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#carlos príncipe de astúrias
makemydaymisstay · 2 years
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Um pouquinho de Portugal na casa da Taylor ! 🥹😍😍 •Carlos Lourenço de Habsburgo, Príncipe das Astúrias, era filho de Filipe II de Espanha e da sua primeira esposa, Maria Manuela, filha de João III de Portugal.• Mais no meu blog @taylor_homedecor ! #taylorswift #taylorswiftmidnights https://www.instagram.com/p/Cj_slT3j8I9/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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historywithlaura · 4 years
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CARLOS
Prince of Asturias
(born 1545 - died 1568)
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pictured above is a portrait of the Prince of Asturias, by Alonso Sánchez Coello from 1567
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SERIES - On this day July Edition: Carlos died on 24 July 1568.
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CARLOS was born in 1568, at Valladolid in Spain. He was the only child of Felipe, Prince of Asturias and his first wife Infanta Maria Manuela of Portugal, who died twelve days after giving birth to him.
Thus he was a member of the Spanish branch of the HOUSE OF HABSBURG. And as a son of the Spanish heir he was from birth an INFANTE OF SPAIN.
In 1556 his grandfather Carlos I, King of Spain (who was also Karl V, Holy Roman Emperor) abdicated and was succeeded in Spain by the Infante's father as King Felipe II.
By 1559 he was betrothed to Princess Élisabeth (of Valois) of France but his father changed plans and decided he would himself marry her. And in 1560 he was made PRINCE OF ASTURIAS by his father.
Throughout his life he suffered from poor health and probably mental illness that were likely aggravated do to his ancestors inbreeding, giving that his parents were first cousins by both sides and he had only four great-grandparents.
The relationship between him and his father was never easy as the King disapproved of his son's behavior, that was probably worse do to his mental instability. While he pushed to be given more administrative power, which his father did not will to concede.
After an accident in 1562 his behaviour worsened and in 1567 he attempted to murder various people, including Fernando Álvarez de Toledo, 3rd Duke of Alba and his father's illegitimate brother Don Juan of Austria (born Gerónimo).
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pictured above is a painting depicting one of the crisis of the Prince of Asturias featuring the Duke of Alba, by José Uría y Uría from 1881
So, by January 1568 the King determined his "arrest", confining him to his rooms in the Royal Alcázar of Madrid. He also ordered that all potential weapons to be seized and for the windows to be blocked.
In just five months of confinement the Prince of Asturias died aged only 23, on 24 July 1568. He never married or had any children.
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At the time of his death he was his father's only male son. And as his stepmother (and former fiancée) Princess Élisabeth also died months after him, without giving his father any other sons, King Felipe II rushed to get married again to try to produce another heir.
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If he had lived a longer life he would have probably succeeded to the Portuguese throne following the Succession Crisis of 1580, as he had a better claim than his father who became Felipe I, the new King of Portugal.
the Prince of Asturias' mother was the eldest daughter of João III, King of Portugal, brother of Cardinal Henrique, the last King of Portugal from the House of Aviz;
while King Felipe II's mother was the eldest sister of King João III and the Cardinal-King Henrique.
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As the Habsburgs continued their tradition of inbreeding, marrying to very close relatives such as cousins, uncles and nieces, their genetics worsened over the centuries, specially in the Spanish Royal Family.
That is the probable reason for the extinction of the Spanish Habsburgs male line by the end of the 17th century, when Carlos II, King of Spain died childless. He also suffered from poor health like his great-uncle Carlos, Prince of Asturias, though the King lived a little longer then the Prince.
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alternativaportugal · 4 years
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Espanha: 40º Aniversário do “23-F”
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Espanha: 40º Aniversário do “23-F”
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No passado dia 23 de Fevereiro completaram-se 40 anos sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrido na mesma data em 1981, em Espanha, a qual ficou conhecida por “23-F”. Com o falecimento do Caudillo e Generalíssimo Francisco Franco em 20 de Novembro de 1975 e a proclamação de Don Juan Carlos de Borbón como Rei de Espanha pelas Cortes em 22 do mesmo mês e ano, tudo em conformidade com a Lei da Sucessão franquista de 1947 e sua indigitação formal em 1969 pelo Chefe de Estado como seu sucessor e Rei, iniciou-se a denominada transição do regime e sistema autocrático franquista, aliás já uma Monarquia sem Rei, para o regime monárquico constitucional e sistema democrático pluralista, o qual, em termos formais, culminou com a aprovação por referendo popular, universal e livre da Constituição espanhola de 1978 vigente; esta aprovação contou com o voto favorável de 15.706.087 votantes num universo de 17.873.301, correspondendo assim a 88,54% dos votos expressos.
Convém notar que esta foi a única consulta popular em que o Rei Don Juan Carlos I e a Rainha Doña Sofia exerceram o seu direito de voto, o que fizeram com vista a darem o exemplo e a incentivarem os espanhóis a pronunciarem-se sobre o projecto de Lei Fundamental que lhes era proposto pelas Cortes para ratificação; desde então os reis de Espanha nunca mais exerceram tal direito por serem símbolo da unidade de Espanha e dos espanhóis, e assim se afirmarem como estando acima de qualquer disputa político-partidária.
Portanto, de forma claríssima, a maioria dos espanhóis, mesmo contando com o número total de 26.632.180 recenseados, ratificou o regime monárquico constitucional e o sistema democrático pluralista de carácter parlamentar, em que o Rei deixava de ter quase todos os poderes legislativos e a totalidade dos executivos “herdados” de Franco, passando a ter funções eminentemente protocolares, e o poder legislativo e executivo ficava nas, e emanava das, Cortes Gerais (Câmara dos Deputados e Senado) eleitas por sufrágio universal, directo e proporcional: Espanha viu assim legitimadas pelo voto popular e livre as suas instituições do poder político. Ou seja, os espanhóis votaram favoravelmente o regime monárquico constitucional, consequentemente confirmaram como seu Rei Don Juan Carlos I e o sistema democrático pluralista parlamentar.
Porém, a direita radical franquista, aliás com expressão significativa, que não necessariamente maioritária, nas hierarquias das Forças Armadas e da Guardia Civil (força de segurança militar correspondente à Guarda Nacional Republicana portuguesa), não se “acomodou”. E para tal contribuiu em muito o recrudescimento das acções armadas, ou seja, terroristas, da esquerda extremista independentista basca marxista-leninista, protagonizadas pela ETA militar (Euskadi Ta Askatasuna — Pátria Basca Livre ou Pátria Basca e Liberdade) fundada em 1959 e apoiada politicamente pelo seu “braço civil” o partido político Herri Batasuna (Unidade Popular), fundado em 1978 como coligação de todas as organizações da dita esquerda basca, o qual veio a ser ilegalizado pelo Tribunal Supremo de Espanha em 2003 por ligação à organização terrorista.
Tais acções traduziram-se na multiplicação de atentados bombistas contra pessoas e bens, de assassinatos de membros da Policía Nacional e, sobretudo, militares da Guardia Civil e das Forças Armadas de várias patentes, com especial relevo para o Exército, magistrados, civis e políticos representantes ou tidos por coniventes com o poder político central de Madrid e de empresários bascos que se recusavam a pagar o “imposto revolucionário” extorquido pela ETA com vista ao seu financiamento. Contudo, não obstante estas acções serem predominantemente praticadas em território do País Basco espanhol, composto pelas províncias de Álava, Biscaia e Guipúscoa, situadas no nordeste de Espanha, as mesmas eram igualmente levadas a cabo noutras regiões, com especial incidência em Madrid, mas também no País Basco francês, correspondente às circunscrições ou províncias de Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberroa nos Pirenéus e sudoeste de França.
