#Quero Andar Com Cristo
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| and it was, enchanting to meet you
— player! ran takahashi × OC
— gênero: fluff, amor à primeira vista.
— conteúdo/avisos: os diálogos que aparecem em itálico são em inglês.
— word count: 10,2K
— nota da autora: meu primeiro one shot do ran (e espero que não o último), foi super gostoso de escrever e espero que vocês curtam ler também!
Melissa P.O.V
Faltavam cerca de 2 horas pra estar no aeroporto e estava aqui rodando meu apartamento atrás dos meus fones. Quero acreditar que Milo, meu gatinho, não tem nada a ver com o sumiço dos meus belos companheiros de viagem. Sei que é um tempo grande porém preciso chegar com antecedência pois acredito que esteja cheio.
Consegui alguns dias off do meu trabalho na FUNAI de Cuiabá e aproveitei pra colocar minha lista de afazeres do fim de semana em prática. E estes em questão seria, vôlei. A VNL (Liga das Nações de Vôlei) estará passando por terras brasileiras nessa semana, e como grande fã do esporte, e agora, com condições de presenciar, resolvi me presentear com isso. Com dois ingressos para partidas na sexta e no sábado, para ver respectivamente, Brasil e Japão jogarem (contra Cuba e Canadá), passarei 6 dias longe de casa.
Esse ano novamente a sede será no Rio de Janeiro, onde tenho um pouco de receio de ir, porém vou fazer o melhor pra me acalmar. Só verei dessa vez a primeira parada das seleções em solo brasileiro, se pudesse iria vários jogos, mas preferi reduzir ao máximo. Os jogos serão no Maracanãzinho, o qual sempre tive vontade de conhecer, e a casa da medalha de ouro dos jogos do Rio 2016.
Com passagens de ida e volta, e hospedagem prontas, achei meu fone e peguei tudo que precisava. Milo estará sobre os cuidados de uma babá de animais e com meu coração morrendo de saudade do meu filhote. Vou estar saindo da minha cidade numa quarta e voltando em um domingo de madrugada, pensando em deixar um espaço razoável para tudo. Chegarei ainda de tarde no Rio e vou aproveitar pra andar e comer algo por lá.
Além é claro de estar ansiosa para ver os jogos, estou ainda mais pra reencontrar uma amiga que não via à anos pela mudança de moradia, Amanda. Vou me encontrar com ela na quinta, um dia antes do jogo do Brasil para matarmos a saudade, já que ela vai ver se consegue um ingresso para o jogo do Japão, que sinceramente, peguei porque estava no pacote. Só não pensei de ter uma sorte tão grande e ser sorteada, ou selecionada como preferir, pra assistir um jogo/treino deles privado. Obviamente iriam outras pessoas, mas ainda me choca algo assim acontecer comigo.
Esse treino seria no fim da tarde, umas 16:00hs, então daria tempo pra mim e Amanda saírmos para comer alguma coisa por perto, já que esse treino seria no Maracanãzinho. Foi uma seleção feita pela própria VNL, todo ano eles selecionam algumas pessoas pra assisterem treinos das seleções que vão participar, e todas as seleções estão nesse pacote, e a escolhida para mim, foi a japonesa. Por ser treino privado não pode filmar ou fotografar, o que não será problema pra mim, mas acredito que eles liberem no final de tudo.
Como esperado o Rio estava pegando fogo. A cidade inteira movimentada e super viva, um clima gostoso e pessoas calorosas se espalhavam por todo canto. A vista do pão de açúcar e do Cristo é realmente algo que parece existir somente nos filmes, e que honra como brasileira que não é. Alugar um carro foi minha melhor decisão, se locomover sozinha é muito melhor e mais rápido. O hotel ficava perto do aeroporto, porém um pouco longe do ginásio, mas nada que me incomodasse.
Assim que cheguei fui ao mercado que tinha ao lado do hotel, comprei algumas coisas pra passar os dias, já que o hotel servia café, só almoçaria e jantaria fora, mas como tem frigobar e microondas no quarto, já ajuda. Avisei à Amanda que já me encontrava na cidade maravilhosa e nós marcamos de nos encontrar amanhã em um restaurante que fica à poucos minutos do ginásio. Passei o dia apenas descansando e deitada no quarto depois de almoçar e ir para orla de Copacabana, que é de longe uma das coisas mais lindas e que já vi. Voltei para o quarto de hotel para retocar minha chapinha e escova e descansar para os próximos dias.
* - - ☆ - - *
Acordei depois de uma boa noite de sono, já me preparando pra um dia cheio e agitado. Desci pra tomar um café leve no buffet do hotel, uma comida deliciosa. Voltei para o quarto para arrumar um look pro dia, confortável e estiloso, já que passaria o dia com ele e uma bolsa grande. O belo Rio de Janeiro parecia ter acordado de bom humor e resolveu mandar um dia ameno, até frio, o que me permetia usar um blazer, mas com uma regata de seda por baixo. Resolvo por uma calça social caqui e um cinto preto, combinando com a blusa, enquanto o blazer era um tom de cinza para complementar a calça. Coloquei meus bons e fiéis mocassim no pé para aguentar a andada do dia de hoje e terminei de fazer uma maquiagem leve e pentear meu cabelo, mesmo sabendo que vou prender ele depois. Me perfumei e peguei o que precisava pra sair.
Dirigir até o local foi com o trajeto mais pacífico possivel, e o mais belo também, já que a sombra do Cristo me seguia por boa parte do caminho. Liguei pra Amanda pra avisar que já estava chegando ao local, o caminho sendo mais rápido do que pensei, e a mesma me informou que já estava dentro do restaurante ao meu aguardo. Era um local a la carte, bem frequentado e bem ameno. Foi a comida mais deliciosa que comi em algum tempo. Pedi um fettuccine alfredo que vinha com iscas de carne, e de sobremesa a minha favorita, um petit gateau no ponto perfeito. Ficamos por ali, matando tempo até dar a hora de ir para o treino da seleção japonesa. Rever ela depois de tanto tempo é um afago no meu coração, por saber que sustentamos essa amizade por tanto tempo mesmo com a distância. Depois de nos despedir faltando meia hora pra começar tudo, fui atrás de um milkshake para saborear enquanto me acomodava dentro da arena e aproveitei pra comprar alguns chocolates.
Aos poucos, outras pessoas selecionadas iam chegando, quando adentrei a ��rea de treinamento alguns staff's da seleção japonesa e alguns fãs já estavam por ali, tudo bem organizado, onde os fãs podiam ver o que estava acontecendo e os rapazes poderiam interagir com os fãs. Tinha uma espécie de guia com a gente, que falou como tudo iria acontecer, explicou sobre como teve a iniciativa para esses projetos de assistir o treinamento e todo o desenrolar da história. Ele era bem simpático, e novamente reforçou que devemos manter os celulares ou qualquer captor de imagem desligados, que eles seriam usados apenas no fim do treino para caso quiséssemos tirar foto com os jogadores. Esses que por sua vez, acabavam de entrar na quadra.
Ao todo devia ter cerca de 20 à 30 pessoas no local, me sentei afastada de algumas que tinham acompanhante para também manter minha privacidade. Em sua maioria eram mulheres e algumas crianças, que estavam acompanhadas dos responsáveis. Algumas ali disseram que não iriam ver o jogo da seleção no sábado, portanto tentaram vir assistir o treino, já que resolveram trocar. A primeira fileira, na qual eu estava, da arquibancada, era protegida por uma rede, acredito que para evitar as bolas de chegarem ao público, afinal, é uma força e velocidade muito grande, e pode machucar alguém.
Os meninos eram um amor, cumprimentaram todo mundo no seu campo de visão, o capitão, Yuki Ishikawa, agradeceu a presença de todos e pediu para que aproveitassem o treino junto deles. Deveria durar cerca de 2 à 3 horas. Longo e extenso, mas aparentemente necessário. Enquanto o treino rolava, tinha som ambiente com algumas músicas e todas bem animadas, pra deixar o ritmo lá em cima, o que fazia inclusive alguns dos meninos dançarem, o que tornava tudo ainda mais engraçado. Eles estavam à todo momento fazendo o pessoal rir e interagiam muito com todo mundo, até mesmo os mais tímidos como Miyaura. Os extrovertidos como Yamamoto ou Sekita nem se fala, estavam numa festa só. Era um deleite ver eles, mesmo que seja treinando. Tinham uma energia maravilhosa e muita determinação. Não estava vendo o tempo passar.
Ran P.O.V
O clima do Brasil estava quente, como sempre foi, mas agora já é mais fácil pra nós como time, nos acostumarmos ao local e a temperatura provida por ele. Nossas instalações e agora, até o ginásio, contam com ar-condicionados de última geração pra manter o clima estável e agradável. Estar no Rio é sempre uma delícia, a vista, as praias, as pessoas, tudo aqui é tão acolhedor que sinto vontade de nunca ir embora, e quero jogar o melhor que posso para deixar nossos apoiadores felizes. E falando neles, vamos conhecer alguns hoje.
A VNL está com uma nova jogada, de selecionar alguns fãs para verem um treino de cada uma das seleções presentes na competição. Eu achei a ideia incrível, criar laços com nossos admiradores sempre me deixa mais confiante pra jogar, pois sei que independente do resultado, eles vão apoiar a gente e nos motivar de volta. E a troca com o público brasileiro é sempre tão incrível que parece que eles são japoneses e estão super por dentro da partida. Quando o público de um jogo é caloroso, a nossa energia aumenta em 120%, e não importa qual seja o final, saímos sentido que demos tudo que tínhamos.
A partida-treino seria às 16Hs da tarde, um pouco antes disso o local estava sendo preparado para todo mundo. Não seria permitido filmar, nem fotagrafar enquanto estivesse ocorrendo o treino, mas depois poderiamos tirar foto e falar com todo mundo. Como seria no fim da tarde resolvemos levantar um pouco mais tarde, por volta das 11hs para comermos um café da manhã leve e se preparar pro almoço. Bom, todos menos Yuki, que seguia uma rotina fechada à anos, mesmo que não se importasse de sair dela vez ou outra. Ishikawa já estava de pé quando meu corredor de dormitório desceu. Dividia o quarto do Yamamoto, nosso líbero titular, e na mesma faixa tinha Otsuka e Onodera dividindo quarto.
"Eu não posso dizer o alívio que é não dividir o quarto com Yuki dessa vez...", Onodera começa, com um tom de brincadeira na voz fazendo questão que Yuki escute, "é tão bom não ter um despertador que ronca perto de você."
"Você fala como se fosse um poço de silêncio Taishi..." Otsuka comenta.
"Espero que queira continuar tendo cabelo Tatsunori, e se quiser é bom ter cuidado com essa língua." sabia que a intenção de Taishi era a mais ameaçadora possível, mas fazer isso com uma colher de chá, não dava.
Só conseguia assistir aquela cena toda e rir, até sentir meu celular vibrar no bolso. Tirei minha atenção dos dois trocando provocações e fui ver a mensagem que minha mãe tinha mandado.
"Oi RanRan, como você está meu amor? Mamãe vai chegar amanhã junto de seus irmãos, vamos tirar o dia pra descansar pra ver o seu jogo no sábado. Assim que chegarmos no aeroporto em Dubai mando mensagem novamente. Por favor, se alimente bem e descanse bastante. Te amo uma vida. Até mais!"
Sorri ao ver a mensagem. Minha mãe era a mulher mais incrível do mundo, e seria sortudo de encontrar alguém tão maravilhosa como ela. Ter o apoio dela e da minha família era essencial, e apreciava muito o esforço que ela fazia pra estar sempre perto, quando podia. E eu a amava demais por isso.
"Ih olha só, o que foi cara de coelho? Mensagem de alguma pretendente?" Yamamoto começou, já me fazendo revirar os olhos.
"Quem dera, esse coitado tá numa seca maior que o do deserto. Tenho até pena dele." Otsuka, de todas as pessoas, comentou.
"Olha só quem fala, o cara que tá encalhado à mais de 4 anos desde que terminou um rolinho com uma menina lá no Japão." devolvi afiado, cerrando meus olhos. "Não era nenhuma pretendente, apenas minha mãe, falando sobre vir para o jogo aqui. Vou aproveitar e preparar algo para fazermos depois do jogo."
"Faz tempo que não vemos Sayuri mesmo. Estou com saudades dos abraços dela." Yuki tinha falado pela primeira vez no dia, e junto com seu comentário, nosso almoço chegou.
"Ela está bem ocupada com a loja de departamentos lá em Tóquio, o que é ótimo já que ela queria tanto isso à muito tempo. Mas confesso que ter a presença dela pra esse jogo me deixa mais aliviado. Gosto quando ela comparece."
"Ela disse quando vai chegar?"
"Aparentemente na sexta, vai descansar pelo dia e nos encontraremos no sábado." senti meu telefone vibrar novamente enquanto eles continuavam falando da saudade que estavam da minha mãe. Um número desconhecido agora se fazia presente.
