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#família caixão
duquesasims · 1 year
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the Goths in red and black
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suuhrprise · 2 years
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Desafio das Décadas - Parte 11
Sejam bem vindos à década de 1900
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Tivemos algumas mudanças na família e na casa de acordo com a nova década
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Era uma primavera gelada, com resquícios do que foi o inverno da década anterior.
E a família estava mais do que pronta para a Era Eduardiana, principalmente com a chegada de luz elétrica e encanamentos dentro de casa.
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Os jovens noivos, Josephine e Alexandre Caixão ainda continuavam o seu cortejo, faltavam apenas poucos anos para serem oficialmente um casal.
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Elizabeth também completou trinta anos e os anos foram gentis para a matriarca da família, pois estava cada dia mais bela!
Com os filhos crescidos, ela tinha mais tempo para aprender novos hobbies, como fazer arranjos, dos quais ela enfeitava a casa.
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Laura Caixão e Elizabeth também se aproximaram mais, afinal logo seriam parentes, pela união dos filhos.
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Que por falar em casamento, Josephine agora era uma moça e Alexandre começou a ter interesse em sua noiva.
O cortejo continuaria até o fim da primavera.
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James e Elizabeth não podiam estar mais felizes, tudo estava indo muito bem nesse começo de Década!
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Continua...
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paulok3tchup · 7 days
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ok eu sei que o anime de pokemon não costuma matar os vilões
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mas eu imploro que esse indivíduo termine a série em um caixão por favor 🙏🙏🙏 (e o gibeon pode ir junto tbm seria gg dms)
Piadas a parte, alguns pensamentos que eu tenho sobre o plot:
(SPOILERS PRO EP 65)
Eu acho que o Gibeon e o Lucius tem algum grau parentesco ou algo nesse sentido e que o Gibeon ta escondendo isso do Amethio. Desde o início a série da a entender que a Liko tem alguma decendência do Lucius, e isso significaria que o Amethio tem mais família do que só o vô dele, então ele ta escondendo isso pra manter o Amethio fiel a ele, visto que tudo que o Amethio deseja é alcançar as expectativas do véio.
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Agora pro outro que eu acho mais óbvio: O Gibeon que matou ou deu um sumiço no Lucius. A simples menção do Gibeon deixou o terapagos com sangue nos zoio, eu não acho que tenha sido só um desentendimento saudável entre os dois. Eu acho que o Gibeon tava mexendo com esse tal de Rakurium e o Lucius não gostou disso (o que houve com o umbreom já demonstra o pq) e isso levou a uma briga entre os dois. Também acho que o Rakurium tem alguma propriedade rejuvenescedora, visto que o Gibeon ta vivo e que a sala dele ta entupida daquela poha.
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Mas aquela rejeição do Gibeon no final me deixou bem intrigado, do mesmo jeito que aquilo pode fazer o Amethio mudar a mentalidade dele, aquilo também pode fazer com que ele fique mais obcecado em provar o valor dele pro avô, até pq ele mesmo mostrou naquele episódio que não se pode desistir tão facilmente.
Estou bem intrigado com esse plot hmmmmmm.
Bônus: Esse episódio me lembrou de quando eu tava acompanhando a 2° temp de TOH pq eles decidiram meter aquele bom e velho "Olha como o final desse episódio ta tão feliz uau eu achei que- ah faltam 2 minutos ainda" que TOH metia em todo ep da 2° temp, um clássico.
Bônus 2: GRAAAAGHSNDFLKJSAND FINALMENTE OS TROVONAUTAS RETORNARÃO
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carolharusims · 5 months
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E o canal do Youtube?
Hey simmers! Achei legal deixar um "post fixo" explicando meu sumiço da face digital da Terra! hahaha assim, pessoas que conheciam meu conteúdo antes podem finalmente receber uma merecida explicação! ♥
✯ O que aconteceu com meu canal no Youtube? ✯ Eu vou voltar um dia? E o fim das séries? Aaaaaaah! *correndo em círculos com os braços pra cima* A verdade é que o backstage do YT é TÓXICO! Não me levem a mal, sou muito grata por muitas pessoas maravilhosas que conheci no meio do caminho, inclusive sinto saudade! De criadores a espectadores. Tenho muitos "rostinhos" gravados no coração! ♥ Mas quando se trata dos bastidores de se ter um canal, você tem que ser muito forte pra aguentar o tranco. É gente que tem inveja e te drena as energias com um bico enorme a cada vitória sua, é gente que esqueceu que também começou do zero e despreza os pequenos, é fã doido que te ofende porque você não é fulano ou ciclano, é gente sem noção que critica o jeito que você fala ou o tipo de foto que posta só porque ela não gosta ao invés de passar reto e buscar o que gosta... Enfim! hahahaha E eu simplesmente não queria me alimentar mais disso. Eu comecei meu canal como um passatempo porque o jogo era a única coisa que me dava prazer no meio das minhas crises emocionais, mas depois de um tempo acabou piorando cada uma dela rs Minha saúde mental sempre foi e sempre será minha prioridade... E percebi que existe um limite do qual eu não quero ultrapassar, e ter um canal e a exposição que vem com ele é um deles. Em breve farei um post sobre o fim da série da Família Caixão, que é meu xodó até hoje e linko aqui pra vocês! ♥
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lizzie4iu · 9 months
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Após a designação da missão que partilharia com Ethan, Lizzie recebeu a profecia do Oráculo com grande preocupação.
"Não haverá percurso dividido. Deverão ir por lados opostos e assistirão o fim de todas as coisas na forma a qual conhecem".
A sentença proferida pelo oráculo pulsava na mente de Elizabeth enquanto preparava a mochila de sua viagem. Ela se negava a aceitar a interpretação que havia criado precipitadamente. Não mais poderiam caminhar em união, não haviam chances de que aquela relação obtivesse frutos bons o suficiente para que aquele sentimento pudesse perdurar por tantos anos conforme o que fora almejado por Elizabeth.
Não aceitaria a solidão tomar cada pedaço de si novamente, não após a compreensão do falecimento de seu pai. A solitude já havia sido substituído por boas companhias e os hábitos de fuga já residiam no passado. Sua vida estava em um marasmo delicioso no qual ela desfrutava o prazer de ser, apesar de tudo, uma "pessoa normal".
Não poderia sentar sobre sua cama e aguardar o horário daquele fim trágico romper com seu sossego. Entre as quedas de suas lágrimas, armazenava dentro da mochila as lembranças de cada pessoa com a qual conviveu durante aquele período no acampamento, deixando para trás qualquer vestígio de Ethan que pudesse lhe fazer repensar sua escolha tão precipitada. As fotos que tiraram juntos, a camiseta a qual usava para dormir, o colar que havia ganhado como presente de aniversário. Tudo fora deixado na gaveta da mesa auxiliar, como se naquele compartimento houvesse um caixão para tudo de positivo que haviam presenciado até ali. Sem a piedade de levar consigo o perfume o qual usava sempre que tinham os encontros românticos no campo.
Antes do amanhecer, fugiu pela fronteira mágica que cercava o acampamento. Desacompanhada. Miz, seu bastão mágico, estava prestes a ser esmagado em sua mão direita, tamanha a pressão que aplicava sobre ela. Chorava ruidosamemente enquanto tentava fugir das lembranças e vislumbres do rosto do amado. Pensava que a sua decisão pouparia a vida de Ethan, que não seria enviado àquela missão e que, consequentemente, não cumpriria a profecia. Acreditava que conseguiria alterar o futuro através de uma mudança drástica de pensamentos.
Refugiou-se na antiga residência do pai, escondendo-se de monstros e de semideuses durante dois anos. Optou por forjar sua morte após descobrir que uma equipe de resgate havia sido enviada para sua recuperação. Através de uma carta de despedida enviada à Quíron, a qual foi lida pelo diretor e entregue a Ethan, anunciou seu suicídio e pediu para que a perdoassem por sua decisão.
No terceiro ano sozinha, Lizzie se mudou para New Orleans, residindo no centro da cidade e atuando como secretária em um escritório de contabilidade.
No quarto ano, Lizzie começou a se relacionar com outras pessoas e, devido ao constante receio de gerar um novo trauma, não dava continuidade aos relacionamentos que começavam já sentenciados ao fracasso.
No quinto e sexto ano, dedicou-se a montar uma pequena loja de objetos de decoração, assinando com o sobrenome da família de sua avó paterna e tornando-se Elizabeth Killian.
No sétimo e oitavo ano a loja passou a prosperar, obtendo objetos mágicos como itens decorativos e ofertando cada vez mais lucro para Elizabeth, que estava experienciando uma vida confortável após tantos anos de sofrimento. Propôs a si mesma que daria uma nova oportunidade para o amor e assim o fez. Neste ano conheceu um homem que conseguiu, parcialmente, tê-la nas mãos.
No nono ano havia começado o namoro com o chefe de cozinha que rondava seus caminhos há certo tempo e sua casa vivia perfumada pelo cheiro de temperos e comidas refém saídas do forno, facilitando ainda mais que passasse despercebida pelos monstros. Passaram a dividir a mesma casa e esboçar planos para o possível amanhã, enquanto o fantasma do antigo amor ainda a visitava vez ou outra.
A casa possuía músicas proibidas, apelidos proibidos e limites acerca do passado de Liz. Ela podia jurar que ouvia som da risada de Ethan pela casa, assim como sentia seu cheiro em suas roupas. Sonhava com o possível filho, a possível casa e as possíveis viagens. A mobília do quarto infantil seria linda e iria escolher uma casa de campo distante de tudo para que pudesse viver cada segundo de sua vida junto ao seu amado.
Foram nove anos. Nove anos que passaram em um piscar de olhos.
Ao descer do carro, estacionado em frente ao seu lar, abriu o porta malas para retirar as sacolas de papel recheadas de insumos para a casa. Legumes, leite, farinha e açúcar. Pegou a embalagem nos braços e, ao erguer a cabeça, ouviu o som de passos se aproximando.
Um arrepio percorreu sua coluna e, notando a fragilidade a qual se encontrava, largou rapidamente das embalagens e se virou na direção do passos, buscando seu bastao mágico no bolso traseiro da calça jeans. E ali, das sombras noturnas, o vento trouxe um perfume único de uma pele conhecida.
"Quem está aí?" Exclamou com rispidez "Vamos, diga!"
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beadickel · 1 month
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Reclamação do dia: ricos pão duros. Poucas são as coisas que me irritam mais que gente rica que não ousa gastar um centavo a mais na hora de comprar um produto ou um serviço. "Vou no restaurante X porque é mais barato", "não vou viajar porque é caro", "não vou comprar esse remédio porque é caro" sendo que a pessoa tem condições pra comprar tudo isso e muito mais. Você acha o quê, que vai levar tudo junto quando morrer? Que caixão têm gaveta?
Eu acho que veio de alguém assim aquela frase "dinheiro não compra felicidade". É claro que compra! Para suprir nossas necessidades b��sicas, como alimentação e saúde, PRECISAMOS de dinheiro. E sem essas necessidades não somos felizes, nem ao menos sobrevivemos!
É isso aí família tô bolada.
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mayura-chanz · 17 days
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Kagerou Daze VII — from the darkness — Shissou Word III
Tradução feita a partir da tradução em inglês da Yen Press.
Apoie o autor comprando a novel original.
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Antes de eu nascer, minha mãe era o tipo de pessoa que você poderia construir uma relação instantânea. Ela tendia a cuidar melhor de sua aparência do que muitas pessoas, o que acho que ajudou, mas ela simplesmente tinha o sorriso mais caloroso que já se viu. Acho que isso atraiu mais pessoas para ela do que qualquer outra coisa.
Eu não conseguia nem imaginar como era difícil para ela manter uma família sozinha, mas, do meu ponto de vista, pelo menos, nunca a tinha visto brigar ou reclamar de nada que fizesse na vida. Ela era todos sorrisos, entusiasmando-se em viajar como uma criança: era muito animada, o tempo todo.
Tenho certeza que todos devem ter amado minha mãe. Muitos deles choravam lágrimas grandes e redondas quando passaram pelo caixão dela durante a cerimônia.
A tarde daquele dia marcou a primeira vez na vida que vi meu pai. Todos estavam chorando ao seu redor, mas ele não derramou uma única lágrima. Ele só se importava com o horário. Ainda me lembro de como foi uma visão bizarra.
De acordo com o que ouvi dos amigos da minha mãe, meu pai já tinha uma família quando a conheceu. Ele nem sabia que eu nasci até depois a morte da minha mãe. Como resultado, muitas pessoas foram contra ele me acolher, mas uma coisa de que ninguém podia reclamar era da quantia de dinheiro na conta bancária do meu pai, e então, eu me peguei dormindo neste quarto na noite do funeral, desabando na cama enquanto observava o lustre acima.
Eu não fazia ideia no que meu pai estava pensando ao me trazer aqui. Os criados que trabalhavam aqui ainda davam de ombros e a esposa do meu pai, acho que agora minha mãe, ainda tinha que conhecer ou conversar com ela.
Minha irmã, Rin, disse que ela sempre foi o tipo de mulher que fica no quarto a maior parte do dia, mas ela só estava sendo legal comigo. Não contei para ela, mas um dos criados me disse uma vez que “a saúde da dona da casa piorou, em grande parte por sua causa” e que eu deveria “cuidar da minha vida”.
Essa foi a resposta que eu tive quando fiz um pequeno pedido. Isso me surpreendeu. Não foi como se eu tivesse ido lá porque quis. E aquela linguagem estranhamente educada “dona da casa”. Fazia minha pele coçar toda vez. Por que toda a conversa tinha que ser um jogo de inteligência de alta pressão?
Estava claro que as pessoas da casa não estavam exatamente gostando de mim.
