#ainda bem que a jackie não tá por perto

[shield-o-futuro]

Scarlly está animada para o lançamento de Midnights????

Scarlett: Mas é claro que sim! Eu to super ansiosa!

Abby: Ela só falou disso o dia inteiro. Até vamos assistir esse jogo de futebol agora, do New Orleans Saints, porque ela disse que vai ter alguma coisa do álbum sendo divulgada lá.

[phconta1]

"NOITE MAIOR QUE" Tudo que te machuca... 26 de out de 2015 paulo henrique Você é um sonho 26 de out de 2015 paulo henrique Uma beleza assim é orientadora da vida 26 de out de 2015 paulo henrique Eu tenho um problema saber que você  encontrou solução 26 de out de 2015 paulo henrique Não pense que eu não posso te amar um dia como eu me expresso 26 de out de 2015 paulo henrique Se você fizer surgir amor no meu coração eu serei o remédio e você a cura 27 de out de 2015 paulo henrique Um beijo é o orror do Halloween 27 de out de 2015 paulo henrique Eu sou seguro mas o seu corpo me deixa fazio de si mesmo 28 de out de 2015 paulo henrique Sua deleza é um estimulo perfeito seja feliz 28 de out de 2015 paulo henrique Oque determina seu talento é você saber quem você é eu sei 28 de out de 2015 paulo henrique Se você ouvir o Punk Rock  que eu curto comigo explicando você vai gostar escuta íris goo goo dolls quando quiser íris legendado video oficial fica assim 29 de out de 2015 paulo henrique Iai quando eu o momento será nosso eu só quero que saiba que sou eu 29 de out de 2015 paulo henrique Aerosmith full circle espero que voce ouça tem muito mais essa foi a música que me rendeu ao rock  29 de out de 2015 paulo henrique Com a bondade que voce ama seja como voce e maravilhosa linda mulher 30 de out de 2015 paulo henrique O seu corpo me inspira 30 de out de 2015 paulo henrique Inspiração para um poeta 31 de out de 2015 paulo henrique Oi iai gata eu tenho que te envolver     nuns role sera que voce me deixaria eu sou o cara e você é fogo na bomba my baby 31 de out de 2015 paulo henrique Oi gata não é porque eu curto o proprio rockn roll que eu não vou escutar oque me da prazer seja assim faca da sua vida um orgulho eu lembrei de augo você parece a Jeniffer Lopes ouça on the floor ela e pitbull 31 de out de 2015 paulo henrique Respeite a todos so ame quem te quem te faz bem 1 de nov de 2015 paulo henrique A dor me faz aprender a amar a dor me aprender a pensar a felicidade me faz capas de ser quem sou 1 de nov de 2015 paulo henrique Pamella tenha atitude seja feliz 1 de nov de 2015 paulo henrique Seja feliz saiba que as pessouas te admirao 2 de nov de 2015 paulo henrique Eu nunca pense que eu te esqueceria no tempo eu envelheço por e com você é assim que eu penso 2 de nov de 2015 paulo henrique As diferenças são tão normais que é melhor o mundo ser mais diferente pamella nós gostamos assim 2 de nov de 2015 paulo henrique Pamella se você quiser entender como eu me cinto no geral na vida ouça lanterna dos afogados eu tô te isperando 3 de nov de 2015 paulo henrique E você faz parte dela 3 de nov de 2015 paulo henrique Pamella a relidade é que da para superar tudo em termos de sofrimento voce acredita nisso mas quando eu vou ler um resposta mas da para superar tudo pra umas pesouas e mais facil outras e dificil e pra você pamella 3 de nov de 2015 paulo henrique Va no megabox e assista max Payne e não precisa eu repetir duas vezes né valeu 4 de nov de 2015 paulo henrique Tá pela ordi a Maior façanha do defeito e contaminar a perfeição e a vida de um ser humano esta longe de ser perfeita mas oque interessa é a fratenidade e outras coisas que faz o mundo ser perfeito perto das trevas 5 de nov de 2015 paulo henrique O pamella que o mundo gire em torno do Sol sempre qeu voce seja sempre como voce quer pra eu admirar ainda mais as mulhres do plena terra 5 de nov de 2015 paulo henrique Assista dracula a história nunca contado 6 de nov de 2015 paulo henrique Pamella a sorte e crueu em quanto eu ajudo voce e se entender minha vida é relativa tem dias que as pessouas são criativa pra te derrubar maltratar defamar mal orientar maldizer e qual quer outra coisa ruim mas eu prego suas coxas sao um sucega Leão sinderela eu preciso ir pra cama meu amor durmi 7 de nov de 2015 paulo henrique Pamella sua importância é evidente que os seus olhos vejam voce como única diante do universo  sempre saiba oque siguinifica uma mulher para quem ama e só quem ama da valor e tem valor as mulhres do mundo são preciosas e as vezes não notam o orgulho de ser autamente feminina cada neurônio de um super dotado é importante para ele cada mulher e importante para nos que amamos que as estrelas da que céu saibam que quem ama respeite cada muher 8 de nov de 2015 paulo henrique Se voce quiser avril Lavigne let me go 12 de nov de 2015 paulo henrique Oi musa a sua forca esta na sua feminilidade 14 de nov de 2015 paulo henrique Pamella o mar conta o sonho que o sol me deu 16 de nov de 2015 paulo henrique Hello baby my girl o melhor da vida e realmente dar felicidade a vida a lógica e que fazer augo produtivo não tem nada a ver com drogas e leviedades o prazer da vida e o show que o espetáculo traz eu ja conheci tanto usuario que em dez anos se tornaram inofenciveis pra sociedade se voce for pensar na vida dez anos é muito tempo mas eu falo dos que já passaram e triste pensar em pessoas que eu sei o nome inofensivos sem memória intelecto chance no mercado de trabalho tudo pelo basiado que era vida loka no início nada que leva raciocínio inteligente aqueles caras são bom 19 de nov de 2015 paulo henrique Oi Pamella viva minha inspiração 19 de nov de 2015 paulo henrique Ivete Sangalo a lua que eu te dei 22 de nov de 2015 paulo henrique Caroline ouça MTV Roberto Carlos pra assistir o vídeo não precisa o nome da midica 22 de nov de 2015 paulo henrique Minha rainha Aerosmith falling in love nao fizeram clip para esta música mnha musa 23 de nov de 2015 paulo henrique Pamella a história humana tem seus declinios que são eles que magoam eu nunca pencei que certas pessoas focem tão displicente e tudo acontece de forma até natural se parar pra pensar ele que magoam somos nós 25 de nov de 2015 paulo henrique Pamella voce tem que ser da forma que você dfine ser os seus objetivos é voce que traça sua cabeça é seu guia na hora de errar e acertar poque por mais que nos sforçamos somos seres umanos e estamos sujeitos a errar sempre veja seu limite humano e seja uma maravilha Minha Rainha 28 de nov de 2015 paulo henrique Oi que o amor sempre vença as densas trevas se fomos entender até aqui venceu mas não é por isso que nos não soframos muito as vezes o melhor e entender que a solução e augo sempre oportuno em qualquer situação  29 de nov de 2015 paulo henrique Eu nunca eu nunca faria mal a uma mulher a ponto de deixar marcas no corpo dela eu sempre queria amar uma uma mulher a ponto de deixar marcas no coração dela eu respeito homens que são felizes com sua mulher eu sou religioso da causa de a minha mulher ser mais feliz que eu 30 de nov de 2015 paulo henrique Oi Pamella tudo bem qual o criterio hoje será que eu estou ligado eu busco um anexo com a felicidade eu aprendi augo certo é mais justo