uma garota sentir. Eu gosto tanto dele que me odeio mais um pouquinho, odeio senti-lo em doses homeopáticas, odeio que quando estivemos juntos nenhum de nós teve coragem de tocar no outro. Eu quero que ele me toque, quero que ele me beije, quero que ele continue me desafiando, que ele seja um espelho trincado no qual enxergo minhas escolhas que não são minhas, eu detesto de ser tão jovem e amar alguém que não está lá. Às vezes o vejo esparramado numa carteira no fundo da sala e seu campo magnético me puxa para um lugar adjacente, tentando desesperadamente que não seja óbvio. Mas é óbvio. Todos teriam que ser idiotas para não ver. Ele deve ser um idiota para não ver. 
Então algo pior me ocorre: talvez ele veja, e ignore. 
Isso dói ainda mais. 
— Hanna! — O escuto e diminuo o ritmo. Eu quero que ele diga que gosta de mim. Talvez eu mesma diga — Me desculpe! — Ouço a distância e sinto mais lágrimas escorrerem, mais rápido. 
Ouço seu correr e nossos corpos se esbarram. Joel me segura, estamos frente a frente.
— Me desculpe. Eu não tinha o direito de dizer aquilo. 
— Aquilo foi muito escroto, Joel — As lágrimas continuam, mas minha voz não treme. Estou com raiva. Quero beijá-lo. 
— Eu sei. Você me chamou de egoísta, aquilo doeu também. 
— Desculpe. 
— Tudo bem. 
Nos encaramos, sem ter certeza de onde estamos. Joel me parar agora foi o mais próximo de contato físico que já tivemos, além das mãos dadas. 
— Joel… — Engulo em seco — Você realmente me machucou. 
— Me desculpe. Saiu sem querer. 
Eu abro minha boca, mas nada sai. Sinto minhas sobrancelhas dançarem em meu rosto, não tenho ideia do que dizer. Eu sei o que quero dizer. Mas não acho que posso, não acho que ele entenderia. Não sei se ele aguentaria.  
— Eu— Resmungo — Eu— Percebo que Joel segura minhas mãos — Quer saber porque doeu tanto? — Minhas sobrancelhas permanecem juntas, estou com raiva. 
— Por quê? — Ele quase me desafia. 
— Por que eu — Solto sua mão e esfrego meus olhos. 
— Eu gosto de você, Hanna — Joel interrompe meu raciocínio — De verdade. Eu penso em você… O tempo todo! Eu sei o quanto minha família fica brava quando eu sumo, e não quero que você fique também. Por isso disse aquilo. 
— Você não tem ideia, tem?
— Do quê?
— Quando você some… — Arrasto as costas de minhas mãos sobre os olhos — Eu já sinto sua falta. Eu fico… Arrasada! — Confesso — E eu não sou amiga dos seus amigos, não posso perguntar nada. Fico me importando sozinha.
Vejo seus olhos se iluminarem.
Honestamente? Eu quero sair andando. Sozinha. Sem Joel. Quero mesmo. Eu preferia sofrer com sua ausência sem que ele soubesse que a sinto. Não acho que minha frustração vai impedi-lo de fazer o que quer. Eu só vou me sentir pior daqui para frente. É isso que acho. 
— Você se importa comigo?
— Eu… — Arrasto minhas mãos sobre meus olhos — Eu só quero estar com você — Me impeço de proferir que o amo — Eu quero que você me beije, me toque, me conte suas— 
Sinto os lábios de Joel apertarem os meus. Ele nos separa. Estou em choque, paralisada. Aquilo foi melhor que qualquer xarope. Ele chega perto lentamente e encaixa seus lábios nos meus. Joel tem gosto de tabaco e canela. Sinto suas mãos segurarem meu rosto e meus braços envolvem seu pescoço. Eu mal consigo respirar. Ele também. 
Fazemos o caminho de volta para minha casa abraçados. Precisou de muito para que eu não lhe pedisse para entrar pela janela mais tarde. Agora que ele era meu, não queria que escapasse. 
