Tumgik
#eu ainda não sei bem como aquilo funciona por isso se existe alguém aqui que tem um e me quiser dar umas dicas!!!!! agradeço!
mybabeday · 1 year
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Minha querida,
Se eu te amasse menos, talvez conseguisse escrever bem mais do que esse site é capaz de suportar. E hoje, um dia que com certeza só existe no calendário por conta da sua existência, me sinto lisonjeada em (por mais um ano!) poder testar os limites da breguice por você. Agora não mais (apenas) como sua admiradora e possível-something-more, mas não vim aqui escrever sobre nós, por mais que o assunto muito me agrade. O que eu realmente queria era estar do seu ladinho enquanto você pacientemente lê cada palavra aqui escrita, embora muito provavelmente isso não seja possível, então me contento em te imaginar de risadinha nesse momento (aquela que eu amo mais que tudo nesse mundo).
E por falar em mundo, hoje você finaliza mais um ciclo tão importante e inicia um novo, enchendo de felicidade e beleza não só o >meu< mundo, mas também de todos que possuem o privilégio da sua presença. Obrigada por me deixar entrar no seu mundinho, por aceitar entrar no meu e assim construirmos o nosso. Eu amo compartilhar a vida com você. Me sinto honestamente honrada em poder te acompanhar de pertinho, te ver sonhar e realizar, melhor ainda é ter a certeza de que é só o começo. Tenho essa certeza muito firme de que você vai conquistar tudo aquilo que deseja, e que todos os seus sonhos tomarão forma até majestosamente se realizarem. Também sei que a cada novo sonho que surgir eu estarei aqui pronta pra te acompanhar nos próximos, te aplaudir e te amar de um jeito tão infinito. Você, Débora, é incrível e merece ser lembrada disso todos os dias, faço o melhor que posso e me comprometo a tentar cada dia mais para que você tenha a certeza tão cristalina de que é muito amada.
Você é a minha pessoa preferida no mundo, aquela que eu jamais imaginei ser possível encontrar; um coração tão grande que na maior parte do tempo sinto receio de que a vida ou alguém tire isso de você. Sua existência ilumina e contagia, não é nenhuma surpresa que todos se entreguem e se encantem tão facilmente.
E motivos pra isso não faltam. Sou completa e perdidamente apaixonada pela forma como a sua mente funciona e as coisas que você pensa, é tudo muito fascinante e interessante pra mim. Por isso sempre quero saber o que você acha das músicas novas e das antigas, dos livros lidos e daqueles que você ainda não desbravou, das séries assistidas e daquelas que você procrastina incansavelmente. Amo o seu entusiasmo pra contar fofocas que definitivamente não vão agregar na nossa vida, mas naquele momento são as melhores histórias que eu poderia ouvir. Pra ser sincera eu amo a sua skin entusiasmada, sei que você provavelmente odeia por nem sempre poder dissipar tanta energia, mas é uma das coisas mais preciosas que eu tenho a sorte de presenciar. Espero poder te proporcionar ainda muitos momentos felizes e de entusiasmo pra ver o meu amor dando muitos pulinhos. Cada vez que te vejo gargalhar de uma coisinha boba que aconteceu e que só nós entendemos dá vontade de eternizar o momento pra recordar em cada dia que estiver longe de você. Eu não cansaria nem por uma eternidade de te ver sorrir.
Amo também a sua inquietação que vejo mais como uma vontade de viver e experimentar, lembro de pensar que é triste a maioria das pessoas perder isso tão cedo, mas você estava ali com algo tão precioso intacto, e era/é lindo de presenciar. Então queria que você pudesse ver o mundo inteiro, voltar e me contar como é. Ou me levar na sua mala e me contar mesmo assim, porque da sua perspectiva sei que tudo ficaria mais bonito. Desejo também que você continue destemida, ou pelo menos seguindo em frente mesmo com medo. Sei que coisas maravilhosas estão a sua espera, e vou estar sempre aqui pra te incentivar a buscá-las.
Injusto que todas as coisas que eu possa citar pareçam ser apenas uma perspectiva minha quando é na verdade a mais pura realidade, você já era incrível antes de mim e dos meus olhos-fã, antes que eu pudesse ficar completamente arrebatada e hipnotizada com a sua existência, e vai continuar sendo quando os homens já não lembrarem exatamente como conjugar o verbo extraditar.
Mas quando todas as coisas passarem, quando finalmente descobrirem quantas mulheres morreram no lugar de Michelle Bolsonaro e sua família, e mesmo depois que o tempo avançar o suficiente até que 2016 vire um quase borrão... Eu sempre vou lembrar de você e de todas as suas fases, e amar você profundamente com tudo que há em mim. Confesso que essa tarefa acaba sendo extremamente fácil uma vez que você já faz parte de mim há muito tempo, parte fundamental e indispensável de mim. Somente você e sua grandiosidade despertam tudo que existe de mais bonito nesse mundo.
Por fim, gostaria de reiterar todos os desejos mais sinceros que tenho para o meu bem mais precioso. Essa foi uma simples tentativa de demonstrar um pouquinho do meu amor por você, que é grande demais o que significa que você ainda vai precisar lidar com muitas outras breguices. Espero que você esteja mais animada pro dia de hoje, sabendo que independentemente da simbologia, voce é muito amada e celebrada todos os dias. Desejo que você alcance tudo aquilo que tem mente, pois sem dúvidas já é merecedora. E também desejo que você continue fazendo ótimas escolhas de lanches, pois as minhas continuarão sendo péssimas.
Feliz aniversário, meu amor.
Te amo te amo te amo te amo te amo, com a força de mil sóis. Ad aeternum.
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cris7in4kus73r · 3 years
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reflexões de início de maio, 2021
minha necessidade de controle é sobre mim e para mim, não distribuo aos outros, uso apenas para aquilo que me afeta suicídio agendado não funciona. estamos em todos os lugares que o zumbido do silêncio te ensurdeça O eco oco do ego Eu confio nas minhas   fragmentos completos de audível ressonância > a intenção do meu controle é o conforto < Surtos Para alivios imediatos Com uma mão só é mais difícil Se tiver outra: use toda transição é devagar se apressar estraga ser humano não é zero e um ideia inicial de analise do suicídio como um comportamento gerado pelo ''mimo'' o mimo nos coloca em posição de melindre e vitimismo vendo o suicidio como uma desistencia, ao sermos criados na presença do mimo (necessario destrinchar a palavra e o conceito) o mimo não é o problema, o problema são os excessos xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx tudo que pode melhorar também pode piorar a necessidade de expor o que se produz mas o conflito da duvida de qual ambiente e como e pra quem isso sempre termina em frustração acalmar o senso de urgencia tu nao ta perdendo nada mas ta perdendo tudo escolha com o que se importar a probabilidade do amanha existir é alta faça o que der hoje o resto fica pra amanhã eu esqueço de muita pouca coisa - não tenho nada a discorrer sobre por enquanto eternizei um arquivo temporário TPM tempos de porrada mental TPM tudo p puta que mandou TPM torça p mudar TPM tentativa polemica d matar TPM temporada d pão e maconha TPM tempus prostitutos malditos - resgate do silêncio como opção de resposta - preciso das palavras e até se eu for pra um quadro pintar pintarei palavras pra terapia : papos com arthur tudo começou com aquele abraço naquele dia fumamos uns rimos muito ele desabafou muito é importante nosso contato, necessario, nos fazemos bem e precisamos um do outro desejo quebrar meu casulo e me encontrar mais com ele fomos na casa da vó etc consciencia de atos por inconsciente medo da escassez - sobre nao deixar acabar como o art percebeu e me trouxe a questão episódio dos cílios trampo inicio de busca “[...] no eixo frenético da autofagia, ao mesmo tempo o vulcão Vesúvio e a Pompéia de si-mesmo” W. S soneto da contradição T. N. (“Faço força em esconder o sentimento/ do mundo triste e feio que eu vejo./ Tento esconder de todos o desejo/ Que eu não sinto em viver todo o momento// Que passa./ Mas que nunca passa inteiro”) - nao sei mais o que sentir sobre a situação atual, se eu paro pra refletir sinto muito medo se deixo o pensamento solto enquanto ando de carro, o medo me toma me usurpa eu viajo em aflição controle com intenção de conforto tpm de maio comportamentos inseguros (providos de pensamentos) irritabilidade e frieza (por querer afeto) cólica movimentação do livro mãe fotografias e cartas dela certo distanciamento emocional - cada vez mais vira historia necessidade de absorver conteúdo por dias a fio pequenos intervalos em nome da saúde geral mas muita sede nao quero fazer outra coisa e ainda nao veio tedio nem ranço nem esgotamento queria mexer mais meu corpo, sinto dores e frio só saio da mesa quando preciso muito fazer xixi - consumo palavras imagens e água parece que to querendo tapar algum buraco que faz sentido pelos meu pensamentos comportamentos inseguros nao sei o que devo dividir com o outro   sei que preciso socializar mais, dentro de casa principalmente recebo convites pra sair mas tenho medo hoje olhei pra sacada e tive vontade de chorar fui descer a escada pra fixar o pensamento nos degraus se eu parar pra pensar no estado do mundo entro em choro profundo, não é falta de esperança é que tem muita tristeza sendo sentida e parece que se eu entrar em sintonia eu sinto ela toda sinto a importancia de manter dialogo e trocar ideias com diversas pessoas assim nos renovamos e estamos sempre movimentando o  fluido de pensamentos, expondo dividindo multiplicando reformulando inventando o que já existe   agua tem sido meu barato dentro de mim percebo uma ressignificação dos prazeres natural e organicamente sem juízo de valores, pressão ou discurso de vício to assistindo perguntando ao meu corpo deixando fluir como um rio fresco criando novo curso quero dar aula não sei como a exclusão da possibilidade de trabalho na clínica do meu pai me gerou leve pressão se não farei isso, o que farei se sei o que quero fazer, por que nao faço desde ja sinto que agora tenho um destino não  tenho mais motivos pra desvio de caminho nem mais desculpas pra gastar tempo cabeça dinheiro em coisas desviantes e por onde começar, não é mais uma questão, visto que percebi que estudo esse assunto há anos e tenho minha parcela de tempo dedicado a questão é, como prosseguir e como chegar na execução sinto todo mundo tão ausente não excluo ninguém tanto os meus mortos quanto meus vivos estão ausentes quando um problema é assim generalizado tenho uma quase certeza de que o estorvilho está em mim mas em momento nenhum (durante esses últimos dias) não me faltou estesia e isso entra naquela dança complexa de tapa buracos que citei no início isso era pra ser uma micro lista de terapia, mas foi essa desculpa que me fez desbloquear a escrita. sigo então, pois sinto luzes batendo em lugares esquecidos - tipo um revendo amigos, só que dentro da minha cabeça e os amigos são as antigas recentes emoções os ouço rindo, não sei motivos e não tenho vontade de rir junto, isso ilustra minha desvontade em socializar - (muit)as vezes somos bicho e temos que aceitar -e respira, tudo passa, relaxa, tudo acaba- não preciso mais me dizer isso, minhas células já entenderam ontem numa conversa com meu irmão chegamos na ideia de que a solução está onde está o problema, ele me respondeu com um discurso lindo sobre parceria nos relacionamentos e a importancia da comunicação direta A cada movimento admiro mais esse rapaz e boto a ex namoradinha em chacota (não externalizo), entendo, ela não tinha cérebro pra acompanhar ele, mas ele tem um coração que necessita de abraço íntimo e o busca a qualquer preço, eu entendo, eu o respeito, me coloco no meu lugar de deixá-lo sentir e viver tudo o que ele achar que deve - não é meu amor incondicional e quase materno que vai impedí-lo de sofrer, eu não cumprirei esse papel, não sou nossa mãe. rezo pra que o tempo passe e pra que apareça alguém correspondente no caminho dele, pra ele sentir pelo menos um momento de alívio, amor e esperança. o ser humano é foda, em vários sentidos. eu devo organizar minhas prioridades, entendê-las como tais e assim agir. ontem tirei tarô, é sempre uma situação interessante, abre minha perspectiva e acalma alguns pontos de pressão questão. somos instantes e que assim seja no momento, sinto que falei tudo que precisava - essa é a mentira mais inocente que me conto gosto de manter a ideia de que é impossível que tudo já tenha sido dito devagar e sempre : fujo do que deve ser feito me apego nas palavras ditas por pessoas que por necessidade de categorização, chamamos de artistas, poetas sou meu próprio clichê, apesar de toda lacuna e vazio (o eu na sala vazia, e o que me segura agora são as paredes, o gelado e concreto, é o mais próximo de mim agora) apensar de todo questionamento e insegurança que tem acompanhado minhas emoções mais recentes - me sinto bem comigo a carta do 19 O Sol fala sobre - ''Aceitar (respeitar) a vida como ela é e assim ser contente.'' não sei o grau de possibilidade de realização dessa premissa mas sei que tenho tentado exercitar essa ideia ultimamente não sinto mais tanto apresso por comida e cigarros, me sacio com agua café e uma mexerica que tá na minha mesa há uns dias, me encarando como se perguntasse se eu não vou agir e eu encarando ela como se eu perguntasse se ela não vai apodrecer me sinto presa na necessidade de tapar buracos com coisas do meu interesse mas creio que estou, como sempre, causando meu movimento ~ provoca aqui - ignora lá, desiste aqui - emenda lá, observa aqui - absorve lá sempre aqui e sempre lá [ o desejo multidimensional de onipresença impossível ] questiono o que é bom, se falo se não falo, se é ruim se é vergonha ou cringe, se tá na moda, assim não uso, se vão entender - as vezes me importo, se me expressei legal se ofendi alguem se me ofendi que caminho tomei ao expor tal - a ilusão do apagar algo que foi publicado em x lugar, e se já isso foi visto?  o que foi visto não pode desvisto, de que adianta 'apagar a publicação' então? será que sou chata e exagerada? desinteressante? cansativa! é, isso explicaria muita coisa, sei que em alguns momentos ocupamos esses lugares, mas e se meu todo for isso e se eu atuar nesse papel muito frequentemente? ação->reação, mas e aquele papo do Blake, que o excesso de alegria chora e o excesso de tristeza ri, em algum ponto o oposto vira o seu oposto ? olha só a confusão que uma insegurança pode trazer. Outra coisa que meu irmão disse: simplifique. Tudo é muito mais simples do que vemos. Tô ouvindo isso faz um tempo, ouço sempre, e sei que esse é um medo grande de uma pessoa querida, e nisso entro em paradoxo interno, sera que realmente é ? quem define isso? entendo que um sentido dessa ideia pode ser simplificar pra ter uma solução mais branda e clara, aceito e uso dessa forma, menos escândalo, já foi minha época de atear fogo no meu próprio corpo e me debater entre as paredes e depois apagar como um fósforo, desnecessário. O drama nunca me ajudou em nada. sei lá, tô bem, fazer o quê trabalhando no resgate do silêncio como opção de resposta e as vezes a melhor escolha saída. nisso meus cabelos caem e as horas passam sempre tan tan mas nunca tanto faz eu não deveria fazer mais do que já faço, eu deveria é: ser objetiva não vou me iludir com a cobrança de emprego, não vou arranjar um emprego amanhã e não preciso de um emprego pra ontem, é mais por ego e desejo de desenvolvimento, então, pacificar esse ponto não sei falar sobre meu estado atual de antipatia e agressividade no afeto, que se torna um desafeto e percebi esse comportamento por causa das reações alheias, estou sendo evitada, com motivos, e com esse resultado, me recolho como um intruso, acato minha conduta e me isolo. segunda feira, 03 de Maio tomar banho, lavar a cuca me alimentar, mudar de posição de corpo voltar pro assunto, energia refrescante :> tentar resolver o que se deve - pra isso tô esperando sairem da sala, sairem sa cozinha, sairem do banheiro, sairem de casa preciso de espaço e preciso de silencio O ato de achar te leva muito mais perto da duvida do que da certeza Nao sei qual caminho vou tomar Só nao quero alimentar a insegurança de que “e se ele tiver falando com outra pessoa do jeito que fala comigo” e se “outro alguém tiver conquistando ele e meu espaço diminuir e minha presença nao ser mais interessante “ isso tudo dói e expor é muito delicado Quero meditar e encontrar um caminho brando Se isso tudo acontecer eu vou ficar sabendo Mas será que vai mesmo? Das ultimas vezes nao foram assim Ah mas esse é diferente, conheço ele Conhece mesmo ou só acha? A luta ta foda Vou acabar chorando por isso e por tudo Principalmente por ter essas questões pra dissolver + I Eu tenho que me bastar Eu tenho que ser suficiente Eu tenho que gerar minha própria felicidade Eu não preciso me sentir sozinha esse é um caminho bem perigoso se levado muito a serio Autossuficiência é uma utopia triste e solitária mascarada de força e postura desenvoltura do lobo que não és Muito contraditório Mas no final o que nos resta somos nós Sozinhos numa caixa Vazia de tudo  (não somos mais nada) será que é só isso ? porra viver não faz o menor sentido peço desculpas por usar o clichê, mas hoje é isso que tem, o ridículo o risível o insustentável o esgotado e o sem resposta mas questiono, ainda, se é isso: então por que temos habilidade social ? por que precisamos do outro pra continuar a espécie ? por que vivemos em bando ? por que precisamos de atenção ? por que precisamos de dinheiro e dependemos do outro pra alimento desenvolvimento pertencimento todos os -entos necessários pra te foder to começando achar que o caminho do meio não existe todo passo é uma escolha, mesmo que sem direção aparente eu choro de dor eu choro de dor mesmo sabendo que o sentimos é mais passageiro que a vida eu choro de dor porque sei que nunca vai ser suficiente nunca teremos o suficiente, nunca seremos suficiente pois somos os seres insaciáveis Wally Salomão já disse ''Minha sede não é qualquer copo d'água que mata'' Kafka também, o artista da fome não come pois nunca acha comida que o satisfaça acho que somos assim também [dentre outras loucuras e complexidades] Loucura na nossa cultura, é sobre sair de si quem sabe assim conseguimos outras paisagens e pontos de vista? ''Se o tolo persistisse em sua tolice, ele se tornaria sábio.'' será que funciona com o louco e o lúcido? é isso, tudo que sei fazer na vida é questionar me entrego me acompanhe quem quiser II eu choro ainda eu choro como se adiantasse alguma coisa porém é tudo o que tenho agora choro e dor choro porque nossa vontade de morrer sempre vai existir suicídio agendado não funciona a morte é estouro e black out e a gente vive permeando entre vivo e morto até um dia pular pro outro lado não posso te prometer nada, nem me prometer nada assim como tu não pode me prometer nada nem se prometer nada e como viveremos assim sem certezas ? o achismo nos leva mais pra perto da dúvida do que qualquer razão e o que nos traz certezas, curiosamente é a angústia certezas são diferentes das verdades ser vencido pelo conformado somos sós e inadequados e devemos escutar uns aos outros com hospitalidade e investigação III choro ainda porque a vida é linha tênue, é finíssima camada de seda existe morte em vida, mas existe vida em morte? nem sei se me importo, cada dia me importo menos ou pelo menos eu finjo bem pra mim não consigo mentir pro outro se eu não mentir pra mim antes caio no clássico clichê da única certeza da vida mas falar de morte é celebrá-la ou desejá-la? ou uma coisa não anula a outra? tudo está tão turvo hoje eu não me importo em estar certa ou errada ''tactactac - é dificil não parar de escrever porém preciso seguir as linhas adiante'' será que consigo mentir pra mim sobre a dor que sinto? fazer ela des-existir por ignorá-la daí retorno na questão: ''se uma árvore cai e ninguém tá perto, será que faz um som?'' hoje numa aula ouvi uma pequena crônica: "um andarilho na floresta escura, vê uma luz no topo da montanha, a persegue e quando chega, vê que é uma pessoa cega carregando uma lanterna e pergunta: "se és cego por que carregas uma lanterna?" Resposta: "para que você me enxergue". "  - eu achei que tivesse entendido mas acho que não foi falado num discurso da importância da escuta e da fala, creio que seja algo sobre a necessidade  de se expor para o outro para que a partir dessa partilha receba algo novo (diferente dos pontos que já se tem)  e se conectar com algum tipo de gerenciamento emocional, o outro é caixa ressonante de nós mesmos, nós os narcisos degenerados enfim, talvez não seja meu momento de entender isso, mas achei uma história confortável, por ser lógica e simples, claro, exceto suas interpretações não sei a altura do abismo não sei o peso do agir e do deixar de agir - ou agora ou depois não sei sobre o impacto do 'não planejamento de vida a longo prazo' sei que agora isso é uma questão incômoda e amarga pela dúvida e pelo peso que essas ideias carregam devido aos contratos morais e ético-sociais eu não sei o que eu quero além de me desintegrar por instates eternos o looping certeza-questionamento-duvida é eterno e estrutural assim como o auto engano [e auto destruição] Lacan em algum seminário fala que: ''o eu é o outro, mas o outro é paranoico, insano, instância do auto desconhecimento (...)'' a gente nunca vai ter nenhuma resposta e nenhum domínio por completo conhecimento e acho que é isso mas também acho que não é essa ciência que vai nos parar o meu lado maniqueísta sempre me fazer dizer que somos filhos do demônio com deus, da luz e do caos,  frutos da sombra e do sol, somos campo de conflito e que no fundo tudo é uno. e isso não muda nada também me incomoda porque se eu definir tal coisa como mentira, tudo que for parecido vai ter que ser mentira também, categoricamente não sei da onde surgiu essa falsa lógica, mas tenho uma preguiça e medo tremendos de puxar uma peça e JENGA a dose de horror é alta alto teor de frustração ansiosa   choro porque acho que um dia ainda riremos com isso e por me sentir uma filha duma puta por pensar coisa dessas remodelo meu senso de urgência e de prioridades por sobrevivência (rasa) e pergunto até quando viveremos para os outros                                            (não coloquei ? pra fica no campo da reflexão, não quero respostas) e além da morte, tenho a certeza que faço uso da linguagem copy + paste ''a escrita não criativa'', o tal do sampler eu adoro dar nome aos bois aos gatos aos rapazes as garotas - tudo que eu puder nomear nomear nem sempre é identificar, muito menos categorizar é só um passatempo lúdico que me diverte mas fecho com outra do Lacan: " a loucura dá a razão e o limite da liberdade'' e com um pouco de Torquato, difícil é não correr com os versos debaixo do braço, difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa; cortar cabelo mudar de imagem pra si sair de si estar louco encontrar razão na liberdade insistir na loucura pra alcançar a sanidade rir até chorar daí chorar até rir encontrar limite da liberdade carregar uma lanterna e ser visto por uma caixa ressonante e se encontrar _não sei o que eu quero pra calar minha boca                      plus de 01 de Maio acalmar o senso de urgencia tu nao ta perdendo nada mas ta perdendo tudo escolha com o que se importar a probabilidade do amanha existir é alta faça o que der hoje o resto fica pra amanhã                                                                  #maios mórbidos# ontem foi uma noite muito querida otavio me abraçou como nunca do jeito q eu precisava e foi tao bom pra nos eu falei ele ouviu clarificamos tudo e é muito bom esse encontro no todo curto mt essa cia Todo dia toda noite E a tarde tambem 5Notei que a morte não é a unica certeza na vida Além dela Temos o presente instante sendo Afinal estamos vivos e sentindo De agora em diante Acrescento leveza ao meu discurso Jogando xadrez com arthur O preto é impar e impar é par Nao, o preto é branco e o impar é par E nem alimentei ele d maconha ainda hj Pera meu cavalo ta em choque Mensagem do corretor automático “Vem ver essa casa aqui 3dorm suite sacada” E se achar q eu não cumprimentei por timidez Saiba que é falta d educação ignorância mesmo Não se iluda Tenho cara de boi mas tbm sei ser humana De rle c arthur Sua lágrima arde qaundo chora? A mimha sim, é horrivel Porra irmao isso eh terribvelmente poetico -pena tem doença? -Pena tem dó? -pra mim pena lembra pombo A mae sempre falou pra ficar longe d pombo Tenho nojo de pena -nem toda pena eh d pombo Se botar fogo numa pinha vira granada? Tentamos de frente pra um lago Nao sei s da granada mas vira um incenso daora Com uma vara d bambu seco Hm, da um canudo Ou zarabatina Mana eh zarabatana Ah pode crer Zarabatina eh do padre Oh padre q zarabatina maneira qflo? Sempre rimos muito juntos Ou choramos muito Mas eh sempre muito E em paz Eh nosso pai nasceu p ser pai E a profecia se cumpre Uma cerveja antes do almoço eh mt bom pra pensar melhor Dia 5 d maio em Aluminio (Ideia d assinar poesia como cristina e o segundo livro ser livro irmão registro d  desenvolvimento da nossa relação) Dessa vez sem novas mortes Só os antigos fantasmas q ja sabemos lidar)
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nochusendhelp · 4 years
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Snowflakes, Fireworks & Shoots (One Shot)
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Park Sunghoon
Genêro: fluffy, universo paralelo (mais ou menos), romance, Park Sunghoon patinador e idol, patinador!au, hockey!au, porém nenhum dos dois exatamente...
