Tumgik
#alprazolada
alprazolada-blog · 2 years
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TELA
Sempre que eu escrevo aqui, tenho a mesma visão: um celular e um teto branco. As vezes com molduras de gesso, as vezes sem, mas sempre teto.
Sinto como se fosse arte numa tela de pintura. Os traços são meus sentimentos escritos e as luzes e sombras, que dão formas, minhas vontades. As cores nem sempre estão presentes. Maior parte das vezes é preto no branco. O que significa também que existe contraste entre o pensar e o fazer.
As vezes me sinto prédios, outras vezes me sinto flores, mas o que me completa mesmo é sempre ter teto pra pintar.
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alprazolada-blog · 2 years
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LIKE SMOKE
Tem dias que eu só quero sumir, já que deixar de existir não vem sendo uma opção avaliável. No momento.
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alprazolada-blog · 2 years
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ME PERTURBA: PASSADO
Dizem que depois que a gente vira mãe, tudo muda, então, até lá, aproveito aqui para desabafar. Com alguma esperança que ainda me resta.
As vezes nem sei o que dizer… seria bom não ter problemas. Meu coração dói tanto que chega a me sufocar.
Não sei se estou assim porque larguei meu remédio no auge do desmame, ou se simplesmente sou sensível mesmo.
Sempre sempre, quem você mais ama, mais te machuca…
Hoje tive uma experiência horrível… é como se quem eu escolhi para passar o resto da vida comigo ainda estivesse preso num passado que, desde o início do relacionamento, quando eu descobri, de uma maneira ruim, me incomodou. Talvez nem ele saiba que esteja lá ainda… mas já que alguém tem que sofrer conscientemente, que seja eu. De novo.
Num contexto geral, as frases, o timbre da voz e a entonação, a inclinação do corpo e a maneira de segurar o celular, não poderiam significar outra coisa a não ser a mensagem exata que recebi.
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alprazolada-blog · 2 years
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COMO UM PÊNDULO
As vezes me sinto tão pesada, que meu corpo procura, a todo custo, uma posição pra minha alma descansar ad eternum.
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alprazolada-blog · 2 years
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FERIDAS
Eu costumo vir aqui quando estou muito triste ou quando me sinto meio perdida. Nos últimos dias me aconteceu algo divino e que me fez ser grata a vida, mesmo sendo a que eu tenho, mas ainda assim algumas dúvidas me consomem e eu não quero vagar o lugar da gratidão dentro de mim.
Acredito que eu esteja carente, sensível demais… talvez o fato de eu ter me tornado vulnerável por um tempo, ganhei atenções que hoje não permanecem iguais. As vezes me sinto uma boba e uma egoísta também. Percebi que durante aquele fio de vida que poderia se arrebentar, várias coisas passaram a fazer sentido e outras o perderam por completo.
Depois disso, apesar de me sentir tola, me sinto forte em relação ao que não esperar das das pessoas. Todas as pessoas são falhas. E eu sou uma pessoa, então eu falho todos os dias… mas hoje estou olhando do lado de quem espera e me bateu uma mistura de sabores ruins na boca, timbres desregulados na minha cabeça e batidas descompassadas no meu coração e, cá estou eu, escrevendo, pois não tenho com quem desabafar. Sou eu e mais um, mas que na maior parte das vezes é só ele.
Não quero falar. Não quero chorar. Não quero ser vítima… mas parecer que não estou numa lista de prioridades ou que sou facilmente deixada numa prateleira, machuca. E muito.
Vai ver que por eu esperar demais, até nos sonhos eu recebo de menos. Quando estou pegando no sono, já sei que não vou acordar com sensações boas. As vezes parecem até avisos. Premonições. Juro, queria vir aqui e registar as coisas boas que me acontecem diariamente, porque, sim, essas coisas boas existem todos os santos dias e, quem sabe assim, poderia deixar uma mensagem de motivação pra não desistir, um incentivo para continuar, mas é impressionante como a escrita me chama quando dói.
