Guerras de Midgard, Cap. 1: Maré de Trevas
No ano passado, vendi a minha dignidade ao diabo fazendo uma análise capítulo a capítulo do monte de esterco que é a primeiríssima obra literária de João Zuzarte Reis Piedade, também conhecido como Zuzas. Para quem é novo aqui, e esta coisa de eu andar a ler merda e a fazer análises é nova, o índice completo d’O Filho de Odin encontra-se aqui (ou podem pesquisar a tag Ana Le o Filho de Odin, ou ainda as siglas FDO seguido do número do capítulo, tipo: FDO3).
Para grande infelicidade da raça humana, e ainda mais infortúnio dos portugueses, Zuzarte não ficou satisfeito com a sua primeira empreitada no universo literário, e depois de encher o ego não sei bem como porque se pesquisarem no google este livro é genuinamente o livro tuga mais mal falado pela blogoesfera, ele decidiu publicar a sequela, chamada Guerras de Midgard.
E eu, porque não tenho amor próprio, decidi prosseguir no martírio e fazer o mesmo. Alerta: este livro é maior que o anterior. Aceito envio de álcool para recobro.
Rezem por mim.
Antes de entrar no capítulo, quero apenas deixar-vos com a delícia que é 1) a dedicatória do Zuzas, e 2) a nota do autor.
Dedicatória:
Dedicado àqueles que na escuridão amam e, que de volta, são amados.
E quanto à nota de autor, vou apenas deixá-la aqui para vossa apreciação:
Recosto-me na minha cadeira IKEA e rio-me. Zuzarte, com todo o meu mais íntimo respeito e admiração, vai-te foder. Com toda a minha admirável persistência e respeitando ainda a tua perserverança, peço-te que enfies a tua falsa modéstia bem pelo cu acima, e faz dela um clister de sabedoria, porque me recuso---absolutamente RECUSO---a acreditar que tu 1) escreveste esta merda aos 12 anos, 2) não foste plagiar, seja WoW seja o que for, e olha que eu, da última vez, apanhei-te com a boca na botija contra os Wizards of the Coast.
Não me vou dar ao trabalho de pesquisar porque caralhos me fodam, mas isto é super inconsistente: eu lembro-me de várias entrevistas onde todos se gabavam do menino ter escrito isto aos 14 anos. Inclusive, na contra-capa do original, esse facto é gabado por não menos que o Pedro Granger. E eu sei que tu tinhas 14 anos em 2004 e não 2002 porque, tal como eu, nasceste em 1989. Aliás, o livro foi publicado em 2006, o que se entrepusermos o período de edição (que de certeza absoluta não existiu) e paginação, que eu vou reduzir para 6 meses ao invés do processo natural de um MÍNIMO de um ano, já que o livro deve ter sido revisto por um macaco epiléptico a bater com a testa num teclado, não há qualquer chance deste estrume ter sido escrito na sua forma final antes de 2004. E sim, o livro dá todas as provas de ter sido apressado (relembrem-se que apanhei mais do que um erro).
Se calhar queres dizer que o first draft é de 2002, ou que tiveste a ideia em 2002. Mas convenientemente, jogaste umas coisinhas porreiras, das quais te gabas agora por seres nível 70 e o caralho, mas continuas a nível 2 na escrita, n00b.
“As empresas de videojogos não se inspirem tanto no meu trabalho! He!He!!”
Quanta insegurança não acrescentaste aí nessa falta de coluna dorsal a que tu chamas ego de Cascais para te dares ao trabalho de escrever este colhão, e mandar logo gralhas horripilantes NA PRIMEIR PÁGINA, ANTES SEQUER DA HISTÓRIA COMEÇAR.
Como é que foi, Zuzarte? Como é que foi os teus papás comprarem a tua publicação na Gailivro, financiarem por meio de cunha o teu sonho molhado de adolescente, ter a Caras e a VIP e o caralho a fazerem passadeira vermelha para ti enquanto os amigos do papá te afagam o piço---só para, de repente, dares por ti e seres a punchline da literatura portuguesa?