Sinopse: Após um cochilo de 15 minutos que se transforma em 6 horas, Yubin se vê trancada no ginásio da escola na véspera de Ano Novo. Determinada a sair dali, ela testa todas as portas possíveis, disposta a encontrar uma saída seja ela qual fosse, para se livrar desse problema. O que ela não esperava era encontrar atrás de uma delas mais um para resolver.
Palavras: 7456
Avisos: muita covinha do Sunghoon, gelo, neve, ataques repentinos de estresse, e Park Jongseong!!!!
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A neve já está forte lá fora. Montinhos brancos que refletem a luz do Sol de forma intensa já se encontram por todos os lados, só não estão mais intensos que o meu sono, pois já fazem dois dias que eu não durmo da maneira que eu gostaria por estar treinando até mais tarde. O gelo pelo qual eu patino parece liso até demais, meus pés em alguns momentos parecem flutuar, mas eu tenho quase certeza de que é a minha mente que vai para longe por causa do sono. Gritando meu nome Yeri passa o disco para mim sem muita vontade, inferno, o que eu vou fazer agora? 
—  ACORDA YUBIN! — Heejin grita em meu ouvido assim que joga seu corpo de encontro ao meu, sem me dar muito tempo de decisão. A força do impacto é forte demais para o meu corpo mole de sono, e faz com que eu seja arremessada de encontro ao acrílico de proteção. — Você é patética. —  São suas palavras finais, somadas ao seu olhar de desprezo, antes dela virar as costas e patinar para longe. 
Maldita a hora que a minha mãe me deu a ideia de entrar para o time de hockey feminino da cidade —  “você sempre patinou no lago congelado que tem aqui perto de casa, você vai se dar bem!” —  disse ela. Claro, a Heejin, e todo o restante do time, acha a mesma coisa pelo visto! Todos os dias de treino são iguais, gritos na minha cara expondo o quão ruim eu sou comparada ao restante do time, é até irônico dizer que o que me mantém aqui é o treinador, que sempre me ouve, me apoia, e me mantém porque acredita que eu vou melhorar e alcançar as outras meninas. E é por isso que nesses últimos dias tenho treinado ainda mais. 
Duas horas de treino “oficial” e depois vou até o ginásio da escola, onde tem um rinque de patinação, para eu continuar treinando. Porém, hoje não estou conseguindo ver um palmo à minha frente de maneira estável. O gelo parece estar derretendo junto a luz do Sol, o caminho até o ginásio da escola que era uma calçada retilínea agora parece um zigue e zague em constante movimento. Olho o relógio do celular antes de colocá-lo na mochila — 15:00. Ao entrar no ginásio o silêncio comparado ao treino de hockey é ensurdecedor, a única coisa que escuto é o gelo sendo riscado pela lâmina dos patins, e não qualquer um, os patins de Park Sunghoon. 
Os fios escuros de seu cabelo flutuam com o vento conforme ele ganha velocidade para fazer mais um giro simples, seu olhar é intenso, completamente diferente da graça e leveza que seus movimentos demonstram. Sua postura perfeita faz com que eu ajeite minhas costas, como se naquele momento, se eu não ficasse também na postura correta, tudo daria errado no movimento seguinte. Atravesso a lateral do rinque até a parte debaixo da arquibancada, onde deixo minha mochila, meus equipamentos, e vou em busca de um colchonete para eu me deitar um pouquinho. 
— Yubinnie! — Jay chama meu nome, se colocando ao meu lado. — Como vai? — Ele levanta sua mão para um hi five que eu devolvo sem muita vontade. 
— Morrendo de sono, parece que o chão vai ruir a qualquer momento e eu vou cair em um buraco. E se eu cair, não vou ter forças para voltar.
— Você ainda não dormiu completamente, não é? — Ele pergunta, preocupado, mas eu apenas dou de ombros.
— Vamos ter o feriado, o recesso, vai dar tempo para descansar depois! — Paro em frente a pilha de colchonetes de alongamento, e me estico para pegar dois. Escuto a risada baixa de Jay atrás de mim, que prontamente me ajuda a pegar mais facilmente o que seria a minha cama nas próximas horas.
— Quer que eu busque alguma coisa para você comer? O Sunghoon vai demorar mais uns 15 minutos. — Ele coloca um dos colchões embaixo do braço e me estica o outro.
— Não precisa. Vou dormir com toda a certeza pelos próximos 15 minutos. Vocês têm treino hoje? — Digo em meio a um bocejo, o fazendo bocejar junto.
— Não! Heeseung hyung vem daqui a pouco também, vamos apenas sair juntos depois. Quer ir junto? — Jogo o colchonete no chão, próximo as minhas coisas, e pego o que estava com o Jay e coloco por cima.
— Nah. Vocês podem se divertir juntos! Não é como se vocês fossem me querer lá, nem também que eu me encaixaria lá. Seja onde esse “lá” for. — Procuro em minha mochila meu cachecol e a blusa extra que eu trouxe para caso o frio aumentasse ainda mais. Dobro ambos formando um montinho fofinho, meu travesseiro.
— Yubin, já disse para você parar de dizer coisas assim. Isso é autodepreciativo! — Me sento no colchonete e vejo que Jay me olha de maneira séria. — Se eu estou te convidando é porque eu sei que você iria se divertir. O hyung e o Sunghoon com certeza gostariam de ser seus amigos também. Eu já falei de você pra eles, eles falaram que querem te conhecer um dia e eu sei que foi sincero! — Ele sorri gentilmente, tentando me passar um pouco de conforto.
— Jay-ssi, você sabe. Se aquele dia que você chegou com o Sunghoon-ssi mais tarde e eu quase te acertei com o disco, você, ao invés de conversar comigo tivesse brigado, nós não estaríamos aqui. Se você não tivesse puxado papo todas as outras bilhões de vezes que nos encontramos, nós dois não estaríamos conversando agora. Eu provavelmente já teria até mudado meu horário de treino só pra não ter que olhar mais na cara de vocês dois! Não consigo assim fazer amizade tão fácil. — Suas mãos estão em seus bolsos. Seu olhar é de cansaço, provavelmente por todas as vezes eu não aceitar o convite e ainda dizer coisas negativas que ele odeia. 
— Nem o Sunghoon. Mas nem por isso ele deixou de fazer as coisas ou sair! E essa mania de me chamar de "Jay-ssi" só pra não me chamar de "oppa"... Bom, não vamos discutir sobre isso agora, você visivelmente quer dormir, então vou te deixar dormir. Só por favor, me avise quando chegar em casa mais tarde, e vamos qualquer dia desses sair para tomar um café, ok? — Ele estica a mão em minha direção, e eu a seguro, ele então balança nossas mãos de um lado pro outro e sorri.
— Ta ok. — Solto sua mão e me deito. — Agora some por favor, você tem um amigo para ir encher o saco! — Fecho meus olhos e viro de lado. A risada anasalada de Jay é a última coisa que eu escuto.
Não sei que horas são quando eu acordo, mas percebo que o local está escuro demais. Me deito de costas e me espreguiço. Que horas são? Quando me sento, busco meu celular no bolso da mochila — 21:00. Meu Deus, os 15 minutos de sono viraram 6 horas! Coço meus olhos e logo vem um bocejo, quando abro meus olhos novamente o espaço ainda parece escuro demais, mas por qual motivo? A essa hora o ginásio ainda teria que estar aberto. 
Me levanto, pego as minhas coisas e vou em direção a porta. As únicas luzes acesas são as de apoio do corredor ao lado do rinque, quase nada. Forço a porta pra fora e pra dentro, nada. Tento ver se há alguma maçaneta ou coisa do tipo, nada, a única que tem é a barra de segurança contra incêndio, que teria funcionado se a porta não estivesse trancada. Caramba, me trancaram aqui, mas ainda não sei porque, não são nem 22:00! Sinto o celular, agora no bolso da minha calça, vibrar. Quando o pego na mão, o tal do mundo ruindo sob meus pés finalmente acontece.
“Yubin-ah, que horas você chega? Você vai ver a virada do ano com a gente perto do Rio Han, né? Por favor, vamos sim, é véspera de ano novo, último dia do ano, vamos sair!!!!”
A mensagem de Minji me deixa ansiosa, nervosa, devastada. Eu não acredito que esqueci que hoje é véspera de ano novo, e eu estou presa! Quando eles vão reabrir de novo? Não pode ser só na segunda que vem… Hoje é TERÇA!!! Acendo a lanterna do celular e procuro pelos papéis nas paredes perto da porta se existe alguma coisa com essa informação, e não demora muito para que eu encontre, já que o mesmo está escrito em letras maiúsculas e vermelhas:
NESTA VÉSPERA DE ANO NOVO FECHAREMOS ÀS 18H. REABRIREMOS APENAS NO DIA 3, SEXTA FEIRA, A PARTIR DAS 13H. BOAS FESTAS.
Será que dá para viver com a comida e as bebidas das máquinas automáticas até sexta?  Por qual motivo eu não li esse papel antes, meu Deus?
Praticamente jogo tudo no chão, todas as minhas coisas de repente pareceram estar pesadas demais, e me sento de frente para a porta, pensando como eu poderia sair dali. Se eu ligar para alguém com certeza a polícia será chamada, e eu não quero isso, não preciso virar notícia quando as aulas voltarem nas próximas semanas. Não tenho também um único amigo que poderia vir aqui me buscar, arrombar essa porta ou algo nesse sentido. Nem um contato com alguém da escola ou que conheça alguém com contato com alguém da escola.
  Olho o relógio novamente —  21:30. Faz meia hora que eu estou sentada aqui sem ter uma única reação. Minji já enviou mais duas mensagens, que eu ainda estou fazendo questão de ignorar por não saber o que responder. Me levanto e tento novamente abrir a porta, vai que em um momento de loucura eu não consegui abri-la, não é? Não é. A porta nem se mexe novamente. Acendo novamente a lanterna do celular para conseguir olhar melhor a minha volta, há várias portas fechadas pelo corredor, e em uma delas leio a placa localizada acima, “administração”. Caminho até a porta e para a minha surpresa ela está aberta, o interruptor ao lado da batente pelo lado de dentro da sala funciona, e a luz se acende. Vejo pilhas de papéis, quadros com diplomas nas paredes e todo o restante da mobília, aquilo parece mais com um arquivo gigante que administração, pois não há uma mesa, cadeira ou computador, e não chego nem perto de encontrar aquele tradicional quadro com chaves de todas as portas penduradas à mostra para que eu tentasse achar alguma que me ajudasse. 
Desligo a luz, fecho a porta e resolvo então que vou abrir todas as portas que existem no corredor. Almoxarifado, escritório, armário de vassouras, sala de equipamentos, sala de reuniões. Abro a porta seguinte sabendo bem que é o vestiário feminino, e que não tem ali nenhuma porta secreta ou janela que dê para sair, porém, já ouvi várias vezes que os meninos fugiam dos treinos e ninguém nunca descobriu por onde, será que era pelo vestiário masculino então?!
Assim que abro a porta do vestiário masculino vejo que a luz dali está ligada, devem ter esquecido. Verifico as paredes que separam o banheiro do jardim externo, tateando para ver se não tem nenhum tijolinho solto, mas nenhuma passagem secreta se abre como nos filmes. Empurro as janelas basculantes para ver se alguma abre mais do que deveria, mas são exatamente iguais as janelas do vestiário feminino. Nada nos chuveiros, nem nos vasos sanitários. Talvez atrás de um armário? Tento puxar alguns que estão mais perto das janelas, mas nenhum se mexe.
— QUE INFERNO! —  Grito e chuto a porta de um dos armários. Pego o celular e olho o horário de novo — 21:45. — Que droga, eu nunca vou sair daqui até sexta feira…
— Você pode então me tirar daqui? — Uma voz masculina me assusta, ela vem de um dos armários que ficam na parede no fundo do vestiário. Caminho em direção a esse armário com cuidado para que meus passos não façam barulho. Percebo então que, apesar de a porta ser igual a todas as outras, aquela era de uma sala. “Depósito” diz a placa.  — Olá? Por favor, me tira daqui! Olá… — Observo a porta de onde vem a voz, o cadeado está fechado. A voz não me é estranha, nada está fazendo sentido. — Aish… O Jay me paga… — Ele disse Jay? Mas quem vai conhecer o Jay se não o…
  — Park Sunghoon? — Digo surpresa e minha voz sai mais aguda do que eu esperava.
—  Oh… Sim, eu! Quem é? — O escuto se mexer dentro do armário.
— Yubin… Shim Yubin. — Estou neste momento a dois passos da porta do armário. Minha postura nunca esteve tão perfeita, estou petrificada, minhas expressões faciais de confusão e desespero são as únicas coisas que demonstram que eu não virei uma perfeita estátua. 
— Ah… Er… Yubin-ssi, tem como você me tirar daqui? — Ele soa tão confuso quanto eu.
— Eu… Não tenho a chave. Você sabe onde está a chave?
— Talvez dentro da minha bolsa? — Sua voz também sai algumas notas acima. — Ela deve ser a única no vestiário inteiro. — Olho em volta e vejo que há de fato uma bolsa sobre o banco atrás de mim. 
— Algum bolso em específico? — Me mexo pela primeira vez, me sentando no banco para poder procurar melhor a tal chave.
— Nos menores, nos da frente, não deve estar em um lugar muito complicado.
— Ok, deve ser essa… — Pego a chave que estava na rede lateral da mochila, sozinha. Me levanto, coloco a chave no cadeado e a giro. É a chave certa. Assim que tiro o cadeado a porta a minha frente se abre. Dou passos apressados para trás, assustada, e sinto minha batata da perna bater contra o banco. Sunghoon despenca para fora do armário, ele devia estar encostado na porta, e cai em meus pés, deitado de costas no chão. Os fios de seu cabelo estão em maioria grudados em sua testa devido ao suor, suas bochechas estão levemente rosadas e sua respiração pesada.
— Obrigado! Ali dentro estava ficando muito quente já. —  Ele coloca uma mão sobre seu próprio peito, como se estivesse verificando que seu coração verdadeiramente batia. Eu espero que sim, pois o meu já mandou abraços. Estou mais ofegante do que ele.
— Ah… Sim… Imagina. Quer ajuda? — Estico minha mão de forma abrupta em sua direção, o assustando um pouco. Mas ele logo a segura e eu o puxo para cima. 
— Obrigado, de novo. É… Se não for incomodo, que horas são? A bateria do meu celular acabou faz algumas horas. — Busco o meu celular no meu bolso, passando levemente minha mão suada contra minha calça.
— São 21:55 da noite. — A expressão de Sunghoon em primeiro momento é de assustado, mas logo em seguida ele senta no banco e apoia seus cotovelos em seus joelhos e seu rosto em suas mãos, derrotado pela notícia. — Desculpa a pergunta, mas o que você estava fazendo ali dentro?
— Ah, a perfeita ideia de Park Jongseong…— Sunghoon joga seu corpo para trás e apoia suas mãos no banco, não perdendo a oportunidade de passá-las por seu cabelo, enquanto estica suas pernas. —  Ele apostou comigo que eu não conseguiria dar 20 voltas no rinque antes de 1 minuto. Eu obviamente também duvidei que conseguiria, mas fui tentar, e não consegui. Ele e o Heeseung hyung ficaram então rindo e falando que eu teria que pagar um café para cada. Dai o Jay veio ao vestiário, e eu resolvi pegar a oportunidade de assustá-lo e ter uma pequena vingança, mas ele me descobriu antes de eu perceber e me trancou no armário. Não era um grande problema, já que eles só iriam ao café a apenas três quadras daqui e depois voltariam, só que eles não voltaram.
—  E por qual motivo não voltaram? — Me sento ao seu lado, o mais distante possível. 
— Eu não sei exatamente. Eu sei que depois de quase meia hora mandei uma mensagem para o Jay. — Ele coloca a mão do bolso e pega o celular, mas assim que aperta o botão lembra que ele está sem bateria. — Ah, é verdade, acabou a bateria… Mas enfim, ele me respondeu que já estavam para voltar, a fila estava muito grande quando eles chegaram e ao invés de tentar outro lugar resolveram esperar. Ele ia te comprar um café também, avisou que você estava dormindo embaixo da arquibancada e qualquer coisa era pra te pedir para esperar.
— Entendi. — Disse na intenção de terminar a conversa, já que não sabia o que responder. Mas o silêncio não durou muito, de repente Sunghoon virou rapidamente sua cabeça em minha direção e disse assustado:
— Esse é o vestiário masculino! O que você está fazendo aqui dentro? — Me levanto em um pulo, também lembrando dessa informação. Mas, espera.
— Porque eu achei que não teria mais ninguém aqui! E eu estava procurando um lugar para sair do ginásio. — Nos olhamos confusos.
— A porta da frente?! —  Ele diz debochado, pois a resposta óbvia. — Aliás, vamos que logo vão fechar isso aqui! — Ele realmente nem faz ideia. Sunghoon se levanta, arruma as pernas de suas calças, pega a sua mochila e começa a andar em direção a porta do vestiário.
— Sunghoon-ssi… —  Ele para antes de abrir a porta e olha para mim. — O ginásio fechou às 18:00. Feliz véspera de Ano Novo. — Seus olhos ficam arregalados por alguns segundos, antes de seu semblante mudar para total confusão. 
Sunghoon é rápido. Ele abre a porta do vestiário e sai correndo em direção a porta do ginásio, enquanto corre olha a sua volta, e percebe que tudo está escuro. Pacientemente acompanho todas as suas fases pelas quais eu já passei: empurra a porta, puxa a porta, empurra, puxa, empurra puxa. Visivelmente nervoso ele passa a mão pelos cabelos, e por impulso tenta ligar o celular, mas percebendo novamente que ele está sem bateria, guarda com raiva o aparelho na mochila.
Me sento perto das minhas coisas, e no momento me sinto despreocupada, ou conformada, com a situação em que nos encontramos. Não vi mais nenhuma saída em toda e qualquer porta que abri, acabei encontrando aliás mais um trouxa que ficou preso no ginásio na véspera de ano novo. Não quero chamar a polícia. Não quero virar notícia. Vou fazer o que?
— O que você está fazendo sentada? Temos que sair daqui! —  Ele diz irritado, apenas dou de ombros.
— Obrigada por me notificar de algo que já sei a pelo menos uma hora, talvez? Não tenho certeza. Eu estava exatamente tentando achar uma saída quando entrei no vestiário masculino, todas as outras portas só tem as janelas abertas, e eu pelo menos não passo por nenhuma. — Pego meu celular e olho o horário. — Agora são 22:00, perfeito, estamos presos oficialmente em qualquer época do ano. E eu estou só com 5% de bateria...
— Espera, você tem bateria. Liga pro Jay! — Sunghoon anda rapidamente em minha direção, e tenta pegar meu celular, mas sento em cima do mesmo antes que ele consiga.
— Ei, pera ai. E ele vai fazer o que? Além de ficar preocupado.
— Vai logo, antes que acabe a bateria! — Ele da pulinhos no lugar, nervoso.
— Ta… Ok. —  Pego o celular e procuro o número de Jay. Não eram os meus planos chamar a polícia, mas muito menos ter mais alguém aqui comigo. — Jay-ssi? É a Yubin… Tá tudo bem comigo… 
— Coloca no viva voz! — Sunghoon praticamente ordena. Coloco no viva voz e viro a tela do celular para ele.
— Yubin? Você está com o Sunghoon? — Jay pergunta confuso, parece estar em um local com mais pessoas, vozes com conversas incompreensíveis balbuciam ao fundo.
— Yah, Jay-ya, me escuta! Eu e a Yubin-ssi estamos presos no ginásio da escola, você precisa tirar a gente daqui! — Sunghoon se inclina em direção ao telefone, como se aquilo fosse preciso para Jay escutá-lo melhor. 
— O QUE? — Ele de repente grita, mas alguém fala algo bravo com ele, e ele logo se desculpa e volta a falar em um tom normal, mas nervoso. — Como vocês ficaram trancados aí? Você não respondeu nem mais uma mensagem que eu te mandei, alias.
— Acabou minha bateria! Mas não importa isso no momento, o que importa é que você tem que tirar a gente daqui, tipo, o mais rápido possível!
— Aish…. Eu não sei como vou fazer isso… Tem várias pessoas aqui em casa, meus pais não vão me deixar sair agora. Eu vou tentar falar com o Heeseung hyung! Ta ok?
— Sim! E… E avisa a minha mãe, não sei exatamente o que, fala que eu estou com você talvez, e-eu não sei. — Sunghoon falava e andava de um lado pro outro, vez ou outra passava a mão pelo cabelo, lambia os lábios, e quando posicionava suas mãos ao lado das pernas batucava a ponta dos dedos contra as coxas. 
— Okay, eu vou falar com a sua mãe também, só que Sunghoon, e-... — As palavras de Jay de repente são cortadas. Viro rapidamente a tela do celular em minha direção, assustada com o corte repentino.
— Acabou a bateria. — Acabo falando mais baixo, com medo da reação de Sunghoon.
— AH NÃO! — Ele visivelmente mais nervoso passa as duas mãos nos cabelos e grita. — AAAAH QUE DROGA! — Seu grito ecoa por todo o ginásio, e isso me assusta um pouco. O grito parece drenar toda a sua força, pois ele encosta suas costas na proteção do rinque e escorrega até o chão, coloca sua cabeça entre os joelhos e assim fica por alguns segundos, em silêncio.