Esse blog é anônimo. Apenas duas pessoas sabem da existência desse cantinho, mas não costumam passear por aqui. Se o total de cinco pessoas leem esse texto, três me idealizam conforme as palavras que saem de mim, as outras duas vão achar que sabem quem eu sou. Se eu for muito pessoal, a chão desse quarto se rompe, daí é fácil cair… tem hora que dá vontade de citar os nomes. Mas olha, você, e você sabe quem é você, saiba que hoje machucou meu coração, quando demonstrou pra alguém certa importância, a qual gostaria que tivesse direcionado a mim, especialmente durante esse momento que, apesar de não mais ser de medo, continua sendo importante. É um caminho de mudanças pelo qual ainda estou passando.
Daqui vinte anos você terá lido isso e vai me perguntar do que se tratava e, eu, provavelmente vou ter me esquecido, pois prefiro esquecer as coisas que me doem pra dar lugar pra outras coisas que vão me doer. Assim vou construindo uma muralha que poderá me servir de escudo, escada ou de túmulo. A última opção é a que eu não quero.
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alprazolada-blog · 3 years
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ABSTINÊNCIA
Houve um tempo em que eu vinha muito por aqui. Chorava palavras e meu coração doía e se quebrava em frases longas… as vezes curtas porem intensas…
Passou tanto tempo que não sei explicar por onde andei, mas não sentia falta de você.
Eu estive perdida no silêncio de sonos profundos e relaxantes, por várias noites seguidas. Meses e até anos, mas, não sei como, deixei uma brecha e você me encontrou no escuro.
Foi passando o tempo e me vi sedenta por você. Não quero, mas parece que preciso. E tem ficado difícil não pensar em você durante minhas minhas noites em claro. Quero saber se você vem para me ajudar, porque nenhum outro pôde te substituir.
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alprazolada-blog · 8 years
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Tóxica
Continuo muito pensativa. Triste, me sentindo lixo. Quase um risco biológico. Não tenho muito o que dizer. Ando pensando em como eu seria sem alguém para me ajudar. Não tenho nada que seja meu, a não ser o meu nome. E o meu caráter. Me sinto uma moradora de rua dentro de uma casa e com minha família. Suja, com roupas velhas, sozinha - mesmo tendo minha família comigo - desanimada, mal cuidada, feia, vendo o mundo passar enquanto eu morro aos poucos. O sol nasce e estou debaixo das cobertas; ele se põe e eu continuo debaixo delas. Moradores de rua são guerreiros e suportam humilhações incomparáveis. Dessa forma desconheço meus limites. Se eu fosse uma semente e me jogassem na terra, nem sei se brotaria. Talvez apodrecesse antes de florescer. Se crescesse, nem imagino o tipo de fruto que daria. Veneno é a maior probabilidade. - APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Desintensificação
Hoje estou muito pensativa. Fiz algumas coisas em casa, mas minha mente trabalhou muito mais que meu corpo. Consegui cumprir com um prometido que era para ter sido feito há, mais ou menos, duas semanas: entrei na casa do meu vô. O vi em cada canto de cada cômodo fazendo suas coisinhas como de costume. Não sei descrever o que senti. Ainda parece que ele está lá. Acho que não estou lidando muito bem com o fato dele ter ido descansar. Penso no que aconteceu e meu coração se enche de tristeza. Acho que cada um de nós escondemos segredos um do outro referente ao processo da doença do meu vô, principalmente em relação ao que aconteceu na UTI. Daí quando olho para minha mãe, imagino que se fosse ela no meu lugar, iria sofrer de forma imensurável. E começo a me encher de dores, das minhas e dela. E provavelmente ela deve pensar o mesmo, assim como meu irmão e meu pai. As vezes ela me pergunta porque estou pensativa e eu respondo que não é nada. Jamais vamos conversar sobre isso. Antes de me deitar me lembrei de uma conversa que tive com minha linda amiga cearense. Estava contando para ela como tinha sido meu final de semana. Foi um dos dias mais divertidos que já tive, mas num certo momento olhei e vi o sol se pondo e observei os desenhos que as nuvens faziam sob as montanhas, senti o frescor do vento tocar meu rosto e meu corpo leve. Eu estava feliz e, como numa cena de filme, de repente, tive a sensação de que iria morrer. Era como se alguém sussurrasse aos pés dos meus ouvidos para eu aproveitar o momento que tinha, porque certamente iria passar. De fato passou. Minha amiga disse que sou nova, mas tenho palavras que a faz refletir. Coincidência ou não, um dos primos do meu namorado registrou, numa foto, o momento descrito. Todos os dias eu penso sobre o amanhã e tenho medo de não conseguir ser alguém na vida e não ser capaz de ter filhos, por exemplo. Penso que meu diagnóstico está longe e, se perto demais, penso que é o fim. Sem mais. Só sensação de vazio. Sensação de ser vaso, mas quebrado. - APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Coração Amolecido
Tem muito tempo que não passo por aqui. Não consigo contar os dias de intervalo entre meu último registro e hoje.