Era julho, já fazia mais de meio ano desde que me mudei. Minhas tarefas diárias envolviam principalmente a leitura dos livros que peguei emprestado da minha irmã, fora isso, era uma vida bastante ociosa. Nada para fazer, nenhuma responsabilidade. Disseram que eu poderia usar a TV da sala sempre que quisesse, mas a ideia de encontrar um criado ali acabou com essa ideia.
Então lá estava eu, descansando a cabeça em uma escrivaninha (uma peça de segunda mão do meu pai) perdendo tempo. O sol da tarde deve ter entrado em meus olhos, porque fui tomado por uma vontade repentina de mexer um pouco as pernas. Nunca gostei muito de brincar ao ar livre e dificilmente era ativa. Mas com todas essas horas enfurnada, eu precisava liberar minha energia extra de alguma forma.
Usei os joelhos para empurrar a pesada cadeira velha para trás e fui direto para a porta. Não que eu fosse sair correndo e jogar futebol no parque. Por um lado, eu realmente não conhecia a vizinhança local, e por outro, geralmente era proibido sair sem permissão, acho que as pessoas aqui não gostavam muito que eu saísse. Da mesma forma, eles me compravam praticamente tudo que eu pedia, e não era como se eu tivesse tarefas para fazer fora de casa, então não via isso como uma grande dificuldade.
Quero dizer, se eu perguntasse a eles, tenho certeza que teriam me deixado sair um pouco. Mas encontrar um criado, por si só, era uma experiência terrível e sombria. Eu nunca poderia contar com eles para levantar meu ânimo.
Além disso, em primeiro lugar, não havia nenhuma razão para ir ao parque. Não demorei muito para pensar em algum lugar aqui com bastante espaço para jogar futebol. O pátio da mansão Kido. Era assim que era de tão grande. Eu estava pronta para ir, meu coração acelerou quando troquei os chinelos pelos sapatos de atividades ao ar livre, e fui direto para o lugar, deixando meu quarto para trás.
O pátio à tarde estava, como sempre, tranquilo. A mansão cercava-o nos quatro lados, então para dizer no mínimo, era enorme. Eu conheço o layout geral agora, mas quando apareci pela primeira vez, meti-me em todo tipo de problema depois de ficar irremediavelmente perdida.
Como Rin disse, meu pai trabalhava para um “conglomerado”, algo muito antigo e honrado que funcionava desde a geração de nosso bisavô. “Meu avô construiu esta mansão há sessenta anos”, lembro-me dela contar com o nariz empinado. Era difícil imaginar quanto tempo eram sessenta anos, mas a julgar por todos os móveis que ladeavam os corredores pelos quais havia avançado, eu poderia dizer que era muito tempo, mais ou menos.
Correndo até a beira do corredor do andar de cima, instintivamente acenei com a cabeça para o retrato do meu avô pendurado na parede enquanto descia as escadas. No primeiro andar, fui recebida por um carpete vermelho vinho, vermelho o suficiente para me dar azia, estendendo-se por toda a extensão do corredor.
Percebi que comecei a ficar um pouco cansada. Eu estava indo para o pátio fazer algum exercício e já estava ficando sem fôlego?
Mas eu estava quase onde queria ir. Por que você não corre o resto do caminho, Tsubomi Kido?
Vamos correr, pensei, enquanto flexionava meu Aquiles. Então, do outro lado do corredor antes silencioso, uma melodia começou a ecoar. Não havia um ar natural. Era delicado e cuidadoso, mas algo na viscosidade de cada tom parecia familiar.
— ...Um violino?
Como se estivesse atraída, dei passo após passo cuidadosamente em direção ao som. Felizmente, para mim, parecia vir do pátio. Quando cheguei lá, a porta que dava para fora já estava aberta—não é de admirar que eu tivesse ouvido a música de tão longe.
De perto, era mais do que apenas agradável ao ouvido, era praticamente vívido. O som de um instrumento tocando ao vivo era mais do que apenas “bonito” ou “legal”; havia uma sensação única de vibração, de distorção, de notas estranhas ocasionais, tudo misturado para formar um verdadeiro timbre de áudio pela primeira vez. Nunca entendi a atração por coisas como músicas e vocais, mas a melodia de um instrumento sempre conquistou meu coração.
Quando eu estava prestes a enfiar a cabeça com curiosidade, de repente, me contive. Se eu aparecesse naquele momento, poderia interromper a apresentação. Não, não seria bom estragar as coisas. Vamos ouvir aqui mais um pouco, pensei comigo mesma.
Encostei as costas na parede e me abaixei com cuidado, tentando ficar em silêncio. Então fechei os olhos, voltei os ouvidos para a melodia e me vi imaginando o que aconteceria se eu adormecesse ali no chão, mas a brisa seca de verão vinda do pátio fez com que minha consciência se esvaísse sem lutar.
...Eu não tinha certeza de quanto tempo havia passado. Só senti que dormi por um breve momento, mas quando acordei tudo havia mudado.
O som do violino desapareceu; o vento soprando havia cessado. Estranho, pensei enquanto abria os olhos, apenas para descobrir que Rin me lançava um olhar taciturno.
— ...Isso não são bons modos, Tsubomi.
— Agh...!
Surpresa, tentei me levantar no mesmo lugar. Mas fui rápida demais: minha mão escorregou do chão, fazendo-me cair. Levantei-me sem sequer gemer e desta vez usei as duas mãos para me levantar. Enquanto me revistava, olhei para minha irmã. O olhar taciturno era agora de exasperação.
Não de novo. Eu não acredito que fiz de novo. Quando se trata de cometer erros descuidados por aqui, devo ser algum tipo de gênio.
Abri a boca para respirar. Num momento como este, eu sabia que precisava me acalmar e expressar exatamente o que queria dizer.
— E-eu acabei dormindo... Desculpe.
As palavras que surgiram tiveram um trabalho muito mais fácil de encontrar o caminho do que antes.
— Mmm. Bem, tente não fazer isso na próxima vez.
Minha irmã acenou com a cabeça. Ela não disse mais nada.
Nos últimos meses, acho que consegui falar muito mais do que antes. Ainda não parecia natural, mas em termos de comunicar como eu me sentia, eu poderia fazer isso com praticamente qualquer pessoa. Atribuí isso ao fato de minha irmã fazer um esforço heroico para falar comigo diariamente.
Claro, eu ainda cometi muitos erros. Dependendo da natureza dos meus erros, eu poderia ser repreendida muito severamente. Mas Rin nunca tirou vantagem disso para pegar no meu pé sem motivo, nunca. E isso me fez confiar nela mais do que em qualquer outra pessoa na mansão.
— Por que você estava dormindo em um lugar como esse, afinal? — Minha irmã levantou uma sobrancelha. — Sua cama provavelmente seria muito mais confortável.
Não era como se eu tivesse adormecido porque o chão do corredor era a epítome do conforto luxuoso. Abri a boca para me defender.
— E-eu estava ouvindo o violino tocar e eu... acabei...
— Violino? Eu não ouvi nada do meu quarto... Quem estava tocando?
Eu tive que me segurar para não me sobressaltar audivelmente. Pensei que fosse ela, não conseguia imaginar mais ninguém. Então não era? Fiquei tão envolvida pelo som que nem me dei ao trabalho de verificar.
— Eu só ouvi o som, então... hum, acho que não vi ninguém.
— Bem, não há motivo para se desculpar. Está tudo bem. Mas um violino de tudo... Eu acho que não tem ninguém que saiba tocar.
— ...Hã?
Eu não consegui me segurar dessa vez. Se fosse alguém cantando, isso já seria um nível baixo, mas um violino não era algo que qualquer um conseguisse. Claro, eu não saberia, mas Rin, uma membro dessa família, também estava no escuro?
— Hmm... Pode ser aquilo de novo.
Minha irmã cruzou os braços e me encarou, quase como se exigindo uma resposta.
— ...“Aquilo”? — Respondi.
— Aah, eu não te contei antes, Tsubomi?
Ela estava se achando outra vez, usando sua voz baixa. Comecei a ter um mau pressentimento, mas eu precisava saber para onde ele estava indo. Fiquei um pouco inquieta.
— Bem, eu já te falei sobre isso, não? — Agora ela fala como se estivesse atuando em uma peça. — Sobre a origem dessa mansão?
Isso eu sabia. Toda essa coisa de sessenta anos. Eu acenei afirmativamente para ela.
— Ah, bem, o Japão era um lugar bem instável para se viver naquela época, mas mesmo assim construímos uma mansão gigante aqui, então... digamos que meu avô se destacou bastante. Ladrões entraram aqui mais de uma vez, procurando por objetos de valor.
Imaginei o homem em minha mente. Eu só o tinha visto naquele retrato. Quanto aos ladrões, tudo que conseguia imaginar eram piratas de camisas listradas e máscaras pretas nos olhos como os que eu tinha visto em programas infantis.
— Esses roubos aconteciam com tanta frequência, que na verdade deixavam meu avô bem desesperado. Então, um dia, ele finalmente surtou. Alguns ladrões tentaram entrar aqui e ele os prendeu dentro de um porão, bem aqui nesta mansão, bem, na metade do caminho em que estamos, na verdade.
Rin bateu no chão com os dedos dos pés para provar seu ponto. Imaginei os piratas de rosto redondo berrando dentro de uma cela de masmorra medieval. Ela apontando o local, o que me fez dar alguns passos para trás.
— M-mas isso é tudo passado, né?
Era assustador até mesmo pensar em algo assim acontecendo aqui. Minha irmã mordeu a isca.
— Aah, eu não sei. Ouvi falar que ele prendeu aqueles ladrões lá dentro, mas nunca ouvi nada sobre ele deixá-los sair! E mesmo se eu quisesse descobrir, a chave do porão está desaparecida desde a época do meu avô.
Ela nunca ouviu nada de que eles foram soltos. O que significava que eles ainda estavam lá? Não havia como alguém sobreviver por mais de sessenta anos em uma cela sem comida. Eles teriam que estar...
*
... Espere aí. Isso não é só uma história de terror?
— Uh, umm...!
— Hmm? — Os lábios de Rin se curvaram um pouco.
— Hum, e-essa não—? Essa não é... uma boa história, né...?
— Ah, você não acha? Ah, está tudo bem agora e tal, não acha? Por que não te conto o resto?
— N-não, não, é quase hora do jantar, então nós provavelmente devíamos...
Fiquei desesperada. Eu nem mesmo tinha olhado um relógio e cá estava eu trazendo o jantar aqui no meio. Mas o que me importava? Eu tinha que pará-la, imediatamente.
— Ai ai, mas essa história me deixou tão empolgada! Está começando a ficar divertido também, então espero que você queira ouvir mais...
Meus lábios tremiam. Os dela, por outro lado, sorriam, mal contendo o riso. Alguém estava gostando disso. Tanto para me provocar sem motivo. E eu tinha acreditado nela.
Eu não consigo suportar isso. Histórias de terror era a única coisa que não conseguia tolerar. Não era uma questão de ficar acordada até tarde na noite—para alguém como eu, eu nem conseguiria dormir no dia seguinte.
Se eu ouvisse o fim desse conto, estaria tudo acabado para mim. Eu não queria ser atormentada por sonhos com criminosos esta noite e todas as noites posteriores. De jeito nenhum. Eu estava pronta para implorar por misericórdia.
Rin riu—gargalhou, na verdade—com esse ato da minha parte antes de acariciar minha cabeça. — Ai, você é uma menina tão fofa, — ela se maravilhou. — Desculpe. Eu só estava brincando. Mas com certeza ajudou você a acordar do seu cochilo, né?
Um pouquinho, sim. Na verdade, é bem provável que eu nunca mais durma pelo resto da minha vida. Muito obrigada, mana. E o pior de tudo é que, apesar da risada maliciosa dela, eu não via isso como uma falha de personalidade. Depois de uma piada dessas, ficaria tudo estranho se eu fizesse disso um grande problema. Mas eu falei uma coisa:
— Quando ouço uma história de terror, não consigo dormir sozinha à noite...
Se ela começasse a contar histórias como essa todos os dias, no fim, eu acabaria fugindo de casa logo. Fui recompensada com outro carinho na cabeça.
— ... Mas, falando sério, — disse minha irmã, — quem poderia ser? Acho que não seja um fantasma ou algo do tipo, mas...
— E-eu ouvi mesmo alguém tocando. Pode ter sido a TV ou algo assim, talvez...
Se minha irmã insistia que ninguém aqui sabia tocar, então era assim. Era difícil imaginar alguém invadindo o pátio de alguém só para praticar violino. Parecia natural supor que alguém estava tocando uma gravação ou algo assim, e eu confundi com a coisa real. Talvez o som estivesse ecoando no pátio vindo do quarto de alguém. Eu ainda sentia um gosto ruim na boca, mas contanto que eliminasse a teoria do “violinista fantasmagórico”, não me importei.
Minha irmã parecia igualmente não convencida, mas descruzou os braços, aparentemente não vendo sentido em discutir: — Bem, — ela raciocinou com um ar arrogante, — talvez um dos criados estivesse tocando. Enfim, está quase na hora do jantar, como você disse. Vou voltar para o meu quarto.
Torci o nariz. Havia um cheiro de algo levemente perfumado no corredor. Eu só estava tentando mudar de assunto, mas acho que meu relógio interno não tinha falhado comigo, afinal.
Então decidi voltar para o meu próprio quarto também. Eu tinha saído para fazer exercícios, para acabar só tirando um cochilo no chão. Soltei um suspiro no momento em que a porta se fechou atrás de mim. Toda vez que eu tentava fazer alguma coisa, nunca parecia dar certo. Eu não tinha ideia do porquê.