Paramos na soleira da porta. Nossos lábios se grudaram novamente, por tempo indeterminado. 
— Tchau — Disse Joel finalmente, andando em direção ao seu carro. 
— Te vejo amanhã? — Gritei da soleira, mas ele não me ouviu.    
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ceulajeado · 2 months
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dia desses, atravessando a rua que vai pra onde os coitados não têm vez, com uma garrafa de Santomé quente na mão, comentei com um falso amigo que o fim do amor é como um pai incompreendido que volta bêbado do bar, espanca, chuta, xinga, cospe, depois adormece no chão da sala, e quando acorda, vê o sangue nos dedos, a mulher com o olho roxo e os filhos chorando silenciosamente no canto do quarto, e percebe o que fez, então se levanta, toma um café meio amargo, fuma um cigarro, dá um beijo na testa de todos, diz que vai ficar tudo bem e sai pra trabalhar como se nada tivesse acontecido porque encarar os próprios atos exige uma certa estupidez humana, mas há a esperança de que ele nunca mais vai volte, e até que a superação se torne num singelo vôo de andorinha, suave e tranquilo, a ansiedade e o medo apita ao menor ruído da maçaneta.
de fato, certas coisas nunca vão acabar e certos fins sempre recomeçam, porque o amor sempre volta, o amor sempre volta, e às vezes traz flores, às vezes traz chocolate, às vezes dá um soco na costela antes de sumir, às vezes um chute no estômago. você nunca se esquece de quando foi amado e de como isso foi trágico no final.
de qualquer maneira, amor, quando for embora, tente apenas fechar a porta de casa, sem muito alarde, por favor, minhas costelas já foram quebradas antes.
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3mocionado · 2 months
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Depois de um dia de sol... Tempestade.
Te mandei uma mensagem. No início, tudo bem. O meu e o seu melhor amigo aniversariavam no mesmo dia: 9 de março. Fomos aos aniversários, separadamente. Você me contou como foi o seu rolê, eu te contei como foi o meu. Estava ansioso para contar as fofocas que havia descoberto e mostrar as figurinhas que havia criado de fotos suas. Sempre te contei tudo e sabia o quanto detestava aquela amiga que havia tentado me beijar quando namorávamos e que, por fim, acabou conseguindo quando terminamos. Na empolgação, te enviei uma figurinha dela. Você se irritou. Confesso: vacilei. Então te enviei uma figurinha sua, achando que você iria se divertir e logo esquecer do ocorrido. Mas você só ficou mais irritada. Monossilábica. Como de praxe, perguntei se estava tudo bem e você me falou que não. E no momento, me irritei. Achei que, como de costume, você estava cansada e descontava em mim. Mas enquanto escrevia percebi que vacilei. É, vacilei. Quem se irritou foi eu de ter provocado e ter sido tratado com pouco caso. Mas antes que pudesse ter compreendido tudo isso, enviei mensagens para você. Quando vi que não recebia mais, eu aproveitei para usar a técnica das cartas não enviadas, aquela em que você escreve cartas desabafando, mas que nunca serão entregues. Bem, você passou a recebê-las e me desesperei em apagar todo aquele discurso de ódio que tinha enviado a você. Espero que não tenha lido.
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isamejia · 1 year
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Latin Mafia
Latin Mafia desde mi perspectiva, es un deleite musical para los oídos. No estoy completamente segura del cómo descubrí a Latin Mafia, pero sé que fue en Spotify, en un momento en el que me encontraba desesperada por encontrar un sonido nuevo que me pusiera la piel de Gallina. La primera canción que escuché de ellos y que me atrapó por completo fue Julieta, sobre todo por la mezcla de géneros que se encuentran en ella; Inicia con una base de lofi y crecientemente se introducen los ritmos urbanos latinos que claramente están inspirados en el dance hall y termina con un gran ritmo dembow y que deja con ganas de más.