Tenho pensado várias coisas sobre mim; sentido coisas diferentes como, por exemplo, felicidade; tenho conseguido me divertir e aproveito as oportunidades para provar para mim mesma que, realmente, liguei o tal do fodas; tenho conversado com gente, ouvido e tentado ajudar; tenho me preocupado mais com o bem estar dos meus amigos - porque aprendi que as pessoas dão sinais, pedidos criptografados de socorro; atendi à uma chamada de vídeo de uma amiga incrível e que tem me feito um bem danado; tenho aceitado convites variados; tomado algumas iniciativas; planejado logística e até dançado forró. Em público.
Minha psicóloga tem me achado melhor e tocou novamente no assunto dependência. Dessa vez, discordei menos, porque ela disse que, o motivo pelo qual minha mãe sofre tanto, é a dependência psicológica criada entre ela, minha vó e meu vô. Eu não sabia que minha mãe está sofrendo muito e fiquei pensando que ela se esconde de mim. Meu coração ficou mole quando ouvi isso e algumas coisas perderam o sentido, enquanto outras ficaram claras em minha mente.
Sobre meu vô, às vezes meu coração dói no mais profundo até subir para a garganta e me sufocar. Nada referente a hospital: cor, cheiro, comida, nada que me faça voltar ao ano passado, principalmente em novembro, quero perto de mim. Não quero ver, nem tocar, nem cheirar ou senti nada referente a isso. Me traz um mal indescritível e que, de vez em quando, ganha forma de lágrima. Também tenho pensado muito na minha amiga. Sinto a falta dela. Muito. Eu tento confundir minha cabeça para achar que ela está na cidade dela e que se eu mandar mensagem ela não vai responder porque está descansando e não quer mexer com redes sociais. Ela está de férias, aproveitando tudo! Crio isso na minha mente todos os dias. No caso do meu vô não consigo me enganar. Só de escrever sobre, meu coração não se sente bem.
Ando meio triste, pensativa demais, borôcoxô e ociosa durante esta semana. Estou tomando todas as medicações conforme as orientações médicas e não vejo a hora de ter - ou não - um diagnóstico da minha reumatologista cuja a agenda está lotada até o fim deste mês - para alegria na vida de uma pessoa nada ansiosa.
Minha psicóloga está me ajudando a encontrar uma forma de levantar renda como profissional liberal, até eu ter condições de trabalhar com outros tipos de contratos. Tenho algumas idéias que me levam à uma certa vertente, mas sempre minha área de formação me sonda com propostas. Não sei se Deus está tentando me dizer alguma coisa. Só sei que a área mais frustrante da minha vida é a profissional. As vezes tenho dúvida se agora é hora de pensar em atividade remunerada.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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"Deus Dá e Trás Cá"
Hoje foi um dia atípico e, mesmo com preguiça de digitar e com a bateria do meu celular pelas beirolas, tenho que escrever.
Pela madrugada meu dia já começou com sorte. Consegui dormir e descansar e, entre um sonho e outro, até percebi que meu sono estava gostoso. Resolvi aproveitar.
Hoje saímos para consulta médica - o que não é novidade - e a primeira notícia boa do dia saiu da boca de um médico: “eu não sei como, mas a sua osteopenia melhorou sem tratamento.” Olhei para minha mãe e pensamos: “nós sabemos como veio essa melhora cuja a medicina não pode explicar.” Meu maxilar está doendo de tanto rir! Minha mãezinha vai poder dançar, fazer caminhadas e qualquer outra atividade física. Foi liberada pela ortopedia, graças a Deus.