— Desculpa. — São suas primeiras palavras. — Mas, eu realmente não quero ficar preso aqui. Não queria ser agressivo também, só que… Enfim, desculpa. — Ele finalmente ergue a cabeça, e seu semblante já não lembra nada o Sunghoon nervoso de alguns segundos atrás, ele agora está chateado, com o lugar, com a atitude.
— Não precisa se desculpar. Eu também estava estressada quando te encontrei no vestiário. Eu chutei o armário aquela hora, por isso fez todo aquele barulho! Já passei por todas essas fases e agora estamos na mesma. — Ele sorri levemente, estica suas pernas e apoia suas mãos no chão.
—  Espero que o Jay consiga fazer alguma coisa…
— Eu acredito que ele consegue sim.
— E o que nós fazemos até lá?
Paro para pensar na pergunta de Sunghoon, e a única coisa que me vem à cabeça é fazer aquilo que ainda não cumpri, meu treino. Me levanto, vou até minha mochila e ali pego os meus patins. Enquanto os calço, o patinador sentado à minha frente me encara confuso. 
— Vai patinar? Mal tem luz aqui.
— Deve ter algum interruptor ou algo do tipo na sala de serviço. — Amarro o cadarço do pé esquerdo. — Vou ligar a luz e treinar! — Amarro o cadarço do lado direito. — Eu sei que parece loucura, mas é a única coisa em que pensei e foi o que eu vim fazer aqui mais cedo. E teria feito… Se eu não tivesse dormido. — Me levanto e caminho até a sala de serviço, onde realmente há a caixa de disjuntores. Testo um por um, até encontrar todos  os que acendem as luzes que ficam acima do rinque.  
— O que vai treinar? — Sunghoon pergunta, enquanto se levanta e me olha tirar as proteções das lâminas dos patins e entrar no rinque.
— A maior crítica das minhas amáveis colegas de time é a  minha falta de habilidade com o disco, basicamente o básico para se jogar hockey. E você já presenciou o quão ruim eu sou aqui! — Patino em sua frente e ele sorri, balançando a cabeça concordando, lembrando do dia que eu quase acertei ele e Jay com o disco. — Então é isso que eu treino sempre, depois que você acaba o seu treino e deixa o rinque livre, domínio sobre o disco.
— Isso com certeza vai soar rude, mas se você não sabe o básico para se jogar hockey, por qual motivo você está no time? — Sunghoon se apoia na parte da proteção que não tem o acrílico.
— Não tem problema, não é o primeiro a perguntar. — Me estico para pegar meu taco e disco. — É que eu sou rápida o suficiente. Na verdade, eu sou a mais rápida do time, no teste que rolou uma vez eu ganhei de todas, então o treinador resolveu me manter no time. Ele é muito querido comigo. — Jogo o disco no chão e começo a bater levemente nele de um lado para o outro, para que ele não deslize para muito longe. — O problema é que nessa parte eu sou horrível, e correr junto com o disco eu fico pior ainda! 
— E o que te motivou a entrar num time de um esporte que você não sabe jogar?
— Minha mãe! Ela teve essa brilhante ideia para eu me familiarizar com as pessoas, e socializar mais. Só que é meio ao contrário, ali ninguém gosta muito de mim.
— Comecei a patinar porque minha mãe queria a mesma coisa, que eu socializasse mais. Só que não deu muito certo. A maioria eram meninas, e eu quase não conversava com ninguém, acabei conversando mais com a minha irmã mais nova do que com todos os outros! — Olho para Sunghoon e o vejo sorrir, como se ele estivesse lembrando de algo bom. 
             Não conto o exato tempo que fico treinando, mas ficamos conversando durante ele todo. Sunghoon começou a treinar por causa da mãe, e começou com o hockey e outros esportes de patinação, mas depois preferiu a patinação artística no gelo, tem uma irmã mais nova, e aparentemente está na tv desde criança. Agora, mesmo com uma belíssima carreira formada, ele pensa parar tudo e tentar virar um idol de kpop. Falei que era loucura, é óbvio que não fui a única, ele disse, mas é algo que ele realmente quer. Saio do rinque para ver que horas são, mas assim que pego meu celular lembro de que acabou a bateria. Vou até o relógio do corredor então — 23:00.
— Já faz uma hora e nada. — diz Sunghoon. Me viro na direção que ele está sentado, e percebo que ele está colocando os patins.
— E dai vai treinar também? — Caminho até ele, e me sento ao seu lado, para tirar os meus patins.
— Não treinar. Mas vou patinar um pouco, distrair. — Ele olha para mim e sorri. Enquanto ele caminha até o rinque e começa a patinar, vou até minha mochila, procurar alguns trocados para finalmente usar as máquinas automáticas. 
Um pacote de haribo e uma água sem gás é o que me sustenta enquanto assisto Sunghoon patinar. Não sei o que está na cabeça dele no momento, mas algumas vezes que ele passa pela minha frente parece estar murmurando alguma música, talvez a última que ele fez a apresentação na competição. Não sei também se ele repara que ainda não parei de observa-lo, é simplesmente indescritível a paz que se cria em mim o assistir patinar, ele é como a neve, leve, intenso, é lindo. Dizem que a beleza é subjetiva, mas eu acredito que ela se define em Park Sunghoon.
Assim que acabo meu pacote de ursinhos de gelatina resolvo me sentar perto do pilar, e assim, me deitando no chão, coloco minhas pernas para cima, apoiadas na estrutura. Elas estão latejando um pouco, talvez por todo o esforço de mais de uma hora entre treino e admirar meu, talvez agora, amigo patinador. Deitada ali consigo ver novamente que horas são — 23:20. Será que vai ser assim? Ficaremos presos, patinando e nos alimentando de doces e bebidas das máquinas automáticas até sexta? Será que o Jay vai chegar e nos tirar daqui? Ou o Heeseung-ssi? Será que chamaram a polícia?
— Yubin-ssi? — Sunghoon chama meu nome, quebrando minha linha de pensamento. Me sento e viro em sua direção, ele ainda está no rinque. — É… Nada. — Ele se vira e volta a patinar para longe.
— Yah, não se chama uma pessoa, diz que não é nada, e patina para longe! — Levanto e bato a minha mão pela calça, tentando tirar toda e qualquer sujeira que estiver em mim. — Pode falar agora!
— Não é nada demais.
— Park Sunghoon! Me diga o que é! — Ando até a proteção e fico apoiada ali, o encarando. Ele então vem patinando e para em minha frente, não havia reparado de longe que ele estava tão ofegante.
— Eu só… Eu só ia perguntar se… Você não quer patinar comigo?! 
Eu tenho certeza que após sua pergunta eu até pisco mais devagar, não acreditando no que meus olhos e ouvidos acabaram de me proporcionar. Tenho certeza também que minha boca está um pouco aberta, pela minha incredulidade com a pergunta, pois sinto os cantos da minha boca ficarem levemente secos. Mas antes que eu pudesse ter qualquer outra reação mais racional, Sunghoon já começa a falar novamente.
— Não é nada demais, é só que você estava ali, deitada, parecia sozinha e chateada com a situação, mas enquanto eu te vi patinar, que dizer, você estava patinando na minha frente né, você estava mais relaxada apesar de concentrada, e também… 
— Podemos patinar sim! — Corto suas palavras que estão sendo lançadas para fora como um bando de cabritos desgovernados, suas bochechas estão enrubescidas e eu tenho certeza que não é pela patinação e nem pelo frio. — Só vou colocar os patins de novo, ok? — Sorrio e me viro, indo em direção aos meus patins largados próximos ao banco. 
Assim que entro no rinque é como se fosse a primeira vez, minhas pernas estão bambas e o frio parece ser muito maior ao que eu estou acostumada, a diferença é que dessa vez eu sei que o que fazer para não cair. Sunghoon parece tenso demais, parece que ele mesmo pode escorregar e cair a qualquer momento.
— E o que podemos fazer? Só patinar e conversar? — Estamos parados no meio do rinque. Sunghoon está agora com as mãos no bolso, e apenas levanta os ombros num sinal de “não sei”. — Quer apostar uma corrida?
— Corrida? — Ele me olha e ri. — Por que isso agora?
— Ué, você falou que fez aquele esporte de corrida, de patinação, não sei. Vamos testar quem é mais rápido! — Começo a patinar para mais longe.
— Yah, mas eu fiz a muitos anos atrás, e eram aulas! 
— Mas agora você sabe patinar bem, então acelera! — Grito e começo a patinar mais rapido. 
Acho que as regras nem existem, mas fica claro que é para dar a volta completa no rinque. Começo a patinar mais rápido e Sunghoon não demora para perceber que estou falando sério, então começa a patinar também. Ele me alcança logo e começamos a patinar um ao lado do outro, sinceramente, as pernas dele por serem mais compridas não lhe garantem alguma vantagem?
— Sunghoon-ssi, você está roubando! — Reclamo quando tenho que freiar um pouco pois ele corta a minha frente.
— Isso não é roubar, é estratégia! — Sua voz é pura alegria, e ele sorri a todo momento.
— Ah claro, estratégia! — Acelero novamente, conseguindo agarrar sua blusa. — Vale se eu der uma puxadinha em você?
—  Nem pense nisso, nós dois vamos cair! — Ele então diminui a velocidade. Aproveito e passo por ele, rindo. 
Na brincadeira ele tenta segurar meu braço, mas eu não estava esperando. Acabo sem querer virando demais meu pé esquerdo e acertando meu pé direito, e isso faz com que eu perca o equilíbrio e caia. A pancada não é a mais forte que já levei, mas está longe de ser o tombo mais simples, meu cotovelo esquerdo arde, e a parte de trás da minha cabeça parece latejar. Acho que estou tonta.
— Yubin-ssi! — Escuto Sunghoon falar mais alto, assustado, e não demora para seu rosto aparecer na minha frente, ou sobre mim nesse caso. — Desculpa, não era pra isso acontecer, machucou alguma coisa? Você está bem? — Seu semblante é completamente diferente de alguns segundos atrás, ele agora está sério, e preocupado com a minha situação. 
— Me dá uma ajudinha! — Peço, erguendo a minha mão direita. Ele se levanta e me ajuda a sentar. Estralo meu pescoço e apoio minhas mãos no gelo, estou menos tonta.— Estou bem! Só um pouco tonta, mas não foi tão feio assim. Acho que só… — Olho meu cotovelo esquerdo, erguendo a manga da camiseta, ralado, mas nada demais. — Tudo em ordem!
— Você ralou! Quer fazer um curativo? Devem ter alguma coisa, com certeza! — Ele pergunta enquanto me ajuda a ficar de pé.
— Ta tranquilo, mesmo! — Apoio minhas mãos em minhas costas e inclino para trás, para dar uma alongada. Nesse momento que olho para cima, vejo que há janelas acima da arquibancada, que não parecem tão distantes para alcançar, e muito menos são pequenas. — Sunghoon! Olha, por aquelas com certeza a gente passa! — Digo em euforia, dando batidinhas em seu ombro e apontando para as janelas, para que ele olhasse logo.
— Eeei, mas como vamos alcançar aquilo? Não tem como! 
— Dá sim! Vamos, deve ter alguma escada, ou a gente empilha alguma coisa, pelo menos você alcança aquilo! — Patino até a porta do rinque e saio, e enquanto eu tiro os patins Sunghoon vem vindo também, mas com bem menos esperança e vontade. 
Assim que acabo de tirar os patins, me levanto e começo a guardar todas as minhas coisas, se tudo der certo a gente sai daqui com tudo. Meu parceiro de confinamento não parece tão animado, Sunghoon vai fazendo as mesmas coisas que eu de uma maneira desacelerada, ele parece pensativo, não disse mais uma palavra depois da descoberta da janela. Levo minhas coisas até o último andar da arquibancada e tento ver o quão alta é a janela, não vamos precisar de muito, principalmente para o Sunghoon, que qualquer coisa ele sai e pede para me buscarem depois.
Desço a arquibancada e vou até o corredor em busca de alguma escada ou algo que pode ser empilhado, e no passo desacelerado, o patinador ainda está subindo a arquibancada para deixar suas coisas. Abro novamente porta por porta no corredor, e revisto principalmente as salas que parecem ter materiais de limpeza e coisas de manutenção, mas nenhuma parece querer me dar uma escada e facilitar essa fuga.
— Sunghoon-ssi, tinha alguma escada no armário que você estava? — Grito para meu desanimado colega sentado na arquibancada do outro lado do rinque, enquanto fecho a porta do vestiário feminino.
— Não me lembro. — Responde sem muito pensar.
Abro a porta do vestiário masculino levemente irritada pelo Sunghoon não estar me ajudando em nada, que inferno, ele que estava aos berros no telefone pedindo pelo amor de Deus pro Jay nos tirar daqui! A porta do armário havia ficado aberta, então assim que entro no vestiário percebo que ali dentro tem uma escada. Carrego o nosso objeto salvador até a arquibancada, e com um leve esforço subo os degraus.
— Você poderia me ajudar… — Digo sugestivamente,mas de forma direta à Sunghoon, que se levanta e realmente me ajuda. Ele abre a escada embaixo de uma das janelas, e eu subo, percebendo que com um pouco de esforço eu consigo também alcança-la. — Ok, você vai primeiro, acho que consegue com mais facilidade.
— Ok. 
— Qual o problema? — Desço os degraus e ele olha para mim. — Até a algumas horas atrás você estava tão chateado quanto eu de estar preso aqui, o que mudou?
— Nada. Isso só vai dar errado. — Ele diz sem olhar na minha direção.
— Isso não vai dar errado! Mente pro Jay depois, mas não pra mim agora. — Digo séria. Toda essa mudança repentina de humor dele começa a me irritar.
— É que… Aaah...— Ele suspira, soltando todo o ar de seus pulmões, e apoia a testa no último degrau da escada. — É só que você estava sempre evitando de sair com a gente, digo, eu, o Jay e o Heeseung hyung, todas as vezes você negava, e aqui eu finalmente consegui conversar com você! — Agora ele me olha nos olhos, de maneira séria, e ao mesmo tempo preocupado. — Eu não sei exatamente o porquê de você sempre negar, mas é que… Você ainda vai conversar comigo depois daqui? — Sua pergunta é sincera. Engulo seco, confusa com toda a situação e sem saber o que responder.
— Sunghoon-ssi eu… Eu não sabia que te chateava eu não sair com vocês. Eu sei que é algo que incomoda o Jay, mas não sabia que chegava em você.
— Muitas vezes fui eu que falei pro Jay te convidar! O passeio no aquário, o em Hongdae, a ida ao Lotte World… Foram ideias minhas, que eu achei que você ia se animar, mas você recusou todas também. Então eu fiquei pensando, você falou comigo aqui porque era a única opção, mas e depois? —  Cada resposta me deixa mais desnorteada, não sabia que alguns convites partiam do Sunghoon.
— Eu… Desculpa. Eu realmente não queria te chatear, ou o Jay, e talvez o Heeseung, nunca nem cheguei a conversar com ele, só não me sentia segura, nunca me sinto. O que mais escuto todo dia é coisa ruim sobre mim e por isso mesmo eu vivo com um discurso depreciativo, como diz o Jay, então acho que acabei trazendo isso pro meu dia a dia. 
— Eu sei, o Jay sempre reclama disso, de verdade. — Ele sorri um pouco, provavelmente lembrando das reações do amigo quanto a mim. — Mas então promete, que saindo daqui você ainda vai conversar comigo, e vai sair com a gente? Ou… comigo? — Ele volta a ficar mais sério, mas eu sorrio dessa vez.
— Prometo. Eu prometo! — Sunghoon sorri novamente, um sorriso largo, que faz sua covinha da bochecha direita aparecer. — Agora vai, sobe logo e sai daqui!
— Não, você tem que ir primeiro, eu seguro a escada!
— Mas é mais fácil pra você! E tem que ver se tem alguma coisa para nós cairmos em cima, ou botar o pé pelo lado de fora, pois direto pro chão é muita altura.
— Ah ok, mas você vai primeiro! — Ele diz enquanto sobe a escada. Ao chegar no último degrau, e observar lá fora, sua constatação é de que há pilhas de neve embaixo das janelas, pois logo ao lado passa a rua de entrada para o estacionamento da escola. Se há neve do outro lado da rua, há desse lado também, ele diz com confiança.
Enquanto subo os degraus, Sunghoon se posiciona na parte de trás da escada e a segura para mim. Assim que chego no último degrau vejo que se eu for tentar passar com todas as coisas não vai dar certo, então, pela janela do lado, começo a jogá-las o mais perto da parede possível, para que eu não atinja nenhuma delas quando cair. O som do impacto lá fora não é muito alto, pode ser que tenha neve mesmo. Dou alguns pulinhos antes de conseguir me apoiar na parte debaixo da janela, e consigo apoiar meus cotovelos, mas me falta força para jogar minhas pernas.
Meu agora colega de fuga apoia então suas mãos abaixo dos meus pés e os impulsiona para cima, me possibilitando então jogar um dos joelhos e o apoiar, a esquadria da janela é desconfortável sob meu peito, mas nada que uma pomada contra pancadas não ajude depois. Assim que consigo jogar a primeira perna para fora da janela, sinto meu corpo todo escorregar junto, pela espessura da parede não ser das maiores, e não tenho muito tempo de reagir, só consigo me empurrar para um pouco mais longe da janela, com o cotovelo, e torcer para que a pilha de neve realmente esteja lá embaixo.
— Yubin-ssi, tá tudo bem? Shim Yubin! — Sunghoon grita de dentro do ginásio. A neve fofa e gelada sob meu corpo parece me anestesiar, o ar frio me congela. Não acredito que estou do lado de fora, finalmente. Estou deitada paralelamente a parede, mas o mundo a minha volta de repente parece imensurável.
— Eu to bem! — Finalmente grito de volta. — Tem neve, pode vir! Mas vem por outra janela, se não acho que você cai em cima de mim.
A mochila de Sunghoon é então arremessada junto as minhas coisas pela janela que está para o lado dos meus pés, e não demora muito para eu ver a sua perna passar pela janela acima de mim, depois o braço, e de repente um corpo inteiro cair. Rolo o mais rápido que posso para o lado, o suficiente para desviar do corpo do patinador desastrado.
— Seu trouxa, eu não falei para usar outra janela! — Dou um tapa em seu braço e deito novamente de costas na neve.
— Desculpa, acho que não ouvi essa parte! — Ele está ofegante, mas sorrindo. — Que horas são será? — Ele olha para mim, então olho para o céu.
— Não tenho ideia… Meia noite? — Mal podemos ver as estrelas, se elas estão pelo céu esta noite, as luzes de Seoul não as permitem brilhar.
— Será? — Nossa pergunta é respondida com fogos estourando no céu. Não há gritos, nem risadas, apenas o barulho dos fogos. — Uaaaa, é realmente meia noite! 
Olho então novamente para Sunghoon, que agora encara os fogos que explodem acima de nossas cabeças. A covinha de sua bochecha direita está aparente com o sorriso largo que se sustenta em seu rosto, provavelmente uma mistura de alívio por estar finalmente do lado de fora com a euforia que os fogos causam. Estou perdida demais em seu rosto para perceber o movimento de quando ele volta a me olhar. Ele arregala seus olhos por alguns segundos assim como eu, pois nenhum dos dois esperava por aqui.
— Ah… Feliz Ano Novo, Yubin! — Ele sorri.
— Yubin? Só Yubin? — Me sento rapidamente, fingindo surpresa, quando na verdade eu queria estar dando risada.
— Não, desculpa, Yubin-ssi… — Sunghoon se senta, balançando as mãos como se tivesse dando tchau para alguém, nervoso. Eu não aguento e começo a rir.
— Calma, não tem problema! — Ele respira aliviado e sorri de novo. — Mas você é mais velho que eu, então se for assim… Feliz Ano Novo… Oppa! — Faço questão de falar com ênfase a última palavra, que faz suas bochechas corarem. 
— Argh, não, não, vamos continuar como antes Yunbin-ssi! — Ele diz rindo. 
— Ok, a gente precisa ter mais intimidade pra isso. — Nossa conversa é interrompida então por um carro que, pelas luzes, é possível ver que é a polícia. — Ah, droga, eu sabia que a saída dele seria chamar a polícia.
— Do Heeseung hyung? — Sunghoon pergunta, se levantando e batendo em seu corpo para tirar a neve acumulada. 
— Não. — Me levanto também. — Park Jongseong. — Dizemos juntos.
Assim que o carro estaciona, dois policiais, Jay, Heeseung, e uma mulher, descem do carro e começam a andar em direção a porta de entrada do ginásio. Com um tapa na testa Sunghoon resmunga pela sua mãe estar ali, e assim descubro quem é a mulher. Para descer a pilha de neve, sem pensar muito, Sunghoon segura minha mão, e de mãos dadas andamos até o carro da polícia, Jay já está aos berros na porta de entrada, nos chamando.
— Ah… — Sunghoon suspira e ri ao ver a cena que o amigo está fazendo. — Feliz Ano Novo, de novo, Shim Yubin. — Ele olha para mim, sorrindo, e segura mais forte minha mão.
— Feliz Ano Novo, de novo, Park Sunghoon. 
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suburbanaco · 4 years
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Mateusfazenorock (entrevista)
Por Uirá dos Reis
Dias depois do lançamento de seu disco “Rolê nas Ruínas” (e depois de infinitas audições em looping) decidi chegar junto do Mateus e conversar sobre seu disco, o que me levou a pensar em outras questões que estão presentes no álbum, que é um disco de rock incomum (o que é uma pena, obviamente), livre ao ponto de passear por quantas paisagens e culturas musicais se queira, com melodias por vezes dançantes, as vozes por vezes sacanas e tudo abertamente corpóreo, seja para o sexo, para a festa, para a luta ou para a morte. Rock and Roll. E funk e reggae e MPB: Rock de Favela. Suas letras trazem temas muito sérios que, não obstante me tocam diretamente, como o racismo ou questões de classe. Decidi me convidar para entrevista-lo por e-mail e assim fizemos por algumas semanas – que ele me impôs um hiato profundo até que voltou com a explicação já no título do email da manhã: “Demorei mas mandei. Foi mal a demora, andei introspectivo e com dificuldade em verbalizar as coisas”. Salve, Mateus Fazeno Rock!
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Foto da capa de Nay Oliveira e arte de Fluxo Marginal
Ouça “Rolê nas Ruínas”: https://www.youtube.com/playlist?list=PLLNpitdnzc837Er9ofKK2CXLsY3KRnvlf
Percebo que há em seu trabalho um interesse forte na letra. Em todas as suas canções o que é dito através da letra, que resvala na música, nos arranjos e por fim na performance, tem importância declarada. O que entrou primeiro em sua vida, a literatura ou a música?