Assim, esta onda de violência terrorista separatista não só criou um sentimento generalizado de insegurança e repúdio entre os espanhóis pelas acções etarras, como levou a uma “revolta surda” no seio das Forças Armadas e Guardia Civil, e propiciou um clima conspirativo entre as hostes franquistas contra o recém nascido regime monárquico constitucional e sistema democrático parlamentar instituídos pela Constituição de 1978.
O resultado foi a convergência de várias conspirações civis e militares na tentativa de golpe de Estado, ocorrida em Madrid a 23 de Fevereiro de 1981.
Às 18h20 horas desse dia, uma força de mais de 200 militares da Guardia Civil, comandada pelo seu Tenente-Coronel António Tejero Molina, ocupou o Palácio das Cortes e sequestrou no seu interior quase todo o Governo e parlamentares da Câmara dos Deputados. Pouco depois, em Valência, o prestigiado Capitão-General Jaime Milans del Boch, comandante da III Região Militar aí sedeada, sublevou-se e colocou nas ruas da cidade carros de combate (tanques) e declarou o “estado de excepção”, assumindo na mesma o poder civil. Por outro lado, nos bastidores, o General de Divisão Luís Torres Rojas, à data governador militar da Corunha e ex-comandante da poderosa Divisão Blindada Brunete do Exército, concentrada em várias unidades nos arredores de Madrid e comandada pelo General de Divisão Just, tentou reassumir, sem êxito, o comando da mesma com vista à ocupação militar da capital espanhola, o que, a ter acontecido, teria ditado a quase certa vitória dos golpistas. Mas também o General de Divisão Alfonso Armada, à data 2º chefe do Estado-Maior do Exército, amigo íntimo do Rei e seu ex-colaborador na Casa Real, manobrou junto de outras altas patentes militares tentando convencê-las de que o golpe era do conhecimento de Don Juan Carlos I e, de alguma forma, caucionado por ele, o que não era verdade nem logrou conseguir — Armada chegou a ir ao Palácio das Cortes para negociar com Tejero a desocupação e ser ele o próximo Presidente do Governo (primeiro-ministro), o que foi recusado pelo Tenente-Coronel.
Face ao “vazio político” criado pelo sequestro do Governo e dos deputados, o Rei, ainda que à margem da Constituição, reassumiu de imediato os plenos poderes “herdados” de Franco, constituiu um governo de emergência integrado por secretários e subsecretários de Estado daquele e chefiado por Francisco Laína, director da Segurança de Estado (serviços secretos civis), homem da confiança do monarca, assumindo este a absoluta chefia do Estado e o comando em chefe das Forças Armadas.
Às 21h00 horas locais foi divulgado pelo Ministério do Interior um comunicado que informava sobre a constituição do referido governo provisório chefiado por Laína e que o mesmo estava em estreito contacto com a Junta de Chefes de Estado-Maior dos 3 ramos das Forças Armadas. De igual modo, o carismático Presidente da Generalitat (governo autonómico) da Catalunha, Jordi Pujol, cerca das 22h00 horas, fez uma alocução ao país via Rádio Nacional e Rádio Exterior apelando à tranquilidade face à situação vivida em Madrid e Valência, colocando-se ao lado do Rei. Esta comunicação terá sido mais dirigida, ainda que subliminarmente, às várias chefias das Regiões Militares de Espanha. E isto porque as mesmas estavam expectantes face ao desenrolar dos acontecimentos e, na sua maioria, aguardando a sublevação da já citada Divisão Brunet e da Região Militar sedeada em Barcelona para, qual “efeito dominó” invertido, também se sublevarem e aderirem ao golpe, como foi o caso, por exemplo, da Região Militar sedeada em Saragoça, Aragão, que aguardava o levantamento da de Barcelona para a seguir, o que não sucedeu em nenhum dos casos.
Entretanto, a partir do Palácio da Zarzuela, o Rei desdobrou-se em contactos telefónicos com múltiplas chefias militares visando assegurar-se da sua lealdade à Coroa, isto é, a si próprio, e em defesa da legalidade constitucional, o que terá conseguido na sua totalidade cerca da 01h00 hora do dia 24 de Fevereiro, quando, envergando o uniforme de Capitão-General do Exército, dirigiu aos Espanhóis, via TVE em directo, uma breve alocução a partir da sua residência oficial, informando que tinha ordenado às chefias militares para obedecerem às ordens da Junta de Chefes de Estado-Maior e às demais autoridades civis, sendo que desde o início Don Juan Carlos tinha contado com a lealdade das chefias nacionais da Guardia Civil e da Policía Nacional.
O golpe tinha fracassado!
Seguiu-se a rendição e detenção de Milans del Boche em Valência por ordem do próprio Rei, cerca das 05h00 horas, e a de Tejero Molina em Madrid por volta das 12h00 horas.
À laia de curiosidade, o hoje Rei Don Felipe VI, à data com 13 anos de idade, acompanhou o pai no seu gabinete de trabalho durante a maior parte do tempo até ter adormecido num sofá do mesmo. Esta revelação foi efectuada por sua mãe, a Rainha Sofia, numa autobiografia mediante entrevistas concedidas a uma reputada biógrafa, tendo justificado a presença do adolescente Príncipe das Astúrias no gabinete de seu pai por este pretender que o filho começasse a aprender como se lidava com dificuldades extremas. Parece que neste e outros aspectos Juan Caros I teve êxito quanto à educação e formação do seu filho, o que tem sido demonstrado pelo comportamento exemplar de Don Felipe VI, quer em termos pessoais como enquanto Rei de Espanha.
Nos dias que se seguiram ao “23-F” milhões de espanhóis manifestaram-se nas ruas de Madrid e de outras cidades espanholas em apoio a Don Juan Carlos I e em preito de homenagem ao mesmo por ter assegurado a continuidade do sistema democrático parlamentar. E um dos testemunhos mais significativos desse reconhecimento foi o discurso do já mítico secretário-geral do PCE Santiago Carrillo efectuado na tribuna da Câmara dos Deputados na primeira sessão plenária realizada após o frustrado golpe. Aliás, o líder comunista, ao longo da sua vida demonstrou sempre grande apreço e consideração por Don Juan Carlos I, chegando a afirmar numa das suas últimas entrevistas televisivas que, sendo comunista era republicano mas, como homem e espanhol, era “juancarlista”.
Ironicamente, quando Espanha comemora os 40 anos sobre o “23-F” e a consolidação da Monarquia constitucional democrática, pluralista e parlamentar, turbas de desordeiros, saqueadores de lojas de marcas de luxo e vândalos de património público assim agem em defesa de um “rapper” condenado três vezes pelos tribunais espanhóis: a última a prisão efectiva de 9 meses, por reiterada reincidência na prática de crimes de injúrias contra a Coroa e toda a Família Real, desde o Rei Emérito Don Juan Carlos I a seu Filho e Rei Don Felipe VI, ignorando que se hoje se podem criticar livremente as instituições políticas espanholas e seus titulares, o devem ao Rei que ora é insultado.