A segunda notícia não foi surpresa, mas confirmação do que todos ja sabiam: meu irmão passou na prova de legislação. Nerd por natureza.
A terceira foi ver, concretizada, minha confiança no Senhor e nas suas provisões. Há tempos a empresa para a qual meu pai presta serviço terceirizado está sem realizar pagamentos. O resultado é um amontoado de contas cabeludas com juros mais cabeludos ainda e, a casa inteira ficou prejudicada. Para compensar a sensação de derrota que assombra minha família todos os dias, um amigo do meu pai, numa atitude generosa (tocado por Deus, acredito) deu uma cesta básica para ele. Meu coração disparou de alegria, porque foi confirmado o mover de Deus em nossas vidas. Gratidão é o que tenho dentro do meu ser, quando penso em Deus.
As outras notícias boas são referentes ao trabalho do meu namorado, que poderão ser transformadas em mais notícias boas mais para frente. Minha amiga voltou hoje para casa, depois de uma semana internada no hospital por causa de infecção no rim direito. Eu senti de longe o alívio dela.
Apesar de estar meio pra baixo durante esta semana, hoje consegui ficar feliz na maior parte do meu dia.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Aglutinação
Estou aqui pensando e tentando organizar minhas ideias, porque foram tantas informações recebidas pelo meu cérebro nos últimos dias que ele não conseguiu processa-las ainda.
Domingo visitei, com meu namorado, meus amigos da adolescência, depois de muitos anos. Vi uma amiga se posicionando com firmeza sobre suas convicções com embasamento em suas experiências profissionais pessoais. Ela está madura, mas não perdeu sua essência. Deu orgulho em ouvir minha amiga. A outra amiga, está casada com um dos caras mais top do bairro inteiro, com um filhinho lindo, tocando a vida maduramente longe da mãe, pegando num batente que não é para qualquer um e continua com aquela voz doce e jeitinho que só ela tem. Tem um amigo que também está passando pela depressão e tal, mas dele não vou falar agora, porque dá um dia inteiro de registro.
Sempre quis estar mais envolvida com meus amigos raros de verdade e incluir meu namorado em nossas bagunças, mas me deparava com duas grandes barreiras.
Primeira: não sabia em quem confiar. Não sabia quem realmente gostava de mim e me afastei, me isolei de antigos amigos e barrava novas amizades. Evitei todas as oportunidades de reencontro, porque sempre considerei os convites feitos somente por educação e não porque, de fato, faziam questão da minha presença. Sempre me senti dispensável.
Sofri uma traição por parte de uma amiga que era minha metade e, depois disso, nunca mais tive relacionamentos como tal. A mágoa me tomou como uma enchente e fui morrendo afogada. Eu digo que perdoei, mas parece que tem um calo. Não sei se é normal. Por ser insegura em relação à amizade, não sabia o que me esperava se eu realmente aparecesse e jamais iria expor meu namorado à qualquer situação constrangedora.
Segunda: meu ex faz parte da galera das antigas e, por este motivo, sempre está presente em tudo o que se possa pensar em relação a eventos, durante os quais o pessoal se reune. Hoje tenho contato com ele somente em caso de necessidade e, nós dois, evitamos comunicação em respeito aos nossos respectivos e a nós mesmos. Ainda assim acontece, as vezes, dele aparecer perto de mim, mesmo estando em cidade diferente, seja por coincidência profissional, saúde e afins. Nós crescemos juntos.
Meu namorado é uma pessoa sem igual e tudo o que eu puder fazer por ele, farei. Antes de ser namorado ele também é meu amigo e, sofre comigo, essa fase ruim e me dá forças para me levantar depois de inevitáveis quedas.