Minhas pernas me levaram para a cama. Deitei-me nela, seguindo os veios da madeira nas colunas que sustentavam o dossel enquanto eu considerava aquele violino.
Rindo disso como se meus ouvidos estivessem me enganando, pensei, provavelmente estava sendo muito precipitada. Era um som claro e vívido que flutuava em meus ouvidos. Eu realmente não achava que poderia ser nada além de uma apresentação ao vivo.
De repente, lembrei-me de uma época em que minha mãe me levou para ver uma banda de jazz. Ainda conseguia me lembrar do momento em que eles começaram a tocar, a energia ao vivo surgindo em forma de som, misturada ao barulho da multidão. Era um sentimento que envolvia o ambiente e todos nele, algo que nenhuma gravação poderia capturar. O que eu tinha acabado de ouvir tinha a mesma sensação.
Mas se Rin estivesse dizendo a verdade, não deveria haver ninguém nesta casa que soubesse tocar violino em primeiro lugar. Ela disse que era possível que um dos criados tivesse uma inclinação musical, mas mesmo que tivesse, ele ou ela estaria tocando no pátio da mansão no meio da tarde?
Talvez foi alguém de fora da mansão. Alguém que estava preso aqui, sessenta anos atrás...
— ...N- não! Não, isso não é verdade!
Pulei da cama e balancei a cabeça de um lado para o outro. Não tinha ideia do que meu cérebro estava fazendo. Por que eu estava tentando me forçar?
Eu estava errada sobre o que escutei. É só isso. Eu estava começando a me sentir impotente quando acendi a luz, embora o sol ainda não tivesse se posto completamente. Ainda assim, andei pelo quarto enquanto esperava pelo jantar.
Depois de um tempo, houve uma batida na porta. — Sim? — Eu disse.
Minha irmã espiou pela fresta: — Acho que estamos prontos para jantar... Nossa, você ainda está assustada? — Eu não tinha ideia de como ela sabia.
— N-não, n-na verdade não...
Tentei fingir. A maneira como eu mantive meu nariz apontado diretamente para o chão provou ser minha ruína.
A sala de jantar do segundo andar para onde minha irmã me levou já estava ocupada pelo meu pai, que estava sentado lendo o jornal. Ele disse um “Oi” em resposta à saudação abafada dela, mas o olhar em seu rosto não mudou nem um pouco. Ele nunca foi muito diplomático, na verdade, ele era totalmente hostil com as pessoas. Tudo bem, desde que ele tivesse algo a dizer para compensar, mas meu pai nem isso tinha. Basicamente, não havia como descobrir o que ele estava pensando.
Minha irmã e eu esperamos silenciosamente o jantar chegar enquanto os olhos do meu pai permaneciam nas manchetes dos jornais. Sempre foi uma das coisas mais difíceis de suportar ao viver aqui.
Depois de alguns minutos, a refeição chegou. O prato principal era uma espécie de carne grelhada; veio com brócolis cozido e cenouras cortadas em cubos em algum molho. Cenouras. Hmm...
Cenouras, né? Acho que vou ter que comê-las.
Assim que começamos a comer e de eu me preparar para travar uma batalha mortal com meus vegetais, minha irmã falou.
— Ei, a propósito, Tsubomi disse que ouviu alguém tocando violino no pátio. Mas ela não viu quem era... Você tem alguma ideia?
Eu congelei no lugar, um pedaço de cenoura ainda espetado no meu garfo levantado. Espera um pouco, mana. Você não precisava perguntar ao nosso pai sobre isso, precisa? Você sabe que ele só diria “Seus ouvidos devem ter te pregado uma peça, garota” ou algo assim. Na verdade, desde que cheguei lá, nunca vi meu pai ter qualquer tipo de reação palpável a nada.
— ...Você escuta música?
A pergunta repentina me surpreendeu. Acho que foi a primeira vez que ele me fez uma pergunta. Olhei para minha irmã pedindo ajuda, mas seu rosto estava tão inexpressivo quanto ela—deve ter sido uma visão rara e inédita de se testemunhar para ela também.
Eu tinha que responder, ou então quem sabia o que aconteceria. Eu reuni minha força mental.
— Eu, hum, só um pouquinho.
— Você escuta...? — Meu pai, disse, estreitando os olhos antes de se virar para a carne em seu prato. — ...Ela também ouvia muito, sempre que podia.
Antes que pudesse compreender o que ele queria dizer, ouvi um clack! agudo vindo do assento da minha irmã. Olhei para ela. A faca que ela usava estava agora na mesa; deve ter batido em um prato no caminho. Ela era muito rigorosa com etiqueta, então essa era naturalmente a primeira vez. Parecia que ela também não sabia o que tinha acontecido, mas assim que recobrou os sentidos, ela deixou escapar um “Desculpe por isso” e baixou os olhos.
Ele devia estar falando da minha mãe. Minha mãe biológica. Eu não conseguia imaginar o que mais poderia provocar essa reação perturbada. E por que não? Falar de uma mulher que traiu nós dois, de certa forma, é uma afronta muito séria.
Fiquei me perguntando por que ele tocou no assunto. Não consegui ler nada em seus olhos frios e indiferentes.
Mas... sim. Acho que foi esse o caso. Minha irmã ainda devia estar em estado de choque por minha mãe e por mim. Ela estava escondendo isso o tempo todo enquanto interagia comigo. Talvez ela não tenha nenhum sentimento bom em relação a mim. Não seria nem um pouco estranho se ela achasse que o mundo seria melhor sem mim.
Afinal, simplesmente me ter por perto significava que tudo, tudo mesmo, era verdade. Se eu não estivesse aqui, talvez ela pudesse ter se convencido de que era tudo mentira.
Pensar nisso fez minha mão começar a tremer. Eu me senti enjoada. Um pequeno gemido escapou dos meus lábios.
— Tsu-Tsubomi?
O tom preocupado da minha irmã fez algo explodir dentro de mim. Eu disparei e saí correndo dali. Pude ouvir algo quebrando com um som alto atrás de mim; devo ter derrubado alguns talheres. Mas não me virei. Corri pelo corredor, desci as escadas e fui em direção à porta da frente.
Empurrei a pesada porta e corri para fora, pude ver a sombra do portão da frente iluminada fracamente por um poste de luz próximo. Se eu fosse escapar desses terrenos murados da mansão, teria que ser por ali.
Corri e forcei a barra que atravessava as portas. Ela estava trancada no lugar, imóvel. Olhei para cima para ver se era possível escalar, mas a altura era algo que eu jamais conseguiria lidar.
Claro, mesmo que eu pudesse escalar, o que eu faria então? Se eu fosse embora nesse estado estranho, eles poderiam tentar me procurar. E como isso afetaria minha irmã...?
...Não. Eu não posso simplesmente fugir.
No momento em que esse pensamento passou pela minha cabeça, não consegui mais suportar a náusea. Caí no chão. Tentei me recompor, mas até respirar estava se mostrando um desafio. Minha visão começou a ficar turva, e o interior da minha cabeça queimava de dor.
O pavimento de pedra fria sob minhas palmas começou a roubar o calor do meu corpo. Parecia que eu estava sendo engolida pela escuridão da noite. E, ah, se isso pudesse realmente acontecer. Se eu não tivesse um lugar para morar, nenhum lugar para ir, eu não podia imaginar o quão fácil teria sido simplesmente desaparecer naquele momento.
Sim. Isso mesmo. Eu deveria simplesmente desaparecer. Então eu não seria um incômodo para ninguém.
Mesmo agora, no auge do verão, o vento leve não conseguiu aquecer minha pele. Eu sempre poderia culpar meu tremor por conta disso. Isso era fácil.
Mas se eu quisesse desaparecer... eu poderia fazer isso sozinha. Eu sabia o quão simples é. Na verdade, eu percebi isso tarde demais, se é que percebi alguma coisa. Eu só tenho que ficar assim, e...
De repente, senti algo pesado nas minhas costas. Percebi que eram as mãos da minha irmã, tentando me puxar para cima. Fiquei tensa.
— M-me solta.
— Não. Eu não vou te soltar. Onde você acha que vai a essa hora? ...Fala sério. Vamos voltar para o seu quarto.
Não havia a firmeza habitual em sua voz. Sua respiração estava irregular. Eu sabia que ela devia ter corrido atrás de mim. Mas eu simplesmente não consegui dar a resposta de sempre.
— N-não. Por que você não pode só me deixar em paz?
— Não posso fazer isso. Eu sou sua irmã. Por que eu não ficaria preocupada com você?
Sua irmã. Aos olhos da lei, de qualquer forma, ela estava certa. Mas a história por trás de nós era simples o suficiente para resumir em uma única palavra. O pai dela arruinou a confiança da filha quando me criou. Ele era realmente capaz de usar uma palavra como “irmã” tão despreocupadamente sobre mim?
Eu não sei. Eu estava tão assustada. Eu violentamente tirei as mãos de Rin e me virei para ela.
— Mas se...se eu estou aqui, então...é difícil para você, não é? Você vai continuar pensando em coisas! Eu...eu...eu sou a filha da minha mãe!
As palavras e lágrimas saíram como se eu estivesse tossindo cada uma delas. O rosto da minha irmã, borrado na minha visão, parecia meio assustado, meio inseguro sobre o que fazer em seguida.
Por que eu tive que me levantar e dizer coisas para fazê-la me odiar? Essa deveria ser a única coisa que mais me assustava.
...Mas talvez não.
Talvez eu estivesse com muito medo de ser traída por alguém em quem acreditava. É por isso que eu queria que me odiasse.
Era ridículo. Pisotear a gentileza da minha irmã por um motivo tão ridículo...eu era simplesmente horrível. Mas isso significava que ela não precisava mais se preocupar comigo. Não haveria nenhum carinho na cabeça se eu estivesse muito quente.
Era o que pensava, pelo menos. Do fundo do meu coração. Até que Rin me trouxe para mais perto.
— ...Quem se importa com quem te deu à luz? Você é a única irmã que eu tenho no mundo. Minha favorita.
Foi o que ouvi enquanto ela me apertava profundamente em seu peito. A ansiedade e o medo silenciosamente foram para longe, transformando minha cabeça em um branco vazio, nada mais flutuando nela.
Tentei abrir minha boca para expressar meus sentimentos. Queria dizer “estou muito feliz” ou algo assim, mas nenhuma das emoções apressadas se permitiu ser colocada em palavras. Tudo o que consegui foi um soluço fraco.
Eu continuei assim por um tempo. Então levantei a cabeça, percebendo que as lágrimas, ou meu nariz escorrendo ou o que quer que fosse, estavam começando a manchar a blusa de Rin.
— Eu... eu vou estragar suas roupas, — disse, embora fosse um pouco tarde demais para avisá-la. Minha irmã olhou fixamente para mim por um momento, então rapidamente recuperou seu sorriso suave e trouxe minha cabeça para seu peito.
— Ah, não importa.
O cheiro do cabelo dela entrou em minhas narinas. Cheirava a orquídeas, pensei. Pálido, bonito, digno. Combinava perfeitamente com ela.
*
Não pude deixar de me maravilhar com isso. Quão linda, quão forte e quão gentil minha irmã, Rin Kido, era. Será que algum dia serei assim? Alguém tão disposta a aceitar os outros e gentilmente trazê-los para mais perto de seu coração?
O vento frio da noite agora parecia agradável contra minhas bochechas coradas. Aproveitando o calor da minha irmã, mantive suas mãos perto até que as lágrimas parassem.
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leclerqueensainz · 1 year
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Uma Família de Três (C.L 16)
Parte.III- Heróis, Princesas e Fewawi.
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⚠️Avisos:  Angustia( Charles muito triste falando sobre perder quem ama), menção a abandono materno, problemas com os pais, depressão pós parto, entre outros gatilhos. Mas também temos a interação mais fofa com Vincenzo pela primeira vez então isso já é um avanço. 
Aproveitem a leitura! 
Ps: Essa parte é toda baseada pelo ponto de vista do Charles. 
Quantidade de Palavras: 4.332.  🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨🇲🇨
19 de Abril de 2019 - Monte Carlo, Mônaco.
Quando meu pai morreu há alguns anos, eu pensei que estaria preparado para qualquer perda que eu teria que passar posteriormente. Iria doer perder outras pessoas, disso eu não tinha dúvidas, mas eu jurava que nada poderia me abalar tanto quanto perder meu herói. 
Quando eu menti para ele que tinha conseguido o contrato da Ferrari, porque era um sonho dele e eu queria que ele pudesse descansar em paz  sabendo que tínhamos conseguido, que todo o esforço que ele tinha feito pelo meu futuro, havia válido a pena, eu achei que nada mais poderia doer tanto quanto saber que ele nunca teria a oportunidade de me ver vestindo um macacão vermelho e dirigindo um carro da Scuderia. 
Quando me deram autorização para que eu dirigisse o carro que levava o caixão com o corpo dele, e eu rodei pela cidade para que meu pai pudesse dar o último adeus para o lugar em que viveu e amou por tanto tempo, antes de levá-lo ao cemitério, eu achei que nada poderia destruir meu coração e queimar cada célula do meu corpo tanto quanto aquilo fez.  
Eu achei. 
Mas eu deveria ter sabido melhor. Deveria ter entendido que nenhuma dor seria o suficiente para calejar a alma de alguém. 
A notícia chegou para mim na segunda-feira, quando eu ainda estava em Shangai após a corrida, há dois dias.  Marie, minha ex namorada, me ligou no meio da noite, eu não entendia o porquê dela estar me ligando, sendo que após o término, há 6 meses, nós não havíamos nos falado. 