A título de epílogo, refira-se não se poder estranhar que injúrias proferidas contra o Rei em Espanha sejam consideradas crime, como o é qualquer injúria dirigida a um espanhol comum; e em Portugal também a injúria é crime previsto e punido pelo artigo 181º do Código Penal com pena de prisão até 3 meses ou multa até 120 dias, sendo a pena agravada ou elevada em metade nos seus limites mínimo e máximo, isto é, até 4 meses e 15 dias de prisão ou multa até 180 dias se a pessoa injuriada for, entre outros, o Presidente da República, tudo nos termos do artigo 184º e alínea l) do nº 2 do artigo 132º do mesmo Código.
Portanto, é tão aceitável, compreensível e justificável ser criminalizada e punida a injúria dirigida ao Rei em Espanha, como o é em Portugal quando dirigida ao Presidente da República Portuguesa, pois ambos são chefes de Estado.
Face à notícia de que em Portugal houve umas quantas pessoas a assinar um documento de indignação e solidariedade para com o rapper espanhol por ter sido vítima de um “atentado” à liberdade de expressão, tal só pode ter mesmo saído de “cabeças iluminadas” dos “costumeiros pseudo-intelectualoides” cá do burgo, sempre lestos, em Terras Lusas, ou a partir delas, a acusar de delito de opinião, até perante a Justiça, quem expressa ideias diferentes das suas.
Francisco Garcia dos Santos In O Notícias de Almeirim
Bibliografia: Juan Carlos Biografia, de Paul Preston, Quetzal Editores; Anatomia de um Instante, de Javier Cercas, D. Quixote (investigação exaustiva e considerada a melhor obra sobre o “23-F”), entre outros.
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publicidadesp · 4 years
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Professores da USP indicam padre Julio Lancelotti para prêmio internacional na Espanha
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O prêmio “Princesa de Astúrias” é considerado uma espécie de Nobel espanhol. A indicação dos professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP acontece na categoria “concórdia”. Premiação é entregue em sessão solene anual, realizada no mês de outubro. O padre Julio Lancellotti, da pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Reprodução/Youtube Dois professores da Universidade de São Paulo anunciaram nesta quinta-feira (21) que irão indicar o nome do padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua da cidade de São Paulo, para o prêmio Princesa de Astúrias, considerado o prêmio Nobel da Espanha, na categoria Concórdia. A ideia partiu do professor Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo Dilma Rousseff (PT) e titular de ética e filosofia política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH – USP), e do professor Flávio Wolf Aguiar, professor aposentado de literatura brasileira na mesma faculdade. “O padre Júlio Lancelotti é alguém que faz um trabalho incrível com a população de rua, com as pessoas mais pobres de SP. Eu conheci ele há 20 e poucos anos, quando ele estava empenhado em conseguir recursos para que adolescentes em conflito com a lei pudessem ter acesso a equipes interdisciplinares, para fazer com que eles deixassem qualquer vínculo com o crime e, após o período de liberdade assistida, pudessem recomeçar a vida. Creio que é uma pessoa que faz um trabalho muito importante para a sociedade. Ele está empenhado em conseguir um futuro para pessoas que a sociedade atual, com sua crueldade, não lhes dá”, afirma o professor Renato Janine Ribeiro. Segundo o ex-ministro, a propositura foi aprovada pela congregação acadêmica da FFLCH e encaminha à Reitoria da USP, que pode levar adiante a indicação em nome da instituição. “Recomendo que outras instituições de ensino superior se juntem a ela nesta merecida indicação”, disse Janine Ribeiro nas redes sociais. Uma conversa com o padre Júlio Lancellotti para guardar e levar a 2021 Padre Júlio Lancellotti comenta ligação que recebeu de Papa Francisco: ‘Achei que era um jornalista internacional’ Perfil Titular da Paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro do Belém, na Zona Leste de SP, o padre Julio Lancelotti ajudou a fundar a Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo, em 1977, e desde 1993 coordena a Pastoral do Povo de Rua da capital, onde acolhe moradores de rua, dependentes químicos e imigrantes em situação de rua ou vulnerabilidade social. O trabalho desenvolvido pelo padre na capital chamou atenção do Papa Francisco, principal líder da Igreja Católica no planeta, que, em outubro, ligou pessoalmente ao colega de São Paulo para elogiar as ações sociais e desejar sorte e proteção diante das constantes ameaças sofridas por Julio Lancellotti.  O papa pediu para que ele não desanime e continue ao lado dos pobres de São Paulo. Padre Júlio Lancellotti é ‘mensageiro de Deus’, diz Papa Francisco em discurso Prêmios Os prêmios da fundação espanhola Princesa de Astúrias são destinados a trabalhos científicos, técnicos, culturais, sociais e humanitários realizados por pessoas, instituições, grupos de pessoas o de instituições no âmbito internacional, em oito categorias diferentes: Artes, Letras, Ciências Sociais, Comunicação e Humanidades, Investigação Científica e Técnica, Cooperação Internacional, Concórdia e Esportes. A premiação é entregue em sessão solene anual, realizada anualmente no mês de outubro. O prêmio “Princesa da Astúrias” era chamado anteriormente de “Príncipe de Astúrias” até a renúncia ao trono do rei Juan Carlos I, em outubro de 2020. Ele dizia respeito ao príncipe Felipe VI, filho mais velho de Juan Carlos e herdeiro do trono. Com a ascensão de Felipe, o prêmio mudou de nome devido a filha mais velha do novo rei ser mulher, a princesa Leonor, conhecida atualmente como a “Princesa da Astúrias”. oto de arquivo de 9 de janeiro de 2020 do padre Júlio Lancelotti em sua paróquia, na Igreja de São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, na região Central de São Paulo. Werther Santana/Estadão Conteúdo Em dezembro, o padre Julio venceu o 7º Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns, premiação promovida pela Prefeitura de São Paulo desde 2014, que homenageia as personalidades que se dedicam às causas dos Direitos Humanos na capital paulista. Lancelotti recebeu um número recorde de indicações – 15.598 de um total de 16.643. O processo de escolha é feito por meio de um edital de chamamento público, com um formulário online aberto à sociedade civil. Com base nas indicações, o Comitê Municipal de Educação em Direitos Humanos elege uma lista tríplice, que é enviada ao prefeito para a escolha final. Ao G1, padre Júlio comemorou a premiação lembrando dos pobres da cidade e dos catadores. “Recebo com simplicidade, humildade, em nome de todos os moradores de rua, afirmando a dignidade da vida de todos, e repudiando toda forma de violência, de crueldade, de omissão em relação à essa população. Eu agradeço a todos que fizeram essa indicação. E, em nome de todos, especialmente dos moradores de rua, eu recebo esse troféu, que vou fazer andar dentro da carroça dos catadores e junto das malocados dos moradores de rua”, disse o padre. Padre Júlio Lancellotti é conhecido por estar à frente de projetos de atendimento à população carente, em especial de pessoas em situação de rua. Em 2020, o padre Júlio foi ameaçado ao menos duas vezes. Em janeiro, policiais teriam dito a três jovens moradores de rua que “a hora do Padre Júlio Lancelotti vai chegar”, no Belenzinho, Zona Leste da cidade. Em setembro, o religioso registrou um boletim de ocorrência por ameaça após ter sido xingado por um motoqueiro enquanto fazia trabalho de atendimento a moradores de rua no Centro da cidade. Padre Julio Lancelotti fala sobre pandemia e empatia Dom Paulo Evaristo Arns Dom Paulo Evaristo Arns foi arcebispo de São Paulo e cardeal nomeado pelo Papa Paulo VI, e ficou conhecido como o “Cardeal da Esperança” por denunciar os abusos do regime militar. Nos anos 1970, Dom Paulo peregrinava de quartel em quartel, usando sua influência para libertar dezenas de presos políticos. Confira os vencedores de todas as edições: 2014: Frei Betto 2015: Luiza Erundina 2016: Padre Jaime Crowe 2017: Mara Gabrilli 2018: Paulo Pedrini 2019: Margarida Bulhões Pedreira Genevois 2020: Padre Júlio Lancellotti Veja mais notícias sobre São Paulo: P
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bookkf · 4 years
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Zygmunt Bauman: “As redes sociais são uma armadilha”
Ele é a voz dos menos favorecidos. O sociólogo denuncia a desigualdade e a queda da classe média. E avisa aos indignados que seu experimento pode ter vida curta
O sociólogo Zygmunt Bauman, em Burgos (Espanha), fala na entrevista sobre o impacto das redes sociais. SAMUEL SÁNCHEZ
Zygmunt Bauman acaba de completar 90 anos de idade e de tomar dois voos para ir da Inglaterra ao debate do qual participa em Burgos (Espanha). Está cansado, e admite logo ao começar a entrevista, mas se expressa com tanta calma quanto clareza. Sempre se estende, em cada explicação, porque detesta dar respostas simples a questões complexas. Desde que colocou, em 1999, sua ideia da “modernidade líquida” – uma etapa na qual tudo que era sólido se liquidificou, e em que “nossos acordos são temporários, passageiros, válidos apenas até novo aviso” –, Bauman se tornou uma figura de referência da sociologia. Suas denúncias sobre a crescente desigualdade, sua análise do descrédito da política e sua visão nada idealista do que trouxe a revolução digital o transformaram também em um farol para o movimento global dos indignados, apesar de que não hesita em pontuar suas debilidades.