ter pouco com quem está na umildade do que desfrutar a riqueza com soberbos é questão de escolha de valor e seja feliz na sua vida voce tem um planeta pra descobrir Pamella nunca duvide dele do futuro 4 de dez de 2015 paulo henrique Tim Maia gostava tanto de voce 4 de dez de 2015 paulo henrique A sua vida é uma ambição voce me ajuda a continuar sonhando 5 de dez de 2015 paulo henrique Nos temos muito pra compartilhar voce é maravilhosa sera que eu tenho uma mulher 6 de dez de 2015 paulo henrique Djavan Oceano somos rock e somos Brasil tambem 6 de dez de 2015 paulo henrique Rosa Nascimento nao ceda porfavor a versão mais moderna do YouTube mas a antiga tambem e boa eu conheci muita gente fina que era fiel eu respeito muito tenho uma par d amigos da igreja renascer mas não sou de igreja então fica a consideração 8 de dez de 2015 paulo henrique Nem do ideia pra anciedade eu espero minha resposta vem claro que vem pelo menos eu faço uma mulher feliz que também é show de rock luzero escuta rock saude maconhero 9 de dez de 2015 paulo henrique Oque liga e a gente nunca sair da sabedoria essa é a vida que eu luto pra trilhar 9 de dez de 2015 paulo henrique Zizi Possi cantando em italiano per amore 9 de dez de 2015 paulo henrique Ate que eu canto a Pamella Borges e o dia que eu tocarei realmente sou musico meu som vai sair na mídia ta vindo muita gente boua por aí deixa que eu comando tudo 11 de dez de 2015 paulo henrique Skank Jackie tequila dedicado a todas as meninas do brasil que se acham feias mas tem ótimo coração Jak tequila 11 de dez de 2015 paulo henrique Oi iae minha gata ta um squema ou nao ta penosa eu quero cuidar da sua vida sexual mente busco o clímax real para uma vida salutar voce me da ideia e eu como tudo que        desejo        for 13 de dez de 2015 Foto do perfil de paulo henrique paulo henrique Pamella Borges gatinha é nois na fita penosa nao sussega nao que eu vou abrasa 14 de dez de 2015 paulo henrique Será que da orgulho 14 de dez de 2015 paulo henrique Oi minha magestade a minha necessidade de te dar prazer está aumentando mas eu não posso negligenciar um distino um propósito a qual a vida delega é melhor nos aceitarmos augo mal fazendo o bem meu legado é forte se você vier nos vamos gozar gostoso a eternidade 15 de dez de 2015 paulo henrique Eu até já errei muito mas é loko descontrair nesta imersão 17 de dez de 2015 paulo henrique Oi minha musa qual o refrão da nossa música de hoje 17 de dez de 2015 paulo henrique Não sei se é melhor errar ou morrar aqui no brasil e sabe de uma coisa se eu tivesse na Suécia ou Roménia ou até Itália não mudaria nada a comida sono voce que faz isso é iqual na sua vida mas eu acho o Brasil perfeito nunca se eu torso pro SPFC ou um time qualquer eu vou defenser ele mas o Brasil perfeito eu acho nota 10 poderia ser 1000 ou o primeiro a Suécia tambem é 10 17 de dez de 2015 paulo henrique Se eu não foce quem sou eu daria valor pra quem eu fosse eu tenho que dar valor pra cada pessoua por mais que ela seje o oposto do que se quer ser na vida nos temos o tempo e no tempo as outras pessoas e nele nos mudamos e nos tornamos outro auguem e seje que você é as pessoas vão te valorizar quando voce estiver perto de quem te faz bem 19 de dez de 2015 Foto do perfil de paulo henrique paulo henrique O clima pode ficar agradável mas o que interessa mesmo no estar é saber que a vida não é momentânea ela e longa e se tem que saber chegar esperar sua vez ��s decisoes sao o reflexo do seu interior eu sei ninguem é inútil as pessoas tomam decisões conforme a precisao do seu caráter e este caráter é de auguem que erra e sofre erros e fracassos como eu 19 de dez de 2015 paulo henrique Você Pamella é show pra min te desejo com todas suas qualidade e não ligo pra nada que você pence que me afasta de você acima de tudo sou um ser humano e sei  chefiar tudo se eu entendo a glória de países como o Brasil quando mais a sua eu e você vamos viver um estar minha linda eu não disse que era normal 19 de dez de 2015 paulo henrique Na vida a gente erra muito por nada eu ouvi um som loko hoje de manhã o melhor na vida nunca desistir chefiar ao máximo sempre tera músicas que nos imprecionara tem pessoas que tem um talento loko e eu quero sempre ajudar essa arte 20 de dez de 2015 paulo henrique Voce acha que eu nao te acho perfeita voce cobre todas as expectativas voce tem que ser quem voce é e assim voce me agrada eu já te disse que eu te acho  perfeita oque você achava da minha opinião sempre foi perfeita voce tinha certeza se não era erro seu voce com esse corpo cheio de curvas indecente eu acho seu estar perfeito minha deusa eu juro 20 de dez de 2015 paulo henrique Firmeza minha linda eu preciso de saber que você é feliz e eu estarei melhor nunca pense que os seus fantasmas são maior do que um propósito que te definiu a vida é augo de supremo planejamento nada sai da sua lógica viva 21 de dez de 2015 paulo henrique Slipknot killpop eu acho loko tudo chapado 21 de dez de 2015 paulo henrique Mesmo com a reação da dor a imperfeição leva a sua angústia pra puta que pariu 23 de dez de 2015 paulo henrique John lennon imagine 23 de dez de 2015 paulo henrique Oi Pamella Borges a vida é augo meio químico e físico girando opostamente mesmo que a eletricidade estática não seja o real motivo da censacao fisica eu acho melhor nós usarmos nosso centimento pra augo justo 25 de dez de 2015 paulo henrique Oi Pamella mil gral tudo isso o melhor é que da pra descansar mas o ano recomeça o melhor é viver o hoje e esquecer da rotina as amizades se reúnem so as vezes e tem muita coisa boa que da pra fazer que não faz mal nenhum tudo tranquilidade 26 de dez de 2015 paulo henrique Os olhos são os calculos de cada reflexo 27 de dez de 2015 paulo henrique A sua mente reflete personalidade 27 de dez de 2015 paulo henrique Com um ano novo um novo squema eu sempre estou aqui pra você Pamella eu to querendo mais a vida não chefia aquilo que é justo    nos temos muito tempo pela frente 27 de dez de 2015 paulo henrique Raul seixas maluco beleza 27 de dez de 2015 paulo henrique Por mais que a pessoa seja ruim ela tem um valor por mais que o ser humano seja maldoso ele é util para o mundo por maior que seje o erro as pessoas ruins tem que aceitar umas as outras 29 de dez de 2015 paulo henrique Ao cubo mil desculpas 30 de dez de 2015 paulo henrique Louca louca vida minha mina a direção do nosso futuro somos nos que escolhemos Pamella mas tem coisas que sao dada como uma imposição as pessoas querem o melhor pra si mas nao foi eu que escolhi a direção do meu talento 31 de dez de 2015 paulo henrique Se eu conhecer tudo faltará ânimo pra explicar auguem que sabe que eu sou umilde 4 de jan de 2016 paulo henrique Pamella estive aqui e não stive aquii 5 de jan de 2016 paulo henrique Hey lady cabuloza o conjunto todo do seu corpo ecita voce é muito linda eu tenho a ver com sua carne esse seu rostinho me faz ficar sozinho quando voce nao aguentar mais fala oque voce quer eu desejo isso

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[todorestonaoconta]

“Deixe os acordes de nossos corações tocarem.