O meu coração havia acelerado antes de atender o telefone e milhares de pensamentos passaram na minha cabeça, tais quais se ela estaria bêbada e com saudade, ou se ligou sem querer. Se queria apenas conversar por ter tido um dia ruim e Jules não havia atendido quando ela ligou. Eu poderia esperar tudo, poderia pensar em qualquer possibilidade, mas nunca, jamais naquelas palavras. “Jules está morto.” Foi o que ela disse logo após o meu alô. Não houve choro, nem pausas. Apenas uma voz quebrada e sem vida. Uma voz morta e gelada. 
Marie não havia ligado porque estava bêbada, ou porque tinha tido um dia ruim e não havia mais ninguém com quem ela pudesse conversar. Não era a saudade por termos ficado 6 meses separados. Não era para dizer que me amava, como sonhei tantas vezes antes. 
Marie ligou porque nosso melhor amigo, meu padrinho, estava morto. Sem lágrimas, sem pausas. Apenas o choque. Foi direto. Foi assustador. 
Eu perguntei sobre o que ela estava falando, pois Jules havia saído logo após a corrida, e ele estava bem. Estava feliz pela posição e queria voltar para Nice para comemorar com a família. Ela não me respondeu. E eu perguntei se ela tinha bebido, ou se aquilo era um jeito fúnebre de tentar dar início a uma conversa com o ex namorado. Mas ela não riu como eu sabia que ela faria se estivesse brincando. Então eu senti. O silêncio que dizia a verdade. Eu havia perdido Jules também. 
Então eu  gritei no telefone, disse que aquilo não tinha graça, que já era tarde e que eu não queria  participar daquele jogo lôbrego. Negação. “Venha para Mônaco, Charles.” Ela disse e desligou. 
Eu queria nunca ter atendido. Queria nunca ter que precisar fazer as malas as pressas e acordar Pierre e lhe contar que havíamos perdido ele. Não queria ter chego em Mônaco e ter visto os rostos dos meus irmãos e da minha mãe maquiados com o luto de novo. “Eu sinto muito, meu amor.” Foi o que minha mãe disse quando eu caí de joelhos e me permiti chorar na frente da minha família enquanto ela me abraçava. “Vai ficar tudo bem.” Foi o que Lorenzo disse. Porém, nós dois sabíamos que não ficaria. 
Eu achei que não sentiria mais a sensação de impotência e de amargura ao vestir um terno preto novamente. Eu achei que o luto seria algo com o qual eu saberia lidar. Entretanto, não foi. 
Eu pedi a qualquer divindade que existisse, que não me tirasse mais nada. Eu não aguentaria ter que fazer o mesmo trajeto para aquela igreja por causa de outro funeral. E nem queria a experiência daquela sombra que me deixava em frangalhos novamente. 
Eu não queria ter que superar outra perda, não queria ter que me perguntar o porquê da dor não passar e nem parecer ser o suficiente. Não queria tentar entender e nem ouvir pessoas dizendo que agora ele estaria em algum lugar melhor e que tudo era um propósito de Deus. 
Deus.Por que ele parecia estar tão de mal comigo? Já não tinha sido o suficiente perder meu pai? Por que ele precisaria de Jules também? 
Mesmo sabendo que a única certeza da vida é a morte, porque Deus não trouxe uma maneira mais fácil para aqueles que ficam, superá-la?
Não havia mais meu pai, não havia mais Jules. Meus heróis se foram e eu fiquei aqui. Por que eu fiquei? 
Eu estava sendo egoísta e sabia. Ainda assim, foi o que me permiti sentir no momento. Eu estava sozinho, sem aqueles que um dia me ajudaram a ser quem sou. Não havia mais ninguém que pudesse me aconselhar e nem me guiar. E por mais que ainda tivesse Lorenzo, ou até Arthur, ainda me sentia perdido, como um barco à deriva. 
Quando o carro estacionou na frente daquela igreja, pedi a minha família que fossem na frente.  Eu precisava de alguns minutos. Eu carecia de coragem e forças para entrar naquele lugar mais uma vez e encarar aquilo que já sabia que seria o motivo dos meus pesadelos nos próximos dias. “Enfrente os seus demônios” é o que todos dizem. Mas aposto que quem inventou essa frase, jamais entendeu a complexidade do buraco escuro e repleto de amarguras e medos que o luto traz. 
Encarei a igreja por trás do vidro do carro. Aquele mesmo carro em que um dia eu já sorri junto ao meu melhor amigo, por o ter ganhado e ele carregar a marca Ferrari na lataria. O mesmo carro onde chorei quando pensei em como meu pai teria reagido ao me ver chegar em casa com ele e Jules me abraçou e disse que não importava onde ele estivesse, ele estaria vendo e estaria orgulhoso das minhas conquistas. 
E agora estou aqui dentro. Estou dentro desse carro, mais uma vez em frente à essa igreja. Entretanto, sem consolo de alguém que eu amo dessa vez. Estou dentro dessa máquina, criando coragem para entrar no funeral de alguém que um dia já me confortou por uma perda. 
Estou aqui criando coragem para dizer adeus à mais um dos meus heróis. 
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20 de Janeiro de 2023- Nice, França.
Eu estaciono o carro em frente a um prédio antigo de poucos andares. Ao meu lado, Marie observa atentamente enquanto Cecília desce do carro à nossa frente.  Eu posso sentir o nervosismo dela e percebo que suas mãos estão fortemente apertadas em punhos. 
Eu sei exatamente o que ela está sentindo, e parte de mim se sente orgulhoso por ainda conseguir compreender a linguagem do corpo dela mesmo depois de todos esses anos, mas tento ao máximo minimizar isso, afinal é
 um momento delicado tanto para ela quanto para mim. 
Após o fim da reunião, Cecilia nos fez um pedido que já esperávamos, mas mesmo assim meio que nos pegou de surpresa. Ela queria que conhecêssemos Vincenzo naquela tarde. E é onde estamos agora. Estacionados á frente do prédio que suponho que seja o local  que Cecilia vive com Vincenzo. 
-E se ele não gostar da gente?- Marie pergunta baixinho. E eu tenho a impressão de que ela está fazendo a pergunta mais para si do que para mim. 
-Ei! Ele vai nos adorar! - Digo e ela olha para mim. Seus olhos estão ligeiramente arregalados de pavor e ansiedade. - Marie, claro que no começo não vai ser fácil, mas isso nós já falamos antes. Vamos apenas tentar nos acalmar. Não pense em Vincenzo como uma futura responsabilidade nossa, por enquanto, pense nele apenas como um pedaço de Jules que iremos conhecer, sim?- Os olhos dela se enchem de lágrimas, mas ela assente e sorri. 
Pego sua mão que ainda está cerrada em punho e levo devagar até os lábios, encostando suavemente. Sua mão se abre e eu posso ver as marcas de meia luas vermelhas, cravadas na palma. Ela suspira um pouco surpresa e eu sorrio tentando passar segurança, mesmo que no fundo eu esteja tão apavorado quanto ela, se não mais. 
-Nós vamos conseguir, mon chérie. Confie em mim. - Digo e ela assente. 
Ela faz um movimento sutil para que eu solte o seu pulso, mas antes que eu pudesse sentir meu estômago afundar pelo seu rejeito, sua mão agarra a minha e a aperta. Um aperto firme e com muito significado. Meus olhos vão de nossas mãos unidas para o seu rosto e dessa vez ela quem tem um pequeno sorriso reconfortante pendendo nos lábios. 
-Vamos, Leclerc! Vamos conhecer o legado do nosso melhor amigo.
(…)
-Desculpe pela quantidade de escadas! O nosso elevador quase nunca funciona. - Cecilia diz quando finalmente chegamos a porta de seu apartamento,  após subir cerca de oito lances de escadas. 
Eu me apoio na parede ao lado da porta e puxo o ar fortemente para dentro dos pulmões, do outro lado no ultimo degrau, Marie está escorada no corrimão tentando acalmar o coração e normalizar a respiração. 
-Jesus Maria e José! Como você consegue fazer isso todos os dias? - Ela pergunta para Cecilia que apenas ri e da de ombros. 
-Tente fazer isso com uma criança nos braços então, te garanto que é bem pior. - Ela diz e Marie solta um riso leve. 
-Então que bom para você que logo estará livre de passar por isso, certo?- Eu falo e o sorriso antes pintado nos lábios dela desaparece. 
Marie coça a garganta me fazendo tirar os olhos de Cecilia e encara-la. Ela está me lançando um olhar de repreensão e eu levo tudo de mim para não revirar os olhos.
-Cecília, você quer entrar primeiro e conversar um pouco com Vincenzo antes? - Ela pergunta e Cecilia assente.
-Boa ideia! Volto em um minuto. - Ela diz vasculhando a chave dentro da bolsa até acha-la e enfiar na fechadura da porta. Antes que ela gire a maçaneta da porta para abri-la, ela me encara por um minuto inteiro. 
-Eu não estou pedindo para que você goste de mim, Charles. - Seu tom é sério e eu a encaro na mesma intensidade que ela faz. - Mas saiba que enquanto estivermos na minha casa e na frente de Vincenzo, você não falará comigo dessa forma e muito menos irá desrespeitar minha dor na frente do meu filho. Sei que não posso esperar muito de você, pois você é um homem e jamais entenderá a situação com outro olhar que não seja de um. - Ela se vira totalmente para mim. - Nada disso é um passeio na Disney. Para nenhum de nós. E essa está sendo a coisa mais triste que estou tendo que fazer desde que fiquei 12 horas em trabalho de parto sozinha em um hospital enquanto ainda estava de luto pelo pai do meu filho. - Seus olhos transbordam em lagrimas e eu engulo em seco. 
- Eu errei e errei muito. Mas pago minha penitência todos os dias por isso. Enquanto você pôde apenas sentir a dor do luto na sua porta, eu tive que levantar todos os dias para alimentar a trocar uma criança que dependia de mim e que durante muito tempo eu o considerei a culpada de tudo. - Ela abaixa o olhar. O arrependimento e a vergonha de suas palavras refletindo em seu ser. - Eles disseram que era depressão pós-parto, mas eu sempre soube melhor. Eu sempre amei Vincenzo, mas nunca irei poder olhar para ele sem ver o reflexo dos meus erros.- Ela limpa as lagrimas que escorrem pelo seu rosto com as costas das mãos. - Vou viver eternamente com esses fantasmas me assombrando, mas não vou deixar meu filho passar por isso. - Ela diz e se vira, abrindo a porta e entrando logo em seguida. 
A porta se fecha em um baque fraco e eu apenas fico aqui de pé, olhando para ela. Não sei como devo reagir e nem mesmo o que sentir diante da declaração de Cecilia. Mas mesmo sem saber, a vergonha aponta no pé do meu estômago. Vergonha pois penso no que Jules me diria se pudesse me ver agora. E pela primeira vez em muito tempo, penso em meu pai também. 
-Ela não disse isso para que você se sinta mal, Charles. - Sou atraído pela voz de Marie. Seu semblante é sério, entretanto seu tom é suave. - Mas ela não está de tudo errada. Você nunca vai entendê-la mas não apenas porque você é homem, e sim porquê essa situação está bem acima de qualquer compreensão e empatia que eu e você somos capazes de ter. - Ela diz e seu olhar desvia por um momento antes de voltar para mim. - Penso que o único que seria capaz de entendê-la não está mais aqui. - Ela sussurra a última parte e eu continuo aqui, apenas a observando e digerindo suas palavras.
 Eu também estou me perguntando se Marie já se sentiu como Cecilia, não pelos mesmos motivos, isso é obvio. Mas se por razões diferentes ela já se sentiu tão sozinha sem ninguém para compreender seus motivos.
 E então eu me lembro de quando eu descobri que ela havia partido alguns dias depois do enterro de Jules.  Eu fui até o seu apartamento no centro de Mônaco e quando cheguei, o parteiro me disse que ela havia se mudado há dois dias. Eu lembro da sensação de vazio que me preencheu. Da dor, da solidão, do luto. 
Eu havia me perguntado várias vezes o porque dela ter partido e me deixado, mesmo não tendo mais nada comigo e nenhuma obrigação de tentar consertar o que dentro de mim estava quebrado. Mas em nenhum momento eu me perguntei o que ela sentiu.
 Jules morreu e  Marie e eu não tínhamos mais um relacionamento. Seus pais nunca foram pais de verdade. Ela não tinha mais ninguém e mesmo eu me sentindo sozinho e abandonado, ainda tinha minha família que sentia a minha dor. 
Então é isso? Foi por isso que ela foi embora? Por que ela achou que não tinha mais ninguém ? Ela passou por tudo isso sozinha? 
-Por favor, Charles. Não faça isso. - Ela diz e eu a encaro. 
-Isso o quê? - Eu pergunto confuso. 
-Não tente decifrar se há mais coisas que eu queira dizer no que eu disse. - Seu olhar está tão intenso quanto o de Cecília a pouco. - Isso não é sobre mim e tão pouco sobre você.- E com essas palavras eu sinto que ela deu um ponto final no assunto. 
Eu queria poder rebater e perguntar a ela, mas aquele não era o momento e eu já havia errado o suficiente por hoje. Então aceno com a cabeça em compreensão e ela relaxa os ombros e coça a garganta. 
Marie caminha até mim em pequenos passos, meus olhos treinados em seus movimentos. Ela para ao meu lado, se encostando na mesma parede que eu. Seus rosto virado para a escada onde estava antes. 
-Eu sinto muito. - É o que eu digo, pois é o que eu sinto. Marie vira o seu olhar pra mim e um sorriso fraco adorna seus lábios.
-Não é sua culpa. - Ela volta o olhar para a escada e eu a acompanho. 
Passamos mais uns minutos encarando os degraus frios, ambos imersos em seus próprios pensamentos, até ouvir uma ligeira movimentação que vinha por dentro do apartamento de Cecilia. A porta se abriu porém não havia ninguém ali. 