Quantas noites choraste tu nos peitos da mamã apresentadora de TV porque foste alvo de chacota de virtualmente toda a gente? Como é que é ainda hoje ires ao goodreads e não encontrares uma única crítica positiva do cagalhão coalhado que tu chamas livro que os teus pais publicaram por cunha? Quão traumatizante foi para ti perceber que o dinheiro não compra talento, mas sim uma oportunidade de te pôr na ribalta, que por sua vez apenas proporciona às pessoas uma oportunidade de te fazerem ver que além de escritor de merda, és também pessoa de merda, para teres de escrever esta infeliz abertura onde inclusive mentes com todos os teus dentes?
Pelo menos respondeste à pergunta que eu tinha no primeiro livro, e vejo que eu não estava enganada: escreveste um guião, não livro, só que não para filme. Para jogo. O que tipo
pqp
Cá vamos...
A história começa em 1914, 52 anos depois de Drácula ir com o boda, e o autor diz-nos que foi “um período conturbado e negro” mas “essa paz parece não durar muito tempo” porque “paira no ar uma sombra de mudança”.
Em Skeidharársandur, na Islândia, humanos e anões são amigos até que os dragões das neves começam arrear neles e quando a coisa fica mesmo feia, a aliança começa a fraquejar. A solução é construir uma torre de vigia. Só, nem tipo melhor estruturas ou ir às cidades vizinhas pedir auxílio. Só construir uma puta duma torre, e anda com ela. Os anões, que são os obreiros da mitologia, partem pedra, enquanto os humanos defendem a cidade.
O problema é que o tempo passa e eu sinceramente não percebi se a obra nunca foi começada ou se se está a arrastar por demasiado tempo, mas seja como for, os anões vão ao sindicato e pedem aos humanos que os ajudem para despachar esta merda. E encontramos a primeira pérola:
A Aliança encontrava-se numa situação crítica: sem os artesãos necessários para o fabrico de armas, os Islandeses falharam, mais parecendo um grupo de crianças a atacar um tanque de guerra com bolas de neve.
Se isto vos parece confuso porque, embora explicado o problema do tempo, até agora não houve menção de armas, é porque o Zuzarte, nos 2 ou 4 anos que teve para crescer de um livro para o outro, aprendeu 0, e deu-nos zero de explicação.
A informação é largada aqui sem um contexto, e compete a nós desfragmentá-la, basicamente. Segundo: porque é que os islandeses falharam? Só existe uma cidade na Islândia? E atenção, isto é 1914. Metam-se na puta dum avião, um barco a vapor, uma prancha de surf, e vão à Irlanda, ou à Noruega, ou ao caralho, pedir auxílio.
Sentindo-se como que inútil, Jarl ordenou que todos os artesãos largassem o seu ofício e se concentrassem somente na construção da torre.
1. Somos forçados a subentender que o que isto quer dizer é: a aliança encontra um momento crítico porque os artesãos OU trabalham nas armas OU na construção da torre, embora o Zuzas não tenha dito isso.
2. 4 anos após o Filho de Odin, e o Zuzarte encontrou “como que” para substituição da sua expressão favorita: espécie de, lmao
3. Para quem não sabe, “Jarl” é um título, tipo lorde de chefia militar, comummente líder da cidade/freguesia/sei lá. Logo, deveria ser “o Jarl” e não “Jarl” sem artigo definido. Isto induz quem não sabe em erro: pensa que Jarl é um nome.
Os anos passam e a puta da torre não pára de construir, tanto assim que o pessoal começa a ter problemas a levar calhau lá para cima.
Quando parecia não haver mais esperança, um grupo de seres muito pequenos, envoltos em capas, ofereceu a sua ajuda.
Tenho a certeza que não são nada sketchy.
Os bichos estranhos pedem apenas uma coisa que o narrador afirma ser considerada por humanos e anões como “tão insignificante que a Aliança acedeu ao pedido, sem hesitações”.
O pedido?
Construir um altar a um deus que eles desconhecem com runas na puta da torre.
“O que é que eles querem?”
“Desenhar uns hieróglifos esquisitos nas nossas paredes e erguer uma estátua em honra de um deus qualquer, acho que não é nada de mais.”
