Cap. 11
Wooyoung sabia que a festa ainda estaria rolando em sua casa, por isso resolveu ir dar um passeio pela vila, quando estava descendo a rua escutou um barulho de buzina, se virou para olhar e constatou que era o carro da Hyuna. Ele já não tinha dito tudo o que queria pra ela? O que ela ainda estava fazendo ali?
-Você pode entrar um segundo para conversarmos? – ela perguntou enquanto ele caminhava pela calçada.
-Não obrigado, acho que já conversamos tudo o que tínhamos para conversar, não é?
Hyuna continuou seguindo os passos dele com o carro, dirigindo bem devagar para continuar conversando. Wooyoung fechou o blazer para se proteger do frio, em vão, era fino demais.
-Entra aqui por um minuto só Wooyoung, a gente tem que conversar e você está congelando aí fora.
Ele a encarou. Desde quando Hyuna era tão teimosa?
-Ok. – ele falou e ela parou o carro, Wooyoung deu a volta e sentou no banco do carona encarando-a.
-Fala.
Hyuna respirou fundo e o encarou, Wooyoung estava olhando através da janela, não estava com vontade de olhar pra ela e pior ainda de conversar, mas...
-Você não pode ter falado sério. – foi a primeira coisa que ela disse.
-Quando disse o que? – ele falou sem olhá-la.
-Quando disse que acabou, não depois de tudo o que passamos, eu achei que você me amava.
Wooyoung riu.
-Sério? Pois, eu nunca achei que te amasse e nem que você me amava, achei que a gente tinha um lance legal, mas era só isso Hyuna, nada além disso.
-E o que significou passarmos por cima de tudo e de todos para ficarmos juntos? Não significou nada pra você? Porque pra mim significou muito Wooyoung, eu era a odiada pelo mundo todo por estar me “aproveitando” de um garoto inocente.
Wooyoung riu alto.
-Você se aproveitando de mim? Essa é boa, sei me cuidar Hyuna.
-Eu sei que sabe, mas as pessoas não, elas me criticaram, apontaram o dedo pra mim me chamando de coisas horríveis incluindo pedófila e eu suportei, por você, por nós.
Wooyoung a encarou, agora estava se sentindo mal, mas ele também tivera que suportar várias coisas, não? Piadas de mau gosto e coisas do tipo? Mas, nada fora tão grave quanto as acusações feitas a Hyuna.
-Sinto muito. – foi tudo o que ele conseguiu dizer.
-Sente muito? – ela falou firme. – é tudo o que tem pra me dizer? Que sente muito?
-O que quer que eu diga então?
Ela o encarou, não estava acreditando naquilo.
Eu fiquei um tempo encarando a porta, eu não tinha mudado, o Wooyoung tinha, ou será que ele estava certo? Me odiei por estar sentindo aquilo, mas na hora não pensei, fiquei de pé, peguei meu sobretudo e desci as escadas correndo, esbarrei na minha mãe que subia para o quarto.
-O Wooyoung disse que você não estava em casa.
-Viu ele?
-Claro.
-E pra que lado ele foi? – perguntei rápido.
-Na direção oposta da casa dele, na direção da casa do San acho. Por que?
-Tchau. – foi tudo o que eu disse e segui porta afora.
-Me diz que esse tempo que passamos juntos não foi em vão. Que eu pelo menos signifiquei algo pra você e não fui apenas uma forma de você sei lá, protestar contra uma sociedade preconceituosa.
Wooyoung a encarou, Hyuna chorava, ele queria mesmo dizer algo legal pra ela, mas a verdade é que ela fora uma forma de ele desligar a cabeça de tudo o que havia acontecido em Holmes Chapel, desligar a cabeça da garota que ele amava e que não respondia suas ligações. No começo foi apenas isso, mas depois, com tanta polêmica e pessoas contra os dois, a resistência dele foi mais uma forma de não ceder, não ser fraco, persistir, ser teimoso era a palavra certa para descrever aquilo.
-Desculpe. – ele falou colocando a mão na porta do carro para sair. – sério Hyuna, me desculpe.
Ela segurou seu braço antes que ele saísse.
-As pessoas me acusaram de te usar Wooyoung, mas na verdade foi você quem fez isso comigo, não foi? Me usou para provar o quanto podia ser teimoso.
Ela tinha lido seus pensamentos?
-Mais uma vez Hyuna, me desculpe.