-Oi!- Uma voz infantil diz e eu olho para baixo, vendo um ser pequeno com covinhas e bochechas gordinhas nos encarando. - Eu sou o Vitiendo. 
Eu sinto meu corpo gelar e tudo ao meu redor parece estar desfocado. O pequeno me encara com olhos grandes e castanhos, assim como os de Jules. Meu coração acelera dentro do peito, mas mesmo assim eu tento puxar o ar o mais fundo  que eu consigo. 
Eu me abaixo, ficando o mais próximo que consigo da altura de Vincenzo e ele continua me encarando com olhos grandes e curiosos. 
-Você é amigo do papai?- Ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça. 
-Seu pai era meu melhor amigo.- Digo e os olhos dele brilham. - Eu sou Charles. Muito prazer em te conhecer, Vincenzo. - Digo e estico minha mão para que ele a pegue.
-Você vai ser meu melhor amigo também, Shal? - Ele pergunta olhando da minha mão de volta para o meu rosto. 
Eu sinto meus olhos arderem e um sorriso crescer no meu rosto. 
-Sim, Vincenzo. Vou ser o seu melhor amigo. - Eu respondo e ele se joga em meus braços. Eu tomo um susto e fico imóvel durante alguns segundos, enquanto eu sinto seus bracinhos se prenderem fortemente ao redor do meu pescoço.
Quando eu finalmente me dou conta de que ele está me abraçando, eu instintivamente o abraço de volta. 
As lágrimas que tentei segurar descem pelo meu rosto. É o filho de Jules quem está nos meus braços agora. E é a ele quem eu darei a minha palavra e a minha vida para protege-lo, não importa o que aconteça. Assim como Jules já fez uma vez comigo.
Eu me perco na sensação daquele abraço. Me perco na sensação de familiaridade que sinto naquele momento. É como se eu fosse transportado para alguns anos atrás e quem está nos meus braços é meu melhor amigo. Fecho os meus olhos com força e reprimo a vontade de dizer todas as coisas que eu nunca tive a oportunidade de dizer para Jules uma última vez.
Eu te amo. Eu sinto a sua falta. Me desculpa. Obrigado por ter sido o meu herói. Fica.
Eu não tenho noção exata de quanto tempo ficamos naquela posição, mas eu sinto que voltei a realidade, ou pelo menos para parte dela, quando ouço um fungado e um meio soluço atras de Vincenzo. Ele também deve ter ouvido, pois deu uma leve esperneada nos meus braços, para que eu o largasse e logo se virou para sua mãe e para Marie que nos encara chorando. 
Há muitas coisas passando pelo rosto de Marie, mas pela primeira vez desde que soubemos da existência de Vincenzo, o medo não fazia parte de nenhuma delas. 
Eu observo como os olhos dela brilham em adoração ao olhar o pequeno garotinho a sua frente que a encara de volta com os olhos brilhando. Eles ficam apenas ali se olhando por alguns segundos, até Vincenzo tombar a cabecinha para o lado em um gesto de confusão.
-Oi!- Ele cumprimenta com um sorriso tímido. - Você é uma princesa? - Eu solto uma risada baixa e Cecilia me acompanha. Marie apenas se abaixa ficando na altura dele. Sua mão direita se arrasta lentamente pelo rosto de Vincenzo como se quisesse gravar cada feição. 
-Você é a cara do seu pai. - A voz dela falha em emoção e Vincenzo estica uma mão e imita os movimentos dela. 
-Você também era amiga do papai, Princesa? - Ele sorri abertamente e Marie assente rapidamente com os olhos fechados e aproveitando o carinho que Vincenzo faz em seu rosto.
-Sim, meu amor. Eu era bastante amiga do seu papai. - Ela diz em um fio de voz e assim como fez comigo, Vincenzo se joga nos braços de Marie que o segura no mesmo instante e o pressiona fortemente contra si. 
Eu me aproximo dos dois e dou um abraço lateral em Marie e passo as mãos pelos pequenos cachos de Vincenzo. 
(…)
-E esse aqui é meu carrinho do Lawi Hamiltion. - Vincenzo me mostra mais um de seus carrinhos quando chegamos ao pequeno quarto que era divido com sua mãe. - Ele é meu favorito.- Ele diz e Marie ri ao meu lado quando eu não consigo disfarçar a minha careta. 
-E a Ferrari? Você não gosta da Ferrari? - Pergunto para ele e ele me encara confuso por alguns segundos. 
-Fewawi? É o carro vemelho que quebra? - Ele pergunta inocentemente e Marie dessa vez explode em risos e eu apenas assinto e dou a ela um olhar feio. - Fewawi é legal, Shal. Mas gosto da Cedes. - ele diz com os olhos brilhando o nome da Mercedes e eu não consigo segurar o sorriso. 
-Tudo bem, vou fazer você mudar isso com o tempo. Pelo menos não é Redbull. - Eu digo e Marie nega com a cabeça, o sorriso enorme ainda pendurado em seu rosto. 
-Edbull tem o max! Eu gosto da Edbull!- Ele diz e eu engasgo com o ar. 
-Mas não é possível! - Eu fico desacreditado e Marie já tem lagrimas nos olhos de tanto rir. 
-Não fica bavo, Shal! Vou gosta da Fewawi também, eu pometo! - Vincenzo estende  o dedo mindinho em minha direção e eu o pego com o meu e nós cruzamos em uma promessa. 
-Eu acho muito bom, pois você vai passar muito tempo no Box da Ferrari comigo, rapazinho.- Eu digo o pegando no colo e ele ri. 
-E vamos conhecer o Lawi Hamiltion? - Ele pergunta empolgado e eu assinto sorrindo. 
-Bom, ele não vai no box da Ferrari, mas podemos ir no da Mercedes, que tal ? - Pergunto e Vincenzo solta um grito alto de felicidade e me abraça forte. 
-Obigado, Shal! Você também vai, Princesa ? - Ele pergunta se virando para Marie que me olha sem jeito e sem saber o que responder. 
Já faz muito tempo desde que Marie andou pelo Paddock, a última vez foi meses antes da morte de Jules, quando nós dois terminamos nosso relacionamento. E entendo que para ela, talvez seja um pouco difícil. 
-A Princesa vai quando ela estiver pronta.- Digo olhando para Marie. - E quando ela estiver pronta, nós dois estaremos lá para segurar as mãos dela e para que ela não sinta medo, não é ? - Pergunto passando meus olhos de Marie para Vincenzo e o garotinho no meu colo pula, me fazendo agarra-lo mais forte para que ele não caia. 
-Sim! E podemos levar a mamãe também né, Shal? - Eu sinto um arrepio na espinha quando ele me pergunta. E olho para Marie que me encara de volta com olhos arregalados e tristes. 
Eu não sei o que responder. Na verdade eu ainda não entendi a minha posição aqui. Vincenzo irá viver conosco, mas eu não sei quem ou como que iríamos dar essa notícia à ele. Por mais que eu não goste de Cecília e não concorde com os métodos maternos dela, ainda assim, não sinto que essa conversa deva partir de mim ou de Marie, mas sim de Cecília que ainda é a mãe do garotinho. 
Nenhum filho está preparado para deixar a mãe, ainda mais tão pequeno. Cecília é o mundo de Vincenzo. A única verdade absoluta que ele conhece e não quero que ele perca isso, mesmo sendo algo inevitável. 
-Que tal a gente ver se a mamãe já terminou de fazer o jantar, Pequeno ? - Marie pergunta se levantando do tapete onde estava sentada. - Você me ajuda a achar a cozinha ? Essa casa ainda é um labirinto para mim e princesas não podem andar em labirintos sem guardas reais e cavalheiros de armaduras para protegê-las não é? - Marie gesticula e põe as mãos no peito tentando se fazer de donzela em apuros, e por mais que eu queira rir da sua atuação horrorosa, eu me sinto grato por ela ter pensado em algo tão rápido para distrair o garoto da sua pergunta. 
-Sim, Princesa! Vou proteger você dos monstos e bandidos! - Vincenzo diz fazendo uma pose de herói corajoso nos fazendo rir. - Shal, chão!- Eu entendo o que ele quer dizer e eu me abaixo para colocá-lo no chão em segurança. 
Vincenzo vai até Marie e pega a mão dela a puxando pelo quarto em direção a porta. Ela o segue a passos largos e eu fico no quarto por mais uns minutos olhando os brinquedos que Vincenzo havia esquecido no chão. 
A pergunta dele ainda ecoava na minha cabeça. O sentimento de querer protegê-lo de qualquer dor toma conta de mim, mas sei que é impossível que ele não vá sofrer com a futura ausência de Cecília. Me pergunto se para ela não está doendo , pois eu o conheço a menos de uma hora e não consigo imaginar ficar muito tempo longe do garoto. Então eu me lembro do que ela disse mais cedo. Suas palavras rancorosas contra si mesma e como ela não quer que Vincenzo seja perseguido pelos fantasmas de seus erros.
E ali, sentado no tapete infantil do Homem-Aranha, segurando os carrinhos nas mãos eu começo a entender, ou pelo menos eu acho que sim. Se para mim que acabei de conhecê-lo já o amo, é claro que para Cecília isso está sendo um pesadelo. Ter que deixar seu filho, sua única companhia no mundo, pois a culpa e as consequências de erros a assombram o tempo todo e preferir sacrificar o seu direito de mãe, do que sacrificar a felicidade e futuro de seu filho, talvez não a torne uma péssima mãe. Talvez isso seja a única coisa que ela tenha feito certo durante toda a sua vida. 
E se lembrando da sensação que eu tive mais cedo com ele nos meus braços, eu penso que talvez seja esse o jeito do universo me dizer que por mais que eu não tenha mais meus heróis por perto de mim, eu ainda tenho a oportunidade de ser o herói de alguém. 
-Vamos, Shal! Tem muitos monstos querendo levar a Princesa! - Vincenzo aparece na porta e eu me levanto correndo em sua direção, afinal não posso deixar um ser tão pequeno lutar sozinho contra tantos monstros. 
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jacobisalive · 8 months
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Ei! Você viu o JACOB HARRIS por aí? você sabe, aquele aluno da graduação de 25 ANOS. Eu acho que ele formou com especialização em NADA e se parecia muito com LEO WOODALL. Toda vez que passava pelo dormitório dele, ouvia ROAR DA KATY PERRY tocando pela porta. Todos que o conhecem dizem que ele costuma ser POSITIVO, mas também poderia ser EXPLOSIVO.
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NOTÁVEL
Olhos: Castanho claro
Altura: 1,91m
Moradia: Casa própria
Data da morte: 18 de agosto de 2014
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CURRICULAR
Curso: Educação Física
Esporte: Running back do time de futebol americano
Extras: De vez em quando dava uns pitacos nos eventos e no grêmio estudantil.
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BIO
Oi meu nome é Jacob, tenho 35 anos (teria se estivesse vivo), morri aos 25 em Los Angeles.
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2014
Jacob pode ser descrito como o golden boy de seu ano. O cara era a atração do momento. Sempre sorridente e simpático, conhecia praticamente todo mundo do colégio, sabia como agradar. Era tão rápido que poderia competir na corrida, mas acabou optando pelo Futebol Americano mesmo. O rapaz estava encaminhado. Cursava Educação Física, tinha notas excelentes, era muito participativo nos eventos escolares e parecia bom demais em tudo o que fazia. Estava há poucos passos de se tornar um atleta profissional, já suspeitando estar sendo sondado por olheiros em seus jogos. Para isso, precisava controlar sua raiva.
Enquanto alguns o viam como um cara bom e legal, existiam outros que percebiam seu jeito agressivo, e alguns o chamavam de impulsivo. A verdade era clara: não era difícil tirar Jacob do sério. Tentava combater os bullies, mas isso geralmente acabava em gritaria, socos em armários e algumas vezes em rostos. Tudo geralmente acabava em gritaria, socos e ferimentos quando se estava perto de Jacob. Todo jogo, amistoso ou não, ele saía sangrando ou sem voz de tanto xingar o adversário.
Imagine a clássica cena do "Quem fez isso com você?" e em seguida o personagem sai andando determinado e com sangue nos olhos, precisando de pelos menos 3 pessoas pra conseguir pará-lo ou um estrago vai acontecer. Bem, com Jacob era uma cena bem constante.
21 de agosto de 2014
Havia três dias que Jacob não respondia mensagens, não ia pra aula e não era visto por ninguém. Não era um comportamento comum do rapaz. Quando acontecia, significava que estava chateado com algo e precisava se isolar, mas um aviso era feito pra pelo menos alguma pessoa de que ele sumiria. Não tinha aviso, não tinha mensagem, ligação, carta, sinal de fumaça. Nada.
Era 15 horas quando encontraram o corpo e o reconhecimento da família confirmou que se tratava do atleta. Estava morto há mais ou menos 60 horas. O enterro foi no dia seguinte. Caixão fechado. Ninguém além de Janet Harris sabia o estado do corpo do rapaz.
E ver Janet naquele estado era uma visão horrível. Abraçada ao marido e padrasto de Jacob, só uma coisa vinha à cabeça: aquela mulher sofria ao perder seu único filho. Sequer parecia com a mulher que todo ano fazia um bolo pro filho comemorar o aniversário com os amigos na faculdade ou mandava um docinho quando estes também faziam ano; que fazia questão de ressaltar o quão orgulhosa estava do menino, o único na família humilde a conseguir entrar pra uma faculdade e que dirigia a brasília velha todos os dias pra ir estudar; que vivia perguntando sobre os amigos do filho e mandando lembranças e convites; a primeira a chegar nos jogos e a última a sair; que nãotinha medo e nem vergonha de repreender o comportamento agressivo do filho na frente dos outros pra provar que ele foi muito bem educado. Aquela mulher estava devastada, sem chão, inconsolável. Dias depois fechou sua doceria por não aguentar não ter mais a ajuda de seu filho nas estegas e em mais nada.
