Tumgik
#educação centrada no aluno
aluna-hipster · 6 months
Text
RESENHA: Pedagogia da Autonomia
OBRA: Paulo Freire, Pedagogia da autonomia– São Paulo: Paz e Terra, 1996
O necessário livro "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire, é uma obra composta por três capítulos que exploram profundamente a prática educativa. Destaca-se por sua abordagem centrada na solidariedade, ética, respeito à dignidade e autonomia do educando, oferecendo contribuições significativas para repensar e transformar a prática docente. 
Importante comentar que o livro é escrito com uma linguagem acessível e compreensível, evitando academicismos. O autor, Paulo Freire, utiliza um estilo didático, dividindo a obra em três capítulos que condizem com as seguintes ideias-chave: "Não há docência sem discência", "Ensinar não é transferir conhecimento", e "Ensinar é uma especificidade humana".
Freire, ao longo da obra, apresenta elementos fundamentais ao ensino, enfatizando a dimensão social da formação humana, a importância da pesquisa, o respeito aos saberes do aluno, a criticidade, a estética e ética, entre outros. Esses elementos fundamentais, como ressaltado por Freire, são essenciais para uma prática docente que respeite a autonomia discente e promova o desenvolvimento do aprendizado.
No primeiro capítulo, o autor destaca a relevância da reflexão crítica sobre a formação docente e a prática educativa. Ele sublinha que a relação entre professor e aluno é uma via de aprendizado mútuo, destacando a essencialidade da pesquisa no ensino. Além disso, ressalta que a criticidade deve estar vinculada a uma rigorosa formação ética, relacionando os conteúdos ao desenvolvimento moral do aluno.
A corporeificação das palavras pelo exemplo, mencionada por Freire, enfatiza a importância de colocar em prática aquilo que se ensina, promovendo coerência entre discurso e ação. A reflexão crítica contínua sobre a prática docente é destacada como crucial, estimulando a curiosidade epistemológica do aluno.
No segundo capítulo, o autor reforça a ideia de que ensinar não é simplesmente transferir conhecimento, mas criar condições para sua produção pelo aluno. Destaca-se a importância de estar aberto às curiosidades dos alunos, agindo com respeito mútuo, criticidade e rigor metodológico. Freire ressalta ainda a necessidade de consciência do inacabamento, aceitando a mudança e a diversidade, e destaca a importância da autonomia do educando.
O terceiro capítulo aborda a relação entre autoridade e liberdade, defendendo uma democracia que respeite ambas. Freire destaca a importância da tomada consciente de decisões, da escuta atenta ao aluno e da luta contra o autoritarismo e ditadura. Ele critica o sistema capitalista neoliberal, enfatizando a educação como instrumento de luta contra as injustiças sociais.
Em síntese, Paulo Freire oferece uma visão rica e abrangente sobre a prática educativa em "Pedagogia da Autonomia". Seu livro fornece subsídios valiosos para repensar e transformar a prática docente, incentivando uma abordagem mais centrada no aluno e na construção de cidadãos autônomos. Esta obra é, sem dúvida, uma contribuição impactante que desafia educadores a refletir sobre suas práticas, destacando a importância da ética, autonomia e diálogo na educação.
Depois de pesquisar mais descobri que A Pedagogia Crítica, fortemente influenciada pela Escola de Frankfurt, recebeu ampla aceitação global desde a década de 1980. Paulo Freire, um dos intelectuais mais citados nos Estados Unidos, contribuiu significativamente com sua obra "Pedagogia do Oprimido". Na década de 1980, liderada por Henry Giroux, a Pedagogia Crítica ganhou destaque nos EUA, com contribuições importantes de autores como Peter McLaren e Michael Apple.
Nas décadas seguintes, a Pedagogia Crítica enfrentou debates com tendências pós-modernas e multiculturalismo, incorporando contribuições do pensamento queer, interseccionalidade e decolonialismo. Autores contemporâneos notáveis incluem Jurjo Torres, Catherine Walsh e Kim Case, entre outros.
Paulo Freire continua a ser considerado subversivo, enfrentando resistência, especialmente no Brasil, onde o movimento "Escola Sem Partido" busca proibir o ensino de estudos de gênero e da pedagogia de Freire. A resistência global destaca sua relevância contínua, enquanto a Pedagogia Crítica evolui como um campo de estudo dinâmico.
A contribuição de Freire para a teoria educacional é inegável, pois sua obra suscitou reflexões críticas. A ênfase na dialética e na abordagem crítica foram muito necessárias, especialmente em sistemas educacionais tradicionais. A transição dos princípios teóricos para a prática requer adaptação cuidadosa e estratégias específicas para diferentes realidades educacionais. Apesar desses desafios, a obra de Freire continua a inspirar educadores globalmente. Seus princípios, como a valorização da autonomia e do diálogo, oferecem um caminho valioso para repensar e transformar a prática educativa, embora sua implementação plena exija adaptações contextualizadas.
Em resumo, é evidente que a  Pedagogia da Autonomia vai além da teoria educacional convencional, desafiando educadores a repensar suas práticas. Sua riqueza conceitual oferece uma base sólida para a reflexão crítica sobre a educação, incentivando uma abordagem mais centrada no aluno e na construção de cidadãos autônomos.
A obra é a síntese do resultado dessa reflexão, destinando-se a professores e apresentando as principais ideias de Freire sobre o que hoje chama de "pedagogia crítica". Ele destaca a importância do diálogo entre professor e alunos como a prática central que permite a transição da "consciência ingênua" para a "consciência crítica".
O objetivo da pedagogia, segundo Freire, é “permitir a análise da realidade social, tomando consciência das relações sociais desiguais que a organizam". Essa consciência arma intelectualmente os oprimidos para ajudá-los a transformar o mundo.
Uma coisa interessante a se pensar é por que Paulo Freire foi escolhido pela direita para ser odiado? O Brasil está contextualizado em crescente das tendências autoritárias que o continente vive, as ideias e propostas educacionais de Paulo Freire foram banidas e perseguidas no Brasil pelas forças conservadoras, pelo governo e pela sociedade, e professores e escolas que promovem seu pensamento e suas práticas foram perseguidos. Estas expressões autoritárias e antidemocráticas não são neutras ou apolíticas, mas pelo contrário, como alertou o próprio Freire (1973), os seus promotores “sabem muito bem o que estão a fazer e para onde querem ir”. Quem está em cima quer permanecer em cima por isso demoniza quem denuncia e investiga os processos sociais que atendem ao interesse político de invisibilizar sociais as causas da desigualdade e da injustiça” (…), para evitar olhar para a raiz, questionar-se com autonomia (…)”. 
Mas o  “Patrono da educação brasileira”, Freire foi e é vaalorizado como exemplo de pensadores que inspiraram a revolução educaciona. Mas o próprio Freire explicou na época que o “medo da liberdade não está presente apenas entre os oprimidos, mas também entre os opressores, de uma forma diferente”. Entre os oprimidos, o medo da liberdade é o medo de assumi-la. Entre os opressores, é o medo de perder a liberdade de oprimir.” Percebe-se uma deslegitimação da educação pública e dos professores como um dos instrumentos mais poderosos das empresas interessadas no mercado educacional. Uma tentativa de desacreditar os professores, de mostrá-los como inúteis, como um peso para o Estado, impedindo que os professores continuem a se transformar em alguém que produz novos conhecimentos no diálogo com os alunos. 
Paulo Freire enfatiza nessa obra a importância da criticidade na educação, incentivando professores a assumirem posturas políticas em sala de aula, os saberes educacionais devem estar conectados a um olhar crítico. 
A leitura de Paulo Freire é recomendada com certa obrigação para profissionais da educação. O livro é com certeza uma obra necessária na estante, a ser revisitada periodicamente.
Um trecho marcante para mim foi: “Posso não aceitar a concepção pedagógica deste ou daquela autora e devo inclusive expor aos alunos as razões por que me oponho a ela mas, o que não posso, na minha crítica, é mentir. É dizer inverdades em torno deles. O preparo científico do professor ou da professora deve coincidir com sua retidão ética. É uma lástima qualquer descompasso entre aquela e esta. Formação científica, correção ética, respeito aos outros, coerência, capacidade de viver e de aprender com o diferente, não permitir que o nosso mal-estar pessoal ou a nossa antipatia com relação ao outro nos façam acusá-lo do que não fez são obrigações a cujo cumprimento devemos humilde mas perseverantemente nos dedicar. (p. 18)” . Achei interessante pois o autor, Paulo Freire, parece enfatizar a importância da honestidade e integridade por parte do professor ao expressar suas discordâncias em relação a concepções pedagógicas. Para ele é legítimo que um educador não concorde com determinada abordagem pedagógica e que, inclusive, é seu dever compartilhar com os alunos as razões de sua discordância. No entanto, ele ressalta que, ao criticar, o professor não deve recorrer à mentira. Tem que ter tanto o preparo científico quanto a retidão ética, indicando que o conhecimento do professor deve ser respaldado por princípios éticos sólidos.
A expressão "lástima qualquer descompasso entre aquela e esta" sugere que é lamentável qualquer inconsistência entre a formação científica e a retidão ética do educador. Freire destaca a importância de manter coerência, respeito pelos outros e uma capacidade de conviver e aprender com a diversidade. Entao ele enfatiza na honestidade crítica, na não acusação infundada e na humildade para reconhecer e corrigir possíveis erros ou equívocos assim sugerindo uma abordagem ética e responsável no exercício da docência.
2 notes · View notes
franciscolinoarteaga · 2 months
Text
Nutrir o conhecimento: a experiência profissional de um educador e escritor
Poucos profissionais se destacam no dinâmico mundo da educação e da literatura simultaneamente. Combinar as funções de educador e escritor requer uma compreensão profunda do assunto e a capacidade de comunicar ideias complexas de forma eficaz. Este artigo explora a jornada inspiradora, os desafios e as conquistas de um profissional dedicado que combinou com sucesso estas duas carreiras exigentes.
Uma paixão por ensinar
O percurso de um educador começa normalmente com uma profunda paixão pelo ensino e com o desejo de fazer a diferença na vida dos alunos. A carreira dos nossos alunos começou no ambiente movimentado de uma escola secundária, onde rapidamente se tornaram conhecidos pelos seus métodos de ensino inovadores e pela sua capacidade de se ligarem aos alunos a nível pessoal. Esta experiência inicial lançou as bases para a sua filosofia de ensino, enfatizando a aprendizagem interativa e centrada no aluno.
O entusiasmo do educador pelo tema foi contagiante na sala de aula. A criação de um ambiente de aprendizagem envolvente e de apoio estimulou um sentimento de curiosidade e amor pela aprendizagem nos seus alunos. Esta dedicação à educação foi percebida, valendo-lhes elogios e reconhecimento por parte dos pares e das instituições de ensino.
Abraçando o caminho do escritor
Paralelamente à sua carreira docente, a educadora descobriu a paixão pela escrita. Inicialmente, escrever era uma saída criativa, permitindo-lhes explorar e articular os seus pensamentos e ideias. Com o tempo, esta paixão evoluiu para uma busca profissional à medida que perceberam o potencial de alcançar um público mais vasto e causar um impacto mais significativo através da palavra escrita.