"Oi meu docinho. Estava com saudades de mim? Eu estava morrendo de saudades suas meu benzinho. Estou louca pra te encontrar de novo. Até logo lindinho, da sua amada Homohori! <3 "
Senti um choque e um gelo passar pela minha espinha, me arrepiando por inteiro, tanto que deixei o celular e o garfo caírem na mesa. A minha surpresa não se colocava em palavras, principalmente porque me rescusava à acreditar na cara de pau daquela garota que jurei ter me livrado. Os meninos viram pela minha expressão que devia estar carrancuda, que havia algo de errado, e ao invés de perguntarem foram logo ao indício do problema, meu celular.
"Ah nem vem, essa garota de novo? Meu Deus, ela não tem mais o que fazer não?" Otsuka perguntava tão irado quanto eu. Era muito próximo de todos do time e tínhamos uma relação ótima, mas eu e Tatsunori éramos amigos desde o colegial, crescemos juntos. E ele estava lá comigo quando tudo entre mim e Homohori desmoronou, por culpa dela.
"O que aconteceu?"
"Aquela sem noção da Homohori ta infernizando a vida do Ran de novo. Jurei que essa coisa tinha sumido de vez, mas ela sempre dá um jeito de voltar que nem um espírito obsessor. Ela errou e ainda se dá ao direito de querer estar certa. Uma cretina!"
"Ela teve coragem de te mandar mensagem Takahashi? Mas você não tinha bloqueado o número dela?" Yuki pergunta preocupado.
"Apaguei, bloqueei, fiz de tudo pra sumir com tudo dela da minha vida, mas ela sempre tenta reaparecer, como uma praga que me persegue. Sinto que nunca consigo ficar livre de vez dela, e não sei mais o que fazer." já podia sentir aquela história mexendo comigo de novo, depois de tudo que passei pra superar tudo que houve, e de como isso quase afetou minha carreira.
"Olha, não se preocupa com isso agora, tenta ignorar ela por enquanto, bloqueia ou silencia o número que ela te mandou mensagem e vamos focar em outras coisas. Temos um treino aberto à público hoje e vamos poder interagir com várias pessoas pra nos animar e você principalmente. Qualquer coisa a gente arruma até uma gatinha pra te desafogar dessa fossa." Yamamoto brincou, mas sabia que ele falava sério se pudesse.
"Eu vou passar a parte de arrumar uma 'gatinha' Tomo, não to nas melhores pra ficar com alguém com essa coisa na cabeça, mas agradeço a oferta." bati em seu ombro como gesto de agradecimento, "E tenho que lembrar que minha família está vindo pra me apoiar, e tenho vocês aqui, logo logo essa mensagem dela vai passar como um vulto por mim."
"É isso ai, esse é meu amigo, num dá palco nem atenção pra essa maluca não. Temos muito o que fazer pra ficar pensando nessa fracassada." ri do comentário que Tatsu fez, mas tinha verdade ali. Deixei meu término com ela me afetar demais, e não ia deixar ela fazer o mesmo depois de 2 anos que tudo acabou.
Terminamos de comer e fomos dar uma caminhada em volta do hotel que estávamos. O pessoal do Brasil é caloroso, mas ao mesmo tempo super respeitoso. Vêem a gente e mesmo ficando animados não surtam ou algo assim, gosto muito disso neles. Ficamos descando no hotel até dar a hora de irmos para o ginásio começar o treino. Nosso novo treinador era super divertido. Era americano, se chamava Michael Dessner. Treinou várias seleções por anos e em todas elas conseguiu títulos, olímpicos ou não, mas mantinhamos contato com Blain, já que era quase um pai pra gente.
Quando chegamos ao ginásio tudo estava equipado e pronto pra nos receber, e basicamente todos os fãs selecionados já estavam lá. Iríamos fazer nossa rotina de treinos de sempre, o que servia pra descontrair o clima. Dentro da quadra estava um clima agradável, meio gelado por conta dos ar-condicionados e todos os equipamentos estavam em ordem. Entramos e o público presente cumprimentou a gente. Yuki fez a introdução junto com o treinador de todos nós e nos dirigimos à começar o alongamento.
Tinha música ambiente e uma iluminação legal, um clima maravilhoso e me senti extremamente bem enquanto conversava com meus companheiros de time e falávamos com os fãs que conseguíamos ver uma vez ou outra. Fizemos uma rodinha para um alongamento em grupo, separando 6 para cada lado, para iniciarmos uma pequena partida de 3 sets. Do outro lado da rede enquanto trocava bola com Kento, vi o sorrisinho de Otsuka adentrar meu campo de visão, e lhe lancei um olhar confuso. Pedi licença para Miyaura e fui falar com ele, enquanto o moreno se revezava com Kai para os passes.
"O que foi? Que cara é essa?" perguntei enquanto limpava um pouco do meu suor na blusa.
"Do que você ta falando? Minha cara ta normal..." ele não conseguia nem mentir.
"Desembucha logo Tatsunori, a gente não tem o dia todo aqui." me apoiei na rede segurando entre os furos.
"Olha, não vem me matar por favor, nem querer falar nada, eu só to comentando contigo porque somos amigos e somente." meu olhar impaciente já devia ter sido uma deixa pra ele continuar, "Mas Ran... Tem uma gatinha aqui assistindo ao treino, que meu colega..." ele falava enquanto brincava de deslizar na rede, como se tivesse derretendo. Idiota.
"Ah fala sério né Otsuka, você tava com essa cara de pamonha por causa disso? Sempre tem garotas bonitas em treinos e jogos cara, você nunca percebeu? Faça-me o favor." falei já me virando pra voltar aos trabalhos.
"Eu sei disso seu imbecil, mas essa daqui ta de sacanagem. Inclusive deve ter muita menina por ai que a gente já pegou ou já viu que deve ser bem mais bonita que essa aqui, mas cara, to falando sério, tem uma coisa nela, que meu irmão..."
"É só mais uma garota bonita que veio assistir nossos jogos/treinos Tatsu." tentei dispensar ele de novo.
"Vai pensando isso, mas quando você olhar pra ela, você vai entender o que eu to falando." ele bateu o verso da mão no meu peito, pra chamar atenção.
"Então ta sabichão como ela é? Já que aqui tem várias pessoas juntas." ele estava na intenção de apontar a direção que ela estava, mas o técnico chamou a gente pra começar saque e recepção, e Tatsu só me deixou claro uma coisa.
"Ela está de óculos e cabelo solto. Com uma tatuagem no braço. Você vai saber." e foi embora pro seu lado da rede.
Até pensei em olhar em volta pra conferir o que Otsuka tinha dito, mas todo mundo já estava se posicionando para começar a primeira parte do treino, então resolvi ignorar. Por enquanto.
* - - ☆ - - *
A rodada de saques e recepções foi muito divertida, como sempre é quando jogamos juntos. Apesar de não estarem mais na seleção, jogadores como Kentaro, Yamauchi e Yuji, que está de férias enquanto aproveita o casamento com Sarina, sempre tentam comparecer quando dá, e hoje foi um desses dias. Ter eles por perto é tão bom e revigorante, sempre aumenta nossa energia. Nessa primeira parte do treinamento fizemos uma espécie de jogo, de um set apenas, para aumentar a produtividade do time. Mas assim que começamos a nos alongar pra começar uma partida mesmo, o organizador da VNL no Brasil e nossa comissão técnica entraram em quadra, aparentemente para dar um aviso.
"Olá pessoal, muito boa tarde para todos aqui presentes, é uma honra está dividindo esse momento com vocês, que são nossas primeiras experiências desse novo projeto que iremos levar pro mundo todo!" o público presente aplaudiu e alguns assoviaram.
"Bom, os meninos podem continuar se alongando que aqui a gente vai dar inicio à nossa segunda parte da dinâmica. E pra isso, eu gostaria de saber de vocês, quem aqui entende um pouco de vôlei?" Michael perguntou, enquanto continuávamos o alongamento, e algumas pessoas levantaram a mão. E fiquei intrigado pela pergunta, onde ele queria chegar?
Troquei olhares com o pessoal que estava do outro lado da rede, ambos tentando entender do que se tratava, mas aparentemente ninguém sabia.
"Bom, vamos fazer o seguinte, para não comprometer ninguém do time e deixar todos eles participarem da dinâmica do treino, a gente vai chamar alguns de vocês para fazerem a parte 'jurídica' do nosso jogo, que tal?" o misto de surpresa e confusão foi completo. Tantos os jogadores quanto os espectadores não sabiam reagir aquela informação, mas estávamos igualmente animados.
"Rapazes, terminem o alongamento, com calma, e nós dois vamos selecionar as 6 pessoas que vão participar da nossa dinâmica." concordamos e voltamos ao passos finais do alongamento.
Estava tão absorto com a notícia, falando com meus companheiros de time que mal consegui reparar quando Otsuka terminou de falar com nosso técnico, e assim que eles cessaram o assunto, seu olhar se voltou pra mim. Com um sorriso ladino e um piscar de olhos com as sobrancelhas arqueadas, se virou e me deixou indagando, o que ele tinha aprontado?
Melissa P.O.V
Eu queria fingir que o que acabei de escutar era mentira. Chamar pessoas, pra descer lá, e interagir de perto? Era mentira, invenção da minha cabeça. Só podia ser! Desde que eles entraram em quadra a atmosfera estava radiante, e ver eles jogando e se divertindo era um acalento no coração. Achei muito fofo que Otsuka estava sempre interagindo com o local que eu estava, e o pessoal que estava perto de mim adorava, e eu também. Ele era muito simpático, e mesmo de longe, tentava falar com a gente. E isso para todos do time, que desde que chegaram era uma atenção super dividida para todo mundo se sentir incluído. Mas isso?! Isso era mais do que qualquer coisa que já pensei que fosse ocorrer hoje. E não digo isso no sentido de que sei que vou ser escolhida ou qualquer coisa, mas pra qualquer um aqui presente, e caso seja verdade o que o diretor da VNL falou, que isso irá acontecer em todo treino com público, é uma oportunidade única.
Era um turbilhão de coisas que passava pela minha mente, tanto que minha cabeça ja começava a doer. Estava tão absorta dentro de mim que mal senti quando estavam me cutucando e chamando minha atenção.
"O que houve?" perguntei tanto me situar novamente no que estava acontecendo.
"Olha lá, estão apontando pra você e te chamando! Acho que é pra você acompanhar quem vai participar do treino! Vai lá!" uma moça de cabelos ruivos e cacheados ao meu lado comentou.
Comentou e eu não acreditei, porque me esforcei pra não entender, pois não podia ser verdade.
Mas quando olhei para mais baixo de onde eu me encontrava, vi o técnico da seleção japonesa, e o diretor da VNL, com mais 5 pessoas ao seu redor, 3 homens e 2 mulheres, e aparentemente, faltava a sexta, que seria eu. Tentei acalmar meu coração enquanto colocava meu blazer e subia um pouco a manga e prendia meu cabelo em um rabo alto de cavalo. E comecei a aspirar dentro da minha mente, não estava com roupa apropriada pra fazer nenhum tipo de exercício, e mesmo que estivesse, eu não sei dar um passo em direção à bola! Tudo que sei de vôlei é tecnicamente falando!
Um calor desconhecido se dissipava em mim, se espalhando por todo meu corpo, tentei manter a compostura o máximo possível quando cheguei perto dos homens de alto escalão na minha frente. Fui o mais educada possível com todos, inclusive o pessoal que estava lá, que era mais fácil de se comunicar pois todo mundo falava português. Eles nos guiaram para dentro da quadra e o ar parecia mudar drasticamente. O cheiro de gelol e salompas invadia tudo, era um pouco mais quente por conta dos corpos suados que estavam por ali. E olha, não querendo ser essa pessoa mas que corpos... Era bem óbvio que eles eram mais altos que eu, mesmo não sendo tão baixa com meus 1,75cm, mas ali era bem mais diferente.
Eles pareciam maiores, mais altos, mais largos, mais fortes, e bem mais bonitos e simpáticos de perto. Por engrenagem do destino ou não, Otsuka foi o primeiro a me cumprimentar com um tchauzinho, não conseguia acreditar que ele me reconheceu, e devolvi com um sorriso singelo. Passando meus olhos por todos os jogadores via o quão irreal era estar ali. Até os chefes voltarem a falar.
"Bom pessoal, primeira pergunta, todos aqui entendem inglês? Acredito que seja a língua mais fácil de comunicar com todos aqui." eu e dois rapazes assentimos, os outros três ficaram receosos mas disseram que o básico entendiam.
"Bom, qualquer coisa a gente pode ajudar. Eu sei um pouco de japonês, então posso tentar intermediar um todo." um rapaz comentou e todos concordamos.
"Bom, se apresentem todos pra gente explicar como vai funcionar tudo. Digam nome e idade por favor!" da esquerda pra direita, onde eu estava, começou.
"Olá pessoal, me chamo Fernando e tenho 26 anos!" um rapaz moreno, de estatura média, se apresentou primeiro.
"Oi! Me chamo Alice, tenho 17 anos!" uma garota de óculos, baixinha e de cabelos crespos presos falou agora.
"Oi gente, prazer, meu nome é Marcos e eu tenho 30 anos!" ele tinha barba, com olhos claros e também usava óculos.
"Olá! Eu sou a Vanessa, tenho 27 anos de idade!" uma morena, alta, de cabelo curto falou dessa vez.