Paul parecia controlado pra não desestabilizar a esposa, mas ainda se permitia chorar, demonstrando não ter medo nenhum de sentir a dor e a perda, de que seus sentimentos por Jacob eram reais mesmo não sendo seu filho biológico, mostrando que foi ele quem o ensinou a ser sensível, amoroso e generoso. Era Paul quem lidava com todas as vezes que Jacob brigava na escola, era Paul quem sempre o incentivava a ser um rapaz bom e honroso, era Paul quem dava carona à ele e seus colegas pra escola ou pras festas em que Jacob pretendia beber, e também era Paul que o buscava ou fazia questão de saber com quem ele estava, pra onde ele ia e o que faria principalmente depois de festas regadas a álcool, era Paul quem comparecia na maioria dos treinos de Jacob. Foi Paul a primeira pessoa a saber que Jacob era gay.
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TASK
Task #1 Você é o que você veste… bom, mais ou menos…
Task #2 Me Mostre do que Você é feito…
Task #3 Expectativa x Realidade
Task #4 Se quer paz, prepare-se para a guerra
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OOC
Bom, eu acho que ficou meio óbvio o que eu to planejando pra ele, mas vou explicar pra deixar mais claro. Eu queria que ele tivesse essa imagem de boa pessoa, que todo mundo gosta e tudo mais, afinal ele se esforça bastante pra isso, pra agradar e ser querido pelos outros. Essa parada de ele ser bom em praticamente tudo o que faz também é importante. Então tipo: precisa de algo? Chama o Jacob que ele faz/ajuda. Também tem essa questão com a agressividade que pode variar entre "vou chamar o Jake pra me proteger porque eu sei que ele vai fazer isso, ele é uma pessoa que me faz sentir seguro e eu posso contar com ele pra isso" e "vou ficar bem longe desse cara, porque ele pode explodir à qualquer momento e eu vou estar no meio dessa merda", mas mais a primeira opção mesmo porque é o que planejo.
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enkhanthor · 1 year
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Desafio do Legado Histórico - Era Original - Gênesis
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LHC Doc - EN/US - Complete Doc with all Ages.
LHC Doc - PT/BR - Doc Completo com todas as Eras.
Essa Era é adicional e tem como inspiração a religião judaico-cristã, o Livro dos Jubileus e o Desafio Genesis, que consiste em povoar o mundo de The Sims 4 com um descendente de seus Sims originais em cada casa. No Legacy History Challenge essa meta pode ser completada ao longo de todas as Eras. Se você já joga o LHC e iniciou na Era Pré-Histórica, não precisa reiniciar o desafio. A Era Original - Gênesis tem como fundamento uma base mitológica e não é obrigatória. Portanto, a Fundadora do Legado continua sendo a Matriarca da Era Pré-Histórica. Se você nunca jogou o LHC, você pode optar por iniciar o desafio nessa Era ou na próxima. Na Era Original - Gênesis o jogador é O Observador (Deus do The Sims Medieval) e deve criar um casal de Sims que serão os pais da Sim Fundadora do LHC. Se você tiver algum meio de conseguir a árvore das sementes de feijões mágicos ou o fruto proibido da planta Sim pode utilizar esses items. (Eu encontrei no Debug do jogo base e as sementes sempre apareciam nas caçambas de lixo de Evergreen Harbor). Se você não conseguir, basta seguir as indicações nas regras e fantasiar um pouco. 
INTRODUÇÃO
No início havia o vazio e O Observador estava entediado. Então, O Observador usou o Criar um Sim para criar um casal de Sims. Ele colocou este casal em um paraíso isolado e os tornou donos de todas as coisas que lá existiam (exceto os itens modernos). Na ilha onde viviam havia um vulcão que tornava a terra ao seu redor estéril, mas nela crescia uma árvore muito bonita. O Observador avisou o casal para que nunca chegassem perto daquela árvore ou comecem dos frutos que ela fornecia, para sua própria segurança. 
Acontece que o casal de Sims também estava entediado, eles não tinham conhecimento (e nem televisão). Então, eles descobriram o oba-oba e tiveram muitos filhos. Por muito tempo todos viveram naquela ilha em paz e harmonia, mas uma de suas filhas era diferente dos irmãos. Ela era uma criança muito curiosa e tinha o desejo de saber se havia algo além daquele mundo. A menina estava sempre aborrecida por seus pais não lhe darem ouvidos e estarem felizes com a vida simples que levavam. Então, no dia de seu aniversário, quando cresceu para adolescente, ela resolveu desafiar as ordens do Observador. A menina chegou perto da árvore proibida e descobriu as maravilhas que ela escondia. Trouxe um fruto proibido para seus pais e os convenceu a comer. Assim que os pais comeram o fruto, uma terrível maldição se abateu sobre eles, tornando-os verdes e estranhos, semelhantes a plantas. 
Os Sims ficaram desesperados e tentaram fazer oferendas ao Observador, mas ele não respondia. Após dias de oferendas os irmãos ficaram desanimados e com raiva pois o Observador os tinha abandonado. Mas um irmão não desistiu, ele juntou oferendas por todos os irmãos. Vendo o sacrifício, O Observador concordou em tirar a maldição, mas o mal já estava instalado. Um dos irmãos com ciúmes começou uma briga, ocasionando a morte do irmão devoto. Como castigo, O Observador decidiu que os Sims não eram mais dignos do paraíso e resolveu espalhar os irmãos pelos vários mundos do Universo de The Sims 4. Por misericórdia ele concedeu à menina o esquecimento da dor que sua desobediência havia gerado. Assim, a menina passou a vagar sozinha, esquecendo-se de sua família e condenando sua própria linhagem ao sofrimento do mundo fora do paraíso.
REGRAS
1 - Adão e Eva no Paraíso:
1.1 - Crie um casal de Sims no Criar um Sim com a idade de jovens adultos. 
1.2 - Nomeie o casal como quiser. Você pode utilizar os nomes bíblicos tradicionais ou usar sua criatividade, colocando o sobrenome como Watcherson (filho do Observador) por exemplo. As famílias originais de The Sims sempre tem um nome temático (Caixão, Caliente, Quero-Tudo-Que-É-Seu). Então, eu resolvi adotar Legado na minha gameplay.
1.3 - Os Sims não podem ser ocultos. 
1.4 - A aparência desses Sims pode ser customizada pelo jogador, sem restrições para cor de pele, olhos e cabelo.
1.5 - A aspiração não importa. Esses Sims são precursores do Legado e não fundadores. Portanto, sua aspiração não precisa ser completada e, de qualquer forma, não há nenhuma que combine com essa Era.
1.6 - Você pode escolher os traços que quiser, desde que evite os traços modernos como “Geek” e “Intolerante a Lactose”. Sugiro os traços “Alegre”, “Infantil” e “Adora o Ar Livre”. “Alegre” contrasta com o “Cabeça-Quente” da Era Pré-histórica. “Infantil” demonstra a personalidade desses Sims que não conhecem as dificuldades e não tiveram que “crescer”. “Adora o ar livre” se refere ao ambiente do Paraíso.
1.7- O casal só pode utilizar folhas como roupas. Você pode encontrar essas roupas na sessão “fantasy” em meu diretório de conteúdos personalizados.
1.8 - O tempo de jogo pode ser o normal. 
1.9 - Você deve iniciar em um Save Novo e apagar todos os lotes da Vizinhança e Sims do Jogo.
1.10 - A estação é opcional (sugiro começar na primavera), porém desative as tempestades. Em Sulani chove muito e os raios prejudicam a jogabilidade ao ar livre.
1.11 - Coloque o casal em um dos lotes próximos à cachoeira e ao vulcão de Sulani na vizinhança de Mua Pel’am. Requer a expansão “The Sims 4 Ilhas Tropicais”. 
1.12 - Você é livre para customizar o lote da forma que quiser, desde que evite itens modernos e tecnológicos. Sem televisão, geladeira, sofá, vídeo game e etc. Prefira cavernas e itens que pareçam pré-históricos ou combinem com o lugar como conteúdos personalizados de ilhas para náufragos ou a churrasqueira vulcânica de Sulani.
1.13 - Você até pode ter um tapete de yoga, desde que ele seja de folhas e não tecido.
1.14 - Os Sims não precisam trabalhar. O dinheiro inicial deve sustentá-los.
1.15 - Pode usar motherlode ou outro cheat de dinheiro se quiser.
1.16 - Os Sims podem ter quaisquer habilidades que quiserem desde que seja compatível com o modo de vida daquela ilha.
1.17 - Os Sims podem fazer o que você quiser e o que eles quiserem (deixe eles livres, sem controlar o tempo todo).
1.18 - Os Sims não precisam cozinhar. Você pode ter a mesa de banquete e sempre deixá-la cheia de comida. 
1.19 - Você pode usar mãos mágicas para ajudar os Sims a se livrar dos pratos sujos ou lixo e substituir objetos quebrados, afinal você é Deus e eles estão no paraíso! E, bem, eles precisam acreditar que você existe.
2 - Seja Fértil e Multiplique:
2.1 - Os Sims devem obrigatoriamente ter filhos até completar a conquista casa cheia (8 Sims na casa, ao menos 6 filhos), mas podem ter até mais.
2.2 - Se você utiliza o MC Woohoo mantenha o oba-oba arriscado em 30%. Se você utiliza algum mod que tenha métodos contraceptivos, evite-os. Se não utiliza nenhum mod, os Sims só podem “Tentar ter um bebê”. 
2.3 - Todos os bebês devem nascer em casa. Eva não pode ir ao hospital. Não é permitido usar o mod Child Birth da Pandasama. Apenas clique no berço e escolha a opção “Ter Bebê”.
2.4 - Bebês recém-nascidos e bebês de colo devem ser amamentados. Não utilize as mamadeiras.
2.5 - Adão pode ajudar Eva a cuidar dos bebês. Adão e Eva são iguais, portanto a divisão de tarefas também é igual.
2.6 - Os Sims estão isentos de morrer ou jogar os dados da morte nessa fase inicial do desafio.
2.7 -  Nomeie os bebês como preferir, mas você também pode usar nomes bíblicos como Caim, Abel e Sete.
2.8 - Cada filho deve ter um traço de bebê de colo diferente, considerando os seis primeiros nascidos.
2.9 - O casal inicial é a Geração 0. Você deve escolher uma das filhas mulheres para ser a Sim Fundadora do Legacy History Challenge. A Sim Fundadora deve ter traços específicos na adolescência (ver as regras 1.1 e 1.2 da próxima Era).
2.10 - Você não precisa envelhecer o Sim com bolo de aniversário, mas os bolos de aniversário também não são proibidos. ( Para remover o buff de aniversário esquecido pode clicar no Sim com botão esquerdo do mouse e shift apertado, ir em “Truque de Informações do Sim” e escolher a opção remover sentimento ou usar o mod indicado no item 10.8).
2.11 - À medida que os irmãos crescem, eles devem ganhar traços negativos que lembrem os pecados originais. “Cabeça-quente” (pecado da ira - para a Matriarca), “Preguiçoso” (pecado da preguiça), “Ciumento” (pecado da inveja e pecado da avareza), “Glutão” (pecado da gula), “Romântico” (pecado da luxúria) e “Egocêntrico” ou “Esnobe” (pecado da soberba). Se encontrar outro traço que representa melhor um pecado pode usar. (“Materialista” e “Fregano” poderiam representar a avareza, mas eu os considero modernos demais, uma vez que ainda não existe o Simoleon).
2.12 - Se você tiver o pacote de jogo “The Sims 4: Vida em Família”, as crianças devem ter bons valores de educação, mas um irmão deve se destacar (“Abel”), sendo o mais querido pelos pais. O que deve gerar disputas com o irmão ciumento (“Caim”) desde a infância. (Os nomes Abel e Caim são apenas exemplos. Eles não precisam necessariamente ser do sexo masculino).
2.13 - Os Sims não precisam ir para a escola. Se utilizar o MC Command Center, desabilite as escolas para crianças e adolescentes.
3 - Senhor de todas as coisas e animais:
1.3.1 - Você pode ter animais que parecem selvagens, mas não pode fugir da regra 2.1. Portanto, vai precisar aumentar o número máximo de Sims em sua família/grupo com MC Command Center ou outro mod se quiser ter animais.
1.3.2 - Sem veterinário. Se o animal adoecer você pode retirar a doença dele. ( Com o botão shift pressionado clique com o botão esquerdo do mouse no animal. Ache a opção “deixar feliz”).
4 - O Sétimo Dia:
4.1 - Crie o feriado “Dia do Observador” nos sábados e coloque como tradição a gratidão. Requer “The Sims 4 Estações”. 
4.2 - Exclua todos os outros feriados do jogo.
4.3 - Todo Sábado seus Sims devem fazer uma oferenda ao Observador. Pode ser uma concha, peixe, fruta, algo encontrado nos meteoros vulcânicos ou algo que esteja no inventário do seu Sim, mas precisa ser uma oferenda por cada Sim a partir do estágio de vida de criança. Reserve um espaço do seu lote para o local de oferendas e construa um altar primitivo. Pode ser uma simples mesa de pedra, ou folhas e pedras no chão, sem nenhuma imagem do Observador.
5 - O Pecado Original
5.1 - Depois de customizar o lote inicial, customize o lote próximo ao vulcão.
5.2 - Coloque nesse lote o desafio de “Lote Vulcânico”.