A transição de educador para escritor foi uma progressão natural. As competências desenvolvidas na sala de aula, como a clareza de expressão e a simplificação de conceitos complexos, revelaram-se inestimáveis ​​nos seus esforços de escrita. O seu primeiro grande projeto envolveu a autoria de uma série de artigos educativos que foram bem recebidos por educadores e alunos. Estes artigos forneceram insights práticos e estratégias para um ensino eficaz, estabelecendo-os como uma voz respeitada no campo da educação.
Navegando em Duplas Responsabilidades
Equilibrar as responsabilidades de ensinar e escrever não é coisa pouca. Ambas as carreiras exigem um elevado nível de dedicação, tempo e esforço. Os educadores enfrentam frequentemente malabarismos com o planeamento de aulas, notas e gestão de sala de aula com prazos de escrita e pesquisas. A gestão eficaz do tempo e as competências organizacionais tornaram-se cruciais para manter este equilíbrio delicado.
Apesar dos desafios, os papéis duplos ofereceram oportunidades únicas de crescimento e realização. A experiência em primeira mão dos educadores na sala de aula enriqueceu a sua escrita, fornecendo exemplos do mundo real e conselhos práticos que tiveram repercussões no seu público. Por outro lado, a sua escrita permitiu-lhes refletir e aperfeiçoar as suas práticas de ensino, aumentando, em última análise, a sua eficácia como educadores.
Contributos para a Educação e a Literatura
Os contributos de educadores e escritores vão muito para além da sua esfera imediata de influência. Os seus escritos partilham conhecimentos e perceções valiosas que ajudam a moldar as práticas e políticas educativas. O seu trabalho aborda frequentemente questões críticas na educação, como a diversidade e a inclusão, o uso da tecnologia no ensino e abordagens pedagógicas inovadoras.
Uma contribuição significativa é o desenvolvimento de um guia de ensino abrangente que se tornou um recurso básico para educadores de todo o mundo. Com base em anos de experiência e investigação em sala de aula, este guia oferece estratégias práticas para envolver os alunos e promover um ambiente de aprendizagem positivo. Tem sido elogiado pela sua acessibilidade e relevância, tornando-se uma ferramenta inestimável para professores novos e experientes.
Impacto nos alunos e na comunidade em geral
A verdadeira medida do sucesso de um educador e escritor reside no seu impacto nos seus alunos e leitores. O seu ensino inspira os alunos a perseguir as suas paixões e a procurar a excelência. A sua escrita amplia esta influência, fornecendo orientação e apoio a um público mais vasto.
Os alunos descrevem frequentemente os educadores como mentores e modelos que influenciaram profundamente o seu crescimento académico e pessoal. Os seus métodos de ensino inovadores e o seu apoio inabalável ajudaram inúmeros alunos a superar desafios e a alcançar os seus objetivos. Da mesma forma, os leitores dos seus trabalhos encontram inspiração e conselhos práticos que os ajudam a navegar nas suas jornadas educativas e profissionais.
Olhando para o futuro
O percurso de um educador e escritor é marcado por uma aprendizagem e evolução contínua. À medida que o panorama educativo muda, continuam empenhados em adaptar os seus métodos de ensino e escrita para atender às necessidades crescentes de alunos e leitores. Esta dedicação à aprendizagem ao longo da vida garante que se mantêm na vanguarda da sua área, contribuindo de forma consistente para o avanço da educação e da literatura.
A dupla carreira de educador e escritor é uma prova do poder do conhecimento e da comunicação na formação do futuro. A sua dedicação e experiência inspiram e capacitam outras pessoas para atingirem o seu pleno potencial. O seu percurso destaca o profundo impacto de um profissional apaixonado e comprometido nos indivíduos e na sociedade.
0 notes
rochadomarcio · 7 months
Text
1 Pedro 2.9 — Povo.
“Vocês, porém, são geração eleita [genos eklekton], reino de sacerdotes [basileion hieráteuma], nação santa [ethnos hagion], povo que pertence a Deus [laos eis peripoiesin], para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
• A 1ª Carta de Pedro foi escrita durante o reinado de Nero (54-68 d.C.), em um tempo de perseguição aos cristãos dispersos no Império Romano. Os destinatários eram convertidos do paganismo, enfrentando discriminação por sua fé. Pedro escreveu para encorajar esses crentes, lembrando-os de sua identidade em Cristo, incentivando-os a permanecerem firmes em meio à adversidade.
• γένος ἐκλεκτόν (genos eklekton), “geração eleita”, inspira os crentes a buscar unidade em Cristo, transcender categorias étnicas e culturais, e viver de acordo com os valores do Reino de Deus, em amor, justiça e misericórdia.
• βασίλειον ἱεράτευμα (basileion hieráteuma), “reino de sacerdotes”, desafia os crentes a testemunhar do evangelho, transformar estruturas mundanas e se envolver em questões de justiça social e proclamação do evangelho da graça.
• ἔθνος ἅγιον (ethnos hagion), "nação santa", chama os crentes a viverem vidas separadas para Deus, demonstrando Sua natureza e caráter em um mundo oposto aos valores do Reino, compartilhando o evangelho ao viver em amor e serviço.
• λαὸς εἰς περιποίησιν (laos eis peripoiesin), “povo para possessão”, convida os crentes a reconhecerem sua identidade como possessão especial de Deus, fortalecendo a confiança e a fé, lembrando-os de seu relacionamento único com Deus.
Aprender, praticando:
1. Implementar uma perspectiva pedagógica centrada no diálogo e na problematização, incentivando a crítica reflexiva sobre questões religiosas e sociais.
2. Promover a conscientização e a participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento religioso, valorizando suas experiências e saberes prévios.
3. Estimular a práxis, ou seja, a ação-reflexão-ação, através de atividades práticas que levem os alunos a aplicarem seus conhecimentos religiosos na transformação da realidade social.
4. Valorizar a cultura e as tradições religiosas locais, reconhecendo sua importância na formação da identidade e na construção do conhecimento dos alunos.
5. Fomentar a solidariedade e a cooperação entre os alunos, criando um ambiente de aprendizagem colaborativo e inclusivo.
6. Estabelecer uma relação horizontal e democrática entre professor e alunos, onde o diálogo e o respeito mútuo sejam fundamentais para o processo educacional.
7. Incentivar a educação libertadora, que visa à emancipação dos alunos, capacitando-os a exercerem sua autonomia e a transformarem a realidade em que vivem através do conhecimento religioso crítico-reflexivo.
Saiba mais:
• Missio Dei XXI: https://www.facebook.com/MissioDeiXXI.
• YouVersion: https://www.bible.com/pt/bible/129/1PE.2.9.NVI
0 notes
cafepedagogico · 7 months
Text
Inclusão: um processo além das leis.
Leis, Escola, Projeto Político Pedagógico, Regimento Interno
INTRODUÇÃO Este artigo trata da “Educação Inclusiva” particularmente no Brasil, realizando uma pesquisa das leis que tratam do assunto e como a escola vem atuando neste processo. Procura identificar dificuldades em sua implementação na Escola atual e sugere uma mudança de atitude para alcançar o objetivo. “Não existe revelação mais nítida da alma de uma sociedade do que a forma como esta trata as suas criança”s. Mandela A “Educação Inclusiva��, no sentido de abranger todos os indivíduos no mesmo programa de educação, não é um processo que possa ser resolvido tão somente com leis. Está muito além disso. No caso do Brasil, muitas leis já foram discutidas e implantadas, mas não chegaram de fato a mudar o desempenho das salas de aula. Na era da pós- modernidade, é preciso buscar um novo modelo de escola que considere a diversidade de manifestações da sociedade. É mister compreender o projeto de indivíduos com os olhos voltados para os paradigmas de uma sociedade plural (GOMES, 2014). Caso contrário “Inclusão” continuará a ser vista somente como uma transição. É lícito que se possa esperar que as leis sejam obedecidas pois devem ter sido amplamente debatidas com a total análise dos cenários possíveis, ouvidos todos os atores envolvidos, tornando-se assim o desejo da maioria. No Brasil, a partir da Constituição de 1988, esperava-se que nenhuma criança ficasse fora da educação. Em seu Art.205 estabelece: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Ao utilizar a expressão “direito de todos” cria um contraste com a realidade atual pois, como nação democrática, ainda está longe de se concretizar, apesar dos 25 anos de vigência. O conceito de “Educação Inclusiva” é reforçado no
2 Art. 206 que dispõe: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Mas é preciso considerar todos os fatores que tornam uma escola inclusiva. A Conferência Mundial de Educação Especial (Declaração de Salamanca, de 1994) teve um papel marcante, ao definir políticas, princípios e práticas da Educação Especial. Propôs como direito da criança “o acesso à escola regular e a acomodação dentro de uma Pedagogia centrada na criança e capaz de satisfazê-la”. Sendo o Brasil uma nação signatária, a partir daí começa-se a escrever, também aqui, a história da “inclusão” e já dois anos após a Declaração de Salamanca é outorgada a Lei de Diretrizes e Base de Educação nº 9394, em 20 de dezembro de 1996. Dessa Lei que estabelece as “Diretrizes e Bases da Educação Nacional” são notórios alguns artigos que procuram contemplar a “Educação Inclusiva”, tais como: Art 3º, com destaque para os incisos “I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;(…) III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; VII - valorização do profissional da educação escolar; (…) XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pessoas surdas, surdo-cegas” e “com deficiência auditiva” a qual foi Incluído pela Lei nº 14.191, de 2021. Porém o que confirma a adesão do Brasil à “Educação Inclusiva” é a Lei 9394/96 que traz no Cap V dentre outros, os artigos 58 a 60 “que atribuem às redes o dever de assegurar o currículo, métodos, recursos e organização para atender às necessidades dos alunos”. As leis não param aí, pois ampliando o arcabouço legal e normativo tem-se em 1999, os “Parâmetros Curriculares Nacionais” que admitem que “toda pessoa tem direito à educação, independentemente de gênero, etnia, classe social ou qualquer outra condição”. Pontua os PCNs que “a população escolar é entrelaçada por grandes diversidades; o acesso à Escola vai além da matrícula, implicando a apropriação do saber e a formação do cidadão crítico e a Escola assume o compromisso de respeitar e atender a essa
3 diversidade, adequando a ação educativa escolar às maneiras peculiares de alunos aprenderem (BRASIL, 1999)”. Em 2001 surge a Resolução 2 que descreve, no seu Art. 1º: “A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na Educação Básica, em todas as suas etapas e modalidades.” Parágrafo único. “O atendimento escolar desses alunos terá início na educação infantil, assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional especializado”. Assim sendo “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando condições necessárias para uma Educação de qualidade para todos” As Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (DNEEEB/2001, p.41) afirma que “A Educação Inclusiva deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede regular de Ensino, com base nos princípios da escola inclusiva””. […] Para a definição das ações pedagógicas, a escola deve prever e prover, em suas prioridades, os recursos materiais e humanos necessários à educação na diversidade.” Mais uma razão para que o PPI e o regimento interno de cada escola descreva o seu “modus operandi” tornando claro para a sociedade sua dinâmica de trabalho dentro de uma educação para todos. Nesses dois instrumentos que regem uma escola, devem estar definido o papel do especialista em inclusão a assim como o do mediador particular, caso a criança tenha, como sendo de responsabilidade da família, pois este terá dedicação exclusiva a criança que assiste, ficando bem claro que ele não substituirá a ação do pedagógica do professor regente. Em 2004, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) lança o “Programa de Educação Inclusiva: Direito à Diversidade.” Surge a Portaria E/SAPP nº 48/2004 que “estabelece normas para a avaliação do desempenho escolar. Ela deve levar em conta as potencialidades e possibilidades de cada indivíduo”.