“Mas Jarl, não está estabelecido neste universo que a magia é um dado adquirido, e que a possibilidade de ela ser extraída de forças divinas torna-a ainda mais poderosa, quiçá mesmo perigosa?”
“Está sim.”
“Então não achas isso um bocado trolha?”
“Claro que não, aposto que isto é tipo Quinta da Regaleira, toda a gente diz que é místico mas é porque nunca viu um poço na vida!”
A torre é construída bué da rápido e um dia as nuvens “destaparam os céus” (SIM, a inconsistência de tempos verbais do livro anterior mantém-se, o Zuzas aprendeu zero em 4 anos) e revelaram a torre que “parecia uma lança inquebrável que quase tocava o céu”, já terminada.
Mas o que ninguém sabia era que o verdadeiro pesadelo estava para vir...
GARANTO-TE QUE EU SEI, CARALHO. JÁ PASSEI POR ISTO UMA VEZ, JÁ TENHO ESTOFO.
Eu tenho para mim que construir UMA (1) torre para defender de dragões é um bocado estúpido, mas enfim.
Graças ao Falo Anti-Dragões, este local passa a ser conhecido como “Eterna Sentinela” e, atenção, os bichos estranhos pediram ainda que se instalasse um sino para alertar a população sempre que viesse aí merda, o que está certo.
mal os seus homens chegaram junto da porta, o sino gigante começou a tocar. Uma...duas... três vezes. Lentamente, o som propagou-se pela cidade. Quatro... cinco... seis vezes tocou o sino como se fosse o batimento cardíaco de um gigante de ferro. Sete... oito... nove, a intensidade aumentava a cada a badalada (sic) e os membros da Aliança afastavam-se cada vez mais da porta da torre, tapando os ouvidos com as mãos. Dez... onze... doze. À décima segunda badalada, desencadeou-se uma forte tempestade de relâmpagos e a porta abriu-se.
Vamos já adereçar o elefante na sala: sim, o Zuzarte melhorou a sua capacidade descritiva. É publishing material? Não para mim. É bom, bom? Não acho. Mas está melhor, acima de tudo num aspecto que foi, para mim, daqueles em que ele mais cagou n’O Filho de Odin: não é tanto uma questão de a linguagem estar bonita ou não, mas que está claramente pensada para público alvo. Ya, “como se fosse o batimento cardíaco de um gigante de ferro” é foleiro, mas também é exactamente o tipo de comparações que encontramos em literatura infanto-juvenil.
Segundo, props à intenção de criar ritmo por fim a gerar suspense. A contagem crescente é uma coisa que costuma funcionar muito bem em literatura infanto-juvenil, por isso, embora eu não goste, não se trata do meu gosto pessoal, mas que funciona.
Estou para ver se esta merda descarrila.
Numa raríssima e totalmente inovadora tentativa de de facto DEIXAR A NARRATIVA PROGREDIR AO SEU RITMO EM VEZ DE APRESSAR, Zuzarte indica que os homens entram.... lentamente... para dentro da torre, e de lá saem “uma hora de ratazanas em decomposição” que ele chama de “pequenos vis roedores” (lol) e depois, “surgiu algo pior: pareciam vários ratos gigantes, bípedes com a altura de dois homens” e já caímos nas contradições porque um bípede é um animal que se apoia em 2 patas---que não é bem o que um rato é, a menos que os ratos de Cascais sejam uma estirpe à parte, MAS é precisamente o que vem a seguir: “homens-ratazanas (...) guinchando e rosnando”.
O narrador diz-nos, então, que isto revela a verdadeira natureza destes bichos que construíram a torre (mas não deixa claro se o povo percebeu): não são nem anões nem gnomos, mas sim “Skorfs” que a nota de roda-pé (TINHAM SAUDADES?) indica ser um nome oriundo de “scorfa, duendes em latim” e DING DING o meu pedantismo volta porque 1) verifiquei em 2 dicionários de latim, e scorfa não existe, e 2) “duende” é na realidade de origem galaico-portuguesa (E NÃO IRLANDESA), é uma contracção evolutiva de duen de casa (”dono de casa”) por isso tipo. Why. Se inventas um nome pra uma merda, não tens de dar explicações a ninguém A MENOS que seja relevante. É relevante quando, por exemplo, involve uma língua nova---neste caso é latim, caralho. Deixa o pedantismo bem no fundo do esfíncter e dedica-te à pesca, meu.