"Oi gente, tudo bem? Me chamo Nicolas e tenho 25 anos!" o rapaz do meu lado falou, tinha cabelos castanhos claros e era um pouco mais alto que eu, tinha olhos verdes, bem bonitos. E ai chegou minha vez.
"Olá meninos, boa tarde! Me chamo Melissa e eu tenho 23 anos. É um prazer conhecer vocês." minhas mãos suavam enquanto eu falava, mas me aliviei por conseguir dizer o que queria. Todos nos cumprimentaram se curvando um pouco e o diretor da VNL voltou à falar.
"Bom, a dinâmica vai funcionar da seguinte forma: os meninos vão se dividir em dois times de seis com um reserva para entrar, jogaremos 3 sets, mas se algum fizer 2x0 primeiro, acaba. Vou precisar de duas pessoas para ficar no placar, para mudar os pontos de cada um dos times, dois para ficarem em um lado da quadra com as bandeiras pra conferir a trajetória da bola, assim como nos jogos profissionais. E mais dois para serem os juízes que vão apitar a partida. Um no chão perto da rede, e outro acima da antena. Tudo bem?" era bastante informação, mas dava certo para se organizar.
Eu e Nicolas iríamos ser os juízes (depois de muita discussão), Alice e Vanessa iriam ficar no placar e Marcos e Fernando com as bandeiras. Agora seria ver quem iria ficar na antena, e na rede. Yuki se aproximou de onde a gente estava para saber como estava o andamento, e como capitão e um dos melhores ponteiros do mundo, ele tinha uma presença exuberante e muito marcante. Me senti um pouco intimidada com o tamanho dele, ele era ainda maior pessoalmente, e bem bonito também. E percebi atrás dele, outra presença também vindo em nossa direção. Ran. Senti minha respiração falhar. Minhas mãos voltarem a suar. Um calor passa pelo meu corpo. E meu Deus... Como ele era bonito.
"Olá pessoal como estão? É um prazer conhecer vocês, eu sou o Yuki, capitão do time, e esse aqui é o Ran, nosso ponteiro. Estamos por aqui pra saber sobre os juízes, quem ficará em cada posição." ele tinha uma voz solene, mas firme. Exalava confiança ao falar. Típico de um capitão.
"Olá Ishikawa, bom, nesse caso eu gostaria de falar com vocês sobre isso. Mesmo que isso não interfira em nada, quem dos dois sabe mais de vôlei, num contexto geral?" Eu e Nicolas nos entreolhamos
"Eu sei basicamente o que vejo na TV, acompanho em Olimpíadas e coisas assim. Nunca tive contato muito próximo com o esporte, apesar de gostar muito. Sei o básico das regras." ele admitiu, e eu assenti da mesma forma.
"Aqui é do mesmo jeito. Assisto vôlei desde muito nova, sempre fui influenciada pela minha mãe, mas sou péssima jogando, a bola simplesmente me odeia. E assim como Nicolas, eu sei o básico, mas até que entendo bem as regras. Sobre toques, conduções, etc."
"Bom, não será um jogo sério nem uma final pra vocês apitarem, então podem ficar tranquilos." rimos um pouco pelo tom de voz de Yuki. "O que teremos aqui mesmo é só pro básico do vôlei, toques não permitidos, toque na rede, toque de bloqueio. A parte de invasão de linha ou de quadra, até mesmo toque na antena vocês não tem que se preocupar. Aqui é o puro suco mesmo, apenas um treino! Então fiquem à vontade." ele falou enquanto tocava em nossos ombros, como uma forma de assegurar que não precisava de tanta formalidade e regras, e Nicolas completou.
"Bom então sendo assim, fazendo meu papel de cavalheiro, deixarei com que Melissa seja a primeira árbitra para o jogo." disse sorrindo pra mim. Yuki concordou e o diretor também, então tudo foi se aprontando.
Me entregaram os cartões e o apito, informaram apenas do tempo para saque e como funcionava a parte de gesticular com os braços. Ouvia tudo com muita atenção, pois não queria passar muita vergonha. Enquanto organizava tudo que precisava e repassava o que tinha que fazer ao decorrer da partida, e esperava pra subir na pequena cabine, senti uma mão encostar no meu ombro. Assim como senti o ar ser roubado dos meus pulmões quando virei. Ran estava ali. Na minha frente.
"Oi! Sou o Ran, muito prazer!" me apresentei novamente, só por educação, mesmo querendo dizer que obviamente sabia quem ele era. "Olha, só queria te dizer que não precisa ficar muito tensa pra apitar o jogo, qualquer coisa pode pedir ajuda aos nossos técnicos ou coisa parecida, até mesmo a gente! Vamos estar aqui pra o que você precisar." ele falava com um sorriso encantador adornando sua voz doce e melodiosa. Tinha um tom grave no fundo, e seu inglês era muito bem pronunciado, mesmo com o sotaque tão forte, o que deixava ainda mais fofo.
"Ai muito obrigada Ran. Já estou pensando aqui nas mil formas em que vou apitar esse apito forte demais, ou tão fraco que vai sair só o vento! Então caso eu atrase o jogo mais do que o normal, e me distraia muito vendo a partida, já peço mil desculpas de antemão!" por mais que a cor da minha pele não permitisse tanto, eu conseguia sentir minhas bochechas ficarem vermelhas, pelo nervosismo e pela forma que ele olhava pra mim enquanto eu falava.
"Te prometo que o que aconteça vai passar rápido que muita gente nem vai notar. Eu mesmo já fiquei tão nervoso na primeira vez que participei de um torneio que meus saques iam todos pra fora ou na rede. Chegava minha hora de sacar e eu pensava que era só mais uma vergonha pra passar. Então não precisa sentir esse tipo de pressão aqui. É só uma partida divertida pra nós, e queremos que seja pra vocês também." sua mão deslizava em meu braço, subindo e descendo de uma forma suave pra me acalmar, o que ajudou bastante, mesmo que meu nervosismo agora seja somente por ele estar tão perto.
"Muito obrigada senhor 'erra saques por estar nervoso', vou guardar sua experiência no coração pra não deixar nada me abalar daqui pra frente!" ele riu um pouco do apelido e me aliviei, pensei ter passado do ponto.
"Muito bem, isso mesmo! Bom Melissa, eu tenho que voltar pra gente dar início à partida. Fica calma e se divirta! Espero te ver de novo." senti que meu mundo ia parar quando ele piscou leve pra mim e saiu andando. O chamei uma última vez antes de começar a partida e cada um ir pros seus postos.
"Ran! Obrigada novamente, e se divirta também, pra não errar nenhum saque pelo meu nervosismo." ri um pouco ao ver ele sorrir do comentário e me virei, pronta para começar a apitar.
A cabine do juíz que fica perto de uma das antenas, onde eu iria me localizar, era bem mais alta do que eu achei, e bem menor, mas ao menos tem como ficar sentada. Só de pensar ver aquela bola voando pra lá e pra cá na minha cara, só ia facilitar minha tontura, que já se fazia presente. Era realmente bem mais alto do que achei. Perguntei se poderia ficar sentada, pois a altura estava me assustando um pouco e tive o aval positivo, Nicolas iria me ajudar nessa parte. Todo mundo estava em seus devidos lugares, posicionados de forma espalhada e visível. Confirmei com o pessoal, e comecei à apitar pela primeira vez, um jogo que tinha tudo pra ser o momento da minha vida.
* - - ☆ - - *
Ran P.O.V
Eu sentia que estavam pregando uma peça em mim, uma que o Otsuka tinha mão, mas não tinha como confirmar. Sentia meu corpo vibrar, meus pelos estavam em pé e meus sentidos aguçados. Queria ser cético o bastante pra acreditar que não era por causa da presença dela, mas eu estaria mentindo. Quando os participantes estavam sendo escolhidos e vi ela levantar, percebi a mão de Tatsunori acenar pra mim e ai percebi, era dela que ele estava falando. E meu Deus... Ele tinha muita razão. Ela era linda, a pele dela com uma cor de chocolate ao leite, um estilo bonito, cabelos brilhosos, e por favor, que sorriso ela tinha. Mas era mais que isso, pode parecer uma bobagem enorme, mas eu conseguia ver claramente, tinha uma aura nela que parecia transbordar, brilhante e aconchegante, me senti puxado pra ela assim que adentrou a quadra, e foi quando dei a desculpa de seguir Yuki depois da apresentação de cada um.
Ela seria a primeira árbitra do nosso jogo, apenas de forma figurativa por assim dizer, já que era apenas um treino e não precisava de mil regras, só as básicas de toques. Enquanto ela aprendia um pouco mais do que fazer, senti Tatsu se aproximar de mim, com um sorriso ladino no rosto.
"Você acredita em mim agora? Já que viu tão de perto como assistente do capitão não é?" se apoiou com o braço no meu ombro enquanto eu tentava, discretamente, olhar pra ela que estava de costas.
"Você é um idiota Tatsunori, por favor. Eu fui dar as boas vindas à eles, só isso." mas eu também não conseguia nem mentir né?
"Ah por favor Takahashi, não se faça. Você nem falou com nenhum deles e vem com essa pra cima de mim."
"E você pode falar o que? O que você falou pro diretor da VNL antes de chamarem o pessoal? Isso tem dedo seu, que eu sei!"
"Eu fui avisar à ele sobre ela, qual o problema? É crime agora? Disse que ela era uma fã que a gente já conhecia antes e queríamos dar essa experiência pra ela." a cara de inocente dele era um deleite.
"Mas você é um mentiroso né?" cruzei os braços como se fosse dar uma bronca.
"Ah por favor, fala isso como se não tivesse me agradecendo por dentro. Ou você acha que eu não vi a cara que você botou depois que ela chegou? Caidinho você tá. Só tem que ter coragem agora pra falar com ela, e sugiro que faça logo e aproveite que ela ta sozinha." ele me deu um último tapinha no ombro e eu fui, afinal, não tinha nada à perder.
Sua presença era ainda mais quente e brilhante quando estava perto, me sentia atraído por ela, de todos os modos possíveis. Quanto mais me aproximava, mais eu queria ficar por perto, perto dela, junto ali. E quando falamos um com o outro, ela falava tão bem, uma voz tao bonita, diferente das que eu já tinha escutado. Os olhos escuros tinham estrelas dentro deles. Me sentia hipnotizado, por eles, pela risada, pelo sorriso, por ela. E quanto tempo eu não me sentia assim.
Não consigo crer que estava passando por isso nessa altura do campeonato. Eu tendo um monte de coisa pra focar, acabei de me livrar de um relacionamento ruim que tive, não posso ver isso acontecendo de novo. E aí sou só eu sendo emocionado mesmo, problema meu. Mas não vou negar que dei 120% do meu melhor hoje, mesmo sendo treino, pra impressionar ela. E vou checar se funcionou depois. Ela parecia estar tendo o momento da vida dela, se divertindo horrores, e marcava muito bem, sempre muito atenta ao jogo, quando precisava pedia ajuda ao outro árbitro que estava na rede, e assim o jogo seguia. Todo mundo estava aproveitando muito, o que só melhorava ainda mais o clima. Depois de uma vitória apertada de 2x1 pro meu time (comigo sendo o maior pontuador, pura sorte), fomos fazer o alongamento final e terminar o treino.
Todos os participantes foram se desfazer dos objetos que portavam, ela estava com um pouco de medo de descer da cabine e quase fui lá ajudar, mas fui puxado e não tive como. O tempo todo o meu olhar voltava pra ela, era inevitável, não conseguia impedir (e sendo bem sincero, não queria). Enquanto terminávamos de nos alongar, os 6 participantes e o resto do pessoal permanecia no local, para podermos falar com todo mundo e tirar foto com quem quisesse. Fui secar um pouco do suor e tomar água, percebi ela um pouco afastada de todo mundo, apenas olhando em volta, e me senti tentado à ir falar com ela novamente. Não ia perder essa chance.
"Tá se escondendo por aqui?" cheguei ainda com a toalha nos ombros e a garrafa que prontamente ofereci à ela, que recusou mas agradeceu.
"Acho que não consegui não é? Conseguiram me achar..." sua risadinha quase me desmontou, mas continuei firme.
"Sendo bem sincero, é difícil te perder de vista viu? E ai juíza, como está se sentindo depois de apitar uma partida super intensa?" tentei brincar pra descontrair mais o clima e puxar mais assunto com ela.
"Olha, foi uma honra! Nunca pensei que veria atletas de nível mundial jogarem na frente dos meus olhos assim, e que iria apitar pra eles errarem tantos saques. Surpresas da vida sabe?" entendi a piadinha e não pude evitar rir. Sinto que seria algo interno entre a gente agora.
"Mas de verdade Takahashi, vocês jogaram super bem, mesmo pra um treino. Uma qualidade absurda em todos os passes e toques. E você senhor maior pontuador da partida, jogou muito bem!" senti minhas bochechas esquentarem pelo elogio, mas fingi ser pelo calor da partida.
"Nossa, é uma honra receber um elogio desse da melhor juíza que já apitou alguma partida minha. De verdade não sei nem o que dizer!" me encostei na parede perto dela, pra mostrar o quão confortável estava com a nossa conversa. "Mas brincadeiras à parte, obrigada. Espero que eu tenha atingido suas expectativas e que você tenha se divertido muito hoje."