Em um só ritmo, uma só melodia.”

Não começou em uma tarde de verão, nem em uma noite de inverno, muito menos em um pôr do sol de primavera; começou na manhã fria e chuvosa de outono. Em que as árvores não tinham flores, o gramado não era verde, e o céu estava pálido. E eu, como sempre, estava em uma amarga e tediosa neutralidade como em todas as outras estações. Um fantasma entre corredores á busca de algum lugar quieto e reservado, longe das cores e sorrisos do refeitório. Entrei em uma sala qualquer me sentindo finalmente em paz. Analisando a sala, percebi ser a sala de música. Praguejei, e sai. Queria paz. E não teria enquanto aquele piano não parasse de me encarar. Respirei fundo e voltei á minha busca pelo nirvana. Pelo visto, não era hoje. Ao invés de encontrar sossego, encontrei problema.

Lá estava a tão odiada supervisora. Ela tinha algum problema comigo. Sério. Ela sempre arranjava um jeito de me levar para a diretoria, mesmo quando não estou fazendo nada. Como agora. Assim que a vi, quis levar um tiro. Como pode uma mulher ser tão ordinária? Ela deu um sorrisinho tão ordinário quanto ela e me pediu para acompanhá-la à diretoria. Mordi a língua para não responder com um “me obrigue” e fui á caminho do meu julgamento por seja lá o que essa louca inventou.

Ela abriu a porta e me mandou para sentar e esperar o diretor chegar. Revirei os olhos e fiz o que pediu. A louca ficou lá, me encarando com aquele sorriso diabólico. Ela devia fazer testes para uma versão feminina de Hannibal. Ou para a Samara numa versão loira e mal comida. Ergui uma sobrancelha enquanto pensava nela saindo do poço, e percebi que ela estava séria de novo. Descobri quando ouvi a porta bater. O diretor havia chegado. Antônio entrou na sala e suspirou ao ver nossa presença.

— O que foi agora, Jackie? – ela ajeitou a postura e começou a falar.

— Eu encontrei esse sujeito matando aula no corredor.

Bufei. Sério isso?

— Está na hora do intervalo! Não tem uma desculpa melhor para me dar uma detenção?

Ela me fuzilou com aqueles olhos demoníacos.

— O garoto está certo, Jackie. Está na hora do intervalo, não vejo nenhum problema nisso.

— Eu sei Antônio, mas no horário de intervalo é para ficar no refeitório e esse aluno estava pelos corredores.

Ela só pode estar brincando.

— Fala sério! Quer ditar meus direitos agora também?

— Sim, e você tem o direito de ficar calado. – a Nanny Mcphee disse.

Eu vou morrer de tédio.

— E de um telefonema e um advogado. Eu conheço meus direitos. Pode ir lá providenciar.

O diretor ergueu a mão e paramos de discutir.

— Cuidado com as palavras, Marco. A senhorita Jackie ainda é uma das autoridades da escola. Agora poderia me explicar o perigo da situação?

Ela voltou a sorrir. Como eu detesto o sorriso daquela mulher.

— O problema é que o aluno estava andando pelos corredores sem a minha autorização.

Antônio deu um olhar entediado para Jackie.

— Jackie, os alunos não precisam de autorização para andar pela escola no horário de intervalo.

Eu consegui ouvir as embreagens da supervisora. Ela estava muito irritada por não conseguir manchar o meu histórico mais uma vez. Achei que ela ia desistir por nunca conseguir e sempre se dar mal. Mas não. Ela simplesmente abriu a boca e disse a maior mentira da minha vida.

— Marco estava querendo fumar drogas dentro da escola.

Levantei-me, puto da vida, e comecei a gritar.

— Você tá doida? Eu não estava fazendo nada! Eu nem sequer bebo.

— Marco, acalme-se. Jackie, você não pode fazer uma acusação dessas sem provas.

Jackie permaneceu impassível. Enquanto eu queria esganar o pescoço daquele ser, eu só pensava em quantos processos iria render aquela situação. Já imaginava como seria se eu manchasse sua ficha criminal e ela, que não consegue nem manchar meu histórico escolar, pagando uma bela fiança com cara de desgosto;

— Tem razão. Não tenho provas. Mas acho que devemos registrar nossas suspeitas no histórico escolar no Sr.Tavelli.

Filha da mãe! Eu não mereço.

— É? Vamos ver o que meu pai tem a dizer sobre isso. Sabia que ele trabalha numa advocacia multinacional? – disse. Deliciei-me vendo o pavor no rosto da megera. Acho que não esperava por essa, não é mesmo?

— Temo que essa medida não será necessária, Marco. Foi só um mal entendido. Peço perdão por aborrece-lhe. A Srtª Saenz cometeu um engano e não voltará a se repetir. Está liberado.

Se não fosse pelo Antônio, eu teria processado a supervisora. Mas eu conheço Antônio desde que cheguei ao país, e ele sempre foi uma espécie de avô para mim. Então eu lancei um sorriso debochado para Jacqueline e sai. Peguei meu celular e si o horário no visor. Faltavam 15 minutos para o intervalo terminar. Aquela palhaçada custou meia hora do meu tempo. Bufei e continuei meu caminho pelo corredor. Quando cheguei perto da sala de música novamente, comecei a ouvir.

As teclas do piano produziam um som belo e vibrante. A música, desconhecida por mim, transmitiam uma alegria que eu nunca poderia ter na minha melancólica vida. Ouvi o grave se misturar com o agudo em uma sintonia única. Fechei os olhos e me apoiei na parede. Imaginei as notas em minha mente, e só consegui pensar que teria que tocar quando chegasse em casa. Quando terminou, sai do transe e espiei pela janela para ver quem era o autor daquela sensação.

Bem, o autor era ela. Não me surpreendi. Afinal, as mulheres têm uma emoção tão forte e tocante que nunca irei entender. Acho que elas têm paixão, algo que é raro para nós, homens. Penso que as mulheres são a parte que sente do ser humano. Quando elas sentem raiva, elas se tornam a raiva; quando elas amam, elas são o amor; e a parte mais importante é que se elas se decepcionam, elas se vingam e você nem percebe. Mulheres são pura poesia. Não entendo como alguns homens as acham inferiores. Não sei nem como nós não somos considerados assim. Mas ninguém é perfeito e todos têm algum defeito. No caso das mulheres é que elas são doidas. Sério, elas são piradas. O “não” pode ser “sim”, e o “sim” pode ser “não”. E o ‘talvez’ sempre é uma certeza; até porque elas nunca estão incertas sobre algo.