5.3 - Encontre a árvore “The Mystical Magic Bean Tree Portal” no Debug do jogo base. Ela é roxa e parece um salgueiro. Geralmente, está perto das sementes de feijões. Se não encontrar, pode colocar qualquer árvore bonita que estiver em seu jogo. ( Para ativar o Debug aperte as teclas Ctrl+Shift+C, digite testingcheats true na linha que aparece no canto superior direito da tela e aperte enter. Digite bb.showhiddenobjects e aperte enter. Depois entre no modo construção e o Debug estará ativo).
5.4 - Você também pode comprar o tronco da árvore de feijões mágicos no ícone de jardineira do modo compra. Pegue um feijão mágico diferente no Debug para cada bebê nascido até completar o tronco. Assim, você vai completar a coleção de feijões mágicos. ( Os feijões mágicos ficam na seção “decoração” do Debug do jogo base, perto das caveiras. Você também pode clicar no Sim com o botão esquerdo e o shift pressionado e escolher a opção “dar todos os feijões mágicos” e seu Sim irá completar a coleção sem precisar entrar no Debug. Mas você só pode fazer isso depois que tiver os seis filhos).
5.5 - Seus Sims devem evitar chegar perto da árvore “The Mystical Magic Bean Tree Portal” quando estiverem no lote vulcânico. (Sims podem ir para esse lote para escavarem os meteoros).
5.6 - Quando a Sim mulher escolhida para ser a Fundadora crescer para adolescente, vá com ela até a árvore, passe pelo portal e pegue dois frutos proibidos da planta Sim. Entregue os frutos para seus pais (pelo inventário) e faça eles comerem. Se não conseguir achar o fruto, pode pegá-lo no Debug próximo da “The Mystical Magic Bean Tree Portal” ou usar o cheat para transformar seus pais em planta Sim. (Aperte Ctrl+Shift+C, digite testingcheats true e aperte enter. Depois clique em seu Sim com o botão esquerdo com o shift pressionado e selecione a opção “Transformar em Sim-Planta”).
5.7 - Os Sims devem tentar fazer uma oferenda para o Observador para tentar curar a condição de planta Sim dos pais por três dias seguidos.
5.8 - No quarto dia, pesque 8 peixes com o irmão mais devoto (“Abel”) e arraste eles para o altar para fazer uma oferenda gigante, que sirva por todos os Sims.
5.9 - No quinto dia seus pais devem voltar ao normal. (Geralmente, a condição de planta Sim dura 5 dias). O irmão ciumento (“Caim”) deve iniciar uma briga com o irmão querido (“Abel”), levando a morte deste. Provoque o Sim até ele morrer de raiva (explosão cardíaca). 
6 - A Expulsão do Paraíso
6.1 - Você deve mudar a Sim Fundadora para outro lote em outro mundo e seguir as regras da Era Pré-Histórica.
6.2 -  Se utilizar o MC Command Center, apague os relacionamentos da Sim Fundadora quando retirar ela do lote.
6.3 - Você deve colocar cada irmão em um mundo diferente do The Sims 4, conforme a quantidade de pacotes que tiver. 
6.4 - Você não pode jogar com seus pais ou irmãos, mas pode deixar que as histórias de vizinhança e MC Command Center continuem sua linhagem. Porém, eles não podem ficar no mesmo mundo que a Sim Fundadora ou seus descendentes até a Era da Agricultura. Observação: É bom continuar a linhagem de ao menos um dos irmãos, pois ela levará a palavra do Observador aos outros Sims do mundo.
A partir de agora você deve seguir as regras da Era Pré-Histórica e dar continuidade ao legado com sua Sim Fundadora. 
7 - Requisitos para passar de Era:
7.1 - Adão e Eva devem ter 6 filhos e completar a conquista “Casa Cheia”.
7.2 - Completar a coleção de feijões mágicos (1 feijão por cada filho).
7.3 - A Sim Fundadora deve ter crescido até a idade de adolescente.
7.4 - A Sim Fundadora deve conseguir dois frutos proibidos da Planta Sim e transformar seus pais em Planta Sim.
7.5 - Um dos irmãos deve pescar 8 peixes, fazer as oferendas por todos e morrer de explosão cardíaca.
8 - Expansões, Pacotes de Jogo e Coleções de Objetos:
8.1 - The Sims 4 Estações (essencial). Criar o feriado “Dia do Observador” nos sábados e desativar tempestades.
8.2 - The Sims 4 Ilhas Tropicais (essencial). Morar em Sulani, no distrito de Mua Pel’am.
8.3 - The Sims 4: Vida em Família (opcional). Ter bons valores de caráter.
9 - Configurações do MCC (para quem utiliza):
9.1 - Pagar contas automático.
9.2 - Desabilitar escolas para crianças e adolescentes.
9.3 - Aumentar o número máximo do agregado familiar, caso tenha animais.
9.4 - Apagar os relacionamentos da Matriarca.
9.5 - Continuar histórias da vizinhança.
10 - Mods recomendados para essa Era:
10.1 - MC Command Center de Deaderpoll - Gerencia vários recursos do game.
10.2 - No Random Townies de Zero  - Impede que o jogo crie NPCs. Observação: se utilizar esse mod terá que criar os parceiros dos seus irmãos no Cas.
10.3 - T.o.o.l. de Twisted Mexi - Adiciona e edita objetos no mundo.
10.4 - Sulani Hiders para Saves Pré-Históricos de Enkhanthor - Esconde itens do mundo que não combinam com a Era Pré-Histórica.
10.5 - Blowtorch de Simsverses - Itens modernos já estão deletados. Provavelmente se usar este não vai precisar do anterior.
10.6 - Pet Explore Bush Tweaks de Chingyu Vick Sims - Desabilita a autonomia dos cães e gatos para entrar nas moitas.
10.7 - Nap on the ground de Triplis - Permite que o Sim durma no chão, em qualquer lugar.
10.8 - No Sad Moddlet on Birthday de ClaudiaSharon - Remove o buff de aniversário esquecido.
10.9 - Conteúdos personalizados condizentes com a Era. Você pode verificar a lista de CPs que encontrei em CC Links - LHC Directory na minha homepage (estou sempre atualizando).
11 - Fontes (Livros, Séries e Filmes):
11.1 - A Bíblia - Livro 1 Gênesis
11.2 - O Livro dos Jubileus
11.3 - Gênesis (Novela Brasileira da TV Record) 
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duquesasims · 11 months
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Cassandra in her room
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suuhrprise · 2 years
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Desafio das Décadas - Parte 09
Julie cresceu!
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A quarta filha dos Gray se tornara uma menina fofa e já interessada no seu futuro, mas diferente de como Josephine imaginava seu futuro.
Ela queria aprender tudo o que era possível, ser tão inteligente quanto diziam ser os homens!
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Juliette também crescera e por ser a caçula tinha um temperamento forte, sabendo que sendo a única bebê da casa bastava um beicinho que seus pais lhe fariam o que quisesse.
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Mesmo após 5 filhos e quase uma década de muita batalha, com dias tristes e felizes, o casal Gray ainda era loucamente apaixonado um pelo o outro.
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Julie e John se tornaram mais próximos, ele contava sobre o seu chamado divino e ela sobre sua vontade de ser mais do que apenas a esposa de alguém no futuro.
Os dois irmãos tinham ambições tão diferentes e ainda assim conseguiam se entender tão bem.
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Como já virara costume, os Caixão viam sempre que possível visitar os Gray, passavam tardes agradáveis com Elizabeth tocando ao piano ou Josephine mostrando seu avanço no violino.
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Tudo estava acertado, assim que Josephine virasse moça, ela se casaria com o jovem Alexandre Caixão e deixaria Windenburg para morar com os Caixão na capital.
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Oscar também já não era mais um filhote e o fim de uma década se aproximava.
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Continua...
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     Alice Liddell nasceu em Oxford, Inglaterra mundo sem magia, no ano de 1856. Ela é a filha mais nova de Arthur e Hannah Liddell, e irmã de Elizabeth (dez anos mais velha). A família tinha uma gata, Dinah, e seus dois gatinhos.                                                                              Vida pregressa       Enquanto crescia, Alice raramente tinha alguém com quem brincar; ela estudou em uma escola particular e sua irmã era muito velha para ser uma companheira de brincadeiras. Ocasionalmente, ela tinha permissão para acompanhar a Sra. Liddell em viagens à cidade, embora isso fosse raro, pois Alice era uma criança doente e não se dava bem com a horrível poluição das ruas. Ela foi mantida na propriedade, cuidada por Nan Sharpe, sua babá e instrutora de piano e francês, que também ajudou a criar Elizabeth. Por meio de sua solidão, Alice começou a inventar maneiras de se divertir; encorajando-a a usar sua imaginação e passando a maior parte do tempo desenvolvendo seu próprio mundo - o País das Maravilhas (passando horas perdida em sua própria cabeça). Ela finalmente ficou tão imersa em seus devaneios que sua babá expressou suas preocupações com a Sra. Liddell. Inicialmente, Hannah insistiu em ficar de olho na própria Alice, talvez negando da parte dela, e ficou chocada com o que experimentou. Alice pulando nas mesas, gritando e correndo pelos corredores - coisas perigosas, especialmente para uma menina. Ela repreendeu Alice, chamando-a de imprudente e a puniu, forçando-a a tocar piano com frequência na tentativa de diminuir o tom desses atos/delírios perigosos.       Embora solitária e inquieta, Alice viveu uma vida feliz com seu pai tendo a honra de ser reitor da Universidade de Oxford. Era comum ele voltar para casa com alguns de seus alunos para tomar uma xícara de chá. Elizabeth compartilhou sua antipatia por eles com Alice, zombando das coisas que eles faziam para bajular o pai; “Um bando de bajuladores!”.                                                                                 O fogo
    Durante uma noite de inverno em 5 de novembro de 1863, um incêndio começou misteriosamente na casa de Liddell. Adormecida e sonhando em sua cama, Alice foi acordada com o cheiro de fumaça e várias vozes desencarnadas chamando por ela- “Acorde, Alice!”. Ela correu para o quarto de seus pais, apenas para descobrir que estava incrivelmente quente. O fogo estava bloqueando a porta por dentro. Sua mãe e seu pai não podiam sair. Eles imploraram para que ela se salvasse e escapasse. Liderada por Dinah, Alice foi obrigada a fazer uma manobra arriscada ao pular de uma janela e cair na neve. Ela ficou lá, ouvindo os gritos de seus pais morrendo por dentro. Por fim, ela desmaiou e foi levada para a enfermaria de Littlemore para tratar suas queimaduras graves. Embora ela tivesse sobrevivido, demorou um ano para que seu corpo se recuperasse (foi um processo tão lento que suas medidas foram tiradas para o caixão - apenas por precaução). O incidente deixou um grande impacto em sua mentalidade, e ela caiu em um estado catatônico. Após uma investigação, concluiu-se que o incêndio foi iniciado devido à falta de jeito de Dinah e uma lamparina a óleo ainda acesa na biblioteca do térreo.     Que Alice tinha esquecido de apagar.
                                                                               Rutledge
( tw: doenças mentais, tortura )
    Alice foi transferida em 4 de novembro de 1864 para o Rutledge Asylum em Londres, onde passaria os próximos dez anos sob os cuidados do Dr. Heironymous Q. Wilson. Em seu exame preliminar em Rutledge, Alice foi apresentada como surda, muda e cega a estímulos. Durante as muitas entrevistas de Wilson com Alice durante sua catatonia, ele foi capaz de gravar muitos de seus supostos "contos de fadas insanos" do País das Maravilhas, enquanto ela os vivia em sua mente na época. Durante sua estada no asilo, Alice enfrentou sua própria culpa e os maus-tratos de outros pacientes e dos cruéis cuidadores de Rutledge. Uma enfermeira, Pris Witless, ouviu Alice se culpando pelo incêndio que matou toda a sua família; Mais tarde, Witless usaria essa “confissão” contra Alice na forma de chantagem.     Nos primeiros seis meses de 1865, Alice foi submetida a muitos remédios, sem resultado, como raspagem do cabelo, sessões de gesso frio e sangrias, choques experimentais e doses maciças de láudano. Não foi até 1874 que Alice começou a mostrar sinais de recuperação. Depois de finalmente acordar de sua inconsciência, Alice foi considerada sã o suficiente para ser libertada de Rutledge aos 18 anos em novembro de 1874.
                                                                       Houndsditch Home                                                                                
       Depois de ser libertada do Rutledge Asylum, uma de suas ex-cuidadoras, a enfermeira Witless encontrou um lar e um emprego para Alice no Houndsditch Home for Wayward Youth em Tão Tão Distante; em troca de dinheiro para comprar bebida. Um ano fora do asilo e Alice ainda está lidando com sua trágica memória de infâncias junto com a culpa grave do sobrevivente e está começando a sofrer de alucinações auditivas e visuais. Ela está atualmente trabalhando para Rainha Branca como sua guerreira real e frequenta faz terapia hipnótica com o Dr. Angus Bumby; um dos ex-alunos de seu pai.                                            Alice é esperta, criativa, inteligente e perspicaz, com uma natureza curiosa, uma língua afiada e uma maneira direta de abordar as coisas - ela não tem medo de falar o que pensa. Teimosa e imprudente; não hesitar em revidar quando alguém diz algo que ela odeia, discorda ou quando ela é rebaixada - muitas vezes desconsiderando quaisquer desvantagens que ela possa ter ou as consequências de suas ações.       Alice fica traumatizada com as lembranças da morte de sua família e sofre com a culpa do sobrevivente; que pode se manifestar rapidamente em auto-aversão extrema e tendências suicidas. Sua depressão e instabilidade mental a tornam difícil de conviver e a tornam dura e cínica com os outros. Alice desconfia muito das pessoas, principalmente dos adultos, e tende a evitar conversar com estranhos sempre que pode. Dito isso, ela tem um lado um pouco mais suave em relação às crianças; expressando compreensão (ou mesmo simpatia) por aqueles que passaram por experiências semelhantes ou piores que as dela. O Dr. Wilson a rotula como tendo um “complexo de herói”; no sentido de que ela tem um desejo herdado de ajudar os outros sem estar prestes a ajudar a si mesma. Apesar de seu pessimismo e morbidez, Alice realmente quer se livrar de seu passado e restaurar a paz em sua vida e em sua mente.      Ela despreza a realidade por ser monótona e cruel, e ela luta para lidar com a vida cotidiana.