Passei um tempão refletindo pra responder essa. Precisei ir lá na infância, mas na real com essa pergunta posso pensar em várias fases da minha vida. Se for na infância a música, com certeza a música. Tive várias formas de receber essa arte. Meu avô comprou um violão pra um amigo seu tocar aqui em casa aos domingos e esse violão foi o instrumento que usei pra fazer barulho bem cedo, antes disso teve a bateria de panela também. Mas se formos falar de um processo mais consciente a minha imersão nos saraus lá pra 2008 numa praça aqui perto de casa, me fez exercitar as duas linguagens de forma conjunta. Poesia e música. Se bem que a leitura também foi bem compartilhada na infância pq enquanto eu era criança minha mãe tentava retomar os estudos e passar no vestibular então liamos juntos. Não tenho um pai então muito do meu aprendizado tem a ver com momentos em casa com minha mãe, vó e vô.
O seu projeto tem um nome curioso que aponta pra um estilo musical específico, o rock, e que a partir deste nome seu disco poderia ter sido de muitas maneiras no que diz respeito ao som/sonoridades. Você evoca esse estilo musical – e ele está presente na energia de todas as faixas, certamente – mas não se prende a ele. É bonito isso, porque me parece que você está mais devotado à favela que ao rock, uma vez que existe o funk ali, o rap ali, por vezes a percussão tem mais importância que a guitarra... A atitude do seu álbum, digamos assim, é rock, funk ou rap? Quais elementos dentro dessas três culturas te interessam e influenciam?
O que me interessa nesses três caminhos de música, é que suas essências apontam prás festividades e histórias de um povo em seus territórios. Evocam libertação. Percorrem caminhos contrários aos apontados pelo mundo branco. Aos mesmo tempo é contraditório pq usei no disco como referência o Nirvana/Kurt Cobain, um representante bem branco do mundo do rock que marcou com certeza muito forte meu interesse pela música e pelo som. Mas quis e quero ir mais fundo e sei que fazer rock é muito sobre contar histórias e que existe um mundo imenso submerso por fontes limitadas de informação.
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Seu disco é claramente um disco extra-Regional II. Não  me parece que lá alguém faria um disco de rock que não fosse indie em alguma medida, e também acho que jamais olhariam para o funk com tanta intimidade ao ponto de colocar em seu rock elementos do próprio funk brasileiro. Bom, você é um rapaz da Regional VI, do bairro da Sapiranga na periferia de Fortaleza, vizinho da minha amada Messejana, que é de onde venho. Como ter sido criado num bairro da periferia de Fortaleza, com seus sons, morais e ritmos próprios (bem diferentes dos sons, morais e ritmos da classe média), tendo estudado em escola pública de bairro, te afeta como artista e como pessoa sobretudo quando em contato com esses novos círculos sócio-culturais aos quais, suponho, agora te são permitidos o acesso por conta da arte?
Ainda não são meus espaços. Só me sinto bem quando não estou sozinho nos pontos de arte tido como centrais. Agradeço por ter encontrado estima e poder pra pensar sobre meu passado presente futuro e fazer algo com isso. E também por ver hoje vaaarios pivete na Sapiranga fazendo coisas incríveis. Mas também um salve pras que crescero cmg e hoje fazem coisas incríveis por aí, roberta kaya, lelé, mario magno! Não espero estar em relação de dependência com os espaços centrais e espero encontrar meios de sobrevivência a parte desses pactos.
A arte salva?
Não sei. Acho que não. Pelo menos não sozinha ou não da forma que ela é utilizada hoje. Pra eu ficar pelo menos bem preciso de tanta coisa que a arte não dá conta. Um chão, memória, comida, paciência, família. Arte pode caminhar com tudo isso, mas sozinha ela não dá conta.
Gostaria que você me contasse um pouco da história do disco “Rolê nas Ruínas”, que é produzido por Rami (Freitas) e tem presença imensa do Caiô e do Nego Célio. Me conta como isso se foi desenhando, como se foi construindo esse grupo e esse trampo, também me conta como se deu a aproximação com cada pessoa envolvida no trabalho?
Acho que fui entendendo aos poucos o que eu tava fazendo. Em 2017 eu tava pensando em gravar um EP com 5 músicas, de músicas que eu escrevi entre 2016 e 2017. A ideia era um trabalho apenas com vozes e se surgisse algum instrumento, que fosse sutil. No final, a vida foi andando e não rolou. Em 2018 foi que eu comecei a reunir outras músicas que já vinha compondo nesse caminho e pensar o que fazer com elas. Tinha acabado de me conectar com o Caiô e com o Célio. Separadamente, cada um em um contexto. Sendo que, na real, o Caio eu conheço desde 2011 através da Viviane Brasil grande amiga que já trabalhamos juntos no projeto dela. Eu, ela e Roberta. Enfim. Comecei a mostrar as músicas pro Caio, na verdade, já estávamos nessa troca. Fizemos até uma música juntos e íamos gravar. Aí propus da gente criar esse projeto mais voltado pro rock, Não vou dizer o nome rsrs talvez isso seja algo mais à frente.  Enfim chegamos a gravar guia de slowmotion e de outra que acabou não entrando quando rolou a cisão. Que tipo, Caio precisava cuidar do outragalera e eu precisava muito fazer isso se não enlouquecia. Então decidi focar apenas em produzir o disco sem pensar em fazer show nem nada disso. Mas aí quando abri o processo na internet foram rolando convites e eu entendi esse movimento como uma parte importante para compreender e evoluir com o que eu tava fazendo, também foi fundamental pra eu conseguir alguma grana que apoiasse de alguma forma a produção, fiz algumas apresentações com cachê 100, 200 que me ajudaram bastante (embora eu tenha tido que trabalhar de mil outras formas pra conseguir custear os processos de produção). Quanto a participação do Caio e do Célio foi bem natural pq paralelo a isso, fizemos um som juntos chamado A guerra entre nós e esse som foi fundante de um espaço/conexão que é pra nós uma base de trabalho, a Espelho Negro. Temos algumas músicas lançadas juntos e outras na gaveta mas muitooo desse processo foi compartilhado com eles, então natural mais que natural eles estarem tão presentes. Porque são presentes na minha vida também. Quanto ao Rami já trabalhamos juntos a cinco anos em vááárias missões. Confio muito nele e o acho incrível e sensível demais e sabia que ele me compreenderia sonoramente, então partiu!
Complementando, não queria deixar de fora Nay nem Arara nem fluxo nem Gustavo Portela nem Eric. Porque todas essas pessoas são importantes pra mim e foram muito importantes para a construção do trabalho mas também fico naquela, de a resposta ser muito longa. Então só agradeço muito que essas pessoas estejam presente, pra além desse trabalho em outros e pra além do trabalho amo e admiro tods.
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Mateus com Eric Lennon e Rami Freitas
Como é você criando? Obcecado? Ou lida de boa com as ideias martelando na cabeça, e faz uma coisa, faz outra, volta, faz de novo, faz algo novo... Como funciona a criação pra você?
Depende muito da fase/etapa ou de como aquilo que tá surgindo mexe comigo. No geral eu to sempre tentando fazer música kkkkk as vezes fico fazendo várias coisas, apenas como exercício de compor, de testar melodias, palavras, ritmos. Acho que as músicas que foram a frente nesse disco, por exemplo; elas me vieram muito ao acaso, no sentido de que só depois que eu faço, eu percebo o quanto aquilo mexeu comigo e me instigou a ficar repetindo. Algumas vieram praticamente inteiras duma veizada só... Do Harlem a Cajazeiras, eu fiz na rua vindo da casa da roberta pra minha (ela mora na rua logo aqui ao lado). Trilha Sonora também foi de uma vezzz. Agora teve música como Missa Negra que eu fiz uns versos numa semana, mandei pra algumas pessoas pra ver se instigavam a terminar comigo ou só mesmo pra trocar ideia. E na repetição aqui em casa é que foram surgindo os outros versos. Acho que também quando faço um versinho que gosto muito de cantar e tocar e mexe comigo, eu fico repetindo mil vezes durante vários dias, mudando a forma, mexendo com ele e aí isso vai se desenhando e evoluindo e ganhando forma. Minha forma de compor mudou muito da adolescência pra cá, as músicas que fazia mais novo, vinham muito de imaginar possíveis situações ou me inspirar em narrativas de livros que lia e hoje acho que as palavras estão pregadas no meu corpo.
Sua presença no palco é muito marcante porque sempre coloca o público numa espécie de deleite afirmativo que é muito bonito. As pessoas costumam estar felizes em te ver, estão emocionadas, agitadas, se reconhecendo em algo que é vigoroso e bonito, e elas sabem disso. E você tem uma extensão vocal acima da média dentre os cantores e uma voz muito linda, mas também é impressionante o seu corpo em cena, porque toda sua expressão é poderosa. Você falou de ter feito CPBT ainda em  2012. Qual a importância da performance no seu trabalho como músico? A atuação te interessa? Já atuou? Se sim, pode falar dessa experiência?
Estudei teatro pelo CPBT 2012 e atualmente faço formação continuada em teatro na Vila das Artes. Me interesso pelo teatro desde 2011 mas as ações que fiz no teatro sempre foram muito pontuais e espaçadas. Não sei exatamente se o que faço no palco com a música tem a ver com o teatro. Porque refletindo aqui me vejo como um ator muito imaturo e destreinado. Acho que o que acontece no show tem muito mais a ver com a minha vontade de estar ali, e quando não consigo colocar minha energia ali por algum bloqueio que eu sinta, saio triste.
 A primeira vez que te vi, e já tem uns bons anos, foi na banda Casa de Velho. Eu já era amigo do Marcus e do Rami. Essa foi a primeira banda da qual você participou? Teve algo antes? Você falou dos saraus no seu bairro em 2008, conta um pouco também dessa experiência? 
Minha primeira banda foi com 14 anos, mas ficava só ensaiando kkkkk juntando os trocados e indo pra estúdio ruim tocar sem se ouvir kkkkkk ! Depois participei de um projeto chamado Arte no Beco, que surge no contexto desses saraus. Era muito ligado a um movimento político que era ativo no meu bairro na época e nós ensaiávamos na praça e tinha prática de ensinar pra pivetada tocar percussão. Nesse projeto eu passei por todas as funções, percussão, violão. Guitarra, baixo e voz. Depois entrei no CPBT 2012 (Curso Princípios Básicos de Teatro, que acontece no Theatro José de Alencar) e conheci a Viviane Brasil, aí nessa época eu e Roberta Kaya tocamos num projeto pensado pela Vivi. Eram músicas da Vivi, e a gente tinha muito forte nesse projeto o lance de construir arranjos com as 3 vozes. Foi muito importante essa experiência pra mim. Depois segui um tempo experimentando coisas eu e Roberta, chegamos a nos apresentar algumas vezes. Faziamos versões de diversas músicas. Eu gostava muito. Só depois veio a Casa de Vei.
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Foto Nay Oliveira 
FAIXA A FAIXA
As letras, por Mateus Fazeno Rock:
 1. AS VOZES DA CABEÇA
Sei que não parece uma ligação direta mas me inspirei de alguma forma nos Os Tincoãs pra fazer essa música e por isso também compartilhei com meus amigos. O nome inclusive veio antes de eles fazerem a parte deles, o Caio escreveu primeiro, o manda bala dele vinha logo depois que terminava minha parte e a gente mandou áudio pro Célio, depois fui pra casa do Célio e ele tinha feito a parte dele. É sobre dores e revolta, e fragilidades e nossa saúde física e mental. Aquilo que a gente sente na pele, diretamente na pele.
2.BEMLETINHA/SLOWMOTION
Sentimento de vulnerabilidade na volta pra casa. O que costumam ver sobre meu corpo é que causo medo quando volto a noite. Esteja eu lombrado ou não. Mas o medo é meu e é real, de morrer por tá passando num lugar que eu não devia tá passando, de alguém achar que vou roubar e decidir me espancar, ou de a polícia ficar com raiva por não achar nada nas minhas coisas e começar a me bater (como já aconteceu bem mais de uma vez.)
 3.LEGAL LEGAL
A gente costuma ter patrões brancos, contratantes brancos enfim, gente que tem poder e grana, brancos. E por conta disso ficar de alguma forma condicionado às escolhas dessas pessoas e que situações de trabalho ou de estrutura vamos ter.  É uma resposta a isso, a alguns desrespeitos que já passei ao longo da vida em trabalhos artísticos ou não. Teve uma situação mt especifica que aconteceu no dia que fiz essa, que inclusive veio de uma vez só (a música). Mas é isso, quem é vai entender.
 4.AQUELA ULTRAVIOLÊNCIA
A música é do Caiô, e me vejo nela pela semelhança dos processos de vida e de entendimento das próprias ações e também do que nos sujeitamos quando relacionamos nossa vida e nossas histórias de vida com os playboy. Não vai existir cuidado com nossa saúde e é isso. Desviar.
5. NÉVOA
Não sei muito o que dizer sobre essa. É sobre paixão, sobre momento, sobre encontrar alguém e os mistérios que tem nisso.
6. MELÔDODJAVAN
Essa acho que a letra não deixa dúvidas. Posso tá enganado, obviamente. Mas é muito um pensamento sobre mim, minha voz, meu corpo, as condições que tenho pra trabalhar, minhas inspirações, meus motivos pra continuar ou parar. E gosto do Djavan que surge como adjetivo nessa música.
7. MISSA NEGRA
Ai, poderia escrever muitas coisas sobre essa música. Mas vou resumir. É lazer da favela, da juventude afroindígena urbana favelada. O percurso, as contradições, os conflitos territoriais no encontro de muita gente, o lícito e o proibido. É sobre nosso lazer por si só ser criminalizado. Nossa reunião é criminalizada.
8. DO HARLEM A CAJAZEIRAS
Outra que também que não sei se precisa falar muito. O genocídio, a direção do genocídio, a atualização do genocídio. A precarização e a violência sobre gente preta, gente indígena e favelada. É recorrente mas tratada como casos isolados e não vinculados. Mas estão todas historicamente e estruturalmente ligadas.
 9. TRILHA SONORA PARA O FIM DO MUNDO
Essa eu sinceramente não sei explicar muito bem. Ela tem muito a ver com todas as outras. E na minha cabeça é como se fosse uma caminhada, mas não uma caminhada comum, uma caminhada do meu corpo no cosmos, eu penso sobre meu encontro com o mundo branco, os baques, os caminhos de vida e de morte, penso no passado no futuro, no que me acolhe e no que me mata. É isso. É trilha dos vários sentidos da palavra trilha.
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Foto Nay Oliveira
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brazilianism · 6 years
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Como vamos sobreviver aos próximos quatro anos?
Estamos no quarto dia de governo e já deu pra sentir que a coisa não vai ser fácil - mas a gente já sabia disso. Então agora é hora de pensar em estratégia. Querendo ou não, a gente vai ter que passar por isso - e é nosso dever sobreviver da melhor maneira possível. 
Pra isso, eu acho importante a gente conversar sobre as estratégias do governo de propaganda e condução de narrativa. Todo governo tem uma, bora ver como lidar com a desse. Respira fundo que isso vai ser longo. 
Desde o período das eleições, tem que ter ficado claro pra todo mundo que se tem uma coisa em que essas pessoas são muito boas, essa coisa é lidar com redes sociais. “Ai mas olha esses memes que toscos” “putz mas o design dos ministérios tá péssimo” sim, tudo uma bagaceira mesmo pra quem tem um treinamento estético, mas gente:::: é estratégia. Ou ceis acham mesmo que não dava pro planalto ter os melhores designers que quisessem? assim como as fotos do dito cujo lavando roupa no tanque e comendo pão com leite condensado sem nem uma toalinha de mesa, a aparente ‘simplicidade’ e esse aspecto mais raiz, menos estético, mais medíocre, tem uma mensagem em si - e tem um objetivo propagandista. Que também é o mesmo objetivo do nosso presidente - e de outros presidentes - ao preferirem se comunicar oficialmente através do twitter do que indo a redes de comunicação tradicional. Ele não só controla a narrativa, como passa uma ideia de aproximação com a população sem intermédios burocráticos - ele é um outsider, afinal de contas, não? ele está lá pra “mudar isso daí”, não era isso? nada mais estratégico do que passar visualmente a informação da mudança - e da mudança pra algo... menos elitista. Que, pra nós, aqui militância da internet, soa como cafonice e vira meme. Newsflash, ou bora dizer em português pra já ir atuando, tapa na cara do dia: é isso que eles querem. Que vire meme mesmo. Bora explicar porquê. 
Lá fora, nos EUA, Rússia, a galera tá chamando esse processo de firehosing [significa algo como mangueira de incêndio, no sentido de despejar muita água ao mesmo tempo]. Aqui a estratégia tem suas próprias características, mas ainda segue um padrão e ainda tem os mesmo objetivos, então dá pra estudar os casos de lá pra entender o processo, caso queiram, aqui um bom vídeo em inglês sobre esses casos. Mas bora detalhar em português. A primeira fase é uma criação de um grande número de polêmicas. Nos EUA, tudo gira em torno de mentiras óbvias (tipo, “pessoas votaram ilegalmente em dois estados”), aqui não necessariamente - a polêmica pela polêmica funciona, como “meninos usam rosa, meninas usam azul” (era isso? rs), mas também tem uma quantidade grande de mentiras, vide a mamadeira de piroca, doutrinação comunista, queiroz vendedor de carros, etcs. “AH, então é tipo uma cortina de fumaça?” sim, mas não também. Sim, porque uma ideia mais primitiva é de criar distração, mas não do jeito que a gente geralmente tá acostumado - não é pauta bomba do congresso, como a gente costumava ver. Não é UM assunto de desvio - são múltiplos, são dezenas de polêmicas em um espaço curto de tempo que torna impossível a cobertura e discussão de tudo. É só pensar em quantas a gente já teve até agora, e só fazem 4 dias que o governo começou. Isso tem uma série de objetivos, para além de tornar o foco impossível.
Primeiro, mais obviamente, se espera até certo ponto vencer pelo cansaço. Com tanta coisa acontecendo, é fácil querer desistir de acompanhar.  Segundo - cria-se um primeiro nível de divisão - e aqui a coisa começa a ficar interessante:  se objetiva criar divisões entre a oposição - abram o twitter. A esquerda já tá brigando de novo porque metade das pessoas está discutindo um assunto X e a outra metade está gritando que aquilo não é importante, pois deveríamos estar discutindo Y. Logo, aparece mais alguma polêmica pra criar outro racha em Z. Isso faz com que não somente a própria oposição não consiga unidade e crie antipatias entre si - um momento perigoso pra isso, bem perigoso ficarmos tendo ainda mais brigas sobre quem é mais vítima ou mais importante - mas também faz com que fique mais difícil pra qualquer pessoa que não esteja REALMENTE apoiando o governo e tenha alguma curiosidade na oposição de se aproximar de nós. Além do que, as briguinhas e o modo como nós compramos qualquer provocação, mesmo que ínfima, nos torna... memes. E é difícil querer se associar a isso, vindo de fora, o que nos leva a... 
Terceiro: cria-se um segundo nível de divisão, entre a oposição militância e a população que talvez não tenha tanta convicção assim no presidente (mas o apoia), a partir de...orgulho. A partir do momento em que algumas dessas polêmicas se dão em torno de coisas relativamente populares - como a fala da ministra sobre meninos, ou design do planalto, ou as fotos “do povo” do presidente - e a esquerda começa a fazer memes e piadas a torto e a direito desses assuntos, o resultado é, rufem os tambores: antipatia por parte de uma grande parte da população. Se já é difícil por conta das divisões que alguém de fora se aproxime, fica ainda pior quando as pessoas ainda se veem ridicularizadas ou antipatizadas dentro do movimento. Em outro ponto, a linguagem que a gente costuma usar pra debater também não ajuda. Então, quando se lança uma polêmica de nível menor, se espera que ela vire meme nas nossas mãos, exatamente porque isso afasta mais ainda outras pessoas. Ah, e a coisa de ficar ridicularizando os arrependidos? Isso também. Inclusive, já existem ‘bots arrependidos’ também - pra quê? por quê os robôs seriam colocados nessa posição, eles os tais grandes defensores de tais ideologias? pois é, pra virar meme na nossa mão e criar o sentimento de antipatia por outra parte. A ratoeira foi montada, e infelizmente tá todo mundo caindo. 
Segunda fase da estratégia: desmentir as polêmicas. “Pera, quê?” pois é. Lembram quando B-Filho-número-3 jogava na roda alguma grande polêmica e aí papai vinha dizer que não era bem assim? “vamo fazer a pena de morte!” versus “não vamos não, calma”? Não deu 1 dia pra Ministra estar na televisão dando explicações - ainda que inconsistentes - sobre sua polêmica e assegurando que não iam fazer nada contra grandes direitos adquiridos por minorias. Mas quando essas coisas são desmentidas, elas já foram propagandas pela grande mídia - elas já passaram em todos os jornais, elas já foram debatidas a fundo em toda a internet, e já viraram memes na mão da esquerda e a esquerda já virou meme-por-estar-fazendo-meme na mão da direita. O efeito disso funciona da seguinte maneira: o eleitor bolsonarista ligou a televisão aquele dia e viu a mídia discutindo uma polêmica sobre o seu governo. Foi pra internet, e se viu ridicularizado por causa da tal polêmica. Algumas horas depois, vai ver seu presidente - ou alguém próximo - lhe assegurar que nada daquilo é exatamente assim. Talvez até lhe digam que a mídia e a oposição mentem. Porque olha ali, o cara em si tá dizendo o oposto! Putz. Realmente, não dá pra confiar em qualquer polêmica que passe nos jornais hoje em dia. - Onde essas pessoas vão procurar informação? Não vai ser mais nos jornais (e aqui podemos entrar nos MESES da discussão de fake news, que serviram pra isso também) - e não vai ser no jornalismo de internet de oposição, jamais, pelo que vimos na fase 1 - agora, esse eleitor ainda por cima tem raiva desse grupo. A informação que resta, e que vai ser escolhida com gosto, vai ser nas redes oficiais do presidente. E nas redes que ele recomendar. 
O problema central disso: essa estratégia coloca em cheque a própria noção de realidade em várias frentes. Na primeira fase, a oposição é obrigada a questionar suas próprias noções do que é real, do que existe - e não tem nada mais cansativo do que ser obrigado de novo e de novo a ter que provar algo que parece ser uma verdade óbvia (tipo “não existe kit gay!”), o que coloca em debate nacional a própria realidade do país. Na segunda fase, a própria base de apoio começa a questionar a noção de realidade que tem e no que pode ou não pode confiar, sendo induzida a confiar apenas em uma fonte central e duvidar das demais. O objetivo central do firehosing, no fim, é criar uma realidade que gire em torno do presidente. Ele constrói a narrativa que quiser - ele questiona o que nós temos como verdade e quebra as noções do que parecia sólido até então de forma tão frequente que, em algum momento, boa parte da população já não tem mais referencial. 
A oposição se divide e, enquanto questiona as próprias noções de verdade e relevância, afasta a outra parte da população que, ao se sentir mal representada, quando não insultada, vai se ver cada vez mais convicta de que só pode confiar naquele que elegeu, e de que os motivos que talvez a tenham levado ao voto são justificados. Está feito o estrago: um fã clube pessoal do presidente, uma oposição dividida e distraída, e talvez alguns poucos centristas bastante confusos que não conseguirão também se apegar a nada. 