Enfim, quando a garota voltou a tocar (outra musica desconhecida por sinal), percebi que ela não era exceção e a ouvi tocar com todo o coração. Era como se ela fosse as notas, os acordes, as teclas; ela era a orquestra inteira. E ao que parece, ela roubou a beleza da orquestra inteira. A garota tinha a beleza de uma deusa. Longos cabelos negros, olhos verdes e pele pálida. Os lábios, mais vermelhos do que rosas. Sentada, trajava uma blusa azul-marinho de mangas compridas, e uma calça jeans escura. Mas o que realmente notei eram seus dedos. Esguios e finos, eles confiavam completamente em si. Afundavam-se nas teclas como se fossem suas. O som era esplêndido.

E não queria deixar de ouvi-lo nunca.

Fiquei por mais duas músicas antes de sair. Quando o fiz, percebi que o sinal havia acabado de tocar e precisava voltar ás aulas. Foi uma fatalidade. Se eu fosse surdo, morreria por não escutar as canções; e se fosse cego, me mataria por não vê-la. Mas quem me dera ser mudo, porque eu não teria dito o acontecido ao Federico.

— Então, você ouviu uma música? – ele disse enquanto se escorava no carro.

Revirei os olhos. Era a terceira vez que ele me perguntava isso.

— Aham.

— E era uma garota?

— Isso.

— E ela estava tocando no piano da sala de música...

— Certo.

— Tá. Eu não entendi. O que é que tem? Não vejo a gravidade na situação!

— A gravidade da situação é que eu gostei de ouvi-la cantar.

Ele me olhou torto. Eu conseguia ouvir as embreagens dele. Não entendia e duvido que em algum dia chegue a entender. Suspirei e mandei um “deixa pra lá” que ele aceitou de bom grado.

— Hey, Marco! – ele apontou á uma direção – Aquela é sua garota?

Olhei na direção de seu dedo e vi a musicista e mais duas garotas saindo pela porta da escola. Pude ver seu corpo inteiro agora, e percebi que ela parecia ser esculpida pelos deuses. Os longos e negros cabelos caiam por suas costas em um encaixe perfeito, enquanto as pernas longas e malhadas estavam á vista de todos. Ela trocara a blusa azul-marinho por uma camiseta branca e uma jaqueta de couro; a calça jeans havia sido substituída por um short preto com lantejoulas brilhante. Notei que suas companhias tinham nome e status: Natália Vidal (a baixinha narcisista) e Camila Torres (a ruiva louca que todos os dias tinha uma fantasia diferente). Os prodígios de divas olhavam para a garota como se acabassem de achar sua abelha-rainha.

E de fato, encontraram.

— Sim, é ela. Mas não é minha. E pelo visto ela pertence ao circulo negro agora.

Federico encarou o trio e deu uma risada.

— Violetta e Ludmila não vão gostar disso. Já imaginou se a garota canta? Vai ser uma guerra de entre o couro e a purpurina.

Dei uma gargalhada e parei para pensar em como seria uma guerra nessa escola. De um lado, Violetta com seu olhar arrogante e seus comparsas (o que eu estou incluso, claro), doutro, Natália e Camila com o ego inflado e sua nova rainha para acrescentar novas piadas de mau gosto ao vocabulário. Vilu que me desculpe, mas acho que finalmente conseguiu uma concorrente á sua altura. Tive certeza disso quando, no meio da conversa, ela sorriu. Os lábios da rainha se curvaram e ela soltou um sorriso tão grande e bonito que o estacionamento inteiro parou para contemplar. Existe um sorriso mais belo que este? Travei quando me ocorreu que estava a contemplando também. Fiz de tudo para afastar o sorriso dela da minha mente.

Parei de observá-la quando vi Tomás se aproximar com uma sorridente. Ele deu um high-five com Federico e me mandou um “e ai?” que foi respondido com um mero aceno de cabeça meu. Observei ele cutucar Fede com o cotovelo e fitar a garota do sorriso.

— Soube da nova amiguinha da Natália? Uma gata, né? – ele disse. Federico ergueu uma das sobrancelhas enquanto o fitava divertido.

— Minha irmã terminou com você há uma semana e já quer arrastar asa para a novata? Que feio Tomás!

Isso vai ser divertido...

— Todo mundo sabe que meu lance com sua irmã não era nada sério, aliás, eu tô muito feliz que nós terminamos. Cansei de você me chamar de cunhado por aí.

Revirei os olhos. Eu realmente tava sem paciência para agüentar Tomás, hoje.

— Todo mundo sabe que você ficou com o orgulho ferido depois da Vilu te dar pé na bunda.

Verdade.

— Isso não é verdade! Enfim, acha que ela cede ao meu charme?

— Violetta? Não. Ela detesta repetir dose.

— Não, a Francesca.

Eu e Fede o olhamos confuso.

— A novata, gente. Acha que ela me dá bola?

Soltamos um “ah” e demos de ombros.

— É bem mais fácil ela me dá bola. Eu tenho mais charme. – quis morrer com a conversa dos dois. Eu já sabia no que isso ia dar. – Uma pena que ela é amiguinha da Natália. Ficaríamos tão bem juntos.

Bufei.

— Como se isso impedisse vocês dois. – murmurei.

Eles me olharam pensativos e se levantaram.

— Tem razão. Mesma estratégia de sempre? – Federico disse. Tomás concordou com a cabeça.

E aqui vamos nós, de novo. Eu já sabia. Como sempre, observei o show. Os dois idiotas caminharam até a recém descoberta, Francesca, com um sorriso galanteador no rosto. A pobre coitada estava rindo de algo com as garotas quando Tomás, em uma intimidade que não tinha, chegou beijando sua mão e se apresentando. Sorriu meio sem graça e falou algo que deduzi ser sua apresentação, enquanto Federico chegou por trás e disse algo no seu ouvido. Dei uma risada quando a vi pular de susto. Logo depois, ela fez uma cara animada e perguntou algo á Fede. O vi arregalar os olhos e concordar e os dois começarem a conversar e Tomás, mais uma vez, ficar de fora. Era sempre assim. Veja, Tomás e Federico tinham “a manhã”. Como Vilu diz: eram charmosos. Eles sabem disso e tem essa mania idiota de toda vez que vêem uma garota, disputar quem tem mais charme. O que obviamente é Federico. Este que começara a mandar as cantadas, visto que Francesca estava meio desconfortável. Então, entre cantadas e flertes, Ludmila passou pela porta da saída. Bingo! Pude até ver um sorriso passar pelo rosto de Tomás. Federico, coitado, parou na hora. Enquanto, Tomás se aproveitava da situação e puxava papo com a garota. Toda vez isso acontecia. Fede conquistava a garota, mas ele não conseguia ir até o fim por Ludmila, e Tomás ficava com ela.