Inmediatamente, publiqué una historia en Instagram para mostrar mi gran descubrimiento musical del día y mi amigo Alan Viveros respondió con un mensaje que decía: “escucha Ciudad de las Luces”. Hago la misma recomendación a ti que estás leyendo esto y si es que no has escuchado a Latin Mafia aconsejo que cuando le des play a esta canción, cierres los ojos y sientas como cada parte de ella acaricia tus sentidos.
El día de hoy viernes 27 de enero del 2023 lanzaron su más reciente canción Flores junto con un video oficial que grabaron con nada más que un celular y un tripié en la esquina de una calle. Los tres artistas mencionaron que las ganas de hacer arte no tienen límites y el escucharlos hablar con tanta pasión de lo que hacen me hizo conectar aún más con su música porque me sentí identificada como artista con el hecho de que el crear arte viene desde las entrañas y del querer expresar nuestra voz con tal intensidad que no importa cómo ni los recursos pero lo haces y el reconocimiento es simplemente un extra que llega como parte de componer una obra con amor.
Latin Mafia tiene un lugar enorme en mi corazón porque son mexicanos, es el tipo de música que busqué por mucho tiempo y porque ellos como grupo y como individuos son personas brillantes.
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Image Source: itslatinmafia on Instagram 
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15h00 · 1 year
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Pequenas coisas
Eu estou cansada. Cansada de apenas eu me importar, cansada de ver tudo se passando diante de mim sem poder fazer nada, de ter a mesma rotina desenfreada e cansativa, de ouvir tantas brigas, cansada de estar cansada. Mas, ainda sim, não consigo estar cansada de mim.
Não consigo estar cansada de mim, sei que sou uma caixinha de surpresas repleta de confusão, sou uma bagunça difícil demais de se entender, e, por mais que não pareça, eu gosto do que eu sou. Gosto do meu tempo fazendo besteira, das minhas risadas para uma situação criada pela minha cabeça, lágrimas por um acontecimento inexistente que criei em 5 minutos, gosto das sensações que sinto cada vez que escuto aquela música que eu tanto amo.
Bem, eu gosto de tudo mas acho que faltam mudanças na minha vida. Partes eu quero sim mudar, mas a pequenas coisas que eu não trocaria por nada. Eu não trocaria minhas tardes sozinhas, não trocaria minhas conversas profundas comigo mesma, não trocaria o carinho que sinto pelo meu gato, não trocaria meus poemas, não trocaria minhas palavras tão amarguradas pelo tempo em minha boca, não trocaria minha caneta velha que estou escrevendo isso, não trocaria as horas perdidas por estar estudando, não trocaria, de nenhuma maneira, as pequenas coisas que eu mais amo por nada.
Quem sabe isso faz parte do momento, da adolescência confusa que tem ficado cada dia mais difícil de se entender e compreender? Quem sabe, que, na verdade, eu irei levar isso todos os dias da minha vida? E, quem sabe, que, se um dia eu vou me lembrar, fielmente, de todos meus sentimentos tão vívidos?
Tudo é confuso hoje, ontem faz horas que aconteceu e, de repente, por causa do tempo, já se faz anos. 