4 O MEC em 2008 torna a “Política Nacional de Educação Especial” na Perspectiva da Educação Inclusiva e põe fim a segregação. O Brasil ratifica a “Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiências” na ONU. Portanto, dá- se de forma mais efetiva a inclusão nas escolas regulares de ensino. Em 03 de dezembro de 2012, a Deliberação E/CME Nº24 que “fixa normas para atendimento na Educação Especial em instituições de Educação Infantil, e dá outras providências”. Art.2º Parágrafo Único. “É recomendável o atendimento a 5% (cinco por cento) do número total de alunos existentes no estabelecimento, não excedendo 2 (duas) crianças por grupamento, respeitando-se a mesma área de deficiência, ficando a critério da Direção da Instituição a ampliação de cada um destes quantitativos”. Nesse mesmo ano, em 27 de dezembro, a Lei 12.764 que Institui a “Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” e estabelece diretrizes para sua consecução, traz, no Art. 3o - IV - o Parágrafo único.  “Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito ao acompanhante especializado”. A Lei 13.146/2015, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, assegura o direito de atendimento prioritário da pessoa com deficiência. Esta lei ocasionou mudanças importantes no âmbito do Direito Civil, separando os conceitos de “deficiente” de “incapaz”, partindo do pressuposto de que a deficiência não retira a plena capacidade dos indivíduos. “Escolas regulares, públicas ou privadas, são obrigadas a matricular estudantes com deficiência, como estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva”. Para assegurar esse direito, já existia a Lei 7853 de 1989, que dispunha “ sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, instituindo a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou
5 difusos dessas pessoas e disciplina a atuação do Ministério Público, definindo crimes, e dá outras providências”. Essa tutela jurisdicional trouxe para a Escola a responsabilidade de atualizar seu “Projeto Político Institucional” bem como seu “Regimento Interno” sob a luz das Leis de Inclusão. Como se pode constatar, não é por falta de leis que a “Educação Inclusiva” ainda não é uma realidade. Dentro desse conjunto de leis se pode destacar, no “Estatuto do Deficiente”, o Art 3º -VI que declara sobre as – “adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais”. No Art.3º -XIII, essa Lei aborda sobre o “profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas”. E no mesmo Art-XIV trata sobre o “acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal”. Apesar dessa Lei ser mais abrangente, não é clara e nem normativa abrindo espaço para algumas interpretações. Em seu Cap IV Art 28 III estabelece que as escolas terão um “projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia”; VII – “planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento educacional especializado (PEI), de organização de recursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
6 tecnologia assistiva”; X – “adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional especializado”; XVII – “oferta de profissionais de apoio escolar”; Existem várias formas de se interpretar esses destaques da Lei 13.146/2015. Mas é fato que as escolas deverão construir seu PPI fazendo alusão clara à sua proposta de trabalho sob o guarda-chuva da Educação Inclusiva; descrevendo sua forma de atendimento, os recursos disponibilizados, os serviços de acessibilidade física e cognitiva, tecnologia assistiva e o cuidado com a formação continuada de toda equipe técnico-pedagógica. Note-se que isso implicará também na mudança de seu Regimento Interno (RI) organizando as formas de acesso dos alunos típicos e atípicos, delineando número de vagas para cada um. Com isso, a escola se resguarda perante a sociedade de seu manejo de trabalho tornando público sua forma de Educação Inclusiva. Para tornar o documento mais fiel à sua normatização interna, o PPI e o RI devem pautar-se num suporte de base científica para justificar seus procedimentos. Por exemplo, quando delimitar a inclusão de dois autistas por cada série, pode apoiar-se nos avanços da Neurociência que revelaram a complexidade da relação cérebro e comportamento, possibilitando a compreensão de interações sociais mais complexas como processo de aprendizagem por imitação”. 1 (CECCONELLO,2017) “A criança aprende comportamentos sociais por via de observação e imitação social, interagindo com outras pessoas com as quais convivem, graças ao “Neurônio Espelho” que permite o aprendizado por imitação, já que é acionado quando necessita observar ou reproduzir o comportamento de outros seres (neurotípicos) da mesma espécie” (CECCONELLO, 2017). Pelo processamento dessas informações captadas através das interações sociais, são criadas prováveis opções de respostas. Assim o autista passa a construir seu
1 Psicol. rev. (Belo Horizonte) vol.23 no.1 Belo Horizonte jan./abr. 2017 (acesso em 10/06/2023)
7 repertório de habilidades sociais se integrando aos poucos ao meio circundante. Com base nessa premissa de base científica não é conveniente ter mais de dois autistas por turma, para que possam se modelar com menos dificuldades em seus pares. De acordo com o neurocientista Stevens Rehen da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 , “Um neurônio-espelho pode ser usado para analisar cenas ou intenções de outros indivíduos” e “podem ter papel na interpretação da ação alheia”. (CECCONELLO, 2017). Ao proporcionar interações à criança atípica com um maior número de crianças neurotípicas, maior será a gama de comportamentos observados para copiar e maior o número de Neurônios-Espelho (NE) ativados. Portanto, é plausível afirmar que “os NE se relacionam com os processos de aprendizagem pela imitação, no sentido de participar no processo de compreender e predizer o comportamento dos outros”(…), pois capturam a dimensão intencional das ações e fornecem uma base biológica para o comportamento social ao permitir a compreensão da intencionalidade do comportamento do outro” (CECCONELLO,2017) Durante o processo de desenvolvimento, a modelação social dos comportamentos da criança vai permitir que tenha no futuro um comportamento ajustado ao meio, pois podem agir como interface para esse aprendizado. “Atos humanos de observação que envolvem imitação e intenção têm importância nos processos de cognição social, intersubjetividade social, empatia, na consolidação da teoria da mente e até no contágio de comportamentos como o bocejo e o riso” (Idem) Do ponto de vista do desenvolvimento do ser humano, “as crianças elegem como modelo pessoas cujos vínculos afetivos são mais estreitos”, residindo nesse aspecto a importância da afetividade. Apesar de não se ter até o momento estudos mais profundos sobre a relação entre os NE e as Habilidades Sociais (HS), as evidências descritas por vários pesquisadores nos permitem atribuir a relação entre os NE e a modelação
2 https://revistapesquisa.fapesp edição 193 março de 2012 acesso em 20/062023
8 comportamental, mesmo sabendo que o repertório de comportamento humano é muito amplo e complexo. Para fazer um contraponto podemos apontar (Ramachandran & Oberman, 2006) 3 que atribuem à gênese do autismo uma disfunção no Neurônio Espelho; porém isso ainda não é suficiente para eliminar esse paradigma, pois é possível que os Neurônios Espelhos venham suprir uma lacuna na Neurociência a respeito do conceito de modelação à aprendizagem social. A epigenética ganha espaço na ciência mostrando que o gene não tem mais a última palavra e que diagnóstico não é destino, e sim ponto de partida. (GOMES,2014) Outro embasamento teórico pode ser obtido dos estudos de Marthe E. Snell 4 que afirma “Educar indivíduos em segregadas salas de educação especial significa negar-lhes o acesso a formas ricas e estimulantes de socialização e aprendizagem que somente acontecem na sala de aula regular, devido a diversidade presente neste ambiente.”- “Que crianças em demanda por serviços especiais de atendimento apresentaram um progresso acadêmico e social maior que outras crianças, com as mesmas necessidades de serviços especiais, educadas em salas de aula segregadas. Com isso “[…] A inclusão mostrou ser benéfica para educação de todos os alunos, independente de suas habilidades ou dificuldades”.  Outro teórico não menos ilustre a sedimentar o projeto da inclusão é o pesquisador russo VIGOTSKY, com sua crença sobre a importância dos signos e a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). Segundo ele, o professor deve atuar na ZDP, ou seja, no espaço entre “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes”. (Vigotsky, 2009, p.97) 5 .
3 Ramachandran, V. S., & Oberman, L. M. (2006). Espelhos quebrados. Scientific American, 55, 53-59. <https://www.scielo.br/j/pusp/a/LDNz5B6sgj84PT5PfhJJtmx/ >acesso 20/06/2023
4 Snell, M.E. (1993). Instruction of Students with Severe Disabilities. New Jersey, Merril Prentice-Hall < http://www.inclusive.org.br/arquivos/52> acesso em 12/03/2023
9 Portanto, o professor deve atuar no “entre” o que o aluno já consegue fazer e o que está proposto no Programa de Estudo Individualizado (PEI) apropriado ao aluno com necessidade especial. Seu PEI será construído pela equipe técnico pedagógica com as contribuições dos especialistas que o atende, para incluir os múltiplos saberes. Caso o autista possua um mediador individualizado, este também deverá ter acesso ao PEI, ao planejamento pedagógico do ano escolar da criança que assiste e também atuar na ZDP agindo como um reforço na ação didática do professor titular. Nesse sentido, fica evidente a complexidade e o custo para organizar uma Escola Inclusiva. E não será por falta de leis, como se pôde verificar, mas sim por necessárias mudanças na concepção de “Sujeito” que a escola precisa formatar a fim de se adequar à sociedade cada vez mais plural. Também será necessário ter-se uma outra concepção de “Educador”, porque não se muda a ação didática só com leis, mas com formação permanente e concepção humanística. As escolas não têm mais aprendentes ideais, previsíveis e explicáveis, mas sim sujeitos reais carregados de seus contextos sociais, estruturas biológicas diferenciadas sendo inseridos numa mesma “caixinha”, chamada sala de aula. Para acompanhar esse fato ainda temos profissionais formados e formatados no modelo antigo de paradigma de “ensinagem”, que ainda não buscaram qualificação. Portanto, as escolas precisarão se rever completamente, tanto em sua estrutura arquitetônica quanto pedagógica, construindo um novo Projeto Pedagógico Institucional e atualizando seu Regimento quanto a sua dinâmica de trabalho, dentro da Educação Inclusiva. Marise Miranda Gomes Mestre em Ciências Pedagógicas Orientadora Educacional, Psicopedagoga e Psicomotricista Referencial bibliográfico:
5 VIGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente, Ed. Martins Fontes, 2009.
10 GOMES, Marise Miranda. O Orientador Educacional, o Mediador Escolar e a Inclusão -um caminho em construção, Ed.WAK, 2014 Leis disponíveis em www.planalto.gov.br através de seus respectivos números e datas. LAMEIRA, Allan Pablo e outros. Neurônio Espelho. Revista Psicologia, USP 17(4) 2006
0 notes
ensinargeografia · 7 months
Text
Estratégias para Avaliação de Desempenho Escolar
Tumblr media
A avaliação do desempenho escolar desempenha um papel importante no cenário educacional moderno. Como afirmou Stiggins (2008), "A avaliação é o coração do processo educacional, o elo que conecta ensino e aprendizagem.