Quando ele ameaçou abrir a porta novamente Hyuna segurou seu braço mais uma vez.
-O que foi? – Wooyoung a encarou.
Hyuna olhou em frente e me avistou há alguns metros de distância caminhando encarando o chão, Wooyoung parecia não ter visto, pois a encarava impaciente esperando uma resposta. Ela podia não ficar com ele, mas ele também não ia ficar com garota nenhuma, não mesmo. Se não era dela, não seria de mais ninguém.
-Me dá um último beijo?
-O que? – Wooyoung perguntou sem saber o que dizer.
-Um último beijo para guardar na memória e depois juro que desapareço da sua vida.
-Hyuna eu te disse que..
-Eu sei, que está apaixonado por outra, mas até mais ou menos uma hora atrás você era meu namorado, está com ela agora?
-Não. – ele falou rápido.
-Então? Isso não vai tirar um pedaço seu e nem um pedaço do sentimento que tem por ela. É só um beijo Wooyoung, como tantos outros que já trocamos, apesar de tudo, você vai ser o cara de quem vou sentir mais falta, seus beijos são mágicos.
Wooyoung ficou quieto.
-Por favor.
Ele respirou fundo se debruçando e encostando os lábios nos dela.
Eu que estava caminhando de cabeça baixa quando avistei o carro fiquei paralisada, vi exatamente no instante em que Wooyoung se debruçou e beijou a Hyuna. Algo dentro de mim explodiu, meu coração deu um salto e ficou apertado, eu pensei que ia ter uma parada cardíaca do tanto que ele palpitava.
Me odiei naquele instante por ter acreditado nas palavras dele por um segundo sequer. Wooyoung ainda sentia por mim tudo o que escrevera há dois anos? Mentira. Naquele instante olhando a cena percebi que a mentirosa não era eu e sim ele. Foi só sair da minha casa que ele voltou com a Hyuna, isso se ele tivesse mesmo terminado com ela. Como eu era idiota, o Wooyoung sempre fora um sem vergonha conquistador barato quando morava em Holmes Chapel e era apenas o Wooyoung, agora que era famoso eu deveria saber que as coisas iam piorar.
Dei meia volta segurando as lágrimas e corri na direção de casa, eu não suportaria ver aquilo novamente.
Wooyoung se afastou de Hyuna e tocou o rosto dela de leve.
-Adeus Hyuna. – ele falou abrindo a porta do carro e seguindo caminho. Hyuna ainda se debruçou no volante e chorou, mas depois imaginou a minha cara olhando a cena e sorriu. Era aquilo que ela queria.
Isabela saiu para tomar um ar e acabou esbarrando no Hongjoon que ainda estava fumando no jardim da casa do Wooyoung.
-Ai desculpa, não quis incomodar. – ela falou rápido quando ele a encarou.
-Não incomodou. – Hongjoon falou forçando um sorriso na direção dela.
-Algum problema? – Isabela e sua mania de se preocupar com todo mundo.
-Ele foi falar com ela, acho que de hoje a noite não passa.
-O que?
-Lizzy e Wooyoung. – ele falou sem emoção soprando a fumaça para cima. – acho que vão ficar juntos agora. Fico feliz por eles.
-Fica mesmo? – Isabela já tinha ouvido aquela mesma mentira sair de sua própria boca há algum tempo atrás.
-Tenho que ficar, que escolha tenho?
Ela apenas sorriu.
-Só queria terminar logo o que temos para fazer aqui e voltar pra Londres.
Aquele comentário de certa forma a deixou chateada, ela estava se sentindo perdida perto do Hongjoon, pois antes de ele voltar ela achava que o tinha superado e que amava o Woozi, mas no instante em que seus olhos se encontraram...
-Não sabia que odiava tanto Holmes Chapel. – ela falou rápido.
-Odeio! – foi tudo o que Hongjoon falou atirando o cigarro ao chão.
Isabela não discutiu, mas aquilo doeu muito.
Cheguei em casa correndo, me atirei na cama e chorei, chorei tudo o que estava engasgado desde que acordara. Chorei tanto que adormeci, quando acordei no dia seguinte estava com os olhos inchados e uma dor de cabeça que só Deus sabe de onde eu tinha tirado.
-Bom dia, acho que vai ficar feliz em ler o jornal hoje. – Jessy falou com uma cara de poucos amigos enquanto me esticava o jornal, eu segurei e encarei a primeira página.