O polonês (Poznan, 1925) era criança quando sua família, judia, fugiu para a União Soviética para escapar do nazismo, e, em 1968, teve que abandonar seu próprio país, desempossado de seu posto de professor e expulso do Partido Comunista em um expurgo marcado pelo antissemitismo após a guerra árabe-israelense. Renunciou à sua nacionalidade, emigrou a Tel Aviv e se instalou, depois, na Universidade de Leeds (Inglaterra), onde desenvolveu a maior parte de sua carreira. Sua obra, que arranca nos anos 1960, foi reconhecida com prêmios como o Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades de 2010, que recebeu junto com Alain Touraine.
Bauman é considerado um pessimista. Seu diagnóstico da realidade em seus últimos livros é sumamente crítico. Em A riqueza de poucos beneficia todos nós?, explica o alto preço que se paga hoje em dia pelo neoliberalismo triunfal dos anos 80 e a “trintena opulenta” que veio em seguida. Sua conclusão: a promessa de que a riqueza acumulada pelos que estão no topo chegaria aos que se encontram mais abaixo é uma grande mentira. Em Cegueira moral, escrito junto com Leonidas Donskis, Bauman alerta sobre a perda do sentido de comunidade em um mundo individualista. Em seu novo ensaio, Estado de crise, um diálogo com o sociólogo italiano Carlo Bordoni, volta a se destacar. O livro da editora Zahar, que já está disponível para pré-venda no Brasil, trata de um momento histórico de grande incerteza.
Bauman volta a seu hotel junto com o filósofo espanhol Javier Gomá, com quem debateu no Fórum da Cultura, evento que terá sua segunda edição realizada em novembro e que traz a Burgos os grandes pensadores mundiais. Bauman é um deles.
Pergunta. Você vê a desigualdade como uma “metástase”. A democracia está em perigo?
Resposta. O que está acontecendo agora, o que podemos chamar de crise da democracia, é o colapso da confiança. A crença de que os líderes não só são corruptos ou estúpidos, mas também incapazes. Para atuar, é necessário poder: ser capaz de fazer coisas; e política: a habilidade de decidir quais são as coisas que têm ser feitas. A questão é que esse casamento entre poder e política nas mãos do Estado-nação acabou. O poder se globalizou, mas as políticas são tão locais quanto antes. A política tem as mãos cortadas. As pessoas já não acreditam no sistema democrático porque ele não cumpre suas promessas. É o que está evidenciando, por exemplo, a crise de migração. O fenômeno é global, mas atuamos em termos paroquianos. As instituições democráticas não foram estruturadas para conduzir situações de interdependência. A crise contemporânea da democracia é uma crise das instituições democráticas.
"Foi uma catástrofe arrastar a classe media ao precariat. O conflito já não é entre classes, mas de cada um com a sociedade”
P. Para que lado tende o pêndulo que oscila entre liberdade e segurança?
R. São dois valores extremamente difíceis de conciliar. Para ter mais segurança é preciso renunciar a certa liberdade, se você quer mais liberdade tem que renunciar à segurança. Esse dilema vai continuar para sempre. Há 40 anos, achamos que a liberdade tinha triunfado e que estávamos em meio a uma orgia consumista. Tudo parecia possível mediante a concessão de crédito: se você quer uma casa, um carro... pode pagar depois. Foi um despertar muito amargo o de 2008, quando o crédito fácil acabou. A catástrofe que veio, o colapso social, foi para a classe média, que foi arrastada rapidamente ao que chamamos de precariat (termo que substitui, ao mesmo tempo, proletariado e classe média). Essa é a categoria dos que vivem em uma precariedade contínua: não saber se suas empresas vão se fundir ou comprar outras, ou se vão ficar desempregados, não saber se o que custou tanto esforço lhes pertence... O conflito, o antagonismo, já não é entre classes, mas de cada pessoa com a sociedade. Não é só uma falta de segurança, também é uma falta de liberdade.
P. Você afirma que a ideia de progresso é um mito. Por que, no passado, as pessoas acreditavam em um futuro melhor e agora não?
R. Estamos em um estado de interregno, entre uma etapa em que tínhamos certezas e outra em que a velha forma de atuar já não funciona. Não sabemos o que vai a substituir isso. As certezas foram abolidas. Não sou capaz de profetizar. Estamos experimentando novas formas de fazer coisas. A Espanha foi um exemplo com aquela famosa iniciativa de maio (o 15-M), em que essa gente tomou as praças, discutindo, tratando de substituir os procedimentos parlamentares por algum tipo de democracia direta. Isso provou ter vida curta. As políticas de austeridade vão continuar, não podiam pará-las, mas podem ser relativamente efetivos em introduzir novas formas de fazer as coisas.
P. Você sustenta que o movimento dos indignados “sabe como preparar o terreno, mas não como construir algo sólido”.
R. O povo esqueceu suas diferenças por um tempo, reunido na praça por um propósito comum. Se a razão é negativa, como se indispor com alguém, as possibilidades de êxito são mais altas. De certa forma, foi uma explosão de solidariedade, mas as explosões são muito potentes e muito breves.
P. E você também lamenta que, por sua natureza “arco íris”, o movimento não possa estabelecer uma liderança sólida.
R. Os líderes são tipos duros, que têm ideias e ideologias, o que faria desaparecer a visibilidade e a esperança de unidade. Precisamente porque não tem líderes o movimento pode sobreviver. Mas precisamente porque não tem líderes não podem transformar sua unidade em uma ação prática.