“Fodeu, né. Como que a gente lida com isso?” eis a questão. Primeiramente, seria ideal se o jornalismo brasileiro pudesse segurar a barra de não cobrir polêmicas excessivamente, bloqueando um pouco a fase 2. Vai ser difícil, então vamos pros lados mais práticos. Nós temos que parar de tentar lutar por polêmica pequena, nós temos que parar de perder tempo debatendo entre NÓS o que é mais importante (difícil tarefa considerando a esquerda brasileira, eu sei), nós temos que parar de cair no conto de fazer meme ridicularizando eleitores do outro lado. Eu sei, é difícil pra caralho, a gente VIVE pra fazer meme, mas se é pra fazer, faz e manda no seu grupo de amigos do zap. Deixa lá. Faz a piada entre vocês. Não joga essa merda pra viralizar no twitter. Atualmente, é desserviço. Tá vendo uma parte da esquerda discutindo algo que você não julga importante? ao invés de fazer meme dizendo “olha lá essa parte RÍDICULA da esquerda” vai lá criar post sobre o que É importante. A gente não pode mais ser destrutivo agora. A parada é construir. E, acima de tudo, a gente tem que estar atento. A gente tem que ficar ligado. Não dá pra ficar pensando que é tudo trapalhada e fonte de meme e esquecer que política é estratégia. 95% das vezes, se alguma coisa ridícula aconteceu, tem alguém que vai se beneficiar disso em algum momento. A gente tem que se manter informado e se manter atualizado das estratégias de lá. É a única forma de conter o estrago. 
Por último mas não menos importante, é importante notar: eles sabem o que estão fazendo. E são bons nisso. Então, todo cuidado com a nossa própria segurança também é pouco. Aqui eu fiz um masterpost sobre segurança digital, e quero acrescentar mais esse site aqui, agora em português como fonte de informação. Em breve eu acho que vai ser hora da gente começar a pensar em estratégias de segurança pra possíveis manifestações etcs, mas esse post já tá grande o suficiente. Espero que tenha ficado claro, mas qualquer coisa o inbox tá aberto pra maiores dúvidas ^ 
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lovefortaegi · 5 years
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A sua (in)capacidade de enxergar somente pelo que foi vivido por ti
Ou a sua (in)capacidade de enxergar o outro
Quantas vezes observo e me relaciono com pessoas que não conseguem enxergar um palmo além de suas mãos, que naturalmente colocam uma barreira entre eles e tudo que é diferente, “estranho”. E às vezes esse ‘estranho’ não tem a ver com pessoas completamente opostas à você, que são literalmente diferentes. Pode até mesmo se tratar de alguém que você relaciona no seu cotidiano, alguém que você conversou hoje, que conhece. Mas que você não tem uma interação tão profunda e tampouco completa, já que por vezes ocorrem situações em que você insere uma barreira mental entre você e a pessoa que te impede de compreender a situação dela. Vou dar alguns exemplos.
É o caso de uma pessoa que passa atualmente por uma situação de dificuldade em seu relacionamento, e que escuta coisas ruins ao tentar desabafar com uma outra pessoa que aparentemente nunca lidou com tal questão, seja porque não namorou ou por ter tido muito êxito em suas relações. Sabe aquelas palavras de conformismo ou em que você simplesmente sente que a pessoa pouco escutou do que você disse? Que ela não consegue se conectar com você, com o que você sente e vive atualmente. Aquela pessoa para quem você fala: “eu estou mal, a gente tá afastado e eu não sei como resolver isso...”, e a pessoa não compreende a sua necessidade de resolver aquilo, o incômodo que isso te dá. Ela banaliza a sua situação e não dá valor ao assunto. Porque ELA nunca sentiu isso.
Mesmo que seja pouco pensado ou falado, existe algo que anda de mãos entrelaçadas com toda relação humana: a necessidade de ser compreendido. Temos SEDE de interação sincera, de pessoas que nos compreendam. Naturalmente falando, todos buscamos isso. A diferença está na forma que vamos escolher lidar com isso no decorrer da nossa vida. Algumas pessoas, por exemplo, ignoram seu desejo inerente de serem nutridas, vivendo sobre uma filosofia de desapego, pois ‘desapegar de todos é melhor’. Pessoas assim normalmente no fundo vivem na defensiva e têm medo do que é profundo. Temem por seus motivos, podendo ser por exemplo por puro medo de se machucar, o que gera uma vontade grande de evitar qualquer aproximação que possa trazer apego e uma possível dor. Mas o fato é: naturalmente necessitamos de apego emocional e nutrição. É algo que, em níveis saudáveis, dá razão de existir, prazer em estar nesse momento presente e ter alguém para contar, para te escutar. Aumenta hormônios como a serotonina, que regula a felicidade dentro da gente. Existe sensação melhor, aquele calor que dá no coração, uma vontadezinha de sorrir, um suspiro de alívio, quando alguém realmente te entende? Quando realmente temos uma pessoa com quem contar sentimos que vale a pena viver. O momento presente nos dá prazer. Já que somos assim e somos iguais neste ponto, por que buscamos nos afastar tanto desse desejo inerente à nossa natureza?
Uma vez que desejamos isso naturalmente, negando isso a nós ou não, vamos querer sentir uma compreensão mínima ao nos comunicarmos com as pessoas. E quando entregamos parte de nós [compartilhar a dor é dar uma parte de ti ao outro] e recebemos indiferença e uma resposta um tanto ‘foda-se’ ao que é colocado para fora, a consequência é mudarmos demais a nossa relação com o mundo e conosco. Eu, por exemplo, das vezes que já recebi muitos foda-se para desabafos meus, tirei conclusões momentâneas [que tive que trabalhar sozinha, posteriormente] de que pouco vale ou pouco faz diferença se eu tô desabafando ou não, guardar pra mim é melhor e evita sofrimento. Porque, pense: estou mal, já estou numa situação triste, e sempre que vou atrás de alguém [ou alguéns] a pessoa descaradamente caga para o que tenho para dizer, sobre o que eu falei e que ela ouviu e simplesmente não fez diferença para ela [ou não ouviu, pois não se importou]. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro. A postura dessas pessoas que passam pelas nossas vidas acaba infelizmente moldando e muito a forma como enxergamos o mundo e como iremos nos relacionar com as pessoas nas próximas interações. E eu digo por experiência própria: é difícil se abrir de novo. O estrago que pessoas assim fazem é tremendo. Basta alguns [ou uma coleção] de ‘foda-ses’ para suas dores que é como se o mundo gritasse para ti: EU. NÃO. ME IMPORTO COM VOCÊ. Isso tudo foi tirado como conclusão exatamente porque o ser ouvinte não teve a capacidade de me mostrar ‘ei, eu me importo com a sua dor’ ‘eu compreendo o que você sente mesmo sem ter vivenciado’, ‘não é cansativo estar aqui te ouvindo e tentando me conectar contigo’. A pessoa não consegue [e não procura] entender pois somente ouvir o outro não basta. Para esse tipo de pessoa, é só através da vivência [sentindo na pele] que ela compreende o que é aquilo. Mas somos tão diferentes, temos vidas tão diferentes. Devemos conversar somente com aqueles que já passaram exatamente pelo mesmo? O outro não pode compreender? É normal ser assim desconectado dos outros?!
Esses são os meus pontos de crítica. E disso eu tiro uma reflexão sobre a natureza da empatia. Somos empáticos por natureza? Quem não é, tem capacidade de vir a ser? Existem os mais e os menos empáticos?
Sim, sim e sim. Sim para todas as três perguntas. Eu realmente acredito que possuímos a capacidade de desenvolver empatia, para mim todos a possuímos desde que viemos ao mundo, pois somos iguais em natureza [humana], e também por natureza somos todos Um, mas nos desintegramos em tantas coisas e grupos fragmentados que acabam se tornando opostos uns aos outros, não sabemos nos ligar ao nosso ser natural. Ser empático é um potencial, e como todo potencial, cabe ao possuidor dele desenvolvê-lo. Logo, se você não for provocada a desenvolver isso pelas pessoas que você convive quando nova, e posteriormente não for uma pessoa que desenvolverá isso sozinha em si, independentemente dos outros, as chances da empatia aflorar em você são pequenas. Numa terra onde o ego manda, a empatia não dá frutos. Ela se sente mal, tal como funciona exatamente por ser empatia: ela sabe que não dá para florescer ali, o ego não abre esse espaço pois somente as necessidades dele mandam no ‘jardim’ da sua mente, do seu interior. E assim, a empatia fica adormecida, e seu potencial cada dia mais minimizado. Ela não brilha e nem vai crescer dentro de você: seria possível crescer e florescer sem nunca nem ter sido plantada?
“Quem não é, tem capacidade de ser empático?” Claro. Mas é como eu falei ali em cima: desde que você desenvolva isso. A vida é livre arbítrio, ainda mais quando essas escolham se tratarem de algo plenamente interior, algo você-você.
“Existem os mais e os menos empáticos?” Com certeza, óbvio, sem dúvidas. Só pensar em como você possivelmente conhece ou ainda conhecerá pessoas que são mais empáticas e que são tão capazes de te ajudar e te passam uma sensação de validação e compreensão, isso mesmo sem terem vivido aquela experiência ruim. Em contraste, sempre terão aqueles [que não são poucos hoje em dia, infelizmente] que não se conectarão com o que não foi sentido na pele deles. A interação deles com o mundo é completamente egóica. Os olhos voltados ao mundo são eu-eu, e não eu-o outro. Eles não sabem o significado da *alteridade humana pois nunca enxergaram ela nos outros.
Quando alguém fala é porque quer ser escutado.
Ninguém se abre à toa.
Falando de comunicação, tem algo que eu aprendi anos atrás em linguagem com uma professora minha [incrível ela, btw. saudades] e que cabe muito aqui: comunicação e como ela pode ser ou bem ou mal-sucedida. Basicamente estamos por aí nos comunicando e enquanto fazemos isso, enviamos mensagens através de falas, energias através de corpos, e interagimos com o mundo o tempo todo. Enquanto fazemos essas coisas todas deveríamos buscar seguir alguns requisitos que regem toda relação harmoniosa: quando um fala, o outro escuta. Não é uma competição de quem fala mais, de quem sofre mais. É uma troca. E trocas envolvem esperar o outro mostrar o que ele tem para lhe dar e só depois você faz o mesmo. Isso seria uma comunicação bem-sucedida: escutar e compreender de fato o que existe por trás de uma mensagem de alguém.
Comunicação bem-sucedida - receptor compreende a mensagem passada pelo destinatário
Comunicação mal-sucedida - receptor não compreende a mensagem
Quantas relações por aí são baseadas em repetitivas e frequentes comunicações mal-sucedidas? Pessoas que “se conhecem”, parecem estar interagindo à beça, mas na realidade é um jogo de quem fala mais, de quem joga mais assunto na roda, pois conexão?... Essa não há. Não há um mergulho, por mínimo que seja, na situação alheia, no que a pessoa conta. É uma batalha de falhas, de quem segura a batata quente na mão por mais tempo, e que logo joga ao outro, ‘sua vez! fale algo, não deixe o assunto morrer’. Não há tempo para assimilar o que o outro diz. Pronto. Bora partir pro próximo assunto, e dane-se se na sua última frase/assunto, você colocou muito de si ali. Só precisamos acumular assunto e garantir que essa relação siga ‘firme’, com muuuuita falação, sem silêncio hein? O silêncio é constrangedor!
Dando outro exemplo, penso em um jovem que sofre bullying em sua escola e vai falar disso com outro colega que nunca esteve perto de sofrer bullying, nunca foi “o alvo”. Ou seja, sempre esteve longe de minimamente saber o que é sofrer bullying. Ele, se fosse empático, poderia compreender e imaginar como é difícil só de observar o colega, sem precisar passar pelo mesmo. Mas está longe de ser o caso.
E, ao invés de escutar e APRENDER com o outro - que é protagonista nesse momento - sobre a dor do bullying, o ser não dá um amparo, ele se afasta pois “não é problema dele”, e exatamente por ele jamais ter sentido isso na pele, é algo que para ele “é inútil” e muita frescura reclamar. É mais um comportamento egóico. Visualizar as pessoas a partir do eu-eu, não eu-você, eu-o outro.
E neste caso em específico sinto ser ainda mais perigoso e triste passar por isso, pois é uma questão de fragilidade tão intensa, compreende? O bullying é algo que acontece do lado de fora mas vira um demônio interno, algo que faz morada dentro de você. Pois é simplesmente difícil demais: 1º - entender por que o tamanho ódio, ninguém consegue entender de cara que uma pessoa que faz bullying com os outros no fundo tem problemas consigo mesma, 2º que a dificuldade também está no fato de que a pessoa que passa por isso vai ficar muito mais frágil emocionalmente, e ela tá construindo um muro nela. A cada porta batida na cara dela ao tentar desabafar é um tijolo adicionado no muro entre ela e o mundo. Infelizmente muitas das pessoas jovens adultas ou adultas que você conhece são fechadas exatamente por terem tido experiências que traumatizaram e deixaram elas na defensiva, no medo de se abrirem - pois não ser escutada novamente doeria demais, então é melhor nem começar a falar.
Não são poucas as vezes em que observo e convivo com pessoas assim. E te peço, com carinho, que caso você se enxergue como alguém assim, ou já tenha sido assim com alguém: primeiro, se arrependa. Segundo, se perdoe, para não viver com um peso de ter feito alguém triste, isso pode depois virar um problema com amor próprio e viver bem consigo e etc. Terceiro, mude seu comportamento de verdade. Entenda como somos OS ÚNICOS a fazerem mudanças nesse mundo. Você não consegue enxergar? Somos nós quem fazemos os estragos e as benfeitorias no mundo, temos um livre arbítrio gigante por aqui, o bem e o mal acontecem na medida [e doses] que você injeta eles pelo mundo. O amor faz bem, o ódio faz mal, a empatia entrega o bem, a indiferença entrega o mal. O que destruímos e o que plantamos. O que fazemos com cada uma das coisas que recebemos em nossa ‘mesa’ diariamente. Você tem livre arbítrio e diariamente faz escolhas. Não trate o outro como se pouca coisa ele fosse. Nem você, nem ele, nem eu - nenhum de nós merecemos receber a mensagem de que sentir é ruim, ter problemas é ruim, você é ruim, como se fôssemos erros ambulantes, fracassos que vagam pelo mundo.
Você consegue, afinal, enxergar os outros? Quando alguém lhe conta uma experiência vivida, ou quando esse alguém simplesmente é diferente de ti, pensa e possui crenças diferentes: como você o enxerga? Qual a intensidade e o tipo de interação? Você acredita que dá tudo de ti na tentativa de observar e compreender essa pessoa?
Você compreende em alguém o que você já viveu e que o outro está vivendo agora Partindo da premissa que tenho comigo de que, uma vez que estamos em sociedade precisamos interagir, o ser humano é um ser social, e esse interagir envolve trocas, já que somos tão diversos uns dos outros; a troca é o que pode formar a sua base diversificada de compreensão humana. É como se você saísse para andar num bosque, numa floresta, e aos poucos fosse coletando coisas que encontrasse pelo caminho, coisas diversificadas, prontas para formar o seu compilado de ideias diferente sobre essa complexidade chamada ‘natureza humana’.
E se você não tivesse vivido isso, ainda assim entenderia a pessoa?
Essas são perguntas que considero fundamentais de serem feitas num exercício de autorreflexão sobre ‘tenho sido um bom ouvinte?’; e não apenas nisso, mas no sentido de compreender que aquele te não te escuta que está errando. Você não é um fardo.
A vida é troca, é escuta, é transformação, mudança. E trocas, transformações e mudanças raramente acontecem se o único ‘objeto’ em questão for você. Se, na realidade, nem interação existe. Se você não sair do campo do individual, jamais conhecerá outras visões, nunca visitará outros mundos e será difícil de transformar-se, sentir mudanças acontecendo: o gosto sentido na vida será sempre o mesmo. Você só viverá pelo que acontece contigo, não pelo que ocorre com os demais, com seus semelhantes.
Quando a escolha feita é a de não se comunicar com mais ninguém que pensa ou vive uma situação diferente da sua, quando você corre da pessoa pois ‘ela está com problemas’, primeiro que automaticamente é passada uma imagem ao outro de ‘incômodo’. E além disso, você corre um risco gigante de permanecer preso em si mesmx por tempos, talvez até para a vida toda. Você vai achar que está bem em ser aquele serzinho que vive olhando para o seu umbigo e que nunca sai da bolha minha rotina-minha vida, e você pode até viver bem, mas também será limitado. Viva as relações humanas tais como elas são: carentes - num nível saudável - de apego e nutrição. De escutas verdadeiras e trocas sinceras. Acredite, no dia depois de amanhã pode muito bem ser você aqui.
Para finalizar, quero comentar a própria frase anterior: “depois de amanhã pode muito bem ser você aqui”. Até mesmo na tentativa de adentrar na pessoa para que seja entendido o que o outro passa, é necessário fazê-la ver através dos olhos do eu [ego] dela: pode ser você aqui! Não se esqueça! Isso pode se voltar contra ti.
Enfim, fico por aqui. Beijos de paz e luz.
*Alteridade: o outro, o distinto.
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justicereborn · 5 years
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Justice Reborn: Guerra Infinita (Parte 3)
Torre de Vigilância
James Grayson encontrava-se atrás de um dos painéis de controle a convite da Liga da Justiça, afinal eles tinham todo um preparo tecnológico melhor ali no alto e monitorar as operações das diferentes divisões era necessário toda a ajuda possível.
Assim, ele e seus colegas da equipe técnica responsável por conseguir manter as conexões de comunicação e por prestar o suporte que precisavam. Eles e mais de mil outros operadores contratados após a expansão e aceitação da Liga da Justiça pelas Organizações das Nações Unidas.
Porém, eles também haviam sofrido com ataques de parademônios, de alguma forma as criaturas haviam conseguido transpor as barreiras e proteções que tinham sido colocadas ao redor daquela estação espacial. A invasão nas instalações da Torre de Vigilância fez com que os poucos heróis disponíveis tivessem que pegar em armas bem como os funcionários civis.
As baixas haviam sido eminentes, pela primeira vez em sua vida que James Grayson presenciara de perto tanta sanguinolência e terror. Ao ver pessoas sendo mutiladas com os raios de plasma que eram disparados pelas criaturas.
Com um golpe bastante estratégico que eles tinham conseguido atrair as criaturas para sala de treinamento e conseguido dizimá-las ao usarem o armamento pesado que ali existia. Um problema a menos para se preocuparem.
Ele havia retornado da enfermaria, seu braço havia sofrido um arranhão das garras de um parademônio que o havia obrigado a usar uma tipoia. O ruivo odiava estar ferido, porém era algo que não havia como evitar simplesmente aconteceu. Ainda assim, sentia-se inútil quando encarava os monitores de vigilância e via todos tentando se recuperar do ataque do enxame de alienígenas.
- Como estamos operando? – disse James dirigindo-se ao restante da sua equipe que era composta por Martin Palmer, Ceci Ramon, Nick Stone e Jessy Jordan. Todos pareciam bastante compenetrados em realizar suas tarefas. – E por favor, sem piadas de que estamos entrando em colapso. Porque se essa coisa cair na superfície do planeta não vai ser algo nada bom...
- Eu já falei, sinto muito. – disse Ceci enquanto erguia os óculos de proteção do rosto – Às vezes o meu senso de humor não é dos melhores, chefe. Então me perdoa por esse vacilo. E olha só, você parece todo durão segurando essa arma de prótons e com esse braço ferido. Muy guapo.
- Eu não percebi que ainda estava segurando isto, desculpe. – disse James enquanto deixava o armamento de lado. E sentava-se em uma cadeira giratória. – E valeu por me salvar em batalha, Ceci.
- Disponha sempre que precisar – disse Ceci dando uma piscadela para James antes de retornar para os consertos – Sério, eu estou feliz de estar aqui. E pela primeira vez meus poderes foram úteis. Eu salvei alguém com quem me importo de verdade.
- Ele é um homem comprometido, Cecilia. – disse Jessy Jordan enquanto trocava as ferramentas que usava para a realização do conserto no painel de controle – Se você fosse corajosa diria isso na frente da Batgirl.
- Por favor, ele sabe que eu estou só querendo quebrar esse clima de tensão – disse Ceci enquanto cutucava a filha do lanterna verde – Sem falar que o James sabe que é tudo brincadeira. E tenho certeza de que a morceguita também sabe.
- Além de danos a instalação que estava precisando de reparos emergenciais – disse Martin Palmer retornando ao seu tamanho normal após sair em um tamanho microscópico do interior dos processadores - Por sorte, que temos ao nosso dispor todos os recursos disponíveis e pessoas para fazerem isto. Porém, os sistemas de operações ainda estão bastante danificados. A comunicação tem de ser restabelecida, afinal perdemos contato com o planeta bem com o pessoal que se encontra em Apokolips.
- Você conseguiu religar os processadores? – perguntou James.
- Sim, eu fiz a minha mágica acontecer e limpei aquela bagunça – disse Martin enquanto começava a remover o capacete da armadura que vestia – Não sou nenhum engenheiro elétrico, mas devo dizer que restabeleci os processamentos e se tudo der certo logo teremos contato com os nossos aliados.
- Bom trabalho – disse James ao seu colega de equipe e por vezes o seu rival intelectual – Vejo que vocês não precisam tanto de mim aqui, não é?
- Que é isso, nós sempre podemos usar uma mão a mais para ajudar nos reparos. – riu Martin enquanto sentava-se ao lado de James – Você pode religar os monitores agora, de acordo com o que vejo aqui encontramos estáveis.
- Sim, depois de quase morrermos – disse Nick Stone enquanto trabalhava no nível superior, utilizando de suas proporções a jato em suas pernas mecânicas para fazer os reparos mais difíceis. – Mas para quem vive em Gotham, não deve ser tão terrível assim.
- Pois é, o que é um ataque alienígena para quem sobrevive em Gotham? – riu James enquanto começava tentar restabelecer contato e fazer com que as comunicações retornassem. Porém, de repente eles começaram a escutar gritos e pedidos de ajuda vindo do restante dos operadores.
- É um novo ataque? – questionou Jessy Jordan. Foi então que eles retornaram seus olhares pelas janelas das cabines de comando, abandonando qualquer que fosse o conserto que estivessem realizando.
A visão que tiveram foi de caos e pânico conforme os trabalhadores começaram a desaparecer em pilhas de cinzas. A mente de James encontrava-se confusa, ao ver aquelas pessoas comuns simplesmente sendo reduzidas a nada bem diante dos olhos de todos. Ele deu dois passos para trás, visivelmente horrorizado enquanto sentia seu braço doer ainda mais quando apoiou-se nele em uma mesa.
- Precisamos restabelecer contato – disse James tomando a frente – Agora, temos que mandar uma mensagem para a terra. Algum de vocês conseguiu restabelecer o contato de comunicação para que isto fosse possível?
- Eu consegui, mas não sei se está bom o suficiente. – disse Jessy Jordan colocando-se de frente para um dos painéis de controle – Mas nós podemos tentar e ver se conseguimos transmitir a mensagem. Podemos tentar...
- Não é tentar ou não – disse Nick Stone – É conseguir, não existe teste beta ou nada do gênero. Estamos em uma emergência aqui. Se estivermos sendo atacados por algo, não vai demorar em o que está acontecendo com aquelas pessoas... – Porém a frase morreu e tornou-se incompleta, no momento em que o rapaz se desfez em uma pilha de poeira.