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neozhelps · 1 year
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Antes de Belavista, havia Sunset Valley, fundada pela família Caixão e desenvolvida pela família Landgraab para ser uma cidade tranquila e pacífica. Mas quando chegam os jovens do Instituto Foxbury, com seus ideais urbanos, de que lado os moradores vão ficar?
ATENÇÃO, MORADORES DA TAG! Como muitos já devem saber, eu tenho um servidor com amigos onde jogamos um plot sobrenatural, Midnight Hollow, que a proposta é ser um cantinho tranquilo pra desenvolver sem medo, jogar com calma e apenas relaxar. Mas eu, Mira, fico triste de ver tanta gente dizendo que não tem onde jogar, que busca essas coisas mas não tem um grupo de amigos como o meu, então decidi fazer uma surpresa para vocês: um rp de Sunset Valley no Discord, sem activity check, podendo repetir fc até 3 vezes e com regras mais maleáveis e flexíveis para quem quer um lugar que não vai fechar em um mês.
O Junior já falou um monte no meu ouvido falando que isso não vai dar certo, mas sou sonhadore e acredito que um lugar confortável assim vai ajudar bastante na luta de melhorar a tag e os players. Midnight está rodando já tem 2 meses, com muitos personagens (passamos dos 200, eu tenho quase 50 kkkkk) e threads sempre surgindo (estou devendo meu rim lá), e quero que mais pessoas tenham a oportunidade de jogar em um lugar assim.
Já tá praticamente tudo pronto, estou apenas resolvendo os últimos detalhes de locais e o plot principal, mas vai ter tudo que o bom e velho The Sims 3 e rps de cidade e vila tem. Família Caixão, aliens, lavagem de dinheiro, circo... O céu é o limite!
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thinksofanygirl · 1 year
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MINHA CARTA DE DESPEDIDA
Bom primeiramente, quero começar deixando bem claro que, essa NÃO É UMA CARTA DE SUICÍDIO, mesmo estando um pouco desiludida com a vida, eu não pretendo me matar. Entrento, já pensando na possibilidade de vir a falecer, devido ao simples fato de eu estar viva, um belo dia me ocorreu essa idéia, e eu não pude me conter de vontade de escrever uma carta de despedida, já que não posso prever o dia que irei partir, podendo ser daqui a 100 anos, ou daqui a meia hora. Confesso que me causa muito mais pavor pensar na morte de alguém que amo, do que na minha própria, a única coisa que realmente me entristece, é partir sem poder me despedir daqueles que amo, então aqui estou para isso.
Quero deixar claro também, que eu só quero que essa carta seja lida pela minha família, após minha morte, ou seja, se algum dos destinados nessa carta estiver lendo isso, por favor, PARE AGORA e volte após minha partida. Continuando, agora se quando lerem isso eu já estiver morta, por favor prossiga. Isso significa que aqui vos fala uma defunta autora, tal qual Brás Cubas, mas não desejo essas memórias póstumas aos vermes que primeiro roeram a fria carne do meu cadáver, para eles o meu corpo já foi mais que o suficiente. Dedico essas memórias, ou melhor essas palavras de despedida, a todos os que fizeram parte da minha trajetória. Não faço a mínima ideia de qual foi a causa da minha morte, porém espero, e desejo que não tenha sido nada muito violento, sempre tive horror a mortes desse tipo, de ficar deformada, sem cabeça, ou coisas do tipo, espero também que não tenha sido queimada, sempre achei essa a pior forma de sair desse plano, ou acidente principalmente automobilístico, de ficar lá atirada no chão tal qual um animal. Mas enfim, infelizmente essa parte a gente não escolhe né, porém se eu pudesse escolher, queria que fosse em casa deitada dormindo, ou até mesmo no hospital num quartinho reservado, ou em alto mar, não sei porque mas sempre tive adoração por mares e oceanos, e adoraria que esse fosse o meu último cenário saindo desse mundo. Mas, independente de como foi, o fato é que não estou mais entre vcs. Creio também que não se passaram muitos anos, desde a finalização dessa carta, até o momento que algum dos endereçados a leia, talvez uns 10, 15 anos? Um pouco mais? Acho mais provável menos, pois sempre tive essa sensação de que não viveria muito e morreria jovem.
Espero que tenham feito meu velório com caixão LACRADO, por favor, vcs sabem que eu já não gostava de me expor aos outros em vida, quem dirá após ela, os únicos que tem direito de ver meu corpo sem vida, são apenas MINHA FAMÍLIA ÍNTIMA , chegados e curiosos dispenso, e por favor me vistam com o manto do Corinthians, pois quando eu morrer não quero vela nem pranto, quero um caixão preto e branco, com a bandeira do meu coringão. E ponham uma foto minha bem grande e bonita, quero que as pessoas lembrem de mim só assim, viva e linda. Eu sempre quis ser cremada pois achava chique hahaha, porém não é um pedido, se quiserem me enterrar normal não tem problema, só não queria que fosse em um cemitério público, sou enjoada até na hora de morrer né hahaha, sei lá queria algo mais chique, quem sabe ser enterrada até em outro país, com uma lápide bem enfeitada, mas independente do lugar só quero que seja algo bonito e respeitoso. Sobre minhas coisas podem doar algumas, mas as que eu mais gostava, queria que guardassem com vcs pra lembrar de mim. Agora que já dei todas as recomendações a vocês sobre o que fazer, quero falar diretamente com cada um dos meu amores.
A primeira é claro minha mãezinha linda, oi meu amor, saiba que eu escrevo isso com lágrimas nos olhos, já temendo nossa separação, mas não chora não minha vida, você foi a melhor mãezinha do mundo todo, minha melhor amiga, minha confidente, e sempre será a lembrança mais linda que eu tive dessa vida, e estará sempre comigo esteja eu onde estiver. Ah meu amor, não quero te ver assim, sei que vai ser difícil, afinal, somos como unha e carne, sei que é complicado se desprender assim de alguém, vai doer, eu sei, mas a vida é isso aí mesmo. Ainda bem que eu fui primeiro, pois tenho certeza que não suportaria viver nesse mundo sem vc. Queria te pedir desculpas por que não pude te dar mais, tudo o que vc merecia, por não ter sido a melhor filha, por ter sido tão respondona e chata, mas saiba que mesmo com todos os meus defeitos, em nem um segundo sequer eu deixei de te amar, e te amarei pra sempre, esteja eu onde estiver, quero que guarde somente nossos momentos bons certo? Fica bem, meus irmãos precisam de vc. Agora quero falar com meu paizinho, homem não chora viu haha, você sempre vai ser meu herói, meu amor, o melhor paizinho do mundo, o homem da minha vida, que cuidou de mim como ninguém no mundo inteiro poderia cuidar, que se importou e fez de tudo pra me ver feliz. Mesmo com algumas desavenças que a gente teve uma hora ou outra, saiba que eu jamais deixei de te amar meu herói, queria te pedir desculpas também por não ter sido a melhor filha, por não ter podido recompensar tudo que o senhor e a minha mãezinha fizeram por mim, e por as vezes ter sido tão difícil e chata hahaha, independente de tudo isso eu te amei até meu último suspiro e vou continuar te amando por todo sempre meu amor. Aos meus irmãos, eu sei que não fui a melhor irmã do mundo, nem a mais legal, mas saibam que mesmo não sabendo demonstrar, eu os amei, os amo e os amarei pra sempre, vocês foram os melhores irmãos do mundo todo, eu desejo toda felicidade e sucesso do mundo pra vocês, mesmo de longe estarei sempre olhando por cada um de vcs, cuidem bem da nossa mãezinha e do nosso paizinho, eles vão precisar muito de vocês agora, vcs foram a melhor família eu pude ter. Acreditem que esteja eu onde estiver, se me sobrar qualquer resquício de sanidade, ou lucidez, a primeira coisa que eu vou pensar vai ser em vcs, sempre os amarei esteja eu onde estiver, saibam que se eu pudesse nascer de novo, outras mil vezes, eu escolheria vcs para serem minha família, vcs foram os melhores, me fizerem feliz, minha vida só valeu a pena, principalmente por vcs só por vcs. Não fui uma celebridade, como eu sonhava em ser quando era criança, nem fiquei milionária ou marcada na história do país, muito menos do mundo, mas apesar de tudo vcs fizeram a minha vida mais feliz, e sei que enquanto eu estiver viva no coração de vcs, eu jamais morrerei.
Agradeço tudo que vcs fizeram por mim, por terem me amado, se importado cmg, e me aturado mesmo eu sendo tão insuportável, hahaha. Sempre que bater a saudade olhem pras estrelas, e sempre que uma brilhar intensamente, saibam que sou eu olhando por vcs. Sei que mesmo daqui há um milhão de anos vcs não irão me esquecer, e eu muito menos esquecerei vcs, nossa ligação nem mesmo a morte vai desfazer, lembrem sempre de mim com amor, principalmente quando passarem na frente de uma academia hahaha, ou quando tiver jogo do Corinthians, ou quando o Messi fizer um gol, ou quebrar mais recordes, saiba que eu lá do outro lado vou estar comemorando, sempre que falarem de mim para alguém, quero que falem assim, com alegria, lembrando somente das coisas boas que eu gostava, e tanto me faziam feliz.
Eu sei que vcs ainda tem muito pela frente, e vão ser muito felizes, vão conseguir todos os seu objetivos porque Deus vai abençoar, e mesmo não estando aí fisicamente, eu vou tá orgulhosa demais de vcs, como eu sempre estive. vcs foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida, Cuidem bem do meu gatinho, façam bastante carinho nele, e mostrem minha foto, pra ele nunca esquecer da mãezinha que amava tanto ele, e o amará eternamente. Não pensem em mim como morta, pensem em mim como se eu estivesse de férias em uma tuor por Nova york, e depois Europa, linda, loira, magra, com salto chique, óculos e bolsa de grife, ao lado de um belo gringo haha, vcs sabem que esse sempre foi um dos meus muitos devaneios. Pensem que um dia nos veremos outra vez, pra dar aquele abraço bem apertado e matar a saudade, essa vida é muito curta pra gente se encontrar só aqui, existe algo que vai muito além daqui, e eu sei que nos reencontraremos por lá outra vez.
Aos homens que tive em minha vida, que foram bem poucos, pelo menos até a finalização dessa carta, quero falar diretamente com um certo professor e a um certo amigo virtual que conheci pelo twitter, saibam que eu os amei muito, cada um no seu tempo, achei que vcs eram a minha alma gêmea, até sonhei em me casar e ter um filho de cada um de vcs hahaha, mas hj eu sei que existem pessoas como eu, que vieram a esse mundo unicamente com o intuito de não pertencer a ninguém, acredito que vcs tenham ficado triste com tal notícia, de que não me encontro mais nesse mundo, mas logo irão superar assim como me superaram tão rápido haha, brincadeiras a parte, não peço nada a vcs, pois sei bem que não tenho esse direito, mas espero que lembrem sempre de mim com amor e carinho, apesar de tudo, vcs foram importantes na minha jornada, por muito tempo tornaram ela mais bonita e leve, sou grata a vcs por isso. Peço que não vejam meu corpo sem vida, guardem minha lembrança apenas dos momentos que nos encontrávamos, de mim bonita, maquiada, cheirosa, arrumada, de resto espero que sejam felizes com quem quer que seja que esteja ao lado de ambos, sorte a delas, espero que guardem de mim apenas os bons momentos, que tiveram com essa menina um pouco estranha, tímida, introvertida, que os amou intensamente com todo o seu coração. Levo de vcs também somente as boas lembranças, do amigo virtual que foi fundamental em um dos piores momentos da minha vida, e do professor que fez parte de um dos melhores momentos da minha vida, que me ensinou muitas coisas, menos a viver longe dele, dono dos olhinhos meio puxados mais lindos que já vi, e de um dos abraços mais gostosos que me deram em vida. De todas as outras pessoas que passaram na minha vida, nenhuma mais merece ser mencionada nem lembrada aqui, não tiveram importância o suficiente para isso.
Por fim, à minha família, eu realmente espero que vcs fiquem bem, sigam em frente, eu os amei até a última batida do meu coração, e vou continuar amando todos vcs por toda eternidade, fiquem em paz, assim como eu estou. Eu tô com Deus agora, Ele é muito mais lindo e perfeito do que eu imaginava, aqui tudo é tão lindo e exala uma felicidade e paz que eu jamais tinha sentido, as ruas são ouro e de cristal de verdade, nunca nem em meus melhores sonhos eu imaginei um lugar tão lindo assim, Ele que me recebeu e tá cuidando de mim, onde eu poderia estar melhor do que aqui? Ele me disse que um dia eu vou reencontrar vcs de novo, mas no momento Ele precisou só de mim primeiro, tudo bem, afinal Ele sabe de todas as coisas, eu vou ajuda-lo a preparar um lugar e uma mesa lindíssima pra quando vcs vierem pra cá, amo vcs pra sempre meus amores, não se esqueçam disso jamais, vejo vcs aqui na eternidade, ou quem sabe até em uma próxima vida, até breve!
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wakingupthestars · 1 year
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O GIGOLÔ DAS PALAVRAS
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa (“Culpa da revisão! Culpa da revisão !”). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer “escrever claro” não é certo, mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.
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