P. Na Espanha, as consequências do 15-M chegaram à política. Novos partidos emergiram com força.
"O 15-M, de certa forma, foi uma explosão de solidariedade, mas as explosões são potentes e breves"
R. A mudança de um partido por outro não vai a resolver o problema. O problema hoje não é que os partidos estejam equivocados, e sim o fato de que não controlam os instrumentos. Os problemas dos espanhóis não estão restritos ao território nacional, são globais. A presunção de que se pode resolver a situação partindo de dentro é errônea.
P. Você analisa a crise do Estado-nação. Qual é a sua opinião sobre as aspirações independentistas da Catalunha?
R. Penso que continuamos com os princípios de Versalhes, quando se estabeleceu o direito de cada nação baseado na autodeterminação. Mas isso, hoje, é uma ficção porque não existem territórios homogêneos. Atualmente, todas as sociedades são uma coleção de diásporas. As pessoas se unem a uma sociedade à qual são leais, e pagam impostos, mas, ao mesmo tempo, não querem abrir mão de suas identidades. A conexão entre o local e a identidade se rompeu. A situação na Catalunha, como na Escócia ou na Lombardia, é uma contradição entre a identidade tribal e a cidadania de um país. Eles são europeus, mas não querem ir a Bruxelas por Madri, mas via Barcelona. A mesma lógica está emergindo em quase todos os países. Mantemos os princípios estabelecidos no final da Primeira Guerra Mundial, mas o mundo mudou muito.
P. As redes sociais mudaram a forma como as pessoas protestam e a exigência de transparência. Você é um cético sobre esse “ativismo de sofá” e ressalta que a Internet também nos entorpece com entretenimento barato. Em vez de um instrumento revolucionário, como alguns pensam, as redes sociais são o novo ópio do povo?
R. A questão da identidade foi transformada de algo preestabelecido em uma tarefa: você tem que criar a sua própria comunidade. Mas não se cria uma comunidade, você tem uma ou não; o que as redes sociais podem gerar é um substituto. A diferença entre a comunidade e a rede é que você pertence à comunidade, mas a rede pertence a você. É possível adicionar e deletar amigos, e controlar as pessoas com quem você se relaciona. Isso faz com que os indivíduos se sintam um pouco melhor, porque a solidão é a grande ameaça nesses tempos individualistas. Mas, nas redes, é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias. Elas são desenvolvidas na rua, ou no trabalho, ao encontrar gente com quem se precisa ter uma interação razoável. Aí você tem que enfrentar as dificuldades, se envolver em um diálogo. O papa Francisco, que é um grande homem, ao ser eleito, deu sua primeira entrevista a Eugenio Scalfari, um jornalista italiano que é um ateu autoproclamado. Foi um sinal: o diálogo real não é falar com gente que pensa igual a você. As redes sociais não ensinam a dialogar porque é muito fácil evitar a controvérsia… Muita gente as usa não para unir, não para ampliar seus horizontes, mas ao contrário, para se fechar no que eu chamo de zonas de conforto, onde o único som que escutam é o eco de suas próprias vozes, onde o único que veem são os reflexos de suas próprias caras. As redes são muito úteis, oferecem serviços muito prazerosos, mas são uma armadilha.
Estado de crise. Zygmunt Bauman e Carlo Bordoni. Editora Zahar. 192 págs., 39,90 reais.
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Isabel, a Rainha de Castela: série aborda o início da consolidação da monarquia espanhola
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Isabel, a Rainha de Castela: série aborda o início da consolidação da monarquia espanhola
Na última sexta-feira (27/10), o Parlamento da Catalunha aprovou uma resolução que prevê “constituir uma República Catalã como um Estado independente, soberano, democrático e social”. Essa iniciativa levou o Executivo espanhol a adotar uma série de medidas para recuperar a legalidade constitucional. No mesmo dia, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciou que o Senado autorizou o governo espanhol a aplicar o artigo 155, que prevê a destituição do líder catalão Carles Puigdemon e de seu governo, dissolve o Parlamento regional e convoca eleições para 21 de dezembro. É como se o passo dado pela Catalunha em direção à independência não tivesse acontecido, pois a comunidade internacional rejeitou a sua declaração de independência.
No cenário atual de um lado estão os independentistas, que querem se separar da Espanha, e do outro os catalães que não veem vantagem nessa cisão e que se unem ao resto dos espanhóis. Até o momento, a única certeza é que se chegou ao ápice de uma tensão que se arrasta por anos. O Reino de Espanha foi primeiro império global da era moderna, mas no início do século XV (1401 – 1500) a Espanha tal qual a conhecemos ainda não existia, ela “era apenas um conjunto de reinos com uma enorme mistura de povos e culturas, e seu território estava dividido em regiões independentes: Galícia, Astúrias, Leão, Castela, Aragão e Catalunha; enquanto no extremo sul o Reino de Granada era dominado pelos mouros”. Durante muito tempo foi assim, até que Isabel I, futura rainha de Castela, conheceu Fernando II de Aragão e eles se casaram. A série Isabel, a Rainha de Castela mostra em que condições esse casamento aconteceu e o que ele significou para a consolidação da monarquia espanhola.
Estrelada por Michelle Jenner, no papel de Isabel I de Castela, a produção espanhola foi escrita por José Luis Martín, Juan Carlos Blázquez, Jordi Calafí, Maite Carranza, Javier Olivares, Gisela Pou, Clara Pérez Escrivá, Anaïs Schaaff, Pau Sieiro e Isla de Babel, entre outros. Exibida em seu país de origem de 2011 a 2014, a biografia histórica mostra a trajetória da jovem rainha de Castela, que apesar de não estar na linha de sucessão ao trono o destino a transformou numa peça fundamental para o reino. O canal +Globosat começou a exibir a terceira temporada da série na faixa MAIS. A produção já tinha sido disponibilizada no Brasil pela Clarovídeo em abril deste ano.
Pedro Casablanc, Andrés Herrera, Ramon Madaula, Sergio Peris-Mencheta, Eusebio Poncela, Rodolfo Sancho, Lluís Soler, Michelle Jenner, Jordi Díaz, Irene Escolar, Ainhoa Santamaría e Raúl Mérida (2011)
A primeira temporada, com um total de treze episódios, acompanha a vida de Isabel entre os anos de 1461 e 1474. A série inicia na sua adolescência, passa por seu casamento com o Príncipe Fernando II de Aragão (Rodolfo Sancho) e encerra com a sua coroação como rainha de Castela. Isabel foi a terceira filha do rei João II de Castela, fruto de seu segundo casamento com Isabel de Portugal (Clara Sanchís), e tinha três anos de idade quando seu pai faleceu. Enquanto Henrique IV de Castela (apelidado de Henrique IV, o impotente), seu irmão mais velho, herdava o trono de Castela, ela teve que ir morar na aldeia de Arévalo.
Dez anos depois, Isabel pôde voltar para a corte sob a tutela de Henrique (Pablo Derqui), mas não demorou muito para que o rei fosse deposto por seu irmão mais novo Afonso de Castela (Victor Elías), que tinha apenas 11 anos. A conspiração ocorreu com a ajuda dos nobres que desejavam o poder e que acreditavam que devido à sua baixa idade Afonso seria facilmente manipulado. Assim como seu pai, João II de Castela – que governou por 48 anos, mas demonstrou-se fraco quanto aos assuntos do Estado e da nobreza com um reinado caracterizado por abusos e desordens –, o reinado de Henrique IV de Castela ficou conhecido pela anarquia devido a sua fraqueza e desmandos. Após a morte do rei, que parte sem assinar o acordo que declararia Isabel como sua herdeira, a jovem é coroada aos 20 anos.