Meu coração mais uma vez deu um salto e eu quase caí da cadeira, era uma foto do Wooyoung saindo do carro da Hyuna e uma imagem dela chorando, ao lado a manchete em letras enormes.
“O conto de fadas acabou”
Algo dentro de mim ficou feliz em ler aquilo.
-Não sei por que estaria feliz. – falei colocando o jornal de lado.
-Leu a declaração do Wooyoung nas páginas do interior do jornal?
Peguei o jornal novamente e o abri, lá estava dizendo que Wooyoung tinha dado uma declaração por telefone falando do motivo da separação do casal, meu coração palpitou forte quando comecei a ler. O que aquele idiota tinha dito?
“A verdade é que como tudo na vida muda, os sentimentos mudaram também, não estou dizendo que não sinto mais nada pela Hyuna e que ela não foi importante na minha vida, foi sim, ela foi uma forma que encontrei de amadurecer e o tempo que passamos juntos foi muito bom, mas não deu mais para continuar.”
Fiquei encarando a página, havia mais.
“Más línguas dizem que a garota que você visitava no hospital, a que estava com você em uma foto há alguns dias, Thais Valero seria o motivo da separação, isso é verdade?”
“Colocar toda a culpa nela seria estupidez, havia algum tempo que minha relação com a Hyuna estava estremecida, reencontrar a Liz só me fez ver que haviam coisas mal resolvidas no meu passado.”
“E foram resolvidas?”
“Acho que sim, acabei descobrindo que o passado não volta e que quando você pensa que conhece uma pessoa ela te surpreende. Não sou mais o mesmo garoto que deixou Holmes Chapel há dois anos, ela também não é mais a garota que deixei para trás. As coisas mudam, nós mudamos e acho que demorei um pouco demais para perceber isso.”
Por que ele estava falando aquelas coisas? Por que nos expor daquela forma?
-Lizzy filha, tem alguém aqui querendo falar com você. – minha mãe falou vindo da sala.
-Quem é?
-Disse que é de uma revista.
-Não vou falar.
-Têm um monte de repórteres do lado de fora da nossa casa querendo uma declaração sua. – ela completou.
-Não vou falar com ninguém. – eu estava odiando o Wooyoung naquele minuto por ter nos exposto daquela forma ele não tinha o direito. – licença.
Peguei um casaco com touca, coloquei na cabeça e segui pela porta dos fundos, realmente havia uma confusão de jornalistas imbecis na porta da minha casa, desviei deles sem ser notada e segui direto pra casa do Wooyoung, eu tinha algumas coisas para dizer pra ele, contas a acertar.
Bati na porta e o Seokmin foi abrir com um sorriso fraco no rosto.
-Bom dia Lizzy. – olhar dele estava ainda mais cansado do que da última vez que o vi.
-Onde está o popstar?- perguntei irritada, não era hora para bom dia.
-O Wooyoung?
-Quem mais?
-No quarto dele, acho que está dormindo ainda.
-Que se dane. – falei desviando do braço dele e entrando.
Subi as escadas tremendo, eu estava particularmente irritada, só Deus sabia como eu queria ficar em paz, no meu canto sem me envolver com droga de jornalistas, como se já não bastasse nosso lugar secreto ser revelado para o mundo, ele ainda me expunha daquela forma? Eu nunca estive tão irritada na vida.
Quando abri a porta do quarto dele vi que ele já havia levantado, mas parecia que não tinha sido há muito tempo, os cabelos estavam desordenados e ele vestia apenas um short.
-Liz? O que está...
Antes que ele terminasse de falar, me aproximei e lhe acertei um tapa firme na cara, Wooyoung virou o rosto com a força do gesto e ficou parado, sem se mover, o cabelo grudado na cara e a respiração acelerada, eu não me movi, fiquei parada encarando-o, esperando a reação dele, meu corpo inteiro estava em chamas de tanta raiva.
Wooyoung virou o rosto na minha direção lentamente, percebi que meus dedos estavam marcados em vermelho do lado esquerdo do seu rosto. Fiquei encarando as marcas e me odiei por me perder mais uma vez naquele rosto perfeito, naqueles pequenos sinais charmosos que ele possuía, naquela boca perfeita que agora estava contraída de raiva e surpresa.
-Diz alguma coisa! – falei finalmente, Wooyoung não parecia que ia reagir e aquilo estava me deixando irritada.
-Você viu a matéria no jornal. – foi tudo o que ele disse.