- Nick – disse James olhando para o seu amigo de infância que desapareceu diante dos seus olhos. O filho do Ciborgue, simplesmente se foi e não sabiam a razão que havia causado isto. James odiava não saber a razão para as coisas acontecerem. – Tudo bem, todos se mantenham trabalhando. Não se distraíam. Precisamos ser sucintos em nossa mensagem... - Ele respirou fundo e tentou se concentrar em discar cada vez mais rápido enquanto tentava decodificar uma mensagem primária.
- C-Com-Consegui con-conexão com o planeta – disse Ceci Ramon em meio a engasgos afinal ela estava chorando frente toda aquela situação – Senhor? O que será de nós? James, o Nick se foi.
- Eu sei – disse James tentando não deixar o pânico lhe dominar – Temos que concentrar que a nossa mensagem consiga chegar ao seu destino. E enfim ser captada pelos computadores da STAR Labs. Quero todos concentrados nisso, estão me ouvido?
- Consegui captar uma mensagem de Star City – disse Jessy Jordan enquanto abria a rede de comunicação e estabelecia uma mensagem de voz que soou nos interfones.
- James, eu preciso que você encontre o Zane. – soou Katherine em seu comunicador – Tente rastreá-lo e nos mande sua localização se possível. James? James? – Ela fez uma pausa - Meu comunicador não funciona.
- Essa mensagem tem quanto tempo? – perguntou James para a Jordan, porém quando voltou seu olhar para o lugar em que ela deveria estar não encontrou ninguém. Eles tinham perdido mais um deles.
- Eu assumo o lugar dela – disse Martin seguindo em direção área antes ocupada pela garota – Ceci, você está bem? Fala comigo, precisamos de todos nós agora para essa situação funcionar. Não entra em pânico, só faça o que você sabe fazer.
- Ela desapareceu – disse Ceci – Eles desapareceram assim como todos estão desaparecendo na Torre de Vigilância. Isso não parece ser um ataque, mas sim um extermínio em massa. Você ouviu a mensagem da Batgirl? O Zatara também deve ter sumido.
Sim, James havia concluído aquilo da primeira vez em que ouvira a mensagem. Ele fazia ideia de que a manopla do infinito provavelmente tinha poderes o suficiente para dizimar um planeta inteiro. Perguntava-se haveria limites para tanto poder e se eles estariam lidando com algo que fossem capazes de vencer. Pensou naquela situação e se perguntou: O que o Batman faria?
- James, eu preciso que você encontre o Zane. – disse Katherine em seu comunicador – Tente rastreá-lo e nos mande sua localização se possível. James? James? – Ela fez uma pausa - Meu comunicador não funciona.
- Eu ouvi da primeira vez – disse James por mais que em seu peito sentisse um alivio em ver que sua namorada estava bem. Ou quem sabe ela também houvesse desaparecido. Não, não tinha como saber. Ele não podia pensar nisso agora. – Mas agora mais do que nunca precisamos nos concentrar.
- Consegui estabelecer a comunicação interna – disse Martin – Eles estão te ouvindo, capitão.- enquanto olhava para sobre o ombro para o rapaz de cabelos ruivos. 
- Já falei para não me chamar assim, Palmer. – respondeu James então vestindo os fones e colocando o microfone próximo de sua boca – Atenção a todos os operadores, eu peço que se recomponham e tentem manterem-se calmos frente ao caos que está acontecendo. Cada um de vocês é indispensável para que possamos restabelecer contato com os nossos aliados. A Liga da Justiça precisa de vocês e não podemos desapontá-los.
- James – disse Ceci atônita – A sua m-m-mão.
- É a nossa vez de agir... – disse James enquanto sentia um formigamento subindo-lhe pelo braço bom. Ele deu um rápido olhar para sua mão e viu que estava se desfazendo em cinzas assim como os seus amigos. – Eu... Eu sou o Oráculo e digo que nós iremos sair dessa... 
 E então, ele não sentiu mais nada e a última coisa que ouviu foi o grito interrompido de Ceci dizendo o seu nome. Depois disso, mais nada e tudo ficou escuro. 
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DICA DE HOJE: PARAR DE BRINCAR DE SER CRENTE E TOMAR UMA POSIÇÃO!
O meu coração não aguenta tudo isso.... Tudo isso o que? As “bobagens” que talvez ninguém se importe e deveria se importar, talvez se as pessoas se importassem mais com isso, perceberiam que não são bobagens.
Só o Espírito Santo, converte. A mudança só acontece se a pessoa querer, se a pessoa não quiser, o que eu posso fazer? Continuar orando por ela? Isso é óbvio. Mas como eu irei saber quais pessoas que nasceram para serem salvas e quais não? As pessoas que não serão salvas, são aquelas que não se rendem de maneira alguma, mas também existem aquelas que demoram para aceitar, mas aceitam o Evangelho, reconhecem que Jesus Cristo é o único Salvador, reconhecem que o amor vem d’Ele.
Eu não posso trocar de amigos, não existe isso. Mas como posso viver de maneira normal com eles, sabendo que se eles morrerem hoje ou amanhã, estarão no inferno? Como posso viver tranquila sabendo que se Jesus voltar hoje ou amanhã, eles podem ficar? Eu sei que Jesus guarda, mas eu não posso decidir por eles.
As pessoas mais propensas a conhecer o verdadeiro evangelho são as depressivas, são aquelas que não aguentam mais viver. Por que? Porque já analisaram como funciona esse mundo, sabem que as pessoas estão cada dia mais atarefadas, cheias de compromissos, cheias de responsabilidades, rodeadas de pessoas vazias, as pessoas que mais demonstram felicidade são as mais tristes e por esse motivo, querem fazer as pessoas sorrindo e felizes, porque sabem que no mundo só existe desgraça, e querem dar um pouco de brilho, cor e luz, algo que elas também precisam, algo que elas também não têm. Mas essas pessoas são falhas, imperfeitas e pecadoras também, se nos espelharmos a elas acabaremos em frustração total. “Eu pensei que fulano não era assim”, “até fulano é assim”, “Se até fulano é assim, imagina os outros”. A culpa disso não é de fulano, a culpa disso é toda sua. Não existem pessoas perfeitas e querer ser perfeito é se matar um pouco todos os dias. São muitas as qualidades de uma pessoa perfeita, a perfeição está em todos os detalhes em: ouvir, falar, agir, olhar, compreender, compaixão, amar. Se eu quero ser perfeito e não consigo, como posso querer que outra pessoa seja perfeita? Não existe. Todos nós somos irmãos, todos nós somos criatura, o nosso Deus é o nosso Pai, o nosso Deus é o nosso Criador. Um exemplo que pode ser dado, se você cria um jogo, um boneco, um robô, seja qualquer coisa, só você saberá consertá-la, pois foi você quem criou. De mesmo modo, Deus não queria acabar com todos nós, Ele nos criou e a qualquer momento poderia acabar com a sua criação e matar todo mundo. Acha que não? Lembra da história de Noé? Pois então. “ Deus é mau então, porque matou tantas pessoas. ” Você estava lá? Deus odeia o pecado, Deus odeia o ódio, Deus é Santo, Deus é Amor. Deus conhece cada coração, conhece as intenções e o futuro das pessoas. Deus sempre dá muitas oportunidades, e as pessoas poderiam entrar na arca se quisessem, mas não, ao invés de entrarem ou buscarem a entender, optaram por zombar, criticar, e continuar com suas maldades, com seus corações sujos e viverem no pecado e no ódio. Deus dá muitas oportunidades.
Deus enviou o seu filho para ser o nosso Salvador. Enquanto esteve na terra Ele foi a influência, o único em que poderíamos nos espelhar, imitar e aprender tudo, tudo com Ele. O Seu poder continua o mesmo, Jesus continua o mesmo, Deus jamais mudará. Jesus entende a nossa dor, do emocional ao físico, por isso que é a melhor coisa do mundo é ter Jesus como o nosso tudo, o nosso Melhor Amigo, Irmão, Pai. Pai? Jesus me salvou da morte eterna, com o seu sangue me comprou, muitos pais e muitas mães não fazem isso por seus filhos, Jesus suportou tudo por amor a nós, a você e a mim. Posso ficar afastada de todas as pessoas, não me importo, mas de Jesus eu não posso ficar longe, não consigo passar os dias sem conversar com Ele. “Quando n’Ele (Jesus) estou pensando, sinto vontade de voar, voar, voar, voar. ”
Se você for em algum culto e as pessoas começarem a dizer que estou sentindo a presença de Jesus, a presença de Deus e você não for convertido, não sentira a presença. Chorar, se emocionar com o louvor, viver emocionado por Jesus, isso não é conversão. Conversão é novo nascimento, é preciso nascer de novo (João 3:3).
Quando você buscar Jesus de todo o coração (Jeremias 29:13), com o todo o teu viver, estiver disposto a negar a si mesmo (Lucas 9:23-25), o negar a si mesmo é deixar de fazer as coisas fúteis, inúteis, perdas de tempo, deixar de praticar e vivenciar os pecados, se bebia, não beber mais, fumava, não fuma mais. Negar a esses pecados, mas quem nasce de novo, automaticamente não deseja nada disso, pois Jesus está em primeiro lugar, e já não pode existir pensamentos fúteis e do mundo, pois o mundo é só frustração.
Todo aquele que não nasceu de novo, está morto. Só há vida em Jesus, e as pessoas podem falar o que quiser, espernear, brigar, discutir, se revoltar, mas a verdade é que já nascemos mortos, só encontramos vidas em Cristo. A pessoa que realmente conhece e vive o amor de Jesus, não tem depressão, casos de pastores que se suicidam, não me surpreende, as pessoas se escandalizam e começam a generalizar dizendo que os cristãos são isso e aquilo, e de novo, a culpa é dessa pessoa que não busca a verdade. Se as pessoas ao invés de abrir a boca grande que tem, e buscar na bíblia, saberiam que isso é normal acontecer, nas atitudes das pessoas podemos perceber quem nasceu de novo realmente e quem é religioso apenas, mas quem só sabe criticar os cristãos, os evangélicos, são tapados e não querem saber a verdade. As pessoas dizem “devemos amar mais e criticar menos. ”, mas quando chega um assunto que elas observam e não conhecem, mas pelo falar das pessoas entram na onda e começam a criticar, e se acham donas da razão, e como todo mundo quer ter razão, as brigas surgem.
“O pastor fez tal coisa, não vou mais naquela igreja. ” Ou “Aquele pastor faz tal coisa, é por isso que não vou naquela igreja. ” Esse pastor é Deus por acaso? Foi esse pastor que morreu por você? É esse pastor que te salvou e te dá direito a vida eterna? É esse pastor que irá voltar para buscar você? O que o pastor faz ou deixa de fazer é entre ele e Deus, você não tem que se meter. Por que ao invés de ficar falando do pastor, você não se converte e seja a perfeição? É fácil falar dos outros. “ Mas aquele pastor é um grosso. ”, “ aquele pastor rouba, aquele outro já estuprou, o outro já matou, o outro bate na esposa. ” E o que você tem a ver com isso? Acha um absurdo isso? E como está a sua vida? Tudo bem, ele vai ir para o inferno, e você vai estar feliz quando ele morrer, é isso? Uma pessoa faz uma crueldade e ao invés de você orar por ela, você quer que ela morra? E quem você pensa que é para deseja o mal de alguém? E cadê o seu amor? Com esses pensamentos não tem como você ir para o céu, o céu é enorme o inferno também é grande, eu sei que só o Espírito Santo converte e se a pessoa quiser aceitar Jesus, arrepender de seus pecados e viver uma nova vida, mas para você que acha que os bonzinhos irão para o céu, então pense em todos os assassinos da história, os conhecidos, estão no inferno e você sabe que os orgulhosos também estão no inferno, isso você sabe, pois satanás é o maior orgulhoso, vamos também todos aqueles que não obedecem a Deus, pois esse foi o pecado que tirou Adão e Eva do Jardim do Éden. O primeiro pecado da história, um pecado, apenas um pecado e não estão no paraíso. E você acha que os “bonzinhos” irão entrar no céu? Tem certeza? A desobediência é chave de tudo, Podemos fazer tanta coisa sem desobedecer a Deus, podemos fazer tanta coisa vivendo com Jesus, podemos fazer tantas coisas e não perder a nossa salvação.
Enquanto as pessoas focarem no que os cristãos fazem e deixam de fazer, será difícil nascer de novo, será difícil conhecer Jesus. Ser Cristão é ser imitador de Cristo, não imitar o pastor, membros da igreja. Quem te dá a salvação? Jesus! Quem conhece você? Jesus! Quem te ama a ponto de morrer por você? Jesus! Quem não desiste de você e nunca irá desistir? Jesus! Quem está de braços abertos esperando você tomar uma decisão? Jesus! Quem é o caminho, a verdade e a vida? Jesus! Quem não te julga, não critica, te aceita como é? Jesus! Quem tem poder na terra e no céu? Jesus! Quem é o mesmo hoje, ontem e para sempre? Jesus Cristo, filho de Deus! O Deus Filho, o nosso Salvador.
Ser Cristão é ser como Jesus. As pessoas querem estralar os dedos e ter tudo nas mãos, hoje em dia é assim, mas o processo com Deus é diferente. Somos peregrinos na terra, estamos aqui para conhecer a verdade, o amor, e sabemos qual é. As pessoas estão acostumadas a desistirem de seus relacionamentos, desistem de amizades, desistem de relacionamentos amorosos, familiares, desistem das pessoas e muitas vezes de si mesmas, tudo frustração. Mas quando se tem uma decisão firme em buscar a ter um relacionamento com Jesus, firme que eu digo é para não desistir, porque as pessoas desistem e ainda vem com essa frase “ é eu aqui e Jesus no céu. ” Quem quer ter um relacionamento com Jesus, quer Jesus sempre ao lado, ainda mais como as coisas andam acontecendo nesse mundo. É Jesus aqui comigo, é Jesus com você, é Jesus com todos nós, é Jesus no céu, Jesus em todos os lugares! Jesus é onipresente, não se pode esquecer. As pessoas têm medo de Deus, “ Eu ouvi muito que se eu fizer tal coisa, Deus vai me mandar para o inferno. ” Deus te disse isso? Claro que não, Deus é amor. As pessoas ficam passando que todo mundo vai para o inferno porque Deus odeia todo mundo, coitada dessa pessoa ou dessas que ficam pregando essas coisas, ficam anunciando algo que Deus não quer, é por isso que o inferno tá cheio, as pessoas se perdem por falta de conhecimento e acabam condenando elas mesmas, parece a história da cobra que morreu com o próprio veneno, por que? A pessoa que fala essas coisas morre e a que ouviu continua viva e se converte nasce de novo. A pessoa que ouvia essas coisas não conhecia, ela só ouvia e buscou a conhecer a verdade, mas se é uma nem aí, entra na onda e morre também. Ser “maria vai com as outras” nunca foi e nunca será uma boa opção, para nada.
Enquanto houver vida, haverá esperança e a esperança é Jesus. Muitas pessoas já ouviram que Deus é amor, que Jesus é o nosso Salvador, e essas pessoas não o buscam porque não querem. Se acontece um terremoto ou alguma coisa e muitas pessoas morrem, e você que está lendo isso, morrer. Para onde você vai? Não se iluda, não entre em mundo de ficção e fantasia, é céu ou inferno. Para onde você vai? Jesus é a porta, Jesus é o caminho e a escolha é sua, todos os dias pessoas entram no céu, todos os dias pessoas entram no inferno, todos os dias pessoas morrem e a vida eterna de cada um é de acordo com suas escolhas. “Se Deus me ama, como irei para o inferno? ‘ Jesus é o caminho, se você não se arrepender dos seus pecados, aceitar Jesus e nascer de novo, o que se pode fazer? Todas as pessoas têm escolhas, cada escolha uma consequência, sempre será assim. Se eu morrer eu estarei com Jesus, num jardim lindo, cheio de árvores, flores, pássaros, o céu é incrível, sena terra existem paisagens incríveis, no céu então, tudo perfeito. A Bíblia fala sobre as ruas de ouros, e outras coisas que sobre isso não sei muito bem, eu prefiro imaginar o meu céu, muitas árvores, o cheiro de todas as flores, cachoeira, os animais todos lindos e mansos, eu já penso assim, mas como o céu é enorme, posso pensar em muitas coisas. O que quero dizer é que se eu morrer eu estarei muito feliz, aliás, eu não irei morrer, voltarei para a minha casa, o meu lar, pois o meu lar é com Jesus, no céu, onde o amor reina.
Não busque Jesus nas pessoas, busque Jesus em oração, na Bíblia Sagrada, busque o Senhor de todo o coração, você O encontrará, busque até Ele falar com você, cuidado pois satanás também se transfigura de anjo de luz, busque o Senhor Jesus até Ele falar com você, e quando Ele falar pela primeira vez, você jamais irá esquecer e jamais deixará de busca-lo, comigo foi assim. Eu nem era convertida, mas quando percebi que poderia ficar sem Ele, eu enlouqueci e não sosseguei e se for dizer, eu ainda não sossego. E eu largo tudo o que me faz distanciar de Jesus, tudo e se tiver que ser pessoas também. Mesmo que doa, mesmo que doa muito, mas eu senti que o que me dói mais é ficar sem Jesus, com Ele eu posso suportar muitas dores, mas sem Ele eu não posso, não existem ninguém que possa preencher o lugar de Jesus dentro do meu viver, mas Ele pode amenizar as dores que eu sinto por falta das pessoas, e comigo não funciona essa história que com o tempo passa, difícil querer estar perto mas ser avisada que se estiver perto, pode acontecer algo muito ruim e não poder esquecer porque quase todas as noites você sonha que está com a pessoa, isso dói. Mas para tudo se tem um tempo, há tempo para todas as coisas, e o que me fortalece é o amor de Jesus, eu não tenho forças para nada, é Jesus quem me direciona, cuida, me instrui, ás vezes eu penso que os meus pensamentos vão para o lado direito e de Jesus vão para o lado esquerdo, mas eu acredito que ainda vai se cruzar essas duas direções, porque as coisas que eu penso não são para interesse próprio, Ele sabe, só Ele sabe, no tempo certo vai dar tudo certo. Eu penso tanto no lado C que muitas vezes não entendo que Jesus primeiro está cuidando do lado A, mas eu sei que o lado B é propósito da minha vida, eu sei porque Jesus já me disse e eu aceitei, mas não sei como, é por isso que é preciso de tempo, eu não posso simplesmente focar no lado C e esquecer o B, pois Jesus está endireitando o lado A, justamente por causa do lado B, Ele pensa no lado B e eu esqueço do lado B e só penso no C, por conta das circunstâncias.
Jesus tem um plano de vida para cada um de nós, tantas pessoas precisam conhecer o evangelho, Ele precisa de pessoas fortes, corajosas. Um plano de vida de acordo com a experiência de vida que você tem, você chega diante de Jesus e entrega para Ele toda a sua depressão e ansiedade, Ele vai cuidar de você e mais tarde você irá ajudar essas pessoas, Ele vai cuidar de você e você cuidará dessas pessoas que passaram ou passam pelas mesmas coisas que você. Deus vai usar a sua dor para curar as dores das pessoas. Nasceu de novo em Cristo? Ok. O segundo passo é negar a si mesmo, pare de fazer as futilidades que não levam você a lugar nenhum, se Jesus curou algo em você, tirou a sua dor, mostre paras pessoas, leve Jesus as pessoas, o amor de Jesus. Mas cuidado para não sair correndo e bater de cara no muro, vai se preparando em Cristo Jesus. Busque andar em Espírito, Busque todos os dias os Frutos do Espírito para ter mais amor pelas pessoas. Jesus precisa ficar com o primeiro lado, o lado A o foco tem que ser o B e você no C. Como Jesus vai estar no A? Como fazer? Busque primeiro o Reino de Deus, oração, leitura, devocionais se quiser, louvores edificantes e filmes edificantes. O mais importante é Oração e Leitura da Bíblia, muitos filmes gospel não edificam nada e outros sim, por isso o certo é oração e bíblia. O C é a sua vida, seja trabalho, escola, e suas atitudes, as pessoas sabem que você é cristã (o)? O certo não é dizer para os outros se somos cristãos, e sim as pessoas perceber que somos parecidos com Cristo, porque isso é ser Cristã, o resto é conversa. O B é quando processo do A e do C estiverem ok, pois o A e o C é o Senhor e você.
A=. Você buscando o Senhor e Ele te aperfeiçoando, te mostrando coisas, orientando, você cada dia mais parecida (o) com Ele.
C=. As pessoas conseguem ver Jesus em sua vida, no seu agir, falar, olhar, trabalhar, estudar e qualquer coisa.
B=. Onde o Senhor quer que você chegue, mas para chegar, é preciso passar pelo processo do A e B, continuamente, é necessário sim.
Com Jesus é tudo tranquilo, nós que nos desesperamos. O mais importante é pregar o evangelho fora da igreja, o Senhor nos mandou a pregar o evangelho a toda criatura, claro que dentro da igreja existem as pessoas que não nasceram de novo, acontece. Oração e Bíblia = Jesus!
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Decidi que para fazer um projeto dos meus sonhos, eu tenho que aprender a escrever, coisa que eu nunca fiz antes, então aqui estou eu tentando melhorar minha escrita uma história por dia
Pt 3
5 metros por 5 metros por 5 metros um cubo feito do que aparenta ser um retalho de metais, em uma das paredes tem o que aparenta ser uma porta, porém sem nenhum tipo de maçaneta, e eu posso garantir que não existe nem um traço de dobradiças, então nem sei se posso chamar aquilo realmente de uma porta, é mais uma depressão no meio da parede, não posso admitir que nesse quarto não existe uma porta, é ilógico se um quarto existe então por obrigação uma porta tem que existir, me colocaram aqui dentro então tem que ter uma porta, para que eu consiga sair, eu tenho que apenas descobrir como aquilo funciona. Já examinei cada metro das paredes desse quarto procurando por algum tipo de botão, alavanca ou algum outro mecanismo que me deixe sair daqui mas não encontrei nada, e para aumentar minha preocupação, não encontrei sequer um buraco para deixar o ar entrar, então a pergunta de como eu me mantenho vivo é mais outra com qual eu tenho que me preocupar.
Existem “móveis” comigo, se eu posso chamar disso, a maneira mais correta de descrever seriam objetos que aparentam ser de plástico, que parecem móveis para algo que não entende como móveis funcionam, o que aparenta ser uma cadeira com dois ou três pés a mais e um suposto suporte para um terceiro braço, o outro simplesmente posso descrever como uma esfera de plástico levemente amassada com um buraco no meio. já faz dois dias que eu estou aqui e eu ainda não entendo como alguém usaria isso, quem sabe algum dia eu entenda.