Henrique IV era filho de João II de Castela com Maria de Aragão, portanto, o descendente direto ao trono de Castela. No entanto, os nobres já haviam conseguido retirar completamente a autoridade do trono. Aproveitaram a inabilidade de Henrique e as supostas relações escandalosas entre sua segunda esposa Joana de Portugal (Bárbara Lennie) e o nobre castelhano Beltrán de La Cueva (William Miller), e fizeram com que Henrique reconhecesse por herdeiro seu irmão, o Infante Afonso de Castela, mas este morreu possivelmente envenenado em 1468. Os magnatas buscaram obter a coroa para Isabel, rejeitando a filha do rei, Joana (Carmen Sánchez), chamada ‘A Beltraneja’ na suposição de que o verdadeiro pai fosse Don Beltrán.
O segundo ano da série, também com treze episódios, cobre o período entre 1474 e 1492, abrangendo a Guerra de Sucessão de Castela (conflito ocorrido entre 1475 a 1479 promovido pelos partidários de Joana, a Beltraneja), a conquista de Granada (1482-1492) e o início das viagens de Cristóvão Colombo (Julio Manrique). Isabel, agora rainha de Castela deu apoio incondicional ao marinheiro genovês, ajudou a financiar suas viagens na busca pelas Índias Ocidentais e enfrentou a oposição de muitos políticos. Essa missão levaria Colombo a descobrir a América, acontecimento que proporcionaria descobertas posteriores e o surgimento do Império Espanhol.
A ‘Guerra da Beltraneja’ teve um caráter internacional porque Isabel estava casada com Fernando, herdeiro da Coroa de Aragão, enquanto Joana se casou com seu tio o rei Afonso V de Portugal (Daniel Albaladejo). A França também interveio, apoiando a Portugal para evitar o triunfo de Aragão, seu rival em Nápoles, na Itália. Depois de distinguir-se na guerra civil (1474-1479) para garantir Isabel I no trono do reino de Castela, Gonzalo de Córdoba (Sérgio Peris-Mencheta) – um nobre, político e militar castelhano – desempenhou importante papel na guerra contra o reino muçulmano de Granada, inclusive negociando a rendição da cidade (1492) antes sob domínio mouro.
Fernando e Isabel souberam conduzir os interesses militaristas e religiosos dos hispânicos durante a Guerra da Reconquista [1] contra os inimigos muçulmanos. Como resultado da Reconquista da Espanha das mãos dos árabes muçulmanos, os Reis Católicos – título atribuído ao casal pelo Papa Alexandre VI (Jorge Bosch) – puderam enfim celebrar o triunfo da união espanhola e avançar nas suas pretensões de um reino unificado. Em 1478, foi fundado o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição por Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela a fim de manter a ortodoxia católica em seus reinos tendo atuado até 1834. A Inquisição foi uma política de conversão de judeus e muçulmanos espanhóis ao catolicismo. Aqui aparecem personagens históricos como Tomás de Torquemada (Manel Dueso); Fernando de Talavera (Lluís Soler) e Francisco Jiménez de Cisneros (Eusébio Poncela).
Em 1483, o prior do Convento de Santa Cruz, em Segóvia, Tomás de Torquemada, torna-se inquisidor-geral espanhol por nomeação do Papa Sixto IV (Camilo García). Conhecido como O Grande Inquisidor, Torquemada difundia que os judeus não eram confiáveis e que o país “precisava” de sangre limpia, ou seja, uma “limpeza de sangue” puramente cristão. Durante o seu mandato como inquisidor o número de autos-de-fé aceito chega a 2.200. A pena mais leve imposta aos descendentes de judeus e de muçulmanos convertidos era o confisco dos seus bens. Com os Reis Católicos precisando de receitas a perseguição movida aos hereges era uma fonte de renda que interessava ao Estado. Eles eram comumente obrigados a desfilar pelas ruas até a porta da igreja vestidos apenas com um traje que definia sua condição de hereges. Após inomináveis torturas, na etapa seguinte, a morte na fogueira os aguardava.
O monge jerônimo Fernando de Talavera foi um dos que se opôs à criação da Inquisição e pregava a ideia de evitar medidas mais duras contra um povo que já tinha se tinha convertido ao cristianismo, mas que conhecia pouco e mal essa religião. Em 1492, quando foi nomeado primeiro arcebispo de Granada ali procede a aplicação de uma política de conversão suave, evitando ameaças e coerções. Talavera chegou inclusive a denunciar os abusos dos inquisidores, mas a sua política de mão branda teve um êxito bastante limitado, ganhando inimigos. Um deles foi o cardeal Francisco Jiménez de Cisneros, terceiro Inquisidor Geral de Castela, que passa a adotar métodos mais enérgicos como forçar o baptismo ou obrigar ao exílio, o que levou à rebelião dos muçulmanos e mouriscos.
A terceira e última temporada foi exibida na TV espanhola em 2014, igualmente com treze episódios, e apresenta o período entre 1496 e 1504 que abrange: o casamento de Joana de Castela (Irene Escolar) com Felipe de Habsburgo, o belo (Raúl Merida); o conflito em Nápoles entre Fernando II de Aragão e o monarca francês Carlos VIII (Héctor Carballo) bem como a morte da rainha Isabel. Joana de Castela – também conhecida como Joana, a louca – dá à luz a um menino chamado Carlos (Carlos I de Espanha), herdeiro de Felipe, o belo e neto de Maximiliano I de Habsburgo, Sacro Imperador Romano. Enquanto Felipe tenta se impor em Castela e planeja uma forma de afirmar seu reinado, Joana fica cada vez mais instável por conta da ausência de seu marido.
Em 1494, estoura o confronto em Nápoles devido a pretensão de Carlos VIII de França ao trono que seu pai tinha herdado com a morte do seu sobrinho, o rei Renato d’Anjou (Renato I de Nápoles), em 1481. Há anos esse território era motivo de disputa entre as dinastias francesa e aragonesa. No entanto, com a morte súbita de Carlos VIII, em 1498, e sem deixar descendentes sobe ao trono o seu primo Luís de Orléans, o rebelde, assumindo o nome de Luís XII (Borja Luna). Embora os franceses não tenham desistido de sua ambição, em 1501, concordaram em uma partição do reino com Fernando de Aragão, que abandona seu primo, o rei Frederico IV de Nápoles. Mas o negócio veio por água abaixo completamente, Aragão e França retomaram a sua guerra sobre o reino, resultando em uma vitória aragonesa deixando Fernando no controle do reino até 1504. Apesar do sucesso nos campos de batalha, a saúde da rainha Isabel encontra-se cada vez mais debilitada.
Isabel e Fernando II tiveram cinco filhos: Isabel de Aragão e Castela e João, Príncipe das Astúrias, que faleceram antes da mãe; Joana de Castela; Maria de Aragão e Castela, que se casou com o rei Manuel I de Portugal; e Catarina de Aragão, que se casou com Artur, Príncipe de Gales. Após a morte deste ela se tornou a primeira esposa de Henrique VIII (Máximo Pastor), da Casa Tudor. Ele foi o segundo monarca inglês da Casa de Tudor, sucedendo a seu pai Henrique VII (Fermí Reixach). Henrique é conhecido como o fundador da Igreja Anglicana e por ter pedido a anulação do casamento com Catarina de Aragão para poder desposar Ana Bolena.