"Você não faz ideia Ran. Isso tudo aqui é muito irreal pra mim. Primeiro o fato de ter sido selecionada pra estar aqui no treino, e depois ser chamada pra estar dentro da quadra com vocês? Isso é incrível em vários níveis, vou lembrar disso aqui pro resto da vida, da melhor forma possível." à cada palavra dada o olho dela brilhava mais, e meu coração batia na mesma intensidade.
"Isso é tão bom de ouvir, você não faz ideia. Nosso maior objetivo é fazer esse esporte ser acessível e amado por muitas pessoas, não importa a razão, pelo visto aqui, ele só vai ser ainda mais amado por você, com várias lembranças boas certo?"
"Certíssimo. Nem nos meus sonhos mais loucos eu poderia imaginar o que aconteceu aqui hoje. Não acho que nada vá ser capaz de apagar da minha mente." sentia como se fôssemos cúmplices um do outro. Eu por ter ajudado isso acontecer, e ela por me sentir como se um vulcão estivesse pronto pra explodir em mim.
Nossa conversa continuou por mais um pouco, ela falando sobre como teve o vôlei na vida dela, e eu me mostrava o mais interessado possível, pois estava mesmo. A gente fluía tão bem junto que o tempo parecia parado somente com nós naquele momento. Fomos interrompidos apenas por Sekita, que veio informar que tínhamos que terminar de preparar tudo pra falar com todo mundo.
"Bom, acho que tenho que te liberar agora bom senhor. Foi um prazer falar com você!" o senso de humor dela era realmente algo que me encantava sem esforço. Ela se virou pra ir e senti que precisava falar mais com ela, ter algo pra guardar. Pensaria nisso antes dela ir embora.
Quando voltei pra perto de todo mundo foi uma chuva de perguntas pra mim, infelizmente não fui tão discreto como pensei, mas não que me importasse, não costumo esconder nada deles de qualquer forma, então segui a vida. Todo mundo se enxugou, pra não falar com o pessoal molhado com o suor, e passamos um pouco de desodorante e tudo mais, além de trocar de blusa, e saímos pra falar com todo mundo. Os primeiros foram os 6 que estavam dentro da quadra ainda, o que já me alegrou, e fui direto pra ela.
"Uau quanto tempo! Achei que não fosse mais te ver." decidi voltar brincando um pouco com ela, ja que dessa vez nosso encontro seria menor.
"Você é sempre dramático assim ou fez curso? Já está com abstinência de mim? Olha lá hein Takahashi..." rimos em conjunto, a leveza era certa quando estávamos próximos.
"Como poderei sobreviver nesse mundo frio e vazio sem a melhor juíza desse mundo, avaliando as partidas que jogo com seus olhos ultra treinados? Não posso!"
"Bom pra sua sorte eu estarei sempre de olho no seu nervosismo para evitar o erro de saques o máximo que puder senhor!" fez uma brincadeira de continência com a mão e soltei uma gargalhada.
"Por falar em assistir, vai nos ver no sábado?"
"Mas é claro! Não perderia esse jogo por nada no mundo. E pode ficar tranquilo que estarei com minha torcida interna pronta pra vocês." bom, depois de ouvir isso e me dar certeza, resolvi agir de maneira sutil, após perceber que estava na hora de falar com o resto do pessoal.
"Bom, que ótimo então, sei que com uma espectadora fiel e competente a gente pode contar. E pra testar nossa sorte, você me devolve isso no final da partida, depois da nossa vitória está bem?" coloquei meu colar discretamente dentro de sua mão, dei um leve apertão e sai, com as bochechas queimando, para falar com quem faltava.
De canto de olho vi ela abrir a mão e arregalar os olhos surpresas, mas depois de um tempo pensando um pouco, resolveu guardar no bolso interno do blazer, me aliviei. Pelo menos é uma certeza de que verei ela de novo, e se não, ela me terá consigo por muito tempo. Nos juntamos todos, time, comissão técnica, participantes e diretores para tirar uma foto em conjunto, e depois, iriamos para individuais e autógrafos com o público geral, porém antes de sair senti uma mão deslizar da metade das minhas costas até meu ombro, e arrepiei. Quando me virei, a vi na minha frente, enquanto ela se posicionava pra sair do ginásio. Mas não antes de me dizer.
"Vou fazer questão de usá-lo sábado, pra testar a sorte desse amuleto mesmo. E devolverei ele para o dono com mais uma vitória conquistada. Tenha um bom jogo no sábado Ran, aproveita. Até mais." e assim como chegou ela foi embora.
Vi todo o percurso que ela fez até sua carteira para pegar a bolsa e colocar o colar em volta do pescoço, e automaticamente senti um arrepio no meu. Ainda tentava processar tudo que aconteceu no dia de hoje, esse encontro repentino, todas as nossas conversas, nossos olhares. Quero vê-la de novo. O mais rápido possível.
* - - ☆ No sábado ☆ - - *
P.O.V
Depois de tantas emoções nos último dias, sábado finalmente tinha chegado para Melissa e Ran. Depois de voltar para seu quarto de hotel na quinta feira, a garota ficou repassando todos os acontecidos na mente, com um sorriso incrédulo no rosto, contando os segundos para rever o jogador. E nos dormitórios isso acontecia também com o rapaz, que falava por horas à fio sobre isso como Yamamoto e Nishida, que havia acabado de pousar na cidade maravilhosa com sua esposa Sarina. Ambos estão tirando um tempo dos esportes para dar início à sua família, e sempre que podem, mostram apoio à seleção de vôlei. Yuji escutava encantado sobre o encontro repentino que Takahashi teve com a moça, feliz por ver seu irmão mais novo desse jeito mais uma vez. O relacionamento dele com Kiumi não acabou da melhor forma, e deixou uma marca grande no rapaz, então realmente era ótimo ver os olhos brilhantes dele.
A conversa dos três perdurou por mais algum tempo, e ajudou o tempo passar até chegar sábado. Na sexta de manhã, Melissa e Amanda se reencontraram pra refazer o mesmo percurso da quinta antes de irem pro jogo da seleção brasileira, que diga-se de passagem, foi um jogo e tanto. Brasil venceu a seleção cubana por 3x1, um jogo com sets apertados e muito vibrantes, e ao sair do ginásio, veio novamente os batimentos fortes no peito pela ansiedade do dia seguinte. Quando sábado chegou, ela tentou fazer as coisas de modo mais leve possível. Dormiu bem, levantou cedo pra tomar um banho completo. Resolveu lavar o cabelo e deixar ele ao natural, com seu cachos bem soltos. Se perfumou bem e foi se aprontar. Com uma maquiagem simples, fez questão da primeira peça ser o colar que o garoto tinha oferecido como um amuleto. De forma descontraída, colocou uma blusa de 'Haikyuu!' um anime de vôlei japonês, uma saia jeans que batia na metade de suas coxas e uma bota média preta. Terminou de colocar tudo que precisava e saiu para comer algo leve. Falou com Amanda no telefone pra saber se ela conseguiria assistir o jogo também, mas a resposta foi negativa, seria só ela dentro do Maracanãzinho.
Já se encontrava uma movimentação relativamente grande por perto do estádio, comprou algumas guloseimas e sucos dentro do local e se dirigiu à sua cadeira. Ficava na primeira fileira da parte superior da quadra, onde ficava por trás da rede. Ao chegar e se posicionar no seu acento, os jogadores de ambas as seleções já estavam se aquecendo, com música e luzes ambientes pra preparar o clima. Tinha algumas pessoas atrás e poucas outras espalhadas ao seu redor, mas entre sua cadeira e mais duas ao seu lado, estava sozinha, o que achou ótimo. Assim que se acomodou de forma confortável na cadeira, passou o olhar pela quadra, tentando localizar um certo rapaz de cabelos castanhos avermelhados e com o número 12 nas costas. Onde se localizava tinha total visão das duas partes da quadra e dos jogadores. À sua frente a seleção japonesa se localizava e interagia com alguns fãs vez ou outra. Takahashi chegava perto de onde ele conseguiria ver ela mas ainda tentava procurar a mesma de forma discreta. Infelizmente esqueceu de pedir algum tipo de contato móvel com a jovem antes de se despedirem e não sabia por onde ela estaria no jogo.
Mas a sua intuição não falhava, enquanto falava com Kai e os dois alongavam em sintonia, sentiu sua nuca queimar, e levou seu olhar pra trás de forma ágil. Varreu todas as cadeiras com seu olhar, até que seus olhos pararam nos dela, de forma certeira. Sentiu um pouco confuso pela repentina mudança visual que o cabelo cacheado proporcionava à ela, mas conseguiu ficar ainda mais linda na sua visão. Enquanto tentava não chamar atenção dos espectadores, mantinha o olhar preso nela e passando pela área que estava, acenando para o pessoal. Melissa para confirmar que estava mesmo ali, pegou o pingente comprido do colar e colocou pra fora da blusa, balançando um pouco a barrinha prateada. Ao perceber o movimento, Ran abriu um dos sorrisos mais lindos que a moça já tinha visto em muito tempo, mas como não podia dar muita pinta de nada, resolvou desviar o olhar dele e se concentrar em outra coisa no momento, já que não queria levantar suspeita. E agora que ele sabe que ela realmente está lá, com seu colar, como prometido, o alívio percorreu seu corpo. É, seria um bom jogo.
Ran P.O.V
Jogar contra o Canadá era sempre eletrizante. São oponentes fortes e teimosos, era sempre bom ficar atento e focado 100% no jogo contra eles. Mas admito que meu foco hoje estava com 5% à menos do que o esperado, afinal, uma bela moça de olhos castanhos me encarava ferozmente. Minha mãe e meus irmãos haviam me encontrado antes de sair do nosso dormitório, falaram com todo mundo do time, e me disseram onde estariam vendo o jogo. O que me surpreendeu foi ver que eles estavam perto de Melissa, o que ela aparentemente não notou. Mas eu sim notei, o quão linda ela estava. O cabelo cacheado dava um ar despojado e mais jovial para ela, e seus olhos pareciam brilhar como holofotes. Quando vi ela levantar o colar, senti o ar prender nos meus pulmões e não consegui esconder meu sorriso, ela realmente estava ali.
Enquanto eu e Kai revezamos entres os passes no aquecimento, tentei pensar num jeito pra avisar alguém da comissão técnica pra chamar ela logo após o fim da partida para o vestiário, afirmando que ela estava comigo. Sempre que falava com alguém da minha família, ou com os fãs que estavam por ali, tirava uma casquinha pra olhar pra ela, e falar também. Me sentia fascinado, num transe, emaranhado nela. Foi chegando a hora da partida começar e resolvemos nos posicionar, com uma última olhada pra ela, vi que sua mão se encontrava sobre meu colar, como se estivesse me mandando forças, e foi o que fiz. Entrei com tudo na partida, determinado à acertar todos os saques, ataques, bloqueios e recepções. Meu sentido de jogo estava aguçado, conseguia perceber tudo ao meu redor com maestria, e meus colegas de time também perceberam isso.
Me senti voar durante a partida, dando meu melhor, colocava todas as minhas cartas na mesa, vibrava a cada ataque que a bola caia no chão. Tinha uma força surreal me envolvendo, e iria aproveitar cada momento dela. Sentia meu corpo queimar, tremer, o vulcão que estava em mim, chacoalhando pra entrar em erupção, e eu queria soltar tudo que podia. E foi nesse ritmo, que batemos o Canadá por 3x0, com uma pontuação bem grande de diferença entre os sets. Mais do que nunca me senti invencível hoje. Comemoramos um pouco por ali, acenei pra minha família mas me preocupei pois não vi Melissa onde originalmente ela estaria, mas não tive tempo de pensar sobre isso pois fui puxado pelo resto do pessoal pra voltar as comemorações.
Elas seguiram até chegar no vestiário, já havia descido os manguitos que estavam grudados no meu corpo, já que estava molhado com o suor, e lá encontramos Yuji e Sarina prontos para nos felicitar pelo jogo. Minutos depois, minha família apareceu e a festa recomeçou. Todos sentiam muita falta da minha mãe, e ela adorava todos eles. No meio de tanta celebração, acabei voltando minha atenção para uma certa pessoa que gostaria de ver, e como se o universo tivesse me ouvido, batidas foram desferidas na porta e um dos nossos técnicos abriu a porta.
"Oi galera, perdão interromper a festa mas Ran, tem alguém aqui querendo falar com você." Narita deu espaço para Melissa entrar no meu campo de visão.
"Oi campeão." foi a primeira coisa que ela disse antes de eu correr em sua direção e a envolver em meus braços. Não me importava com quem estava assistindo aquele momento entre nós dois, pela primeira vez eu abracei ela, e não queria soltar de forma alguma. O encaixe era perfeito, único, certo. Me senti acolhido ali, e queria aproveitar cada momento.
"Você veio gatinha. Não sabe o alívio que foi te ver na arquibancada."
"Bom, eu tinha algo comigo que precisava voltar pro dono não é? E falando nisso, deixe-me devolver." ela foi abrir o fecho do colar, mas uma voz atrás interrompeu.
"E aí Takahashi, não vai apresentar pra gente?" Yuji comentou.