Não sinto fome, passei tantos dias tentando descobrir como sair daqui ou quem me colocou aqui que demorei para perceber que meu corpo não precisa de comida, ou água ou qualquer outra necessidade que me preocupava em minha vida antes daqui, se bem que não me surpreendo, mesmo em casa eu esquecia de comer ou me hidratar mas lá eu sentia a fome, eu sentia a sede, me lembrava que até eu precisava me alimentar, aqui eu já não sinto mais nada a não ser confusão e medo que gradualmente se substitui por raiva. Não sei a quem direcionar, mas uma indignação nasce de mim. A qualquer pessoa que esteja do outro lado dessas paredes, que minhas batidas nas paredes e gritos te incomodem, façam você sentir um pouco de como é perder a sanidade, um pequeno gosto de como é estar dentro desse quarto. Recentemente essa tem sido minha rotina, grito e tento descontar o que sinto nessas paredes até o cansaço do meu corpo fazer com que eu apague e quando acordo repito tudo de novo. Adianta de alguma coisa? Muito provavelmente não, mas o que é mais para eu fazer? Já desisti a muito tempo de escapar por vontade própria. Minha próxima esperança é que algo se irrite comigo e me tire daqui ou me mate, e a esse ponto qualquer um dos dois é uma opção válida.
Não saio mais do chão já faz alguns anos que eu estou deitado nesse chão frio, não sinto muito do meu corpo, a esse ponto algum músculo já deve ter atrofiado, mas não importa, não planejo sair dessa posição tão cedo. Nada me motiva, não tenho mais razão para me mover, tudo que me resta são meus pensamentos que só não param porque eu não achei uma maneira de como fazer isso. O dia passa e minha consciência vai e volta, não tenho mais como diferenciar o que é sonho e o que é real, tudo é a mesma coisa, fecho meus olhos e é como se eles estivessem abertos sempre no mesmo canto desse mesmo quarto. A esse ponto meu maior desejo é parar de pensar
Escutei uma voz vindo de todo lugar, não sei o que falava, mas parecia ter uma entonação de pergunta, mas não tem como saber o que responder, então apenas tentei gritar, mas minha voz não saia, também a quantas décadas faz que eu não falo nada, mesmo assim, não acho que ela teria entendido. Se isso tivesse acontecido mais cedo, eu faria de tudo para tentar conseguir a atenção de quem falou de novo. Hoje em dia eu nem sei mais se quero sair daqui, que bem ia me fazer, todos com quem eu já interagi algum dia, já estão mortos, eu seria apenas um monte de carne e cabelo jogado numa terra que não conheço. amanhã eu tento bater minha cabeça na parede de novo, quem sabe dessa vez tenho sorte e vejo algum efeito
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heiwass · 6 years
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Introdução ao Diário
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Solumryan Diz Oi
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Fala galerinha! Nossa, eu pareci um Youtuber Gamer... Clichê?
Esqueça o que foi dito anteriormente. Meu nome é Solumryan Dahrus, cujos apelidos variam de Solum para Sol e, raramente, Dahrus. Pra falar a verdade meu nome não era esse. Era algo bem simples como Gray Wind, mas naquele tempo eu também era todo cinza e preto e por isso não fazia muito sentido manter esse nome. Nova vida, novo nome!
É, eu demorei a aceitar, mas todos nós concordamos que Solumryan soa muito bem. Mas enfim, voltando ao que é importante: Eu.
Nasci, ou não, não sei como isso funciona… Digamos que tomei consciência a uns, deixa eu ver, 2018 menos 2011; a uns sete anos atrás. Naquele tempo eu era só uma existência fraca. Possuía uma forma descontraída e que, mesmo assim, era difícil de manter, e não conversávamos. Isso foi aumentando gradualmente e logo me tornei mais nítido, embora ainda fosse difícil a comunicação. A Heiwas daquele tempo ficaria chocada ao ver o quanto nós evoluímos, apesar disso passamos uns bons quatro anos sem nos encontrar. Por onde eu estava? Eu não sei dizer. Sempre com ela, mas era como se um espelho nos separasse de modo que eu poderia ver e sentir o que ela fazia, no entanto, como estávamos “separados”, ela não sabia que eu estava lá. Confesso, era frustrante.
Algumas idas e vindas ao The Daemon Fórum, um fórum gringo sobre o daemonismo, acabamos recuperando nosso relacionamento e aqui estamos nós. A história é bem mais simples do que eu fiz parecer e não tem muito segredo não. Eu estou aqui, ela está aqui e você também está aqui. Então vamos para o próximo tópico dessa introdução que é minha descrição…
O mais difícil de nos descrever é por que somos daemons, criações mentais, o que significa que eu dependo de como ela me imagina e ela é uma pessoa bem inconstante às vezes. Antes eu era magrelo, pequeno, cinza e preto e de olhos dourados. Essa forma um pouco sem grassa se devia a problemas pessoais que estarei falando bem mais na frente. Agora eu sou muito peludo, tenho 75 cm, da pata até o ombro, e sou branco com cinza. Meus olhos deveriam ser amarelos, mas recentemente Heiwas ganhou uma pulseira com uma pedra verde e eu fiquei muito feliz. A pedra saiu e a pulseira foi guardada, mas meus olhos continuam de um verde profundo, representando o amor dela pelo irmão.
Agora que me conhece por fora vou me apresentar por dentro. Gosto de correr e fazer exercícios. Também adoro ler livros —Já sei o que você tá pensando: uiuiui, intelectuallll. Gosto de cantar duetos com a minha garota e minha música favorita é Happy de Williams Pharrel e eu geralmente amo as músicas animadas de batidas fortes. Sou um romântico nato e amo dizer “te amo” para minha humana. Gosto de me sentir importante e adoro dar conselhos, algo que sou muito bom. Fora isso meu personagem preferido é o Capitão América, dos Vingadores, personagem esse que Heiwas odeia. O que posso fazer? Ele tem um escudo!
Isso é o que você tem que saber sobre mim, por enquanto. Agora vou mandar o bastão para minha querida Heiwas e ver o que vai acontecer...
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E eu me chamo Heiwas!
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Solum realmente gosta de falar. Então eu vou tentar ser o mais breve possível. Não posso dizer meu nome real, mas posso resumir minha vida em três palavras:
É Muito Normal!
Sou a filha caçula de uma família de quatro pessoas. Apesar de sermos parte da classe média, sempre tive tudo que precisei. Não importa o que eu fizesse eu não possuía nada de especial. Não era bonita nem feia. Não era burra e nem inteligente. Não tinha isso, mas também não era aquilo. Era assim que eu passava os meus dias. Pelo menos até encontrar o meu querido Solum. A propósito, Solum em latim significa “Único”.
Minha vida continua normal, mas agora eu tenho alguém para reclamar sobre isso. A vida é boa.
Nasci e cresci em um pequeno inferno. Nordeste é quente e onde vivo é mais ainda. Sério, as roupas secam em meia hora no varal. Tenho 18 anos e um irmão mais velho que é meu xodó. Apenas não diga isso para ele, ele já é chato o suficiente assim! Sou evangélica e cristã praticante, então na minha vida as coisas seguem essa ordem: Deus acima de tudo, a família depois de Deus e Solum depois da família. Como Solum faz parte de mim então não preciso dizer onde eu me encaixo nessa equação ;D
O objetivo desse Tumblr é documentar minhas experiências com o Solum e também espalhar o conceito do daemonismo que tem me ajudado muito. Aqui no Brasil as pessoas não conhecem isso. Na verdade não existe nada igual a esse Tumblr por aqui. Seria legal proporcionar algo novo e divertido e essa é minha missão:
Seja por prazer ou informação, eu vou estar aqui! Hahahaha!
All Might!!!!.
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nanofregonese · 6 years
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Ninguém vai salvar você
Quando a gente está criando uma história mais tradicional, uma das coisas mais importantes é pensar em um protagonista realmente heroico. Uma espécie de escolhido, que tem uma missão muito importante pela frente. O sucesso dele fará do mundo um lugar melhor enquanto que o seu fracasso pode significar sofrimento e morte.
Veja o caso de Harry Potter. Ou do Neo, de Matrix. Ou de Frodo. Ou de Katniss.
Todos esses personagens carregam uma grande carga por trás de suas jornadas e isso é necessário para que o leitor se envolva de uma forma diferenciada com os acontecimentos daquela história. Queremos, afinal de contas, que as pessoas torçam pelo nosso herói.
Na criação de história isso é muito bem-vindo já que histórias são grandes metáforas para a vida. O escritor quer inspirar o heroísmo dentro do leitor, quer criar uma conexão, quer transmitir valores. E isso funciona. Leve uma criança para assistir a um filme de super-heróis e depois veja se ela não sai da sessão fingindo ser o próprio personagem.
Já na vida não é bem assim.
Na vida, não existe nenhum herói vindo para resgatá-lo dos seus problemas.
Na vida, não temos nenhum salvador da pátria pronto para tornar tudo melhor ao vencer um senhor das trevas.
Na vida, você precisa assumir a responsabilidade.
Infelizmente vemos muito pouco disso, não é?
Então, me permita viajar um pouco e contar uma história real que aconteceu comigo nesse final de semana e me deixou muito incomodado.
Não sei se você sabe, mas eu moro em Curitiba-PR. E aqui no litoral do Paraná existe um ponto turístico bem lindo, chamado Ilha do Mel. Pois bem, nesse último fim de semana fui passar duas noites na Ilha, acompanhado da minha mulher.
Tudo muito legal, natureza, descanso, boa comida. Aí, na hora de vir embora, ficamos aguardando a embarcação no píer. Ao nosso lado, um senhor de cerca de 60 anos, acompanhado da esposa e do filhinho, batia papo com alguns moradores da Ilha. O assunto? Política.
Como não gosto que se metam nas minhas conversas, fiz o possível pra ficar na minha. Mas algumas coisas que ouvi ficaram reverberando na cabeça e aí não teve jeito, tive que transformá-las em texto.
Aquele senhor falava sobre como o Brasil está uma vergonha, sobre como perdeu os princípios, sobre como a família brasileira não tem mais valores, etc, etc, etc. Aí ele disse que o país tinha apenas uma alternativa, que era eleger o Bolsonaro. Segundo ele, que afirmava conhecer o político pessoalmente, o Bolsonaro é uma pessoa séria e de bem e, se for eleito presidente, vai colocar ordem na bagunça.
Não. Não foi isso o que me deixou incomodado. E eu não vou atacar o Bolsonaro, ou o Lula, aqui. Nenhum dos dois terá o meu voto, mas o lance da democracia é que cada um tem a sua opinião e aquele cara tem total direito à opinião e ao voto dele, por mais diferente que seja do meu.
O que me deixou incomodado foi o que ele falou depois.
Ele seguiu dizendo que, na verdade, o que a gente precisava mesmo é de uma nova Ditadura Militar e que o único erro dos militares na época do golpe foi que eles mataram pouca gente. Segundo aquele senhor, os militares deveriam ter matado mais. E eles deveriam assumir o controle do país para nos salvar.
Bom, não preciso nem mesmo explicar o horror de uma afirmação dessas, não é? Ela é tão rasa, superficial e simplista que me dói a cabeça só de começar a imaginar a lógica necessária para uma conclusão assim.
Dizer isso é não ter empatia. É ser incapaz de se colocar no papel de pessoas que tiveram os filhos, irmãos, maridos, esposas e amigos torturados e assassinados simplesmente por terem uma forma de ver a vida diferente da que se considerava a “adequada” na época.
Mas o que mais me chateou mesmo foi aquilo de achar que alguém pode nos salvar.
Ninguém pode.
Esse discurso de herói salvador é o mais perigoso que existe na política, porque ele joga com uma ânsia muito antiga, que acompanha a nossa espécie desde épocas imemoriais.
Afinal, muito mais fácil do que se levantar e fazer o trabalho do herói é sentar e esperar (normalmente reclamando) que alguém venha e te resgate.
Infelizmente é assim que algumas pessoas decidem interpretar as histórias. Ao invés de olhar para os feitos dos heróis e se sentirem inspiradas a se transformarem nos heróis da própria vida, elas se acovardam e ficam aguardando alguém fazer a parte difícil do serviço.
O que essas pessoas precisam entender, junto daquele senhor que queria mais mortes, é que mudanças de verdade jamais virão por causa dos feitos de uma única pessoa. Você não salva um país ao matar aqueles que pensam diferente de você. O que você faz é, como povo, trabalhar em prol de uma maior reflexão e aculturamento. É dar mais perspectivas para que as pessoas possam pensar em algo mais do que apenas se comerão ou não amanhã. É mostrar que todos temos nossa parcela de responsabilidade.
Então, que tal olharmos para os heróis como realmente são? Que tal enxergarmos neles aquela força que todos temos? Que tal nos inspirarmos ao invés de nos acomodarmos?
Não, ninguém virá nos salvar.
Ainda bem que podemos salvar a nós mesmos.
PS: Esse texto não tem como objetivo atacar os militares. Tenho um imenso respeito por eles. Meu bisavô foi herói de guerra. Meu outro avô lutou na 2ª Guerra Mundial. Mas as mortes e desaparecimentos que ocorreram durante a Ditadura constituem uma mancha negra na nossa história. Simples assim.
Ninguém vai salvar você was originally published on NaNo
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mynamesjune · 3 years
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tenho alguns minutos para escrever o que sinto antes de inevitavelmente ter que escrever sobre outras coisas que não me interessam muito.
início: em casa, as coisas não andam fáceis. me isolo e me escondo e, em oportunidades remotas, até fujo. mas não funciona. na verdade parece que só piora. me sinto um peso (ah, que palavra apropriada), me sinto cansada de lutar para permanecer relevante dentro dos assuntos domésticos sem parecer reclamona, sem esperanças, e precisamente: um peso.
não gosto de morar aqui, mais. antes aqui era meu refúgio. Ainda é. Mas minha mãe sempre foi a pessoa que sempre esteve lá. quando eu não tinha amigos; quando me mudei pro Rio; quando precisei contar as minhas maiores angústias.
agora não é mais. A verdade é que minha mãe me entende cada vez menos e me vigia cada vez mais. Ter uma mãe protetora é cansativo, mas ela nunca foi alguém que me limitou em níveis tão profundos - somente o quanto fosse prudente. Agora me sinto presa. Não quero ser vista.
E isso se estende. Não quero ser vista por muitos, mas quero que liguem para mim. Quero atenção, carinho. Nada demais, afinal eu recebo isso de quem importa. Mas me sinto só em momentos cruciais. E não é culpa de ninguém, só do meu coração incansável.
Estou cansada de duvidar de mim, das minhas capacidades, dos meus interesses, dos meus sonhos e desejos verdadeiros. Ri hoje no banho pensando que ter conquistado uma aprovação na OAB nada mais foi do que troféu. Talvez inútil, inclusive. é que não vai me servir tão cedo.
É quase como a minha aprovação com bolsa integral em Direito.
São coisas sobre as quais devo me orgulhar, mas... pra que servem? São minhas de fato? Quem é Julia? Por que eu sou tão mal sucedida em fatos e tão bem sucedida em teorias?
Eu queria desenhar. Escrever músicas. Completar projetos pessoais e malucos e criativos. Queria inventar. Sempre tive essa raiz de invenção. Quase sempre quieta, escondida, um pouco receosa (porque a insegurança persiste), mas eu antes já inventava objetos futurísticos. E nisso já tinha que desenhar, porque precisava visualizar aquilo que ainda não existia, mas que estava na minha cabeça. Inventei projetos. Inventei histórias, sonhos, aspirações. Inventei personagens e alguns eu tive a oportunidade de ser.
Mas sou limitada aqui. Estou em uma caixa apertada e é como se eu tivesse data definida para sair. Estou desesperada. Estou com medo desse trabalho de conclusão de curso, estou com medo do meu intelecto, do mestrado, da minha ausência de ideias quando duvido de mim e de como ando duvidando a cada dia mais, medo das meninas mais bonitas do que eu, das comidas mais calóricas, das comidas menos calóricas, da minha mãe, de como será a minha próxima consulta nutricional, do engajamento do meu próximo desenho, de não saber desenhar de fato, de ser uma péssima atriz, de não conseguir me mudar tão cedo da casa dos meus pais, de não ter um emprego, de não ter uma perspectiva, de ser sempre vítima, de não ser importante o suficiente, de ser um pouco mais feia do que eu poderia ser, de perder o que me faz eu (que eu nem sei o que é), de estar sozinha. Penso que se estivesse totalmente sozinha nesse momento (e você sabe o que quero dizer), talvez eu não tivesse nenhuma motivação. Talvez eu não estivesse esperançosa como tento estar e talvez eu já tivesse tomado medidas drásticas demais para serem revertidas. E talvez eu esteja esgotada. E talvez eu chorar ao pensar no antidepressivo seja um desespero final porque eu lembro que naquela época ele já não me servia de nada. Era eu, apática, triste, sem tesão por nada - literalmente. Parece que só existe uma Julia apatica ou uma Julia triste, e nenhuma delas serve, nenhuma delas presta, nenhuma é boa o suficiente. Meu estresse é tão grande que vejo ele no meu rosto. Às vezes agradeço que olhos fundos e olheiras são considerados atraentes nas trends de um certo aplicativo, pois é exatamente com eles que me vejo.
Meu estresse ainda vai me matar.
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brazilianism · 6 years
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O Haddad é uma ameaça à liberdade de associação e de imprensa, isso é claro no programa de governo. Toda e qualquer forma de regulação da imprensa é o primeiro passo em direção à censura. O grau de centralização que o programa de governo dele pretende pra o governo federal tem o potencial de fazer prefeitos e governadores pouco mais do que alguém eleito pra mendigar ao governo federal por fundos. O programa todo é centralizador e autoritário. Impossível apoiar aquela aberraçao moral.
Ok, vamos discutir regulamentação da mídia então. Essa é literalmente minha área de estudo, então é onde eu vou me extender, porque acho que tá mais do que na hora da gente entender direito como isso funciona e porque é algo que se defende dentro dos círculos de comunicação. 
Mídia é um ponto importante porque significa informação - televisões, jornais, revistas, mesmo mídia de entretenimento como novelas, filmes e séries, tudo isso passa algum tipo de informação e, além de atualmente as redes sociais, é por onde a população vai conseguir a maior parte dos dados acerca da realidade. Eu sei que parece óbvio, mas eu vou chegar num ponto. Sendo uma das fontes principais de contato com a informação, o ideal em mídia seria que a gente tivesse imparcialidade, isenção - mas isso é utópico, é impossível. Todo texto (seja lido na televisão seja publicado como manchete) carrega consigo, ainda que sutilmente, a opinião de quem o escreveu/revisou, e seres humanos não são neutros. Sendo que é impossível que tenhamos mídia neutra, devemos exigir a melhor alternativa possível - mídia transparente e plural. Transparente no sentido de deixar claro seus posicionamentos - exemplifico: em 2016, o NYT deixou claro em editorial que apoiaria Hillary Clinton na corrida presidencial. Não deixou de cobrir os escândalos com ela ou as notícias de Trump, mas o leitor estava ciente de que o jornal tinha um viés e qual ele era. Transparência. Plural, por outro lado, significa que todos os pontos de vista (se falássemos dos EUA em 2016, pra seguir o exemplo, tanto o ponto de vista democrático quando o republicano quanto o dos partidos pequenos de fora [então, sei lá, tanto a FOX News quanto a CNN]) devem ter espaço. E espaço não quer dizer simplesmente existirem, mas terem o mínimo de força para poderem atingir os leitores em todos os lugares. O cidadão tem que ter acesso a todos esses pontos de vista (não adianta existir o ponto de vista se não é de fácil acesso à população). 
A mídia brasileira peca nos dois pontos. Primeiro na transparência, porque a gente tem uma mídia que finge ser isenta ao invés de declarar de uma vez seus posicionamentos (lembram do comercial da folha de “nós não temos lado”?), e segundo e principalmente na pluralidade, porque nós temos poucas pessoas com muitos veículos comunicacionais em suas mãos. Para o bem ou para o mal, nesse país você pode reunir umas 20 pessoas numa sala e decidir o que 95% da população vai receber de notícias pelo próximo ano todo. “Ah, mas são centenas de jornalistas trabalhando, não tem como todos terem o mesmo viés”, sim, certo, mas tem como uma cabeça de redação ter um viés, ou receber ordens de um editor chefe para seguir um certo viés, ordens que podem vir de um dono de uma empresa, e aí tá feito. Em 2016, um escândalozinho que aconteceu no Estadão exemplifica bem isso: numa reunião com os chefes de redação de várias áreas, um supervisor chegou anunciando que quem fosse contra o impeachment e tivesse inclinações a chamar aquilo de “golpe” podia já entregar os documentos e pedir demissão - alguém gravou, isso foi parar na internet, e a tal pessoa que soltou a fala teve que vir a público dizendo que não era bem assim depois (perdão, eu não lembro exatamente quem foi). Não importa o que você acha do impeachment, importa que em um dos maiores jornais do país, um ponto de vista realmente recebeu a indicativa de que não deveria existir. E até aí “tudo bem” - desde que o Estadão deixasse claro esse posicionamento do jornal E desde que nós tivéssemos mídia concorrente com força suficiente para fazê-lo oposição. Nenhuma das alternativas é verdadeira. 
Então, quando se defende regulamentação de mídia, se defende… Leis que combatam essa concentração, em primeiro lugar. Isso existe em vários outros lugares do mundo - nos EUA, pra seguir a linha que eu tracei aí em cima, tem diversas normas sobre as mesmas entidades/pessoas não poderem ser donas de mídia em mais de um segmento (por exemplo, ter um jornal na TV E um impresso E uma revista, ou não poder ser produtora, distribuidora e exibidora simultaneamente) isso não é censura, isso é garantia de que as coisas não se tornem monopólios. Segundamente, a gente tem que barrar políticos sendo donos ou tendo relações próximas com veículos comunicacionais. Precedente e lei pra isso a gente teoricamente tem, mas a gente não tem uma agência de fiscalização real, é aquela história BR de é proibido mas se quiser pode. Então aí entra a proposta dele de fiscalização. Novamente, não é censura, é o básico pra assegurar que leis sejam seguidas. Em nenhum momento se implica que matérias ou programas possam vir a ser censurados por conteúdo - o que se teria de controle é a garantia de separação entre mídia e interesses políticos/pessoais e de uma tentativa de controle do monopólio para que a pluralidade da mídia fosse um pouco maior e a gente parasse de ter uma narrativa quase unificada sobre o Brasil chegando na maior parte do tempo na maior parte dos lares. Na verdade, essa garantia é o oposto de censura, porque se você tem uma visão única, bem, é relativamente simples fazer com que essa visão única seja a favor de um lado específico, que pode muito bem ser a do governo. Essa regulamentação deveria ter sido feita ERAS atrás, mas toda vez que ela é proposta (e já foi falada nos governos anteriores, sim), as grandes empresas de comunicação gritam “censura!!!” até que muita gente caia nessa desinformação e o plano seja deixado de lado. A gente tem que ter consciência que posse de informação e de narrativa é sim um tipo de poder, e deve ser mediado - porque informação tem que servir ao POVO, não ao governo e muito menos a interesses pessoais de algumas empresas ou companhias. 
E pra finalizar a discussão sobre mídia, eu sempre ouço “ah, mas tv/rádio é concessão pública, então se o governo não quiser não tem”, e bem, sim, mas essas concessões em grande parte foram feitas décadas atrás e por uma série de acordos de diversos governos (oi Globo, tamo olhando pra você e a relação com a ditadura sim), e as proporções que elas tomaram simplesmente já saíram do controle, além do que, falta ao Brasil uma televisão realmente pública, como a BBC é no reino unido, mas isso aí é discussão pra mais sete parágrafos. 