Isabel, a Rainha de Castela é uma produção da Diagonal TV. O sucesso da série levou o canal Televisión Española (TVE) a produzir um spinoff Carlos, Rey Emperador, exibido na Espanha entre 2015 e 2016 narrando a história de Carlos I de Espanha, filho de Joana e neto de Isabel. Carlos era o herdeiro de três das principais dinastias europeias: a Casa de Habsburgo da Monarquia de Habsburgo, a Casa de Valois-Borgonha dos Países Baixos Borgonheses e a Casa de Trastâmara das coroas de Aragão e Castela. Ele governou vastos domínios na Europa central, oriental e do sul, além das colônias espanholas nas Américas. Como o primeiro monarca a governar Castela, Leão e Aragão simultaneamente, ele se tornou o primeiro Rei da Espanha. Carlos tornou-se imperador em 1519, com um império que cobria mais de quatro milhões de quilômetros quadrados pela Europa, Oriente e Américas.
Um longa-metragem com o título de La Corona Partida, também foi produzido em 2016. A história apresenta os fatos ocorridos após a morte de Isabel, sendo que parte do elenco da série volta a interpretar seus respectivos personagens. Em uma Espanha consumida pela ambição e pelo poder, o futuro de um império depende do estado mental de uma única mulher: Joana, a louca. O reinado de Isabel e Fernando II ficou marcado na história por seu empenho na unificação e expansão da Espanha tendo como marcas a centralização política e unificação cultural, baseada na intolerância religiosa e no militarismo, e a expansão marítima e comercial atlântica incentivadas pela concorrência com Portugal.
  NOTAS:
[1] Reconquista foi o processo histórico em que os reinos cristãos da Península Ibérica procuraram dominar a região durante o período do Al-Andaluz (nome dado à Península Ibérica no século VIII, a partir do domínio do Califado Omíada). Este processo decorreu entre 722 (data provável da Batalha de Covadonga, liderada por Pelágio das Astúrias) e 1492, com a conquista do Reino de Granada pelos reinos cristãos. O controle progressivo da península ganhou destaque por ter possibilitado a fundação de novos reinos cristãos como o Reino de Portugal e o Reino de Castela, percursores de Portugal e de Espanha.
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alternativaportugal · 4 years
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Espanha: 40º Aniversário do “23-F”
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Espanha: 40º Aniversário do “23-F”
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No passado dia 23 de Fevereiro completaram-se 40 anos sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrido na mesma data em 1981, em Espanha, a qual ficou conhecida por “23-F”. Com o falecimento do Caudillo e Generalíssimo Francisco Franco em 20 de Novembro de 1975 e a proclamação de Don Juan Carlos de Borbón como Rei de Espanha pelas Cortes em 22 do mesmo mês e ano, tudo em conformidade com a Lei da Sucessão franquista de 1947 e sua indigitação formal em 1969 pelo Chefe de Estado como seu sucessor e Rei, iniciou-se a denominada transição do regime e sistema autocrático franquista, aliás já uma Monarquia sem Rei, para o regime monárquico constitucional e sistema democrático pluralista, o qual, em termos formais, culminou com a aprovação por referendo popular, universal e livre da Constituição espanhola de 1978 vigente; esta aprovação contou com o voto favorável de 15.706.087 votantes num universo de 17.873.301, correspondendo assim a 88,54% dos votos expressos.
Convém notar que esta foi a única consulta popular em que o Rei Don Juan Carlos I e a Rainha Doña Sofia exerceram o seu direito de voto, o que fizeram com vista a darem o exemplo e a incentivarem os espanhóis a pronunciarem-se sobre o projecto de Lei Fundamental que lhes era proposto pelas Cortes para ratificação; desde então os reis de Espanha nunca mais exerceram tal direito por serem símbolo da unidade de Espanha e dos espanhóis, e assim se afirmarem como estando acima de qualquer disputa político-partidária.
Portanto, de forma claríssima, a maioria dos espanhóis, mesmo contando com o número total de 26.632.180 recenseados, ratificou o regime monárquico constitucional e o sistema democrático pluralista de carácter parlamentar, em que o Rei deixava de ter quase todos os poderes legislativos e a totalidade dos executivos “herdados” de Franco, passando a ter funções eminentemente protocolares, e o poder legislativo e executivo ficava nas, e emanava das, Cortes Gerais (Câmara dos Deputados e Senado) eleitas por sufrágio universal, directo e proporcional: Espanha viu assim legitimadas pelo voto popular e livre as suas instituições do poder político. Ou seja, os espanhóis votaram favoravelmente o regime monárquico constitucional, consequentemente confirmaram como seu Rei Don Juan Carlos I e o sistema democrático pluralista parlamentar.
Porém, a direita radical franquista, aliás com expressão significativa, que não necessariamente maioritária, nas hierarquias das Forças Armadas e da Guardia Civil (força de segurança militar correspondente à Guarda Nacional Republicana portuguesa), não se “acomodou”. E para tal contribuiu em muito o recrudescimento das acções armadas, ou seja, terroristas, da esquerda extremista independentista basca marxista-leninista, protagonizadas pela ETA militar (Euskadi Ta Askatasuna — Pátria Basca Livre ou Pátria Basca e Liberdade) fundada em 1959 e apoiada politicamente pelo seu “braço civil” o partido político Herri Batasuna (Unidade Popular), fundado em 1978 como coligação de todas as organizações da dita esquerda basca, o qual veio a ser ilegalizado pelo Tribunal Supremo de Espanha em 2003 por ligação à organização terrorista.
Tais acções traduziram-se na multiplicação de atentados bombistas contra pessoas e bens, de assassinatos de membros da Policía Nacional e, sobretudo, militares da Guardia Civil e das Forças Armadas de várias patentes, com especial relevo para o Exército, magistrados, civis e políticos representantes ou tidos por coniventes com o poder político central de Madrid e de empresários bascos que se recusavam a pagar o “imposto revolucionário” extorquido pela ETA com vista ao seu financiamento. Contudo, não obstante estas acções serem predominantemente praticadas em território do País Basco espanhol, composto pelas províncias de Álava, Biscaia e Guipúscoa, situadas no nordeste de Espanha, as mesmas eram igualmente levadas a cabo noutras regiões, com especial incidência em Madrid, mas também no País Basco francês, correspondente às circunscrições ou províncias de Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberroa nos Pirenéus e sudoeste de França.
Assim, esta onda de violência terrorista separatista não só criou um sentimento generalizado de insegurança e repúdio entre os espanhóis pelas acções etarras, como levou a uma “revolta surda” no seio das Forças Armadas e Guardia Civil, e propiciou um clima conspirativo entre as hostes franquistas contra o recém nascido regime monárquico constitucional e sistema democrático parlamentar instituídos pela Constituição de 1978.
O resultado foi a convergência de várias conspirações civis e militares na tentativa de golpe de Estado, ocorrida em Madrid a 23 de Fevereiro de 1981.