Ela não é apenas um meio de medir o progresso dos alunos, mas também uma ferramenta vital para orientar o aprimoramento do ensino.
A avaliação, conforme destacado por Black e Wiliam (1998), é um processo contínuo que abrange uma variedade de métodos, desde testes tradicionais até avaliações formativas.
Ela fornece uma visão mais detalhada do aprendizado, indo além das notas e números, permitindo aos educadores compreenderem o verdadeiro progresso e as necessidades individuais dos alunos.
Neste artigo exploraremos as diferentes facetas da avaliação e como ela contribui para a promoção do ensino de qualidade. Afinal, como afirma Almeida (2015), "A avaliação bem concebida não é apenas uma medida de conhecimento, mas uma ponte para o aprimoramento contínuo."
Ao longo deste artigo, aprofundaremos os métodos e estratégias que tornam a avaliação do desempenho escolar uma ferramenta importante no desenvolvimento educacional dos estudantes.
Vamos explorar como essa prática pode ser implementada de maneira eficaz, aproveitando o conhecimento e a experiência de especialistas na área.
Tumblr media
Leia também: Como fazer uma recuperação usando metodologias ativas
Tendências Atuais em Avaliação Educacional
A avaliação educacional evoluiu significativamente nas últimas décadas, buscando métodos mais abrangentes e eficazes de mensuração de conhecimento.
Segundo Johnson (2019), "a educação moderna demanda avaliações que não apenas meçam o conhecimento adquirido, mas também a capacidade dos alunos de aplicá-lo de maneira crítica e criativa."
Uma das tendências mais notáveis é a avaliação formativa, destacada por Black e Wiliam (1998) como um meio de fornecer feedback contínuo aos alunos, permitindo que eles compreendam melhor seus pontos fortes e áreas de melhoria.
Além disso, a avaliação por projetos, como destacado por Buck Institute for Education (2019), promove a aplicação prática do conhecimento, incentivando habilidades de resolução de problemas e colaboração.
No contexto atual, a tecnologia desempenha um papel crucial na avaliação educacional. Para Gardner (2020), "plataformas online e ferramentas digitais oferecem a flexibilidade de avaliar o desempenho dos alunos em tempo real e adaptar o ensino às suas necessidades individuais."
Leia também: Metodologias de ensino; "tudo" que um professor precisa saber...
Metodologias Ativas na Avaliação
Na era moderna da educação, as metodologias ativas têm se destacado como uma abordagem altamente eficaz para a avaliação do desempenho escolar.
Essas estratégias são centradas no aluno e buscam envolvê-los ativamente no processo de aprendizagem. Ao incorporar metodologias ativas na avaliação, os professores podem obter uma compreensão mais completa das habilidades e competências dos alunos. A avaliação formativa, por exemplo, é uma metodologia ativa que se concentra em fornecer feedback contínuo durante o processo de aprendizagem.
Segundo Hattie e Timperley (2007), a avaliação formativa permite que os alunos compreendam seus pontos fortes e áreas de melhoria, promovendo um maior engajamento no aprendizado. Projetos e trabalhos em grupos são outras formas de avaliação que envolve os alunos em atividades práticas e colaborativas.
Ao realizar projetos, os alunos aplicam o conhecimento adquirido em situações do mundo real, demonstrando sua capacidade de resolver problemas e trabalhar em equipe (Johnson & Johnson, 2009). Os debates e discussões em sala de aula também são métodos de avaliação ativa. Segundo Brookfield e Preskill (2005), essas atividades promovem o pensamento crítico e a expressão de ideias, permitindo que os alunos articulem e defendam seus pontos de vista. Aprendizagem baseada em problemas (ABP) é uma abordagem em que os alunos enfrentam desafios autênticos e buscam soluções por meio da investigação.
Barrows e Tamblyn (1980) destacam que a ABP incentiva a aplicação prática do conhecimento e a resolução de problemas do mundo real.
Leia também: Cartografia temática e suas classificações + atividade com gabarito
8 tipos de avaliação usando metodologias ativas
Projeto de pesquisa individual: Os alunos escolhem um tópico de interesse, realizam pesquisas e apresentam suas descobertas. 
Debate em sala de aula: Os alunos participam de debates sobre questões relevantes, defendendo diferentes pontos de vista. 
Avaliação em duplas: Os alunos avaliam o trabalho de seus colegas, promovendo a autoavaliação e a revisão entre pares. 
Aprendizagem baseada em problemas (ABP): Os alunos resolvem problemas complexos relacionados ao currículo. 
Apresentação oral ou seminários: Os alunos comunicam suas descobertas ou projetos para a turma. 
Portfólio físico ou digital: Os alunos criam portfólios para documentar seu progresso e aprendizado. 
Simulações: Os alunos participam de cenários simulados que testam sua aplicação prática do conhecimento.
Avaliação por meio de jogos educacionais: Os alunos aprendem jogando jogos que requerem a aplicação do conhecimento.
Essas abordagens proporcionam uma visão mais integrada do desempenho dos alunos, avaliando não apenas o conhecimento, mas também as habilidades, atitudes e capacidades de resolução de problemas.
Leia também: Como deve ser a adaptação do 5º para o 6ºano
Vantagens da Avaliação do Desempenho Escolar
A avaliação do desempenho escolar oferece uma série de vantagens significativas que vão além da simples medição de conhecimento.
Essas vantagens refletem o impacto positivo que uma avaliação bem planejada pode ter no desenvolvimento dos alunos. Conforme destacado por diversos estudiosos, estas vantagens incluem: Motivação para o Aprendizado: Através da avaliação, os alunos são incentivados a se esforçar e a se envolver mais ativamente no processo de aprendizagem.
O autor Deci (1992) destaca que a motivação intrínseca, proveniente do desejo interno de aprender, é promovida por meio da avaliação formativa. Desenvolvimento de Habilidades Críticas: Além de medir o conhecimento, a avaliação frequentemente avalia habilidades críticas, como pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade.
De acordo com Darling-Hammond (2010), essas habilidades são essenciais para o sucesso no século XXI. Autoconhecimento e Autoestima: A avaliação proporciona aos alunos uma compreensão mais profunda de seu próprio progresso, promovendo a autoavaliação e a construção da autoestima (Zimmerman, 1989). Preparação para a Vida Real: Ao avaliar não apenas o conhecimento, mas também habilidades socioemocionais e competências para o século XXI, a avaliação prepara os alunos para os desafios do mundo real (Trilling & Fadel, 2009). Essas vantagens demonstram que a avaliação do desempenho escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo dos alunos, fornecendo-lhes as ferramentas e a motivação necessárias para alcançar o sucesso acadêmico e pessoal.
Como Implementar Avaliações Eficazes
A implementação de avaliações eficazes é uma tarefa fundamental para os educadores, e isso exige cuidado, planejamento e consideração.
Os professores desempenham um papel central na criação de avaliações que sejam significativas para os alunos. A seguir, destacam-se algumas dicas baseadas em pesquisas e especialistas em educação:
Estabeleça Objetivos Claros: Antes de criar uma avaliação, é essencial definir objetivos de aprendizagem claros.
Como ressalta Wiggins (1998), as avaliações devem ser alinhadas com os objetivos de ensino e o que se espera que os alunos alcancem.
Variedade de Formatos: Incorpore diferentes formatos de avaliação, como testes, projetos, ensaios e apresentações.
Segundo Pellegrino, Chudowsky e Glaser (2001), a diversidade de formatos pode proporcionar uma compreensão mais abrangente do desempenho dos alunos.
Avaliação Diagnóstica: Realize avaliações diagnósticas ou prévias para compreender o nível de conhecimento e as necessidades dos alunos.
Black e William (1998) enfatizam que essa prática ajuda os professores a adaptar o ensino de acordo com as demandas individuais.
Avaliação Formativa: Integre a avaliação formativa durante todo o processo de ensino, permitindo ajustes contínuos (Sadler, 1998). 
Lembre-se de que a implementação de avaliações eficazes não apenas fornece informações sobre o desempenho dos alunos, mas também influencia positivamente seu crescimento e desenvolvimento. Professores que seguem essas diretrizes estão mais bem preparados para criar experiências de avaliação que impulsionam o aprendizado significativo.
Leia também: 9 Dinâmicas Fáceis para o Início das aulas
Conclusão
A avaliação do desempenho escolar é de fundamental importância para conectar ensino e aprendizado, oferecendo uma visão detalhada além de notas, para entender o progresso e as necessidades dos alunos. 
Abordamos a importância de métodos variados, como avaliações formativas e por projetos, e o papel da tecnologia para avaliações adaptativas. 
Metodologias ativas, como projetos e debates, engajam alunos no aprendizado, promovendo habilidades críticas. 
A avaliação eficaz motiva alunos, desenvolve habilidades essenciais e prepara para a vida real, exigindo planejamento e objetivos claros dos educadores. 
Quer aprofundar suas técnicas de avaliação e contribuir para um ensino de maior qualidade?
Inscreva-se aqui no blog para mais dicas e estratégias educacionais. 
Como você aplica avaliações eficazes em sua sala de aula? 
Compartilhe suas estratégias conosco!
Para mais artigos como esse acesse:
1 note · View note
filhosepoesia · 1 year
Text
Educação 4.0: aprendizagem por meio da tecnologia
A educação 4.0 chegou ao Brasil, um método de ensino em sala de aula que mescla o aprendizado tradicional junto com uma abordagem mais inovadora e tecnológica. A educação 4.0 é uma nova abordagem de ensino centrada na tecnologia digital para enriquecer as habilidades dos alunos. Esta nova forma de ensino busca promover a relação entre estudantes e professores, assim vai mudar o papel deste de…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
weellenuniverse · 4 years
Text
jEAN-OVIDE DECROLY pARA ELE A ESCOLA DEVE SER CENTRADA NO ALUNO, PREPARANDO PARA VIVER EM SOCIEDADE
jEAN-OVIDE DECROLY pARA ELE A ESCOLA DEVE SER CENTRADA NO ALUNO, PREPARANDO PARA VIVER EM SOCIEDADE
Tumblr media Tumblr media
Nasceu em 1871, em Renaix, na Bélgica, seu pai era industrial e sua mãe foi professora de música. Estudou na Universidade de Gand. Iniciou sua vida acadêmica no curso de Ciências biológicas, manifestando grande interesse pelas investigações laboratoriais e posteriormente formou-se em Medicina em 1896.
Foi médico neuropsiquiatra, psicólogo e professor da cidade de Bruxelas
Embora…
View On WordPress
0 notes
luancavalini · 3 years
Text
Pedagogia Libertária
O que é a pedagogia libertária?