"Nós conhecemos ela já, mas é bom vê-la novamente." Yuki afirmou, e eu concordei. Ela estava meio perdida pois parecia não entender o que estava sendo falado, mas cumprimentou todos mesmo assim.
"Olá meninos, parabéns pela partida! Foi um jogo incrível, vocês estavam ótimos! É um prazer rever vocês." ela se apresentou novamente para todos e falou com os que não tinha visto na quinta, e enquanto ela fazia, senti uma mão tocar minhas costas.
"Que surpresa boa filho, é amiga sua?" minha mãe perguntava cordialmente.
"Não mãe, bom, ainda não acredito eu."
"Essa é a garota que você falou comigo esses dias?" Rui era meu confidente principal, éramos carne e unha, e quando todo aquele turbilhão de coisas aconteceu, ele foi a primeira pessoa que eu pensei em dividir.
"É ela mesma. Achei que não ia conseguir ver ela hoje mas ainda bem que deu tudo certo no fim."
"Ela parece ser uma garota muito doce filho, e é muito bonita também."
"Você não faz ideia mãe, eu vou te contar tudo mais tarde, eu prometo, mas eu queria tentar falar com ela, à sós." tentei fazer minha melhor cara de coitado pra ter a ajuda deles, e minha mãe entendeu o recado.
"Rapazes, com licença interromper vocês aqui, olá minha querida, muito prazer. Me chamo Sayuri e sou a mãe do Ran." Melissa acenou com a cabeça, devolvendo a cortesia da minha mãe. "Vamos todo mundo se organizar, que eu vou levar todos pra comerem algo bem gostoso como recompensa pelo jogo. Vamos, vamos. Deixem a pobre moça respirar." enquanto minha mãe ia pra cima do pessoal para deixar Melissa livre, encontrei o pulso dela e a puxei pra um local mais livre, pra enfim conseguir ter um momento à sós.
"Ran calma, eu não pude me despedir deles!"
"Não precisa de despedir, você não vai embora ainda. Só queria falar com você à sós." nos posicionei em uma sacada que tinha saindo do vestiário, com uma vista espetacular.
"Bom, aqui estamos, o que deseja?" você. Pensei de imediato mas não pude dizer, só com o pensamento fiquei vermelho com aquilo.
"Só aproveitar um pouco de tempo com você. Saber o que achou do jogo, se estava torcendo pra gente. Esse tipo de coisa." seu tom era leve, brincalhão, e senti meu peito aquecer.
"Olha, o jogo mesmo foi impressionante, agora torcer por vocês..." sua mão foi de encontro com o colar, com um sorriso ladino enquanto olhava pra baixo. Ela queria me provocar? Se era a intenção, conseguiu. Olhei incrédulo pra ela que riu da situação e continuou. "É óbvio que eu estava torcendo por vocês seu bobo. Vocês jogaram como nunca vi antes. E você hein? Maior pontuador do jogo. Estava inspirado pelo visto."
"Você não faz ideia..." acho que ela notou pelo meu tom de voz a minha intenção, e apenas desviou o olhar com vergonha.
"Espero que essa inspiração perdure até o fim do campeonato pra ter mais uma medalha no pescoço. Mas já que a medalha ainda não veio, bota esse aqui que tem mais uma vitória acumulada." ela abriu o colar e foi em direção ao meu pescoço.
Abaixei um pouco pra ficar mais fácil dela achar o encaixe, nesse meio tempo a respiração quente dela batia no meu ouvido e me fazia arrepiar. Quanto terminou, ajeitou o pingente no meu peito e olhou pra mim. "Prontinho, de volta à seu verdadeiro dono."
"Apesar de que ficou ótimo em você. Poderia ficar com ele se quiser, me devolveria numa próxima." me aproximei dela da forma mais sutil que pude, colocando minha mão em seu braço.
"Não venha com ideias mirabolantes senhor Takahashi. Isso vai ficar com você somente. Não preciso de um colar pra me lembrar de você. Te ver jogar já é o suficiente pra me lembrar, não se preocupe."
"Seria tão ruim eu querer te dar algo pra se lembrar de mim e das vezes que a gente se viu?"
"Jamais! Mas algo simbólico também serve. Esse momento por exemplo, e todos que tivemos até aqui, vão ficar na minha cabeça pra sempre."
"Então tenho outra proposta, para ajudar esses momentos a ficarem frescos na sua memória, vamos nos manter em contato. Você me passa seu número ou alguma rede social sua e sempre que precisar refrescar sua memória dos momentos que a gente teve, é só mandar mensagem, que tal?" estendi meu celular pra ela que prontamente colocou seu número e uma rede sua, guardei novamente já esperando o momento de contatá-la.
"Feito, agora você já tem algo à mais pra se recordar quando estiver longe. Algo mais?"
"Na verdade, sim. Tem algo mais." respirei fundo antes de dar os próximos passos.
Pela proximidade que estávamos não era difícil por minha mão em sua nuca, e a puxar para mais perto de mim. Quase que instintivamente, suas mãos foram pros meus ombros. Estávamos dançando mesmo sem a música começar, ela sabia de cada passo que eu ia dar, e eu sabia como guiá-la no ritmo perfeito. Quanto mais perto colocava ela de mim, mais o ar ia ficando rarefeito. A vontade ia se dissipando pelos poros, e ia nublando minha cabeça. E ai, meu corpo finalmente entrou em erupção.
E eu a beijei. E nos combalimos um no outro. Explodimos juntos. Tinha vontade, desejo, necessidade. Nos desfizemos e fomos refeitos pelo calor que tinha no beijo. Suas mãos visitavam minhas costas e as minhas exploravam seu corpo, até onde eu conseguia ir. Até onde o senso me deixava chegar. A boca dela fazia parecer que meu corpo era algodão doce, me derretia inteiro por entrar em contato com água. Nos moldamos um ao incêndio do outro, fizemos nossas faíscas se tornarem labaredas quando nos tocamos em meio ao fogo vivo do nosso desejo. Não queria deixar ela sair de mim, daqui, desse momento. Mas assim como veio ardente, nosso fôlego se esvaiu de nós, antes de pedir permissão pra nos deixar.
Enquanto nos separavamos, nossos olhos se fundiam assim como nossas bocas fizeram segundos atrás. Deixei nossas testas ficarem coladas enquanto saboreávamos aquele momento. Tivemos que nos separar por completo, pois precisávamos voltar para nossos respectivos hotéis. E com muito custo deixei com que ela saísse dos meus braços. Me despedi com um beijo no canto de sua bochecha e um afago em seu cabelo, jurando que assim que chegasse no dormitório mandaria mensagem pra ela. E foi o que fiz.
Mal esperei tomar meu banho ou coisa parecida, assim que entrei no quarto, mandei uma mensagem pra ela, falando sobre tudo. Deixei meu telefone na escrivaninha que tinha no quarto e fui tomar banho. Queria ter cuidado pra água não levar o cheiro dela de mim, mas o gosto do seu beijo já estava impregnado e não havia o que fazer. Fechava os olhos e quando passava o sabonete pensanva nas mãos dela passeando pelo meu corpo. Ansiava tê-la de novo, ao menos mais uma vez. Terminei meu banho com um sorriso que não cabia no rosto, estava sozinho no quarto então levei meu tempo pra me preparar para descer e comer, até que escutei o telefone tocar. Sinalizava que uma nova mensagem havia chegado, e fui correndo ver. Infelizmente, não era o que eu estava esperando.
"Olá meu jogador favorito, como vai? Tenho que dizer que fiquei muito orgulhosa da sua performance hoje docinho, parecia até que sabia que eu estava te vendo e queria me impressionar! Uau, de verdade, fiquei sem fôlego te vendo jogar. Mas acabei ficando mais sem fôlego ainda quando te vi olhar para alguém que não era eu, e beijar ela também. Me diz que não é verdade benzinho... Não quero acabar com sua felicidade pra ter a minha de novo. Sugiro que essa garotinha suma amorzinho, ou essa fotinha vai aparecer, e as notícias não serão boas. Até mais lindinho, estou morrendo de saudade! Da sua amada Homohori <3"
Estava ferrado...
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Bom gente é isso! Perdão por qualquer erro gramatical, levei um bom tempo pra escrever mas apreciei cada segundo. Vou liberar aqui embaixo de como eu visualizo a imagem de Melissa, no treino e no jogo da seleção japonesa, mas fiquem à vontade para verem ela como preferirem! Obrigada pela atenção e até uma próxima quem sabe!
Os visuais:


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A reunião de Satanás
Satanás convocou uma Convenção Infermundial de demônios. Em seu discurso de abertura, ele disse:
- Não podemos impedir os cristãos de buscarem a Deus e lerem a Bíblia.
- Não podemos impedi-los de lerem as suas Bíblias e conhecerem a Verdade.
- Nem mesmo podemos impedi-los de formar um relacionamento sério com o seu Salvador.
- E, uma vez que eles ganham essa conexão com Jesus, o nosso poder sobre eles está quebrado.
- Então, vamos deixá-los irem para as suas igrejas; vamos deixá-los com os almoços e jantares que nelas organizam, MAS, vamos roubar-lhes o tempo que têm, de maneira a que não sobre tempo algum para desenvolver um relacionamento com Jesus Cristo. “O que eu quero que vocês façam é o seguinte”, disse o diabo:
- Distraia-os ao ponto de que não consigam aproximar do seu Salvador para manterem uma conexão vital durante todo o dia!
- Como vamos fazer isso? – Gritaram os demônios.
- Mantenham-os ocupados nas coisas “essenciais” da vida, e inventem inumeráveis assuntos e situações que ocupam as suas mentes, respondeu-lhes ele.
- Tentem-os a gastarem, gastarem e tomar emprestado, tomar emprestado.
- Persuadam as suas esposas a irem trabalharem durante longas horas e os maridos a trabalharem seis a sete dias por semana, durante dez a doze horas por dia, a fim de que eles tenham capacidade financeira para manterem os seus estilos de vida fúteis e vazios. Criem situações que os impeçam de passar algum tempo com os filhos.
- Na medida em que suas famílias se forem fragmentando, muito em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz para se refugiarem das pressões do trabalho.
- Estimulem suas mentes com tanta intensidade, que eles não possam mais escutar aquela voz suave e tranqüila que orienta os seus espíritos. Que a TV, o vídeo, a Internet, rede social e os computadores estejam sempre ligados constantemente em seus lares, e providenciem que todas as lojas e todos os restaurantes do mundo tocam sempre músicas que não sejam bíblicas. Isso entupirá as suas mentes e quebrará a união com Cristo. Encham as mesinhas de centro e todos os lugares com revistas e jornais. Bombardeiam as suas mentes com notícias, 24 horas por dia.
- Invadam os momentos em que estão dirigindo ou andando na rua, fazendo-os a prestar atenção a cartazes chamativos. Façam com que mulheres com roupas sensuais cruzem o caminho deles e homens musculosos cruzam o caminho delas pelas ruas para que possam observar a beleza externa. Isso fará com que caiam mais facilmente em tentação. Inundam as caixas de Correio deles com papéis totalmente inúteis, catálogos de lojas que ofereçam venda pelos Correios, loterias, bolos de apostas, ofertas de produtos “gratuitos”, serviços e falsas esperanças.
- Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é o mais importante e eles tornarão insatisfeitos com as suas próprias esposas.
- Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para amarem seus maridos à noite e dê-lhes dor de cabeça também. Se elas não dão aos seus maridos o amor que eles necessitam, então eles começam a procurar em outro lugar, e isso sem dúvida, fragmentará as suas famílias rapidamente. Dê-lhes o coelhinho da páscoa e o papai noel para que eles não falem sobre o nascimento e a ressurreição de Jesus e o Seu Poder sobre o pecado e a morte. Até mesmo quando estiverem se distraindo que seja feito tudo em excesso, para voltarem dali exaustos!
- Mantenha-os de tal modo ocupados que nem pensem em andar ou ficar na natureza, para refletirem na criação de Deus. Ao invés, mande-os para os parques de diversão, acontecimentos esportivos, peças de teatro, concertos e cinemas. Mantenha-os ocupados, ocupados!
- E quando se reunirem para um encontro, ou uma reunião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem importância, para que, ao saírem, os façam com a consciência pesada. Encham as vidas de todos eles com tantas causas nobres e importantes a serem defendidas para que não tenham nenhum tempo para buscarem o Poder de Jesus. Muito em breve, eles estarão buscando em suas próprias forças as soluções para os seus problemas e para as causas que defendem, sacrificando assim a sua saúde e suas famílias pelo bem da causa. Isso vai funcionar! Isso vai funcionar! Este é um “senhor plano”!
Os demônios ansiosamente partiram para cumprirem as determinações do chefe, fazendo com que os cristãos em todo o mundo ficassem mais ocupados e mais apressados, indo daqui para ali e vice-versa, tendo muito pouco tempo para Deus e para as suas famílias, não tendo assim nenhum tempo para contar aos outros sobre o Poder de Jesus para transformar as suas vidas. Creio que a pergunta é: teve o diabo sucesso em suas maquinações? Seja você o juiz! Ocupado significa estar sob o jugo (a canga) de satanás.