EM RESUMÃO: a mídia brasileira precisa de uma reforma para que se estimule transparência e pluralidade, e é isso que a regulamentação da mídia propõe. Regulamentação da mídia não é censura, não é tirar coisas do ar por motivos ideológicos, é garantir que se tenha tudo acessível a população independente de motivos ideológicos. ]
Sobre autoritarismo, olha, eu não peguei essa vibe não. Em entrevista ao El País essa semana (ou foi a bbc? acho que foi o el país mesmo, mas é de agora) o Haddad literalmente defendeu que em questões de segurança pública os municípios, as prefeituras, deveriam ter mais controle e que mais parcerias disso tudo deveriam ser firmadas, então não acho que ele tenha essa pegada centralizadora que você acusa, mas podemos debater mais. Vou fechar ask aqui porque já virou gigante, né. 
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paradoxialismo · 3 years
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Julho
É o primeiro dia fora do hospital.
Tomei muito soro então minha bexiga está solta e o intestino também. Toca Could It Be Another Change e lembro das Vantagens de Ser Invisível e de quando eu tinha 12-14 anos, como estava deprimida, que naquela época nem imaginava que chegaria aos 18, tenho 20, faltam 30 dias para eu ter 21 anos. Também faltam poucas horas para a consulta com meu psiquiatra e é a primeira vez que minha mãe vai. Eu gosto do meu psiquiatra, é o primeiro de todos que tive que confio, que me sinto confortável, ele é bonito. Sinto falta de ter 14 anos, porque aquela foi a primeira e única vez que alguém em contexto romântico cuidou de mim e estraguei tudo, claro. Nada é por acaso.
No sábado, antes de tudo, tinha sonhado com ele, meu ex, e fazia tanto tempo que não o via no surrealismo, por sorte, tinha terapia pela manhã para compensar que não consegui fazer na semana, então contei para a terapeuta sobre ele, sobre você. A verdade é que se passaram tantos anos e ainda sinto falta de contar alguma besteira da minha vida para ele como se isso importasse. Nós morremos juntos um para o outro, mas parte minha lá no fundo, bem no fundo onde tem petróleo nesse oceano, espera que ele volte, que você volte, como se fosse a primeira cena de Closer, em que somos dois estranhos que não conseguem ignorar a existência um do outro.
Eu não deveria falar sobre ele, você, nesse texto, mas só consigo lembrar da última vez que nos vimos e ele perguntou “o que você faria se soubesse que eu teria me matado? Ou que me matasse hoje?”, porque enquanto eu fazia aquilo queria mandar mensagem para você uma última vez, então perguntei para a minha amiga já entorpecida se deveria fazer isso, só que ela não respondeu, então também não te mandei nada. Mas dormi.
Apesar de algumas crises espontâneas, no domingo tudo parecia ok. Não estava doendo tanto.
Chegou segunda-feira e com o mesmo sentimento do sábado fiz aquela coisa. No meio do caminho tinha uma pedra, no meio do oceano tinha uma rocha, e, foram nessas rochas que eu sabia que bateria, que nada me aconteceria e só dormiria mais um pouco. Mas e se a rocha fosse pequena? Se o recife de corais estivesse fraco por causa do gás carbônico? E se, mesmo com tudo isso, uma das ondas passasse esses obstáculos e chegasse a um lugar inexplorado por mim no oceano? Se no meio de tantas súplicas escutassem a ecolocalização da baleia? Foi isso que pensei. Então tudo pareceu se tranquilizar, minha família entenderia que fui com calma, até deixei uma carta. Mas no meio do caminho tinha uma pedra, acabei escutando outra baleia, uma ecolocalização diferente e avisei minha amiga e minha terapeuta.
Foi assim que parei no hospital segunda-feira e saí ontem, quarta. Hoje acordei na minha cama, embora tudo se repita na cabeça, a sonda sendo colocada, depois de muitas horas tirada, ser internada na UTI, uma parte ainda sente a mesma dor física, angústia, raiva e medo. Uma parte quase vencendo porque quero chorar sem parar sozinha. Então, hoje sei a resposta da pergunta, ele, você, não me avisaria, nem mesmo um conhecido faria isso, porque seja no presente quanto no passado, nós estamos enterrados, melhor, nos tornamos pó.
A história parece repetir ou se intensificar.
Estou irritada, não quero falar com a minha mãe ou irmão porque me atrasaram para a consulta e gosto do meu psiquiatra, ele é uma boa pessoa e odeio atrapalhar boas pessoas, ser o mesmo estorvo de sempre.
Parte do meu sistema está sem todo o medicamento que ficava dentro de mim nos dias que esquecia de tomar ou ficava sem dinheiro pra comprar, a irritação juntamente com a TPM deixam tudo mais sensíveis aos ventos. Não queria ser fraca, nessas horas tenho medo de reiterar o estereótipo machista que a mulher já carrega em sociedade, porém, sou sensível, não há como recusar isso.
Meu corpo ainda treme com a falta deles no sistema, com o excesso de emoções que sinto.
Confesso, há muitas coisas que ainda não me fazem sentindo e que não tenho ideia do que falei aos médicos ao longo desses dias, de alguma forma estou aqui e não numa clínica. E odeio depender das pessoas. Fazer tudo por nós mesmos. Tirar tudo de nós mesmos. Tirar o amor de nós mesmos. Fazer tudo por amor a nós mesmos. É um sistema falho.
Tive que dar uma pausa na escrita porque finalmente o psiquiatra me atendeu.
Foi a primeira vez na vida que um homem me estendeu a mão para que levantasse do chão enquanto chorava. Ele segurou forte. Também não tive coragem de encara-lo por muito tempo por causa disso. Mamãe sempre disse para não demonstrar fraqueza na frente deles, mas tudo é diferente quando é um profissional de saúde que vê nitidamente o caco que você se encontra. Também é a primeira vez que meu pai ouviu um profissional sobre a minha saúde mental, isso significa muito.
O pintor e escultor renascentista conseguiu explicar a eles como funciona o vasto oceano e como tenho nadado sozinha entre fendas escuras. Estava encolhida e chorando em silêncio e conseguia ver parte do seu rosto se tornando vermelho. Nós dois não entendíamos que merda me havia acontecido, porque é um limbo entre querer dormir e querer morrer, mas ficou claro que queria passar de uma das pedras que tinha no caminho. Que fique claro que as pedras de Drummond possuem sentidos diferentes e extensos.
Não importa quantas voltas dê, John Mayer sempre estará no meu aleatório contando alguma verdade sobre meu subconsciente. Os pais deveriam ser bons com suas filhas porque um dia elas serão mães e terão que ser boas com suas filhas. É o que se encaixa no momento com a minha situação, falta gentileza e, até nas fendas mais profundas do oceano, em alguma parte, minúscula que seja, existe um pouco de luz.
Então, hoje será minha segunda noite em casa, na minha cama. Esses dias pareceram meses, as horas no hospital não são as mesmas no mundo. Na UTI as pessoas lutam com tanta força, sejam os pacientes e enfermeiros e médicos. Aliás, o pintor soube que um dia pensei em fazer medicina como ele. Há delírios que nem um hipopótamo roxo podem explicar. E assim que saí da UTI e aguardava meu pai chegar, comi um chocolate e uma gatinha de pelúcia branca me encarava, ela parecia se comunicar comigo com seus olhos azuis costurados que me lembravam o oceano que vivo e algo nela me dizia que tudo ficaria bem. Algo nela me lembrava todo o amor que minhas melhores amigas e suas famílias sentiam por mim, porque eu não imaginava quantas pessoas estavam comigo, mas a verdade é que o oceano nunca foi totalmente explorado, então a vida é muito mais bela com ele no mundo.
Agora o Elton John em seus versos canta Your Song, que é simplesmente uma declaração a quem explode de amor e não consegue colocar isso em palavras de maneira suficiente. O mundo é muito mais lindo com todas essas pessoas que me amam e que eu amo, que me fazem escolher um brinquedo mágico uma loja mágica e que vai mudar parte do curso da minha história. Eu estive nesse lugar várias vezes, e tenho certeza que em todas elas achei que essa dor que consegue se tornar física me fazia sentir que morreria até que tentei isso. Minhas mãos não tremiam mais de ansiedade. Então, com a gatinha, estou aqui outra vez para tentar outra vez, sempre, como sempre.
Posso ter sentido falta dele, você, no final de semana, porque ninguém estava comigo para cuidar de mim, segurar minha mão com força e dizer que isso iria passar. E estou aqui de novo, tentando outra vez por mim mesma porque no fim isso é tudo que temos, as pessoas que amamos dentro do nosso coração que se torna um jardim e que floresce. Sentirei medo todos os dias, mas sei que dessa vez quero apenas descobrir o oito dentro do infinito das águas. São os sonhos com você que sempre me fazem acordar um pouco perdida, porque sinto que ainda estamos deitados na sua cama enquanto o coração tenta se acalmar, mas finalmente, acredito que posso conviver com isso melhor do que tenho feito ao longo dos anos. Eu ja deveria saber que sonhar com você, nessa suposta ponte do desejo, que é sinônimo de perder um pouco de si. Eu acredito que posso ter paz comigo mesma e que saberei nadar.
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eytstudios · 3 years
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Os Justiceiros - Episódio 54
                        Os Justiceiros – Episódio 54: Real ou imaginação
Protagonista do Episódio: Randal (Justiceiro Azul)
Inimigo do Episódio:
Randal toma um chocolate quente no meio da noite...
Randal: Ora, ora...então essa é a famosa máquina do Professor Konda?
Randal entra na máquina e mexe em algumas coisas...
Randal: Dá pra regular a data, a hora e o local, assim como a frequência das dimensões...segundo o professor, ele embutiu uma espécie de botão em todas as nossas pulseiras caso quisermos voltar à maquina. Hummm...interessante.
Randal: Vou testar isso agora mesmo!
Nosso caro Randal mexe no painel da máquina e começa a sumir num cenário preto com uma linha em formato de espiral verde-clara!
Randal: Aiii...minha cabeça!
Randal olha à sua volta e vê uma pequena vila feita de casas à beira da praia! A vegetação cheia de coqueiros e mato mais pra frente, uma espécie de floresta, também é rica em verde!
Tou morto de sede...vou bater numa dessas casas pra ver se alguém me oferece uma água.
Randal: (Batendo em uma das portas) Ó de casa!!
Valéria: Olá, em que posso ajudá-lo?
Randal: Engraçado...de onde parti era noite, aqui parece de tarde...
Valéria: De onde você vem?
Randal: Duma dimensão paralela onde falamos a sua língua e as pessoas são muito parecidas com as daqui...talvez essas dimensões estejam ligadas ao nosso país de certa maneira.
Valéria: Oh, um visitante de outra dimensão...venha, entre!
Randal: Tem um pouco de água, dona?
Valéria: Tome, aqui está!
Valéria: Me diga, de onde vem?
Randal: Um lugar chamado Terra...
Valéria: Já recebemos aqui um visitante de outra dimensão, apenas uma única vez na vida.
Randal: Ah, então por isso acreditou em mim quando disse que sou de outro lugar?
Valéria: Sim!
Randal: Esse lugar pra mim é muito real!
Valéria: O que sabe sobre real e imaginário?
Randal: Não muito, mas acredito que o real é o que podemos sentir.
Valéria: Então ainda não sabe o que os outros já sabem faz algum tempo?
Randal: Como? O que especificamente?
Valéria: Certa vez, eu viajei durante 5 horas seguidas só para ver se o mundo em que vivemos era real ou não. Eu cheguei até onde queria chegar, apenas para descobrir que ali era o fim.
Randal: Que louco...tipo Matrix?
Valéria: O que disse?
Randal: É um termo muito usado no meu mundo para se referir ao conceito de mundo criado por computação.
Valéria: Vamos um pouco lá fora?
Randal: ...
Lá fora da casa, no andar de cima...
Randal: É uma bela vista daqui do andar de cima...a praia, as árvores das casas...
Valéria: É tudo tão real...
Randal: Puxa, esse conceito de realidade...esse lance que você me disse de ter viajado até chegar ao fim desse mundo...
Valéria: Sim, o que tem?
Randal: Eu mexo com computação. E sei mais ou menos como funciona um código de programação.
Valéria: Interessante.
Randal: Agora vc me deixou pensativo. Será que o mundo em que vivo, as pessoas, será que elas também não são alguma forma de vida mais avançada? Digo, modelos criados por códigos, só que mais avançados? Possuem sentimentos, sangue nas veias e etc, assim como vocês?
Valéria: Pode até ser...
Randal: Quer dizer que até o Sol que bronzeia nossa pele aqui é feito por computação?
Valéria: Nós moramos aqui há anos. E sempre suspeitamos que esse lugar não fosse aquilo o que imaginávamos. Porém, é muito bom viver aqui...nada contra mesmo.
Chega a noite...dentro de casa...
Valéria: (Acendendo a fogueira) Esse conceito de realidade é muito relativo às vezes.
Randal: Bom...eu sei que estou vivendo um momento aqui. Pra mim, isso é real de certa maneira.
Valéria: Pegue uma caneca de chá quente...
Randal: É como no meu mundo...eu posso sentir o gosto do chá, a caneca quente em minhas mãos. Fico com menos frio assim. Interessante...!
Valéria: Realidade ou não? Tudo o que importa é que estamos vivos aqui e sentimos as coisas de maneira real.
Randal: (Olhando pela janela) Até a lua é bonita! Mesmo que como você mesma disse...tenha descobrido que esse lugar não é real. A vegetação, as casas, as pessoas...
Valéria: Aqui até é muito grande para um mundo criado por código...eu já explorei vários lugares e ainda há muito mais, acredito. Só que minha descoberta só provou aquilo o que muitos já haviam visto ou desconfiado. Moramos perto do limite...kkk.
Randal: Estou fascinado! Um lugar tão bonito. E tranquilo também. Não é à toa que vcs vivem tranquilos aqui.
Valéria: Intrigante, não? Até parece uma estratégia de quem criou tudo isso para que não saíssemos daqui...ou talvez esteja fazendo algum tipo de teste com a gente, não sei bem ainda.
Randal: Se esse é um mundo criado por computação, ao menos é ótimo!
Dia seguinte...
Randal acorda com o vento soprando em seu rosto, a janela aberta e os primeiros raios de sol...
Randal: Bom dia, Valéria!
Valéria: Olá! Como se sente?
Randal: Muito bem...e essa brisa lá de fora?
Valéria: Uma das melhores coisas de se morar aqui...preparei um café da manhã cheio de coisas. Sente-se!
Randal: Muito bom esse bolo!
Valéria: Não sei até onde vamos chegar, mas não importa. Eu quero estar perto de coisas que façam algum sentido pra mim.
Randal: Esse negócio de real ou não me deixou realmente intrigado...se você ver bem, o próprio mundo é uma ilusão. A vida é passageira...afinal de contas, reais são as experiências que a gente vive? Seria isso então?
Valéria: Acho que não existe uma reposta geral.
Randal: Valéria, preciso ir...
Valéria: Desejo que volte mais vezes quando quiser.
Randal: Muito obrigado pela noite nessa casa, pela estadia e tudo mais.
Valéria: Até mais, viajante!
Randal pressiona o botão em sua pulseira, voltando para a máquina em alguns instantes.
De madrugada, na base dos justiceiros...
Randal se dirige até um dos quartos.
Randal: É...imaginação, realidade, não importa. O que importa são os momentos e o agora, estamos aqui de passagem. Então que tal aproveitar a estadia? 
Os Justiceiros - Elenco:
Diogo como Justiceiro Vermelho
Danilo como Justiceiro Preto
Randal como Justiceiro Azul
Janu como Justiceira Verde Água
Lyara como Justiceira Rosa Choque
William como Justiceiro Amarelo
Talita como Justiceira Creme
Elenco de Apoio:
Leandrin como Justiceiro de Ouro
João Paulo como Justiceiro de Prata
Jefersson como Justiceiro de Bronze
Wata como Justiceiro de Diamante
Bruna como Justiceira Laranja
Samira como Justiceira Roxa
Professor Konda
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wontstay · 4 years
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acho que só é possível se alienar até um certo momento. depois tudo vem como uma onda. eu tenho tentado faz algumas semanas já me afastar desse pensamento no fundo da minha cabeça que me toma tanto. não deu certo. veio como onda. as 1:54 da madrugada de terça feira no dia 15 de dezembro de 2020. eu preferia falar de qualquer outra coisa, fazer qualquer outra coisa, mas é inútil. eu tenho tentado fazer qualquer outra coisa faz dias, semanas. funciona só até um certo momento. talvez a hora de parar de funcionar fosse agora mesmo, talvez eu tivesse enfrentado outros gatilhos. o próprio tempo passando é um deles. logo já é natal. logo eu já tenho 23 anos. logo eu terei que terminar a faculdade. logo eu terei que ter alguém. e logo tudo. mas eu me sinto com 13 anos. com 12. com 14. com 15. me sinto uma adolescente ainda chorando porque não quer crescer, porque se sente muito fraca para o mundo, muito impotente, muito paralisada, muiro deslocada. e francamente, eu não me sentia assim há alguns meses, mas seria porque eu só não pensava sobre ou eu realmente me meti nessa? cavei esse buraco onde eu sou uma alienígena, distante de todos, afastada porque tenho medo que eles me odeiem - igualzinho quando eu tinha 15 anos. agora, por que eles me odiairiam? tenho que fazer essa pergunta porque é o tipo de pergunta que minha psicóloga faria, então parece ser o certo. eles me odiairiam pelas minhas escolhas, elas não são tão considerativas, feministas ou sensíveis. não são tão honrosas. meu namorado é um cara que teve comportamentos predatórios, comigo e pelo menos mais uma menina. e sinceramente devem existir mais. e sinceramente eu não me espantaria se algum desses comportamentos fosse estupro ou algo assim. houve vezes que eu não queria. e ele insistia. eu sabia que ele ia continuar insistindo. eu precisaria de mais energia para para-lo do que pra ceder, então cedi. nunca disse sim. só parei de dizer não. para ele foi suficiente. sei que ele parece um canalha agora, mas ele não é. de verdade. ele é doce, meigo, me ama, faz de tudo por mim. ele não me deixa. ele está sempre ali. como uma sombra. agora estou longe dele. ele está em São Paulo e eu em Santa Catarina. estou de férias com a minha família. a sombra que ele é não está por perto, mas isso é porque eu decidi ficar. se eu tivesse decidido ir embora, ela estaria aqui. ela estaria me rodeando, me consumindo, me perseguindo, fazendo questão de que eu não vá embora. parece ruim. eu sei. mas de verdade, não é. ele faz terapia. ele melhora a cada dia. quando ele diz que é horrível meu silêncio porque não sabe o que estou pensando, ele mesmo admite que é controlador da parte dele. ele tenta parar, mas essas coisas não são fáceis. minha psicóloga disse que eu não sei sobre as coisas que ele foi exposto enquanto crescia, eu realmente não sei, sei que ele diz repetir muito dos comportamentos do pai, que ele diz que é um escroto. ele diz que sabe que tem que parar com isso. tipo a vez que ele me ligou muitas vezes e queria me encontrar no bar que eu estava com minhas amigas, eu não sabia se queria ou não que ele fosse, achava que eu não devia querer que ele fosse ou não porque meio que existe aquilo de cada um ser livre para ir e vir então eu nem lembro o que disse, mas não me posicionei fortemente para nada. uma amiga minha me disse "você quer que ele venha?" e eu disse "não" e disse que estava cansada e já ia embora mesmo então seria idiota ele ir. ela me disse para dizer isso a ele. eu disse e ele não apareceu. depois ele me contou que se sentia mal, que o pai dele fazia isso com a mãe quando a mãe saía e ele achava um lixo. então, veja, não é tão ruim. ele realmente me ama e eu realmente amo ele. mas também sinto que quero sair de perto dele. ou pelo menos que deveria.
eu tenho muito medo de que todo mundo me deixe se souber que eu sei sobre os comportamentos predatórios. você sabe e mesmo assim decidiu pedir ele em namoro? bom, sim. e isso também me destrói todas as noites, como essa, então sei lá. eu estou mesmo na merda.
as vezes eu queria que ele nunca tivesse me contato que outras garotas perceberam também que ele era assim e que vieram falar com ele. porque isso estragou muito. quer dizer, piorou mesmo pro lado dele. uma garota que você saía antes de sair comigo se sentiu em perigo perto de você porque você simplesmente não entendia que ela não queria nada? isso é uma merda. mas a merda maior é que eu a pessoa que você saiu depois desse aviso também se sentiu assim. eu meio que fiquei desesperada pensando se eu ia conseguir ir pra casa mesmo. mas o desespero passou como exagero e paranoia minha. e eu fui pra casa. então tudo ocorreu bem. mas outra garota também se sentiu assim. sentiu esse exagero e paranoia. então eu fico me perguntando que diabos eu estou fazendo com você.
eu tentei terminar tudo umas 929387 vezes. mas ele é como uma sombra. ele não me deixa. mas é mais complexo porque ele me ama. e eu amo ele. de verdade. eu gosto da segurança, da atenção, de sentir que tem alguém apaixonado e até obcecado por mim. ele é bonito. eu não achei isso logo de cara, mas então os charmes apareceram e eu não soube dizer não para o convite para sair. não porque os charmes era irresistíveis, mas porque eu não sei dizer não. e então tudo na minha vida fico 800 vezes mais complexo. e eu me sinto menos eu. mas também sei lá o que seria eu. eu sei que tenho medo de ficar sozinha e agora é a pandemia, eu meio que me sinto muito sozinha. sem ele eu estaria fadada a merda, pelo menos até agora. quem sabe se eu terminasse com ele hoje, as coisas ficassem melhores a partir de amanhã. talvez eu não me sentisse tão sozinha porque a vacina vai logo chegar e eu já não tenho pavor extremo de sair de casa.
preciso terminar com ele. preciso terminar com ele. parece que assim eu poderia ser feliz. parece que seria o único jeito. porque não quero que ninguém me odeie por namorar ele. porque de certo modo eu mesma me odeio. me sinto uma não-eu. me sinto roubada de mim. só que, de novo, quem sou eu? me parece tão genérico, esse papo de se sentir fora de si. eu não posso ser outra além de mim. talvez ele só exalta em mim o que eu não gosto em mim. talvez eu só esteja com medo de me relacionar. talvez eu só esteja com medo da exposição, de possibilidade de rejeição dos outros. e se ninguém nunca soubesse que ele tem comportamentos predatórios? se isso ficasse selado em mim nele e na outra garota. poderia eu viver pra todo sempre feliz com ele? tenho que dizer que não porque esse momento do selado já é agora. ninguém sabe. e esses pensamentos me perseguem. já é 02:36. os pensamentos não querem que eu me aliene novamente. eu não posso fingir que não namoro ele para meus pensamentos e logo todos vão saber. e então? vou fingir para quem que ele não existe como minha sombra? eu estou estranha. eu estou com medo. minha pele parece feita de bolha de sabão. eu vou sumir. vou sumir.
eu não consigo dormir. eu não consigo viver o agora. eu vou terminar. assim que eu falar com minha psicóloga sobre tudo isso.
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