Nunca muda.

Parei de observar aquela palhaçada e mudei meu foco para algo mais maduro do que flertes: queda de braço. Fitei Maxi e Broduey apostarem os bíceps com Natália e Camila, que haviam se afastado depois da abordagem dos dois patetas á Francesca, os provocando com apoio moral. Revirei os olhos e me perguntei qual o futuro dessas pessoas.

Suspirei e voltei ao meu antigo foco. Francesca. Curioso o nome, devo acrescentar. Bem, ela estava em uma situação bastante desagradável. O pateta, mais conhecido como Tomás (já estou ficando irritado de pensar nesse nome), não parava de perseguir a coitada da garota que tentava chegar a seu carro. Que, aliás, estava perto do meu, concedendo-me o privilégio de ouvir a conversa.

— Então, por que não ficou na Europa? – disse a garota.

Engoli o riso. O Tomás não se toca.

— Eu poderia, mas na Europa não há garotas tão lindas como você.

Que ridículo. Como é que ele ainda é considerado charmoso?

— Interessante, porque sou italiana.

Touché.

— Mas o que é beleza comparada á simpatia das italianas.

Um ponto para o improviso brega do Tomás.

— Pena que não é universal né?

Dois pontos para a indireta direta de Francesca.

— É algo que só os italianos e espanhóis têm.

— Pena que alguns espanhóis sejam exceção...

Três pontos para Itália.

— Sério? É uma lástima. Mas entendo, alguns espanhóis são meio rudes mesmo. Conhece alguém assim?

Pobre Tomás. Tão ingênuo. Nem se deu conta de tantos foras que recebeu da moça. Que papelão. Bem, Francesca estava com um olhar tão duro que pensei que fosse perfurar Tomás com os olhos.

— Eu tenho que ir pra casa agora. Até mais! – disse e se encaminhou até o seu carro.

Tomás acenou e veio em minha direção. Ela o seguiu com o olhar até que ele veio parar em mim. Fixei o olhar nela reciprocamente. Foi um momento. Entende? Não foi uma situação, não foi um ato. Foi o instante em que nos conectamos; que nos intrigamos; que nos conhecemos. É como se fôssemos um tecido que naquele momento começou a fiar. E foi neste momento que tive certeza de que ela não era um fruto da imaginação e ela era tão real que era surreal. Éramos uma semente que acabava de ser plantada. Fitando-me, ela inspirou e engoliu em seco. Foi como um pequeno choque em meu coração que não parou de disparar. Sem freio, sem ritmo, ele me mandou sair daquele momento antes que estourasse. Ergui uma sobrancelha como quem diz “Perdeu alguma coisa?” e ela desviou o olhar e entrou no carro.

Não era o que meu coração queria dizer.

Quando cheguei em casa tudo que queria era tocar. Sentir meus dedos nas teclas de um piano, soprar um saxofone, até balançar uma lata de alumínio com uma bolinha dentro. Só queria música. Mas me contive. Por ora. A verdade é que chegou certo momento da noite que me vi tentando escrever a melodia de Francesca no papel. Tentei de todas as maneiras, mas não consegui. Fiquei decepcionado. O que tinha naquela música que nem meu ouvido musical podia captar?

Eu sabia a resposta. A verdade é que naquela e em todas as noites que sucederam, eu pensei nela. Repeti a imagem dela milhões de vezes em minha cabeça até conseguir dormir. Depois de um tempo, o único jeito de dormir era se pensasse nela. Passei a considerar que estava louco. Não a conhecia, sequer sabia o tipo de pessoa que era. O que eu sabia era que seus olhos eram verdes. Mas também eram escuros. E que a única conclusão que conseguia pensar sobre isso é que ela já sofreu. Nada mais. Então, por que não conseguia tirar ela da minha cabeça? Quando a resposta veio, não quis aceitar. Mas para não enlouquecer de vez, aceitei e me perguntei o porquê de esse fantasma aparecer na minha vida.

Francesca Cauviglia, meu amor platônico.

[f0dapracrl]

Henrik e Chase pararam na frente do sofá, ambos encarando Jackie. O médico soltou um suspiro de desaprovação.

— Eu quero perguntar o que aconteceu, mas eu sei que você bateu essa perna quando tava fazendo parkour.

— Exatamente isso... — Ê vigilante riu de desespero.

— Por sorte você chegou bem na hora que o Hen tava me visitando. — O Brody mais novo iniciou. — E que ele sempre anda com esse mini kit de primeiros socorros.

— É pra acidentes como esse, tá bom? — Ele se agachou próximo ao joelho lesionado. — Você também é pai e devia saber disso!

O alemão começou a tratar o machucado, limpando o sangue no local. Jackie podia jurar que teria um infarto, mesmo que tivesse consulta com Henrik quase toda semana, ainda não havia se acostumado com o doutor tão próximo e tocando sua pele. Olhou para o irmão, em pânico.

"Chase ele tá muito perto eu vou morrer."

"Eu sei que tu gosta dele mas calma ele só tá cuidando do teu joelho."

"Chase eu vou chutar ele!"

"Jackie não chuta ele!"

— Vocês estão conversando pelo olhar? — O médico parou para ver os Brody. — Isso é coisa de estadunidense ou eu que sou burro?

— Nãão, a gente que tá acostumado com isso mesmo! — O YouTuber desconversou. — Como tá o joelho de Jackie?

— Bem, não machucou muito, mas provavelmente elu vai andar mancando por uma semana. — Levantou-se, olhando para o lesionado com um meio sorriso. — Vê se na próxima toma mais cuidado, criança.

Jackie concordou com a cabeça freneticamente, fazendo Henrik soltar um riso frouxo. Após alguns minutos, o médico foi embora porque estava escurecendo e ainda tinha que fazer algumas compras.

— Chase ele me odeia! — Ê Brody mais velho reclamou assim que o irmão fechou a porta. — Eu tô sempre me batendo, que médico quer um namorade que vive machucado?

— Claro que ele não te odeia, cabeça dura! E é só o jeito dele, ele gosta de ti sim!

— Talvez. — Suspirou. — Mas provavelmente não do jeito que eu gosto dele...

[foryoureyesonlyff]

Cap. 27

“Sai da barraca pelo amor de Deus e vem aqui pra fora porque eu me lasquei.”

A mensagem me fez abrir os olhos, tateei ao meu lado para encontrar o celular como era acostumada a fazer em casa, mas minhas mãos esbarraram no Harry e então eu lembrei de onde estava e uma onda de calor passou pelo meu corpo, Harry soltou um gemido fraco e se virou para me encarar.

-Bom dia. – ele falou com a voz mais rouca do que o normal. – já está na hora de levantar?

-Não. – falei retirando uma mecha de cabelo dos olhos dele e sorrindo em sua direção. – você pode dormir um pouco mais.

-Você já vai levantar?

-Vou só até o banheiro. – menti, ele fez um gesto positivo com a cabeça e fechou os olhos.

-Eu vou dormir mais um pouco mesmo, você me cansou muito ontem.

-Não seja idiota. – foi o que consegui dizer.

Ele abriu apenas um dos olhos, se aproximou e depositou um beijo delicado nos meus lábios.