Apesar dessas duas barreiras, fomos juntos ao bairro onde morei por 13 anos e nos reunimos com algumas pessoas que foram partes importantes do molde que formou a pessoa que sou. Quero passar minha vida com ele até o fim e descobri, recentemente, em quem posso confiar e quem realmente gosta de mim. Não há mais nenhuma sensação de perigo e sim de libertação. Agora é hora de juntar as peças e tentar ser mais feliz. Aproveitar que liguei o fodas e passar meus possíveis dias com pessoas que me fazem bem. Quero gastar meus pensamentos com pessoas boas e alimentar minha mente e coração com coisas boas, porque de tanto carregar situações desgastantes, durante anos, acabei ficando doente. É como minha reumatologista disse, “a mente não suporta sozinha e divide a dor com o corpo.” Não sou obrigada.
Sinto que estou redescobrindo o que é a amizade. Palavra que me causava arrepio só de supor que alguém poderia pronuncia-la. Existem valores que não se perdem na poeira do tempo. Estou retirando-os das gavetas e também jogando lixo fora.
Parece que daqui a pouco olharei pro espelho e saberei quem está ali.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Mistifório
Acordei com dores muito fortes na coluna e que, agora, se extendem para região do rim direito. Do mal humor, nem vou comentar.
Voltei com meu remédio para dor mensal. Espero que não seja ele o grande expansor da Alprazolada instável e insuportável. Ninguém merece.
Fico depressiva, confusa, com medo, desanimada, chata, pessimista, tudo ao mesmo tempo e acabo me perdendo nesse mundo de tristeza, até me camuflar na cama. Ainda assim, diante de tudo isso, ele quer cuidar de mim. E cuida mesmo. Me disse que tenho infinitas virtudes as quais várias pessoas jamais terão. Ele gosta de ficar perto de mim. Masoquista! E lindo… Me confunde, me monta. Me desmonta…
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Dessa Vez Sou Obrigada
Hoje estou falando tanto que minha garganta até secou.
Ontem comecei a dobrar a dose do meu remédio, assim como a psiquiatra orientou.
Tenho percebido que estou mais tranquila em relação aos meus pensamentos, mas ainda agitada no corpo. Não tive nenhuma crise psicótica, mas, hoje, quando vi meu mini jardim todo revirado, com as coisinhas fora do lugar, sem minhas mudinhas que deixei crescer num lugar específico e meu enfeite que minha mãe me deu quando eu era jovenzinha desaparecido, tive muita raiva. Aconteceu uma visita aqui em casa enquanto eu estava fora reencontrando meus amigos que não via há anos, e havia uma criança destruidora de mini jardins nesta humilde residência. Meu pai que é muito inconveniente, ofereceu para mãe da criança levar meu enfeite. Minha mãe frisou que era meu e que ela não poderia opinar. Resultado: meu jardim está destruído, sem mudas - porque as levaram - e sem meu enfeite que marcou um fase específica da minha vida. É um enfeite que, absolutamente, não é recomendado para crianças e, provavelmente, será descartado posteriormente pelos pais. No local em que ele estava, completava uma história e retratava um objetivo. Por isso fiz caminhos com Pedrinhas Brilhantes escolhidas uma à uma e que agora estão misturadas na terra.
Meu ódio não surgiu devido à uma criança inocente estragar meu jardim, mas sim ter tido um espaço totalmente invadido, tanto pelo meu pai, quanto pelas visitas. Estou esperando meu pai chegar, pois ele precisa saber que eu não gostei do que ele fez.
Isso aconteceu no domingo e hoje é terça, significando assim, que não tenho saído tanto para visitar minhas filhinhas; ou já teria percebido o terremoto. Foi um sinal e já entendi, tenho que mudar. Inclusive tenho que cumprir a promessa que fiz para minha mãe, de entrar na casa do meu vô essa semana. Tenho até sábado.
O fato é que, desde sempre, eu odiei que mexessem em minhas coisas sem minha autorização. Sempre dei pití por causa disso. Quem me conhece me respeita, porém os de fora, que são os que mais faço questão que permaneçam longe, não. Daí os de casa deveriam colaborar para que não invadissem os pequenos e poucos espaços que, teoricamente, possuo aqui nessa casa.
Me deu desgosto quando vi meu jardim naquele estado. Uma sensação de que as coisas que penso sobre mim, as vezes, são muito corretas. Minhas intervenções rendem pouco e não duram, sequer, algumas alcançam seus alvos. Parece que morro no caminho, durante tudo o que faço.