-Você não tinha o direito de me expor daquela forma.
-Menti por acaso? – ele me olhou fundo e eu dei um passo para trás na direção da porta.
-Não se atreva a falar de mim novamente Jung Wooyoung, não quero estar envolvida em qualquer coisa que se diga respeito à palhaçada da sua vida amorosa e de seus escândalos imbecis. Está avisado.
Me dirigi até a porta, mas antes que eu saísse senti uma mão forte por cima da minha cabeça que segurou a porta me impedindo de abri-la, quando me virei dei de cara com ele, o rosto ainda estava vermelho, mas o olhar estava decidido me encarando diretamente nos olhos.
-Você não vai sair antes de me ouvir. – ele falou firme.
-Me deixa ir Wooyoung.
-Não. – ele falou me puxando pelo braço e me afastando da porta. – você vem aqui, diz o que quer, me bate e quer ir como se nada tivesse acontecido? Você vai me ouvir Liz, nem que pra isso eu tenha que te trancar nesse quarto.
Eu fiquei quieta sem saber o que fazer, ele continuou.
-Não menti para o jornal, nossa conversa de ontem me fez ver que eu tinha mesmo mudado, mas que não era o único, agora vejo que meu único erro foi ter sido precipitado ou até não ter dado essa declaração antes.
-Do que está falando?
Ele sorriu encarando o chão, naquele instante eu notei como aquele gesto era irritante.
-Esse tapa, a sua reação, a forma com que me olhou, essa é a Liz que eu deixei para trás há dois anos, a garota forte que vai atrás do que quer, que mesmo sem ter razão luta até o fim.
Eu fiquei quieta, ele tinha pirado?
-Sabe o que eu senti nesse tapa Liz? – ele falou agora me encarando. – paixão.
Eu comecei a tremer, era como se meu corpo estivesse respondendo a cada palavra que saía da boca dele.
-Ontem à noite eu não tinha certeza, mas agora tenho. Você pode negar o quanto quiser, mas sente por mim o mesmo que sinto por você.
-Não seja idiota. – falei rápido e ele sorriu.
-Não estou sendo. – ai que sorriso. – eu posso não saber de onde vem a força que nos atrai, não sei se é atração, paixão, amor ou qualquer outra coisa, mas no fim das contas eu não ligo, pois essa força me faz bem.
A cada palavra ele dava um passo na minha direção e eu tremia mais um pouco sem conseguir me mover.
-Eu acho que temos um pouco de amor e ódio no fim das contas. – ele continuou. – mas, quem liga? Até quando a gente briga você me deixa louco.
Meu corpo começou a tremer a cada passo que ele dava em minha direção, os olhos em chamas grudados em mim e naquele instante me senti vulnerável como nunca estivera na vida.
-Eu já sabia de tudo isso há mais de dois anos, soube no nosso último acampamento, naquele dia tudo ficou claro na minha cabeça, mas guardei o que sentia, eu me sufoquei, durante dois anos estive sufocado com tudo o que sinto, achando que você nunca sentiria o mesmo, achando que era idiotice minha, mas depois de hoje, sei que não sou o único a tentar disfarçar, mas sou o único a querer viver esse sentimento. EU ESTOU APAIXONADO! – ele falou alto se aproximando ainda mais e meu coração deu um solavanco. – estou completamente apaixonado por você e não me importo com mais nada, quero gritar para o mundo inteiro ouvir, eu quero você.
Quando ele ia me tocar eu virei de costas, aquilo era loucura.
-Não tenta fingir que não sente o mesmo Lizzy. – ele falou tocando meus cabelos de leve e eu me odiei por um segundo por estar sendo tão idiota, por não me virar e beijá-lo de uma vez.
-Fica longe de mim Wooyoung.
-Ok. – ele falou abrindo a porta e deixando-a aberta. – pode sair, se tudo o que eu te disse aqui não significou nada Liz a porta está aberta.
Eu fiquei um minuto paralisada e então segui porta afora me segurando para não chorar, quando cheguei ao corredor escutei um barulho baixo e discreto, vinha de dentro do quarto dele, me obriguei a continuar a caminhar, mas não consegui, voltei e olhei na direção dele, Wooyoung estava de pé próximo a janela, o rosto apoiado nas mãos, ele chorava.
Naquele instante a imagem do antigo Wooyoung invadiu meus pensamentos, a imagem de nós dois juntos, de tantos momentos bons. Eu ia deixar tudo aquilo se perder por medo de arriscar? Eu seria mesmo uma imbecil se fizesse isso.