Entendendo que o conhecimento é algo necessário para o indivíduo, a pedagogia libertária é a do desenvolvimento através de questões internas de cada grupo. Diferente da pedagogia tradicional, em que o professor quem traz as questões que o aluno devera buscar a resposta, na Pedagogia libertaria o aluno traz as suas questões e ele mesmo as responde, tendo o professor como um auxiliador em sua busca pelo conhecimento.
Onde começou?
Surgiu inicialmente na Catalunha no início do século XX e está centrada no pensamento do educador Francisco Ferrer (1889-1909). Com o objetivo de educar a classe trabalhadora em um ambiente racional, laico e não coercivo. Foi fechada A Escola Moderna de Barcelona em 1906 tendo seu idealizador morto logo após em 13 de outubro de 1909. A partir da execução de Ferrer foram traduzidas e divulgadas as suas ideias sobre a pedagogia em vários idiomas e países. Argentina, Brasil, Canadá, Cuba, Estados Unidos, França e Inglaterra que por sua vez montaram suas escolas modernas.
Quais seus princípios?
A educação da infância deve fundamentar-se sobre uma base científica e racional; em consequência, é preciso separar dela toda noção mística ou sobrenatural;
Deixar separado as crenças pessoais da comunidade.
A instrução é parte desta educação. A instrução deve compreender também, junto à formação da inteligência, o desenvolvimento do caráter, a cultura da vontade, a preparação de um ser moral e físico bem equilibrado, cujas faculdades estejam associadas e elevadas ao seu máximo de potência;
A escola deve preparar o aluno para a vida de forma completa, desenvolver o indivíduo como um todo, incluindo seu caráter.
A educação moral, muito menos teoria do que prática, deve resultar principalmente do exemplo e apoiar-se sobre a grande lei natural da solidariedade;
Indo no pensamento de que a palavra mostra o exemplo arrasta! Trabalhando com a pratica, deixamos espaço para o estimulo de desenvolver o caráter do individuo, fazendo com que ele sempre tenha a oportunidade de pensar no próximo.
É necessário, sobretudo no ensino da primeira infância, que os programas e os métodos estejam adaptados o mais possível à psicologia da criança, o que quase não acontece em parte alguma, nem no ensino público nem no privado.
 Criar programas próprios para cada faixa etária, falando a língua de criança com as crianças, buscando materiais atrativos e convidativos à elas.
 Como é a escola moderna no Brasil?
No Brasil tivemos varias Escolas com a Pedagogia Libertária (Escola Nova, fundada em 1909  São Paulo, Escola Moderna N°1,fundada em 1912, sob direção de João Penteado São Paulo, Escola Moderna do Ceará, fundada em 1911...).
As Escolas Modernas foram fechadas pela polícia em 1919, acusadas de propagar perigosa ideologia, num momento em que o movimento libertário sofria extrema repressão do Estado Brasileiro. Combatidos pelo capitalismo e comunismo, consideravam que a educação criando uma nova consciência, mudaria as relações cotidianas e representações sociais, estruturando uma outra sociedade, na qual a hierarquia, as diferenças sociais e formas de poder não sobreviveriam.
 Qual o papel do professor na pedagogia libertária?
Não mais como um ser superior ou autoridade, na Pedagogia Libertária o professor tem como função o de conduzir os alunos a pesquisarem e discutirem os assuntos por eles mesmos, orientando o processo mas não o conteúdo. Ele não tem seu local de destaque no grupo, mas se mistura aos alunos para que tenha uma horizontalidade hierárquica.
Como funcionam as avaliações?
Sabemos que aprendemos após termos o uso pratico concluído.
Os alunos vão escolher quais matérias serão ofertadas?
Os projetos são estruturados com o corpo docente e, apresentados aos alunos que por sua vez decidem quais projetos querem aprender. São projetos que ajudam nas ideias dos alunos, o que não os impede de ter novas ideias e sugerir seus próprios projetos. Aqui a vivencia do grupo é o importante, ter a experiência do trabalho em coletividade com um resultado final satisfatório.
Cada aluno decide as diretrizes do seu grupo?
As decisões tomadas para o grupo serão sempre discutidas em debates, assembleias, reuniões, com a presença do orientador.
 Conclusão
Nas ditaduras, o poder é tomado pelas armas, pela fome e pela morte. O capitalismo se utiliza da democracia para chegar ao poder pela compra dos votos e pela corrupção da Justiça. De qualquer modo, sempre autoritarismo e violência na gênese do poder. Essa perpetuação hierárquica de poder, seja pela força ou pelo dinheiro, vem sendo garantida pela escola e família que desde a infância tratam o indivíduo de forma autoritária, deixando-os obedientes e submissos aos pais, aos professores e ao Estado. Essa pedagogia autoritária reprime nas crianças e nos jovens o sentimento e a necessidade da liberdade como condição fundamental da existência. Sem esse sentimento e sem essa necessidade, desaparecem nas pessoas o espírito crítico e o desejo de participação ativa na sociedade. 
Homens e mulheres criados no ambiente familiar e escolar autoritários são os que garantem a manutenção das ditaduras e do capitalismo, bem como as falsas democracias. Eles "espelham e reproduzem o Estado", são pessoas neuróticas, fracas, despreparadas, incompetentes e impotentes para a vida pessoal plena e social satisfatória.
Diante de um quadro desses, torna-se necessário, refletir sobre a possibilidade de interferência no sistema político burguês capitalista, especialmente sobre a sua pedagogia autoritária. É urgente descobrir alguma forma de atuação libertária em todos os níveis, desde as creches, passando pelas escolas primárias e secundárias, chegando, por fim, à universidade.
Estimular a criança a pensar e tomar decisões em grupo, vai desde sempre estimular o pensamento coletivo quanto aos mais necessitados. Dar liberdade para escolher o que estudar dará muito mais animo e interesse pelo conhecimento, pois quem nunca ouviu falar: “Ah! Porque tenho que aprender baskara se eu nunca vou usar na minha vida? se tivéssemos escolhido aprender baskara para a execução de um projeto, jamais teríamos essa aversão pela matéria, pelo contrário, guardaríamos essa informação com carinho, assim como aprendemos algo novo depois de tanto buscar no google. Devemos valorizar o conhecimento, o desenvolvimento coletivo desde sempre, no lugar de termos uma instituição que. Através de notas, estimula a competição e a individualidade.
2 notes · View notes
teddyarmstrng · 4 years
Photo
Tumblr media
AURORA “TEDDY” THEALYNN ARMSTRONG, parabéns! pelo seu histórico escolar, esperamos que você complete o freshman year com sucesso, fazendo parte da SIGMA PHI BETA e aprofundando seus estudos em GOVERNO! lembre-se de que sua permanência na aias depende de seu sólido desempenho acadêmico contínuo no programa! seu rosto é similar ao de KRISTINE FROSETH e na sua identidade consta que possuí VINTE anos. 
Leia mais para ter acesso às informações básicas, biografia, personalidade e curiosidades sobre Teddy!
INFORMAÇÕES BÁSICAS: 
Youtuber (@TeddyTalks)
Heterossexual
Libriana
Esporte: tenis
Clubes: podcast universitário e artes digitais
+ dedicada, leal, altruísta, centrada
- inocente, sensível, emotiva, receosa
BIOGRAFIA:
                Aurora é a filha única de Amadeus Armstrong - sim, como o da família que fundou o instituto e agora tem também o nome na universidade, vez que Frederich é seu avô -, com uma mulher que não considera sua mãe, pois envolvera-se com Amadeus apenas por interesse em seu dinheiro e vida boa. Mesmo estando noiva de Amadeus e com a filha tendo três dois anos, Helena mantinha uma relação com outro homem, com quem planejava usufruir do dinheiro da família abastada. Quando Amadeus descobriu, então, rompeu o noivado, e a última lembrança que Aurora tem de Helena é da noite em que ela fugiu para nunca mais voltar, após uma pesada briga com Amadeus. Mesmo sendo pequena demais para entender as circunstâncias, já que seu pai se recusava a falar com ela sobre os verdadeiros motivos pelos quais Helena havia ido embora - afinal, considerava-os adultos demais para a sua inocente mente de criança, algo nela sempre disse que não deveria manter esperanças de ver a mulher novamente, vez que por ela foi abandonada tão facilmente.
                Assim, Thea, como é chamada exclusivamente pelo pai, cresceu na companhia desse e da equipe de funcionários da casa, tendo eles como sua família estendida. Tendo vários primos, também não lhe fizeram falta irmãos. Com o pai, a relação sempre foi boa, já que apesar de ter suas responsabilidades e trabalhar, ao menos um dia por semana ele dedicava exclusivamente a ela, além de é claro, volta e meia saírem juntos de férias.]
                Sempre estudou em escolas particulares de alto padrão, mantendo notas de destaque por ser naturalmente interessada em ganhar conhecimento, e também por sempre ter sido dedicada aos estudos, concentrando-se e aprendendo com facilidade. Nos contraturnos não era raro vê-la em aulas extracurriculares, onde pode experimentar de tudo um pouco, mas acabara focando em aulas de idiomas e nos treinos de tenis. Como já era esperado, cursou o ensino médio da Armstrong Institute, da qual seu pai é parcialmente dono, o que corroborou para colocá-la entre aqueles do grupinho da Elite, apesar de com o tempo ter desenvolvido também grande afinidade também com os atletas. Os treinos de tenis também foram levados mais a sério quando a garota começou a competir pela escola, a tornando uma atleta de destaque, garantindo também que ela continuasse a competir no esporte em nome da universidade Armstrong. 
                Em seu penúltimo ano do ensino médio, a garota fez um intercâmbio de um ano inteiro em que teve a oportunidade de conhecer e estudar em diversos países da Europa e da Ásia. A experiência foi decisiva para sua escolha de cursar o ensino superior na área de Relações Internacionais. Depois de terminar o ensino médio, optou por passar os dois anos seguintes focando em conhecer o mundo e em crescer seu canal no YouTube. Agora com vinte anos, sente-se preparada para dedicar os próximos nos de sua vida aos estudos universitários. Sendo herdeira de uma parte das instituições de ensino Armstrong, tem como objetivo um dia expandir a rede de ensino médio também para outros países, assim fazendo crescer o interesse dos alunos pela recém criada universidade de mesmo nome. Ficou bastante em dúvida entre as irmandades da Sigma Phi Beta, da Kappa Chi Epsilon e da Gamma Lambda Tau, porém julgou a primeira mais alinhada com seus planos futuros.
PERSONALIDADE:
Crescendo com um sobrenome de tamanho peso e uma conta bancária com vários dígitos, não era de se admirar que as pessoas se aproximassem por interesse. Tendo raiva da própria mãe por ter feito isso, ela tornou-se meticulosa na escolha de quem mantém realmente perto de si, e por mais que seja sempre gentil e sociável, não é tão bobinha quanto aparenta ser. Mesmo assim, ainda não perdeu sua inocência em crer que todos tem um lado bom.