Posso mudar meu ângulo de visão e tentar enxergar outras mensagens nessa história de um domingo doido, mas a que recebi até agora foi sobre minhas ações não irem para frente e não ser respeitada.
Conversei com minha psicóloga sobre meu recém nascido TOC em organização. Ela comentou que parece ser uma tentativa minha de organizar meu interior. Concordei com ela e disse que já pensava assim. Meu sentimento é este e, quando não consigo chegar ao final, me encaro como uma derrotada. Pesado mas é fato.
Eu me cobro tanto que acabo me atrapalhando dentro das minhas próprias exigências e depois olho pra cima e vejo que, na verdade, sou uma mini pessoa, num jardim gigante e destruído, com insetos devoradores de energia, foco e de força.
Quase falei com minha psicóloga sobre meu diário, quando ela me perguntou se eu tinha redes sociais, devido ao assunto ocupação profissional/ profissional liberal e afins. Ainda bem que não falei! Vai que um dia eu queira falar uma mentirinha? Não vai ter jeito!
Enfim, meu próximo passo será me ocupar com produção de plaquinhas com a frase “NÃO MEXER AQUI SEM MINHA AUTORIZAÇÃO”. Porque o ser humano não é inteligente o suficiente para entender que cada um tem seu espaço pessoal, este não deve ser invadido. Como o desconfiômetro de muitos não funciona, ou sequer existe, tenho que sair do modo convencional e fofinha e me tornar a chata, a estressada, a louca e mais o diabo à quatro. E mais uma vez entra meu pensamento que virou filosofia de vida: tudo o que eu queira fazer, antes tenho que pensar nos outros e me limitar? Não! Fókiú!
Bora fazer artesanato, porque dessa vez sou obrigada.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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A Rosa E O Sapo
Já faz um tempo que não registro meus dias. Tomei meu remédio e estou com sono. Poderei falar demais ou de menos.
Não tenho sentido muita vontade de escrever ultimamente. Depois que voltei a tomar corretamente a sertralina percebi minha cabeça mais tranquila, mais lenta e, meus pensamentos passam tão devagar, que nem consigo alcança-los. Deveria ser o contrário, mas não é. Não entendo isso. Parece uma preguiça mental. Tenho preguiça de pegar um pensamento e analisar cada detalhe, assim como fazia quando estava muito depressiva, com raiva e agitada. Agora estou de boa.
Depois de muito tempo, minha psicóloga voltou a me atender. Ela disse pra eu me esforçar para realizar atividades que são desconfortáveis, porém necessárias como, por exemplo, atender o celular quando ela me liga. Outra observação que ela fez foi em relação à minha proximidade amiga com minha mãe, o que ela chamou de dependência. Não concordei com isso, afinal tenho tão poucos amigos. Se tudo o que eu fizer excluir minha mãe, estarei quase 90% do tempo sozinha. Minha mãe só tem a mim como amiga próxima. Enfim, vou querer sempre minha mãe comigo, mas consigo realizar várias coisas sem ela, o que não significa dependência e sim uma amizade estreita e de valores construídos durante vários anos. Somos como a rosa e o sapo, um ajuda o outro e se complementam naturalmente. Minha vida veio da vida dela.
Minha psicóloga disse que estamos caminhando, mas se meu TOC chegar num nível grave, teremos que trabalhar comportamentos que me auxiliem neste sentido.
Meu irmão filmou uma crise minha, enquanto estava sem remédio. Ele aproveitou uma brecha, foi muito esperto. Perguntei se eu estava muito diferente, minha mãe riu e ele me enviou o vídeo. Daí tive que rir também, para não chorar. É assustadora a situação de uma pessoa fora de controle. Mas agora estou de boa. Até voltei a publicar, no Twitter, frases engraçadas sobre os acontecimentos aqui de casa. E são muitos! Ainda bem que toda treva tem um fio de luz.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Fight
Pois é, ontem esperei meu pai chegar e disse que não gostei do que ele fez. Como era de se esperar, estressou, falou palavrões e usou frases horríveis para se dirigir à mim. Chegou ao ponto de dizer que é melhor quando ele não está em casa. Como diz minha amiga, deu figth aqui em casa ontem.