-Sou seu idiota.

E assim ele voltou a dormir.

-Vem aqui que eu to com um problema do tamanho do cão. – eu nem saí da barraca direito e ela já me puxou de lado me olhando visivelmente nervosa.

-Calma, respira, relaxa, o que diabos aconteceu?

-Eu... – e então ela me encarou abrindo um sorriso.

-O que foi? Não era um problema do tamanho do cão? Por que você está rindo?

-Não, por que VOCÊ está rindo?

Só quando ela disse aquilo eu notei que estava mesmo rindo.

-Eu não sei. – comecei ainda sorrindo. – quer dizer, eu não consigo parar.

-Eu to vendo, parece que dormiu com um cabide na boca.

-Não foi bem um cabide...

-EITA PORRA! – ela gritou e todos que estavam ao redor nos encararam, ainda bem que isso não incluía nenhum dos nossos companheiros de viagem.

-Shh quer acordar todo mundo?

-Desculpa.

-O que diabos aconteceu com você?

-Você sabe que eu dormi na mesma barraca que o Zayn, certo?

-Sim e daí? Ah não Jackie, você e o Zayn...?

-Não, não quer dizer, não.

-Então o que foi? Ele tentou alguma coisa contigo?

-Não, mas...

-Então diz logo djabo.

-Eu acho que meio que to me apaixonando por ele.

Mas que merda.

-Oh que bosta einh fia.

-Nem me fala e agora?

-O Niall é simplesmente passado?

-Eu não sei.

-Pois fudeu fia.

-Fudeu muito.

-Bom dia. – nós duas paralisamos quando ele saiu da barraca e veio em nossa direção, Niall parecia mais lindo do que nós já o havíamos visto e por um segundo eu entendi a Jackie.

-Você se fudeu, olha esse demônio. – falei para que apenas ela escutasse.

-E eu não sei?

-Bom dia gente. – e então Zayn apareceu, os cabelos arrepiados, as tatuagens a mostra, pois ele vestia apenas um short e bem, não precisava de mais nada.

-Ok você tomou no cú bem tomado, tipo uma tomada no cú épica, daquelas que você não vai conseguir andar por sei lá, um mês inteiro porque sinceramente essa peste tá é gostosa. – mais uma vez apenas para que ela ouvisse, Jackie me encarou com um olhar de súplica. – ó nem vem, eu já tenho um problema enorme de mais de um metro e oitenta de altura e...

E então meu problema saiu da barraca arrumando os cabelos, Harry vestia apenas uma cueca boxe preta e bocejava enquanto tentava caminhar sem tropeçar em nada, de todas as formas possíveis aquela cena era simplesmente de tirar o fôlego.

-Tá vendo o tamanho do meu problema?

-Opa fia, todos estamos, mas isso aí não é um problema não, isso é a solução de muita coisa, muita MESMO!

Ele bocejou novamente enquanto se aproximava de nós.

-Bom dia. – ele falou me abraçando por trás, eu olhei ao redor, todo mundo do acampamento, todo mundo MESMO o que incluía aquela garota que me perguntara se ele estava solteiro nos encarava, por um momento eu quis que ele continuasse me abraçando, algo dentro de mim queria exibir ele, queria que todos soubessem que estávamos juntos, que tínhamos dormido juntos e que aquela tinha sido a melhor noite que eu tivera na vida, mas eu sabia que não podia, por isso me afastei dele dando um passo a frente, ele pareceu notar e não reclamou.

-Você está chamando pouca atenção Styles. – falei simplesmente encarando-o, ele coçou a cabeça e então olhou ao redor e percebeu do que eu estava falando, algumas pessoas já tinham o celular em mãos e tiravam fotos discretas dele e dos outros dois.

-Cacete.

Ele correu na direção da barraca tropeçando em tudo pelo caminho e eu não consegui não rir, Harry era mesmo fora do comum.

Zayn e Niall seguiram na direção do banheiro, Jackie me encarou enquanto os dois se afastavam.

-O que eu faço?

-Qual dos dois está te dando bola?

-Zayn?

-Eu não sei, quem deve saber isso é você, investe no que está se mostrando interessado.

-E depois? Quer dizer, eles vão embora em cinco dias, certo?

Eu respirei fundo. Certo.

-Bem vinda ao meu mundo.

Quando todos já estavam devidamente acordados, banhados e vestidos nós seguimos caminho para a próxima praia, James ia ao volante desta vez com Louis sentado a seu lado.

Eu me aconcheguei entre as pernas do Harry em um dos bancos, ele segurou firme ao redor da minha cintura e de vez em quando me dava alguns beijos delicados e provocantes no pescoço e nas costas o que fazia com que meu corpo se arrepiasse por completo.

Notei que o fato de estarmos “bem” parecia incomodar Rita e Liam, ela não abrira a boca desde que acordara e nos encarava de vez em quando com cara de poucos amigos, já Liam nem sequer me olhara desde que eu e Harry havíamos nos despedido de todos na noite anterior.

Jackie engatou uma conversa com Zayn a respeito de técnica vocal o que visivelmente incomodou Niall, eu tentei não rir da situação em que ela se encontrava, mas a verdade era que deveria ser complicado, afinal ela sempre tivera uma queda enorme pelo Niall, descobrir essa paixonite pelo Zayn estava mesmo mexendo com a cabeça dela.

A interação entre todos na van foi quase zero, Rita parecia estar com uma ressaca dos infernos, Harry estava mais do que calado enquanto acariciava meus cabelos, zayn e Jackie só falavam a respeito de voz e técnicas de canto, os restante estava completamente em silêncio, a não ser por James e Louis que trocavam algumas palavras de vez em quando na parte da frente da van.

Quando chegamos na praia da baleia, Rita estava tão mal que ao invés de procurarmos um acampamento nós simplesmente nos enfiamos na primeira pousada que encontramos. Nem preciso dizer a confusão que foi quando algumas adolescentes que estavam hospedadas lá viram os garotos, certo?

O problema da pousada era que o proprietário só tinha um quarto, portanto nos enfiamos todos num quarto só, ele nos emprestou alguns colchões e algumas redes e nós nos viramos como deu.

A parte engraçada foi quando Harry tentou sentar na rede ainda fechada e ela simplesmente virou com ele, arremessando-o de cabeça no chão, a pancada foi tão alta que até a Rita que estava no banheiro vomitando correu para o quarto para ver o que diabos tinha acontecido.

-Eu acho que tive um AVC. – ele repetia enquanto ainda permanecia em posição fetal ao chão. – sério, eu estou morrendo, socorro.

Me aproximei dele para constatar que sim, ele tinha batido forte a cabeça e a testa dele sangrava.

-Vem aqui Styles. – falei ajudando-o a ficar de pé e o guiando na direção da cama para que ele sentasse. – olha pra mim. O que você está sentindo?

-E eu to com uma dor de cabeça da porra.

-Além disso.

-Eu estou meio tonto. – ele falou colocando a mão nos olhos.

-Espera um segundo, deixa eu ver isso mais de perto.

Harry recuou e me olhou assustado.

-Pra quê?

-Me deixa ver sua testa, você machucou.