Às 18h20 horas desse dia, uma força de mais de 200 militares da Guardia Civil, comandada pelo seu Tenente-Coronel António Tejero Molina, ocupou o Palácio das Cortes e sequestrou no seu interior quase todo o Governo e parlamentares da Câmara dos Deputados. Pouco depois, em Valência, o prestigiado Capitão-General Jaime Milans del Boch, comandante da III Região Militar aí sedeada, sublevou-se e colocou nas ruas da cidade carros de combate (tanques) e declarou o “estado de excepção”, assumindo na mesma o poder civil. Por outro lado, nos bastidores, o General de Divisão Luís Torres Rojas, à data governador militar da Corunha e ex-comandante da poderosa Divisão Blindada Brunete do Exército, concentrada em várias unidades nos arredores de Madrid e comandada pelo General de Divisão Just, tentou reassumir, sem êxito, o comando da mesma com vista à ocupação militar da capital espanhola, o que, a ter acontecido, teria ditado a quase certa vitória dos golpistas. Mas também o General de Divisão Alfonso Armada, à data 2º chefe do Estado-Maior do Exército, amigo íntimo do Rei e seu ex-colaborador na Casa Real, manobrou junto de outras altas patentes militares tentando convencê-las de que o golpe era do conhecimento de Don Juan Carlos I e, de alguma forma, caucionado por ele, o que não era verdade nem logrou conseguir — Armada chegou a ir ao Palácio das Cortes para negociar com Tejero a desocupação e ser ele o próximo Presidente do Governo (primeiro-ministro), o que foi recusado pelo Tenente-Coronel.
Face ao “vazio político” criado pelo sequestro do Governo e dos deputados, o Rei, ainda que à margem da Constituição, reassumiu de imediato os plenos poderes “herdados” de Franco, constituiu um governo de emergência integrado por secretários e subsecretários de Estado daquele e chefiado por Francisco Laína, director da Segurança de Estado (serviços secretos civis), homem da confiança do monarca, assumindo este a absoluta chefia do Estado e o comando em chefe das Forças Armadas.
Às 21h00 horas locais foi divulgado pelo Ministério do Interior um comunicado que informava sobre a constituição do referido governo provisório chefiado por Laína e que o mesmo estava em estreito contacto com a Junta de Chefes de Estado-Maior dos 3 ramos das Forças Armadas. De igual modo, o carismático Presidente da Generalitat (governo autonómico) da Catalunha, Jordi Pujol, cerca das 22h00 horas, fez uma alocução ao país via Rádio Nacional e Rádio Exterior apelando à tranquilidade face à situação vivida em Madrid e Valência, colocando-se ao lado do Rei. Esta comunicação terá sido mais dirigida, ainda que subliminarmente, às várias chefias das Regiões Militares de Espanha. E isto porque as mesmas estavam expectantes face ao desenrolar dos acontecimentos e, na sua maioria, aguardando a sublevação da já citada Divisão Brunet e da Região Militar sedeada em Barcelona para, qual “efeito dominó” invertido, também se sublevarem e aderirem ao golpe, como foi o caso, por exemplo, da Região Militar sedeada em Saragoça, Aragão, que aguardava o levantamento da de Barcelona para a seguir, o que não sucedeu em nenhum dos casos.
Entretanto, a partir do Palácio da Zarzuela, o Rei desdobrou-se em contactos telefónicos com múltiplas chefias militares visando assegurar-se da sua lealdade à Coroa, isto é, a si próprio, e em defesa da legalidade constitucional, o que terá conseguido na sua totalidade cerca da 01h00 hora do dia 24 de Fevereiro, quando, envergando o uniforme de Capitão-General do Exército, dirigiu aos Espanhóis, via TVE em directo, uma breve alocução a partir da sua residência oficial, informando que tinha ordenado às chefias militares para obedecerem às ordens da Junta de Chefes de Estado-Maior e às demais autoridades civis, sendo que desde o início Don Juan Carlos tinha contado com a lealdade das chefias nacionais da Guardia Civil e da Policía Nacional.
O golpe tinha fracassado!
Seguiu-se a rendição e detenção de Milans del Boche em Valência por ordem do próprio Rei, cerca das 05h00 horas, e a de Tejero Molina em Madrid por volta das 12h00 horas.
À laia de curiosidade, o hoje Rei Don Felipe VI, à data com 13 anos de idade, acompanhou o pai no seu gabinete de trabalho durante a maior parte do tempo até ter adormecido num sofá do mesmo. Esta revelação foi efectuada por sua mãe, a Rainha Sofia, numa autobiografia mediante entrevistas concedidas a uma reputada biógrafa, tendo justificado a presença do adolescente Príncipe das Astúrias no gabinete de seu pai por este pretender que o filho começasse a aprender como se lidava com dificuldades extremas. Parece que neste e outros aspectos Juan Caros I teve êxito quanto à educação e formação do seu filho, o que tem sido demonstrado pelo comportamento exemplar de Don Felipe VI, quer em termos pessoais como enquanto Rei de Espanha.
Nos dias que se seguiram ao “23-F” milhões de espanhóis manifestaram-se nas ruas de Madrid e de outras cidades espanholas em apoio a Don Juan Carlos I e em preito de homenagem ao mesmo por ter assegurado a continuidade do sistema democrático parlamentar. E um dos testemunhos mais significativos desse reconhecimento foi o discurso do já mítico secretário-geral do PCE Santiago Carrillo efectuado na tribuna da Câmara dos Deputados na primeira sessão plenária realizada após o frustrado golpe. Aliás, o líder comunista, ao longo da sua vida demonstrou sempre grande apreço e consideração por Don Juan Carlos I, chegando a afirmar numa das suas últimas entrevistas televisivas que, sendo comunista era republicano mas, como homem e espanhol, era “juancarlista”.
Ironicamente, quando Espanha comemora os 40 anos sobre o “23-F” e a consolidação da Monarquia constitucional democrática, pluralista e parlamentar, turbas de desordeiros, saqueadores de lojas de marcas de luxo e vândalos de património público assim agem em defesa de um “rapper” condenado três vezes pelos tribunais espanhóis: a última a prisão efectiva de 9 meses, por reiterada reincidência na prática de crimes de injúrias contra a Coroa e toda a Família Real, desde o Rei Emérito Don Juan Carlos I a seu Filho e Rei Don Felipe VI, ignorando que se hoje se podem criticar livremente as instituições políticas espanholas e seus titulares, o devem ao Rei que ora é insultado.
A título de epílogo, refira-se não se poder estranhar que injúrias proferidas contra o Rei em Espanha sejam consideradas crime, como o é qualquer injúria dirigida a um espanhol comum; e em Portugal também a injúria é crime previsto e punido pelo artigo 181º do Código Penal com pena de prisão até 3 meses ou multa até 120 dias, sendo a pena agravada ou elevada em metade nos seus limites mínimo e máximo, isto é, até 4 meses e 15 dias de prisão ou multa até 180 dias se a pessoa injuriada for, entre outros, o Presidente da República, tudo nos termos do artigo 184º e alínea l) do nº 2 do artigo 132º do mesmo Código.
Portanto, é tão aceitável, compreensível e justificável ser criminalizada e punida a injúria dirigida ao Rei em Espanha, como o é em Portugal quando dirigida ao Presidente da República Portuguesa, pois ambos são chefes de Estado.
Face à notícia de que em Portugal houve umas quantas pessoas a assinar um documento de indignação e solidariedade para com o rapper espanhol por ter sido vítima de um “atentado” à liberdade de expressão, tal só pode ter mesmo saído de “cabeças iluminadas” dos “costumeiros pseudo-intelectualoides” cá do burgo, sempre lestos, em Terras Lusas, ou a partir delas, a acusar de delito de opinião, até perante a Justiça, quem expressa ideias diferentes das suas.
Francisco Garcia dos Santos In O Notícias de Almeirim
Bibliografia: Juan Carlos Biografia, de Paul Preston, Quetzal Editores; Anatomia de um Instante, de Javier Cercas, D. Quixote (investigação exaustiva e considerada a melhor obra sobre o “23-F”), entre outros.
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