Ele nunca me tratou com carinho, mas sempre teve sua forma de amar. Com cada um ele age de uma forma. Como tive uma adolescência muito obscura, cheguei a pensar que devo ter dado um desgosto muito específico para ele. Explicaria o tratamento diferenciado.
Minha prima, por exemplo, recebe dele o afeto que eu nunca tive. Fico com raiva e até me embrulha o estômago quando vejo os dois juntos. Nojeira! E admito, tenho ciúme também.
Comecei a discutir com ele e deu climão. Me dei conta de que meus problemas tem sido controlados com psicoterapia e apoio de alguns raros amigos, bem como ajuda essencial do meu namorado e da mãe. Já meu pai, é ele por ele mesmo. Ele tem sofrido com pressões diversas diretamente ligadas ao lado financeiro. Quando percebi o nível de fúria nos olhos do meu pai, me vi nele, quando tive minhas crises de ansiedade e, logo em seguida, fiquei altamente triste, me deu um nó na garganta, calei minha boca e resolvi me deitar. São 17:20 e estou deitada até agora.
Já que tinha perdido a vontade de fazer qualquer coisa, lembrei que meus resultados ficaram prontos e, então, comecei a comparar meus três últimos exames laboratoriais e percebi que minhas plaquetas tem caído progressivamente. Fiz minhas pesquisas e cheguei à SMD (Síndrome Mielodisplásica). Como não sou da área, não tenho embasamento técnico para falar nada, mas as leituras me levam sempre para algo relacionado à medula óssea. Esperar é o que posso fazer. Enquanto tento, treino meu consciente para ficar calmo e dispensar a ansiedade.
- APSF.
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alprazolada-blog · 8 years
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Código Secreto
Hoje escrevi um texto e, neste texto, descrevi, encriptadamente, o significado de uma foto meio polêmica que publiquei numa das minhas redes sociais.
Poucos minutos depois comecei a receber mensagens maravilhosas de pessoas lindas dizendo estarem em êxtase com a minha narrativa real dos fatos que, hoje, dominam e limitam qualquer sociedade. Recebi pedidos de desculpas, satisfações, conselhos e também recebi silêncios.
Sinceramente, fazer ou deixar de fazer algo por causa do que alguém, à quem nada devo, pensa ou deixa de pensar é burrice. Prefiro usar minha falta de inteligência em outros momentos, durante os quais, esta provocará menos destruição. A mulher sábia edifica o lar e a tola o destrói.
Só depois de passar por muitos momentos ruins e confusos, situações devastadoras e sentimentos que me tiraram o chão que sustentavam meus cansados e doloridos pés, percebi que, enquanto avaliava o que outras pessoas poderiam pensar sobre mim e quais reações minhas ações poderiam causar, a vida passava. Eles viviam e eu pensava. Só pensava, enquanto os ponteiros do relógio andavam sem cessar e o meu tempo eu perdia. Mas descobri que não sou obrigada.
Uma mensagem criptografada, sou; é preciso paciência e perseverança para entender as entrelinhas. Estou nas entrelinhas; não sou convencional. Sou o rabisco naquela amassada página final.
Durante o dia entrei algumas vezes no meu Facebook e sorria com as notificações relacionadas à minha publicação, que também se tornou polêmica. Percebi, através dos comentários, que várias pessoas já conhecem a liberdade e alívio proporcionados pelo famoso botão mencionado; outras estão no ápice da descoberta assim como eu e, outras, simplesmente, o ignoram. Bem capaz de nunca o apertarem. Como já disse, me divirto. Sou uma boa leitora e respeito os escritos alheios. Estão lá e tiveram a mesma liberdade que tive, quando escolhi transformar meus pensamentos em texto e poesia. Porém dizem que a palavra é de quem a recebe e não de quem a dá, por isso sorrio e rio quantos vezes forem necessárias, simplesmente, por ter a honra de presenciar um resultado causado por um sentimento meu. Estou viva.
Sou uma pedra mediana jogada no centro de uma poça rasa de água, provocando movimentos que vem e vão, mas jamais em vão.
- APSF.
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