-Não to vendo nada.

- Não seja besta, é claro que você não vai ver, vem cá me deixa ver isso.

Eu o puxei forte pelo braço trazendo-o para perto.

-Ela é forte. – Louis observou.

-Bosta, sua testa está cortada.

Olhei ao redor do quarto e encontrei um pequeno kit de primeiros socorros, fui até lá, o peguei e voltei para perto do Harry.

-Agora fica quietinho pra eu limpar isso aqui.

-Limpar o que?

Harry olhava para cima na tentativa de ver o ferimento na testa.

-Isso aqui!- eu falei passando a mão no sangue da testa dele e mostrando minha mão suja. – Viu?

-Eita porra eu vou morrer.

-Não seja dramático.

-Minha vida está escorrendo pela minha cabeça, socorro.

-Pára de frescura e cala a boca.

Ele não disse mais nada, mas ainda tentava ver o machucado, virando os olhos o máximo que conseguia para cima.

-Vai acabar tirando os olhos da órbita.

Ele permaneceu em silêncio, mas parou com aquilo; puxei uma cadeira e sentei de frente a ele, Harry me olhou fundo, franzindo um pouco a testa como se eu fosse algo que ele nunca havia visto algo interessante demais que ele tinha que guardar todos os detalhes.

-Se quiser gritar, fique à vontade. –eu falei pegando uma gaze de dentro do kit, umedecendo com álcool e tocando na testa dele.

Harry não disse nada, mas fez careta e puxou o rosto um pouco mais para longe.

-Não se mexe Sty.

-Desculpe, mas é que isso arde pra caralho.

Quando terminei de limpar a testa dele e de colocar uma pequena atadura, fiquei de pé, segui na direção do frigobar e peguei uma garrafa de água.

-Toma bebe isso. – falei retirando a tampa da garrafa.

Ele segurou a garrafa com uma mão e começou a tatear o curativo com a outra.

-Uau esse negócio parece mesmo feio.

-Você sobrevive.

-Como alguém consegue sentar naquela coisa?

-Sentando, na verdade as pessoas dormem ali.

-Nem em um milhão de anos, não chego nem perto daquela coisa assassina.

Eu comecei a rir e olhei ao redor, só então percebi que todos, todos MESMO me encaravam sem se mover. Ok, o que eu tinha feito?

-O que foi? – perguntei me sentindo subitamente incomodada com os olhares de todos.

-É bonitinha a forma que você cuida dele. – Nick se pronunciou.

Eu não respondi, apenas abri um sorriso amarelo e fiquei de pé me afastando para jogar as gazes sujas de sangue no lixo.

-E então? Quais os planos pra hoje? – James perguntou olhando ao redor, ele parecia bem animado.

-Eu quero parar de vomitar minha vida. – Rita começou e eu a encarei com um sorriso.

-O álcool só  sai do nosso organismo oito horas depois que paramos de beber, mas eu posso ligar na recepção e pedir um caldo com ovo pra ti.

-Caldo com o que? – ela me encarou confusa.

-É caldo de carne com ovo, é muito bom para ressaca, você não está conseguindo comer direito e vai ficar fraca, esse caldo ele meio que fica no estomago sem grandes problemas e não vai te deixar com fome.

Ela olhou de mim para o Nick com um sorriso, depois encarou o Harry.

-De onde você tirou essa garota, Harry?

Ele deu de ombros sorrindo.

-Quer que eu peça o caldo?

-Claro.

Liguei na recepção e pedi, enquanto eles aprontavam o caldo da Rita o restante se aprontava para seguir pra praia.

-Vocês viram que meio que vão ter que se esconder, certo? Um monte de adolescentes reconheceu vocês na entrada e eu não duvido nada que elas estejam nesse momento paradas aqui na porta esperando vocês saírem. – Jackie começou enquanto todos, menos o Harry que estava deitado na cama em posição fetal repetindo que estava com hemorragia, corriam pelo quarto se aprontando para sair.

“Eu não acho que elas estejam acampadas aqui.” Ameacei abrir a boca para dizer, mas escutei alguns gritos quando alguém do serviço de quarto bateu na nossa porta.

Merda.

Niall caminhou na direção da porta, mas antes que ele a atendesse eu o puxei pelo braço.

-Deixa que eu atendo.

Abri um pouco a porta e saí. Sim, o corredor estava lotado de adolescentes de biquíni com cadernos e celulares em mãos.

-Foi aqui que pediram o caldo? – o cara do serviço de quarto parecia bem desconfortável com o alvoroço no corredor.

-Foi sim. – falei sorrindo na direção dele.

“Eles estão ai?” “O que você é deles?” “Como você os conhece?” “Estão os cinco?” “A namorada do Louis veio?” “Tomara que não eu shippo Larry.”

Eu não respondi a nenhuma das perguntas é claro, simplesmente peguei o caldo e abri a porta me esforçando para entrar sem que elas arrancassem um pedaço meu. Quando entrei no quarto desejei não ter entrado, a cena que vi foi Harry de pé de um lado, Louis do outro e Liam, Niall, Zayn e James parados entre os dois, Rita tinha ambas as mãos na boca, visivelmente tinha abafado um grito, Jackie estava em um canto com Nick e os dois olhavam abismados a cena que se desenrolava ali.

-O que...?

-Eu ainda não entendi o que diabos você veio fazer aqui, sério. Se o que as pessoas estão falando lá fora te incomoda tanto, pra que você veio?

Quando Harry disse aquilo eu notei que sim, eles tinham escutado as fãs imbecis falarem a respeito do shipp mais ridículo de todos os tempos, do shipp que arruinara a amizade entre os dois.

Louis não se movia, apenas encarava o amigo com mágoa no olhar enquanto Harry parecia bem irritado.

-Eu pensei em vir para acertar as coisas com você. Somos amigos, sempre fomos, eu não queria que uma merda que eu fiz separasse a gente dessa forma.

-Uma merda? Apenas uma? – Harry perguntou dando um passo na direção de Louis, Liam rapidamente se meteu na frente dele. – você fez merda atrás de merda Louis, você me afastou sem eu nem ao menos saber a razão, você não chegou pra mim e disse: “Harry, me desculpe, mas eu vou me afastar de você em público porque os rumores idiotas criados por uma parcela dos nossos fãs está incomodando minha namorada.” Você simplesmente parou de falar comigo, parou de atender minhas ligações e até nos ensaios fingia que eu não existia.

Louis não respondeu, eu não sabia bem se as coisas que Harry estava dizendo eram reais, mas pela falta de reação de Louis eu constatei que sim, elas eram, eu também conhecia o Harry o suficiente para saber que ele não mentiria.

-Você fudeu com a nossa amizade, você e mais ninguém. E quer saber, eu estou cansado disso, cansado dessa conversa, cansado de você.

Harry ameaçou seguir em direção a porta, mas então pareceu lembrar que o corredor estava tomado.

-Cacete, como a gente sai daqui agora?

Eu olhei ao redor e avistei uma janela.

-Eu topo se vocês toparem. – falei apontando a janela com o queixo.

Eles se entreolharam e em seguida abriram sorrisos largos. Sim, eles topavam.