Mas acham que o Zuzas perdeu o hábito de verborreia educativa??? CLARO QUE NÃO:
Skorfs, uma espécie híbrida, metade duende, metade roedores, cheios de verminoses, vindos do quinto dos nove Círculos do Inferno.
CHEIOS DE VERMINOSES
A nota de roda-pé para o Círculo dos Infernos é de cagar a rir porque está QUASE como trabalho académico:
Vide A Divina Comédia -- Dante Alighieri.
Suponho que o Zuzas tenha escolhido a sua nova obra clássica preferida para plagiar depois de passar a sua fase Van Helsing/Bram Stoker.
Estas criaturas, que mais parecem ratazanas raivosas e em decomposição, medem pouco mais de um metro e a sua pele, por vezes revestida com penugem, mostra cicatrizes provenientes dos vários combates tidos com Anões, Gnomos, Duendes ou mesmo os da sua própria espécie [?]. Alguns possuem pelagem cinzenta, preta ou castanha, mas os mais horrendos são os que não apresentam pelagem. Têm dentes afiados, amarelos. Um skorf orgulha-se dos seus dentes, pois a sua horrenda cor e o seu formato são sinais de superioridade em relação a outros skorfs. Os dentes, além de prestígio que conferem, são importantes armas mortíferas ao transmitirem vírus letais a quem é mordido.
Literalmente não mudaste nada em 4 anos. Metade desta informação é-me inútil, a menos que a cor do pêlo se torne relevante por que razão for. Já para não falar que temos o habituar: o tempo verbal muda drasticamente para falarmos no presente só para o narrador nos dar uma chapada de pedantismo.
Chupa, plebeu.
Este bandalho de ratazanas é tão fodido que não deixa UM SOBRIVIVENTE
UM!
...excepto Hugin, “o Primeiro, um dos Corvos de Odin” que andava por lá a passear portanto nem sequer tem nada a ver com esta merda, e dá as más novas aos deuses, e portanto chega a Midgard a notícia de que a Islândia INTEIRA foi com o boda.
INTEIRA, MANOS!
E depois de um parágrafo largo para dar a ideia de que agora estamos a fala de outra coisa:
o mesmo se começou a verificar na Alemanha: alterações sociais contribuíram para que o seu período de paz parecesse chegar ao fim.
Isto é uma maneira muito interessante de se referir ao absurdo da origem da primeira guerra mundial e toda a situação do Franz Ferdinand.
Na zona Sul deste país, na Floresta Negra, domínio dos Elfos Negros ou Drows,
eu vou ser sincera: achei muito estranho n’O Filho de Odin o Zuzas não ter chamado aos elfos negros Drows, já que ele plagious merdas de DnD à cara podre, mas estou a ver que em 4 anos ele perdeu a vergonha. E acrescento ainda que Drow tem uma nota de roda pé que diz “Palavra utilizada pelas outras raças de Elfos para designar os Elfos Negros, que os vêem mais como demónios e que se recusam a considerá-los como autênticos Elfos”. Hmm, bom racismo mitológico.
E é claro que os drows vivem na floresta negra, não podiam viver na baviera ou o caralho, a floresta negra nem tem nada de negro, só mesmo o bolo
...e, foda-se, resto da frase é literalmente impronunciável:
o reino de Dëren’Thürn é governado pelo sucessor do Rei Nürnen Durthang I, o príncipe Kaleth “Angïll” Durthangs II.
O apelido, portanto, mudou de pai para filho.
Eu detesto esta merda de morte em fantasia. Não sei porque é que os autores de fantasia acham perfeitamente aceitável deixar o gato passear pelo teclado e clicar no trema umas quantas vezes porque dois pontinhos ficam fixes ali, e depois bota uns apóstrofos porque é assim que se faz, né? Eu sei que querem inventar línguas, mas ao menos ajudem-me na pronúncia, e se estamos na alemanha, eu vou puxar da leitura alemã. Mas isto é pet peeve meu.