Por favor, passe isto adiante, se você não estiver muito ocupado e se amar a Jesus
#biblia#devocional#palavra de deus#vida cristã#coragem#deus é bom#vida com deus#deusebomotempotodo#fe#perseverança
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eu quero levar ele de volta pra minha casa rio de janeiro junto comigo 😭 "sim, amor, vamos andar saltitantes por cabo frio, maricá, petrópolis. te levo até na minha comunidade na baixada tbm"
do jeito que ele é, ele iria pra qualquer lugar com você juro !!! o enzo confia muito nas pessoas, tipo quando ele pegou carona de uma random na argentina kkkkkkkkk
por favor leve o enzo ate o cristo queremos fotos dos dois monumentos 🙏🙏
eu imagino ele todo maluco com os lugares com aquela camera apontada pra todo lugar tirando foto dos bancos
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Passeio na Basílica!!!~
A Basílica é um dos meus lugares favoritos na cidade. Gosto de ir lá quando quero ficar em silêncio. Ou quando me sinto triste. Ou estou cansada de andar pelo centro. Ou quero pensar. Ou quero um lugar para ler antes do horário da psicóloga. Ou só preciso me proteger da chuva. E até mesmo se só quero tirar um cochilo!
Hoje o motivo foi porque queria tirar fotos com meu celularzinho nokia C3.
Sou apaixonada pela arquitetura e os detalhes dela mas mais do que isso, adoro ficar sentada lá dentro observando as pessoas. A maioria chega e se ajoelha diante do altar, outros se aproximam das imagens e as tocam, seguram firme, às vezes as beijam. Outros ficam em silêncio, sentados nos bancos, às vezes ajoelhados. Já vi algumas pessoas chorando, como já chorei baixinho lá também.
A devoção e fé das pessoas sempre me fascina e emociona e, mesmo que não tenha qualquer proximidade com a religião ou crença, gosto muito de estar ali e testemunhar e ser tocada por tudo isso. Por vezes sinto inclusive vontade de crer e pertencer a qualquer coisa dali.
Além disso tudo, sou apegada com o lugar por si só. A escola infantil em que estudei era na lateral esquerda da igreja e, algumas vezes, as professoras nos levavam em fila, todos os coleguinhas de mãos dadas para atravessar a rua, para nos sentarmos nas escadas da porta e eu amava. Toda vez que subo as escadas penso nisso e o quanto elas pareciam gigantes, com degraus infinitos, quando eu era criança. Lembro quando minha mãe ia me buscar e estacionava o carro no ponto de taxi que ficava ali ao lado e eu, que estava sendo alfabetizada e sem entender as diferenças dos sons do x, perguntava o que era afinal "tá-chi".
Semana que vem os santos serão cobertos com panos roxos, porque começa a quaresma, e eu adoro acompanhar esse movimento!!! O gesto se chama velatio e, pelo que aprendi há alguns anos procurando pela internet, é feito para que os fiéis não se distraiam e se devotem apenas à Cristo. A páscoa é meu feriado religioso favorito e me encanta todos os rituais acerca dela.
Ao menos esse lugar-favorito eu tenho certeza que nunca deixará de existir.
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por aqui às vezes sinto saudade de ver o céu. pensar e ver as nuvens, imaginar e recriar suas formas, fazendo associações aleatórias como sempre fui de fazer. é que acho que me acostumei rapidamente a não olhar pra cima, talvez seja por causa das ruas movimentadas de carros e motos passageiras em alta velocidade dispostas a furar todos os sinais possíveis das redondezas da afonso pena, decidi que não quero morrer por agora, e nesse bairro tenho outros desafios pra impedir essa tragedia. talvez o meu não ver esteja mais relacionado a pequenez das brechas nada apetitosas dos concretos que tapam qualquer vista. tem muito prédio, prédio pra caralho, e árvores, e árvores básicas que parecem não refrescar as ruas, mas criam sombras charmosas e uma escuridão quase sólida. não é como se eu não tivesse a possibilidade de ver alguma parte do céu, tem uma rua aqui que até dá pra ver o cristo, mas se eu precisasse olhar para o alto com mais frequência e quisesse encontrar essa imensidão, precisaria andar bem mais, não seriam as ruas do meu cotidiano. ah, e não é como se eu não testasse caminhos diferentes, sempre tento, só que é difícil encontrar como sair deles, se você entrar numa rua errada, já era, mesmo com esses contratempos que consomem às vezes tempo demais, me permito conhecer novos espaço nesse espaço não tão novo. então assim meus olhos encontram as portarias e as paredes com mais facilidade, reparo em cada lote, retângulo, cor, estrutura, seus ferros e câmeras, seus andares com e sem varandas, suas janelas e muros, consigo decorar o endereço de algumas casas bem elegantes e específicas. não me identifico com as pessoas e estilos que me perpassam, quase sempre classifico todos como feios e bregas, mas gosto da vitalidade que percebo em suas existências pelas praças e ruas, trazendo uma presença que talvez não se encontre em outros diversos lugares da zona norte carioca, eles vivem aqui e amam estar aqui, até às vinte e três horas, é claro. sinto como se estivesse realizando a velha vontade de morar em são paulo, mas um pedaço de são paulo que pertence tanto ao rio que se confunde, tão longe e perto do acesso às praias, cinza e pesada ao mesmo tempo que está rodeada de montanhas, que de tão próximas me fazem pensar que estamos ainda mais perto do céu, o que justificaria o calor diferenciado que passamos aqui. o vento que não venta, um sol quase unipresente, rodeada de bares e escolas e em velhos costumes e heranças coloniais que me dão vontade de pesquisar a história desse bairro. como pode, por exemplo, ter uma cachoeira tão perto e ninguém falar disso no dia-a-dia? quase como se estivéssemos em uma realidade paralela, vivemos nossas rotinas dentro de nossos quartos e edifícios e daqui pro centro, pulando de vagão a vagão do metrô ou tentando chamar um uber, talvez mais caro que qualquer um que passe pela avenida brasil. tampouco lembro das estrelas, mas talvez tenha mais a ver com a época do ano, ou sei lá, poderiam elas estar sumindo aos poucos? sinto que quando eu era crianças existiam muitas mais por aí, iluminando e iluminando e talvez só isso mesmo. a lua, agora, descobri que consigo ver às vezes do canto da janela do meu quarto. eu me permiti um sorriso porque não esperava que após começar a escrever sobre o que penso morando na tijuca, inclusive, um texto interrompido e apagado no meu trajeto no ônibus por motivos de sinal fraco do meu 4g que impediu de salvar minhas adições e correções, iria ser presenteado com essa bonita visão, esbarrado na minha cadeira verde quebrada, olhando pra cima e sabendo que ela está ali, sim, não é minha lua preferida, é uma lua cheia mas que brilha tanto que me faz acredita que está ali retribuindo minha vontade de reencontrá-la através do meu mirar.
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Devocional Teen
CRISTÃO DECLARADO - ALANA GONSALVES
CHEIRO BOM
“Somos o aroma de Cristo que se eleva até Deus. Mas esse aroma é percebido de forma diferente por aqueles, que estão sendo salvos e por aqueles que estão perecendo. 2ª Coríntios. 2:15
Eu amo perfume! Amo sentir cheiro de cremes, flores, fragrâncias, aromatizantes de ambiente, produtos de limpeza... Acontece que tenho rinite alérgica, e uma das coisas que mais me faz espirrar é sentir cheiro forte de perfume. Então, quando sinto algum desses cheiros, é quase 100% de certeza que minha rinite vai querer dar as caras, e eu vou ficar espirrando por algum tempo até que ela decida me deixar em paz.
O verso bíblico de hoje é sobre aroma ‘perfume’ e se refere exatamente a nós como cristãos. Não é sobre o cheiro do perfume que você passa ou sobre a marca de xampu que você usa, mas a respeito do tipo de influência que você exerce sobre as pessoas ao seu redor por meio da presença de Jesus na sua vida. Isso é demais!
O texto bíblico é claro: somos o aroma de Cristo. Quando uma pessoa está usando um bom perfume e passa perto de nós, o cheiro acaba ficando no ar por alguns instantes. A pessoa não precisa dizer para as outras: “Ei, vocês sabiam que eu passei perfume hoje?" Não é necessário, pois o simples fato de ela andar perto das pessoas faz com que percebam que está cheirosa. Por isso, quando somos de Jesus, somos como alguém usando um bom perfume. As pessoas percebem a diferença para o bem em nossa vida, e isso pode transformar até a vida delas.
Gosto desta letra de música: “Eu quero que através da minha vida alguém possa Te enxergar. Faze com que, mesmo sem palavras, eu fale do Teu amor. Eu quero brilhar por Ti, brilhar onde quer que for.” Que transmitir o amor de Deus seja sua missão de vida para sempre aonde for!
Você encontra o hino Brilhar por Ti (I Want to Be Just Like You) no Hinário Adventista, nº 240. Letra e Música: Joy Becker e Dan Dean. Versão: Leonardo Gonçalves.
youtube
https://cpb.com.br/categoria/4/1430/devocionais/teem
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Tô querendo o hoje…
Não, não é você. Pode acreditar. O problema é comigo. Eu que sou insatisfeita, exigente, descrente. Eu que não gosto de andar de mãos dadas, não sou de demonstrar carinho. Diferente da música, eu não sei namorar. Não durmo de conchinha. Não pergunto como foi o teu dia e torço para você não me contar os teus problemas. Não rendo, não ligo, não respondo. Mas, olha, não tem nada de errado contigo. Você é maravilhosa, gentil, inteligente, divertida. Gosta de mim. Eu que sou esquisita mesmo. Não quero nada além do hoje, muito menos para sempre. Eu quero é ser feliz agora.
Não, eu não sou uma herege no amor. Até acredito no amor, como acredito na magia do Natal, mesmo sabendo que Papai Noel não existe.
É que o amor nunca vem sozinho — e esse é o problema. Ele traz junto o peso do “para sempre”, e, confesso, isso me rouba o ar dos pulmões. Me agoniza. Porque para sempre é muito, mas muito tempo mesmo. Você não acha? Isso não te assusta? Como eu posso saber o que vou querer daqui a 40 anos, se minha comida preferida será a mesma, se o Cristo Redentor ainda estará de braços abertos, se eu vou aguentar a sua voz ou se não vou mais suportar o teu perfume?
Como prometer uma felicidade a prazo? Como pagar o amor em parcelas intermináveis? E se a relação der defeito, se espatifar e não tiver conserto? Continuamos quitando as parcelas de um amor que não funciona mais? Complicado isso, minha gente.
Aí, depois, vem a culpa, se amontoando em cima das nossas costas. Pesada. Incômoda. Perturbadora. Porque o que era para somar acabou subtraindo. Nos dividimos mais uma vez em parcelas. Das duas, uma: ou nós culpamos o outro por tudo que deu errado, ou a gente se culpa pelas coisas que não deram certo.
O amor chega trazendo a ilusão de que ele é interminável. As pessoas se embrenham nessa ideia e não conseguem viver nem um dia sequer sem planejar um futuro entrelaçado. Por que não começar um convívio sem a pressão para que dê certo, sem a menor certeza, sem nenhuma promessa? O que mata o amor é, justamente, a obrigatoriedade de ser feliz a longo prazo. Por que sempre tem que ser assim, começar o amor com o peso de ser eterno?
É por essas e outras que eu não rendo. Porque quero ser feliz hoje sem a necessidade do compromisso estipulado, firmado e testemunhado.
Se é pra ser feliz, eu quero ser agora. Se você quer me fazer feliz, não me sufoque com eternidades efêmeras. Vamos esgotar todos os milésimos de segundo hoje. E amanhã? Bom, amanhã é outro dia. Amanhã a gente vive tudo outra vez.
Obs: Este texto foi publicado por mim há 8 anos. Naquela época, outras dores eram sentidas, outros amores eram vividos. Combinou com a sua dor de hoje ou com a de anos atrás?
Por: @escritoraeviey
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Este convite de JESUS traz uma perspectiva profunda e encorajadora para caminharmos ao SEU lado.
A ênfase no termo "venham" vai além de uma mera ação de se aproximar; na verdade, ele carrega a ideia de um deslocamento para junto de CRISTO. Ao compreendermos o contexto e a profundidade dessa expressão, percebemos que não se trata apenas de nos aproximarmos de JESUS, mas de nos unirmos a ELE em uma jornada conjunta.
A referência ao jugo de CRISTO no verso 29 reforça essa noção de parceria e união. O convite não é apenas para encontrarmos alívio ou descanso, mas para compartilharmos do jugo com ELE, caminharmos lado a lado, ombro a ombro. Assim, somos convidados a não apenas nos achegarmos a ELE em momentos de cansaço e sobrecarga, mas também a participarmos ativamente da jornada, dividindo o fardo, aprendendo DELE e crescendo em comunhão.
Que maravilhosa é essa imagem de andar pareados com JESUS, não apenas nos aproximando, mas nos alinhando à SUA vontade e prop��sito. É um convite não só para o descanso, mas para uma caminhada de intimidade e parceria com o MESTRE, compartilhando não apenas as alegrias, mas também os fardos, enquanto aprendemos DELE e crescemos em comunhão.
"SENHOR, comprometo-me a andar ao TEU lado em todos os momentos da minha vida. Prometo buscar a TUA vontade, a TUA sabedoria e a TUA orientação em cada decisão que tomar. Quero não apenas desfrutar do TEU descanso, mas também compartilhar dos desafios e das alegrias da jornada que me convidas a trilhar."