-Lyra
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criador · 1 year
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eu tô cansado emocionalmente desse game
É sempre um gesto simples que me pega. Estava de cabeça cheia, meio disperso e sem foco. Com minha cara fechada, te vi de longe, você estava olhando para mim e sorriu. Eu desmontei, tive que ceder. É sempre assim, um gesto simples me pega de jeito. Você me monta e desmonta, apea e remonta com bastante facilidade. Difícil é resolver um cubo mágico. Eu tenho feito um esforço imenso para te ignorar, e você tem percebido. Por vezes, minha visão periférica capta você olhando pra mim, quase dizendo alguma coisa, e desistindo logo em seguida. Eu não compreendo por quê você é assim. Como consegue se achegar tão indubitavelmente até a mim e fugir no momento exato em que eu retribuo. Parece que você só me nota quando eu sou frio, só me enxerga quando eu não estou olhando pra você. Eu não tenho mais idade para esses joguinhos. O amor pra mim não é mais uma necessidade, ou uma recompensa. O amor é só uma escolha. E todos os dias eu escolho onde depositar esse amor. São muitas as possibilidades, tantos os caminhos, diversos os meios. Mas nada me instiga tanto quanto a sua alma, a energia que você emana. Eu tento não levar nada disso muito a sério, mas parece que o tempo fez com que isso entre a gente virasse uma burocracia. E agora temos uma coisa burocraticamente séria. E eu não sei como retirar tantas camadas que foram impostas, tantas etapas que foram acrescentadas na distância que separa meu corpo do seu. E por falar em corpo, benza Deus, meu filho! Como você cresceu... Eu quase comentei isso hoje, mas eu não estava com humor suficiente. Na verdade, eu optei por não trocar muitas palavras contigo hoje. E você não poderia deixar isso passar. Ficou no aguardo, me cutucou, implicou, até me arrancar algum sorriso. Por fim, mesmo sem eu ter mencionado nada, você reclama que eu estou estressado. Mesmo sendo verdade, eu não consigo deixar de me surpreender em como você percebeu isso. E quanto tempo ficou calado até me dizer que notou, que viu que eu estava estressado. Eu nunca conheci alguém tão observador quanto eu. Tão fofoqueiro eu até conheço, mas observador, não. E milagrosamente, você é os dois! Infelizmente, isso não é um game, e se fosse, eu sequer estaria jogando. Eu não sei o que é isso que me traz de volta pra você, não importa o quanto eu tente me distanciar. Meu pescoço é viciado, e gira em sua direção toda vez que você passa. E quando eu me recuso, você dá um jeito de chamar minha intenção. Eu não tenho paciência para esses joguinhos, mas você está me mantendo cativo nesse jogo, como se eu fosse o player principal, sempre preso na primeira fase. 
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carolinareyestorres · 7 months
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El covid, la guerra de Ucrania y ahora los ataques terroristas a Israel y los bombardeos a la Franja de Gaza en esta crónica
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Crónica #1
Yohander llegó en la noche; tenía en sus ojos la marca del mal. (eso había dicho Ramona) lo vio entrar apurado, las manos se le movían dentro de los bolsillos. Vení sentate, le dijo con un plato de caraotas negras en la mano. sentate a comer papi, que están muy buenas. Ramona cuenta que sintió en el pecho la puñalada del presentimiento cuando Yohander le dijo que no y soltó una risa nerviosa que le abrió asustado los ojos. Esa puñalada decía Ramona era la misma que sintió cuando le operaron de apendicitis al hijo. La misma cuando en una misa de aguinaldos escuchó los disparos del CONA a las 2:00am en la iglesia. La misma que sentía ahora. ¿Y cómo no? si en la calle al negrito cómo le decían por cariño, la policia lo había arrastrado hasta la calle y lo tenían arrodillado detrás de una patrulla. El policía le pateaba el estomago y le gritaba que le iba a meter un balazo en la cabeza. La pistola desenfundada brillaba como le brillaban los ojos verdes de fiera al policía. ¡Quitate! ¿vos sois burro acaso? le gritó Ramona al policía. ¡Dejá de darle patadas al muchacho! ¿Quien es usted ah? Yo soy la tía le dijo Ramona quien miraba a la abuela parada detrás de las rejas de la casa. Ramona pensó que era un peligro. No debía estar allí, en cualquier momentos se podría escapar un tiro. Deje al muchacho dijo