Agora, deliro ali com o “Angïll” porque se está entre aspas significa que é ou um cognome, ou uma alcunha, que nunca nos é explicada. Fixe.
Enfim, este Kaleth sobre ao trono com 750 anos (”que equivale a dezassete anos nos Humanos” lol) e é considerado um dos “monarcas mais influentes”. E porque é que é influente? Porque comete genocídio contra os não-drows, através de umas “escassas dezenas de guerreiros” e alguns pózinhos de “magia negra”! Uma ideia casualmente reforçada no parágrafo seguinte depois de laudar este méne:
A maldade e os crimes hediondos não tinha limites.
Um bocado a contradizer ali o epitáfio de “gajos mais influente e respeitado”. Ao menos podias ter esclarecido “PELOS DA SUA RAÇA”.
Este monarca costumava liquidar os prisioneiros
caralho tou me a rir, “liquidar” é uma palavra tão bizarra para usar neste contexto porque parece que o man fez liquidação total nos prisioneiros de guerra durante a rebaixa de verão
Enfim, ele gosta de torturar mans, usando um artefacto bonitamente chamado de “Luva de Loki” que consiste numa
luva metálica forjada nas fornalhas de Dëren’Thür com o único objectivo de matar a sangue frio e perfurar as armaduras dos seus inimigos, arrancando-lhes o corações e outros órgãos internos.
depende do dia da semana, às vezes é um rim, outras um pulmão, é como lhe apetecer. Aliás, diz o narrador que às vezes lhe arranca o cérebro para oferecer de refeição ao seu dragão negro de estimação, Kkaelar “Karath” Haelörst.
voltamos à linguagem infanto-juvenil habitual, portanto LMAO
Este gajo vive debaixo da terra, e a cidade dele tem 10 níveis. Os primeiros 9 são cidadãos e soldados e o último é do rei e a sua corte, e é também onde está o templo para os necromantes “invocarem os poderes demoníacos que ajudaram os seus soldados em váras campanhas pela sua magnífica cidade de ónix” ok.
Eu queria evitar isto mas tem de ser:
Embora a disciplina seja constante e os Elfos, curiosamente, sejam educados e extremamente sedutores [LOL], a maldade paira pesadamente no ar como fumo de um incêndio junto às chamas. Os homens [envergam] armaduras de escamas negras, exibindo alabardas, semelhantes a foices com uma espécie de gancho grande e afiado o suficiente para que além de trespassar armaduras agarrava pela parte de trás os capacetes e perfurava-os.
Que puta de atrocidade que vai nesta última frase, isto é tipo fazer necromancia para reerguer o Camões e o D. Dinis só para lhes espetar um chuto no escroto tão forte que os mata outra vez. E mais fascinante de tudo é que ele fala tanto e diz nada.
Já tinha saudades dos semelhantes a e espécies de, seguidos de uma descrição que faz puto de sentido. Façam só como eu, e vão ao google. Isto são alabardas:
pronto.
As mulheres pertencem ao “Culto de Hel”, uma organização de bruxas com o único objectivo de adorar Hel e sacrificar seres vivos em sua honra.
Segue-se uma puta duma descrição do quanto nEgRo tudo é, o quanto MáZoNAs estas pessoas são, e o primeiro nome pseudo-latino (metal Niddhog, que é Dracos Nifelheimus, que nem sequer faz sentido caralho, que aneurisma andas tu a ter). É tudo horrível. A estátua está no meio de um caldeirão. Todas as mulheres compulsivamente veneram “fanaticamente” Hel. Se a traírem, são sacrificadas por meio de desmembramento e estripamento, ok. coisa pouca. Ah e o coração é arrancado e oferecido a Hel na dita roda onde fica o caldeirão que é tipo o local onde... se faz metal...? Sei lá caralho. Isto é ritual de purificação, diz ele. Ya.
Por mais demoníaca que a descrição dos Elfos Negros seja, esta não é a pior parte.
