Tumgik
#gente será q tem uma tag pra twst br?
riostwsty · 2 years
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>> "Um raro passatempo" <<
Palavras chave: Curta, FLUFF!, narrador primeira pessoa, Lilia o masterchef, melhor família de todos os tempos!!, fic antigassa q achei agora nos rascunhos então ignore se estiver uma bosta
Personagens: Lilia, Silver
Avisos: nenhum
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Silver p.o.v
Lilia estava particularmente inspirado hoje, mas não qualquer tipo de inspiração, infelizmente. Entrei na cozinha só para me deparar com ele, já tentando esconder algo atrás das costas, definitivamente nada suspeito.
"Silver! Acordei com o ânimo de cozinhar hoje. Não se preocupe, há menos chances de queimar a cozinha com confeitaria, em vez de carne flambada como da última vez!" — ele disfarçou, pondo uma grande ênfase na palavra "menos", como se isso fosse contornar o fato de que eu confie mais em um rato do que ele para ser chefe de cozinha.
E eu sei muito bem que no final do dia, as diferenças entre flambar e confeitar são praticamente inexistentes quando é Lilia que está no comando. Estamos à um fio de propor uma nova regra dentro dos domicílios de Diasomnia: "favor, manter nosso vice líder de dormitório longe da cozinha ou de quaisquer utensílios inflamáveis". A grande maioria de nossos estudantes estão acostumados com as tendências dele, porém todo começo de ano acabamos por ter casos isolados de calouros desavisados, pegos de surpresa por uma de suas tentativas falhas para um bolo de aniversário. Utensílios de cozinha normalmente vão todos por água abaixo junto com a comida queimada/muito mal cozida, se é que se dá para chamar aquilo de comida. Mas apesar de todos estes fatores, ele se recusa a desistir.
"Não acho que é uma boa idéia" — intervi — "mal faz uma semana desde que você fez aquelas tortas explodirem"
"Ah, não seja por isso! Eu aprendo em base de tentativas e falhas, não vai acontecer novamente" — ele escondeu as mãos atrás de si, sorrindo, assim como sempre faz quando está tentando me convencer de algo que normalmente vai nos levar a um beco sem saída — "e antes que você tente me convencer a comprar um doce pronto ao invés de preparar um do zero, já vou te avisando que desta vez eu realmente preciso desse bolo feito pelas minhas próprias mãos"
Eu pisquei algumas vezes, olhei para ele atentamente tentando resolver o quebra-cabeças que são suas intenções. Lilia mente bem, suponho que tenha aprendido esse truque ao longo de tantos anos de vida muito bem escondidos, me preocupo sempre que tenta usar esse tipo de conhecimento contra mim. O encarei mais profundamente nos olhos cor de carmim, mas já estava ficando cansado de evitar os seus pedidos, e ele conseguia notar.
"Sabe, por que não me deixa aqui sozinho enquanto você tira um cochilo, Sil-"
"Nem a pau"
Ele hesitou, se eu não o tivesse pego no flagra organizando ingredientes no balcão mais cedo, ele não estaria pedindo pela permissão do próprio filho para mexer com fogo que, a propósito, fui eu que o ensinei a ligar o fogão (que nem gente normal) quando tinha mais ou menos doze anos de idade, desde então abandonou o costume de acendê-lo com feitiços poderosos demais para um simples eletrodoméstico aguentar. Sim, minha vida sempre foi um pouco cansativa.
Olhando pensativo ao redor do aposento, disse "entendo, se é assim, por que não me acompanha? Para ter certeza de que não farei nada muito drástico?" Ele se dirigiu novamente para o balcão "Sebek está tomando conta do Malleus, não tem problema passarmos um tempo juntos, vamos"
Antes que pudesse argumentar, Lilia já tinha começado a empilhar pacotes de farinha nos meus braços, e estava usando sua caneta mágica para fazer mais colheres e panelas voarem ao redor, misturando ingredientes como se tivessem vida própria. Bem, melhor ficar ao seu lado o tempo todo do que esperar para o pior mais tarde.
"Viu só? Não ficou tão ruim no final das contas!" Ele disse, me dando um tapinha nas costas (suspeito que foi para limpar as mãos sujas de farinha, já que todos os guardanapos saíram voando pela janela. não sei como aconteceu, mas felizmente foi o único incidente ocorrido durante esse meio tempo).
Olhamos para o resultado final do bolo por um bom tempo.
Não foi exatamente um bolo, na verdade
Toda a receita acabou rendendo uma única forma de cupcake, que Lilia ainda fez questão de jogar confeitos coloridos e acender uma velinha em cima. (Também fui eu que ensinei ele à acender velinhas, que nem gente normal, há alguns anos atrás)
Depois de alguns segundos de silêncio, resolvi perguntar antes que minha sonolência ficasse pior, confeitar deu mais trabalho do que imaginei — "então.. por que você quis cozinhar isso sozinho ao invés de comprar um doce na padaria?" — Apoiei a cabeça na mesa para descansar, virando o bolinho colorido nas minhas mãos — "acho que lá eles vendem um bolo no mínimo duas vezes maior"
Sentando-se ao meu lado, ele riu levemente — "hoje é um dia especial, pelo menos para mim."
"Hmm..." — murmurei, tentando me lembrar de alguma data específica, mas sem muita sorte — "não acho que seja aniversário de ninguém"
"Quase isso" — Lilia descansou uma mão na minha cabeça de um jeito carinhoso — "você não deve se lembrar, mas hoje marca o dia em que você ergueu uma espada pela primeira vez." — Ele explicou — "Aquela de brinquedo que você não nunca mais largou até completar seus oito anos de idade"
"Não entendi" — é verdade que a espada esculpida em madeira seria algo difícil de esquecer. Carregava para todos os lados. Já me machuquei muitas vezes, eu diria, saindo pela floresta, atacando árvores e arbustos até cansar, mas meu pai sempre conseguia me achar se eu me perdesse por aí, normalmente dormindo na sombra de uma árvore, com animais pequenos me observando ao redor. (Ele diz que já viu passarinhos montarem uma coroa de flores para mim. Do jeito que só acontece com princesas de antigos contos-de-fada. Duvido muito.)
Franzi a testa tentando entender o porquê da celebração sobre um acontecimento tão pequeno, que com certeza não era algo importante o suficiente para ser comemorado, muito menos confeitado um cupcake inteiro em sua honra — "como você se lembra-"
"Já disse, só acho que seja importante" — ele repetiu — "você não está cansado? Seus olhos estão quase se fechando"
"Não estão não" — eu retruquei, tentando manter os meus olhos abertos, e me apoiando nos meus braços como um travesseiro
Se eu pudesse, faria com que meus hábitos de cair no sono parassem. Já tentei. Poções, feitiços, medicamento, alarmes... Sebek é quem geralmente me acorda, mas não consegue me impedir de dormir antes disso. Até achar uma cura para seja lá o que isso for, vou ter que lidar com o fato de apagar toda vez que tentar me apoiar sobre a mesa.
Com as pálpebras pesadas, fechei os olhos, porém Lilia continuou falando — "mas sabe, foi um bom tempo que passamos juntos" — ele gentilmente pegou o cupcake das minhas mãos, e o ouvi assoprando a vela no topo. E antes que caísse no sono de vez, o escutei falar uma última coisa
"Afinal, o que poderia ser melhor do que passar um tempo com nosso pequeno cavalheiro?"
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