[shield-o-futuro]

12+Scarlly e Jackie

12. Eu estava esperando que você se atrasasse.

Conto #45 — Jekaterina Shostakova & Scarlett Romanoff

Scarlett sorriu no momento em que viu a figura de Jackie saindo pelo portão de desembarque internacional.

— Ali, já estou vendo ela. 

A ruiva apontou na direção da mais nova e antes que Logan pudesse dizer qualquer coisa, ela foi em direção de Jackie, para encontrá-la no meio do caminho.

Jackie não demorou muito para vê-la, e assim que estava perto o suficiente, Scarlett abriu os braços.

— Bem vinda a Iowa!

Um pouco relutante com a demonstração de afeto em público, Jackie cedeu e lhe deu um rápido abraço.

— Я ожидал, что ты опоздаешь.

— Uhm, o que foi que ela disse? — Logan perguntou assim que finalmente se juntou às duas.

A ruiva revirou os olhos antes de cruzar os braços e tombar a cabeça levemente para o lado, sem deixar o sorriso desaparecer.

— Ela disse que estava esperando que fossemos nos atrasar. Dá pra acreditar nisso? 

— Ah. — Logan também sorriu. — Nós nunca nos atrasamos.

Jackie fez uma careta, parecendo não acreditar muito.

— Não sei quanto a você, Stark, mas a Scarlett não é exatamente a pessoa mais pontual que conheço.

Scarlett bufou.

— Tá legal, tá legal. Minha mãe e Melina nos obrigaram a sair mais cedo de casa, justamente para não chegarmos atrasados.

—  Viu só? Eu sabia. — Jackie riu. Ela parecia um pouco tensa, mas Scarlett sabia que era apenas a natureza paranoica dela falando mais alto. Aos poucos, a mais nova começou a relaxar. 

— Como foi seu voo? — Logan perguntou, aproveitando a oportunidade.  Ele se ofereceria para ajudá-la com sua bagagem, mas suspeitava que ela fosse recusar ou até mesmo se ofender com a pergunta caso ele se pronunciasse, por isso deixou para lá.

— Foi bem tranquilo. 

— Isso é ótimo. —  Scarlett se adiantou. —  Mas sabemos que é um voo longo, e ainda temos pelo menos mais uma hora e meia de carro até chegarmos em casa, então acho melhor comermos algo antes de sairmos daqui. Vamos?

[x]

— Vamos lá, pode falar.

Jackie começou assim que Logan deixou a mesa que os três ocupavam para ir buscar alguns donuts de sobremesa para eles, já que haviam acabado de almoçar. Scarlett franziu o cenho, confusa.

—  Falar o que?

— Sei que você está louca para me contar sobre o que faremos essa semana.

Scarlett ficou em silêncio por um momento, mas acabou abrindo um largo sorriso em seguida. Ela se arrumou na cadeira e olhou animada para a mais nova.

— Você me conhece tão bem....  Okay, eu tenho várias ideias! —  Ela começou, sem conter o entusiasmo. — Faremos tudo o que temos direito. Hoje à noite, nós faremos biscoitos de Natal. E amanhã, faremos uma competição de montar casinhas de gengibre.

— Isso me parece um pouco infantil demais.

— Mas não é. —  Logan reapareceu, distribuindo os donuts para as garotas antes de se sentar, juntando-se a conversa. —  Montar casinhas de gengibre é para todas as idades. Você só precisa ter paciência e criatividade.

—  Além disso. —  Scarlett emendou, dando uma mordida em seu donut. —  Eu disse que é uma competição. Você, eu e o Yaqub contra o Logan, a Kate e a América.

Jackie pareceu pensar por um momento. Então sorriu.

—  Bom, eu gosto de competições.

—  Esse é o espírito! Nós precisamos ganhar.

—  A Kate ganha todo ano dela. —  Logan apontou com o polegar para a namorada. 

— Mas esse ano, as coisas serão diferentes. —  Scarlett continuou, apoiando o cotovelo na mesa para começar uma contagem nos dedos. —  Já falei sobre os biscoitos e a competição. O que mais? —  Ela pensou por um breve momento. —  Ah sim! Também usaremos suéteres feios de natal.

—  Nem pensar. —  Jackie negou com a cabeça, fazendo Scarlett e Logan rirem.

—  Qual é, Jackie, faz parte da tradição! E todos já tem um.

—  Até a Yelena. —  Scarlett reforçou. —  O Logan, a Kate e eu escolhemos cuidadosamente um suéter horroroso para cada um, então, você não tem escapatória. 

Scarlett pensou que Jackie fosse lutar contra a ideia, reclamar e dizer enfaticamente que não participaria dessa atividade especifica, mas para sua surpresa, a russa apenas fez uma careta e se deu por vencida.

—  E o que mais? 

—  Por fim, faremos uma maratona de filmes de Natal.

—  Isso não parece tão ruim. —  Apesar de tentar parecer relutante, tanto Scarlett quanto Logan puderam perceber que Jackie estava começando a gostar da ideia.  — E quanto as decorações? Nada de decorar a casa ou a árvore?

— Nós já decoramos a árvore e a casa. Se você tivesse chegado um pouco antes..

— Eu não podia chegar um pouco antes.  — Jackie a cortou antes que pudesse terminar.  — Sabe que eu não podia deixar minha equipe sozinha por tanto tempo.

Scarlett pensou em protestar, em dizer que a Guarda provavelmente ficaria bem sem ela por alguns dias, mas por fim, não disse nada. 

— De qualquer maneira, depois do dia de Natal, vamos voltar para Nova York. —  Desta vez, foi Logan quem começou a falar, olhando para Jackie. —  Aí vamos te levar para ver a árvore no Rockefeller Center, entre outras coisas que a cidade tem a oferecer. Nova York é linda nessa época do ano.

—  O que você acha? —  Scarlett olhou para Jackie com expectativa, e a mais nova pode apenas sorrir.

—  Sobre Nova York ser linda nessa época do ano, acho que eu vou ter que decidir quando formos para lá. Por enquanto, não estou tão convencida. Mas de resto, acho que são bons planos. Estou… ansiosa pra ver como essa semana vai ser.

Scarlett colocou uma das mãos no ombro de Jackie.

—  Vai ser uma ótima semana, e temos certeza de que você vai amar seu primeiro Natal americano!

— Então acho melhor nós irmos andando. — Logan declarou, pegando seu celular de cima da mesa, e colocando em seu bolso. — Como a Scarlett disse, ainda temos uma pequena viagem de carro para fazer até chegarmos à fazenda, e não queremos deixar ninguém nos esperando, não é? Especialmente porque já temos planos para mais tarde.

NOTA: É, pois é. Eu também não estou acreditando que saiu mais um conto hasuhsahasu eu já disse que esse mês está sendo um pouco ruim pra mim, e por isso eu não esperava fazer muito. No entanto, as ideias foram aparecendo, e o conto da Scarlett e da Yelena acabou me dando uma ideia pra esse aqui :D Não sei se ele ficou muito bom, mas eu espero que vocês gostem <3

ps: em russo está escrito exatamente a proposta desse conto, ou seja, “Eu estava esperando que você se atrasasse”