Márcio Melânia
Se você foi abençoado ou este texto lhe falou ao coração, passe adiante.
#devocional #deus #bíblia #meditação #bomdiacomdeus #oração #palavradedeus #adoração #jesus #vidaeterna #esperança
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💡 Deus, perdoa-me!
📖 Tu és bondoso e perdoador, Senhor, rico em graça para com todos os que te invocam. (Salmos 86:5 )
Nosso Deus é bom o tempo todo. Ele é perfeito e conhece as nossas limitações. Sabendo das nossas imperfeições - e que não teríamos condições de salvarmos a nós mesmos - Ele enviou o Seu Filho Jesus, que justificou a nossa Salvação.
Confessar os nossos pecados a Deus, faz parte da nossa transformação em Cristo. Mais do que saber que Deus é perdoador, é buscar verdadeiramente o Seu perdão. O poder do perdão alivia o peso em nossa alma e nos dá a possibilidade de continuarmos em fé. Quando não procuramos o perdão de Deus, carregamos o peso da culpa e este fardo vai nos afastando do caminho do Senhor.
Só Deus pode nos ouvir, só Ele pode perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1:9). Ele é misericordioso e perdoador. Procure reconciliar-se com Deus, busque a sua presença. Peça perdão pelos seus pecados e prossiga rumo ao alvo que é Cristo! Não demore para voltar aos braços do Senhor.
▪️Deus está pronto a nos ouvir. Busque a Sua presença em oração e confesse os seus pecados a Ele.
▪️Se pecamos contra os nossos irmãos, devemos nos reconciliar com eles. Peça perdão.
▪️Crie um coração perdoador, perdoe. Se não perdoamos os nossos irmãos, por que seriamos perdoados?
Para Orar: 🙏
Senhor Tu és bondoso e perdoador. Perdoa os meus pecados e fraquezas. Quero aprender mais de Ti. Não quero ficar parado de mãos atadas pelo pecado, liberta-me! A Tua graça me salvou e quero novamente andar no Seu caminho de luz. Amém!
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OBTENDO A GRAÇA E A PAZ DE DEUS
Jim Cymbala
13 de maio de 2023
Espero que você saiba um pouco sobre Pedro nos evangelhos. Ele estava meio à frente quando se tratava de se gabar e discutir sobre quem era o maior com os outros discípulos. Obviamente, ele não entendeu o que Cristo era no começo, mas todos nós somos um trabalho em andamento.
Cristo eventualmente transformou Pedro neste excelente apóstolo e homem de Deus. Pedro pregou o primeiro sermão da era cristã. Você sabia que Deus o ungiu tanto que, quando ele pregou, milhares vieram à fé durante o primeiro sermão? Quando você pensa sobre isso, ele era uma pessoa muito improvável de estar pregando em primeiro lugar. Se menos de dois meses antes você tivesse negado o Senhor três vezes, dito que não o conhecia e até amaldiçoado pela terceira vez, alguém o escolheria para ser o primeiro pregador da nova era cristã? Provavelmente não.
Deus, rico em misericórdia, porém, escolheu Pedro e escolheu cada um de nós. Deus se deleita em mostrar misericórdia. Pedro era o troféu de sua graça, e ele sabia disso. Ele escreveu à igreja primitiva: “Que a graça e a paz vos sejam multiplicadas no conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor” (2 Pedro 1:2, ESV).
Observe que essa graça e paz vêm por meio de conhecer, andar e se tornar mais íntimo de Deus e de Jesus Cristo. Não queremos apenas conhecimento intelectual sobre Deus. As pessoas que conheciam melhor as escrituras na época de Jesus foram as que o crucificaram. Precisamos do conhecimento do coração de Deus. Somos chamados à comunhão com o Senhor. Ao fazermos isso, há mais graça e paz disponíveis para nós.
Observe que esta abertura da carta de Pedro é mais como uma oração. Ainda não é quem ele é. Também não é para quem está escrevendo. É uma saudação que contém uma oração para o futuro. É uma oração que todos podemos fazer. “Oh Senhor, ajude-nos a conhecê-lo cada vez melhor este ano. Ao fazermos isso, dê-nos graça e paz em abundância!” Ao abrirmos nossas Bíblias, vamos orar: “Senhor, não quero apenas entendê-lo intelectualmente. Revele-se a mim através dessas escrituras. Revela-te aos olhos do meu coração. Dê-me uma compreensão mais profunda de quem você realmente é.”
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Quinta-feira - Hora Média - II semana
V. Deus, vinde. Glória ao Pai. (Aleluia).
Hino: No Advento, no Natal, na Quaresma e no Tempo Pascal o hino é Próprio..
Tempo Comum
Onde há caridade verdadeira
Aí habita Deus.
Aqui nos reuniu o amor de Cristo:
Alegremo-nos e exultemos em seu nome;
Com temor e amor cantemos ao Deus vivo
E amemo-nos de todo o coração.
Quando em nome de Deus nos reunimos,
Não nos separemos pela discórdia.
Acabem discussões e contendas,
Para ficar no meio de nós o Senhor Jesus Cristo.
E assim, com os Anjos e os Santos,
Veremos um dia, ó Cristo, a glória do vosso rosto,
Alegria eterna e gloriosa,
Pelos séculos sem fim.
Outros hinos.
Salmodia
Antífonas: No Advento, Natal, Quaresma e Tempo Pascal, toma-se a antífona do respectivo Tempo.
Ant. 1 Para mim, Senhor, vale mais a vossa lei do que milhões em ouro e prata.
Tempo Pascal
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Salmo 118 (119), 65-72
Elogio da lei divina
O seu mandamento é vida eterna (Jo 12, 50).
65 Tratastes com bondade, Senhor, o vosso servo, *
segundo a vossa palavra.
66 Ensinai-me o bem, o discernimento e a ciência, *
porque tenho fé nos vossos mandamentos.
67 Errei antes de ser atribulado, *
agora cumpro a vossa palavra.
68 Vós sois bom e generoso, *
ensinai-me os vossos decretos.
69 Com mentiras me difamam os arrogantes, *
mas eu guardo os vossos preceitos de todo o coração.
70 O seu coração tornou-se insensível, *
mas eu ponho as minhas delícias na vossa lei.
71 Foi bom para mim ter sido humilhado, *
para aprender os vossos decretos.
72 Para mim vale mais a lei da vossa boca *
do que milhões em ouro e prata.
Ant. 1 Para mim, Senhor, vale mais a vossa lei do que milhões em ouro e prata.
Ant. 2 Em Deus confio e nada temo: Que poderão fazer-me os homens?
Salmo 55 (56), 2-7b.9-14
Confiança na palavra do Senhor
Neste salmo manifesta-se a paixão de Cristo (S. Jerónimo).
2 Compadecei-Vos de mim, ó Deus, *
porque os homens me calcam aos pés ��
e lutam sem descanso para me oprimir.
3 Meus inimigos esmagam-me sem tréguas, *
são tantos, ó Altíssimo, os que me fazem guerra!
4 Quando me invade o terror, *
em Vós ponho a minha confiança.
5 Enalteço a palavra de Deus, *
em Deus confio e nada temo: †
que poderão fazer-me os homens?
6 Passam o dia a difamar-me *
e só pensam na minha desgraça.
7 Fazem conluios, armam ciladas, *
espiam os meus passos.
9 Vós contastes os passos da minha vida errante †
e recolhestes as minhas lágrimas. *
Não consta tudo isso no vosso livro?
10 Hão-de recuar os meus inimigos quando eu Vos invocar. *
Bem sei que Deus está por mim.
11 Enalteço a palavra de Deus, *
enalteço a promessa do Senhor.
12 Em Deus confio e nada temo: *
que poderão fazer-me os homens?
13 Devo cumprir, meu Deus, as promessas que fiz, *
oferecer-Vos-ei sacrifícios de acção de graças,
14 porque salvastes a minha vida da morte *
e preservastes os meus pés da queda, †
para andar na vossa presença, à luz da vida.
Ant. 2 Em Deus confio e nada temo: Que poderão fazer-me os homens?
Ant. 3 A vossa bondade, Senhor, eleva-se até aos céus.
Salmo 56 (57)
No meio dos «leões»
Este salmo canta a paixão do Senhor (S. Agostinho).
2 Tende piedade de mim, ó Deus, tende piedade, *
porque em Vós eu procuro refúgio
e me abrigo à sombra das vossas asas, *
até que passe a tormenta.
3 Clamo ao Deus Altíssimo, *
ao Deus que me enche de benefícios.
4 Mande-me do céu a salvação, humilhe quem me persegue, *
envie-me Deus a sua bondade e fidelidade.
5 Estou no meio de leões, *
que devoram os filhos dos homens;
os seus dentes são lanças e flechas, *
e a sua língua espada afiada.
6 Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza *
e sobre a terra fazei brilhar a vossa glória.
7 Estenderam um laço aos meus pés *
e fizeram-me perder a coragem;
cavaram um fosso diante de mim: *
foram eles que lá caíram.
8 Firme está meu coração, ó Deus; meu coração está firme: *
9 quero cantar e salmodiar.
Desperta, ó minha alma; despertai, lira e cítara: *
quero acordar a aurora.
10 Louvar-Vos-ei, Senhor, entre os povos, *
cantar-Vos-ei entre as nações,
11 porque aos céus se eleva a vossa bondade *
e até às nuvens a vossa fidelidade.
12 Meu Deus, revelai nas alturas a vossa grandeza *
e sobre a terra fazei brilhar a vossa glória.
Ant. Gabriel, que antes me tinha aparecido numa visão, aproximou-se de mim e falou-me.
Ant. 3 A vossa bondade, Senhor, eleva-se até aos céus.
Tempo Pascal
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Leitura breve Gal 5, 16-17.25
Deixai-vos conduzir pelo Espírito, e não satisfareis os desejos da carne. Na verdade, a carne tem desejos contrários aos do Espírito, e o Espírito desejos contrários aos da carne: são dois princípios antagónicos, e por isso, não fazeis o que quereis: se vivemos pelo Espírito, caminhemos segundo o Espírito.
V. Senhor, Vós sois bom e generoso:
R. Ensinai-me os vossos decretos.
Oração
Deus eterno e omnipotente, para quem nada existe de obscuro e tenebroso: fazei brilhar sobre nós a claridade da vossa luz, para que, guardando os vossos mandamentos, andemos generosamente nos caminhos da vossa lei. Por Nosso Senhor.
Conclusão: Ordinário.
Bendigamos ao Senhor.
Graças a Deus.
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Não quero falar de amor com o coração partido ..
Não posso amar estando em pedaços....
É verdade tentei mas o amor puro preciso enxergar ,caso contrário qualquer possibilidade sempre será nenhuma para mim ...
Agora eu entendo que preciso estar bem comigo mesma,enxergando o meu valor é esse não está na boca de ninguém.
Esse estar na eleição no caráter de Deus.
Está na construção,e na trajetória que Cristo me fez andar e ainda está fazendo..
O amor é amar a vida é se entregar ,e também é doar o melhor que se pode ,sem metades ,sem mentiras ou interesses provisórios e cheio de mentiras ..
O que é pureza é realmente doce esse vale a pena buscar esse agrada a alma e abraça o coração .
E se não vier ...
Há eu tenho braços grandes para me abraçar ,e sim vou me sentir amada ,confortada e especial do jeito que eu sou no colo do abba . Amor ,amor e amar para o meu abba eu vou me entregar...
LohSsabino
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"Pai, eu tenho vivido dias difíceis, de muita solidão. Me sinto só e isso tudo porque eu faço escolhas erradas, que estão me levando para um beco sem saída, longe da Sua presença. E por mais que eu tente mudar de direção, sempre acabo tropeçando e me machucando. Me perdoe pelos meus pecados e por ter seguido por outros caminhos. Me pegue pela mão, Senhor, e conduza os meus passos, porque sou pequeno demais para continuar sozinho. Quero recomeçar a minha história com o Senhor hoje, viver dentro dos Seus propósitos e andar de braços dados com Cristo até o último dia da minha vida. Em nome de Jesus. Amém."
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Devocional Jovem
AMADOS - Cândido Gomes
PERGUNTAS
O que você quer que Eu faça?”, perguntou-lhe Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!” Marcos 10:51
Atribui-se a Albert Einstein a frase: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas.” Jesus era o mestre na arte de fazer perguntas. Nos quatro evangelhos, é possível encontrar mais de 200 perguntas feitas por Ele. À primeira vista, elas podem parecer estranhas ou até inadequadas, mas cada uma carrega uma mensagem importante.
O texto de hoje traz a questão direcionada ao cego Bartimeu, na beira da estrada. “O que você quer que Eu faça?”, foram as palavras de Cristo. Como entender essa pergunta? Essas palavras permitiram que o cego expressasse sua real necessidade. Jesus estava buscando restaurar a dignidade daquele homem visto pela sociedade como apenas um pedinte. Em geral, as pessoas passavam por Bartimeu sem lhe dar atenção e, na melhor das hipóteses, entregavam-lhe alguns trocados. Jesus tinha mais a oferecer. Ele não deu muletas e muito menos um cão-guia ao cego Bartimeu. Ele não é Deus de remendos e paliativos. Ele oferece vida e vida em abundância àqueles que O buscam. Da mesma forma, Cristo só age para transformar nossa vida quando desejamos e autorizamos. Somente assim, todo o poder do Universo estará à nossa disposição.