Quem se importava se todas as revistas o chamavam de conquistador? Ele era meu Wooyoung antes disso.
-Wooyoung? – chamei delicadamente enquanto dava um passo para o interior do quarto dele.
Wooyoung ergueu os olhos e se virou rapidamente, mas não enxugou as lágrimas, aquele rosto lindo estava inundado e seus olhos estavam vermelhos, aquela fora a cena mais linda que eu já havia visto na vida, nada, nada mesmo se comparava a aquela imagem, era a perfeição.
Ele não se moveu, ficou parado no mesmo lugar me olhando, eu me aproximei, pé ante pé, o coração acelerado, as pernas tremendo, mas a mente determinada. Naquele instante, depois de muito tempo eu sabia exatamente o que eu queria.
-Desculpe. – falei quando fiquei de pé de frente a ele. – me desculpe.
Ele não se moveu e também não disse nada, havia uma certa resignação em seu olhar que era extremamente compreensível, afinal eu tinha mesmo sido uma imbecil.
-Fui imbecil de ter te dito todas aquelas coisas, a verdade é que eu estou assustada, eu nunca senti nada parecido e ficar perto de você me deixa ainda mais confusa, eu só queria que tudo isso passasse, eu queria poder voltar no tempo e esquecer que todo esse pesadelo um dia existiu.
-Não tem como voltar no tempo. – ele falou firme. – não tem como apagar todas as coisas que você me disse ou as que eu te disse Lizzy.
-Eu sei, mas mais uma vez, desculpe.
Me virei para sair com o coração na boca, quando eu voltara para o quarto eu não pensava que ele me trataria com tanta frieza igual tinha acabado de tratar, mas o que eu queria? O que eu realmente queria?
Eu queria que ele me mandasse parar, que me segurasse firme, que me colocasse cara a cara com ele e me beijasse como nunca beijara ninguém na vida. Queria que ele me dominasse, que me dissesse que eu era a única que ele desejava, mas eu estava ficando louca, era claro que ele não faria isso, não depois de tudo o que eu dissera mais cedo.
Mas, para meu espanto Wooyoung se aproximou rapidamente me puxando pelo braço e me virando para que eu o encarasse, eu o olhei naqueles olhos perfeitos, nossas respirações estavam cansadas, aceleradas no mesmo ritmo, eu podia ouvir as batidas do meu coração de tão aceleradas que estavam, naquele instante uma sensação estranha tomou conta de mim, um medo incomum de que ele mais uma vez apenas me encarasse, me soltasse e me deixasse ir, eu não queria ir, mas não estava disposta a pedir para ficar.
-Eu...
Não consegui terminar, Wooyoung simplesmente me puxou e me beijou, eu fiquei paralisada de inicio, mas correspondi imediatamente o beijo, deixando que o sentimento me dominasse, eu esperara tanto por aquele beijo.
Senti ele me apertar a cada segundo mais contra si e naquele instante me senti, forte, quente, viva, protegida. A cada segundo a intensidade do beijo aumentava e eu me perguntava como eu tinha sido tão imbecil de ter esperado tanto tempo para me dar conta de que ele era tudo o que eu queria e tudo o que eu precisava.
Ele me beijava doce, longa e profundamente, descendo pelo queixo e para o pescoço me fazendo tremer e pender a cabeça para trás. Wooyoung entrelaçou meus cabelos em seus dedos e eu me senti ainda mais em chamas.
Finalmente, ele voltou a meus lábios, me beijando com intensidade e eu retribuí, agora sem medo de mostrar o quanto o desejava.
Eu respirei fundo durante o beijo enquanto ele me puxava cada segundo mais para perto com uma paixão desesperada. Eu me deixei levar, erguendo uma das mãos e segurando seus cabelos, eles nunca tinham parecido tão macios. Tudo aquilo era um turbilhão de sensações, mas a melhor de todas estava dentro de mim. Naquele instante eu sabia que pertencia completamente a ele.
Wooyoung se afastou e me encarou com o sorriso mais lindo do mundo, aqueles lábios perfeitos estavam vermelhos o que os deixava ainda mais sedutores.
-O que foi isso? – ele perguntou enfim.
-Acho que dois anos explodindo em alguns poucos minutos. – falei sorrindo para o chão, ele segurou meu queixo e ergueu minha cabeça, me dando um beijo breve e delicado nos lábios, fazendo com que algo dentro de mim virasse de ponta cabeça. –o que vai resultar disso? – perguntei insegura, ele sorriu.