Ramona para luego sentir el frío del pistolon que le reposaba en el cuello de jirafa. Ramona miraba el suelo y veía sangre, veía la boca del ensangrentado que la escupía y el frío de la pistola que la mantenía tensa le hacía subir la mirada para verle los ojos coléricos al policía que parecía una fiera que le iba a comer la cara. Le acusaron de robo en el expediente, un ladroncito. La mala suerte de haberse atravesado con la amante del policía ojos de fiera; ella que testificó que le asaltó, allí en la entrada de la alcaldía, por allí cerquita de su casa. Ella parada en sus tacones gigantes y agarrada a la cartera dijo que lo metieran preso. Ella, la dueña de una boutique viviendo en este pueblucho donde un día la iban a encontrar muerta. Lloraba, el policía su amante anotaba todo. Ramona afuera de la fiscalía esperaba, dijeron que al negrito lo soltaban en la noche. Eso no pasó y lo metieron preso. Si me dais cinco mil bolívares lo suelto dijo el oficial. Ramona no tenía plata y al negrito le tocó entender. ¿Quién iba a saber? nadie sospechaba, quizá la madre pero lo negaba… ¿Quién pregunta esas cosas? Se lo llevaron al Vigía y Ramona decía para consolarse, que cómo el negro prestó servicio militar, allí se sabrá defender. Le llevaba la comida a esa cárcel que era mas un gimnasio grotesco, iba todas las semanas y oraba con él. le llevó una biblia, una almohada y la comida para tres días que el tenía que rendir. Nunca le regañaba, no creía en los castigos, Ramona lo visitó hasta en los días de las revueltas donde murieron mas de cien muchachos, balaceados o decapitados en las comunes guerras entre pandillas. El negrito sobrevivió dice Ramona. Es que él fue al cuarte, repite. El negrito sabe los trucos para arrastrase entre los cuerpos y esconderse entre la sangre. La cárcel aquel gimnasio brutal, aquel mastodonte de rejas, quedó débil de tanta bala, de tanta bomba. Que se mueran esos malos hijos, que maten a todos esos malandros. Yohander nunca mató y casi lo matan allí. Salió al tiempo cuando hicieron el traslado de reos; lo liberaron por tener un cargo menor, días después llegó a la casa con un bolsito con la poca ropa que le quedó y el cuerpo tan flaco que parecía un gancho de ropa donde le colgaba la piel.
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La Medellín de Chaparro
Un jueves, a las diez de la noche, en un paradero de bus de Carabobo en Medellín, tomé ruta hacia mi casa. Antes de subirme al bus, crucé palabras con otra chica que también lo esperaba. Hablamos de la miopía que tenemos, mientras intentábamos adivinar el bus correcto a lo lejos. Al subirme al bus, busqué un asiento cerca de la ventana porque ver las gentes afuera suele ser una actividad que disfruto. En esta ocasión, no tuve que recurrir a observar por la ventana: el bus estaba repleto de historias.
La luz estaba apagada y sonaba " Después del adiós" de Los Gigantes del Vallenato. En la parte trasera, un hombre cantaba al ritmo de la música mientras la estrofa se reproducía en el bafle: "será capricho de este amor, querer que vuelvas junto a mí" (...)
Había un olor a alcohol que desconocía de dónde provenía. Se podía percibir en las voces de aquellos pasajeros nocturnos, quienes parecían estar acompañados por la embriaguez, la euforia y la melancolía. ¿Acaso había tomado la ruta 34 Meissen? Después de un par de minutos, los olores se mezclaban y ya no reconocía ninguna diferencia en mí y el aroma del resto.
La chica con la que había cruzado palabras se disponía a bajarse y sonreía, pero como suele ser costumbre, evitó la sonrisa de una extraña y simplemente se fue. Hubo una estrañeza en mi piel debido al hastío de la rutina, pero rápidamente se me pasó cuando un pino casi atravesó la ventana al pasar por una calle muy estrecha. Terminé con las piernas cubiertas por hojas, lo cual me situaba de nuevo en la oportunidad de contemplar aquella noche de ruta por Carabobo, en Medellín.
El conductor del bus, mientras conducía, abrió y cerró fuertemente su puerta. Según conversaba con su copiloto, parecía que en cualquier momento saldría volando debido a que la puerta se iba aflojando con los baches y la velocidad. Mientras tanto, yo estaba sentada, con ganas de prender un cigarrillo y disfrutar el espectáculo, de la gente, de la gente los jueves a las diez de la noche en la Medellín de Chaparro.
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