Hoje Cristo repete a pergunta: “O que você quer que Eu faça?” Ele tem planos lindos para você, planos de uma vida nova e restaurada, com novos caminhos e objetivos. Mas Ele sabe que há pessoas que se acostumaram a viver das esmolas do mundo, na escuridão do pecado, e preferem não ver. Há também muita gente que passa a vida sem receber de Deus o que pede porque pede muito mal. Pede coisas erradas, na hora errada, para usar de forma errada. E Deus, como um Pai amoroso, não entrega algo que pode nos impedir de alcançar a eternidade. Que tipo de resposta temos dado a Jesus?
O mesmo Jesus que parou para atender o pobre Bartimeu está agora diante de você. Ele deseja segurar a sua mão e andar ao seu lado pelas estradas da vida. Basta dizer hoje como Bartimeu: “Senhor, eu quero ver! Quero entender a Tua vontade. Quero andar Contigo todos os dias da minha vida.” Essa é a melhor resposta.
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Lorena, você é a trilha sonora da nossa ligação mística
Querida Loreninha, você não me conhece mas já me sinto íntima de você para te chamar com esse carinho. Suas músicas fizeram (e ainda fazem) parte da minha história de amor com meu marido, Marco.
Hoje cedo, logo após meu esposo sair para trabalhar, olhei para a minha casa, senti o cheiro dela e me senti morando na Casa do Portão Azul vivendo uma história de amor com o Amor Que Eu Quero (na verdade, com o amor que eu tenho!). Por isso, decidi parar de procrastinar e lhe escrever sobre o quanto suas músicas permeiam nossa história.
Conheci sua música por meio de um conhecido antigo, o Kaiky Fernandez, no início de 2014. Nós e mais alguns amigos estávamos à caminho de um curso de evangelismo no centro de Goiânia quando ouvi uma música diferentona tocar no som do carro. “Que legal, essa mulher tem uma voz diferente e canta de forma poética”, pensei. “Uai, parece que ela está cantando sobre Jesus.. Kaiky, que cantora é essa?” “Lorena Chaves”, ele respondeu. Ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi botar seu nome no YouTube. Não parei mais de ouvir. QUE MÚSICA BOA! O QUE É ISSO, MINHA GENTE?! Nesta época eu estava vivendo minha conversão e conhecendo a verdade do evangelho - antes disso eu era só filha de crente, mas não era crente de fato. Para mim, foi um suprasumo ouvir algo sobre Jesus que era tão poético. Até então, eu achava que crente só podia ouvir Cassiane, Eyshila e Rose Nascimento. Foi tão bom saber que não! Foi tão maravilhoso ouvir você cantar verdades sobre a Palavra de Deus!
Busque enquanto é tempo de buscar Enquanto o sol ainda nasce Enquanto há por onde andar Enquanto a música ainda toca
Portão Azul
Por que esconder a luz De todos os que sofrem na escuridão? Como pode alguém viver com Deus Sem amor e sacrifícios?
Aonde Está o Seu Amor
Luz que vem iluminar Os becos do meu coração Não quero mais andar por mim Ó luz! Que em mim faz refletir
Na Contramão do Mundo
No fundo eu me cansei de me relacionar comigo E eu escrevo aqui as últimas memórias de um narciso Vou procurar a paz que não se encontra em mim Essa plenitude não se pode achar em alguém como eu
Memórias de Um Narciso
Só Deus sabe o quanto essas letras fortaleceram a minha fé e me fizeram ter certeza que sim, Jesus, eu quero te seguir. Não há mais lugar pra eu ir, só pra Ti. E, ainda nesse primeiro álbum, há a canção que canta a minha entrega de vida à Cristo:
Ela sempre teve história pra contar De tantas mil maneiras tudo no lugar Atendia aos seus desejos e não viu passar O que era bom não estava lá Agora quer voltar e começar o que não terminou
Se ela soubesse o que fazer desde o início Talvez o erro não seria o vício Talvez tentar não fosse sacrifício Foi só querer abrir os olhos para enxergar
E tudo o que ela faz agora é amar quem sempre a amou Na cruz deixou quem era e vive a paz do seu criador Quem deu a vida por ela achou uma casa pra morar Pra sempre
Pra Sempre
E é claro que eu não ia guardar essa descoberta só pra mim. Compartilhei com todos meus amigos, inclusive com o Marco (meu esposo) que era “só amigo” na época - eu já tinha um turu turu por ele. Ele amou também e passou a te ouvir direto. No final daquele ano eu já estava bem apaixonada no Marco e nós tínhamos um amigo que foi nosso culpido, Douglas Quintiliano, que cantava assim pra mim: “ Ah deixa de evitar o inevitável “, se referindo ao meu romance com o Marco. Não deu outra: em dezembro ele se declarou e em janeiro começamos a namorar. Você fez parte da nossa trilha sonora. O Marco era aquela pessoa:
E d'outro lado está
Alguém que perderia horas pra te ouvir falar (principalmente essa parte. Depois que começamos a namorar, Marco se mudou pro Sul para fazer mestrado e a gente namorou a maior parte do tempo por telefone. Ele passava hooooras me ouvindo falar)
Mesmo se não houver palavras ditas Há quem escute o seu lamento Sem precisar dizer
Deixa a luz entrar pela janela E te mostrar que a esperança está À procura de um par
À procura de um par
Marco e eu ficamos os primeiros 4 meses do nosso namoro nos vendo só pro chamada de vídeos e nos falando por telefonema e cartas. Ficamos ansiosos pelo laçamento do seu seguinte álbum Em Cada Canto. Como era álbum mais romântico e estávamos vivendo uma doce paixão, nos deliciamos em cada música.
Marco coloria a monotonia das horas do meu dia (Tracejo)
Meses depois, n'outro lugar Doce canção, véu e um buquê Rosas azuis, chuva de arroz Vamos enfim pra lá e aí
Bota a alma na gangorra e deixa balançar Quero frio todo dia pra te acostumar Suspirando de mãos dadas nesse céu de calma
Sonhávamos todos os dias em viver isso (Alma na Gangorra)
Quero ter você nos dias mais incertos Só pra me esconder na paz de um abraço teu Ver a imensidão com um sorriso aberto Até o fim de tudo e tudo se acabar
Eu gosto da ideia de envelhecer Com você
Essa última estrofe fez parte dos votos do Marco para mim, no dia do nosso casamento (Envelhecer Com Você)
Enquanto te espero voltar Caminho olhando o céu estrelado Num mundo onde o amor se pode tocar
Nossa, ficava emocionada toda vez que eu ouvia essa música. Sonhava todos os dias em acabar logo com a saudade e estar perto do amor da minha vida. (Lugar Sem Fim)
Olha nos meus olhos Me diz se isso é loucura Que eu mudo o teu amor De Platão pra Neruda Deixa eu ser teu sábado O domingo e a segunda Que eu mudo o teu amor
Marco AMAVA essa música! Sempre dizia que eu mudei o amor dele de Platão pra Neruda haha. Inclusive, em uma das vindas dele para Goiás, ele me presenteou com o livro “Cem sonetos de amor”, do Pablo Nerura. (De Platão Pra Neruda)
Não só suas músicas marcaram nossa história, mas também alguns textos seus. O principal foi um - do qual não me lembro o título - que falava sobre a espera em Deus, onde você indicava o livro “O significado do casamento” do Tim Keller. Esse texto fortaleceu MUITO a nossa fé e nos levou a ler esse livro fantástico que nos abençoou sem medida.
Após dois anos e meio de namoro e noivado nos casamos. Sonhamos em ouvir a música “Alma na Gangorra” na saída dos noivos, but não deu certo. Uma pena. Mas na minha mente eu a ouvia enquanto esse momento acontecia. Mais de 1 música sua fez parte dos nossos votos.
Nos mudamos para Porto Alegre-RS no dia seguinte do casamento e lá começou uma grande aventura. Uma das casas que moramos, a Alba (sim, damos nomes das casas de moramos. Essa se chamou Alba porque suas paredes eram brancas deixando o ambiente bem iluminado. Isso era bem notável para quem entrava nela) ouvimos o álbum Petricor. Mais uma vez as músicas nos marcaram.
As poucas cores no céu vão te lembrar o que importa Nas rugas do teu rosto, a beleza da alma Bem mais do que se vê é ter nas mãos Um jeito de seguir em paz e logo mais Toda melancolia se vestir de glória
Essa música foi uma das que mais nos marcou. Nossa filhinha, Aurora, havia acabado de nascer e a nossa saudade da família e raízes estava mais intensa. Lembrar que havia beleza nos dias não ensolarados nos consolou. (Monocromia)
Meu passo encontra o teu, pra se ajustar A gente dança até o dia despontar Eu gosto quando você chega A gente é festa, a gente é festa
Ai, que delícia! Como essa música diz sobre mim e Marco. Não precisamos de ninguém pra fazer festa. Nós dois somos a nossa festa e amamos isso. Ele é a minha melhor companhia. (Festa)
Se a água do mar é terapia Não escondo a dor Mergulho noite e dia
Profundo. Profundo. (Terapia)
Monocromia marcou uma fase de amadurecimento em nossas vidas como indivíduos e como casal. Ao ouvir o álbum novamente, enquanto te escrevo, me vêm lembranças tão doces... nossa casa grande e lindamente iluminada pela luz do dia, os móveis amadeirados da sala e cozinha, o quarto de casal de tinha uma meia-luz gostosa de ver, a luz que entrava pela porta da sala e dava um tom familiar ao rack com as nossas fotografias, o nosso primeiro amor de bebê pela nossa Aurora, nosso amor um pelo outro que estava cada dia mais forte apesar das dificuldades... ah, que coisa boa que a música faz pela gente. Dá trilha aos momentos que a gente gostaria de registrar como se nossos olhos fossem lentes de uma câmera.
E agora estamos aqui, de volta para Goiás, com mais um filho, em uma casa nova (esta se chama Cora) e ansiosos para o laçamento do próximo álbum.
O que posso te dizer, Lorena? Obrigada não parece suficiente, mas é o que a língua portuguesa tem a nos oferecer. Então, obrigada. Certa vez nosso namoro foi definido por um amigo de uma forma verdadeira e cômica. Ele disse: “Vocês combinam muito, sabia? Vocês tem uma coisa um pelo outro que eu não sei bem como nomear, é tipo uma ligação mística..” Pensa se não amamos?! Nosso amigo Fábio quase te superou na poesia com as palavras ao nos definir. Obrigada por ser a trilha sonora da nossa ligação mística. Obrigada por compor letras que marcam na pele - pelo arrepio - e na alma. Obrigada por cantar sobre Jesus - da maneira mais sutil e gritante que há. Obrigada por se entregar à poesia por amor à Cristo. Obrigada por existir. Marco e eu amamos seu trabalho, de todo o nosso coração. Torcemos para que nossos filhotes saibam te apreciar tanto quanto nós.
Que Deus abençoe seu ministério. Que Deus abençoe sua família. Que Deus abençoe sua família.
P.S.: Hoje me dei conta que eu vivo a música Amor Que Eu Quero do início ao fim. É uma delícia viver assim.
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Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo. 1 João 4:4 Há momentos em que esquecemos quem realmente está do nosso lado. Perdemos a sensibilidade, ficamos perdidos, e as coisas não parecem dar certo nunca. E isso acontece quando nos afastamos de Deus, não evoluímos, estagnamos, paramos no tempo. E a melhor solução é voltarmos aos braços do Senhor! Deus já nos concedeu a vitória, pois somos filhos dele. E quando estamos nele, somos maiores do que os problemas que nos assolam. Cristo venceu o mundo e com Ele vencemos. O que pode parecer uma derrota, com Cristo é a oportunidade para um grande agir na nossa vida. Coloque Deus no centro dos seus planos e confie na sua palavra. Fortaleça a sua fé, tenha comunhão com Ele e certamente Deus lhe concederá vitória. Se você está afastado dos caminhos do Senhor, peça perdão, procure se reaproximar de Deus, este é o momento para recomeçar, pois Deus é misericordioso. Tenha fé, coloque Deus acima dos problemas, Deus é poderoso. Acredite, as dificuldades são uma oportunidade de crescermos em fé e graça. O Senhor nos abençoará mais e mais! Diga isso: “Senhor, quero agradecer e pedir que me conduza. Quero estar perto de Ti, andar contigo. O Senhor venceu o mundo e contigo sou mais do que vencedor! Em nome de Jesus, amém“. Agindo Deus quem impedirá? Vai dar tudo certo, em nome de Jesus! Deus abençoe muito sua vida! - Ministério de Evangelização Fala DEUS 📖🔥 - #boanoite #palavradedeus #bibliadiaria #deusébom #jesus #maravilhosagraca #salvacao #sabedoria #espiritosanto #jovemsabia #devocional #milagre #jesusteama #versiculo #reinodedeus #pensenisso #ministeriofaladeus https://www.instagram.com/p/CUGSQWHrVwM/?utm_medium=tumblr
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