Foi sim mimada, podendo contar nos dedos quantas vezes precisou pedir mais de uma vez pela mesma coisa antes de ganhá-la, porém seu pai sempre fez questão de ensiná-la o verdadeiro valor das coisas. Também inspirando-se muito nele, embarcou facilmente na ideia de, a partir de seus dez anos, receber uma mesada e dever administrá-la. Claro, os valores ainda eram consideravelmente altos, mas ensinaram-na bastante sobre finanças pessoais, colaborando para ela tornar-se uma adulta responsável e organizada.
Teddy sempre foi muito aberta a novas amizades, também muito observadora, é o tipo de pessoa que não espera ser procurada para dar início a alguma conversa. É bem tagarela e expansiva, o que certamente ajudou a ter a desenvoltura que tem hoje para falar em público e conquistar inscritos com seus vídeos. 
Apesar de ter fama e dinheiro, ela nunca deixou isso manipular sua personalidade ou a tornar esnobe, muito pelo contrário. Entretanto, sua natureza sensível e emotiva garantiu-lhe algumas decepções cabulosas com relacionamentos - tanto amorosos quando de amizade -, e hoje apesar de ainda ser fácil tornar-se alguém próximo a ela, são seletos aqueles a quem ela realmente confere sua lealdade e confiança. 
CURIOSIDADES:
Teddy, como é chamada pela maioria - já que não é fã dos apelidos comuns de seu primeiro nome, e seu segundo nome é bastante único -, aprendeu alguns idiomas em sua vida, tanto por vivência quanto por meio de aulas, e hoje é capaz de comunicar-se em alemão, francês, espanhol e italiano, além de sua língua materna, que é o inglês.
Foi a diante do intercâmbio que surgiu a ideia de criar um canal no YouTube - chamado TeddyTalks -, que de início servia só como diário de lembranças e para atualizar seus amigos, mas que acabou crescendo rapidamente, hoje a fazendo uma vlogger. Além de seu dia a dia, ela posta também sobre dicas de beleza, moda, estudos, entre outros, adorando a forma de conectar-se com as pessoas e ser amiga delas mesmo sem conhecê-las pessoalmente.
Nos tempos de escola, sempre foi popular, participando do grupinho da “elite” - apesar de ter grande afinidade também com os atletas -, equilibrando bem as notas e a vida social. Também era bastante engajada nos extracurriculares, participando dos voluntariados e também deixando fluir seu dom de escrita no jornal. Quanto aos esportes, dedicava-se majoritariamente ao tênis, sendo essa sua paixão durante toda a sua infância e adolescência, fazendo com que as horas de treino rendessem incontáveis vitórias em torneios até mesmo internacionais. Ainda tenta balancear a vida esportiva com a acadêmica, mas a educação vem em primeiro lugar. Sempre teve imensa afinidade com o hipismo e a dança, mas os leva mais como lazer.
Na faculdade, viu no extracurricular de podcast universitário a junção de tudo o que gosta: pode falar a vontade, sobre os mais diversos assuntos, no que considera ser o novo formato dos antigos jornais escritos. Sua facilidade com mídias digitais também a fizeram interessar-se bastante pelo clube de artes digitais, visando aprender ainda mais sobre o que considera ser o futuro do marketing.
+ WANTED CONNECTIONS
4 notes · View notes
idiariodebordo · 4 years
Text
2° ENCONTRO ETeC – 24/08/2020
Tema abordado: Tecnologias, inovação e educação
Na aula falamos sobre a importância das tecnologias no aprendizado, e em sala de aula.  Perguntas como essas surgiram: mas por que é tão importante para os alunos o uso das tecnologias? Por que a escola está sendo considerada tão atrasada quando o assunto é o uso dessas inovações tecnológicas? É preciso realmente inovar?
Quando a gente fala de tecnologia na escola logo pensamos em tablets ou laboratórios de informática e a criançada na frente dos dispositivos eletrônicos, mas a inovação tecnológica vai muito além disso.  Levar essa inovação para a sala de aulas como as pesquisas apontam ajuda no aprendizado dos alunos, facilitando o entendimento além de inovar as aulas deixando-as mais atrativas e participativas, e claro melhorando também no rendimento escolar dos alunos.
Quando eu falo que o uso dessas tecnologias vai muito além de só colocar a criançada sentadas em seus lugares com os aparelhos eletrônicos na frente é que podemos usar essa “sociedade de informação” de diversas formas como usar as redes sociais para se comunicar com os alunos, caso se surgir duvidas e não der para esperar até a próxima aula pra serem respondidas nisso chamamos de “sala de aula estendida” pois não esta centrada apenas no espaço físico escolar.
Assim como abordado na aula também as escolas atuais estão sofrendo uma crise tecnológica por ter professores formados em sociedades analógicas do século XX, de certa forma deixando a educação atrasada tecnologicamente e precisando de mudanças urgentes mas da mesma forma que queremos inovar, implantar a tecnologia no dia a dia dos alunos temos que pensar também se todos esses alunos tem condição de acessar internet, para que ninguém seja excluído.
A aula hoje me fez pensar bastante nessa questão de que sim devemos inovar na educação como futuros professores, pedagogos, vim de escolas públicas que tinha pouquíssimos recursos tecnológicos e sim o uso dela faz bastante falta e são importantíssimos para a educação, e acaba facilitando no aprendizado dos educandos.  
1 note · View note
sisalu · 4 years
Text
Covid-19: Criando uma mudança exemplar no sistema educacional brasileiro
Um aspecto fundamental para lidar com a Covid-19 é garantir que os serviços sejam entregues assim que for possível. Para profissionais de todos os setores, a transição foi facilitada, já que muitos deles trabalham em seus laptops e smartphones. Eles podem simplesmente se conectar em casa agora. Claro, o que falta é a comunicação face a face, pessoal, que será restaurada à medida que a vida voltar ao normal. Mas os alunos tiveram que fazer ajustes muito maiores, pois o aprendizado sempre foi em salas de aula que eles não podem frequentar agora. Além disso, muitos deles podem não estar bem equipados com ferramentas de tecnologia para aproveitar o aprendizado remoto. Aqui, a visão da administração brasileira desponta como um instrumento vital para a solução da crise atual decorrente da Covid-19.
  É também um fato que o uso da tecnologia na educação está resultando em novos conceitos no sistema de ensino, por exemplo, a mudança da educação centrada no professor para a educação centrada no aluno. Mais importante, isso deu uma nova esperança à indústria de ERPs educacionais. Muitas empresas lançaram seu Software de Gestão Escolar que auxilia na condução do programa de sala de aula virtual e deram um novo impulso à Educação Digital.
A pedagogia na educação digital é um elo importante entre o conteúdo do curso, os educadores, a tecnologia e os alunos. A democratização da tecnologia é agora uma questão importante, compreendendo conectividade com a Internet, infraestrutura de telecomunicações, acessibilidade do sistema online, disponibilidade de laptop / desktop, software, ferramentas educacionais, ferramentas de avaliação online, etc. Mas é um fato que a educação baseada em tecnologia é mais transparente e não faz diferença entre a turma do fundão, as meninas ou os meninos.
Sistema de gestão escolar ou software de gestão escolar é um pacote de software para automatizar as operações diárias de uma escola, desde a admissão até a geração de certificados quando o aluno sai da escola.
Os brasileiros também não estão imunes à nova tendência no setor de educação e os relatórios divulgados pelo Google Inc. mostram que de fato aumentaram exponencialmente no passado recente as pesquisas relacionadas a software de gestão escolar no Brasil.
Existem muitas empresas oferecendo o software e seus serviços, mas para conhecer um dos Melhores Sistemas de Gestão Escolar do Brasil, você deve pesquisar os serviços que eles oferecem.
As empresas que oferecem sistema de gestão escolar online no Brasil devem ter alguns recursos que incluem:
Deve automatizar todas as atividades da escola, agilizar as comunicações entre a escola e os pais, aumentar a produtividade e a eficiência da equipe da secretaria.
  Módulos de um ERP Escolar
CRM
Processo de admissão
Informações do aluno e responsáveis
Informações da equipe
Controle de frequeência
Controles Acadêmicos
Tarefas e lição de casa
Exames e relatórios
Controle de Transporte Escolar
Controle de mensalidades
Aplicativo de celular para pais
Notificações via push
Disparo de SMS e e-mails
Atualização de boletos online
Rematrícula online
  O sistema de administração escolar no Brasil opera nos níveis federal, estadual e municipal. Os principais problemas enfrentados pelos administradores brasileiros incluem professores mal qualificados, instalações físicas inadequadas e um alto índice de evasão escolar na última década. Há uma necessidade de uma declaração clara das metas nacionais na educação e a tendência atual de projetar este novo sistema de educação online dá um raio de esperança de que, em breve, a indústria da educação brasileira provará ser uma Fênix que vai renascer das próprias cinzas.
para mais informações :- Melhores sistemas de gestão escolar no Brasil
1 note · View note
bioteknowledge · 5 years
Text
STEAM - Uma abordagem voltada a interdisciplinaridade ou uma volta ao tecnicismo?
Tumblr media
Ao longo da história da educação, as diferentes abordagens pedagógicas sempre foram um ponto de debate. Tais concepções, as quais constituem a forma pela qual é compreendido o processo de ensino-aprendizagem, podem ser adotadas em conjunto ou de forma intercalada dependendo do contexto educacional no qual está inserida (ensino técnico, EJA, educação infantil etc).
Podemos elencar as principais abordagens como: Tradicional (o aluno como um depósito de informações, o modelo de educação bancária tão combatido por Paulo Freire); Comportamentalista (o objetivo é o comportamento do educando); Humanista (valoriza a experiência pessoal e a orientação autônoma da vida social); Cognitivista (centrada na elaboração do conhecimento pelo educando para a solução de problemas reais e significativos. Os conceitos apreendidos devem ser usados de forma prática e objetiva); Sociocultural (focado no desenvolvimento da consciência crítica, o educando é estimulado a perceber seu papel na sociedade em que vive e sua capacidade de transformá-la).
“...  diferentes abordagens pedagógicas (...),  as quais constituem a forma pela qual é compreendido o processo de ensino-aprendizagem, ...”
Neste contexto da grande complexidade que envolve a aplicação das concepções pedagógicas no sistema educacional, o artigo intitulado “Entenda o que é STEAM e como trazer ele para a sua prática” publicado na Edição 235 da revista Nova Escola, discute as potencialidades da abordagem de ensino-aprendizagem "STEAM: Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics". O aspecto inovador desta abordagem está na proposta de integrar todas essas áreas de conhecimento para potencializar as experiências de aprendizagem dos alunos através da aprendizagem baseada em projetos. O STEAM pressupõe um papel ativo do educando, lembrando um pouco a abordagem Cognitivista, porém seu objetivo principal é que o aluno desenvolva um letramento científico, tecnológico, matemático e artístico compreendendo como o ponto de vista de cada área do conhecimento contribui para interpretação do mundo, e como utilizar esses conhecimentos para a resolução de problemas complexos que dependam de uma abordagem interdisciplinar.