Porque é que não é a pior parte? Porque tudo é negro, bem negro. A sociedade está “envolvida num tumulto de eterna e imensa escuridão”. As crianças “brincam às guerras e à destruição”. Os rapazes fingem ser Krig’Logh que a nota de rodapé diz ser “Guerreiro, em Elfo Negro, derivado do alemão “Krieg” e de Logh de Loge, o nome germânico de Loki” (krieg em alemão é guerra, não guerreiro, quando muito seria kriegerin), e é o gajo que nos vai escravizar a todos em nome de Kaleth. As raparigas “abrem as suas bonecas, dizendo que, no futuro, oferecerão um verdadeiro coração a Hel” (quem nunca praticou o ocasional ritual satânico, meninas, vá lá). Os pais acham isto educativo e “por vezes, trazem prisioneiros de guerra para casa para que jovens treinem todas as atrocidades”.
“JOÃOZINHO, TROUXE-TE UM ESPANHOL P’RA ESVENTRARES, VAI LÁ MOSTRAR À TUA IRMÃ COMO É QUE O GIRALDO SEM MEDO FAZIA, MAS NÃO ME ESTRAGUES A SEGURELHA”
Opa isto é tão COMICAMENTE VILÃO caralho FODA-SE. Todas as teclas que o miúdo não bateu n’O Filho de Odin, é tipo o chaval aumentou o nível de vilania e deu-nos esta MERDA. QUE MAIS, ZUZARTE? TAMBÉM SE VESTE EM CABEDAL NEGRO E BOTAS DE CHUMBO? FAZEM ORGIAS BANHADOS EM SANGUE? NÃO CONHECES OUTRO ESPECTRO MORAL QUE NÃO MAU = NEGRO, BOM = BRANCO, A SÉRIO?
Este império élfico encontra-se no seu auge. A única coisa que se opõe a estes seres imortais do mal é o Império Austro-Húngaro, governado pelo Arquiduque Francisco Fernando, e a Alemanha governada pelo Kaiser Wilhelm.
O plano é simples, e aposto que vocês já sabem o que é: causar fricção. Ora Zuzarte, que quer MESMO esporrar sabedoria por todos nós, leigos energúmenos, explica que o monarca drow faz uma série de magia para fazer whiteface ao seu melhor assassino, leva-o ao cabeleireiro, e quando sai ninguém é capaz de dizer que o bicho não é humano, e ganha a aparência “dos humanos originários da Sérvia: bigode, cabelo castanho, jaqueta e boina de couro.”
Não é por nada, Zuzas, mas ele soa mais a um transmontano.
Depois de dissimulado, o assassino foi enviado para a capital do império Austro-Húngaro e matou o Arquiduque no dia 28 de Junho.
...se ao menos tivesse sido tão eficaz assim e não uma autêntica trapalhada que parece saído directo dos Batanetes.
E boom, deu-se a primeira guerra mundial, inconsciente de que foi tudo um plano arquitectado por um Drow sofredor de reserve-racism e superioridade mitológico-racial, que se aliou aos alemãos só para arrear nos bifes.
O plano do rei é basicamente deixar o pessoal à bulha e quando estiverem fragilizados “os Elfos Negros planeavam virar-se contra os antigos aliados, traindo o Kaizer, e atacavam uma Europa exausta e fragilizada”.
O que me deixa duas questões:
1) Os alemães sabem da sua existência? E coadunam com esta merda? O Kaiser sabe que existem elfos negros a viver debaixo dos pés com criancinhas a esventrar pessoal no pátio da escola e rituais satânicos de gajas colectivamente a defenestrar corações e está perfeitamente tranquilo com isto?
2) Estes idiotas vão combater numa guerra na qual não têm interesse só para ver os humanos a desgastarem-se e depois aproveitarem-se disso?
Soa tudo muito bem mas parece-me que não têm gente suficiente. Tipo, não é uma merda à Hitler que convenceu brancos aquém e além mar que eram superiores e estendeu-se até outras penínsulas, além de ter um considerável número de gente sob sua alçada. Isto é literalmente tipo, uma mão cheia de milhares de drows que o narrador já referiu como sendo apenas “umas escassas dezenas”---e querem impôr superioridade racial?
...oh diabo. Oh filho da puta. Tu... tu queres ver que vais fazer um reverse-Hitler?
Os primeiros disparos deram-se em Sarajevo, mas onde seriam os últimos?
No meu cérebro.
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