-Bom, você eu não sei, mas eu não vou conseguir ficar mais um dia sem te beijar.
Eu sorri. Ele se debruçou e sussurrou ao meu ouvido.
-Já me deixava louco antes, agora então...
Eu sorri mais uma vez encarando o chão.
-Por que você faz isso?
-Não sei. – falei erguendo os olhos e o encarando. – insegurança talvez?
-Se você é insegura é sem motivos, é linda, inteligente, perfeita.
Mais uma vez eu sorri olhando o chão.
-E agora?
-Vergonha.
Ele sorriu me puxando e me beijando novamente, eu me senti como me sentia há anos atrás, segura, viva, forte, quente. A sensação de beijar o Wooyoung era muito diferente da sensação de beijar o Hongjoon, não que os beijos do Hongjoon não fossem bons, eram, mas havia algo na forma com que Wooyoung me tocava, na forma com que nossos lábios se encaixavam que era simplesmente perfeito.
-Preciso ir pra casa. – falei me afastando dele depois de mais um beijo longo e sedutor no mínimo.
-Não quero te deixar ir. – ele falou me abraçando ao redor da cintura, eu colei meu corpo no dele me sentindo fraca, impotente, eu também não queria ir.
-Mas, eu preciso. – falei rápido. – saí sem dizer nada e ainda tem um bando de jornalistas por lá.
-Na sua casa? – ele se afastou me encarando confuso.
-Sim. – falei dando um tapa no braço dele. – por culpa da declaração idiota que o senhor deu para aquele jornal imbecil.
Ele sorriu.
-A declaração idiota te trouxe aqui.
-Te fez levar um tapa na cara.
-Te fez voltar atrás e me beijar.
-Na verdade foi você que me beijou.
-Mas você bem que gostou.
Fiquei quieta, eu odiava quando ele vencia.
-Preciso mesmo ir. – falei tocando o cabelo dele de leve para tirá-lo do rosto, ele fechou os olhos ao meu toque.
-Adoro quando faz isso.
-E eu adoro fazer isso.
Ficamos os dois nos encarando durante alguns segundos sem nada dizer.
-Wooyoung você... – eu me assustei com a voz que veio da porta, me virei rapidamente para constatar que Seokmin estava parado nos encarando. – desculpem, interrompi alguma coisa?
-Não. – falei rápido. – claro que não, vim só falar com o Wooyoung, pois é, mais tarde a gente conversa melhor Wooyoung. – falei dando um tapa no braço dele, Wooyoung deu um passo para o lado com a força que fiz aquilo.
-Está malhando, filha? – ele me encarou com aquela carinha linda e eu tive que sorrir.
-Não seja tonto. – falei rápido e encarei o Seokmin. – tchau Seokmin, a gente se vê depois.
Ele ficou encarando o irmão enquanto eu seguia quarto afora.
-O que deu nela? – Seokmin falou sorrindo na direção do irmão.
-Eu é que sei? A Lizzy é louca.
Seokmin sorriu, Wooyoung o encarou.
-Algum problema? – ele falou com um sorriso radiante no rosto, Seokmin pareceu notar.
-Não, eu só ia dizer que a mãe estava te chamando para o café, mas reparei em algo.
-O que seria?
-Esse sorriso bobo no seu rosto. O que aconteceu?
Wooyoung sorriu mais ainda se atirando de costas na cama.
-Nada de mais. – falou rápido. – só estou incomumente feliz hoje, é como se fosse o melhor dia da minha vida, sabe?
-Nossa o que te deu essa sensação?
Ele sorriu.
-Já te falei, nada de especial.
Seokmin sorriu.
-Ok, vou fingir que acredito, agora vamos descer, a mamãe está esperando.
Wooyoung ficou de pé, se aproximou, abraçou o irmão ao redor dos ombros e seguiu escada abaixo.
Enquanto desciam Seokmin estava mais apoiado em Wooyoung do que acompanhando-o.
-Seokmin? – Wooyoung encarou o irmão. – você está bem?
-Estou. – Seokmin falou rápido. – só um pouco cansado.
-Cansado? Faz algum tempo que eu reparo que você está um pouco pra baixo, você está mesmo bem?
-Estou eu só... – antes de terminar a frase, Seokmin simplesmente desmaiou.
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