“O STEAM pressupõe um papel ativo do educando (...) compreendendo letramento científico,  tecnológico, matemático e artístico”
Por outro lado, como toda abordagem pedagógica o STEAM tem seus críticos e defensores. E longe de querer esgotar um assunto tão complexo neste texto, posso deixar o seguinte apontamento para reflexão: Em tempos onde a Interdisciplinaridade tem sido bastante discutida e as Ciências Humanas negligenciadas, a abordagem STEAM traz à luz o debate "uma volta ao tecnicismo/cientificismo com uma educação mercantilista e voltada às aspirações capitalista ou uma formação baseada em competências diversas e integradas de forma mais efetiva que o modelo tradicional? ". 
Seja qual for a posição do leitor com relação às diferentes concepções pedagógicas existentes. Discutir a educação, suas abordagens e tecnologias é essencial para qualquer país sério e que esteja comprometido com o desenvolvimento. E nós enquanto sociedade precisamos estar informados e atualizados a respeito para podermos compreender as constantes transformações que o sistema educacional vem sofrendo e as tendências futuras que certamente estabelecerão novos paradigmas educacionais.
Fiquem na Paz e até o próximo post do “Bioteknowledge: Sua Dose Semanal de Ciência” !!!
#Educação #STEAM #TecnologiasEducacionais #PensandoEducação
 Fontes consultadas:
https://novaescola.org.br/conteudo/18246/entenda-o-que-e-steam-e-como-trazer-ele-para-sua-pratica
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/reflexao-acerca-das-principais-abordagens-pedagogicas-e-a-postura-do-professor/19174
1 note · View note
portfoliodidatica · 2 years
Text
ATIVIDADE IV
Tumblr media
O filme “O sorriso de Monalisa” é ambientado na década de 50, contudo, apresenta problemáticas ainda presentes na data de hoje, questões pedagógicas e sociais são trabalhadas no longa. O filme tem como temática o papel da mulher na sociedade, contudo, como é ambientado em uma faculdade mostra cenas em que podem ser analisadas algumas tendencias pedagógicas que desde a época ambientada no filme a atual ainda estão presentes nas escolas e faculdades. A faculdade onde a professora Kathetine Watson irá lecionar é a Wellesley College, uma das mais conservadora dos Estados Unidos, onde no currículo aulas de etiqueta, oratória e postura estão inseridas, vemos aqui uma pedagogia liberal, onde no texto de Libâneo (1992), o mesmo fala:
A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Para isso, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes, através do desenvolvimento da cultura individual.
Podemos trazer também a primeira aula da professora leciona, onde a mesma se depara com uma pedagogia totalmente tradicional e decorativa, onde as alunas não sentem ou se identificam com o que é apresentando, mas sim, apenas decoram o que lhes foi passado no material anterior, sendo assim, o processo ensino-aprendizagem não ocorreu, pois não houve nenhuma troca de saberes entre a professora e as alunas, segundo o texto, esta é uma forma prezada pela pedagogia tradicional, conforme fala Libâneo (1992):
Na tendência tradicional, a pedagogia se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor-aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos comas realidades sociais.
Contudo, Katherine, mesmo desanimada com a fatídica primeira aula não se deixa abalar, a mesma forma toda uma pedagogia centrada no ensino-aprendizagem, onde a troca de saberes entre alunas e professores é primordial em sala de aula, as fazendo refletir o que verdadeiramente é arte e seu significados, trazendo o conteúdo de modo afetivo e que toque o aluno, as fazendo também entender e trabalhar suas realidades. Com isto, podemos fazer uma ligação com o que Libâneo (1997) chama de pedagogia renovada:
A tendência liberal renovada acentua, igualmente, o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. Mas a educação é um processo interno, não externo; ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. A educação é a vida presente é parte da própria experiência humana. A escola renovada propõe um ensino que valoriza a auto-educação (o aluno como sujeitodo conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela   atividade; um ensino centrado no aluno e no grupo.
O autor do texto também traz uma outra pedagogia, a tecnicista, aqui o mesmo fala que:
A tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade, tendo como função a de "recursos humanos" (mão-de-obra para indústria). A sociedade indústria e tecnológica estabelece (cientificamente) as metas econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também cientificamente) nos alunos os comportamentos de ajustamento a essas metas.  LIBÂNEO (1997)
Mas como podemos ligar esta pedagogia ao filme? Fiz uma ligação com o modo que a faculdade ensinava as meninas que sua maior aquisição ao sair da faculdade era apenas a de ser donas de casa, esse era o papel social da mulher na época, sua meta devia se basear em ser uma boa dona de casa, esposa e mãe. Vemos isso no modo que processos de como se portar socialmente, dentro de casa e com seus filhos eram matérias inseridas no currículo da faculdade. 
0 notes
bioeducacao · 3 years
Text
04/10/2021
Hoje será abordado o quarto período da história da educação (1969-2001), chamado de a Concepção Pedagógica Produtivista.
A década de 50 no Brasil é caracterizada pela intensa industrialização.
A década de 60 é marcado pelo golpe cívico-militar, sendo que no campo educacional não houve inicialmente grandes mudanças mas eram necessários alguns ajustes.
Após o golpe, o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), organização do empresariado, realizada alguns seminários educacionais. É neste contexto que a Pedagogia Nova entra em crise, expressa principalmente no fechamento de escolas experimentais e os centros de pesquisas educacionais.
O aprofundamento das relações capitalistas, trouxe o entendimento que a educação tinha um papel importante no desenvolvimento e consolidação dessas relações. O plano de fundo dessa tendência está constituído pela Teoria do Capital Humano que se difundiu entre os técnicos da economia, das finanças, dos planejamentos e da educação e adquiriu força com a legislação baseada nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
A partir do início da década de 70 a Pedagogia passa a ser tecnicista, sendo que sua concepção pedagógica se centraliza nos meios e recursos, deixando de canto os agentes (professor e aluno), baseando-se nos princípios da racionalidade, eficiência e produtividade.
Predomínio da pedagogia tecnicista, manifestações da concepção analítica e desenvolvimento da visão crítico-reprodutivista (1969-1980).
Na educação temos uma busca por organizar as escolas de forma semelhantes a organização das fábricas, como exemplo temos os professores que passaram a ter o mesmo regime de trabalho das demais categorias, assim as férias eram somente 30 dias, não mais coincidindo com as férias dos alunos. Outro exemplo é o planejamento do processo de ensino: o mais completo possível, prevendo temas e conteúdos e atividades a serem desenvolvidas. Esse planejamento permitiria a substituição do professor sem prejudicar a eficiência do processo.
Porém isso não deu certo, pois a educação não é produção material e sim imaterial, assim, o produto não se separa do produtor, ou seja, a relação do professor e aluno é fundamental.
Nas pedagogias anteriores eram os professores que planejavam as suas aulas e conteúdos, já na pedagogia tecnicista, o processo que determina as ações que os agentes devem realizar, assim, os professores e alunos devem operar segundo o planejamento prévio formulado.
A pedagogia tecnicista tem afinidades com a concepção analítica de filosofia da educação, pois seus pressupostos são comuns: objetividade, neutralidade, eficiência, produtividade. Nesse período e dadas as afinidades da pedagogia tecnicista e a concepção analítica, a filosofia analítica da educação teve difusão no Brasil, trazendo a necessidade de que a linguagem educacional fosse submetida a uma análise para se tornar mais precisa e superar as suas ambiguidades e imprecisões.
Em contraposição a essa orientação, na década de 70, houve críticas a forma de conduzir e encarar a educação, pois essas concepções iam contra as correntes pedagógicas que concebiam a educação como fator de promoção do homem e desenvolvimento da sociedade. Essas concepções vigentes afirmavam que a verdadeira função que a escola cumpre em todo tipo de sociedade é a de reprodução das relações de produção e poder.
Como essas relações de produção, em uma sociedade dividida em classes são relações de dominação e de exploração, as escolas têm papel de refletir isso.
Havia também uma divisão de escolas para a elite e para os trabalhadores, reproduzindo as condições sociais e de exploração. Segundo essas correntes, esse é o papel fundamental da escola e não se deslumbra a possibilidade de que possa ser diferente, o princípio que rege essas concepções é que a educação só poderia ser diferente se a sociedade fosse diferente.
Essas características são denominadas de crítico-reprodutivistas, críticas pois mostram as determinações sociais da educação e são reprodutivas pois chegam na conclusão que a função da educação é reproduzir a situação vigente.
Esse foi o quadro da década de 70 no Brasil em que essas teorias se difundiram, principalmente devido as matrizes francesas. Dessa forma, temos três tipos de teorias que são a Teoria dos aparelhos ideológicos de estado, Teoria da reprodução ou Teoria da violência simbólica e a Teoria da escola dualista. Essa situação foi importante para os educadores da época pois foi um instrumento para fazer a crítica a concepção tecnicista e das ações da ditaduras militar no campo educacional.
Na medida em que se avançava o tempo, os professores começaram a ficar inquietos, pois não queriam essa concepção dominante, assim, foi importante para que os professores buscassem outras teorias e assim na década de 80, dá-se o período dos Ensaios contra-hegemônicos (1980-1991).
Esse descontentamento gerou uma correntes dos professores para reorganizar o campo educacional e assim surge em 1977 a ANPED (Associação Nacional de Pesquisas em Pós Graduação e Educação), em 1978 foi articulada a criação do CEDES (Centro de Estudos da Educação e Sociedade) e em 1979 foi criada a ANDE (Associação Nacional de Educação), essas comunidades aglutinavam os profissionais de educação e promoviam debates das ideias pedagógicas, faziam circular revistas e organizavam encontros. Os encontros foram evidenciando essa busca de alternativas.
As pedagogias contra-hegemônica são propostas e teorias pedagógicas que buscam orientar a prática de professores, organizar as escolas visando o desenvolvimento de uma consciência crítica e de uma atuação efetiva da população na sociedade para superar a desigualdade social e exploração.
As correntes que se desenvolveram e se destacaram nessa década de 80, podem ser agrupadas em duas tendências, a primeira centrada no saber do povo e na autonomia de organizações, tinham dois grupos principais a Pedagogia Libertadora, tendo como representante Paulo Freire e a Pedagogia da Prática que centrava a educação pedagógica na prática dos trabalhadores e os alunos como pertencentes à classe trabalhadora. Já a segunda corrente tinha uma orientação marxista com aproximações diferentes, sendo que o primeiro grupo tinha uma visão do marxismo como leitura crítica mas com uma visão liberal e que tinha o foco na democratização da escola pública; o segundo grupo buscava se construir a partir de um aprofundamento da teoria marxista, assim, organizar a educação em consonância com a luta por uma transformação na sociedade.
Essa última corrente deu origem a pedagogia histórico-critica com uma concepção dialética na versão do materialismo histórico, tendo fortes afinidades no que se refere as suas bases psicológicas com a psicologia histórico cultural de Vigotski. Sendo que a educação é entendida como o ato de produzir direta e intencionalmente em cada indivíduo a unidade de que é produzir histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens, a prática social põem-se como ponto de partida e de chegada da prática educativa, na qual professores e alunos estão inseridos porém em posições diferentes.
As pedagogias contra hegemônicas buscavam dominar o campo educacional para orientá-lo na direção da transformação social.
A década de 80 se conclui com a queda do Muro de Berlim e inicio de ideias neoliberais. Na década de 90 verifica-se um refluxo das tendências pedagógicas hegemônicas e passam a circular várias ideias pedagógicas, mas tendo como vetor a problemática da diversidade, multiculturalismo, utilitarismo, busca por soluções imediatas e práticas centradas na valorização do cotidiano e da experiência prática. E dá-se início o período do neopositivismo e suas variantes (1991-2001).
Assim, na década de 90 voltam-se a vigorar ideias neoconservadoristas, período em que vai se impor o domínio pleno dos mecanismos de mercado, assim, isso passa a ser a grande referência. Temos a redução do papel do Estado e ampliação do papel do mercado. Esse momento passa a ser chamado de neoprodutivismo, pois leva como consideração a Teoria do Capital Humano em que para se explicar o rápido crescimento da economia americana, após a segunda guerra mundial, relaciona-se o nível de escolaridade com nível de renda, ou seja, quanto maior a escolaridade, maior a renda. Assim, verificaram que a educação tem valor econômico e tinha como função preparar as pessoas para o mercado em expansão, mas com essa limitação de que não há lugar para todos.
O neoprodutivismo teve suas variantes, sendo elas:
O neo-escolanovismo: tinha como principal característica o aprender a aprender e esse contexto introduziu a pedagogia da exclusão que prepara o jovem para essa situação e desenvolvia programas para aqueles que foram excluídos.
O neo-construtivismo: resume-se a um incentivo ao expontaneismo, assim, apaga-se a distinção de senso comum e conhecimento científico e entre o conhecimento científico e o conhecimento religioso.
O neo-tecnicismo: Estado reduz sua capacidade de intervenção no campo educativo e tende a transferir essa responsabilidade para outros setores. E assume o controle dos resultados em cima de avaliações.
Essas são as ideias pedagógicas que circulam hoje.
Atualmente também vem se multiplicando as instruções pedagógicas corporativas (pedagogia corporativa), onde se baseia na pedagogia da qualidade total que preza pela satisfação total do cliente e leva os trabalhadores a “vestirem” a camisa da empresa, assim, levam ao convencimento dos clientes e dos trabalhadores a importância da empresa.
Os impactos que foram gerados dessas ideias pedagógicas são refletidos nas ideias educacionais na prática educativa atual. Porem, nas escolas públicas essas ideias não se realizam plenamente, visto que as escolas foram organizadas e criadas com base na pedagogia tradicional. Os anos 70 influenciou os professores a serem pressionados a cumprirem as demanadas de caráter industrial. Já as Ideias superficiais dos anos 90 geraram escolas de qualidade sofrível, em adição a precariedade das mesmas. As ideias pedagógicas contemporâneas mascaram essas deficiências, atribuindo o mal desempenho dos alunos à precária formação dos professores. Mas a formação professoral é precária porque a estrutura profissional é precária, de modo que, à medida que é passada as instituições socias a responsabilidade de remediar tal problema, menores são as chances de ter uma educação consistente, sólida e qualitativelmente aceitável.
Referência
Vídeo-documentário: 1969 a 2001 – Dermeval Saviani (A História das Ideias Pedagógicas no Brasil). Atta Mídia e Educação.
0 notes
Text
Pedagogia Nova - DERMEVAL SAVIANI
A Pedagogia Nova ocorreu em um período inovador na História da Educação e durou de 1932 a 1969, entretanto, houve um equilíbrio por parte governamental perante os conflitos desta Pedagogia versus a Pedagogia Tradicional.
A década de 1920, no Brasil foi um momento de grande manifestação social, cultural, política e consequentemente, educativa.
A nova burguesia industrial incorporou nas suas práticas o Fordismo (estilo de sistema de produção em massa e gestão) e desejava a hegemonia sobre o Estado para a realização de projetos. Portanto, os debates feitos nessa época indicaram mudanças profundas na sociedade brasileira que resultaram na revolução de 1930, que foi um movimento armado, liderado pelos estados do Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais e  que culminou com o golpe de Estado conhecido como Golpe de 1930 que depôs o presidente da República Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e finalizou a República Velha.
Ademais, em 1924, no campo educacional, há várias reformas estaduais de Ensino e a criação da ABE (Associação Brasileira de Educação), que agregou os educadores sensíveis ao movimento renovador que buscavam profissionalizar o campo pedagógico, já que até então a Pedagogia era conduzida por profissionais de outras áreas (médicos, advogados, etc). Além disso, a criação dessa Associação sistematizou discussões e organizações das conferências nacionais de Educação.
A Revolução de 1930 elevou Getúlio Vargas no poder presidencial e o novo Governo “provisório” tinha como ministro da Educação e Saúde Pública, Francisco Campos, em que seu primeiro ato foi baixar um decreto para reestabelecer o Ensino religioso nas escolas públicas, então, o ensino que tinha sido abolido na Proclamação da República obteve seu retorno, porém, os educadores que pertenciam ao movimento renovador não aderiram positivamente a essa espécie de retrocesso decorrente do decretado.
Mais tarde, em 1932 ocorreu a IV Conferência Nacional de Educação na qual os líderes políticos supracitados estavam presentes. Sendo assim, no discurso de abertura, Getúlio Vargas conclamou os educadores a formularem propostas para a política educacional do governo e Nóbrega da Cunha foi o porta-voz desses profissionais que estavam insatisfeitos. Entretanto, as discussões não foram realizadas, mas encaminhadas para um momento mais propício sendo informado que em contato com o Fernando de Azevedo (um dos principais líderes do movimento), haveria exposição a um direcionamento mais sistemático que incorporaria as ideias dos vários educadores que participavam das manifestações.
O texto que Fernando de Azevedo redigiu foi divulgado em março de 1932 e ficou conhecido como o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Em seu início, foi declarado que era remetido ao povo e ao governo com as deliberações de uma renovação social pela revolução educacional e também havia afirmações de que entre os problemas nacionais, a Educação obtinha primazia. Sequencialmente, o Manifesto definia as linhas organizativas de um Plano Nacional de Educação abrangendo os variados níveis de Ensino, tratando de temas como a coeducação (destinada conjuntamente às pessoas de ambos os sexos) e convocava os governos a aceitarem tais demandas e consequentemente, se articularem com o processo de desenvolvimento de toda a sociedade brasileira.
A divulgação desse Manifesto foi cautelosa para que tivessem impacto na opinião pública, mas chocou-se com os representantes da Igreja Católica que participavam também da ABE, sendo assim, retiraram-se e fundaram sua própria Confederação Católica Brasileira de Educação, acirrando a disputa entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova.
As ideias pedagógicas tradicionais expressavam a centralidade no professor e na transmissão dos conhecimentos, a visão de que a Educação é missão da Igreja e da família e o Estado desenvolve um papel apenas complementar. Em contrapartida, os Renovadores defendiam ideias da educação centrada na atividade do aluno e em seus processos internos e os professores como orientadores e mediadores dos processos auto educativos. Consoante a isto, os católicos defendiam a hierarquia, ou seja, a educação deveria ser diferente para as camadas populares, porém, o movimento novo era a favor da escola comum e igualitária para toda a população, também eram contra a religião nas escolas, pois, entendiam que o Estado deveria ser neutro e que essas questões eram particulares das consciências de cada um.
Posteriormente, a Constituição de 1934 manteve o Ensino Religioso nas escolas mesmo tendo sido fixado na Constituição que a Educação é dever do Estado e direito dos cidadãos.
Os renovadores tiveram a liderança assumida por Fernando de Azevedo, Anisio Teixeira e Lourenço Filho, este último configurado como o único que estudou a área, pois se desenvolveu como pesquisador de Psicologia da Educação.
Entretanto, em 1946, após a queda do Estado Novo dá-se uma progressiva ascendência das ideias Novas, já que na Constituição traz um dispositivo de que competia exclusivamente à união fixar as diretrizes e bases da Educação Nacional, sendo organizada pelo Ministro da Educação uma comissão para elaborar o projeto da Lei de Diretrizes e Bases, convocando os principais educadores do país, entre eles os Renovadores assumiam a maioria, entretanto, o processo de aprovação da primeira lei estendeu-se por 13 anos, sendo de 1948 a 1961, quando finalmente foi criada.
O Manifesto dos Pioneiros teve uma particularidade: a defesa de uma escola pública, elencando de forma nítida a responsabilidade protagonista do Estado nesse quesito.
É importante salientar que muitos católicos eram escolanovistas em relação aos métodos, não nas finalidades, sendo assim, procuraram compatibilizar a doutrina religiosa com as inovações metodológicas.
Em prol da Educação gratuita, manifesta-se um exacerbado número de intelectuais entre os quais é possível identificar três correntes básicas do pensamento: Liberal-idealista, Liberal-pragmatista e a Socialista.
Mais tarde, a Crise da Pedagogia Nova surgiu quando a ditadura instalou-se e a partir da década de 70, ocorre a articulação da pedagogia tecnicista (1961-1969) assumindo o âmbito educacional.
0 notes
Text
Resumo do Texto Tese
No passado, mesmo com numerosas modificações legislativas no ensino das artes na Educação brasileira, as instituições ainda privilegiavam as artes visuais, deixando de lado o ensino da musicalidade, do teatro e da dança. Esta vertente da tese tem como objetivo exclusivamente de apresentar como se deu o processo para se alcançar nossa atual educação artística. Em 1961, música, teatro e dança foram consideradas como atividades complementares, o que equivalente também influenciou os cursos de Licenciamento, o que obrigou os professores licenciados a serem qualificados nas artes plásticas. Nas novas legislações de 1971 a 1996, o mesmo foi repetido, possibilitando que as artes visuais apresentassem mais força sobre as restantes. Após inúmeras críticas, em 2016 a legislação foi remodelada, tornando obrigatório o ensino de teatro, dança, música e artes visuais, sob total equanimidade.
Enquanto isso, a arte começou a preencher seu próprio espaço no cronograma do Ensino Fundamental e Ensino Médio, sendo de responsabilidade de um único professor que ensina os diferentes conteúdos da área. O estado do Paraná oferece duas aulas por semana do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, ao contrário de outros estados.
Em meados de 2017, houve a necessidade de substituir os documentos curriculares que direcionam as práticas educacionais nos níveis federal, estadual e municipal entre os currículos da Educação Infantil ao Ensino Médio. Não ocorreram modificações significativas na área de Arte, o grande destaque foi na categoria de Artes Integradas como um dos temas. Podendo operar como linguagens, com os objetivos, unidades temáticas, competências e habilidades específicas. Era evidente que a arte trabalha com criação, crítica, estética, expressão, fruição e reflexão com o objetivo de estimular o aluno. Experiências como a vivência de diversas formas de expressão e linguagens, pinturas, colagens, música, teatro e dança foram deixadas para a Educação Infantil. Para o Ensino Fundamental, as seis dimensões das linguagens artísticas foram fixadas, juntamente com o reforço de cada uma das unidades temáticas da Arte. No Ensino Médio, a contemplação da Arte como uma área de conhecimento e itinerários formativos está inserida nas Linguagens e suas Tecnologias. Estas propostas estão centradas na multitarefa do professor que só prevê um aprendizado baseado em técnicas
0 notes